Buscar

Resumo 7 - Trematódeos

Prévia do material em texto

Natânia Garcia XXXIX 
 
Trematódeos 
Esquistossomose 
Organismo 
 Esquistossomose é uma infecção produzida por uma 
das três espécies de esquistossomo que podem 
infectar humanos no Brasil: Schistosoma 
haemotobium, Schistosoma japonicum e 
Schistosoma mansoni. 
 Eles são trematódeos que habitam vasos 
sanguíneos, principalmente o sistema porta. São 
um grupo de vermes chatos, o mesmo dos 
platelmintos. 
 São parasitas obrigatórios, sem vida livre. 
 O verme tem duas ventosas, a ventral, que ele usa 
para se grudar na parede do vaso, e as orais, por 
onde ele se alimenta de sangue. Não tem ânus, ele 
ingere o alimento, digere, e as excretas são liberadas 
na ventosa oral. 
 Macho é mais curto e mais largo, fêmea comprida e 
delgada. Macho formato de canoa, fêmea fica 
abrigada no canal ginecofórico. 
 Esquistossomose é dividida de acordo com o local 
em que os ovos são encontrados e com os sistemas 
que são afetados pelo parasita. São dois grupos: 
intestinal (é causada pelo schistosoma mansoni e 
japonicum, liberam os ovos e estes são liberados 
nas fezes dos humanos, habitam os vasos 
mesentéricos, dentro do vaso sanguíneo), e o 
schistosoma hematobium (ovos liberados na 
urina, o conjunto de vasos habitados é diferente). 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
Ciclo de vida 
 A transmissão ocorre por contato humano com água colonizada por caramujos, os 
hospedeiros intermediários. Água de lagos, córregos e riachos de baixo fluxo. 
 Os ovos são liberados nas fezes, e dentro do ovo tem uma forma larvária chamada 
miracídio, que é um organismo ciliado que infecta o caramujo. Liberado do ovo na 
água, ele nada e encontra o caramujo e penetra, dentro ele faz uma reprodução 
assexuada. Essa reprodução dentro do caramujo forma uma estrutura replicativa 
chamada de esporocisto. 
 Existe o esporocisto primário, que origina o secundário. Os secundários dão origem a 
1000-3000 cercáreas, que é uma forma precoce, larval, que tem cauda e cabeça. Ela é 
liberada do caramujo na superfície da água. 
 O caramujo infectado é pulmonado, ou seja, se ele não subir de tempos em tempos até a 
superfície para respirar, afoga. Quando ele sobe, as cercáreas escapam pela pele e caem 
na água, tendo um fototropismo positivo (gostam de permanecer perto da luz), ficando 
na superfície da água. 
 Quando um humano entra em contato com essa fonte de água, a cercárea invade a pele 
do humano, gruda na pele, se adere, e demora de 5 a 10 minutos para completar a 
invasão e cair no tecido conjuntivo. 
 Quando a cercárea entra na pele, ela perde a cauda. Fica só a cabeça, e é chamada de 
esquitossômulo. 
 Ocorre então uma mudança no fototropismo: se aprofunda no tecido, vai para regiões 
escuras. Invade a corrente sanguínea e é levado ao pulmão. 
 Tem um pequeno período de maturação nos capilares pulmonares, mas não sai dos vasos 
sanguíneos. Se solta dos vasos sanguíneos do pulmão e é carregado pela corrente 
sanguínea, se instalando no plexo mesentérico (vasos do intestino que drenam para a 
veia porta, que leva para o fígado). 
 O plexo é a residência permanente, nele o parasita se transforma em adulto e os 
machos e fêmeas formam casais. Posteriormente é iniciada a produção de ovos. 
o O casal se forma na corrente sanguínea e permanece unido por toda a vida. 
 Os ovos que são depositados pelo schistosoma tem dois destinos: ou ele se adere e 
gruda na parede do vaso, causa uma reação inflamatória, e com essa reação o ovo é 
expulso pela mucosa pra dentro da luz do intestino, ou ele segue na corrente 
sanguínea, entra na veia porta e se instala no fígado. 
o Se ele for para o fígado, o miracídeo (larva dentro do ovo) morre e desencadeia uma 
resposta inflamatória crônica contra o ovo, o granuloma. 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
 Miracídio: 
o Viável por até 12 horas. 
o Epitélio ciliado, deslocamento. 
o Possui na papila apical enzimas responsáveis pela invasão ao molusco (tropismo). 
 Cercárea: 
o Tem 8 horas para invadir o hospedeiro definitivo (viável por 24/36 horas). 
o 3 a 4 semanas entre a penetração do miracídio e a 
produção de cercarias maduras. 
o Glândulas pré-acetabulares. 
 Esquitossômulo: 
o Perda da cauda e mudança no fototropismo. 
o Esquistossômulo no tecido subcutâneo (3 a 6 horas), e são levados para coração e 
pulmões, além de outros órgãos via sanguínea. 
o Somente os que chegam ao sistema porta hepático (3 semanas depois) amadurecem. 
o Amadurecidos, os esquistossomos migram, contra a corrente, para ramos terminais 
das veias mesentéricas, onde ocorre a postura. 
o Os ovos são depositados nos 
vasos de pequeno calibre, e em 6 
dias o miracídio se desenvolve 
dentro do ovo. Se permanecer 
nos tecidos morre em 21 dias. 
o O miracídio secreta substâncias 
tóxicas e antigênicas e ao se 
desintegrar há uma aceleração da 
liberação dessas substâncias. 
Epidemiologia 
 Ocorre com frequência em comunidades com saneamento precário, na qual alguns de seus 
membros estão infectados. 
 Estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair a 
doença. Os estados das regiões Nordeste e Sudeste são os mais afetados sendo que a 
ocorrência está diretamente ligada à presença dos moluscos transmissores. 
 Atualmente, a doença é detectada em todas as regiões do país. As áreas endêmicas e focais 
abrangem 19 Unidades Federadas: AL, BA, PE, RN, PB, SE, ES, MG, sendo que Alagoas, 
Sergipe, norte de Minas e Bahia são os estados mais afetados. 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
 No PA, MA, SP, PI, CE, RJ, SC, PR, RS, GO e DF a transmissão é focal, não atingindo 
grandes áreas. 
 Perfil de óbito: homens mais velhos, etilistas, portadores de hepatite B, pessoas que já tem 
danos prévios ao fígado. Dificilmente ocorre óbito na fase aguda. 
Hospedeiro intermediário 
 Espécies: 
o Biomphalaria glabrata - Regiões Nordeste e Sudeste, Goiás e Paraná 
o Biomphalaria straminea - Região Nordeste 
o Biomphalaria tenagophila - Região Sul 
 São encontrados na água doce, preferindo remansos dos córregos e valas, onde há 
pouca água e é pequena a correnteza. 
 Alimentação: material orgânico, algas e restos de folhas. 
 Se adaptam aos reservatórios de pedra ou cimento, se forem presentes algas unicelulares. 
 A concha dele é plana, parece um chifre de carneiro. É vermelho, porque tem 
hemoglobina. Comum em aquários. 
 É prejudicial aos moluscos a poluição abundante, mas apesar de as populações de caramujos 
diminuírem rapidamente, os poucos moluscos sobreviventes conseguem repovoar a coleção 
hídrica bem rápido. 
Fisiopatologia 
 Esquistossomose aguda: 
o Dermatite cercareana (autolimitada). 
o Causa disenteria pois o adulto precisa romper os vasos para sair nas fezes, causando 
lesão. 
o Febre de Katayama ou fase aguda sintomática. 
o Raramente mata. 
 Esquistossomose crônica: 
o Lesões teciduais causadas por embolismo. 
o Reações Granulomatosas: quando o ovo vai para o fígado, em vez de sair pelas 
fezes, o miracídeo (larva dentro do ovo) morre e desencadeia uma resposta 
inflamatória crônica contra o ovo, o granuloma. 
 Granuloma é uma resposta inflamatória crônica que nosso corpo gera contra 
corpos estranhos, pois os macrófagos não conseguem fagocitar os ovos 
grandes, então se organizam ao redor dele em células epitelioides. 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
 Ele desorganiza a circulação de sangue, e bloqueia a circulação hepática. 
o Fibrose: lesões irreversíveis formadas quando os granulomas são resolvidos. 
 Importante observar que a fibrose é desencadeada na presença de 
deficiências nutricionais ou Infecções por HBV, HCV. 
 Ovoposição: 
o Fase pré-postural: 10 a 35 dias após infecção. Vai desde assintomática ou 
inaparente a sintomas como mal estar, febre, tosse, hepatite aguda. 
 A tosse ocorre, pois, nesta fase o agente se encontra no pulmão. 
o Fase aguda: 50 a 120 dias após a infecção. Disseminação de ovos, provocando a 
formação de granulomas,caracterizando a forma toxêmica. 
Quadro clínico 
ESQUISTOSSOMOSE AGUDA 
 A maioria das pessoas são diagnosticadas de maneira espontânea, pois as queixas não são 
muito específicas (febre, diarreia, dor abdominal). 
 Diarreia, disenteria e cólica abdominal. 
 Broncopneumonia. 
 Dermatite cercariana: 
o No momento em que as cercáreas 
invadem a pele, causam uma reação 
pruriginosa e pápulas, onde cada uma é 
uma cercárea (lagoa da coceira). 
o Prurido, eritema e pequenas pápulas com possível presença de edema e dor. Ocorre 
especialmente durante infecção por S. mansoni/japonicum. 
o Manifesta-se 2-3 dias após a invasão. 
 Febre de Katayama: 
o Caracterizada por febre, linfadenopatia, anorexia, dor abdominal e cefaléia. 
o Paciente pode apresentar, em menor frequência, diarréia, náuseas, vômitos, tosse 
seca. 
o Eosinofilia marcada, possível hepatoesplenomegalia. 
o Desenvolve 2-10 semanas após o contato com as cercárias, mesmo antes da 
ovoposição. Ocorre ação toxêmica dos parasitas, deposição de complexos imunes. 
o Usualmente autolimitada, de reversão espontânea em até 3 semanas. 
 As provas de função hepática (fosfatase alcalina, gama glutamil transferase e 
transaminases) encontram-se levemente elevadas no soro como regra geral. 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
 Os sintomas e sinais clínicos podem persistir por mais de 90 dias e a doença 
enquadrar-se na definição de febre de origem indeterminada. Há, geralmente, remissão 
espontânea do quadro clínico nos casos não tratados. 
 A eosinofilia marcada (>1000 cels/mm³) sugere o diagnóstico. O ultrassom do abdômen 
mostra hepatoesplenomegalia inespecífica e a presença de linfonodos periportais sugestivos. 
 O número de ovos nas fezes é baixo, o que dificulta o diagnóstico. 
 Esquistossomose aguda grave: 
o Tosse seca, urticária, edema facial, febre, diarreia mucosanguinolenta, dor 
abdominal, hepatomegalia ou esplenomegalia. 
 
ESQUISTOSSOMOSE CRÔNICA 
 A doença começa a se cronificar a partir dos seis meses após a infecção, podendo 
evoluir por muitos anos. 
 As manifestações clínicas variam, a depender da localização do parasito e da 
intensidade da carga parasitária, podendo apresentar as formas hepatointestinal, 
hepática, hepatoesplênica compensada e hepatoesplênica descompensada, além de 
alterações mais raras (forma neurológica, forma pulmonar). 
FORMA HEPATOINTESTINAL: 
 A maioria é benigna. Diagnosticada de maneira esporádica. 
 Caracteriza-se pela presença de diarreias e epigastralgia. Paciente apresenta fígado 
palpável, com nodulações que, nas fases mais avançadas correspondem a áreas de fibrose 
decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de Symmers. 
 Fadiga, dor abdominal e diarreia esporádica são sintomas sem especificidade. 
 Anemia cuja explicação não pode ser encontrada, as vezes difícil de ser atribuída à 
esquistossomose, pode ter causa na perda sanguínea discreta ou mesmo disenteria, que 
se torna mais frequente com o avanço da infecção, alternando-se com prisão de ventre. 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
 Ausência de hipertensão portal. 
 Em geral, nesta forma da doença as pessoas não apresentam sintomas e o diagnóstico 
torna-se acidental, quando o médico se depara com a presença de ovos viáveis de S. 
mansoni no exame de fezes rotineiro. 
FORMA HEPÁTICA: 
 No início: fígado aumentado e endurado e doloroso a palpação, com granulomas 
(fibrose com lobulações). 
 Fibrose periportal (Symmers, ao redor dos ramos da veia porta do fígado) extensa: 
obstrução dos ramos intrahepáticos da veia porta. Hipertensão portal ainda não está 
presente (próxima fase). 
 Também causa disenteria e diarreia com a deposição de ovos. 
FORMA HEPATOESPLÊNICA: 
 A forma hepática se diferencia da forma hepatoesplênica pois a segunda tem envolvimento 
do baço. O baço aumenta devido a diminuição da circulação da veia esplênica. Os ovos 
continuam circulando, o que causa uma resposta do baço. 
 A principal marca da forma hepatoesplênica é a hipertensão portal, onde o sangue não 
consegue retornar pela veia porta, e ela fica estagnada. 
 O sangue tenta, então, encontrar o caminho de menor resistência (shunts) e forma 
varizes. Com a evolução da doença a veia porta não consegue drenar a mesma 
quantidade de sangue de antes. 
 Forma compensada: 
o Ocorre quando o parênquima hepático consegue manter suas funções normais. 
o Não apresenta sinais de falência hepática (elevação da amônia, da BT), e nem sinais 
como a ascite. Não observamos hipoalbuminemia. 
 Forma descompensada: 
o Sinais principais: ascite, icterícia, aranhas vasculares, mal estado geral, 
hipoalbuminemia. 
o Ocorre em associação a outros fatores: homens, hepatite viral, alcoolismo. 
o Os danos sistêmicos causados por esse parasita não são resolvidos. 
o O fígado é menor na descompensada, por causa de fibrose hepática. 
 Na compensada e na descompensada há hipertensão portal e formação de shunts. 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
 A principal causa de óbito nas duas formas é hemorragia. Elas geram varizes esofágicas, 
onde o sangue não consegue voltar pela porta então encontra outro caminho pelas veias 
esofágicas, o volume é muito grande e elas estouram por diversos motivos (parede fraca). 
o Pode ter hemorragia digestivo alta ou baixa, na alta a pessoa vomita sangue. 
o Pode acontecer o rompimento da veia porta, que costuma dar hemorragia fatal. 
 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
 
OUTRAS FORMAS CRÔNICAS (MAIS RARAS): 
 Forma pulmonar: 
o Está baseada em embolização para a circulação pulmonar, o que vai causar 
formação de granulomas nos capilares do pulmão. Ovos são recolhidos pela veia 
cava e direcionados ao pulmão, entupindo esses capilares, levando ao aumento da 
pressão da circulação pulmonar. 
o Cerca de 10% dos pacientes com hipertensão portal apresentam também hipertensão 
pulmonar; nesses casos, as cirurgias que se baseiam no desvio de sangue do sistema 
portal estão contraindicadas. 
o Cor pulmonale. 
o Abaulamento do arco médio (dilatação tronco a. pulmonar). 
o Cianose e baqueteamento raros, indicativos de doença continuada. 
 Forma neurológica: 
o A mielite transversa é inexplicavelmente rara na forma hepatoesplênica, e comum 
na forma intestinal e na fase aguda. 
o O diagnóstico correto depende de manter alto nível de suspeição clínica para 
esquistossomose em qualquer paciente com sintomas ou sinais de compressão 
da medula espinhal. 
 Comprometimento renal: 
o Urina em cor de coca cola. Ocorrência de dano glomerular por causa dos ovos 
de esquistossomo. 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
 Forma pseudoneoplásica: 
o A esquistossomose pode provocar tumores que parecem neoplasias e, ainda, 
apresentarem doença linfoproliferativa (causada pela estimulação da proliferação 
dos linfócitos exagerada). Se assemelha ao linfoma. 
INFECÇÕES ASSOCIADAS À ESQUISTOSSOMOSE 
 Bactérias Salmonella, que invadem a mucosa, caem na corrente sanguínea e causam uma 
infecção. Elas se associam ao schistosoma e permanecem na corrente sanguínea. 
 Acomete, preferencialmente, jovens entre 10 e 30 anos. 
 Os pacientes queixam-se de fadiga, perda de peso e febre. 
 O tratamento com antibióticos não resolve o quadro, havendo necessidade de 
tratamento da esquistossomose. 
Diagnóstico 
 Parasitológico: exame de fezes. 
o Kato-Katz: quantitativo (OPG). Fezes sem conservantes. É mais sensível. 
o Lutz (sedimentação espontânea). 
 Biópsia retal (em caso de parasitológico de fezes negativo, busca de ovos). 
 Biópsia hepática (pouco indicado, exceto em formas graves). 
 Imunológico: 
o Intradermorreação: não indica tratamento. 
o ELISA de captura (analisa no sangue a presença de antígenos e anticorpos): direto, 
hemaglutinação, imunofluorescência. Se faz quando a pessoa tem sinais e sintomas 
da doença, mas o EPF volta negativo. 
 ATENÇÃO: os diagnósticos imunológicos indiretos não devem indicar o tratamento 
exclusivamente (cicatrizimunológica). O tratamento deve ser iniciado devido a 
indicação da clínica ou HPP ou a identificação direta dos ovos. 
 Eosinofilia elevada. 
 Ultrassonografia de abdome, indicando fibrose de Symmers (periportal). 
 Endoscopia digestiva alta. 
Tratamento 
 Apenas contra o parasita. O comprometimento dos órgãos deve ser tratado em separado. 
 Praziquantel: 50 mg/kg de peso do paciente, dose única, por via oral. 
o Crianças: 60 mg/kg de peso, dose única, por via oral. 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
 Oxamiquine: 20 mg/kg de peso do paciente, dose única, por via oral. 
o Crianças com menos de 30 kg, 20 mg/kg de peso, em duas doses de 10 mg/kg, com 
intervalo de 4 a 6 horas. 
 Nos pacientes com esquistossomose aguda grave, o tratamento deve ser iniciado com 
a prednisona (1mg/kg de peso/dia). O paciente recebe o esquistossomicida 
(oxamniquina++ ou praziquantel--) 24 a 48 horas depois. Na semana seguinte, a dose 
de corticosteroides é reduzida para 0,5 mg/kg de peso/dia e para 0,25 mg/kg de peso 
na terceira semana. 
 A cura somente é declarada após 4 meses do tratamento. A ausência de ovos antes desse 
período não indica a cura, uma vez que a ovoposição pode ser apenas interrompida. 
 Resposta imunoprotetora – IgE (menor resposta em crianças, o que explica a reinfecção). 
 Para avaliar a cura parasitológica, devem ser realizados três exames de fezes no quarto 
mês após o tratamento. 
 A biópsia retal negativa para ovos vivos entre o quarto e o sexto mês após o tratamento 
também se revela confiável na confirmação da cura parasitológica. 
 
Fasciolose 
Organismo 
 Fasciola hepática. 
 3cm de comprimento, apresenta uma 
ventosa oral e logo abaixo uma ventral. 
 Hermafrodita. 
 Parasito de canais biliares de ovinos, 
bovinos, suínos e do homem 
(eventualmente). 
 Causa obstrução dos canais biliares. 
 Natânia Garcia XXXIX 
 
Epidemiologia 
 Brasil: RS, SC, PR, SP, RJ, ES, MG, MT. 
 Áreas úmidas, alagadiças ou sujeitas inundações periódicas; 
Ciclo de vida 
 Ovos > Miracídeo > Esporocisto > Rédias > Cercárias > Metacercárias. 
 A contaminação acontece com a ingestão de metacercáreas incistadas. 
 Vaca infectada defeca, libera os ovos, que eclodem em regiões alagadas. 
 O caramujo nessas regiões serve de hospedeiro intermediário, libera as cercáreas. Elas não 
invadem a pele, mas se grudam na superfície de plantas e formam cistos, estruturas 
lipoproteicas com a cercárea dentro. 
 Animais herbívoros comem a planta, ingerem a metacercárea, e dentro do hospedeiro 
esse organismo rompe o cisto no duodeno, penetram na mucosa intestinal, invadem a 
cavidade peritoneal perfurando o peritônio visceral do fígado, migram e se instalam 
nos ductos biliares já adultos. 
 Se alimentam de sangue, e após 8 semanas da infecção realizam a ovoposição. 
 Humanos se contaminam no caso de vegetais produzidos nessas regiões alagadas, como 
agrião ou arroz. 
Hospedeiro intermediário 
 Lymnaea sp. 
Diagnóstico 
 Depende da história do paciente, pois as manifestações clínicas não são patognomônicas. 
 Sintomas de obstrução de ducto biliar. 
 Cirrose biliar apenas em graves infecções ou indivíduos imunossuprimidos. 
 Tomografia pode auxiliar no diagnóstico. 
 Usualmente depende da identificação laboratorial dos ovos cerca de 2 semanas após a 
infecção. 
 
http://www.ittiofauna.org/webmuseum/invertebrati/gasteropodi/pg_03_big.htm

Continue navegando