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Clínica Médica e Cirúrgica Veterinária II | Alice Carolina Costa HEPATITE INFECCIOSA CANINA (HIC) INTRODUÇÃO Também conhecida por DOENÇA DE RUBARTH, é uma doença infectocontagiosa VIRAL de CÃES causada pelo ADENOVÍRUS CANINO TIPO 1 (CAV-1), que cursa lesões e sinais clínicos diversos, devido principalmente à ação direta do vírus no endotélio vascular e hepatócitos, causando lesões endoteliais e necrose hepática aguda frequentemente fatal. ETIOLOGIA É um VÍRUS de DNA NÃO ENVELOPADO da Família Adenoviridae, sendo moderadamente estável no ambiente, a depender de temperatura e umidade. É resistente a desinfecção, sendo inativado a -56°C durante 10 minutos. EPIDEMIOLOGIA • Canídeos domésticos e silvestres • Qualquer idade (sendo os cães domésticos jovens e não vacinados particularmente susceptíveis) TRANSMISSÃO • Transmissão oronasal • Exposição das mucosas oronasal à urina, saliva, fezes ou secreções respiratórias de animais infectados • Fômites PATOGENIA SINAIS CLÍNICOS A HIC pode se apresentar nas formas: Infecção SUPERAGUDA ou HIPERAGUDA: o animal não é diagnosticado até que ocorra sua morte repentina, pois há evolução rápida da doença, sem sinais ou com sinais bem discretos anteriormente. Infecção AGUDA: A forma aguda tem período de incubação de 2 a 5 dias e duração de 4 dias a uma semana. Infecção SUBCLÍNICA: A forma subclínica ocorre em animais com imunidade considerável. Infecção OCULAR: essa condição grave geralmente resulta em uma lesão ocular citotóxica devido à inflamação e morte das células do olho, geralmente apresentando uveíte anterior. Essa condição leva à um dos sinais mais clássicos e perceptíveis da hepatite infecciosa canina: olho azul da hepatite (“blue eye”). Alguns cães recuperados da infecção leve ou inaparente desenvolvem uveíte por complexo imune (hipersensibilidade tipo III ou reação de Arthus), o que produz degeneração e necrose endotelial, resultando em edema corneal. Os sinais clínicos são efeitos diretos da replicação viral, portanto pode-se observar desde anorexia, hemorragias, CID (coagulação intravascular disseminada) com vasculite e microtrombos, até sinais neurológicos, como depressão, incoordenação, vocalização e letargia (devido ao dano vascular), convulsões (resultado de encefalopatia hepática por hipoglicemia ou de encefalite não supurativa). Também podem apresentar: ✓ Febre ✓ Vômito ✓ Diarreia ou Melena ✓ Ascite ✓ Tonsilite (aumento, inflamação e congestão das tonsilas) ✓ Icterícia ✓ Linfadenopatia cervical ✓ Edemas (devido à baixa produção de proteínas pelo fígado comprometido e aumento da permeabilidade vascular devidos lesões endoteliais) ✓ Petéquias e epistaxe DIAGNÓSTICO O diagnóstico clínico do HIC é difícil de ser concluído devido ao curso superagudo ou agudo da enfermidade e os sinais inespecíficos. O diagnóstico é baseado na associação de exames clínicos, achados de necropsia e histopatológicos (presença de hepatomegalia e/ou necrose hepática). Além disso, realiza-se testes sorológicos com isolamento viral por meio de PCR. TRATAMENTO • Antieméticos • Fluidoterapia • Potássio e dextrose • Antibióticos PREVENÇÃO • Vacinação os 45 dias e repetir a cada 4 semanas. • Vacinação com reforço anual • Evitar contato com outros animais até completar o esquema vacinal.
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