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Metodologias Ativas Para Educar

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O que são as Metodologias Ativas?
Aprender é natural para o ser humano! Porém, somente informações não são suficientes para promover a aprendizagem e mudanças de comportamento nas pessoas. A escola é um fator determinante para uma participação integrada e efetiva na vida em sociedade. Embora imprescindíveis, as informações em si, teriam quando apenas retidas ou memorizadas, um componente de reprodução, de manutenção do já existente (Berbel, 2011).
 
Um dos pontos mais importantes para o Professor de Educação Física é o fator metodológico - o como ensinar, que se concretiza com eficácia com base no conhecimento, nas habilidades e atitudes, fruto das competências adquiridas pelos professores na formação inicial e contínua.
Metodologias Ativas são processos interativos de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais ou coletivas, com a finalidade de encontrar soluções para um problema identificado (BASTOS, 2006; MELO & ANA, 2012). Os objetivos se apresentam na promoção da autonomia dos alunos, trabalho em equipe e comunicação, tomada de decisões e liderança, resolução de problemas e criatividade, gestão do tempo e recursos. São formas inovadoras de educar, que estimulam a aprendizagem e a participação do aluno em sala de aula, fazendo com que ele utilize todas as suas dimensões sensório/motor, afetivo/emocional e mental/cognitiva. (NASCIMENTO E COUTINHO, 2016, p. 136).
O professor atua como facilitador ou orientador para que o estudante pesquise, reflita e decida o que fazer para atingir os objetivos de aprendizado estabelecidos, ou seja, “desenvolver o processo de aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades essenciais da prática social, em diferentes contextos” (BERBEL, 2011, p.29). 
 
SAIBA MAIS
Metodologias Ativas na Educação
Como as Metodologias Ativas estão inseridas entre as teorias de aprendizagem?
No campo das teorias da aprendizagem, as Metodologias Ativas inserem-se no contexto do Interacionismo: “A existência de um conteúdo potencialmente significativo e a adoção de uma atitude favorável para a aprendizagem, ou seja, a postura própria do aluno que permite estabelecer associações entre os elementos novos e aqueles já presentes na sua estrutura cognitiva” (COLL, 2000 apud MITRE, 2008, p. 2136).
 
Entre as principais teorias de aprendizagem, encontramos a aprendizagem pela interação social, propagada por Lev Vygotsky (1896-1934); a aprendizagem pela experiência, de John Dewey (1859-1952); a aprendizagem significativa de David Ausubel (1918-2008); e perspectiva de autonomia (Paulo Freire, 1921-1997). 
(Figura 1) Os princípios das Metodologias Ativas articulados com as correntes teóricas.
Fonte: Diesel, Baldez e Martins (2017)
Quais os princípios que guiam as Metodologias Ativas?
Segundo uma concepção definida por Diesel, Baldez e Martins (2017), alguns princípios regem as Metodologias Ativas:
Aluno como centro do processo de ensino e aprendizagem: em um contexto de mundo repleto de desafios e influenciado pelas tecnologias. Essa conexão ocorre em diversos espaços modificando e definindo comportamentos. Os conteúdos aplicados aos alunos perdem a característica de transmissão e passa a ser apresentado de forma ativa, colocando-os em posição de destaque, não mais recebendo, e sim, interagindo e construindo o seu próprio o conhecimento; 
Autonomia: fator primordial para a aprendizagem significativa. O aluno, ao assumir atitude crítica e reflexiva diante da tomada de decisões, consegue fazer análise e apresentar soluções diante dos problemas que surgem durante as atividades. Para Berbel (2011), o papel do professor é fundamental para o desenvolvimento da autonomia ao prover recursos motivacionais, oferece explicações concebíveis, determina com clareza a atividade, utiliza linguagem informacional, respeita o ritmo de aprendizagem dos alunos;
Reflexão:  postura mental que leva à análise de fatos e comportamentos pela capacidade de interagir de forma crítica em situações problema. O aluno ao refletir sobre as situações apresentadas interage com seus colegas e motiva o diálogo com o professor em busca das soluções, indagando com base em experiência vivida anteriormente ou identificando possibilidade de agir sobre o novo;
Problematização da realidade: o professor problematiza os conteúdos despertando a curiosidade e o desejo de aprender dos alunos. É necessário que o professor conheça a realidade local, de modo a promover aprendizagens que sejam articuladas com a vida, imprimindo significado ao que ensina. Dessa forma, os alunos conseguirão correlacionar o conhecimento adquirido com a utilidade em seu cotidiano, pela construção de situações de ensino que aproximem de forma crítica e reflexiva, o aluno de sua realidade. O papel do professor no processo de interação é o de instigar e orientar os alunos para a busca da resolução dos problemas reais ou simulados em uma aula. Em situações problema o aluno é levado a ouvir, observar, perguntar e comparar, não ocorrendo a situação comum de transmissão do conhecimento;
Trabalho em equipe: incluído entre as cinco habilidades essenciais ao mundo do trabalho. Esse tipo de organização para o desenvolvimento da aprendizagem possibilita aos alunos a troca de experiências, ideias, discussões e percepções sobre o conhecimento envolvido. O respeito ao pensar divergente amplia o potencial criativo dos alunos possibilitando o surgimento de ideias inovadoras.
Inovação: nas Metodologias Ativas a inovação é palavra em destaque. A transcendência ao tradicional dá lugar à renovação das estratégias e técnicas de ensino, utilizando uma multiplicidade de ferramentas para que se alcance o objetivo desejado. O professor deve ampliar as exigências, não permitindo soluções comuns para os desafios apresentados aos alunos. Estes devem ser alimentados de motivação e criatividade, reinventando formas de aprender.
Professor - mediador, facilitador, ativador:  aqui requer especial atenção para que se entendam esses adjetivos como comportamentos de ensino. Estes devem ser protagonizados por um professor com o compromisso ético com a aprendizagem dos alunos, um conhecimento robusto sobre a metodologia a ser utilizada e sobre o conteúdo que pretende desenvolver nas aulas. O professor é sabedor de suas responsabilidades para que o êxito seja alcançado. Para isso, deverá estar preparado para a tarefa de ensinar, qualificando e atualizando os conhecimentos, mobilizando os alunos ao pensar de forma certa. O professor que opta pelo método ativo, não transfere o conhecimento ao outro de forma passiva, ele é o principal responsável pelo impacto do que ensina dentro do processo interativo. Para tal feito, deverá ser um motivador, provocador, desafiador dos seus alunos, ao mesmo tempo em que oferece as condições para que o aprendizado seja construído, refletido, compreendido com autonomia. 
 
 
SAIBA MAIS
Quando ocorrem as Metodologias Ativas?
As Metodologias Ativas ocorrem quando o aluno interage com o assunto proposto por meio de questionamentos, discussões e esclarecendo dúvidas, construindo seu próprio conhecimento. Nas experiências práticas os alunos são estimulados a ouvir, perguntar, discutir, criar, modificar, experimentar, ensinar uns aos outros e cooperar.
Na aprendizagem ativa o professor apenas orienta os alunos, facilitando o processo de aprendizagem, fazendo com que o aluno busque outros meios de adquirir informações não só as obtendo por intermédio do professor (NASCIMENTO E COUTINHO, 2016).
 
Nos processos interativos ou de impacto no ensino e aprendizagem, os alunos não se comportam de forma passiva em razão das concepções pedagógicas transmissivas,  onde o professor como fonte primária assume papel central sobre o  conhecimento a ser desenvolvido. De outro
modo, os alunos se apresentam como protagonistas e corresponsáveis por sua aprendizagem,
(PINTO et al., 2012, p.78).
Existe a valorização da experimentação na aplicação dos conteúdos, diminuindo a transmissãovia professor e outros recursos dirigidos, entendido o ensino como processos de interações professor/aluno, aluno/aluno, aluno/matéria, criando conexões infindáveis para a formação autônoma dos alunos. 
 
As concepções pedagógicas que condicionam a conduta devem ser evitadas em nome do desenvolvimento da autonomia, pelo fato de o processo quando iniciado, apresentar os objetivos comportamentais definidos e esperados, cabendo ao professor conduzir os alunos (BORDENAVE E PEREIRA, 2004).
 
As Metodologias Ativas vêm com a missão de mudar essa rotina, porque todo o conhecimento deve ser fixado na memória e a única maneira para que isso ocorra é praticando (GAMA, 2015).
 
 
Como acontece o ensino com as Metodologias Ativas?
No ensino pelas Metodologias Ativas os professores utilizam a problematização como estratégia de ensino/aprendizagem, com o objetivo de alcançar e motivar o aluno, pois diante do problema, ele se detém, examina, reflete, relaciona à sua história e passa a ressignificar suas descobertas (MITRI ET AL, 2008).  Esses aspectos podem levar o aluno ao contato com as informações e à produção do conhecimento, principalmente, com a finalidade de solucionar os impasses e promover o seu próprio desenvolvimento, criando compromisso e envolvimento ativo em seu processo de formação.
 
Os alunos passam a perceber como suas as demandas para a realização das tarefas apresentadas pelo professor, contribuindo para o fomento da motivação intrínseca associada à autonomia que se relaciona com:
 
Rápido processamento das informações;
Tomada de decisões criativas;
Desenvolvimento da resiliência;
Opção pela experimentação e desafios;
Aumento da incidência de resultados positivos;
Os professores utilizam a interação com os alunos para a melhoria da qualidade motivacional. Esta aproximação facilita a identificação pessoal com o desenvolvimento dos conteúdos, ampliando as possibilidades de valorização das atividades propostas e a internalização das exigências com necessidade de empenho por parte dos alunos. 
 
Esses objetivos perseguidos pelos professores devem levar em consideração a realidade local, sem deixar de lado as metas de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, possibilitando a necessária conexão do que é aprendido na escola e a formação de uma cidadania ativa (CATUNDA E MARQUES, 2017).
Na problematização, os alunos partem de uma realidade e retornam a ela transformados pela experiência vivida. Essas ações contribuem para que os alunos valorizem os novos conhecimentos, na medida em que conseguem aplicar em suas atividades cotidianas. Quando pensamos na Educação Física, o aluno se torna capaz de realizar escolhas saudáveis, e tomar decisões favoráveis ao desenvolvimento e manutenção, quando adulto, de um estilo de vida ativo, utilizando as aprendizagens da cultura de movimento para o lazer ou para o esporte de rendimento. 
Desse modo, a escolha das técnicas e estratégias de ensino deve levar em consideração a utilização de formatos criativos, dinâmicos e reflexivos, concretizados didaticamente por ação problematizadora.
 
Do mesmo modo, é importante considerar os princípios como a identificação da realidade local ou campo de experiência e a experimentação por meio de exercícios em grupos, debates, oficinas, dramatizações, estudo do meio, jogos, circuitos e percursos.
 
 
Estes aspectos podem favorecer a compreensão futura das cinco principais habilidades exigidas no mundo do trabalho, publicadas pelo The Economist Group: 
resolução de problemas; 
trabalho em equipe; 
comunicação; 
pensamento crítico; 
criatividade. 
É importante também no ensino da Educação Física, que ao possibilitar aos mais jovens a incorporação de comportamentos e escolhas saudáveis, que o acompanharão em todo percurso de vida, seja estimulada uma maior capacidade para tomada de decisões, criatividade, trabalho em grupo, visão crítico reflexiva e uso das diversas linguagens. Nesse sentido, as metodologias utilizadas são fundamentais para o êxito em aprendizagens significativas, aquelas que estabelecem relações diretas com a vida, visto que, 
(UNESCO, 2015).
 
SAIBA MAIS
	
Metodologias Ativas – entrevista José Moran
Quais as características de professores que utilizam as Metodologias Ativas?
As Metodologias Ativas combinam com professores que:
· São eficazes e criativos;
· Demonstram conhecimentos e vasto repertório sobre técnicas e estratégias de ensino;
· Mantém o foco nos objetivos que determina para as aulas;
· São intrinsicamente mobilizados para a proposição de desafios a serem superados pelos aprendizes;
· Estão atentos como agente de facilitação dos processos de aprendizagem, aos tempos diferenciados para aprender dos alunos pertencentes a um mesmo grupo;
· Percebe o aluno com suas legítimas necessidades, interesses, preferências e ritmo de aprendizagem, criando diversas oportunidades de participação para todos o tempo todo e propondo níveis diversificados de êxito nas tarefas.
 
SAIBA MAIS
Metodologias Ativas X Métodos tradicionais de ensino-aprendizagem
A aprendizagem ativa ocorre intencionalmente pela problematização, ancorada na pedagogia crítica, valorizando o aprender a aprender. Nas situações problema propostas pelo professor, são determinados previamente os conhecimentos que os alunos deverão ter para cada situação apresentada, sendo o tema criador de um problema, que será discutido pelos alunos em grupo. 
 
Os alunos desencadeiam uma busca por soluções por meio das interações que o trabalho em grupo proporciona. Como protagonista central, o aluno é corresponsável por sua aprendizagem, cabendo ao professor a orientação e moderação das experiências relacionadas ao processo de aprendizagem.
A Metodologia da Problematização é utilizada em situações nas quais os temas estejam relacionados com a vida em sociedade, tendo como referência o Método do Arco de Charles Maguerez por Bordenave e Pereira (1991). 
 
 
Segundo os autores, a educação problematizadora parte das seguintes ideias: 
 
1 uma pessoa só conhece bem algo quando o transforma, transformando-se também no processo; 
 
2 a solução de um problema implica na participação ativa e no diálogo constante entre alunos e professores. A aprendizagem é concebida como a resposta natural do aluno ao desafio de uma situação problema; 
 
3 na aprendizagem o aluno passa de uma visão global do problema a uma visão analítica, chegando a uma síntese provisória, que equivale à compreensão. Desta apreensão nascem as hipóteses para as soluções viáveis que se converte em atividade transformadora da realidade.
 
Bordenave e Pereira (1991)
Quais os benefícios e desafios quando utilizamos as Metodologias Ativas?
O trabalho dos professores com o uso das Metodologias Ativas oferece benefícios à aprendizagem, por ultrapassar modelos inadequados de ensino identificados como ineficientes, quando nos confrontamos com a formação de jovens no século XXI, que definitivamente não se encaixa em modelos ultrapassados oferecidos por vezes nas escolas. Estudos de Paranhos e Mendes (2016) identificaram os principais benefícios:
Rompimento com o modelo tradicional; 
Desenvolvimento da autonomia do aluno; 
Exercício do trabalho em equipe; 
Integração entre teoria e prática; 
Desenvolvimento de visão crítica da realidade e; 
Uso de avaliação formativa. 
Dentre os benefícios apresentados por Paiva et al. (2016), o desenvolvimento da autonomia dos alunos é o mais citado. Para uma educação problematizadora, o desenvolvimento da autonomia é questão central no processo de aprendizagem por meio das Metodologias Ativas, compreendendo a autonomia a serviço da libertação. A integração entre teoria e prática produz a aprendizagem significativa. A relação com a realidade facilita a fixação dos conteúdos, uma vez que ganham significado e força, o que promove o desenvolvimento do pensamento crítico (CARRARO ET AL. 2016). A revisão apresentou ainda os principais desafios no uso das Metodologias Ativas como: 
Mudança do sistema tradicional de educação; 
Dificuldade quanto à formação profissionaldo educador;
Dificuldade de contemplar os conhecimentos essenciais e;
Dificuldade para articular a parceria com outros profissionais no campo de atuação.
A ideia de aprendizagem por meio da problematização transforma os processos de conhecimento dos alunos, impulsionando o saber significativo, pelo fato de se tornarem alunos-autores do seu próprio processo de educação, o que abre caminhos para a aprendizagem significativa, quando os aprendizes conseguem correlacionar o aprendido e a aplicação do conhecimento na vida. 
 
Esse movimento de resolução de problemas exige a participação de professores e alunos de forma ativa durante todo o processo, cujo resultado é, de fato, construído e a aprendizagem mostra-se significativa para os alunos (BERBEL, 2011).
 
SAIBA MAIS
Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)
Tipos de Metodologias Ativas
As melhores possibilidades para a Educação Física, como veremos no próximo módulo, são a Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), a Aprendizagem Baseada em Times (TBL) e os Métodos de Caso. 
 
Esses exemplos se associam a outras estratégias também identificadas com as Metodologias Ativas, a depender da forma como são dinamizadas, como: trabalho em grupos, oficinas, dramatizações, apresentação de filmes e vídeos, exposições dialogadas, trabalhos de campo e socialização das experiências, júri simulado, avaliação oral, mapa conceitual, entre outros.
Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)
O processo se inicia com a identificação de um problema a ser resolvido coletivamente. O professor como responsável pelo processo interativo deverá mobilizar os alunos para a identificação do problema tema da aula, ou ser o propositor. Para dar início ao ensino pelas Metodologias Ativas, faz-se necessário o diagnóstico e a experimentação constante, para que os alunos compreendam os objetivos, percebam que sua participação é essencial ao êxito da aprendizagem, que estes são protagonistas e que o nível pessoal de envolvimento em sua aprendizagem determina o êxito. 
A expressão “aprender a aprender” se concretiza quando os alunos se tornam capazes de refletir 
na procura de explicações que justifiquem o problema proposto nas diversas situações de contexto, e agir com eficácia na tomada de decisões para a resolução. Espera-se com a prática, que os alunos desenvolvam habilidades para a resolução de problemas. Nesta estratégia, os conteúdos são trabalhados e reconstruídos, respeitando o tempo para compreensão e valorizando a capacidade de ação individual, também pelo fato da necessária adaptação que cada um precisará para participar ativamente do processo de ensino aprendizagem de forma coletiva, exercitando a autoaprendizagem.
Abaixo estão algumas características da ABP, segundo Hung et al. (2008):
· É centrada no aluno;
· Os alunos, em grupos de cinco a oito, começam a aprender, abordando simulações do problema não estruturado. 
· O conteúdo e as habilidades a serem aprendidas são organizados em torno de problemas, e não como uma lista hierárquica de tópicos, havendo uma relação recíproca entre o conhecimento e o problema: a construção do conhecimento é estimulada pelo problema e aplicada de volta para o problema;
· É autodirigida, de modo que os alunos assumem a responsabilidade individual e colaborativa para gerar questões e processos de aprendizagem pela auto avaliação e avaliação por pares e avaliação de seus próprios materiais de aprendizagem. Estudantes coletam informações e dividem seu aprendizado com o grupo;
· É auto reflexivo, de tal forma que os alunos monitoram sua compreensão e aprendem a ajustar as estratégias para a aprendizagem;
· Professores são facilitadores (não disseminadores de conhecimento), que apoiam e modelam os processos de raciocínio, facilitam processos grupais e dinâmicas interpessoais, sondam o conhecimento dos alunos e nunca inserem conteúdo ou fornecem respostas diretas às perguntas;
· No final do período de aprendizado (geralmente uma semana), os estudantes resumem e integram seus aprendizados.
 
Aprendizagem Baseada em Times (ABT)
 
A Aprendizagem Baseada em Times se dá com a formação de grupos que ficarão fixos pelo tempo que o professor determinar, sendo imprescindível, pelo menos, até o final do conteúdo ou módulo ensinado. Serão utilizados inicialmente os conceitos do conteúdo ou tema que se pretende abordar em unidades, com vistas à tomada de decisão, que se dá na interação entre os participantes de cada grupo. Como o método ativo exige “movimento”, os alunos praticam reiteradas vezes os conceitos na intencionalidade de resolução de problemas. A ABT visa promover o desenvolvimento de equipes de aprendizagem de alto desempenho e fornecer a estas equipes oportunidades para se envolver em tarefas de aprendizagem significativas (Michaelsen e Sweet, 2008).
 
Para Farland et al. (2013), os temas a serem trabalhados em um módulo requerem atenção a três etapas, sendo todo o processo passível de avaliação:
· Preparo: consiste no preparo prévio pelo estudante de uma tarefa proposta pelo professor fora da sala de aula. 
· Garantia do Preparo: é realizada em sala de aula inicialmente por meio de teste individual e, posteriormente, é feito em equipe, com feedback, possibilidade de apelação pelos alunos (quando estes sentirem dúvida na avaliação do professor) e uma breve apresentação do professor.
· Aplicação dos Conceitos: execução de várias tarefas em equipe propostas pelo professor, envolvendo resolução de problemas e tomadas de decisão, seguidas por sua apresentação e feedback.
 
SAIBA MAIS
Métodos de Caso
O Método de Caso (metodologia de aprendizagem) - não confundir com estudo de caso (metodologia de pesquisa) - se caracteriza pela apresentação de um caso repleto de dilemas, em forma de texto, a ser resolvido pelos alunos. No texto não são apresentadas todas as informações necessárias à tomada de decisões, despertando curiosidade e a necessária investigação e avaliação partindo dos dados disponibilizados no texto. O aluno é o centro do processo e das descobertas. O professor como mediador deverá, na preparação ou escolha do texto, antes de entregar aos alunos, retirar as informações que facilitem resolver o dilema. O aluno deverá buscar as respostas de forma autoral, enquanto o professor vai naturalmente propondo caminhos, jamais entregando a resolução. O texto levará a discussões e debates ao ser lido por todos os alunos.
O professor criará estratégia para que todos os alunos se posicionem sobre o dilema expressando seus pontos de vista. Mayer (2012), ao descrever a estrutura clássica do método de caso, indica que esta deverá conter um dilema central e um protagonista, procurando promover a identificação dos alunos com a situação apresentada, onde esse aluno ao discutir com os colegas promove o surgimento de ideias, favorecendo o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao julgamento e à tomada de decisão.
São três as etapas a cumprir para o desenvolvimento do método:
· Preparação individual, onde o aluno realiza a leitura, estuda com base nas teorias indicadas pelo professor se capacitando para as discussões posteriores; 
· Debate em grupo, possibilitando comparações nas reflexões e respostas. Como os grupos são formados com base na heterogeneidade possível, as possibilidades de se chegar a diferentes resultados, análises e conclusões serão ampliadas; 
· Discussão em sala, onde os alunos se responsabilizam em defender seus posicionamentos e conclusões. O professor conduz essa etapa apresentado seus questionamentos. 
 
ASSISTA
Assista este vídeo com o Professor Ricardo Catunda, no qual ele faz varias observações sobre as Metodologias Ativas 
E para concluir...
O desafio maior para a utilização de Metodologias Ativas se concentra na “inversão” da sala de aula. Transformar os alunos de receptores a fornecedores de informações geradoras de conhecimento, protagonizando a própria aprendizagem, será certamente meta a ser seguida pelos professores.
 
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) criou os Objetivos de DesenvolvimentoSustentável, que definem as dezessete áreas de crescimento até 2030, com resultados mensuráveis. A Educação de Qualidade é a quarta meta. A projeção para a educação de qualidade requer melhorias em diversos setores, entre eles mudanças no processo de ensino e aprendizagem. Para atingirmos a meta, os professores precisam se certificar de que os alunos desenvolveram habilidades para conviver com novos e desconhecidos desafios. Hoje, as escolas deveriam preparar os estudantes para mudanças econômicas e sociais que ocorrem a uma velocidade nunca vista antes, para empregos que ainda não foram criados, para usar tecnologias que ainda não foram inventadas e para resolver problemas que nós nem sabemos se surgirão (CHARLES, MAYA E BERNIE, 2015).
 
As novas gerações precisam adquirir conhecimentos, aprender as 
habilidades necessárias para aplicar o conhecimento e atitude para refletir sobre o conhecimento, demonstrando autonomia pelas habilidades aprendidas adequadamente, produzindo competências que lhes permitirão o enfrentamento ativo dos desafios. As Metodologias Ativas promovem situações geradoras de competências no exercício contínuo do pensar e do agir sobre o pensar. Essas ações são motivadas por um conjunto de experiências práticas onde o aluno é confrontado com situações problema, que requerem rápida e consciente tomada de decisão.
 
Pensar a educação no século XXI é considerar o abandono da transmissão e reprodução de conhecimentos. Os mais jovens “não cabem” em uma sala de aula desinteressante, onde o aprender é obrigatório e movido por aulas aborrecidas. Em Platão (427-347 a.C.) já encontrávamos o caminho, quando afirmava: “Para que um homem tenha êxito na vida, Deus lhe concedeu dois recursos: educação e atividade física. Não separadamente, uma para alma e outro para o corpo, mas para estarem juntos. Com estes dois recursos, o homem pode alcançar a perfeição”. Os professores de posse desta premissa passariam a investir na qualificação contínua e progressiva em Metodologias Ativas para compreensão dessa “nova” conexão. 
Com as Metodologias Ativas, o professor poderá proporcionar aulas vivas, atraentes, manter alunos concentrados na tarefa, promover o engajamento, permanecer com o foco nos objetivos definidos e ser capaz de avaliar níveis elevados de aprendizagem. Os processos interativos promovidos com aulas ativas estarão contribuindo para a educação formadora de uma geração capaz de se inserir em um mundo ávido por seres criativos, que pense de forma crítica e reflexiva não reativa, que saiba se comunicar e que trabalhe em grupo de forma colaborativa.
RELEMBRANDO
Parabéns!
Você chegou ao final do Módulo 1 - O que são as Metodologias Ativas?  Como funcionam?
Neste módulo você viu:
1. O que são as Metodologias Ativas
2. Como as Metodologias Ativas estão inseridas entre as teorias de aprendizagem
3. Quais são os princípios que guiam as Metodologias Ativas
4. Quando ocorrem as Metodologias Ativas
5. Como acontece o ensino com as Metodologias Ativas
6. Quais as características de professores que utilizam as Metodologias Ativas
7. Metodologias Ativas X Métodos tradicionais de ensino-aprendizagem
8. Quais os benefícios e desafios quando utilizamos as Metodologias Ativas
9. Tipos de Metodologias Ativas
Como utilizamos as Metodologias Ativas nas aulas de Educação Física?
 OBJETIVOS DO MÓDULO
Módulo 2
 
Como utilizamos as Metodologias Ativas nas aulas de Educação Física?              
Compreender a aplicação das Metodologias Ativas no ensino da Educação Física. Dinamizar o ensino, abordando elementos capazes de transformar a aprendizagem em experiências ativas. Os “Jogos Modificados” e os “Estilos de ensino”.
O que o Professor de Educação Física precisa conhecer?
O desafio aos professores para a utilização das Metodologias Ativas no ensino da Educação Física passa inicialmente por [...] superar a abordagem mecanicista, fragmentada, competitiva e hegemônica para uma abordagem sistêmica, holística, cooperadora e integradora (GEMIGNANI, 2012). Pensar na possibilidade de dinamizar o ensino, abordando elementos capazes de transformar a aprendizagem em experiências ativas, requer que tenhamos atenção para a abordagem dos elementos constantes no contexto da aula.
Para que aconteça a aprendizagem por meio das Metodologias Ativas na Educação Física, o professor deverá apresentar grande conhecimento sobre estratégias, técnicas e estilos de ensino identificados na literatura. A fundamentação teórica e aplicação prática possibilitará o alcance dos objetivos para cada aula a ser desenvolvida. O desafio que assumimos ao propor Metodologias Ativas na Educação Física escolar, passa pela harmonização e escolha adequada de estratégias, estilos de ensino, conjugando o Ensino Híbrido na Aprendizagem por Resolução de Problemas e Sala de Aula Invertida. O objetivo é desenvolver aprendizagem significativa, onde o aluno é o centro e o professor o orientador dos processos interativos.
Será difícil promover um ensino de qualidade caso permaneçam comportamentos e episódios que se distanciam do que os jovens esperam ao participarem de uma experiência educativa na Educação Física. As atividades devem ser desafiadoras, críticas e problematizadas, motivantes e lúdicas, com possibilidade de inclusão e sucesso para todos. Além disso, é possível propor trabalho em grupos criativos – que possam traçar trilhas personalizadas para sua aprendizagem, que gerem condições de escolha, e que promovam avanços na aquisição de capacidades para usufruir de uma cultura para o movimento ao longo da vida.
O que os alunos precisam desenvolver como resultado de sua passagem pela Educação Física na Educação Básica? 
Espera-se que adquiram conhecimentos sobre as atividades físicas e esportivas, além de habilidades motoras e socioemocionais para a aplicação dos conhecimentos em seu estilo de vida. Para isso, é preciso que esses conhecimentos sejam adquiridos por meio das experiências práticas e desenvolvam as habilidades capazes de gerar atitudes que concretizem a aprendizagem por competências.
A Educação Física, por suas características motrizes, agindo também sobre os aspectos afetivo e social, influencia o desenvolvimento de multinteligências, como por exemplo, a inteligência corporal, a inteligência emocional e a inteligência social. Desse modo, uma disciplina com essas características é muito importante para a formação da cidadania ativa.
Algumas perguntas que os professores devem se fazer para orientar seu processo ensino-aprendizagem:
No que refere aos objetivos de aprendizagem, o que é necessário que os alunos aprendam? 
O que os alunos aprenderam com a Educação Física ao longo do ciclo da Educação Básica? 
Sobre a aplicação dos conteúdos, os alunos estão aprendendo o que é esperado? 
Como professores, apresentamos atividades compatíveis com o nível dos alunos e harmonizadas com os objetivos que pretendemos alcançar?
Como “produto final”, a Educação Física deverá garantir que um jovem tenha uma boa literacia física ao concluir o ensino médio:
As Metodologias Ativas e a BNCC
Para atender às novas demandas sobre os direitos de aprendizagens constantes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), fundamentaremos as metodologias no desenvolvimento de habilidades e competências para a participação autônoma nas atividades físicas e esportivas.
 
As características da Educação Física no ambiente escolar possibilitam um processo interativo capaz de conceder aos professores informações para a utilização de estratégias diversificadas para o cumprimento dos objetivos. Assim, caberá ao professor a identificação e escolha, com base nas necessidades e características dos alunos, do modelo que apresenta melhores condições de atender às exigências para a execução da aula com alunos ativos e autônomos.
A escola precisa ser uma novidade em constante recriação. Vislumbramos a possibilidade dos professores aceitarem o desafio de tornar suas aulas uma experiência prazerosa, ativa e consciente aos alunos. Se pensarmos na configuração social atual, ondenos confrontamos com o problema global do sedentarismo, inabilidade motora, obesidade, lazer passivo e hábitos alimentares não saudáveis, torna-se razoável inferir que a Educação Física na escola é um meio eficaz para que os jovens possam assumir comportamentos e atitudes positivas, para a promoção da saúde na perspectiva do bem-estar e vida saudável. 
 
Assim, ao adquirir conhecimentos sobre o valor educativo das atividades físicas, espera-se que conscientemente os alunos desenvolvam autonomia para o uso das atividades físicas ao longo da vida. Para que a Educação Física tenha condições de contribuir com esses objetivos, certamente as metodologias aplicadas pelos professores deverão responder a seguinte questão: Os alunos conseguem perceber competência e eficácia, demonstrando confiança para a realização das tarefas a eles destinadas? Com isso, esperamos dar a resposta esperada à sociedade, capacitando os jovens para que rompam com o panorama atual de baixos níveis de participação nas atividades físicas e esportivas, deixando claro os objetivos que justifiquem a Educação Física na escola para a comunidade escolar.
Quais as possibilidades de intervenção das Metodologias Ativas na Educação Física?
Quando pensamos em apresentação de conteúdos na Educação Física, logo vislumbramos uma quadra ou espaço livre. A isto chamamos sala de aula e, como tal, deverá ser espaço criativo e imaginativo, desafiando os jovens para uma aprendizagem significativa. E quando ocorrer necessidade de exploração de conteúdos teóricos? Como agir? Qual a melhor metodologia? Quais estratégias utilizar e como avaliar?
 
As aulas teóricas podem estabelecer momentos interativos de grande valia aos professores e alunos, desde que não se transforme em momento aborrecido, de imobilidade, transmissão e pouca participação. Por vezes é negado qualquer valor a este tipo de aula, sendo mesmo perda do tempo que poderia ser utilizado para os alunos aprenderem conteúdos importantes para suas vidas.
Historicamente as aulas em “sala” tem sido objeto de discussão entre os professores. Identificar que o problema não está no fato de uma aula ter o aspecto teórico, mas sim, na forma como a aula é realizada, já será um primeiro e definitivo passo para mudar.
 
Os jovens do século XXI não aceitam mais serem submetidos a um modelo uniforme de aprendizagem. Combinar harmonicamente atividades e informações de contexto contribui para que os alunos experimentem formas diversas de tomarem decisões autorais, exercitando o pensamento divergente para criatividade. Os alunos precisam de uma aprendizagem realizada em multiespaços, com metodologias inovadoras, atividades desafiantes que apresentem problemas a serem resolvidos por trilhas diversas, e que, por meio de uma aprendizagem ativa, lhes possibilite e respeite o seu tempo de aprender. Essas interações serão organizadas preferencialmente em grupos de trabalho, onde o professor assume o papel de supervisor e moderador da aprendizagem.
 
ASSISTA
Assista o vídeo com o professor Ricardo Catunda mostrando como os Professores de Educação Física alcançam os objetivos de aprendizagem pelas Metodologias Ativas.
Desenvolvendo conteúdos em sala de aula ativa
Caso a opção do professor seja a utilização da sala de aula convencional, é preciso que interfira inicialmente no modelo como esta se organiza. Verifique se a disposição de carteiras e materiais pedagógicos não impede o seu transito entre os alunos. A sala tem que inspirar movimento e deverá oferecer espaços para formação e apresentação de grupos. Não descarte espaços fora de sala para que os alunos sintam a liberdade para buscar novos conhecimentos. Assim, o pátio, bosque, jardim e a própria quadra, são espaços para interações professor-aluno, aluno-aluno e aluno-matéria.
Compreendemos que a tecnologia mediada pelo professor, com sua intencionalidade, aproxima e integra o mundo físico e o digital, podendo fazer diferença e produzir ganhos na aprendizagem dos alunos. Optamos por não desconsiderar tal realidade e decidimos que utilizaremos isto a nosso favor.
 
Hoje é possível que as escolas, inclusive públicas, disponibilizem banda larga para conexão dos alunos por dispositivo móvel (smartphone, tablet, notebook). Caso não seja possível, identifique para a formação dos grupos de trabalho, os alunos que possuem smartphones com plano para uso da internet, localizando-os estrategicamente, de modo que em cada grupo formado, haja alunos com acesso a informações por meio virtual. Vivemos em uma sociedade conectada, com informações geradas em tempo real, o que poderá chamar a atenção dos jovens para a dispersão.
O Ensino Híbrido
Defendemos que o modelo de Ensino Híbrido é uma alternativa eficaz para o desenvolvimento da aprendizagem, por conjugar diversas metodologias, espaços e meios de ensinar. O híbrido significa misturado, e é isto que propomos: uma mescla de metodologias e estratégias a animar uma aula e a promover aprendizagens, combinando um modelo de ensino e aprendizagem presencial e ensino on-line. Para Bacich e Moran (2015) a educação sempre foi misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos. Agora, esse processo com a mobilidade e a conectividade é muito mais perceptível, amplo e profundo – trata-se de um ecossistema mais aberto e criativo. Ainda segundo os autores, [...] Aprendemos através de processos organizados, junto com processos abertos, informais. Aprendemos quando estamos com um professor e aprendemos sozinhos, com colegas, com desconhecidos. Aprendemos intencionalmente e aprendemos espontaneamente.
 
SAIBA MAIS
Rotação por Estações de Aprendizagem e Sala de Aula Invertida
O modelo de Rotação no ensino híbrido oferece exemplos de como podemos aplicar/adaptar as aulas de Educação Física. Experimentaremos a Rotação por Estações de Aprendizagem e Sala de Aula Invertida, sendo a primeira para Andrade e Souza (2016), o oferecimento aos alunos de passagem por diversos pontos de aprendizagem, pré-determinados pelo professor com base no conteúdo a ser explorado. Na aplicação, o professor organiza o espaço de aula em estações fixas e com atividades específicas, sendo uma delas para aprendizagem on-line. Os alunos deverão cumprir com as tarefas oferecidas (no próximo capítulo apresentaremos exemplos de práticas) dentro do tempo destinado para os pontos, considerando que todos terão o mesmo tempo para experimentação das diversas experiências. Na figura 1 poderá ser visualizado como se desenvolve a Rotação por Estações.
Figura 1. Rotação por Estações de Aprendizagem
 
SAIBA MAIS
Rotação por Estações de Aprendizagem
Como uma subdivisão do modelo de Rotação, a estratégia de ensino por Sala de Aula Invertida muda o paradigma do ensino presencial, proporcionando ao aluno o acesso antecipado do conteúdo - impresso ou on-line, oportunizando melhores condições para que os aprendizes discutam com os professores e colegas em sala. A Sala de Aula Invertida (Valente, 2014), passa a ser o local para trabalhar os conteúdos já estudados, realizando atividades práticas como resolução de problemas e projetos, discussão em grupo, laboratórios. 
A sala de aula se transforma então em espaço rico e dinâmico de aprendizagem por meio de interações presenciais, já que o aluno passa a ter um tempo anterior para estudo. Para Moran (2018), com o desenvolvimento do domínio básico de leitura e escrita no ensino fundamental, todo o processo poderá ser invertido: os alunos podem fazer pesquisas sobre as informações básicas de um problema para se familiarizar com o assunto, tendo como ponto de partida os conhecimentos prévios e ampliando com as referências indicadas pelo professor. O aluno passa a ter um conhecimento a compartilhar com colegas e com o professor, com participação em dinâmicas de grupo, projetos, discussões e sínteses em momentos posteriores.
 
 
Na sala de aula invertida o aluno tem controle sobre o seu tempo de estudo, sendo possível conferir a ele autonomia e senso de responsabilidade sobre sua própria aprendizagem.O tempo de aprendizagem é respeitado de forma individual, tendo o aluno a possibilidade de decidir em que ordem acessar os materiais, rever o conteúdo se necessário, anotar suas dúvidas e proceder à pesquisa. O conhecimento básico fica a cargo do aluno, sob supervisão do professor, enquanto que o aprofundamento tem ação direta do professor e do grupo.
 
Para o diagnóstico sobre níveis de aprendizagem, o professor poderá questionar os alunos oralmente ou proceder a uma avaliação por intermédio de questões a serem respondidas. Na figura 2 você poderá ampliar sua compreensão sobre a sala de aula invertida.
Figura 2. Sala de Aula Invertida
Estilos de Ensino 
Para consecução dos objetivos da aula de Educação Física, utilizaremos conjuntamente às Metodologias Ativas os Estilos de Ensino. De acordo com Mosston e Ashworth (2008), um estilo de ensino é um plano para fornecer informações, garantir oportunidades de prática, e transmitir feedback, para a compreensão e aquisição de conceitos por parte dos alunos, em uma área específica. Trata de uma espécie de guia para o processo de ensino-aprendizagem, que amplia com o passar do tempo a visão do professor sobre as ações a realizar quando se encontra em processo de ensino. 
Essas ações ampliam a capacidade do professor para relacionar as intenções de aprendizagem (objetivos pedagógicos), as experiências de aprendizagem dos alunos (aprendizagem) e os comportamentos de ensino do professor (ensino) – é o que afirmam Gomes, Martins e Carreiro da Costa (2017). A congruência entre os objetivos, a atividade do aluno e a atividade do professor é conhecida por unidade pedagógica (figura 3).
 
Figura 3. Unidade pedagógica.
A organização de uma unidade pedagógica se ampara no que pensa o professor sobre a sua prática pedagógica.  Isso ocorre quando levanta questões sobre os objetivos da aprendizagem, ao identificar o que é necessário que o aluno aprenda; quando monitora as atividades realizadas pelos alunos, constatando se ocorre a aprendizagem esperada; e quando avalia sua própria ação como professor, analisando a coerência entre tarefa adequada aos alunos e a coerência com os objetivos a serem alcançados
 
Gomes, Martins e Carreiro da Costa (2017) apresentam orientações para a construção da unidade pedagógica na ilustração abaixo.
O professor deve questionar:
Estilos de ensino divergentes ou de produção
Para as experiências práticas de ensino e aprendizagem na Educação Física escolar, optamos pelos modelos definidos na estrutura concebida por Mosston e Ashworth (2008), dentro do grupo de estilos de ensino divergentes ou de produção. O critério foi a aproximação das características dos estilos de ensino com as Metodologias Ativas, onde encontramos nos estilos de ensino: 
Inclusivo: inclusão de todos os alunos, o aluno escolhe a atividade em função do seu nível de desempenho, o aluno decide sobre o nível de êxito quando desempenha uma tarefa comum a todos, desenvolve consciência da relação entre aspirações e capacidades reais (percepção de competência);
Descoberta Guiada: o aluno escolhe e ensaia várias soluções para o problema colocado, promove a capacidade de raciocínio na elaboração de respostas, promove a consciência de que o aluno é capaz de descobrir uma solução para um problema;
Descoberta Divergente: o aluno é envolvido numa atividade de produção de novas opções no tratamento de um tema, promove a capacidade de raciocínio na elaboração de respostas, promove a atividade de exploração colocando novas questões.
Quais os princípios que guiam as Metodologias Ativas?
Segundo uma concepção definida por Diesel, Baldez e Martins (2017), alguns princípios regem as Metodologias Ativas:
Estilo inclusivo 
 
Neste estilo são propostos para a mesma tarefa, vários níveis de dificuldade, com o propósito de incluir todos os alunos na atividade. Os alunos se diferenciam no máximo das suas capacidades, considerando o nível apropriado de aprendizagem. O professor apresenta a atividade, o aluno faz uma autoavaliação e escolhe o nível de execução adequado às suas capacidades, desenvolvendo a consciência da relação entre aspirações e capacidades reais. Na fase pré-interativa, o professor é quem toma as decisões (e.g. vários níveis de exigência na tarefa: peso, número de repetições, altura e distância do alvo, velocidade de execução). Na fase interativa, o professor explica os critérios para a escolha das atividades. O aluno determina o seu nível de execução e escolhe o mais adequado. Na fase de pós-interativa, o aluno avalia o seu desempenho, e decide manter ou avançar para um nível de exigência superior. Os canais mais solicitados são o canal físico (individualização das tarefas, tempo potencial de aprendizagem) e emocional (aluno escolhe o nível adequado às suas capacidades)
Estilo descoberta guiada 
 
A característica fundamental deste estilo consiste no desenvolvimento sequencial e lógico do pensamento do aluno. O professor desenvolve no aluno a atividade de exploração, investigação e descoberta da resposta ou modelo de desempenho mais adequado a um problema (convergência). O aluno escolhe e ensaia várias soluções para o problema colocado. O professor acompanha o processo de descoberta, estimulando-o e conduzindo-o para a solução ajustada à situação problema. Na fase de pré-interativa, o professor escolhe as perguntas com vista a uma determinada resposta. Na fase interativa, o aluno toma decisões sobre a resposta e o professor continua a conduzir o aluno para uma aprendizagem individual (autodescoberta). Na fase de pós-interativa, o professor dá continuidade ao feedback, levando o aluno a encontrar a solução para determinado problema. Este estilo estimula o canal cognitivo (pergunta-resposta) e emocional (descoberta da resposta correta). 
Estilo descoberta divergente 
 
A característica essencial deste estilo é a produção de novas e várias possibilidades de resposta para uma situação nova ou desconhecida. Apela ao sentido crítico e criativo na elaboração de novas possibilidades, que estão para além do conhecimento esperado.  Na fase pré-interativa, o professor toma decisões sobre os conteúdos. Na fase interativa, as decisões são da responsabilização do aluno, na procura de diferentes soluções para o problema. Na fase pós-interativa, o aluno toma decisões de avaliação sobre as soluções encontradas. As implicações nos canais de desenvolvimento se situam ao nível do canal cognitivo produção de novos conhecimentos emocional (descoberta de soluções) e social (apelo à participação dos outros alunos da turma). Pode ter repercussões no canal físico uma vez que pode ter que utilizar muito tempo na procura de soluções e dispor de pouco tempo para a prática. O professor deverá lançar mão de estratégias para dinamização dessa etapa, por meio de técnicas de organização do ensino. 
Ensino Híbrido e o Professor
O ensino híbrido proporciona oportunidade de transformação nas aulas de Educação Física. A mistura das Metodologias Ativas e estilos de ensino, aplicados com técnicas definidas para os objetivos, convidam professores e alunos à experimentação dos conteúdos por meio de um ensino e aprendizagem ativa. Nesse cenário, o aluno como centro do processo será estimulado a se responsabilizar por sua aprendizagem. De forma autônoma, o aprendiz constrói suas próprias trilhas para aprender, enquanto que o professor orienta estes caminhos e motiva com novos desafios e problemas.
 
Os aspectos citados fazem toda diferença nas aulas, considerando que os elementos citados contribuem para o engajamento e nível de concentração nas tarefas, diminuindo o tempo desperdiçado em episódios de não aprendizagem, como: tempo de espera, indisciplina, dispersão, falta de interesse e baixa motivação, comprometendo a aprendizagem e o avanço para atividades mais complexas. 
 
O professor contribuirá para que o aluno avance além do que já sabe, aliás, pelo pouco tempo de carga horária, evite ensinar o que os alunos já demonstraram saber e realizar. Apresente atividade que: 
A compreensão das característicasque cercam cada aspecto aqui apresentado na proposta de um ensino híbrido, possibilitará aos professores a criação de seu “próprio modelo”, propondo uma mistura de metodologias para alcançar os objetivos propostos nas aulas. Nesse sentido, identificado o conteúdo a ser abordado, o professor pensa a aula com base na estrutura física, nos materiais e recursos pedagógicos disponíveis, e considera o diagnóstico já realizado sobre o comportamento e nível de prontidão para as atividades de seus alunos.
 
Esperamos que o professor:
 
ASSISTA
Assista o vídeo com o professor Ricardo Catunda e veja as principais dicas para a utilização das Metodologias Ativas na Educação Física
Desejamos experiências criativas e desafiadoras a professores e alunos!
RELEMBRANDO
 
Parabéns!
 
Você chegou ao final do Módulo 2 - Como utilizamos as Metodologias Ativas nas aulas de Educação Física?
 
Neste módulo você viu:
 
1. O que o Professor de Educação Física precisa conhecer?
2. O que os alunos precisam desenvolver como resultado de sua passagem pela Educação Física na Educação Básica?
3.  A Metodologias Ativas e a BNCC
4. Quais as possibilidades de intervenção das Metodologias Ativas na Educação Física?
5. Desenvolvendo conteúdos em sala de aula ativa
6. O Ensino Híbrido
7. Rotação por Estações de Aprendizagem e Sala de Aula Invertida
8. Estilos de Ensino
9. Ensino Híbrido e o Professor
 
Experiências práticas de aplicação das Metodologias Ativas. Como avaliamos?
 OBJETIVOS DO MÓDULO
Módulo 3
 
Experiências práticas de aplicação das Metodologias Ativas. Como avaliamos?             
Apresentar exemplos de atividades e relatos de experiências que deram certo e que estão em andamento, dentro e fora da Educação Física. Analisar as formas de avaliação e monitoramento de desempenho.
Como aplicar as Metodologias Ativas na prática?
A neurociência em pesquisas recentes comprova que os seres humanos aprendem de forma única, diferenciada e que este processo ocorre nos campos em que apresentam maior interesse. Isto gera conexões cognitivas e emocionais positivas, quando as pessoas participam de atividades em que conseguem fazer relações com suas vidas, tornando a aprendizagem significativa. Nesse contexto, e tendo a compreensão de que para uma aprendizagem ativa o ensino também deverá ser ativo, apresentaremos experiências práticas  com a intenção de levar o professor a experimentar e misturar metodologias e estratégias no desenvolvimento das aulas. Importa uma participação efetiva dos aprendizes, sempre mobilizados pelos processos interativos com os professores em variadas combinações para a concretude da aprendizagem.
Mosston e Ashworth (2008) afirmam que o ensino é uma cadeia de tomada de decisões. Assim, os professores tomam decisões diante das situações presentes no desenvolvimento dos processos interativos de ensino-aprendizagem:
Pré-interativas: que ocorre antes do contato com os aprendizes. Trata-se do planejamento, onde o professor identifica o estilo de ensino a ser adotado direcionando para as características de sua turma, as atividades que serão apresentadas com o tempo de duração, frequência, grau de complexidade e organização.
Interativas: ocorre durante a realização das práticas. Será o currículo em ação, onde os professores colocam em prática as atividades selecionadas, estando prontos para adaptar e recriar, de acordo com a resposta da turma e a consecução dos objetivos propostos. O professor terá o controle quanto ao tempo destinado a cada ação, transição entre atividades e atendimento às necessidades dos alunos.
Pós-Interativas: observação do nível de sucesso dos alunos frente à realização das atividades e avaliação para futura ação-reflexão-ação melhorada. O professor colhe informações, oferece feedback e avalia o cumprimento dos objetivos por meio do estilo de ensino que foi escolhido.
Os autores acima citados afirmam ainda que, na escolha da forma adequada de ensinar, o professor deverá estar atento a:
· Separar-se da visão idiossincrática de ensino, baseada exclusivamente em seu “dom” ou no que “acha”, desconsiderando o que as pesquisas sustentam como um ensino eficaz; 
· Não se ater à premissa de que um estilo de ensino é melhor que outro, esquecendo-se dos objetivos, do contexto e das características dos alunos;
· Atentar para a separação das relações existentes entre objetivo, ensino e aprendizagem, ampliada (Ashworth e Byra, 2012) com a inclusão dos resultados; 
· Entender a relação existente entre os estilos de ensino e os canais de desenvolvimento cognitivo, social, emocional, físico e moral/ético.
Nesse sentido, e procurando apresentar sugestões de estilos e técnicas de ensino para o cumprimento dos objetivos de aprendizagem na Educação Física, apresentaremos possibilidades que se harmonizam com as Metodologias Ativas por proporcionarem experiências de aprendizagem para a criação, investigação e resolução de problemas. 
Estilo Inclusivo 
No estilo de ensino inclusivo, o aluno em conformidade com suas condições e limitações em determinadas habilidades ou deficiência física, opta pelas melhores trilhas em que consegue participar com eficácia e/ou segurança nas tarefas. Os professores ficam atentos para flexibilizar ou adaptar regras e recursos. Esses aspectos têm como objetivo proporcionar maior participação de todos os alunos o tempo todo. O professor terá a opção de mudar as atividades, ou diante das circunstâncias de facilidades ou dificuldades do grupo, promover uma significativa transformação, podendo inclusive gerar um novo jogo ou atividade. A figura abaixo apresenta alternativas de alteração nas regras e recursos para inclusão dos alunos nas atividades.
Fonte: Educação Física Inclusiva: Coletânea 2015 - https://institutorodrigomendes.org.br 
Exemplo 1: Experimentar o “rolamento” como técnica básica do Parkour. Após o professor apresentar a importância desse movimento para absorção dos impactos ou continuidade da ação, organiza os alunos para a informação inicial e instrução.
Poderá optar por demonstrar cada etapa:
 
1. Aterrissagem com a ponta dos pés;
2. Flexão de joelhos;
3. Mãos sobre o solo com a direita na horizontal e esquerda na vertical para baixo;
4. Deslizar a mão direita com a palma voltada para cima, entre a mão esquerda e o joelho esquerdo;
5. Aproximar a cabeça virando em direção ao  ombro esquerdo;
6. Girar sobre o ombro direito.
 
Outra opção será demonstrar o movimento e solicitar aos alunos a realização em conformidade com sua compreensão e capacidade. Em seguida, o professor oferece aos alunos as duas possibilidades indagando em qual delas eles se sentiram mais seguros para a aprendizagem. A partir das escolhas organiza a atividade, e à medida em que os alunos do “passo-a-passo” forem ganhando confiança e recebendo feedback afirmativo ou ajustes -, sempre sendo respeitada a trilha escolhida para o cumprimento do objetivo da tarefa -, irão avançando para aplicações mais complexas do rolamento.
Estilo Descoberta Guiada
Nesse estilo de ensino o professor estabelece relação de proximidade com os alunos, propondo questões ou problemas a serem solucionados.  Este comportamento leva o aluno a apresentar respostas em sequência de modo convergente ao proposto pelo professor, o que facilita a descoberta de novos conceitos e o alcance dos objetivos de aprendizagem. O aluno é motivado a explorar e investigar a descoberta da resposta ou a melhor forma de desempenho adequada ao problema. O aluno participa diretamente na criação e descoberta de soluções por experimentação, possibilitando o ensaio das diversas possibilidades de solucionar o problema apresentado, demonstrando autonomia, desenvolvendo o autoconceito e visão crítica da realidade.
Exemplo 2: O professor solicita a solução de um problema identificado por ocasião de uma determinada ação de movimentação ofensiva dentro do jogo de “bandeira”.
 O problema deverá incluir um conceito, um princípio, ou relação com a regra. 
 
1. A bandeira será uma bola; 
2. O professor oferecerá a cada equipe 3 argolas (bambolês) e estasdeverão ser localizadas dentro do campo adversário de cada grupo;
3. Ao atacar a bandeira, o participante que conseguir se localizar dentro das argolas terá imunidade, não sendo permitido ser tocado;
4. A bola poderá ser lançada (passe) aos colegas dentro do campo de jogo adversário, permitindo o drible; 
5. O ponto será consagrado com a passagem pela linha central de um participante de posse da bola. Neste contexto, o professor passa a formular questões para o grupo, que deverá organizar suas estratégias de forma coletiva. 
 
Problema: Como conseguir driblar os adversários na linha central para atacar? Como utilizar as argolas para facilitar o acesso para a posse da bandeira? O que fazer quando um participante avança com a bola em sua direção tendo um colega para possível passagem da bola? Como utilizar os colegas que permanecem no campo de defesa para que recebam a bola no campo adversário e retorne rompendo a linha central para marcar ponto? Essas questões são sugestões que serão colocadas oportunamente pelo professor, conduzindo o aluno por meio de questionamentos sucessivos, até que a resposta seja convergente com os objetivos determinados para a tarefa.
Estilo Descoberta Divergente
O estilo Descoberta Divergente está localizado, assim como Descoberta Guiada, entre os estilos de ensino que romperam com a barreira da descoberta, caracterizados pelo pensamento divergente de produção em detrimento da reprodução. Estas características permitem que os alunos se comportem de forma autônoma, fazendo com que o professor estabeleça um clima motivacional orientado para a “mestria”, de forma que o aluno procure aprender para se superar e não para a superação dos colegas. 
Outra característica é a necessidade do professor de conhecer as preferências dos alunos por determinadas atividades, de modo a promover desafios diversificados e mais complexos, evitando que os alunos permaneçam em estado de acomodação, ou que o professor desperdice tempo para aprendizagem, ensinando o que os alunos já sabem.
Exemplo 3: Desafio de criação de uma sequência rítmica coreográfica pelos alunos, a partir da seleção de uma música. O professor poderá criar o clima motivacional iniciando com uma atividade de caráter lúdico. 
 
1. Alunos organizados em duplas; 
2. O professor orienta para que repitam a sequência de 1,2,3 alternando entre a dupla;
3. O professor sugere que em determinado número (exemplo: 2) os alunos não repitam o numeral e sim expressem um movimento o mais expressivo possível;
4. Após os alunos experimentarem, o professor indica um novo número até que 1,2,3 se transforme em três movimentos que os alunos realizam em sequência; 
5. Deixe os alunos fixarem bem a aprendizagem dos movimentos;
6. Solicite que os alunos formem grupos reunindo quatro duplas; 
7. Agora temos oito participantes e doze movimentos; 
8. Solicite que os alunos de cada grupo elejam os sete melhores movimentos dentre os doze; 
9. Agora os alunos construirão uma coreografia com os sete movimentos dentro do ritmo escolhido;
10. Conceda um tempo na aula para o ensaio e promova a apresentação dos grupos. 
Exemplo 4: No desenvolvimento de aprendizagem esportiva, promova a situação de exercício reduzido para que os alunos tomem decisões na resolução de problemas. Solicite que uma equipe composta por 5 alunos (futsal, basquete) ou 6 alunos (handebol)  realizem ataques continuados em diversas situações de superioridade (5x4, 5x3, 5x2 ou 6x5, 6x4, 6x3) devendo os alunos em cada contexto apresentado, encontrar as soluções que permitam ser eficaz no processo ofensivo. Após experimentar essas vivências, amplie a atividade, solicitando que o grupo de alunos em situação defensiva apresente estratégias que possibilite o êxito defensivo. 
Por ocasião do desenvolvimento teórico dos conteúdos, o professor cria um clima motivacional para a curiosidade, descoberta e resolução de questões, dentro de um processo interativo criativo. Vamos sugerir Metodologias Ativas com Aprendizagem Baseada em Times e Sala de Aula Invertida:
Tema: Brincadeiras e jogos
Exemplo 5:
 
1. O primeiro passo é preparar os alunos com antecedência, apresentando a metodologia, retirando dúvidas e mobilizando os alunos à participação; 
2. Disponibilizar material para estudo prévio da temática, como vídeo e textos, além de uma pesquisa de campo com breve roteiro para os alunos aplicarem ao público determinado pelo professor; 
3. Organização da atividade em forma de times, entre 5 e 7 alunos. Procure motivar os participantes para que o grupo seja o mais eclético possível; 
4. Adequar as condições da sala de aula com os grupos inicialmente sentados em círculo, de maneira que o professor possa transitar com facilidade entre os times, para interação, verificação de foco na tarefa, e auxiliar em caso de dúvidas; 
5. O professor aplicará um “teste” diagnóstico individual com duas questões sobre o tema brincadeiras e jogos, para verificar o nível de conhecimento que os alunos adquiriram com o estudo antecipado. Após o tempo determinado para a resposta ocorrerá arguição dos alunos para verificação de conhecimento prévio; 
6. Em seguida os alunos assumem a posição em pé dentro dos times (aumentando a interação) para a discussão em grupo sobre o tema, podendo fazer uso de dispositivo móvel (celular, tablete, notebook), preparando uma apresentação que ocorrerá se possível na mesma aula; 
7. O professor coordena a apresentação dos times, discutindo e acrescentando informações necessárias; 
8. Após as apresentações o professor oferece o feedback finalizando a etapa; 
9. Para a consolidação da aprendizagem, o professor solicita a cada time a preparação de uma atividade prática, definindo o conteúdo que cada grupo irá explorar dentro do tema envolvendo brincadeiras e os diversos tipos de jogos. A apresentação prática ocorrerá na interação de cada time com todos os outros participantes, devendo cada grupo apresentar a atividade com base teórica na quadra para em seguida promover a experimentação, declarando ao final da atividade as habilidades e competências que pretendeu desenvolver;
10. Avaliação interpares e auto avaliação.
Grupo de Verbalização (GV) e Grupo de Observação (GO)
Exemplo 6: O professor adequa a sala de aula organizando os alunos em dois grupos, de modo que estejam sentados em forma de plenário, onde um grupo ficará frontal ao outro. Apresenta o problema comum relativo ao conteúdo a ser trabalhado com os alunos e lança questões a serem resolvidas. As questões podem ser relativas a conceitos, princípios ou recriação da atividade. Estabelecido o tempo, os alunos de cada grupo se organizam na busca de resolução das questões postas pelo professor. Concluída a etapa, um grupo escolhido ou que se apresente voluntariamente (Grupo de Verbalização), fará a exposição das soluções encontradas, enquanto o outro (Grupo de Observação) faz anotações que julgar pertinente para debater. Após a apresentação, o professor será o moderador e propositor para o debate, podendo auxiliar os alunos e complementar respostas elevando o nível de informações e aprendizagem. Importante manter o foco das discussões nos objetivos propostos para a atividade. Após a apresentação, inverter os papéis entre os grupos de verbalização e observação. 
 
SAIBA MAIS
Por que utilizar os jogos modificados?           
Para as experiências práticas, os jogos modificados são uma opção eficaz para o desenvolvimento de habilidades esportivas e o aumento do volume e da intensidade da atividade física nas aulas de educação física. Os jogos diminuem as exigências de habilidades, permitindo que todos os alunos se engajem, priorizando as dimensões de estratégia, tática e tomada de decisão, enquanto que as habilidades são desenvolvidas no contexto do jogo (Curry & Light, 2007; Kirk & MacPhail, 2002). Esses aspectos tornam a atividade inclusiva, participativa e prazerosa, enquanto desenvolve o sentido de coletividade. Na participação ativa, o aluno desenvolve as condições de ultrapassar suas capacidades atuais e demonstra confiança individual desucesso, o que permite o aumento na motivação, sendo esses fatores relacionados com a percepção de autoeficácia (Matos, et al., 2016).
Na prática dos jogos modificados, os alunos se familiarizam com os conceitos e ideias-chave dos jogos e desenvolvem capacidades que lhes conferem a condição de aplicar esses conhecimentos quando jogam. Durante o desenvolvimento, os participantes são chamados constantemente a discutirem e analisarem questões-problema surgidas no contexto do jogo, sendo a interação constante e o questionamento do professor utilizados para estimular a reflexão em detrimento da instrução direta. Esses aspectos provocam o aprendizado consciente, a forma inteligente de jogar e evidencia o valor educativo da Educação Física (Light & Georgakis, 2005).
O conhecimento profundo promovido pelos jogos modificados se desenvolve ao longo de quatro etapas: 
Os jogos modificados são desafiadores e oportunizam aos alunos atingirem metas com possibilidades de sucesso no jogo e desenvolvimento crítico que os motiva à busca de sucesso social, sendo fundamental a interação e feedback entre professores e alunos (Curry & Light, 2007). O professor interage a todo o momento com a turma, tomando decisões didáticas que favorecem a inclusão de novos desafios, enquanto os alunos são motivados a participar ativamente das discussões geradas, com o objetivo de resolver as demandas surgidas quando joga.
Os jogos modificados e as meninas
A participação das meninas nas aulas de Educação Física no sistema de coeducação tem sido um desafio aos professores. Um estudo de Van Acker et al. (2010) comprovou percentual significativamente maior entre as meninas relativamente aos meninos em atividade física moderada à vigorosa com a aplicação dos jogos modificados. 
 
As meninas são confrontadas com práticas exclusivas na Educação Física tradicional, onde a competição e exigência de performance inibe a participação, enquanto nos jogos modificados são motivadas pela interação e resolução coletiva de problemas. Essa estratégia de ensino contrasta com a prática pedagógica tradicional da Educação Física, onde inicialmente se ensina os fundamentos isolados, corrigindo o movimento com as exigências do domínio da técnica fora do jogo (Light, 2004).  
O ensino da Educação Física é estritamente corporal?
A ação reflexiva e problematizadora que caracteriza os jogos modificados contrapõe a visão simplista de que o ensino da Educação Física é estritamente corporal e distante de aspectos intelectuais, envolvendo resolução de problemas, tomada de decisão e resposta a estímulos (Light & Fawns, 2003; Kirk & MacPhail, 2002), que do ponto de vista da promoção da saúde, são fundamentais para a aquisição de comportamentos saudáveis. 
 
Os desafios para uma possível implantação dessa estratégia que possibilita a qualidade do ensino em todo currículo, se concentram nos professores de Educação Física, que mantém o ensino do esporte centrado no domínio da técnica e avaliam a aprendizagem com base na aquisição de habilidades (Curry & Light, 2007; Webb,  Pearson,  & Mckeen, K. 2006).
Quais os princípios a serem trabalhados dentro do processo interativo envolvendo professores e alunos?
Tomando como referência a proposta dos jogos modificados, vejamos os princípios a serem trabalhados com a orientação efetiva dos professores, como provocador e motivador das ações para o “aprender fazendo”, dentro do processo interativo envolvendo professores e alunos:
Os elementos descritos são orientadores para desenvolver uma aula, que possibilita cumprir com os objetivos no que refere ao aprendizado das habilidades para competências. Reforçamos que a intervenção frequente e ativa do professor, motivando e desafiando os alunos a refletir e agir com objetivos definidos, potencializa a aprendizagem significativa pela compreensão e ação sobre o problema proposto. Cremos ser esta ação prática fomentadora de conhecimento, o que sabidamente poderá vir a promover mudança de comportamento para a incorporação das atividades físicas e esportivas ao estilo de vida.
 
Ao apresentar essa perspectiva de intervenção, espera-se contribuir para uma reflexão dos professores sobre a necessidade de aumento do tempo dos alunos em atividades relacionadas ao ensino de forma ativa, com intensidade moderada à vigorosa. 
Para a consecução das experiências práticas com o objetivo de aprimorar a qualidade das experiências de ensino e aprendizagem, o professor deverá ter observância no que refere às técnicas de ensino. Este aspecto permite criar um ambiente favorável ao desenvolvimento das aulas. Assim, passamos a apresentar em síntese as principais técnicas de ensino associadas à resolução de situações críticas da aula, com base na investigação sobre a eficácia do ensino na Educação Física (Martins, Gomes e Carreiro da Costa, 2017; Mosston e Ashworth, 2008 e UNESCO, 2015).
Informação inicial: Buscar alternativas para verificar frequência dos alunos de forma rápida; promover uma informação inicial breve e sucinta; estabelecer relação com aulas anteriores e com o trabalho a ser desenvolvido; garantir a atenção e concentração dos alunos durante a informação inicial; posicionar-se de forma a ser visto e a ver todos os alunos; certificar-se que a mensagem é compreendida, privilegiando o questionamento. 
Instrução: Garantir a qualidade e pertinência da informação, transmitindo-a no menor tempo possível; certificar-se que todos os alunos podem ver a demonstração, inclusive de diferentes ângulos.
Organização: Reduzir o número e a duração dos episódios organizativos para maior dinâmica das aulas; criar rotinas positivas de aula, desde logo a partir das primeiras aulas; responsabilizar os alunos na organização; garantir uma rápida, correta e segura montagem e desmontagem do material; garantir uma rápida formação de grupos de trabalho; garantir mudanças rápidas na transição entre as atividades.
Como organizar as Situações de Aprendizagem?
Para a organização das situações de aprendizagem, dentre as diversas possibilidades apresentadas por Martins, Gomes e Carreiro da Costa (2017), optamos pela utilização do circuito, percurso e jogos, por possibilitar a promoção da autonomia dos alunos para tomada de decisão na resolução de problemas, atendendo ao tripé conhecimento-habilidades-competências, provendo os mais jovens de capacidades para participação eficaz, segura e prazerosa na cultura de movimento.
Percurso
· Os alunos realizam as habilidades em sequência, atrás uns dos outros;
· Trabalha-se em deslocamento e individualmente;
· Todos os alunos executam as várias tarefas, mas em momentos diferentes;
· Os alunos fazem a habilidade X vezes (definido pelo professor) e passam para a estação seguinte por iniciativa própria.
· Na repetição ou consolidação das aprendizagens;
· Quando se pretende dinamismo e trabalhar a autonomia;
· Com o estilo de ensino inclusivo.
· As estações podem ser referentes a diferentes conteúdos e ter níveis de exigência diferentes para os alunos.
· Começar o percurso dividindo os alunos de forma equilibrada pelas diferentes estações;
· Deve evitar-se que haja estações sem alunos e outras com alunos à espera;
· Verificar se os alunos cumprem com as tarefas e o número de execuções;
· O professor permanece próximo  da tarefa mais difícil ou com maior risco.
Circuito
· Todos os grupos passam pelas mesmas estações, mas em momentos diferentes;
· Cada grupo permanece algum tempo em cada estação e só ao sinal do professor muda para outra estação;
· Todos os grupos passam pelas mesmas estações, mas em momentos diferentes;
· Cada grupo permanece algum tempo em cada estação e só ao sinal do professor muda para outra estação;
· O grupo roda num todo e mantém-se ao longo de todo o circuito;
· Pode incluir outras formas de organização (Estação 1- Jogo 3x3; 2-Luta; 3- Ginástica de aparelhos);
· Permite ao professor dar ciclo de feedback.
· Para ensinar novos conteúdos;
· Para promover a autonomia e cooperação;
· Quando não há muitos materiais;
· Em situações de avaliação formal;
·Muito utilizado na ginástica, promoção da condição física e atletismo.
· Fornecer instruções claras e assegurar que os alunos realizem as tarefas em conformidade;
· Não ter muitas estações, gerir bem o tempo em cada estação;
· Indicar o sentido da rotação;
· Ter estações diferenciadas quanto ao nível de exigência (aprendizagem vs. consolidação) e às capacidades solicitadas;
· Ser criterioso na formação dos grupos e colocar alunos habilidosos em cada grupo para ajuda aos outros.
Jogo
· Os alunos realizam uma atividade lúdica e/ou competitiva, organizados em grupos homogêneos ou heterogêneos, trabalhando em cooperação e em oposição;
· Aprendizagem e consolidação das situações técnico-táticas dos jogos desportivos coletivos, em contexto formal ou reduzido e condicionado.
· Colocar os alunos em competição;
· Promover a cooperação, regras, socialização e o fair play;
· Promover desenvolvimento técnico-tático;
· Com o estilo de ensino descoberta guiada, divergente e convergente.
· Formar equipes homogêneas intergrupos;
· Dar autonomia para os alunos tomarem as decisões técnicas/táticas;
· Apresentar situações mais próximas de jogo formal ou reduzido com condicionantes aos alunos mais e menos hábeis, respectivamente.
Fonte: Martins, Gomes e Carreiro da Costa (2017)
Como avaliar?
A avaliação tem papel fundamental em todo o processo de ensino-aprendizagem. Para Araújo (2017), avaliar assume diversas funções que contribuem para a qualidade do ensino quando:
 
- Possibilita fazer diagnóstico e prognóstico para o planejamento e construção do percurso escolar sendo responsabilidade do professor; 
- Melhora as aprendizagens quando coleta evidências por parte do professor; 
- Promove estratégias de auto e heteroavaliação orientadas pelo professor e de responsabilidade dos alunos. 
 
Além disso, o autor afirma que a avaliação assume dois propósitos bem definidos: recolher informações que permitam fazer um balanço das aprendizagens conseguidas ou recolher evidências que permitam estruturar, planejar e regular as aprendizagens futuras. 
O foco será o processo de aprendizagem: a aprendizagem e o modo como os alunos aprendem, sendo o plano de avaliação flexível e interativo, tendo como referência a melhoria do processo.
Para cumprimento da proposta contida neste curso, optamos pela avaliação formativa, que para Fernandes (2006) é uma avaliação interativa, centrada nos processos cognitivos dos alunos e associada aos processos de feedback, de regulação, de auto-avaliação e de auto-regulação das aprendizagens. Esses pressupostos se associam aos objetivos avaliativos nas Metodologias Ativas. Assim, como sugestão apresentaremos a avaliação interpares e autoavaliação. 
 
SAIBA MAIS
Tipos de Avaliação
Avaliação interpares
A avaliação interpares é apresentada como um mecanismo estimulador dos aprendizes, para uma atitude responsável sobre o aprendizado dos colegas participantes da aula. Nessa experiência aquele que avalia também será avaliado. 
 
Na avaliação interpares, para que seja desenvolvida com eficácia, os professores precisam apresentar aos alunos os critérios, para que avalie de forma justa, imparcial e responsável. Esse modelo de avaliação é para professores e alunos, um exercício que poderá levar tempo de consolidação, pelo fato da avaliação ser reconhecida como um ato solitário de decisões do professor. Isso não deverá ser motivo para que a não utilização, pois ao ser bem desenvolvida pelos professores, compreendida e valorizada pelos alunos, as melhorias na aprendizagem serão facilmente identificadas.
 
A avaliação interpares desenvolvida como uma competência social, já está consagrada com evidências científicas na literatura (Topping, 2010). 
 
Autoavaliação
A autoavaliação se apresenta como essencial para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Para que isto ocorra, é necessário que os professores desenvolvam nos aprendizes a compreensão explícita dos objetivos da aprendizagem, dos critérios e a percepção de como proceder para atingir os objetivos.
 
Outro aspecto que alicerça a construção da capacidade de autoavaliação é o desenvolvimento de um clima positivo, onde o erro é visto como uma oportunidade para aprender e não como uma falha individual (ARAÚJO, 2017). Os professores necessitam estimular atitudes éticas nos alunos para que consigam assumir seus erros e dificuldades como parte de um processo de aprendizagem.  A figura a seguir apresenta os passos para construir a autoavaliação com os alunos.
Fonte: Araújo (2017) A construção da autoavaliação (adaptado de AAIA, s/d).
 
ASSISTA
E para finalizar, vamos assistir a mais algumas orientações com o professor Ricardo Catunda. Neste vídeo, o Professor fala sobre alguns exemplos práticos e passa algumas informações sobre como deve ser a Avaliação no processo Ativo
Espero que tenha aproveitado bastante este curso sobre Metodologias Ativas e a partir de agora passe a utilizar mais estas ferramentas para melhorar ainda mais a sua aula.
 
Muito sucesso!
RELEMBRANDO
 
Neste último módulo você pode ver:
 
1. Na prática como aplicar as Metodologias Ativas?
2. Estilo Inclusivo
3.  Estilo Descoberta Guiada
4. Estilo Descoberta Divergente
5. Tema: Brincadeiras e jogos
6. Grupo de Verbalização e Grupo de Observação
7. Por que utilizar os jogos modificados?
8. Os jogos modificados e as meninas
9. Quais os princípios a serem trabalhados dentro do processo interativo envolvendo professores e alunos
10. As principais Técnicas de Ensino
11. Como organizar as Situações de Aprendizagem
12. Como avaliar utilizando as Metodologias Ativas
 
SEU PROGRESSO NO CURSO 
100%
Parabéns!
 
Você chegou ao final do curso Metodologias Ativas.
 
Espero que tenha aproveitado bastante o curso "Metodologias Ativas na Educação Física" e a partir de agora possa utilizar os objetos de estudo da Educação Física no dia-a-dia das suas aulas. 
 
Até breve!
Avaliação Final
Certificado
         Impulsiona na rede:        
                                                           
       http://impulsiona.org.br/    
 
Ficha técnica
 
 
Produção e desenvolvimento
Instituto Península
 
Gestão técnica
Vanderson Berbat
 
Coordenação de desenvolvimento e de conteúdo
Verônica Fonseca
 
Análise e monitoramento de dados
Bianca Pereira
 
Colaboradores 
Antônio Ricardo Catunda de Oliveira
Celina Gontijo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICA, SHAPE. The essential components of physical education. Reston, VA: Author, 2015.
 
ANDRADE, MCF; SOUZA, PR. Modelos de Rotação por Ensino Híbrido: estações de trabalho e sala de aula invertida. Anais da E-Tech: Tecnologias para Competitividade Industrial, Florianópolis, v. 9, n. 1, 2016.
 
ARAÚJO, F. A avaliação e a gestão curricular em Educação Física–um olhar integrado. Boletim Sociedade Portuguesa de Educação Física, n. 32, p. 121-133, 2017.
 
BACICH, Lilian; MORAN, José Manuel. Aprender e ensinar com foco na educação híbrida. Revista Pátio, v. 17, n. 25, p. 45-47, 2015.
 
BASTOS, Celso de Cunha. Metodologias ativas. Recuperado em, v. 19, 2006.
 
BENDRATH, Eduard Angelo; BASEI, Andréia Paula; RODRIGUES, Fagner Sene. UNESCO. Diretrizes em Educação Física de qualidade: para gestores de políticas. Brasília: UNESCO, 2015. Práxis Educativa, v. 12, n. 2, p. 591-594, 2017.
 
BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, v. 32, n. 1, p. 25-40, 2011.
 
BERBEL, Neusi Aparecida Navas. As metodologias ativas e a promoção da autonomia 
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BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. O que é aprender. Estratégias de ensino-aprendizagem, v. 29, 2004.
 
BORDENAVE, J.D.; PEREIRA, A.M. estratégias de ensino e aprendizagem. Ed Vozes Petrópolis. 1991
 
CATUNDA, R.; MARQUES, A. Educação Física Escolar: referenciais para o ensino de qualidade. Editora Casa da Educação Física, Belo Horizonte, 2017.
 
CARRARO, T. E.; PRADO, M.L.; SILVA, D.G.V.; RADÜNZ, V.; KEMPFER, S.S.; SEBOLD, L.F. Socialização como processo dinâmico de aprendizagem

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