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Alegações Finais

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ALEGAÇÕES FINAIS – PRÁTICA PENAL II 
 
Esse é o momento de o advogado, em sua peça, fazer a síntese dos 
fatos ocorridos no processo até esse momento. 
 
É nesta peça que efetivamente será abordada a tese defensiva. É 
preciso estar atento à todo o desenrolar do processo, à toda prova produzida: 
documentos, perícias, oitiva de testemunhas, etc. 
 
Previsão legal: art. 403 do CPP. São orais, as exceções estão no §3º do art. 
403 e 404 do CPP 
 
Prazo: Apresentadas em audiência: são orais em 20 minutos prorrogados por 
mais 10, sucessivamente pelo Ministério Público e pela Defesa. Por escrito, 5 
dias. 
 
Conteúdo: Devem ser esgotadas as matérias de defesa. É possível alegar: 
nulidades, falta de provas ou a sua insuficiência para condenar o Acusado, 
demais hipóteses do art. 386 do CPP, legítima defesa, estado de necessidade, 
estrito cumprimento do dever legal, reconhecimento de atenuantes, 
reconhecimento de causa de diminuição de pena em crime tentado, fixação de 
regime menos gravoso para o cumprimento da pena, desclassificação da 
conduta delituosa, decote de qualificadoras, substituição da pena corporal por 
restritiva de diretos quando cabível, etc. 
Enriquecer a peça com apontamento de doutrina e jurisprudência. 
 
Pedidos: Devem ser formulados de acordo com o que foi argumentado no 
tópico do Direito. É possível requerer que o Acusado possa recorrer em 
liberdade. 
 
 
MODELO (ESTRUTURA/EXEMPLO) DE ALEGAÇÕES FINAIS 
 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DO RECANTO DAS 
EMAS/DF 
 
 
 
Processo nº. 
 
 NOME COMPLETO DO ACUSADO, já devidamente qualificado nos 
autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 403, 
§3°, do Código de Processo Penal – CPP, apresentar 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
I - DOS FATOS 
 
1. O réu FULANO encontra-se incurso nas penas dos arts. 121, §2°, 
inciso I, c/c artigo 14, inciso II (por três vezes); artigo 121, § 2º, incisos I e IV; 
artigo 125, c/c artigo 29, todos do Código Penal Brasileiro, por supostamente 
ter ajudado o réu BELTRANINHO, a cometer os crimes de homicídio e tentativa 
de homicídio, praticados contra a vítima. 
2. Consta na peça acusatória que FULANO aderiu a conduta criminosa de 
BELTRANINHO, e de modo livre e consciente ajudando-o a consumar os 
crimes de homicídio e aborto, concorrendo para prática dos fatos criminosos, 
segurando as vítimas A e B, além de prestar auxílio material e moral. 
 
3. O réu foi citado e apresentou resposta à acusação às fls. s/n. 
4. A audiência de instrução e julgamento foi realizada no dia xx/xx/xxxx. 
5. O Ministério Público apresentou as alegações finais, e requereu a 
condenação do réu FULANO nos termos da denúncia. 
6. No entanto, conforme restará demonstrado, não assiste razão para a 
condenação do acusado FULANO. 
 
II - DO DIREITO 
 
7. Os fatos narrados na denúncia não merecem prosperar, visto a 
insuficiência de provas para condenação do acusado, nesse sentido, deve o 
acusado ser ABSOLVIDO em face da insuficiência de provas, conforme dispõe 
os arts. 155 e 415, II do Código de Processo Penal, vejamos: 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua 
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na 
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas. 
(...) 
Art. 415. O juiz fundamentadamente, absolverá desde logo o 
acusado, quando: 
(...); 
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
(...) 
 
8. Sob esta égide, o acusado deve ser absolvido, uma vez que: 
 
a) Não restou comprovado que ele concorreu para a execução dos fatos; 
b) As provas produzidas nos autos são frágeis, pairando grande dúvida 
quanto à participação do réu FULANO na prática do crime em tela. 
 
9. A única prova contra o réu era o depoimento da vítima C constante no 
ID xx, que reconheceu o réu FULANO como sendo a pessoa que ajudou 
BELTRANINHO a cometer os crimes. Ocorre que ao ser reinquirida (ID xx), C 
ficou em dúvida quanto o reconhecimento do réu FULANO. 
 
10. Dessa forma, fica claro que a prova produzida durante a instrução 
processual foram produzidas provas de que o acusado FULANO não praticou o 
crime em tela, não dando dessa forma ensejo para a condenação do acusado. 
 
11. Neste diapasão, para atribuir a autoria de uma prática penal descrita 
em sua tipicidade, se faz mister trazer aos autos as provas que imputem tal 
crime ou contravenção à um agente. 
 
12. Além disso, deverá ser utilizado o princípio do “in dubio pro reo”, nos 
casos de dúvida quanto à autoria do delito. Entendem Guilherme de Souza 
Nucci; Nelson Hungria e Norberto Cláudio Pâncaro Avena, que: 
 
(...) Prova insuficiente para a condenação: é outra consagração do 
princípio da prevalência do interesse do réu – in dubio pro reo. Se o 
juiz não possui provas sólidas para a formação do seu 
convencimento, sem poder indicá-las na fundamentação da sua 
sentença, o melhor caminho é a absolvição. (NUCCI, Guilherme de 
Souza. Código de Processo Penal Comentado, 8ª edição, Editora 
Revista dos Tribunais, 2008, p. 689) 
 
(...) Além do dolo, presente na violação de direito autoral, exige-se o 
elemento subjetivo do tipo específico, consistente no "intuito de lucro", 
que pode ser direito (quando o agente obtém ganho, sem rodeios ou 
intermediários, na violação do direito de autor; por exemplo, seria o 
caso de cobrar ingresso para reproduzir, em determinado local, fita de 
vídeo ou DVD, contendo filme para uso doméstico) ou indireto 
(quando o agente se vale de interposta pessoa ou situação para 
atingir o ganho, fruto de violação do direito do autor, como ocorreria, 
v. g., na conduta do sujeito que reproduz em seu restaurante, para 
atrair clientela, fitas de vídeo ou DVD, contendo filme destinado a uso 
doméstico). Essa finalidade específica liga-se à reprodução de obra 
intelectual, interpretação, execução ou fonograma (inclua-se o 
videofonograma - ver nota 12 abaixo), sem autorização do autor, do 
intérprete, do executor, do produtor ou de quem o represente. 
(NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado, 11ª ed. rev., 
atual. e ampl. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012, pág. 
902) 
 
(...) quando dispositivos processuais penais forem interpretados, 
apresentando dúvida razoável quanto ao seu real alcance e sentido, 
deve-se optar pela versão mais favorável ao acusado, que, como já 
se frisou, é presumido inocente até que se demonstre o contrário (cf. 
Guilherme de Souza Nucci, Manual de processo penal e execução 
penal, p. 85).” 
 
(...) A condenação criminal somente pode surgir diante de uma 
certeza quanto à existência do fato punível, da autoria e da 
 
culpabilidade do acusado. Uma prova deficiente, incompleta ou 
contraditória, gera a dúvida e com ela a obrigatoriedade da 
absolvição, pois milita em favor do acionado criminalmente uma 
presunção relativa de inocência (HUNGRIA, Nelson. Da prova no 
processo penal. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1994. p. 64/65). 
 
(...) a razão de ser da referida formalidade (exigência de duas 
testemunhas e descrição de todos os bens apreendidos) está no fato 
de que, ao contrário do que ocorre nos crimes de ação penal privada, 
em que o ofendido deverá requerer as providências ao juiz, na ação 
penal pública a autoridade policial, observadas as restrições 
constitucionais à busca domiciliar, poderá realizar ex officio a 
apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos, 
lavrando, ato contínuo, auto de apreensão (AVENA, Norberto Cláudio 
Pâncaro. Processo Penal: esquematizado. São Paulo: Método, 2009, 
p. 296) 
 
13. Vejamos o entendimento jurisprudencial do Egrégio TJDFT: 
 
Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITOCONTRA DECISÃO DE 
PRONÚNCIA. HOMICÍDIO QUALIFICADO POR MOTIVO FÚTIL E 
PELA UTILIZAÇÃO DE RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA 
DA VÍTIMA. RECURSO DEFENSIVO. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO 
SUMÁRIA. NÃO ACOLHIMENTO. LEGÍTIMA DEFESA NÃO 
DEMONSTRADA DE FORMA INEQUÍVOCA. PROVA DA 
MATERIALIDADE E EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA. 
PEDIDO DE DESCLASSIFICAÇÃO. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DO 
ANIMUS NECANDI. FALTA DE PROVA INCONTESTE DA 
ALEGAÇÃO. QUALIFICADORAS. MANUTENÇÃO. JULGAMENTO 
PERANTE O TRIBUNAL DO JÚRI. RECURSO CONHECIDO E NÃO 
PROVIDO. 1. A absolvição sumária é um instituto penal a ser 
utilizado apenas quando a prova for clara e inequívoca acerca da 
existência de excludente de ilicitude. No caso em apreço, não se 
aflora do corpo probatório a tese da legítima defesa de maneira 
inconteste, visto haver mais de uma narrativa para o evento delituoso, 
competindo ao Conselho de Sentença a decisão quanto à excludente, 
por ser o juízo natural da causa. 2. Inexistindo prova inequívoca da 
ausência do animus necandi, ou da desistência voluntária, impossível 
operar-se a desclassificação do delito para outro de competência do 
juiz singular, na fase de pronúncia. 3. Há elementos nos autos que 
corroboram a versão acusatória de que o réu teria agido por motivo 
fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, cabendo a 
análise pelo Conselho de Sentença. 4. Recurso conhecido e não 
provido para manter a decisão que pronunciou o recorrente como 
incurso nas penas do artigo 121, § 2º, incisos II e IV, do Código 
Penal, a fim de que seja submetido a julgamento perante o Tribunal 
do Júri. (TJ-DF - Recurso em Sentido Estrito RSE 20111010240469, 
Data de publicação: 02/09/2014) 
 
 
14. Haja vista que corroboram os entendimentos doutrinário e 
jurisprudencial sobre a cumulatividade dos elementos objetivos e subjetivos 
necessários para atribuir a prática de um delito à um autor, insta salientar que o 
http://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/311435916/recurso-em-sentido-estrito-rse-20111010240469
http://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/311435916/recurso-em-sentido-estrito-rse-20111010240469
 
acusado deve ser absolvido pela aplicação do princípio da presunção de 
inocência, conforme expressa o art. 5°, LVII da Constituição Federal de 1988. 
 
III - DO PEDIDO 
 
15. Ante o exposto, e no que mais consta nos autos, requer a absolvição 
sumária de (NOME DO ACUSADO), pela prática da infração penal disposta 
arts. 121, § 2°, inciso I, c/c artigo 14, inciso II (por três vezes); artigo 121, § 2º, 
incisos I e IV; artigo 125, c/c artigo 29, todos do Código Penal Brasileiro, por 
não existirem provas suficientes para condenação, conforme art. 415, II do 
Código de Processo Penal. 
 
Termos em que pede deferimento. 
 
Local, data 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO PARA RESOLUÇÃO 
 
Instruções: a peça poderá ser redigida de forma manuscrita ou digitada. 
 
A peça deverá ser apresentada para a professora em sala de aula e assinada 
ata de apresentação do trabalho pelo aluno em sala de aula para a validação 
de pontuação. 
 
Lembro que esse é o momento de aplicar o conhecimento adquirido 
anteriormente na resolução dos casos e trabalhar apenas e tão somente com 
as informações contidas no enunciado do caso. 
 
Prazo: 16/09/2022 caso você não consiga terminar a peça no dia da nossa 
aula, oportunidade na qual a peça deverá ser apresentada para a professora 
para assinatura da ata de entrega/apresentação. 
 
O Ministério Público do Estado da Bahia ofereceu denúncia contra Diano pela 
prática do crime previsto no bojo do art. 121, caput do Código Penal. Consta 
dessa peça que, no dia 20 de dezembro de 2019, por volta das 18h, no interior 
do Supermercado Povo Feliz situado na Avenida Cristal (em Salvador-BA) o 
denunciado efetuou disparos de arma de fogo que causaram a morte de 
Felício. Na ocasião, o Denunciado, que fez uso de um revólver calibre .38, 
deparou-se com a vítima e sem motivo aparente, sacou referida arma e atirou. 
O fato teria ocorrido por volta de 11hrs. Diano foi preso em flagrante. 
Submetido a audiência de custódia, foi concedida a liberdade provisória ao 
mesmo. Denúncia oferecida, recebida, determinada a citação de Diano. Citado, 
apresentou Resposta à Acusação. Resposta recebida, foi designada audiência 
de instrução e interrogatório. No curso da instrução criminal: a) o denunciado 
negou que tenha sido o autor dos disparos e, para tanto, alegou que estava 
trabalhando fazendo “bico” de servente de pedreiro em uma obra (não 
apresentou documento relativo a essa alegação); b) as testemunhas Salviano e 
Roberto confirmaram integralmente os fatos narrados na denúncia – que a 
vítima recebeu “uns tiros” (contudo, ao procederem com o reconhecimento 
pessoal do Acusado, tiveram dúvida se se tratava da pessoa que efetuou os 
disparos), enquanto que a única testemunha arrolada pela Defesa, não foi 
localizada, portanto, não foi possível colher suas declarações; c) Diano é 
primário. Encerrada a instrução e superada a fase de diligências, o juiz 
determinou que as partes apresentassem suas derradeiras alegações por 
escrito. O MP reiterou as acusações constantes da denúncia requerendo a 
pronúncia de Diano. Aberto prazo para a Defesa. Em face da situação 
hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado Diano, a peça 
processual pertinente à defesa dos interesses delas.

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