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Clínica Médica e Cirúrgica Veterinária II | Alice Carolina Costa COMPLEXO RESPIRATÓRIO VIRAL FELINO (CRVF) INTRODUÇÃO É um conjunto de sintomas causado pelas doenças Rinotraqueíte Felina e Calicivirose Felina. São doenças virais cujos sinais clínicos confundem-se e, então, considera-se Complexo Respiratório Viral Felino (CRVF). São responsáveis por mais de 80% das doenças do trato respiratório superior em gatos. Afetam não só o trato respiratório superior, mas também os olhos e boca. Outros agentes envolvidos são Bordetella bronchiseptica e Chalmydophila felis, além de outros vírus e espécies de mycoplasmas (menor proporção). ETIOLOGIA A RINOTRAQUEÍTE FELINA é causada pelo: HERPESVÍRUS FELINO (HVF) TIPO 1 É um VÍRUS de DNA ENVELOPADO, sendo POUCO RESISTENTE ao ambiente e suscetível aos efeitos dos DESINFETANTES COMUNS. Bastante envolvidos em doenças respiratórias e oculares em felinos. A CALICIVIROSE FELINA é causada pelo: CALICIVÍRUS FELINO (FCV) É um VÍRUS de RNA, SEM ENVOLTÓRIO, sendo RESISTENTE a maioria dos desinfetantes. Pode sobreviver por semanas fora do hospedeiro, mas é INATIVADO por HIPOCLORITO DE SÓDIO. IMPORTANTE! Há um novo tipo de Calicivirus que está levando a um quadro grave de diarreia, hemorragias, febre, edema (inchaço) de face ou de membros. Acomete mais comumente adultos vacinados. OUTROS AGENTES ASSOCIADOS AO CRVF Bordetella bronchiseptica é reconhecida como patógeno do CRVF, sabe-se que a transmissão ocorre entre cães e gatos, acometendo mais felinos em estresse e fêmeas parturientes. Acomete mais o trato respiratório superior, levando à falha no mecanismo de limpeza mucociliar e inflamações locais. Levando à quadro de espirros, secreção oculonasal, tosse, pirexia, letargia e linfoadenomegalia submandibular. EPIDEMIOLOGIA • Altamente infecciosa • Morbidade pode chegar a 100% • Aglomeração de gatos • Alta taxa de mortalidade em filhotes < 6 meses • Infecções secundárias e imunossuprimidos TRANSMISSÃO • Espirros / Aerossóis (microgotículas com partículas virais) • Contato indireto via oral, nasal e conjuntival • Contato direto entre os animais • Portadores assintomáticos • Fômites IMPORTANTE! Mesmo vacinados, os portadores podem disseminar o vírus e são o principal motivo pelo qual estes patógenos ainda são tão prevalentes na população felina, pois as vacinas atualmente disponíveis amenizam a sintomatologia clínica, mas não previnem a infecção e o estado portador. PATOGENIA Eles se multiplicam predominantemente na mucosa do septo nasal, nasofaringe, tonsilas, conjuntiva e córnea. O resultado é necrose e erosão da superfície epitelial e inflamação local, observados como conjuntivite, rinite, sinusite, rinotraqueíte e estomatite. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As principais consequências da infecção respiratória superior em felinos abrangem: • Febre alta • Prostração, hiporexia evoluindo para anorexia • Tosse, secreção e congestão nasal • Sialorreia • DOENÇAS OFTÁLMICAS é comumente associada ao HVF1: conjuntivite, ceratite (inflamação da córnea), sequestro corneal, úlceras de córnea, prolapso bulbar e panoftalmia. • RINOSINUSITES (RS): espirros com secreções esporádicas, rinites, sinusites e otite média. • GENGIVOESTOMATITES (GE): úlceras orais, no plano nasal (focinho) e nos lábios, gengivite e perda dos dentes incisivos. Dor oral severa e difícil tratamento. DIAGNÓSTICO • Na maioria dos casos, não será necessário um diagnóstico específico de infecção por FCV ou FHV-1. • Baseado no histórico e sinais clínicos. • Sinais clínicos - Ulceração oral e sinais respiratórios mais leves ou mais graves e ceratite. • Cultura e Isolamento viral • PCR (diagnóstico molecular – material biológico do agente) TRATAMENTO • Tratamento sintomático de suporte • Melhorar a respiração do animal (lavagem nasal e nebulização) • Suporte de alimentação e hidratação adequados (suplementação e fluidos, sonda em último caso) • Tratar as infecções secundárias • Utilizar medicações antivirais (NÃO USAR RIBAVIRINA EM FELINOS) • Estimulantes da imunidade PREVENÇÃO • Vacinação a partir dos 60 dias de vida com vacina tríplice felina. • São feitas 3 doses com intervalo de 30 dias e feito um reforço anual.
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