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CS - DIREITO FINANCEIRO 2020

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2020.1
@cadernossistematizados contato@cadernossistematizado.com
Caderno Sistematizado
Direito Financeiro
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 1 
 
DIREITO FINANCEIRO 
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................ 5 
INTRODUÇÃO AO DIREITO FINANCEIRO ....................................................................................... 6 
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ....................................................................................................... 6 
2. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO ..................................................................................... 6 
 CONCEITO ............................................................................................................................ 6 
 ASPECTOS ........................................................................................................................... 7 
 ELEMENTOS ........................................................................................................................ 7 
3. CONCEITO ................................................................................................................................... 7 
4. OBJETIVO .................................................................................................................................... 8 
5. FONTES MATERIAIS ................................................................................................................... 8 
6. FONTES FORMAIS ...................................................................................................................... 8 
 PRIMÁRIAS ........................................................................................................................... 8 
6.1.1. Constituição Federal ...................................................................................................... 8 
6.1.2. Leis ................................................................................................................................. 8 
6.1.3. Princípios ........................................................................................................................ 9 
 SECUNDÁRIAS..................................................................................................................... 9 
6.2.1. Decretos ......................................................................................................................... 9 
6.2.2. Jurisprudência ................................................................................................................ 9 
7. COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO FINANCEIRO ...................................... 11 
8. ORÇAMENTO PÚBLICO ........................................................................................................... 12 
 CONCEITO .......................................................................................................................... 12 
 NATUREZA JURÍDICA ....................................................................................................... 13 
 CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................. 13 
 CLASSIFICAÇÃO DE ORÇAMENTOS .............................................................................. 14 
 PODER DE INICIATIVA EM ORÇAMENTO PÚBLICO ..................................................... 16 
 VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ........................................................................................ 17 
 ORÇAMENTO AUTORIZATIVO x ORÇAMENTO IMPOSITIVO ....................................... 19 
 ORÇAMENTO IMPOSITIVO E A TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS ............................ 22 
9. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS .............................................................................................. 23 
 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ............................................................................................ 23 
 PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE ................................................................................... 24 
 PRINCÍPIO DA ANUALIDADE (PERIODICIDADE) ........................................................... 25 
 PRINCÍPIO DA UNIDADE (TOTALIDADE) ........................................................................ 25 
 PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO ............................................................................. 25 
 PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE ...................................................................................... 26 
 PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO OU DISCRIMINAÇÃO ................................................ 26 
 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE ESTORNOS DE VERBAS ............................................. 27 
 PRINCÍPIO DA QUANTIFICAÇÃO ..................................................................................... 27 
 PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO ............................................................... 28 
 PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO DAS RECEITAS........................................................... 28 
 PRINCÍPIO DA UNIDADE DE CAIXA ................................................................................ 28 
LEIS ORÇAMENTÁRIAS ................................................................................................................... 30 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 30 
2. INICIATIVA LEGISLATIVA DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS ...................................................... 32 
3. PLANO PLURIANUAL (PPA) ..................................................................................................... 33 
 PREVISÃO LEGAL E CONCEITO ...................................................................................... 33 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 2 
 
 PRAZO DE DURAÇÃO ....................................................................................................... 34 
4. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) ...................................................................... 34 
 PREVISÃO LEGAL E CONCEITO ...................................................................................... 34 
 FUNÇÃO DA LDO E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL ........................................... 35 
 CICLO ORÇAMENTÁRIO E EXERCÍCIO FINANCEIRO................................................... 36 
5. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL ................................................................................................... 36 
 CONCEITO .......................................................................................................................... 36 
 DURAÇÃO DA LOA ............................................................................................................ 36 
 ORÇAMENTOS DA LOA .................................................................................................... 37 
 LOA E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL .................................................................. 37 
 PRAZOS PARA A LOA ....................................................................................................... 38 
 CONSEQUÊNCIA DO NÃO ENVIO DA PROPOSTA DE LDO ......................................... 38 
 POSSIBILIDADE DE EMENDAS AO PROJETO DE LOA ................................................. 39 
 POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO POR PROPOSTA DO CHEFE DO EXECUTIVO ..... 40 
6. COMISSÃO MISTA DO ORÇAMENTO ..................................................................................... 40 
7. ORÇAMENTO DOS PODERES ................................................................................................. 41 
8. CRÉDITOS ADICIONAIS ........................................................................................................... 43 
 CRÉDITOS SUPLEMENTARES ......................................................................................... 44 
 CRÉDITOS ESPECIAIS ......................................................................................................44 
 CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS ...................................................................................... 46 
RECEITAS PÚBLICAS ...................................................................................................................... 48 
1. CONCEITO ................................................................................................................................. 48 
2. CLASSIFICAÇÃO ....................................................................................................................... 49 
 QUANTO À AMPLITUDE .................................................................................................... 49 
2.1.1. Em sentindo amplo ...................................................................................................... 49 
2.1.2. Em sentindo estrito ...................................................................................................... 49 
 QUANTO AO REGIME JURÍDICO ..................................................................................... 49 
2.2.1. Originárias .................................................................................................................... 49 
2.2.2. Derivadas ..................................................................................................................... 50 
2.2.3. Transferidas ................................................................................................................. 50 
 QUANTO À PERIODICIDADE ............................................................................................ 50 
2.3.1. Ordinárias ..................................................................................................................... 50 
2.3.2. Extraordinárias ............................................................................................................. 50 
 QUANTO À NATUREZA OU PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA ............................................ 51 
2.4.1. Orçamentária ............................................................................................................... 51 
2.4.2. Extraorçamentária ........................................................................................................ 51 
 QUANTO À CATEGORIA ECONÔMICA ............................................................................ 51 
2.1.1. Corrente ....................................................................................................................... 52 
2.1.2. De capital ..................................................................................................................... 52 
3. RECEITA CORRENTE LÍQUIDA ............................................................................................... 54 
4. REGIME CONTÁBIL DA RECEITA PÚBLICA ........................................................................... 54 
5. ESTÁGIOS DA REALIZAÇÃO DA RECEITA ............................................................................ 55 
 PREVISÃO DE RECEITAS ................................................................................................. 55 
 LANÇAMENTO.................................................................................................................... 56 
 ARRECADAÇÃO ................................................................................................................. 56 
6. ARRECADAÇÃO DE RECEITA E RESPONSABILIDADE FISCAL .......................................... 57 
7. RENÚNCIA DE RECEITA .......................................................................................................... 57 
 NOVO REGIME FISCAL ..................................................................................................... 59 
CRÉDITO PÚBLICO OU DÍVIDA PÚBLICA...................................................................................... 60 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 3 
 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 60 
2. CONCEITO ................................................................................................................................. 60 
3. NATUREZA JURÍDICA ............................................................................................................... 61 
 TEORIA DO ATO DE SOBERANIA .................................................................................... 61 
 TEORIA DO ATO LEGISLATIVO ....................................................................................... 61 
 TEORIA DO CONTRATO CIVIL ......................................................................................... 61 
 TEORIA DO CONTRATO ADMINISTRATIVO ................................................................... 61 
4. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA ................................................................................................. 62 
5. CLASSIFICAÇÃO ....................................................................................................................... 63 
 FLUTUANTE ....................................................................................................................... 63 
 FUNDADA OU CONSOLIDADA ......................................................................................... 63 
6. DÍVIDA PÚBLICA E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL ................................................... 63 
 DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA .......................................................................................... 63 
 OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROIBIDAS ......................................................................... 64 
 OPERAÇÃO DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ..................................... 65 
 LIMITES DAS DÍVIDAS PÚBLICAS E DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO ....................... 65 
DESPESAS PÚBLICAS ..................................................................................................................... 67 
1. CONCEITO ................................................................................................................................. 67 
2. CLASSIFICAÇÃO ....................................................................................................................... 67 
 QUANTO À ORIGEM .......................................................................................................... 67 
 QUANTO À COMPETÊNCIA DO ENTE ............................................................................. 67 
 QUANTO À REGULARIDADE ............................................................................................ 68 
 QUANTO À NATUREZA LEGAL ........................................................................................ 68 
2.4.1. Correntes ...................................................................................................................... 70 
2.4.2. De capital ..................................................................................................................... 70 
3. ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA ........................................................................................ 71 
 EMPENHO .......................................................................................................................... 71 
 LIQUIDAÇÃO ...................................................................................................................... 73 
 PAGAMENTO ...................................................................................................................... 73 
4. REGIME CONTÁBIL DA DESPESA .......................................................................................... 74 
5. RESTOS A PAGAR .................................................................................................................... 74 
6. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES .......................................................................... 75 
7. LIMITAÇÃO DE EMPENHO .......................................................................................................76 
8. TRANSFERÊNCIAS ENTRE ENTES FEDERATIVOS ............................................................. 77 
 TRANSFERÊNCIA OBRIGATÓRIA.................................................................................... 77 
 TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA ..................................................................................... 77 
 TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA ...................................................................................... 77 
8.3.1. Princípio da Intranscendência subjetiva das sanções ................................................ 79 
9. DESPESAS OBRIGATÓRIAS DE CARÁTER CONTINUADO ................................................. 82 
10. DESPESAS COM PESSOAL ................................................................................................. 83 
11. CONTROLE DE GASTOS COM PESSOAL .......................................................................... 86 
 LIMITE ALERTA .................................................................................................................. 86 
 LIMITE PRUDENCIAL......................................................................................................... 86 
 EXTRAPOLAMENTO DO LIMITE MÁXIMO ...................................................................... 87 
NOVO REGIME FISCAL: EC 95/2016 .............................................................................................. 89 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 89 
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO .......................................................................................................... 89 
3. REGRAS DISTINTAS: 2017 E DEMAIS 19 ANOS ................................................................... 89 
 Regra para 2017 ................................................................................................................. 89 
 [Regras para 2018 a 2036]: ................................................................................................ 90 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 4 
 
4. COMPATIBILIZAÇÃO DAS REGRAS PERMANENTES........................................................... 90 
5. DESVINCULAÇÃO DOS MONTANTES DAS EMENDAS PARLAMENTARES IMPOSITIVAS
 92 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 5 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Inicialmente, gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que seja 
útil na sua preparação, em todas as fases. Quanto mais contato temos com uma mesma fonte de 
estudo, mais familiarizados ficamos, o que ajuda na memorização e na compreensão da matéria. 
O Caderno Sistematizado de Direito Financeiro possui como base as aulas do Prof. Ricardo 
Alexandre, do Curso G7 Jurídico, complementadas com as aulas do Professor Renério Castro. 
Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito 
(www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum de 
Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). 
Destacamos: é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da 
semana para ler no site do Dizer o Direito. 
Ademais, no Caderno constam os principais artigos de lei, mas, ressaltamos, que é 
necessária leitura conjunta do seu Vade Mecum, muitas questões são retiradas da legislação. 
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina 
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você 
faça uma boa prova. 
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito 
importante!! As bancas costumam repetir certos temas. 
Vamos juntos!! Bons estudos!! 
Equipe Cadernos Sistematizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.dizerodireito.com.br/
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 6 
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO FINANCEIRO 
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
Nos últimos anos o Direito Financeiro ganhou importância no Brasil. Como exemplo, cita-se 
o impeachment da Presidente Dilma que foi baseado no descumprimento de regras de Direito 
Financeiro. Igualmente, ganha relevância diante das inúmeras crises financeiras que os Estados 
brasileiros passam, a exemplo do RS, do RN, do RJ. 
Atualmente, o regramento do Direito Financeiro, além da CF e da Lei de Responsabilidade 
Fiscal, passa pela jurisprudência dos tribunais superiores. Destaca-se, ainda, que cada vez mais os 
concursos estão cobrando o tema de forma mais intensa, exigindo o conhecimento legal, doutrinário 
e jurisprudencial. 
De acordo com Ayres de Brito, “a lei orçamentária é a segunda norma materialmente mais 
importante do ordenamento jurídico, estando abaixo apenas da Constituição Federal”. Justifica-se 
tal afirmação pelo fato de que o Estado existe com a finalidade de proporcionar o bem comum (cada 
povo define o que entende por bem comum). No Brasil, o art. 3º da CF, estabeleceu o que se 
considera bem comum, embora tenha feito de forma bastante ampla, não com regras precisas. 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais 
e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Como os recursos são finitos e as necessidades infinitas, o Direito Financeiro utiliza-se da 
lógica de tomar decisões através da lei orçamentária. Ou seja, define-se quais setores terão maior 
ou menor investimento (saúde, educação, segurança pública, etc.), ficando evidente quais são as 
prioridades (convicções políticas) da União, dos Estados ou dos Municípios. 
2. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 
 CONCEITO 
A Lei Orçamentária consagra a atividade financeira do Estado. 
Destaca-se que, para a construção do bem comum, o Estado precisa obter recursos e 
despendê-los nas suas atividades fins (aparelhamento da segurança pública, construção de escola, 
pagamento de água, luz e telefone, etc.). 
A principal forma de obtenção de recursos é através da tributação, acaba que o tamanho da 
despesa define a carga tributária. Por isso, a carga tributária no Brasil é elevada já que as despesas 
também são. 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 7 
 
Em suma, trata-se do conjunto de ações desempenhadas pelo Estado para criar, adquirir, 
gerir e despender recursos com a finalidade de suprir as necessidades humanas coletivas, de 
natureza pública. 
Por exemplo, o Direito à Saúde é uma necessidade humana de natureza coletiva prevista 
na Constituição, quando uma pessoa necessita de algum medicamento e não possui condições 
financeiras, o Estado deve atuar adquirindo recursos (fontes de receita), fazendo a gestão 
(orçamentos públicos) e despendendo recursos para comprar o medicamento 
 ASPECTOS 
A atividade financeira do Estado envolve dois aspectos, respeitando o princípio da 
legalidade, quais sejam: 
• Despesas que serão realizadas para a obtenção do bem comum, conforme definido na 
Constituição e na legislação infraconstitucional, principalmente nas Leis Orçamentárias; 
• Receitas que serão obtidas para financiar os gastos, também disciplinadas por lei. 
 ELEMENTOS 
A atividade financeira do Estado é formada por quatro elementos, quais sejam: 
1) Receita Pública – meios necessários para consecução dos desígnios públicos; 
2) Orçamento Público – prevê as receitas públicas e autoriza as despesas públicas; 
3) Despesa Pública – busca do bem comum; 
4) Crédito Público – meio de obtenção de receita pública através de endividamento. 
Obs.: Regra de Ouro – é uma regra que visa limitaro endividamento do Estado. Para melhor 
compreensão, compare as seguintes situações hipotéticas: 
1ª Situação: Pedro realiza um empréstimo no Banco a fim de viajar de férias para a Europa. 
2ª Situação: João realiza um empréstimo para quitar seu apartamento. 
Perceba que Pedro terá uma diminuição em seu patrimônio, já que terá que pagar o empréstimo da 
viagem que lhe agregou experiência de vida. Por outro lado, João, embora tenha que pagar o 
empréstimo contraído, terá incorporado ao seu patrimônio um apartamento, ocorrendo uma 
despesa de capital (aquela em que não há diminuição do patrimônio). 
Com os exemplos acima fica mais fácil compreender a Regra de Ouro, segundo a qual o valor das 
operações de crédito (empréstimos) não pode ser superior as despesas de capital. 
Salienta-se que o Sistema Financeiro Nacional não faz parte da atividade financeira do 
Estado, é tema de Direito Econômico. 
3. CONCEITO 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 8 
 
Direito Financeiro é o conjunto de regras e princípios que regem a atividade financeira do 
Estado, a fim de que seja alcançado o bem comum. 
4. OBJETIVO 
Como visto, o objeto do Direito Financeiro é a atividade financeira do Estado que envolve a 
captação de receitas, a realização de despesas e a criação de crédito público, sempre em 
consonância com a lei (orçamentária). 
5. FONTES MATERIAIS 
Trata-se dos fatos financeiros, dos acontecimentos econômicos e sociais, investigados pela 
ciência das finanças. 
6. FONTES FORMAIS 
 PRIMÁRIAS 
6.1.1. Constituição Federal 
A CF é fonte primária do Direito Financeiro, possui um Capítulo que trata Das Finanças 
Públicas, dispõe sobre a repartição de receitas, em seus arts. 70 a 75 e arts. 157 a 169. 
6.1.2. Leis 
Igualmente, a lei é fonte primária do Direito Financeiro (DF). Poderá ser: 
• Lei complementar, a exemplo da LC 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e LC 
4320/64 (norma geral de DF, recebida como LC pela CF/88, era uma lei ordinária); 
• Lei Ordinária, a exemplo da Lei Orçamentária Anual (LOA), Lei Diretrizes Orçamentárias 
(LDO) e Lei sobre o Plano Plurianual, são de iniciativa do Poder Executivo (de cada 
Estado, Município) e aprovadas pelo respectivo legislativo, cuja matéria é vedada à 
medida provisória; 
• Lei Delegada - permite ao Presidente da República, mediante autorização do Congresso 
Nacional, criar uma lei. Podem ser utilizadas em matérias financeiras, desde que não 
relacionada às matérias reservadas a Lei Complementar, não podem abrir créditos 
extraordinários e nem tratar de assuntos disciplinados em PPA, LDO e LOA. 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, 
que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do 
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 9 
 
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a 
legislação sobre: 
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a 
garantia de seus membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do 
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu 
exercício. 
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso 
Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. 
 
• Medidas Provisórias - em caso de relevância e urgência, será criada pelo Presidente da 
República, não podem tratar de matérias reservadas a lei complementar. A CF permite 
para a abertura de créditos extraordinários, desde que haja relevância e urgência. Diante 
disso, por muitos anos editava-se MP sobre créditos extraordinários. 
Contudo, a partir do julgamento das ADI 4048 e 4049, o STF passou a prever que não se 
admite a criação de medida provisória em matéria orçamentária, salvo nos casos extraordinários 
em que há realmente relevância e urgência. Ademais, não pode ser usada para abrir créditos 
suplementares 
• Resolução do Senado Federal - são atos para disciplinar matérias, não passam por veto 
do presidente da República. 
6.1.3. Princípios 
Trata-se de princípios orçamentários, iremos analisar abaixo. 
 SECUNDÁRIAS 
6.2.1. Decretos 
Dispõem acerca da forma que a lei será cumprida, não sendo aptos para a criação de novas 
leis. 
6.2.2. Jurisprudência 
As decisão dos Tribunais Superiores que tratam acerca do Direito Financeiro são fontes 
secundárias. 
Ressalta-se que os precedentes sobre Direito Financeiro recaem sobre duas premissas, 
quais sejam: 
• Limitação de Recursos 
• Escolhas Trágicas 
Diante da limitação de recursos públicos, cabe ao agente público fazer escolhas (trade-off) 
sobre o local em que será investido os recursos, tendo em vista que as necessidades são infinitas 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 10 
 
e os recursos finitos. É chamada de escolhas trágicas pois a decisão de investir em determinada 
área irá impactar em outros setores que terão recursos diminuídos. Tal fato, visa não extrapolar o 
limite preestabelecido no orçamento anual. 
Indaga-se: Ao deixar de realizar determinada política pública, em razão da limitação de 
recursos, cabe ao Poder Judiciário impor ao Estado sua realização? Muitos entendem que não, 
tendo em vista a separação e independência dos poderes. Por outro lado, há quem defenda que a 
Constituição prevê direitos que devem ser concretizados, portanto o Poder Judiciário pode fazer 
com que sejam cumpridos (CF, art. 5º, §1º), a fim de que seja respeitada a aplicabilidade imediata 
dos direitos fundamentais. 
Tudo isso deve ser feito dentro da ótica da reserva do possível, ou seja, deve-se realizar as 
políticas públicas dentro do que é possível para o Estado, o impossível não se faz. Desta forma, as 
políticas públicas priorizadas não podem deixar de lado o que já está previsto constitucionalmente. 
A intangibilidade dos direitos fundamentais deve ser conciliada com o orçamento público e 
suas limitações de recursos. 
Ressalta-se que a jurisprudência de Direito Financeiro possui as seguintes premissas: 
1ª) A Judicialização das políticas públicas 
As políticas públicas são objeto de discussão judicial quando a Constituição é desrespeitada 
em seus princípios e objetivos pelos parlamentares. 
O Judiciário passa a atuar para corrigir certos desvios. 
2ª) Escolhas trágicas e reserva do possível: 
A falta de dotação orçamentária não pode ser intransponível, diante das garantias 
constitucionais. 
A impossibilidade deve ser objetivamente aferível. 
3ª) A intangibilidade do mínimo existencial 
A proteção zero às garantias constitucionais não pode ser considerada pelo Poder Judiciário. 
Nesse sentindo: 
O Poder Judiciário pode condenar universidade pública a adequar seus 
prédios às normas de acessibilidade a fim de permitir a sua utilização por 
pessoas com deficiência. No campo dos direitos individuais e sociais de 
absoluta prioridade, o juiz não deve se impressionar nem se sensibilizar com 
alegações de conveniência e oportunidade trazidas pelo administrador 
relapso. Se um direito é qualificado pelo legislador como absoluta prioridade, 
deixa de integrar o universo de incidência da reserva do possível, já que a 
sua possibilidade é obrigatoriamente, fixada pela Constituição ou pela lei. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1607472-PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 
15/9/2016 (Info 592). 
 
É lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, 
consistente na promoção de medidas ou na execução de obras emergenciais 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 11 
 
em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da 
dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua 
integridadefísica e moral, nos termos do que preceitua o art. 5º, XLIX, da CF, 
não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do possível nem o 
princípio da separação dos poderes. STF. Plenário. RE 592581/RS, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgado em 13/8/2015 (repercussão geral) (Info 794). 
 
A Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder Judiciário, 
a manter estoque mínimo de determinado medicamento utilizado no combate 
a certa doença grave, de modo a evitar novas interrupções no tratamento. 
Não há violação ao princípio da separação dos poderes no caso. Isso porque 
com essa decisão o Poder Judiciário não está determinando metas nem 
prioridades do Estado, nem tampouco interferindo na gestão de suas verbas. 
STF. 1ª Turma. RE 429903/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 
25/6/2014 (Info 752). 
7. COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO FINANCEIRO 
A competência para legislar sobre Direito Financeiro é concorrente entre a União, Estados 
e DF. 
CF, Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
II – orçamentário; 
 
Os Municípios não possuem competência concorrente, embora posam suplementar a 
legislação federal e estadual, no que couber. 
CF, Art. 30. Compete aos Municípios: 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
 
Contudo, alguns temos atinentes ao Direito Financeiro, nos termos do art. 163 da CF, devem 
ser tratados por meio de Lei Complementar. 
Art. 163. Lei complementar disporá sobre: 
I - finanças públicas; 
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e 
demais entidades controladas pelo Poder Público; 
III - concessão de garantias pelas entidades públicas; 
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; 
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; 
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da 
União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das 
voltadas ao desenvolvimento regional. 
 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 12 
 
Conforme já decidiu o STF, os temas mencionados no art. 163 da CF não precisam ser 
tratados em uma única lei complementar, é perfeitamente possível que mais de uma lei 
complementar trata de cada inciso. 
Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria, considerando que a 
regulamentação do art. 163 da CF por lei complementar pode ser feita de 
forma fragmentada, rejeitou a arguição de inconstitucionalidade formal da lei, 
em sua totalidade, ao argumento de que o projeto teria que ter disciplinado 
por inteiro o art. 163 da CF. (STF. ADInMC 2.238-DF, rel. Min. Ilmar Galvão, 
28.9.2000.(ADI-2238). 
 
Por outo lado, as questões pertinentes a orçamento, nos termos do art. 165 da CF, são 
regulamentados por leis ordinárias. Contudo, é possível que lei complementar estabeleça as regras 
para as leis orçamentárias. 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. 
(...) 
§ 9º Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e 
a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei 
orçamentária anual; 
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração 
direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de 
fundos. 
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos 
que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, 
cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter 
obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 
166 . (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 
2019) (Produção de efeito ) 
 
Nesse sentindo, o entendimento do STF: 
A Constituição Federal de 1988 é expressa em seu artigo 165, §9º, inciso I, 
no sentido de que cabe à lei complementar de âmbito nacional dispor sobre 
a elaboração do plano plurianual, de modo que é incabível ao Tribunal de 
Contas de Estado-membro tratar da matéria por meio de ato infralegal. 
(ADI 4.081, rel. min. Edson Fachin, j. 25-11-2015, P, DJE de 4-12-2015)] 
8. ORÇAMENTO PÚBLICO 
 CONCEITO 
Inicialmente, salienta-se que houve uma evolução conceitual acerca de orçamento público, 
que passou de uma simples previsão e autorização de despesas (concepção clássica) à 
programação de atividade financeira do Estado (concepção moderna). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc100.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc100.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm#art4
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 13 
 
Nesse sentindo: 
Carlos Ayres Britto – A lei orçamentária é “a lei materialmente mais importante do 
ordenamento jurídico logo abaixo da Constituição (STF, ADI-MC 4048-1/DF) 
Baleeiro (clássica) – Orçamento é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder 
Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao 
funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do 
país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei. 
Giacomoni (moderna) - o orçamento anual constitui-se em instrumento, de curto prazo, que 
operacionaliza os programas setoriais e regionais de médio prazo, os quais, por sua vez, cumprem 
o marco fixado pelos planos nacionais em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os 
projetos estratégicos e as políticas básicas. 
 NATUREZA JURÍDICA 
De acordo com Léon Duguit, em relação às despesas e receitas originárias, é um ato 
administrativo, não é uma lei de fato, tendo em vista que era determinada pelo Poder Executivo; em 
relação às receitas derivadas, trata-se de lei em sentido formal. É uma concepção ultrapassada. 
Segundo Gastin Jèze, trata-se de um ato-condição, considerado uma lei apenas em sentido 
formal (receitas e despesas já decorrem de outras normas). Prevalece no Brasil. 
Em suma: o orçamento é lei em sentido formal (ato que passa pelo processo legislativo 
constitucionalmente estabelecido), que a prevê receitas e autoriza despesas. Não é lei em sentido 
material (prevê situações gerais e abstratas). 
Obs.: Em regra, a lei orçamentária apenas autoriza a despesa, não cria direito subjetivo a ser 
assegurado por via judicial. De acordo com o STF, “o simples fato de ser incluída no orçamento 
uma verba de auxílio a esta ou àquela instituição não gera, de pronto, direito a esse auxílio (...) a 
previsão de despesa, em lei orçamentária, não gera direito subjetivo a ser assegurado por via 
judicial”. 
Salienta-se que, em regra, no Brasil o orçamento é autorizativo, mas a EC 86/2015 e 
100/2019 tornou pequena parcela do orçamento impositiva (em relação às emendas 
parlamentares). Por isso, afirma-se que há uma migração de um orçamento autorizativo para um 
orçamento autorizativo e impositivo. 
 CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE 
Até 2010, o STF entendia que, como a lei orçamentária é uma lei de efeitos concretos, não 
seria possível controle de constitucionalidade. 
Em 2010, houve mudança de entendimento, assim o PPA, LDO, LOA podem ser objeto de 
controle abstrato de constitucionalidade. 
CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS 
ORÇAMENTÁRIAS. O Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função 
precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 14 
 
quando houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em 
abstrato, independentedo caráter geral ou específico, concreto ou abstrato 
de seu objeto. ADI 4.048-DF - Julgamento em 14/02/2011. 
 
Fiscalização abstrata de normas orçamentárias. (...) Legítimo controle 
orçamentário pelo Poder Legislativo. Ausência do abuso do poder de 
emenda. Inocorrência de desvio de finalidade ou de desproporcionalidade. 
(...) Consectariamente, diante da ausência de abusividade, deve-se declarar 
que a função de definir receitas e despesas do aparato estatal é uma das 
mais tradicionais e relevantes do Poder Legislativo, impondo-se ao Poder 
Judiciário, no caso, uma postura de deferência institucional em relação ao 
debate parlamentar (...). [ADI 5.468, rel. min. Luiz Fux, j. 30-6-2016, DJE de 
2-8-2017.] 
 CLASSIFICAÇÃO DE ORÇAMENTOS 
a) Orçamento Tradicional 
Possui relevância histórica, não permanece mais no Brasil. 
Caracteriza-se por ser uma peça meramente contábil, ou seja, não havia nenhum 
planejamento de como seriam obtidas as receitas e realizadas as despesas. 
Tratava-se de uma lei de meios, sem finalidade pública, que se limitava apenas a prever as 
receitas e as despesas. 
b) Orçamento de Desempenho 
Ênfase no desempenho organizacional final. Contudo, há desvinculação entre planejamento 
central e orçamento. 
Por exemplo, previsão de R$ 5.000.000,00 para vacinar 1.000.000 de pessoas contra a 
H1N1. 
c) Orçamento Base Zero 
Trata-se de uma forma de realizar o orçamento. São características: 
• Necessidade de se justificar todo programa no início de cada ciclo orçamentário; 
• Ausência de vinculação ao exercício anterior como parâmetro para o valor inicial mínimo 
do gasto; 
• Análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas. 
A ideia é a cada ano fazer o orçamento começando do zero 
d) Orçamento Programa 
É o orçamento que prevalece no Brasil, pelo menos desde a Lei 4.320/1964. 
Sua principal característica é a vinculação do orçamento às atividades planejadas pelo 
Governo, idealiza-se um produto final a ser alcançado. Possui como características: 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 15 
 
• Vinculação ao planejamento, em relação aos programas e subprogramas partindo de um 
planejamento central; 
• Foco no aspecto administrativo da gestão (gasto de forma eficiente); 
• Valoriza aspectos gerenciais e o alcance de resultados. 
• Os recursos se relacionam a objetivos, metas e projetos de um plano de governo. 
Abaixo reproduzimos a tabela feita pelo Professor Renério Castro acerca das diferenças 
entre o orçamento tradicional e o orçamento programa: 
ORÇAMENTO TRADICIONAL ORÇAMENTO PROGRAMA 
O processo orçamentário é 
dissociado dos processos de planejamento 
e programação 
O orçamento é o elo ente o 
planejamento e as funções executivas da 
organização 
A alocação de recursos visa à 
aquisição de meios. A ênfase é o objeto do 
gasto 
A alocação de recursos visa à aquisição 
de meios. A ênfase é o objeto do gasto 
As decisões orçamentárias são 
tomadas tendo em vista as necessidades 
das unidades organizacionais. 
As decisões orçamentárias são 
tomadas com base em avaliações e análises 
técnicas das alternativas possíveis (em função 
dos recursos existentes). 
Na elaboração do orçamento são 
consideradas as necessidades financeiras 
das unidades orçamentárias 
Na elaboração do orçamento são 
considerados todos os custos dos programas, 
inclusive os que extrapolam o exercício 
A estrutura do orçamento dá ênfase 
aos aspectos contábeis de gestão 
A estrutura do orçamento está voltada 
para os aspectos administrativos e de 
planejamento. 
Principais critérios classificatórios: 
unidades administrativas e elementos. 
Principal critério de classificação: 
funcional programático. 
Inexistem sistemas de 
acompanhamento e medição do trabalho, 
assim como dos resultados. 
Utilização sistemática de indicadores e 
padrões de medição do trabalho e dos 
resultados. 
O controle visa avaliar a honestidade 
dos agentes governamentais e a legalidade 
no cumprimento do orçamento 
O controle visa avaliar a eficiência, a 
eficácia e a efetividade das ações 
governamentais 
 
e) Orçamento Participativo 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 16 
 
Trata-se de uma consulta prévia à população acerca de gastos públicos. É um instrumento 
de complementação da democracia, aplica-se apenas no âmbito dos municípios e o Poder 
Executivo não fica vinculado. 
São características: 
• Não é um novo modelo de orçamento, mas um modo de elaboração do orçamento; 
• Consulta prévia e direta aos cidadãos; 
• A opinião popular não vincula os poderes; 
• Só existe no âmbito municipal; 
• Realização de audiências públicas; 
• População participa, mas o Poder Público não fica vinculado (a obrigação se dá quanto 
a realização da consulta, mas não na obediência à essa consulta) 
LRF. Art. 48. (...) 
§ 1º A transparência será assegurada também mediante: 
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, 
durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes 
orçamentárias e orçamentos; 
 
Estatuto da cidade: Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária 
participativa de que trata a alínea f do inciso III do art. 4º desta Lei incluirá a 
realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas 
do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, 
como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal 
 PODER DE INICIATIVA EM ORÇAMENTO PÚBLICO 
De acordo com o art. 84, XXIII, da CF, compete privativamente ao Presidente da república 
enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as 
propostas de orçamento. 
Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República: 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de 
diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta 
Constituição; 
 
Pertinente salientar que o Ministério Público, o Poder Judiciário, a Defensoria Pública 
elaboram a sua proposta parcial de orçamentos, enviam ao Chefe do Poder Executivo que irá 
remeter ao Poder Legislativo. Então, novamente, apenas o Chefe do Executivo (Presidente da 
República, Governador e Prefeitos) podem enviar ao Poder Legislativo (Congresso Nacional, 
Câmara dos Deputados dos Estados e Câmara de Vereadores). 
Deve-se respeitar o Princípio da Simetria, ou seja, o art. 84, XXIII da CF, é norma de 
observância obrigatória pelos Estados, pelo DF e pelos Municípios. 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 17 
 
 VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS 
O art. 167 da CF traz inúmeras vedações, que devem ser observadas, em relação ao 
orçamento público. Vejamos: 
 Art. 167. São vedados: 
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; 
Princípio da Legalidade/Universalidade1 
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que 
excedam os créditos orçamentários ou adicionais; Princípio da 
Universalidade1 
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das 
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos 
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder 
Legislativo por maioria absoluta; Regra de Ouro2 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, 
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se 
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços 
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para 
realização de atividades da administração tributária, como determinado, 
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de 
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no 
art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; Princípio da não-
vinculação dos IMPOSTOS3. 
V - a abertura de crédito suplementarou especial sem prévia autorização 
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; 
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma 
categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia 
autorização legislativa; 
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; Os créditos devem ser 
limitados. 
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos 
orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir 
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 
165, § 5º; 
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização 
legislativa. 
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, 
inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e 
suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal 
ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que 
trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do 
pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata 
o art. 201. 
XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 
40, a utilização de recursos de regime próprio de previdência social, incluídos 
os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249, para a realização de 
despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do 
respectivo fundo vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 18 
 
organização e ao seu funcionamento; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as 
garantias e as subvenções pela União e a concessão de empréstimos e de 
financiamentos por instituições financeiras federais aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras gerais 
de organização e de funcionamento de regime próprio de previdência 
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro 
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que 
autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício 
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for 
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, 
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do 
exercício financeiro subsequente. 
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender 
a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, 
comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. 
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a 
que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 
158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à 
União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma 
categoria de programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das 
atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os 
resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder 
Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no 
inciso VI deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 
2015) 
 
Observações: 
1. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE (incisos I e II) 
Tanto as despesas públicas quanto as receitas públicas devem estar previstas na lei 
orçamentária. Caso um despesa ultrapasse o valor previsto, deve haver crédito adicional. 
2. REGRA DE OURO (inciso III) 
Visa limitar o endividamento do Estado. O valor das operações de crédito (empréstimos) não 
pode ser superior as despesas de capital, salvo quando houver aprovação da maioria absoluta do 
Congresso Nacional. 
3. PRINCÍPIO DA NÃO-VINCULAÇÃO (inciso IV) 
Apenas em relação a impostos (não tributo). Contudo, a própria CF traz algumas exceções 
(lei não pode criar), são elas: 
o Recursos para educação (art. 212 da CF); 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc85.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc85.htm#art1
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 19 
 
o Recursos para saúde (art. 198, §2º da CF); 
o Repartições de receitas dos impostos (transferências tributárias nacionais), 
conforme arts. 158 e 159; 
o Prestação de garantia e de contragarantia à União (art. 167, §4º da CF); 
o Realização de atividades da administração tributária; (art. 37, XXII da CF); 
o Garantia de Operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (art. 
165, § 8º); 
o Vinculação de até 0,5 % da Receita Tributária Líquida dos Estados/DF – 
programas de apoio à inclusão e promoção social (art. 204, Parágrafo único); 
o Vinculação de até 0,5 % da Receita Tributária Líquida dos Estados/DF – 
financiamento de programas culturais (art. 216, § 6º); • 
o Vinculação de impostos a Fundos Especiais criados por meio de EC; FUNDEB – 
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de valorização 
dos profissionais da Educação (art. 60 do ADCT); 
o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Poder Executivo Federal) (art. 79, 
do ADCT); 
o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Estados, Distrito Federal e os 
Municípios) (art. 82, do ADCT) 
 ORÇAMENTO AUTORIZATIVO x ORÇAMENTO IMPOSITIVO 
Como já mencionado, em regra, o orçamento é autorizativo, ou seja, o Chefe do Poder 
Executivo não é obrigado a executar a despesa. A previsão da despesa na LOA funciona apenas 
como um “teto” ou limite negativo, será o máximo que se pode chegar na despesa. 
Por exemplo, a LOA autoriza gastar R$4.000.000,00 para pavimentar a Avenida XX. A 
decisão de pavimentar é uma faculdade do Executivo, mas se decidir executar estará limitado ao 
valor de R$4.000.000,00. 
Após a EC 86/2015, foi introduzido o orçamento impositivo. Logo, uma parte do orçamento 
no Brasil deverá ser executada impositivamente, o Chefe do Executivo está vinculado, salvo nos 
casos de impedimento de ordem técnica. Observe os parágrafos introduzidos no art. 166: 
Art. 166, 
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas 
no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente 
líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a 
metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de 
saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) 
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de 
saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do 
cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 20 
 
pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 86, de 2015) 
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações 
a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a1,2% (um 
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no 
exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da 
programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 
165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) 
 
Observações: 
1) Será impositiva apenas a parte proveniente das emendas individuais ao projeto de lei 
orçamentária; 
2) Apenas 1,2% da receita corrente liquida (estimativa de tudo que o ente irá receber); 
3) Metade deve ser destinada para a saúde; 
Em 2019, a EC 100/2019, incluiu novos parágrafos ao art. 166, ampliando o orçamento 
impositivo, prevendo que 1% das receitas para as emendas de bancada parlamentar (não individual) 
de estado ou do DF . 
Por exemplo, Deputado Federal João, de SC, possui direito de indicar as emendas 
individuais ao orçamento, que somada com todos os demais parlamentares, deve chegar a 1,2% 
da receita corrente líquida. Além disso, João possui o direito de se reunir com outros Deputados 
Federais e Senadores de seu Estados e, conjuntamente, criam as emendas da bancada do Estado 
de SC, que será limitada a 1% da receita corrente líquida do ano anterior. 
Art. 166, 
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se 
também às programações incluídas por todas as emendas de iniciativa de 
bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante 
de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no 
exercício anterior. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, 
de 2019) 
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo 
não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de 
ordem técnica. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 
2019) 
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os 
órgãos de execução deverão observar, nos termos da lei de diretrizes 
orçamentárias, cronograma para análise e verificação de eventuais 
impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à 
viabilização da execução dos respectivos montantes. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) 
 
Perceba, portanto, que as emendas (individual + bancada parlamentar) até o limite de 2,2% 
(1,2% + 1%) são impositivas. 
No caso de transferências voluntárias, quando o ente federativo recebe recursos da União, 
devem ser observados inúmeros requisitos, dentre os quais: a adimplência. Contudo, o §16, do art. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc100.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc100.htm#art1
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166 da CF prevê que a de transferência de recursos oriundos de emendas parlamentares 
independerá da adimplência do ente federativo. 
Importante consignar ainda que os recursos oriundos das emendas parlamentares não 
integrarão a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação de despesa com 
pessoal (máximo que se pode gastar). Por exemplo, o Município possui o limite de 60% da sua 
receita para gastar com o pessoal (ativo e inativo), caso receba recursos de emenda parlamentar, 
não poderá utilizar para aumentar seu gasto com as despesas pessoais. 
Art. 166, § 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução 
da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, 
ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente 
federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente 
líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata 
o caput do art. 169. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, 
de 2019) 
§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias 
previstas nos §§ 11 e 12 poderão ser considerados para fins de cumprimento 
da execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da 
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações 
das emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), 
para as programações das emendas de iniciativa de bancada de 
parlamentares de Estado ou do Distrito Federal. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 100, de 2019) 
 
Conforme ocorre a execução orçamentária, deve ser verificado se as despesas estão 
acompanhando as receitas. Caso seja constatado que a arrecadação está menor, haverá uma 
limitação de empenho. Por exemplo, foi autorizada a despesa de R$1.000.000,00 para 
pavimentação, contatou-se que as receitas estão abaixo do que se esperava, será feito então uma 
limitação de empenho para a pavimentação em R$ 500.000,00, quando a arrecadação melhorar 
será liberado o restante. 
As emendas parlamentares, mesmo sendo de execução obrigatória, estão sujeitas à 
limitação de empenho, em caso de desiquilíbrio entre despesas e receitas que afetem o 
cumprimento da meta de resultado fiscal. 
Art. 166, § 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa 
poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida 
na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e 12 
deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da 
limitação incidente sobre o conjunto das demais despesas 
discricionárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 
2019) 
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter 
obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma 
igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da 
autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) 
 
Por fim, o §20 do art. 166 da CF, introduzido pela EC 100/2019, busca evitar o abandono de 
obras em razão da falta de recursos. Por exemplo, a bancada do Estado de SP não pode abandonar 
a implementação de previsões orçamentárias até que a obra prevista seja concluída 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc100.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc100.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc100.htm#art1
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§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem 
sobre o início de investimentos com duração de mais de 1 (um) exercício 
financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão ser objeto de 
emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a 
conclusão da obra ou do empreendimento. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 100, de 2019) 
 ORÇAMENTO IMPOSITIVO E A TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS 
No final de 2019, foi editada a EC 105/2019 (entrou em vigor em 1º de janeiro de 2020) que 
inclui o art. 166-A à Constituição Federal para autorizar a transferência de recursos federais a 
Estados, ao Distrito Federal e a Municípios mediante emendas ao projeto de lei orçamentária anual. 
Vejamos a sempre excelente explicaçãodo Professor Márcio Cavalcante1: 
O art. 166-A trata das emendas que Deputados Federais e Senadores poderão apresentar 
à lei orçamentária anual transferindo recursos do orçamento da União para os Estados, Distrito 
Federal e Municípios. Este artigo prevê que as emendas individuais impositivas poderão repassar 
esses recursos por meio de duas espécies diferentes de transferências: 
1) Transferência especial; 
2) Transferência com finalidade definida. 
Veja a redação do art. 166-A da CF/88: 
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto 
de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito 
Federal e a Municípios por meio de: 
I - transferência especial; ou 
II - transferência com finalidade definida. 
 
Os Estados, DF e Municípios não poderão aplicar os recursos recebidos para o pagamento 
de despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas e de 
encargos referentes ao serviço da dívida. 
Os recursos transferidos na forma do art. 166-A não integrarão a receita do Estado, do 
Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa 
com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado. 
Art. 166, § 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução 
da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, 
ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente 
federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente 
líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata 
o caput do art. 169. 
 
Na transferência especial, os recursos: 
 
1 Disponível em https://www.dizerodireito.com.br/2019/12/ec-1052019-autoriza-transferencia-de.html 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc100.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc100.htm#art1
https://www.dizerodireito.com.br/2019/12/ec-1052019-autoriza-transferencia-de.html
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• Serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado (Estado, DF ou Município), 
independentemente de celebração de convênio ou de instrumento congênere. 
Obs.: antes da EC 105/2019, era necessária a celebração do convênio ou outro instrumento, o que 
tornava mais burocrática essa transferência. Com a dispensa do convênio, os entes terão maior 
liberdade para definir o destino dessas verbas; 
• Pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e 
• Serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder 
Executivo do ente federado beneficiado. 
Destaca-se que pelo menos 70% das transferências especiais deverão ser aplicadas em 
despesas de capital (§ 5º). Despesas de capital são os gastos realizados pela Administração Pública 
com: 
• Investimentos; 
• Inversões financeiras e 
• Transferências de capital (art. 12 da Lei nº 4.320/64). 
Segundo o § 3º, o ente federado beneficiado da transferência especial poderá firmar 
contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da execução 
orçamentária na aplicação dos recursos. Essa hipótese será mais comum no caso de pequenos 
Municípios. 
Percentual mínimo de 60% das transferências especiais relativas ao ano de 2020 deverão 
ser executadas no 1º semestre, nos termos do art. 2º da EC 105/2019 
Art. 2º No primeiro semestre do exercício financeiro subsequente ao da 
publicação desta Emenda Constitucional, fica assegurada a transferência 
financeira em montante mínimo equivalente a 60% (sessenta por cento) dos 
recursos de que trata o inciso I do caput do art. 166-A da Constituição Federal. 
 
Segundo os parlamentares, o objetivo dessa previsão é “evitar que, num ano eleitoral, haja 
contingenciamento de tais recursos como forma de pressão político-partidária”. 
Na transferência com finalidade definida, os recursos serão: 
• Vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e 
• Aplicados nas áreas de competência constitucional da União. 
9. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 
 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
A realização de despesas com programas ou projetos somente é possível quando 
autorizadas por lei, sob pena de configuração de crime de responsabilidade. 
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O art. 167 da CF prevê vedações orçamentárias relacionadas ao princípio da legalidade. 
Vejamos: 
Art. 167. São vedados: 
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; 
Trata-se da LOA. 
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que 
excedam os créditos orçamentários ou adicionais; 
 
Salienta-se que os créditos orçamentários se dividem em: 
• Ordinários: são os comuns, no sentido de que todos os anos já são previstos. 
• Adicionais: suplementares (reforçam dotações insuficiente), especiais (para novas 
despesas não previstas); 
• Extraordinários: emergenciais, podendo ser objeto de medidas provisórias, conforme 
visto acima. . 
Observe o disposto no inciso V do art. 167 da CF, o qual foi utilizado como um dos 
fundamentos do impeachment de Dilma Rousseff, que, em tese, abriu créditos suplementares 
descumprindo a autorização legislativa existente. Isto porque na lei orçamentária de 2015 ficou 
autorizado a abertura de créditos suplementares, desde que compatíveis com a metas fiscais. 
Contudo, no entender dos parlamentares, a Presidente abriu créditos suplementares que eram 
incompatíveis com a meta fiscal pré-estabelecida. 
Art. 167, V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia 
autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; 
 PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE 
Observe os arts. 2º, 3º e 4º da Lei 4320/1964: 
Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de 
forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho 
do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e 
anualidade. 
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as 
de operações de crédito autorizadas em lei. 
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos 
órgãos do Governo e da administração centralizada (autarquias também 
fazem parte, leitura conforme CF), ou que, por intermédio deles se devam 
realizar, observado o disposto no art. 2º. 
 
Trata-se de princípio expresso na Lei 4.320/1964, segundo o qual a lei orçamentária deve 
conter todas as receitas, inclusive de operações de crédito (empréstimos) autorizadas em lei, bem 
como todas as despesas. 
Note que se relaciona com o princípio da legalidade. 
São exceções: 
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• Operações de crédito por antecipação de receita (operação iniciada e finalizada no 
mesmo ano) 
• Emissões de papel-moeda (pode público emitindo moeda e não recebendo receita) 
• Outras entradas compensatórias (recurso que entra no cofre público já marcado para 
sair), no ativo e passivo financeiros, como, por exemplo, depósitos e cauções. 
Salienta-se que não impede a cobrança de tributo não previsto no orçamento o fato de 
determinado tributo não estar previsto na lei orçamentária, não impede o Poder Público de cobrar 
esse tributo ao longo do exercício financeiro (não se aplica a anterioridade orçamentária) 
Sumula STF 66: É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado 
após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro. 
 
 PRINCÍPIO DA ANUALIDADE (PERIODICIDADE) 
O orçamento, basicamente, encontra-se previsto na lei orçamentária anual. Perceba, então, 
que a lei orçamentária se refere a determinado período de tempo. A dotação orçamentária é prevista 
na lei para que o gasto ocorra no exercício de sua aplicação. 
Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício 
financeiro poderá ser iniciadosem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem 
lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 
 PRINCÍPIO DA UNIDADE (TOTALIDADE) 
Em cada entidade federativa deve existir apenas um orçamento, a fim de evitar autorizações 
paralelas. 
Salienta-se que não é sinônimo de unidade documental, eis que a CF (art. 165, §5º) prevê 
suborçamentos (fiscal, investimento e seguridade social). 
CF, Art. 165,§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos 
e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas 
e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e 
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os 
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
 PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO 
Encontra-se no art. 6º da Lei 4320/1964, in verbis: 
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos 
seus totais, vedadas quaisquer deduções. 
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CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 26 
 
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra 
incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a 
transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber. 
 
O Estado deve discriminar todas as receitas e despesas sem deduções (não apenas os 
valores líquidos), o intuito é dar transparência a toda atividade financeira do Estado. 
Note que se relacionada com o princípio da universalidade. 
 PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE 
As leis orçamentárias, antigamente, tratavam de matérias diversas, não apenas sobre 
orçamento. Por isso, eram chamadas de orçamentos rabilongos e cauda orçamentária. 
Por isso, o art. 165, §8º da CF passou a prever que a lei orçamentária deve conter matéria 
exclusivamente orçamentárias: previsão de receita e autorizações de despesas, salvo quando se 
tratar de: 
• Abertura de crédito suplementares (autoriza ampliação de despesa); 
• Operações de crédito 
CF, art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho 
(contrabando legislativo) à previsão da receita e à fixação da despesa, não 
se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos 
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por 
antecipação de receita, nos termos da lei. 
 PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO OU DISCRIMINAÇÃO 
Previsto no art. 5º da Lei 4320/1964, in verbis: 
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a 
atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de 
terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 
20 (programas especiais de trabalho) e seu parágrafo único. 
 
A lei orçamentária deve especificar e detalhar de forma clara e transparente as dotações, a 
fim de facilitar seu entendimento e acompanhamento. 
Nesse sentindo, o art. 5º, §4º da LRF: 
LRF, art. 5º, § 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com 
finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada. 
 
Perceba, portanto que: 
• Não se admite dotações globais. 
• A dotação não pode ser ilimitada 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 27 
 
 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE ESTORNOS DE VERBAS 
Relaciona-se com o princípio da legalidade. Previsto no art. 167, VI, da CF: 
CF, Art. 167. São vedados: 
(...) 
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma 
categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia 
autorização legislativa. 
 
É proibido, de forma discricionária, remanejar, transferir ou alocar recursos de uma categoria 
de programação para outra sem prévia autorização do Poder Legislativo, salvo no caso de 
transferência de dotações entre as categorias da ciência, tecnologia e inovação (art. 167, §5º). 
. § 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de 
uma categoria de programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito 
das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de 
viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante 
ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa 
prevista no inciso VI deste artigo. 
 
Por conta da crise financeira dos Estados, os Tribunais de Justiça passaram a determinar o 
pagamento das verbas alimentares (salário do funcionalismo público), com o bloqueio das dotações 
orçamentárias, mitigando o princípio da proibição de estornos de verbas. 
Diante disso, o STF, na ADPF 405, afirmou que quando o recurso está escriturado para 
determinada despesa não cabe ao Poder Judiciário fazer o estorno de despesas. 
ADPF 405 - ”suspende-se os efeitos de todas as decisões judiciais do 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e do Tribunal Regional 
do Trabalho da 1ª Região (TRT1) que tenham determinado o arresto, o 
sequestro, o bloqueio, a penhora ou a liberação de valores das contas 
administradas pelo Estado do Rio de Janeiro, para atender a demandas 
relativas a pagamento de salários, a satisfação imediata de créditos de 
prestadores de serviços e tutelas provisórias definidoras de prioridades 
na aplicação de recursos públicos, (...) Exclusivamente nos casos em que 
estas determinações tenham recaído sobre recursos escriturados, com 
vinculação orçamentária específica ou vinculados a convênios e operações 
de crédito, valores de terceiros sob a administração do Poder Executivo e 
valores constitucionalmente destinados a municípios, devendo, ainda, ser 
devolvidos os recursos que ainda não tenham sido repassados aos 
beneficiários dessas decisões judiciais. A aparente usurpação de 
competências constitucionais reservadas ao Poder Executivo (exercer a 
direção da Administração) e ao Poder Legislativo (autorizar transposição, 
remanejamento ou transferência de recursos de uma categoria de 
programação para outra ou de um órgão para outro) sugere configurada, na 
hipótese, provável lesão aos arts. 2º (11); 84, II (12); e 167, VI e X, da Carta 
Política. (ADPF 405 MC/RJ) 
 PRINCÍPIO DA QUANTIFICAÇÃO 
. 
 
CS – DIREITO FINANCEIRO 2020.1 28 
 
O princípio da quantificação também se relaciona com o princípio da legalidade. 
Art. 167. São vedados: 
(...) 
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados. 
 PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO 
Prevista no art. 4º da LRF, in verbis: 
LRF, Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do 
art. 165 da Constituição e: 
I – disporá também sobre: 
a) equilíbrio entre receitas e despesas. 
 
As despesas devem ser compatíveis com as receitas, permitindo-se certo nível de 
endividamento. 
Diante do desiquilíbrio do orçamento, editou-se a EC 96/2016, chamada de novo regime 
fiscal ou de PEC do fim do mundo. 
Importante, aqui, lembrar da Regra de Ouro que limita as operações de créditos às despesas 
de capital, especialmente os investimentos. 
Art. 167. São vedados: 
(..) 
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das 
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos 
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder 
Legislativo por maioria absoluta; 
 PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO DAS RECEITAS 
Previsto no art. 167, IV da CF, aplica-se apenas aos impostos. 
Art. 167. São vedados: 
(...) 
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, 
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se 
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços 
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para 
realização de atividades da administração tributária, como determinado, 
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212

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