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Avaliação - Pensamento Social e Político na América Latina

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Avaliação 1- Pensamento Social e Político na América Latina 
Questão 1-
O positivismo na América Latina foi muito difundido e foi dominante no final do século XIX, tanto que os dizeres da bandeira brasileira "ordem e progresso" são herança disso. Nesta forma de pensar, a vontade divina é substituída pelas leis naturais e propõe um cientificismo. Legitimava a ordem social predominante e tomou forma de um darwinismo social com a influência de Spencer, dando sustento a um sistema de avançados/atrasados. 
Em alguns dos países foram mais fortes as ideias de Comte e em outros as de Spencer. Foi base do porfirismo no México e embasou afirmações como as de Ingenieros, que afirmava superioridade da raça branca e que os imigrantes seriam mais capazes de promover o ideal latino-americano. Tinham força como diagnósticos do continente o darwinismo social com a ideia de um povo degenerado. Em seu discurso pretendia uma estabilidade política que geraria mudanças "civilizadoras". 
Comte teve tanta influência na América Latina, que surgiu uma "religião da Humanidade", fundamentando os argumentos de modernização e da tentativa de erguer uma elite intelectual. Para muitos autores da época, com todos os problemas sociais, éramos incapazes de modernização e alcanço do progresso. Impunha um progresso de cima para baixo. Com ideias racistas e de superioridade/inferioridade, acreditavam na degeneração de certos povos. No Brasil alguns positivistas acreditavam em características específicas de cada raça, como esperteza e senso comunitário no indígena, disposição para o trabalho nos negros e inteligência nos europeus. É uma ideia ainda assim racista e justificadora de vários absurdos que se seguem até hoje. 
Questão 2-
A Teoria da Dependência surgiu nos anos 1960 para entender o desenvolvimento socio-econômico na América Latina, assim como a teoria do desenvolvimento. Tem muita ligação com a discussão sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento, assim como o debate da participação do capital estrangeiro. Duas das correntes dentro desse pensamento são as de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto, com viés mais weberiano, e a mais voltada pro marxismo com destaque de Ruy Mauro Marini.
Estes primeiros viam o próprio desenvolvimento como um processo social e viam a dependência como um componente da estrutura do capitalismo. Analisando a relação centro-periferia, a solução para eles seria uma articulação com os centros, gerando oportunidades de desenvolvimento econômico. Seria uma associação do capital internacional, o capital nacional privado e o Estado. Não teria enfoque a burguesia nacional, o capital externo teria controle dos setores mais importantes. Não se preocupa com a distribuição da renda e nem com a estrutura excludente que estaria reforçando. 
Na corrente marxista é levada em conta a singularidade da economia da América Latina. A dependência em Marini é entendida como uma relação de subordinação entre nações que são independentes, mas que a economia dos países periféricos depende da expansão das economias do centro, criando assim uma relação desigual. Alguns países classificados como não-industriais exportam matéria prima e ficam dentro de uma divisão internacional do trabalho em desvantagem em relação aos países industriais. 
A Ética de libertação, principalmente em Dussel, possui uma crítica ao eurocentrismo e uma crítica a uma modernidade irracional, que justifica violência e que culpa as vítimas pelo seu subdesenvolvimento. Mostra que há força ainda num discurso de um povo que se define como superior, minimiza o outro, coloca suas ações como necessárias para modernização e civilização e que impõe sua violência como uma necessidade para que haja desenvolvimento e a Europa como um modelo a ser seguido. Para ele esse discurso deve ser superado. As vitimas devem reconhecer seu lugar no sistema-mundo e descobrir uma autonomia que lhes foi negada. Defende o "Princípio-libertação", que consiste em viver humanamente e com participação simétrica. Permite que haja transformações vindas por ações críticas no cotidiano e que os excluidos e oprimidos devem poder criar normas e modificar ações e instituições.
Questão 3
O pensamento de superioridade dos europeus em relação aos povos latinos da América Latina tinham tentativa de justificativa por meio de teorias, e era um pensamento muito aceito e comum, tanto que nos afeta até hoje. O sentimento de inferioridade quanto a outros países ainda é presente. Eles vieram para estas terras com a tentativa de trazer suas crenças e formas de ver o mundo, dizimando e escravizando com o argumento de querer trazer salvação, e mais tardiamente de trazer progresso. Essa herança precisa ser superada e precisamos reconhecer e valorizar nossos próprios pensamentos e reflexões acerca da nossa realidade, partindo do princípio que aquilo que vem de fora nem sempre pode ser aplicável aqui, por conta da singularidade da formação dos países latinos. 
A imagem reflete essa ideia de subordinação do "outro", da falsa superioridade de um povo, da falta de ver o outro como ser humano também, possuidor de sentimento e de razão. Mostra as consequências práticas deste tipo de pensamento eurocêntrico.

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