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Primeiro Socorros II 01 - Conceituar Suporte Básico de Vida (SBV) e sua importância O Suporte Básico de Vida (SBV) é um protocolo de atendimento no qual se estabelecem o reconhecimento e a realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) com o objetivo de manter a vítima de parada cardiorrespiratória (PCR) viva até a chegada de uma unidade de transporte especializada. No Brasil, seguimos os protocolos estabelecidos pela AHA: American Heart Association → 02 - Reconhecer uma Parada Cardiorrespiratória (PCR); É a parada súbita da respiração, ou seja, a parada dos movimentos de inspiração e expiração de ar. Com isso, há falta de oxigênio nos tecidos do corpo, principalmente em órgãos vitais, que necessitam de maior quantidade de oxigênio, como o coração e o cérebro. Como identificar uma PCR no adulto→ Diante de uma pessoa caída no chão, deve-se confirmar a PCR por 3 passos: - Ausência de responsividade Toque no paciente e fale em voz alta “Você está bem?” ‘’Senhor, você está bem?’’ - Apneia ou respiração agônica ( Gasping ) Verifique se a pessoa está respirando. Movimentos respiratórios assincrônicos não efetivos ( gasping), caracterizado por altas amplitudes de curta duração com períodos de apneias subsequentes também são indicadores de PCR - Ausência de pulso Verifique o pulso carotídeo, a ausência dele é indicadora de PCR. identificar uma PCR na criança e no lactente → - Checar a responsividade: Em lactentes, bater na região plantar de um dos pés do bebê por três vezes. Em crianças, chamar e tocar nos ombros por três vezes. - Apneia ou respiração agônica ( Gasping): Verifique se a criança ou lactente está respirando - Ausência de pulso: Verifique o pulso braquial em lactentes e carotídeo em crianças por, no mínimo, 5 e máximo de 10 segundos, a ausência de pulso é indicativo de PCR. Se a frequência do pulso for menor que 60 bpm e houver sinais de má perfusão também é um indicativo de PCR. 03 - Descrever a cadeia de sobrevivência extra hospitalar, segundo a AHA CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA: É composta por 6 elos, cada um deles representa um passo essencial para ajudar uma vítima em PCR. 04 - Discutir as etapas do SBV → SBV NO ADULTO: (Mnemônico CAB) C: compressões A: abertura das vias aéreas B: Boa ventilação C: compressões - Fique lado da vítima e mantenha seus joelhos afastados um do outro, para que tenha melhor estabilidade. - Afaste ou corte a roupa da vítima para deixar o tórax desnudo - Coloque a região hipotenar de uma mão sobre a metade inferior do esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a. - Estenda os braços e os mantenha cerca de 90º acima da vítima. - Comprima na frequência de 100 a 120 compressões/ minuto. - Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 cm (evitando compressões com profundidade maior que 6 cm). - Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, evitando apoiar-se no tórax da vítima. Os aspectos principais a serem observados nas compressões são frequência, profundidade, retorno do tórax a cada compressão e interrupção mínima. A: abertura das vias aéreas - As ventilações são aplicadas após 30 compressões torácicas durante a RCP; - Para uma ventilação efetiva, deve-se antes abrir as vias áreas. - Pode-se utilizar as manobras que aprendemos em Primeiros Socorros 1 B: Boa ventilação - Devem ser realizadas em uma proporção de 30 compressões para duas ventilações, com duração de apenas 1 segundo cada, fornecendo quantidade de ar suficiente para promover a elevação do tórax. C: compressões em lactentes - Traçar uma linha imaginária entre os mamilos e colocar dois dedos logo abaixo da linha intermamilar; - Com dois socorristas: envolver o tórax e sustentar as costas com os dedos de ambas as mãos, utilizando os polegares lado a lado, para realizar as compressões torácicas no terço inferior do esterno, evitando o apêndice xifoide. Os polegares podem se sobrepor em bebês muito pequenos. Em crianças (compressões) Em crianças, usar uma ou duas mãos, no terço inferior do esterno, evitando-se o apêndice xifoide. - A profundidade de compressão é de um terço do diâmetro anteroposterior ou aproximadamente 4 cm em lactentes e 5 cm em crianças. A: abertura das vias aéreas - Pode-se utilizar as manobras que aprendemos em Primeiros Socorros 1 B: Boa ventilação - 30 compressões e duas ventilações com um socorrista, ou 15 compressões e duas ventilações com dois socorristas. LEIGOS EM RCP - Leigos sem treinamento - Leigos com treinamento em compressões -. Leigos com treinamento em compressões/ventilações SOZINHO X EM EQUIPE Se houver mais de um socorrista, as funções de compressão e ventilação podem ser divididas; ❑ Orientar apenas compressões Orientar compressões e ventilações Alterne as funções de compressão e ventilação a cada 2 minutos, a fim de manter a qualidade da RCP.❑ 05 - Compreender o uso do desfibrilador externo automático (DEA) e os ritmos de uma PCR O DEA é um equipamento portátil, capaz de interpretar o ritmo cardíaco, selecionar o nível de energia e carregar automaticamente, cabendo ao operador apenas pressionar o botão de choque, quando indicado. RITMOS DA PARADA CARDÍACA: Fibrilação Ventricular, Taquicardia Ventricular, Atividade Elétrica Sem Pulso (Aesp), Assistolia. • Fibrilação Ventricular: - Neste ritmo o coração assume um ritmo EXTREMAMENTE ACELERADO de origem ventricular porém DESORGANIZADO. - As frequências cardíaca costumam ser superiores a 250 bpm. - Apesar do coração também estar em movimento o bombeamento não ocorre. • Taquicardia Ventricular - Neste ritmo o coração assume um ritmo EXTREMAMENTE ACELERADO de origem ventricular porém ORGANIZADO. - Apesar de o coração estar em movimento o bombeamento não ocorre. • Atividade Elétrica Sem Pulso (Aesp), - O ritmo da atividade elétrica pode estar totalmente normal, porém por algum outro motivo (hipovolemia por exemplo) o coração não está bombeando o sangue. - Por isso, apesar de PARECER ser um ritmo com pulso...não é! • Assistolia - Caracteriza um ritmo de PCR no qual não existe atividade elétrica. - Neste caso o coração não apresenta movimentação. Função do choque: PARAR O CORAÇÃO, ou seja, ZERAR a atividade elétrica anteriormente DESORGANIZADA. DEA:equipamento 1. Posicionar ao lado da cabeça da vítima (ligar) 2. Colar as pás no tórax da vítima: Onde? Hemitórax superior na linha hemiclavicular média ao lado do esterno (não colocar acima do esterno) e inferior próximo a linha axilar média. 3. Encaixar o conector das pás Situações Especiais para Uso do DEA - Tórax peludo: os pelos dificultam a adesão das pás no tórax e consequentemente a análise do ritmo. Por esse motivo, os pelos que se encontram no local onde as pás devem ser coladas precisam ser removidos. - Tórax molhado: O tórax molhado também dificulta a adesão das pás no tórax e consequentemente a análise do ritmo. Por esse motivo o tórax precisa ser enxugado antes de colocar as pás - Uso de marca-passo: As pás do DEA não podem ser coladas no local do marca-passo que pode ser facilmente percebido no subcutâneo. As pás devem ser coladas a alguns centímetro do marca-passo e preservando o princípio que o coração deve permanecer entre as pás. - Emplastro medicamentoso: Emplastros localizados no local onde as pás deverão ser coladas, deverão ser removidos e a cola residual removida. - Crianças e lactentes: Em crianças e lactentes devemos preferencialmente utilizar pás pediátricas com atenuador de cargas. Na ausência de pás pediátricas, pás de adultos poderão ser utilizadas sendo eventualmente necessário colocar uma das pás no centro no tórax e a segunda na região inter-escapular. 06 - Conceituar obstrução parcial e total de vias aéreas superiores Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcialmente o trânsito de ar ambiente até os alvéolos pulmonares. Podem ser classificadas em: Leve (parcial) Ainda existe troca de ar entre os pulmões e o meio externo, ou seja, apesar do desconforto os ✓ alvéoloscontinuam sendo oxigenados. Constitui uma urgência✓ Grave (total) Não existe troca de ar ou oxigenação dos alvéolos, ou seja, funcionalmente o paciente se encontra em✓ parada respiratória. Constitui uma emergência que necessita de intervenção imediata. Quando não revertida, a falta de ✓ oxigenação cerebral leva o paciente inicialmente à inconsciência e posteriormente a uma parada cardiorrespiratória. Adultos e Crianças Obstrução Parcial → O principal sinal será a tosse do paciente que constitui um mecanismo de defesa que busca expulsar o❑ corpo estranho. Neste caso a conduta correta por parte do socorrista é de estimular a tosse até que o corpo ❑ estranho seja expelido Adultos e Crianças Obstrução Total → Neste caso o paciente se encontra em parada respiratória devido à obstrução total e fará muito ❑ provavelmente o “Sinal Universal da Asfixia” levando ambas as mãos ao pescoço. A conduta a ser realizada pelo socorrista é a Manobra de Heimlich.❑ Lactentes Obstrução Parcial → Com tosse- o socorrista deve observar o lactente na espera de uma expulsão do corpo estranho pela própria tosse. Tosse (fraca), sem tosse ou sinais de hipóxia- devemos considerar as manobras para desobstrução Lactentes Obstrução Total → O “Sinal Universal Da Asfixia” estará ausente em lactentes mesmo que estejam em obstrução total ❑ das vias aéreas. Por esse motivo, o socorrista deve estar atento às situações que indiquem uma intervenção ativa. ❑ Manobra das 5 tapotagens / 5 compressões. 07 - Descrever os procedimentos de desobstrução de vias aéreas oferecidas a diferentes vítimas Manobra de Heimlich: Compressões abdominais na região entre a cicatriz umbilical e apêndice xifoide. Objetivo: provocar uma “tosse artificial’ através do deslocamento manual e rápido das❑ vísceras abominais em direção ao diafragma e às bases pulmonares. Desta forma, os pulmões serão comprimidos abruptamente de baixo para cima provando❑ assim a “tosse artificial” na tentativa de expelir o corpo estranho Executar a manobra de Heimlich Posicionar-se por trás do paciente com seus braços à altura da crista ilíaca;❑ Posicionar uma das mãos fechada, com a face do polegar encostada na parede abdominal, entre ❑ apêndice xifóide e a cicatriz umbilical; Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em movimentos rápidos, ❑ direcionados para dentro e pra cima (em J); Repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se não responsivo. ❑ Obs.: em pacientes obesos e gestantes no último trimestre, realize as compressões sobre o esterno (linha intermamilar) e não sobre o abdome. Adultos e Crianças Situações Especiais → Inconsciência→ Quando adultos, crianças e lactentes evoluem para inconsciência após uma OVACE, entramos com o protocolo para atendimento de vítimas de OVACE inconscientes. Neste caso, o passo a passo para adultos, crianças e lactentes será o mesmo: Inconsciência Passo 1: Posicionar o paciente com cuidado em decúbito dorsal Passo 2: Pedir ajuda (192+DEA) Passo 3: 30 compressões torácicas Decúbito dorsalgravidas crianças Obesos Monobra das 5 tapotagens/ 5 compressões 08- Compreender as condutas diante do afogamento Afogamento: Aspiração de líquido não corporal por submersão (abaixo da superfície do líquido) ou imersão (água na face)”. PRESENCIEI UM AFOGAMENTO: E AGORA? 1. Avalie a segurança da cena; Reconheça o afogamento e ligue para 193. 2. Forneça flutuação: Ofereça ao afogado algum material de flutuação como boias ou outro objeto improvisado; 3. Remova da agua, se for seguro Tente ajuda sem entrar totalmente na água, jogando cordas, varas, entre outros. O socorrista, se seguro, pode entrar na água para retirar a vítima. É importante que leve material de flutuação. (Na ocorrência de parada respiratória, mas ainda na presença de pulso, a realização de cinco a dez ventilações ainda dentro d’água aumenta as chances de sucesso do salvamento. De modo geral, as compressões torácicas não devem ser realizadas dentro d’água.) 4. Já em terra, aplique o SBV: RCP em afogamentos. A PCR no caso do afogamento tem natureza hipóxia, assim as compressões e ventilações também são → indicada. Aplicar MNEMÔNICO ABC fora da água. Fora d’agua, a modalidade de “só compressões” cardíacas (hands only), embora possa ser alternativa → para o socorrista leigo, tem menor impacto no cenário do afogamento. O DEA pode ser usado após secar o tórax da vítima, mas lembrar que a PCR por causa respiratória → ocorre predominantemente em ritmo não chocável, exceto quando a FV acontece como consequência evolutiva ou quando o afogamento é desencadeado por comorbidade clínica.
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