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1 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 CATÁLISE CATALISADORES REAÇÃO CATALÍTICA PROCESSO CATALÍTICOS BIBLIOGRAFIA Fisissorção Quimissorção 2002 2011 Síntese da Amônia catalisada pelo Fe suportado... 2 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 INTRODUÇÃO Processos, como: Refino de Petróleos (Zeólitas); Desidrogenação (Cr2O3/Al2O3 – Fe2O3 – ZnO); Hidrogenação (Fe – MgO – Ni e Pd suportados); Oxidação (Pt-Pd – Pd, Ag, V2O5 suportados), entre outros, representam 70% dos processos na indústria química e utilizam catalisadores pelo em menos em uma das etapas. Nas áreas em desenvolvimento, como: Novas fontes e utilização mais eficiente de matéria primas; Novos materiais com propriedades específicas; Novos processos e tecnologias em química e biologia; Sistemas de proteção ambiental, entre outros, representam 90% dos novos processos, como por exemplo: (a) Catálise ambiental: despoluição atmosférica e hídrica; (b) Química fina: processamento de produtos naturais. Ex.: óleo extraído do caju é vendido a US$ 1,00/tonelada, sendo que os antioxidantes dele extraídos, são importados US$ 20,00/grama.(dado: 2011); (c) Hidrotratamento: alternativas para os catalisadores clássicos (CoMo/Al2O3 e NiMo/Al2O3 ) visando redução dos nitrogenado oxigenados e sulfurados); (d) Geração de hidrogênio: processos químicos e petroquímicos demandam grandes quantidades de hidrogênio; (e) Novos materiais como adsorventes: armazenamento de gases em grandes volumes e pressões mais baixas, permitindo o seu transporte e sua estocagem; (f) Materiais nanoestruturados Os processos catalíticos em meio homogêneo ocorrem em uma única fase (geralmente líquida) contendo o precursor catalítico, substratos e produtos; Em sistemas heterogêneos o precursor se encontra numa fase (sólida, na maioria dos casos) e os substratos e produtos numa ou mais fases (geralmente líquida e/ou gasosa). A catalise heterogênea é um processo multifásico onde o catalisador geralmente é sólido, os regentes líquidos ou gasosos e a reação implica na quimissorção e ativação d(o)s reagente(s) resultando na formação de intermediários instáveis (radicais livres, íons, moléculas reativas e complexos de transição) que se convertem nos produtos os quais, finalmente, são dessorvidos. A reação ocorre na superfície do catalisador e é altamente dependente da área disponível. Os catalisadores heterogêneos exibem em geral menor atividade, pois somente os sítios na superfície estão acessíveis aos reagentes. Além disso, pode haver desativação dos sítios ativos seja por uma sinterização (aglomeração das partículas) ou deposição de resíduos carbonáceos. A grande vantagem da catálise heterogênea é a maior facilidade de recuperação e reutilização do catalisador. A catálise homogênea apresenta como maiores vantagens a alta seletividade e atividade catalítica.Todos os sítios catalíticos estão acessíveis aos reagentes pois o catalisador está solubilizado no meio reacional. Os maiores inconvenientes dos processos catalíticos homogêneos: - a separação dos produtos da mistura reacional; a recuperação do catalisador; o emprego de solventes orgânicos razão pela qual grande parte dos processos catalíticos homogêneos não é empregada industrialmente; problemas na purificação do produto O processo catalítico ideal deve envolver, em princípio, as principais vantagens da catálise homogênea (alto rendimento e seletividade, condições reacionais brandas e possibilidade de modular as propriedades estéricas e eletrônicas do catalisador) e da catálise heterogênea (facilidade de separação dos produtos do meio reacional e recuperação do catalisador). Catalise enzimática Enzimas são os catalisadores biológicos ,muito específicos e que aceleram as reações químicas por 15-20 ordens de grandeza. São as enzimas que tornam a velocidade das reações químicas suficientemente alta para ser compatível com a fisiologia dos seres vivos. Muitas fazem com que reações que demorariam milhões de anos passem a ocorrer numa fração de segundo A catálise bifásica consiste em um sistema com dois líquidos imiscíveis, um contendo o catalisador e outro o substrato. A reação catalítica se processa nas duas fases ou na interface destas e no final os produtos encontram-se numa fase e o catalisador noutra.O conceito da catálise bifásica implica em que o catalisador molecular seja solúvel em uma fase (polar, por exemplo) enquanto que os substratos e/ou produtos sejam solúveis em outra fase (apolar, por exemplo). Razões econômicas e ambientais tem ensejado o aprimoramento de processos catalíticos bifásicos que mantém a alta atividade e seletividade, 3 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 vantagens dos processos homogêneos e fácil separação dos produtos do catalisador vantagem dos processo heterogêneos. A nanocatálise permite combinar as vantagens da catálise homogênea e a heterogênea Envolve o desenvolvimento de um catalisador com propriedades únicas, propriedades que só existem no estado nanométrico, propriedades estas, que estão relacionadas aos efeitos de superfície e efeitos eletrônicos. Nanocatalisadores são catalisadores feitos átomo por átomo e são produzidos de maneira controlada. A produção átomo por átomo permite controlar sua atividade e seletividade por ajuste no tamanho da partícula (efeito de superfície) e grau de carregamento da partícula (efeito eletrônico), o que leva a propriedades físicas e químicas sem equivalência aos materiais mássicos. Os nanocatalisadores, devido às suas propriedades únicas em termos de elevada área superficial e distribuição eletrônica, representam uma grande promessa e oportunidade para novas aplicações na indústria química, permitindo ganhos de atividade e seletividade em relação aos catalisadores tradicionais. Dificuldades de preparação e caracterização desses materiais tendem a serem vencidas com o tempo, abrindo as portas para aplicações em larga escala. As reações catalíticas podem ser agrupadas, basicamente, nas categorias: (a) Polimerização; (b) hidrogenação, (c) Hidrogenólise; (d) Desidrogenação; (e) Oxidação total ou seletiva; (g) aqueamento e isomerização e (h)Hidrocraqueamento. Os catalisadores industriais, também podem ser agrupados nas categorias: SÓLIDOS CATALISADORES REAÇÕES Condutores (metais) Fe,Cu e Ni Ir e Pt Ru,Rh e Pd Ag, Cu e Zn Hidrogenação Hidrogenólise Desidrogenação Oxidação Semicondutores (Óxidos e sulfetos ) NiO, CuO e ZnO Co2O3 e Cr2O3 WS2 e MbS2 Oxidação Redução Hidrogenação Isolantes (Zeólitas e Óxidos básicos) NiO, CuO e ZnO Co2O3 e Cr2O3 WS2 e MbS2 Oxidação Redução Hidrogenação CICLO CATALÍTICO ... ciclo de reações de consumo dos reagentes, formação de intermediários, produtos finais e regeneração do catalisador PRECURSOR ... é um composto que não integra o ciclo catalítico, mas dá origem ao catalisador. 4 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 CATALISADORESCatalisadores Heterogêneos 5 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 INFLUÊNCIA DO CATALISADOR SOBRE A ESTEQUIOMETRIA, TERMODINÂMICA E CINÉTICA DA REAÇÃO CATALÍTICA 1. Acelera uma reação, mas não sofre, no processo catalítico, modificação da sua natureza química, ainda que, sua regeneração nem sempre é completa. Formas de energia que influenciam sobre a velocidade de uma RQ não são consideradas como catalisadores; 2. Não tem relação estequiométrica com os produtos formados; 3. Reduz a energia de ativação da reação em relação a não catalisada, oferecendo um novo percurso que evita a etapa lenta da reação sem catalisador; 4. O catalisador não altera os parâmetros termodinâmicos da reação: PROPRIEDADES DE UM CATALISADOR 1- Centros Ativos: Local específico da superfície do catalisador onde ocorre a interação reagente- catalisador e se dá a reação: - nos metais: 1015/cm2 - nos catalisadores ácidos: 1011/cm2 2- Actividade ou eficiência: - Reagente convertido por unidade de tempo e de massa ou de área superficial do catalisador - "Turnover number" reagente transformado por centro ativo - Conversão X = reagente convertido/reagente total - Área específica, porosidade e temperatura isocinética 6 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 3- Selectividade: - Favorecimento de uma dada reação entre várias possíveis, para formação do produto desejado: Si = reagente convertido em i / reagente convertido total - Maior atividade --> menor seletividade - Mecanismos de seletividade: (a) modificação um grupo funcional sem afectar outros grupos funcionais (mesmo semelhantes); (b)dirença significativa na velocidade de uma determinada reação; (c) protecção de grupos funcionais. - Regiosseletividade e Regioespecificidade 4- Estabilidade; - Química, térmica, textural, estrutural 5- Regenerabilidade: - Reposição da atividade e seletividade -Tipos de desativação: envenenamento; deposição de espécies que bloqueiam acesso dos reagentes; redução de área específica por sinterização; perda de espécies ativas; perda de cristalinidade, porosidade. 6- Propriedades Térmicas e Mecânicas: - Capacidade calorífica e condutividade térmica (processos não atérmicos) - Esmagamento, atrito (leito fluidizado) 7- Porosidade - grão – partículas – macro,micro e mesoporosidade 8- Baixo Custo TEORIAS SOBRE O MECANISMO DE AÇÃO DE UM CATALISADOR Na adsorção sobre metais e óxidos ocorrem interações entre as moléculas e as superfícies (sítios ativos) que envolvem efeitos eletrônicos e geométricos ou estéricos. Geométrica - alteração da geometria dos regentes e geometria do centro ativo Eletrônica - alteração da densidade eletrônica dos regentes (semi-condutores) Química - Complexo reagente-catalisador Cap. 5 7 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DOS CATALISADORES HETEROGENEOS Os catalisadores heterogêneos, desconhecendo-se os processos e procedimentos adotados na sua fabricação, são sistemas constituídos basicamente óxidos metálicos e mistos, Zeólitas e materiais nanoestruturados (muito ativos e seletivos) cujo centro metálico trocar reversivelmente seu estado de oxidação, cuja estrutura está intrinsecamente ligada a método de preparação e histórico antes do uso. Um catalisador heterogêneo é caracterizado pelo tamanho dos grãos, poros e partículas, área superficial específica, localização da fase ativa e estabilidade. Dos catalisadores industriais, a minoria é constituída de uma substância pura, como no caso da platina para hidrogenação, do óxido de cobre para desidrogenação, da alumina para desidratação. A maioria, porém, tem na sua composição outros constituintes como os PROMOTORES, SUPORTES E INIBIDORES; e, às vezes, PRECURSORES. Nos processo catallíticos tem-se: INIBIDORES OU CATALISADORES NEGATIVOS, que reduzem a velocidade de uma reação química, utilizados, por exemplo, na conservação de alimentos; VENENOS DE CATALISADORES que reduzem e até destroem a ação do catalisador em quantidades muito pequenas. O envenenamento de catalisadores se dá por meio da adsorção preferencial, definida pelas configurações eletrônicas catalisador-veneno, com formação de ligações extremamente fortes entre eles. É um efeito indesejado e, por isso, processos químicos de prevenimento da intoxição de catalisadores foram desenvolvidos. Tóxicos intencionais, introduzidos a fim de moderar a atividade de alguns catalisadores extremamente ativos ( caso do enxofre na síntese de Rosemund, por exemplo). Venenos de seletividade, que destroem a seletividade do catalisador (Ni e V nos catalisadores de Craqueamento). Venenos de estabilidade: Provocam uma diminuição da estabilidade estrutural. É o caso da água na desativação da silica, alumina e silica-alumina a alta temperatura. Ela causa uma diminuição da superfície e, consequentemente, da atividade. CATALISADORES SUPORTADOS São catalisadores depositados sobre materiais geralmente inertes que lhe conferem maior resistência mecânica ou, ainda, permitem uma distribuição homogênea de um componente ativo caro sobre uma grande superfície de um material barato, como por exemplo: níquel sobre pedra-pomes e platina sobre carvão ativo. As propriedades requeridas de um suporte são: atividade nula ou baixa, elevada área superficial, estabilização da fase activa dispersa, porosidade adequada, resistência ao meio reacional, propriedades mecânicas, estabilidade térmica, resistência sinterização, regenerabilidade, baixo custo. - Suportes orgânicos: podem ser facilmente funcionalizados (quimicamente) e preparados com uma vasta gama de propriedades físicas (porosidade, superfície específica). - Suportes inorgânicos: apresentam elevada estabilidade térmica, alias, esta é sobretudo função da molécula imobilizada. - Exemplos de suportes: Básicos - MgO, CaO, BaO Ácidos - Alumina (γ-Al2O3): Si02, Zeólitos Neutros – MgAl2O4 e ZrCr04 Anfotéricos - α-Al203, Ti02, Ce02, Zr02 Exemplos de sistemas suportados de importância tecnológica: 1) complexos (ou óxidos) de Cr, Zr e Ti, utilizados na polimerização de eteno e propeno, (catalisador Phillips, catalisadores Ziegler-Natta e dos Metalocenos); 2) - Ag/α-Al203 utilizado na epoxidação do etileno; 3) No caso a oxidação de etileno a óxido de etileno: os catalisadores que não favorece à dissipação do calor podem provocar a oxidação do produto intermediário (óxido de etileno) a dióxido de carbono. A prata metálica depositada sobre um suporte de baixa área e alta condutividade térmica (alfa-alumina) ou prata .microcristalina depositada quimicamente sobre prata em grânulos não porosos. 8 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOSProf. Ivo Vedana 2013 Alumina: os suportes de Al2O3 são importantes pois são de custo baixo, possuem estabilidade térmica e mecânica, são fáceis de manipular e apresentam uma grande diversidade de estruturas porosas. A atividade catalítica é função do teor de desidratação da superfície. Os grupos hidroxila podem agir como sítios ácidos de Bronsted.(a) Com o aumento da temperatura a desidroxilação expõe os átomos de alumínio, que por sua vez, desempenham um papel de sítios ácido de Lewis. Paralelamente fornam-se entidades AlO-, que assim, como os átomos de oxigênio ponte, são sítios básicos de Lewis(b). (a) (b) Sílica: As sílicas (micropartícula), formam o grupo mais importante do ponto de vista comercial constituindo suportes catalíticos de área superficial elevada, entre os quais destacam-se a sílica gel e a aerogel. A superfície da sílica consiste de uma camada de grupos silanóis (Si-OH) com água fisicamente adsorvida. A maior parte da água é dessorvida entre 400 e 500 K, sem afetar os grupos silanóis, cujas três configurações permanecem distintas sobre a superfície: isolado, geminal e vicinal (c); Com o aumento da temperatura, os grupos silanóis são progressivamente eliminados, levando a formação de pontes siloxana (d). Isolado geminal vicinal (c) silanois (d) siloxanas Sílica-alumina: é um óxido binário dotado de boas propriedades catalíticas no craqueamento de óleos pesados. Sua atividade, está ligada ao número e a força dos sítios ácidos que, por sua vez, dependem da relação Al:Si. É obtido por co-precipitação sobre a sílica. O Al constitui os centros ativos ácidos. Catalisam reações de alquilação, isomerização e craqueamento catalítico. Zeolitas: São aluminosilicatos cristalinos de estrutura bem definida, encontrados na natureza ou sintéticos. A estrutura cristalina – Tetraedros de SiO4 e AlO4- interligados - das zeolitas compreende cavidades ou poros de dimensões moleculares, dotados de sítios catalíticos. Sua alta seletividade se deve ao peneiramento molecular (aberturas e formas de dimensões precisas e definidas interconectadas entre si por canais que determinam as moléculas que tem acesso ao seu interior). Sua maior aplicação está no craqueamento das parafinas normais visto que as isoparafinas e hidrocarbonetos aromáticos não tem acesso ao interior do zeólito. Um dos modelos padrões mais importantes para a industria do petróleo é o da sodalita cuja estrutra é cubica-octaédrica formadaa por uma superfície de oito aneis hexagonais (seis tetraedros) e 6 anéis quadrados (4 tetraedros). Zeólitos A, X e Y 12,3 0 A O Al OH O Al O - H+ O Al OH O O Al OH O Al O Al O + O - Si OH Si OH OH Si Si O H O H Si OH OH Si+ H2O- Si Si O Oxigênio Silício ou alumínio 9 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 SORÇAO: ADSORÇÃO ���� Retenção na superficie ABSORÇÃO ���� retenção no interior Num processo catalítico hetrrogêneo, a ativiação se dá via adsorção do sbstrato nos sítios ativos do catalisador. A adsroção é determinante da atividade e seletividade da reação. A Figura a baixo ilustra as etapas de uma reação catalítica heterogênea, das quais, segue-se um estudo detalhado da adsorção e dessorção.: EQUILILÍBRIO ADSORÇÃO-DESSORÇÃO As moléculas adsorvidas (adsorbato) reduzem o desequilíbrio das interações intermoleculares (processo espontâneo:∆G<0) que existem na superfície ou interface e sofrem restrições na sua liberdade de movimento, que passa a ser bidimensional e, consequentemente, diminuição de entropia (∆S<0) e é um processo que evolui para o equilíbrio: ADSORBATOads ADSORBATOdes 1. Mostre a partir das informações termodinâmicas acima, que a tendência do processo de adsorção é de ser exotérmico. Discuta a possibilidade de ser endotérmico. Resposta: ∆G = ∆H - T∆S � ∆G<0, ∆S<0, T>0 � - ∆G = ∆H - T(-∆S) � ∆H = - T∆S - ∆G = ∆H < 0 processo exotérmico. 1 - Difusão dos reagentes até a superfície: - transporte de massa interfase 2 - Difusão dos reagentes para dentro dos poros: - transporte de massa intra-fase 3 - Adsorção dos reagentes sobre a superfície. 4 - Reação química na superfície. 5 - Dessorção dos produtos. 6 - Difusão dos produtos para fora dos poros. 7 - Difusão dos produtos para dentro da corrente do fluido. Sítios de adsorção ADSORBATOads ADSORBATOdes ADSORVENTE 10 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 GRANDEZAS �Área superfícal específica (m2/g): expressa a capacidade de adsorção. Ex.:Sílica Gel, poros ∅ = 4,7.10-7cm � 250 m2/cm3 ����θθθθ: Fração de área superficial do adsorvente recoberta pelo adsorbato ou Grau de cobertura Definição: 1n n 1paravolume adsorvidogásdevolume totalárea recobertaárea adsorçãodesítiosdetotal ocupadosadsorçãodesítios ====θθθθ θθθθ ==== ====θθθθ ============θθθθ �Porosidade: Distribuição de tamanho (poros pequenos grande área superficial e vice-versa) Classificação dos poros pelo tamanho (IUPAC) Microporos de 0 a 2 nm Mesoporos de 2 a 50 nm Macroporos de 50 a 7500 nm Megaporos >7500 nm �Geometria dos poros CALORES DE ADSORÇÃO ISOSTÉRICOS Os Calores de adsorção isostéricos (θ constante) podem ser calculados através da equação de Clapeyron-Clausius: 2 ∆ = δ RT H dT pln ads válida para o estado de equilíbrio e a volume constante. Esta equação quando integrada: ln(p1/p2)= ∆Hads/R(1/T2-1/T1) TIPOS DE ADSORÇÃO Os compostos permanecem adsorvidos na superfície do adsorvente pela ação de diversos tipos de interações adsorvente-adsorbato que podem ocorrer entre átomos ou moléculas na interface: Interações Dipolo-Dipolo (London ou Van der Waals), interações do tipo ligações químicas ( bem definidas) e troca iônica (íon adsorvido trocado por íon do fluido). 2. Cite diferentes tipos de adsorção, sua causa e aplicações. Resposta: Dependendo da natureza das interações ADORBATO-ADSORVENTE, a adsorção pode ser: Adsorção física: interações Dipolo-Dipolo (superfície/capilares) ���� processos de purificação Adsorção Química: interações do tipo ligações químicas ���� catálise química Troca iônica: permuta de íons adsorvente-adsorbato ���� desmineralização da água. Exemplos:� Adsorventes polares (hidrofílicos) como os Aluminosilicatos (zeólitas), Alumina porosa, Silica gel ou sílica-Alumina apresentam afinidade com adsorbatos polares como a água e os alcoóis; � Adsorventes apolares (hidrofóbicos) como os carbonados, poliméricos, silicalitas apresentam afinidade com adsorbatos apolares como os óleos e hidrocarbonetos Obs.: Dos adsorventes industriais, a maioria são porosos e, em segundo lugar, pulverizados. 11 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 ADSORÇÃO FÍSICA (fisissorção) e ADSORÇÃO QUÍMICA (Quimissorção) ADSORÇÃO FÍSICA = FISISSORÇÃO ADSORÇÃO QUÍMICA = QUIMISSORÇÃO Evolui rápido para o equilíbrio Exceto: materiais microporosos. Depende da difusão Evolui lento para o equilíbrio, principalmente em baixas temperaturas Não envolve energia de ativação Envolve energia de ativação Não seletiva - reverspivel Seletiva - irreversível Van der Waals (fracas) Longo alcance� multicamadas Ligações químicas, geralmente, covalentes. Monocamadas ∆Hads ≈ 20 kJ/mol ou ordem de grandeza da condensação ∆Hads ≈200 kJ/mol ordem grandeza das Ligações Químicas Depende fundamentalmente da natureza do adorbato e decresce rapidamente com aumento de T Depende da natureza do adsorbato e adsorvente e é apreciável para temperatura maiores do que a física Adsorção molecular (sem dissociação) Quimissorção: ativada � Lei e Arrhenius = f(T e E) Não ativada: E praticamente nula Determinação da textura dos catalisadores Catalise hetrogenea D I A G R A M A D E L E N N A R D – J O N E S mostra a variação da energia potencial do sistema no decorrer do processo de adsorção. Figura 2: Adsorção física (fisissorção) Figura 3: Adsorção Química (Quimissorção) ENERGIA DE ATIVAÇÃO DE ADSORÇÃO: As figuras 2 e 3 ilustram a variação da energia potencial em função da distância da superfície do adsorvente da molécula de um gás diatômico, X2, sobre um metal M: A curva P retrata a adsorção física e a curva C, a adsorção quiimica. A curva C ilustra, inicialmente, a dissociação de X2, a diminuição da sua energia potencila ao se aproximar da superfície e um mínimo que corresponde ao calor de quimissorção. A curva P, não envolve a dissociação do gás e o mínimo corresponde ao calor de adsorção física, estado precursor da adsorção química. O ponto de interseção entre P e C corresponde à passagem da adsorção física para a adsorção química e a energia neste ponto é a própria energia de ativação da quimissorção. O valor da energia de ativação para a adsorção química, que pode ser positiva, Figura 4, ou nula ou negativa, Figura 5m determina a ocorrência da quimissorção ou não. Por exemplo, se esta barreira for baixa ou não envolver ativação, o processo será mais rápido e se for muito alta correrá somente a adsorção física ou uma quimissorção lenta. Assim, a adsorção física, precedendo a quimissorção, reduz a energia de ativação da quimissorção, que seria igual incluiria a energia de dissociação do X2, sabidamente elevada, caso não houvesse a adsorção física. O mecanismo da adsorção passa por etapas: primeiramente, ocorre uma adsorção física (Van der Waals) sem alteração da estrutura eletrônica, tanto do metal quanto do gás. Numa segunda fase, a molécula do gás se dissocia com superposição das nuvens eletrônicas, mantendo as interações X-X. Finalmente, com a superposição completa das nuvens eletrônicas a ligação M-X se completa com a chamada Quimissorção com a dissociação, difusão sobre a superfície a passando, então para o estado adsorvido. C C P P 12 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 Adsorção molecular ou dissociativa A Figura 4, ilustra o caso com onde está envolvida a energia de ativação, Ea, a qual funciona como uma barreira energética determinante da ocorrência da quimi ou fisissorção. Neste caso apenas uma fração das moléculas vence esta barreira energética e se se dissocia. No caso representado na Fiigura 5, não há barreira energética e a maioria das moléculas passam diretamente à forma dissociada, processo denominado de dissociação ativada. Figura 4 Figura 5 Mecanismo de adsorção – pág 71 3. Os diagramas genéricos acima ilustram dois processos de adsorção diferentes, (a) e (b). Qual a diferença entre eles? INFLUENCIA DA TEMPERATURA SOBRE A ADSORÇÃO A temperatura pode determinar o tipo de adsorção, a figura abaixo ilustra este comportamento. 4. Dada a curva abaixo que ilustra a quantidade de um gás adsorvido sobre um sólido em função temperatura: 1) Descreva, em breves palavras, o que expressa curva do digrama abaixo: 2) Descreva e interprete as regiões (a), (b) e (c) da curva: Exemplo: Adsorção do N2� -190K Adsorção do H2� 273K. A fisissorção é mais intensa quando a temperaturas próximas a da temperatura de condensação do gás. A VELOCIDADE DE ADSORÇÃO A Velocidades de adsorção, dt dθ , é proporcional a pressão p (número de moléculas que colidem na superfície) e do número de sítios vacantes N(1- θθθθ): )-(pNk dt d ads des θ1= θ Kads expressa a influencia da natureza das interações adsorvente-adsorbato e temperatura sobre a velocidade de adsorção. Curva ao lado relaciona a quantidade de gás adsorvido em função da temperatura. (a) (b) (c) 13 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 5. Definir “velocidade de adsorção” em função da variação da área superficial do adsorvente recoberta e citar os fatores que a influencia. A adsorção química pode ser rápida se a energia de ativação for nula ou pequena, e pode ser lenta se a energia de ativação for elevada. “A adsorção física é, em geral, rápida, mas pode parecer lenta se estiver envolvida com a ocupação de um meio poroso”. A velocidade de recobrimento da superfície do adsorvente pelas partículas do adsorbato depende da capacidade do adsorvente de dissipar, como energia térmica, a energia das partículas que colidem com a superfície. Se não houver rápida dissipação de energia, a partícula migra sobre a superfície até que uma vibração provoque a sua expulsão. PROBABILIDADE DE ADSORÇÃO, s É dada pela razão entre as colisões com a superfície e as colisões que levam à adsorção: superfície acom partículas das colisões de taxa superfície pela partículas de adsorção de taxa =s onde: --> o numerador é obtido experimentalmente por meio da medida, por exemplo, da alteração da pressão no processo de adsorção (isotermas de adsorção); --> o denominador pode ser calculado pela teoria cinética dos gases: Em condições normais, uma superfície sólida exposta a um gás é continuamente bombardeada por moléculas dos gás que rapidamente recobrem a esta superfície. A partir da teoria cinética dos gases, o fluxo de colisões na superfície (Zw) é dado pela expressão: 21 0 = /W ]M.T[ pZ Z onde M, massa molar do gás dado em g/mol, a pressão em Pa, a temperatura em K. Por exemplo: Se M =29 g/mol e 1atm e 25oC, Zw = 3,1027 m-2s-1 (colisões m2/s) e Z0 = 2,63.1024 m-2s-1, Então, num m2 da superfície tem cerca de 1019 átomos e cada átomo e atingido 108 vezes por segundo, mostrando que mesmo sendo pequena a fração de moléculas adsorvidas nas colisões com a superfície a superfície fica recoberta num intervalo de tempo muito curto. Os valores de “s” variam bastante. Por exemplo, na temperatura ambiente, a probabilidade de adsorção do CO sobre a superfície de diversos metais do grupo d está no intervalo que vai de 0,1 até l,0. Para o Nitrogênio sobre o rênio, porém, é menor do que 10-2, o que mostra que em mais de 100 colisões apenas uma é bem-sucedida 6. Calcular a frequência das colisões moleculares por centímetro quadrado, na superfície de um vaso contendo hidrogênio quando a pressão for de 100Pa (0,750 torr) 7. Que pressão tem o Argônio (M = 39,5 g/mol) gasoso quando a taxa de colisão dos átomos sobre um superfície circular de 1,5 mm de raio é de 4,5.1020 s-1 a 151,85 oC VELOCIDADE DE DESSORÇÃO A dessorção é sempre um processo ativado, pois as partículas adsorvidas têm que vencer a “ligação” com o adsorbato. Numa adsorção física, dessorção ocorre em virtude da própria vibração mais ou menos intensa da espécie adsorvida. ADSORBATOads ADSORBATOdes 8. Descreva o significado das constantes kads e addes e como variam ao longo do processo de adsorção. kads kdes 14 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 A dependência deste processo com a temperatura, é razoável que obedeça à lei de Arrhenius: RT/E- d dAek = onde Edes é a energia de ativação de dessorção, comparável à entalpia de adsorção física. Se o processo de adsorção obedece a uma cinética de primeira ordem, a velocidade de adsorção dt dθ é dada por : )-1(pNk dt d ads ads θ=θ e a dessorção por: θ= θ Nkdt d des des Integrando a expressão da dessorção e aplicada para 2/1t (meia vida de uma molécula estar adsorvida) obtêm-se a relação entre a entre a temperatura e a meia-vida da molécula no estado adsorvido: RT/E 0 d 2/1 de k 2lnt ττττ======== onde A2ln0 ====ττττ Exemplo: se admitirmos que 0τ1/ seja aproximadamente igual à freqüência de vibração de uma ligação fraca entre a partícula e o adsorvente (cerca de I012 Hz) e se Ed ≅ 25 kJ/mol, a meia-vida de residência na superfície é da ordem de 10 ns, na temperatura ambiente. Meias-vidas da ordem de 1s só ocorrem em temperaturas da ordem de 100 K. 9. O tempo médio de permanência de um átomo de oxigênio adsorvido em tungstênio é de 0,36 s a 2548 K e de 3,49 s a 2362 K. Achar a energia de ativação da dessorção. Qual o fator pré-exponencial da expressão da adsorção desses átomos fortemente adsorvidos? 10. Durante que intervalo de tempo, em média, um átomo de H ficará retido numa superfície a 298 K, se a energia de ativação de dessorção for: (a) 15 kJ/ mol; (b) 150 kJ/ mol Durante quanto tempo, em média, ficam adsorvidos os mesmos átomos a 1000 K? Dado: τ0=0,10 ps. Durante quanto tempo, em média, ficam adsorvidos os mesmos átomos a 1000 K? Considere τ0= 0,10 ps. 11. Durante quanto tempo, em média, um átomo permanecerá adsorvido numa superfície, a 400 K, se a energia de ativação de dessorção for (a) 20 kJ mol-1 e (b) 200 kJ/mol Tomar τ0 = 0,12 ps. Durante quanto tempo, em média, ficará o mesmo átomo adsorvido a 800 K? 12. Demonstre: “Na adsorção química, com Ed = 100 kJ/mol, é estimado 0τ = 10 -14 s (pois a ligação adsorvato-adsorvente é bastante forte) e a meia-vida de residência é da ordem de 3 x I03 s (cerca de uma hora) na temperatura ambiente é de apenas 1 s na temperatura de 350 K. 13. A entalpia da adsorção do CO sobre uma superfície é de -120 kJ/mol. A adsorção é física ou quimica? (por comparação com as tabelas 5.1 e 5.2) Estimar a vida média de uma molécula de CO sobre a superfície do adsorvente, a 400 K, admitindo: Ed ≈ ∆Hads e τ0 = 10-14 s. 15 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 MOBILIDADE SOBRE AS SUPERFÍCIES A mobilidade do adsorbato reflete a força da interação adsorbato-adsorvente. Este aspecto muitas vezes é crucial na atividade catalítica, pois é possível que a catálise não se processe se as moléculas dos reagentes estiverem adsorvidas de tal sorte que não possam migrar. A energia de ativação da difusão sobre a superfície do adsorvente não é necessariamente igual à energia de ativação da dessorção, pois é possível que as partículas se desloquem nos vales da superfície da energia potencial sem abandonar a superfície. Por exemplo: a difusão pode ser mais fácil numa face do cristal do que em outra, e então a mobilidade superficial pode depender da face do cristal que estiver exposta. Em geral, a energia de ativação de migração é cerca de 10 a 20% da energia da ligação do adsorbato ao adsorvente. O seu valor, porém, depende do grau de recobrimento da superfície. É possível, também, que os defeitos da superfície tenham papel importante e estes defeitos dependem da temperatura. É possível também que ocorra adsorção em vacâncias existentes na superfície. 14. Qual o fator que a determina a mobilidade do adsorbato sobre uma superfície? Qual a implicação, num processo catalítico, o fato do adsorbato (reagente) estar fortemente retido na superfície? 15. Qual a efeito da energia de ativação de difusão e da energia de ativação de dessorção sobre a mobilidade do adsorbato sobre uma superfície? MODELOS DE ADSORÇÃO: ISOTERMAS DE ADSORÇÃO E HISTERESE Catalisadores são materiais altamente complexos. Na avaliação da viabilidade de um catalisador se requer a caracterização textural e estrutural que consiste na determinação da área específica, volume poroso, diâmetro de poros. Entre as técnicas utilizadas tem-se as isotermas de adsorção de Langmuir e BET, principalmente, que permitem a determinação da dimensão das partículas/porosidade necessárias para avaliar o número e acessibilidade aos centros ativos do substrato. Estas avaliações são necessárias, inclusive, durante o uso por que as maiores variações podem ocorrer como consequência, como por exemplo, das condições de utilização do catalisador. Assim, a determinação da área específica pode mostrar que a diminuição da atividade de um catalisador tem origem numa diminuição da mesma, quando utilizado em temperaturas muito altas. O método mais utilizado para determinar a área específica consiste na adsorção de uma espécie molecular à sua superfície. Conhecendo a área ocupada por cada molécula e trabalhando em condições de formação de uma monocamada, a quantidade adsorvida dá, diretamente, a área total da amostra. Deve haver o cuidado de escolher as moléculas de modo à adsorção não ser limitada pelas suas dimensões (haveria a possibilidade de parte da rede porosa não ser recoberta por essas moléculas, de dimensões demasiado grandes). Uma isotérmica de adsorção representa a relação, a temperatura constante, entre a pressão parcial de adsorbato e a quantidade adsorvida, no equilíbrio: P/P0 . Esta varia entre zero para P/P0 = 0 (θ = 0) e uma quantidade para P/P0 = 1 (superfície completamente molhada ou θ = 1). No caso da adsorção de alguns gases em substâncias porosas, pode observar-se um “anel de histerese”, quando se efetuam ciclos de adsorção/dessorção e que estáassociado com a condensação capilar. A histerese é causada por efeitos geométricos, pelos quais a curvatura do menisco, em contacto com o vapor, para um dado P/P0, á medida que a pressão parcial 16 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 aumenta, é diferente daquela que ocorre quando a pressão parcial diminui. Este fenómeno é atribuído à pressão capilar que impede o gás condensado de se dessorver à mesma pressão a que ocorre a adsorção. Referencias: P/P° - ≈ 0,01 – volume adsorvido é muito pequeno P/P° - ≈ 0,1 - volume adsorvido é de uma monocamamda P/P° - ≥ 0,1 - volume adsorvido é de multicamamda A equação de Kelvin estabelece a relação que existe entre a pressão relativa P/P0 e rK, raio do menisco formado no interior do poro: RT r cos V f- P P ln K m 0 θθθθγγγγ ==== quando aplicada a um tubo capilar fechado numa das extremidades, onde: P/P0 – pressão relativa do gás; γ - tensão superficial do adsorbato líquido; Vm – volume molar do adsorbato líquido; θ - ângulo de contacto do líquido com a superfície do poro (normalmente baixo, pelo que cosθ ≈ 1); rK – raio de curvatura ou raio de Kelvin (positivo para uma superfície côncava); f – factor que depende da forma do menisco. Ainda que, em princípio, todas as moléculas possam ser usadas para tal fim, os dados mais significativos são obtidos se as dimensões das moléculas de adsorbato forem pequenas em comparação com o diâmetro dos poros dos sólidos. Na maioria dos casos, usam-se dados correspondentes à adsorção de nitrogênio, medida à temperatura de ebulição do azoto líquido (77,4 K). Qualquer vapor condensável e inerte pode ser utilizado no método BET. No entanto, as medições são mais precisas com moléculas pequenas e esféricas. Tipicamente, kriptonio, Argonio e Nitrogênio constituem moléculas largamente usadas. No entanto, dado que o azoto líquido está, normalmente, fácilmente disponível, n amior parte das aplicações efectua-se a adsorção de N2 à temperatura do N2(Liq).. A área projectada do azoto foi calculada como sendo de 0.162 nm2 a 77K (temperatura de N2 líquido). Nas analises de adsorção a pressão absoluta é elevada até a pressão de saturação a qual, para os gases mais utilizados Nitrogênio e Argônio, é próxima a pressão atmosférica. Nesta pressão se maximiza a adsorção. Segue a redução da pressão no intuito de se obter a isoterma de dessorção ou a chamada histerese, ilustrada na figura abaixo: CLASSIFICAÇÃO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO segundo Brunauer, deming e Teller de acordo com a textura do sólido Quantidade de gás adsorvido é proporcional a área superficial, temperatura, pressão e natureza dos adsorbato e adsorvente. A variação da quantidade de adsorbato gasosos adsorvido em função da pressão de equilíbrio, denomina-se de isoterma da adsorção. A forma da isoterma é a impressão digital da textura da amostra do sólido analisada. A pressão é expressa em pressão parcial relativa 17 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 ISOTERMAS DO TIPO I ISOTERMAS TIPO II E IV Semelhantes na forma. A tipo IV apresenta o fenômeno de histerese, típico de matérias meso-porosos (∅ de 2 a 50 nm), cuja forma dos poros são responsáveis pelos diferentes cominhos tomados na adsorção e na dessorção A isoterma do tipo II, representa formaçã ode monocamamda incompleta seguida de condensação capilar também chamadas de sigmóides, como por exemplo :nitrogênio em sílica-gel ,a 77K, não apresenta o fenômeno das histerese e a saturação ocorre a pressões muitos mais elevadas e com materiais não poros ou macro-porosos ( ∅> 50 n), O ponto B caracteriza a formação da monocamada e o restante da curva ,a adsorção em multicamadas. A isoterma tipo IV, como, por exemplo, o benzeno sobre gel e óxido de ferro a 320K, apresenta um nivelamento próximo à pressão de saturação. Considera-se que refletem a condensação capilar em sólido porosos de diâmetros efetivos dos poros entre 2 e 20 nm. O limite superior de adsorção é determinado, sobretudo pelo volume total dos poros ISOTERMAS TIPO III e V Não há indicação de formação de monocamada que se deve a interação adsorbato-adsorbato mais intensa do que a adsorbato- adsorvente. Mostram uma adsorção inicial do gás lenta mostrando fracas interações adsorvente adsorbato. São mais raras. A isoterma do tipo III , representa adsorção física em multicamadas como por exemplo ,bromo sobre sílica-gel,a 352K,não apresenta o fenômeno das histerese e a saturação ocorre a pressões muitos mais elevadas ocorre com materiais não poros ou macro-porosos ∅> 50 nm Isoterma IV e III represta saturação com aumento de pressão com condensação completa nos capilares Chamada de Isoterma do tipo de Langmuir, típica da adsorção química com formação de monocamadas ( saturação a baixas pressões ) As Isotermas de Langmuir, regra geral, não apresentam histerese. Sua ocorrência também é constatada nos casos de adsorção física sobre sólidos com estrutura micro-porosa (∅ < 2 nm) e áreas superficiais elevadas (1000 m2/g). Micro-poros se enchem a baixas pressão (p/p°<0,01). Quando cheios a adsorção se processa na superfície externa. Exemplos: amônia sobre carvão a 273K, Zeólitas, carvão ativados e SMO ( materiais com estrutura de metal orgânica) B B 18 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 A isoterma tipo V, atinge saturação com enchimentos dos poros dos poros, como por exemplo, vapor de água sobre carvão, a 373K, apresenta o fenômeno de histerese onde a condensação capilar ocorre a uma pressão relativa mediana . Típico de matérias meso-porosos (∅ de 2 a 50 nm), cuja forma dos poros são responsáveis pelos diferentes cominhos tomados na adsorção e na dessorção. Quando é observado com o carvão hidrofóbico, trata-se apenas de um condensação. ISOTERMAS DO TIPO VI - escalonadas Geralmente, a adsorção em multicamadas ocorre em temperaturas próximas ao ponto de ebulição, enquanto que a adsorção em monocamada pode ocorrer a temperaturas mais altas do que a do ponto de ebulição e a densidade do adsorbato em monocamada é próxima a do líquido. MODELOS DE ADSORÇÃO - de gases em sólidos 1 - ISOTERMA DE FREUNDLICH a) Em função do volume de adsorbato adsrovido � V = Kp1/n ou lnV = 1/n lnp + lnK ou x/m = kC1/n b) Em função do grau de cobertura � θ = K p1/n Onde: K e n, constantes empíricas, assumem valores maiores do que a unidade e decrescem com a temperatura. A constante n retrata a interação adsorvente-adsorbato. 16. Na adsorção do CO pela mica a 90°K, os volumes de gás adsorvido pela mesma massa de mica, reduzidos, a pressão e temperatura padrão foram l,769 ml para uma pressão de equilíbrio de 5,45 10-5 mmHg e 1,082ml para uma pressão de equilíbrio de 5,60 10-4 mmHg. A partir da isoterma de Freundlich calcule o volume de gás medido nas condições padrão adsorvido pela mesma quantidade de mica para uma pressão de equilíbrio de 10-3 mmHg. 17. É comum que a adsorção de solutos em fase liquida por adsorvente sólido seja do tipo Freundlich. Mostre isso a partir dos seguintes dados da adsorção do acido acético sobre o carvão, a 25°C CHAc(mol/L) 0,05 0,10 0,50 1,00 1,50 mHAc/gcarvão0,04 0,06 0,12 0,16 0,19 Qual a equação da isoterma? 18. O numero de cm3 de metano medidos nas CNTP adsorvidos sobre 1 mg de carvão a 0°C em diferentes pressões é: P (cm Hg) 10 20 30 40 cm 3 , CNTP, ads. 9,75 14,5 18,2 21,4 Mostre que os dados obedecem à isoterma de Freundlich e determine as constantes. � associadas à adsorção sobre superfícies sólidas uniformes; � cada degrau corresponde à formação de uma camada adsorvida monomolecular completa. � Típico de adsorventes não porosos, com superfície completamente uniforme. � Neste caso adsorção do gás ocorre camada por camada, a formação de uma camada leva a formação da outra a assim sucessivamente até a condensação do gás sobre o sólido. 19 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 2 - ISOTERMA DE LANGMUIR - 1916 - Isotermas tipo I – Modelo valido para baixas θθθθ e P/Po A isoterma de Langmuir foi desenvolvida admitindo-se as hipóteses: � formação de monocamada, decréscimo rápido das forças de interação intermoleculares. Ou seja: superfície com número definido de sítios de adsorção e cada sítio adsorve uma única molécula � sítios equivalentes energeticamente, superfície uniforme e ocupação independente dos sítios � Calor de adsorção constante (independe de θ) ka � Equilíbrio dinâmico: gásads gásdes kd A) para o caso de uma adsoção sem dissociação: Sperfície + X2 -----> Superfíce-X2 � A velocidade de adsorção dt dθ é proporcional a pressão p ( número de moléculas que colidem na superfície) de e do número de sítios vacantes N(1- θθθθ), ou seja: )-1(pNk dt d ads des θ=θ E, por sua vez, a dessorção proporcional ao número de sítios ocupados,Nθθθθ: θ= θ Nkdt d des des No equilíbrio, as duas velocidade se igualam, obtendo-se: θθ NkpNk da =− )1( Como: k = kads/kdes (constante de equilíbrio adsorção-dessorção) obtém-se a chamada isoterma de Langmuir: kp kp θk K k :como pkK pk θ d a ad a + =→= + = 1 como α V V θ = , então, substituindo θ por V/Vα, tem-se: αα 1 += kVV p V p Como θ pode ser definido como o quociente entre “n”(moles adsorvidos de por grama de adsorvente) e “nα” (moles adsorvido equivalentes a monocamada completa), a isoterma de Langmuir também pode ser expressa na forma: αα np . Knn 1111 += O coeficiente línea da reta 1/n = f(1/p) permite determinar o numero de moles da monocamada e a constante de equilíbrio. Como k = kads/kdes,k expressa a afinidade do gás pelo adsorbato. 20 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 Analisando o caso do equilíbrio deslocado para os dois estremos: a) Equilíbrio deslocado para esquerda: θ << 1, Istoé: em pressões baixas ou no caso de pouca afinidade do gás pelo solido Então: Quando θ � 0 (θ << 1), então: 1+kp ≈ 1 ou θ = k. p , ou θ α p Exemplo; decomposição de N2O pelo ouro b) Equilíbrio deslocado para direita: θ = 1, Isto é: ou em pressões altas ou no caso de gás com alta afinidade pelo sólido Quando θ �1, então: 1+kp ≈ k. p, Exemplo: decomposição de N2O pelo ouro B) para o caso de uma adsoção sem dissociação: Sperfície + X2 -----> 2(Superfíce-X) Portanto: 2θ1=θ )-(pNkdt d áds des e 2θ= θ Nkdt d des´ des � 2/1' 2/1´ )pk(1 )pk( + =θ C) Generalizado para i gases (reagentes e/ou produtos): ∑ ∑ ∑ + =θ ii ii i pk1 pk E a fração de sítios vagos será: ∑+ =θ ii v pk1 1 E a fração de sítios ocupados por cada componente será dada por: viii pk θ=θ Observação: Da termodinâmica tem-se: RTG0 0 ekk ∆−= Onde : k = kads/kdes (constante de equilíbrio adsorção-dessorção) e 000 STHG ∆−∆=∆ Donde se ontem que: RTHRS0 0 ads0 e.ekk ∆−∆= Critica à isoterma de Langmuir 21 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 ISOTERMA DE BET – BRUNAUER-EMMET-TELLER – Isotermas tipo II Modelo que tenta generalizar a Isoterma de Langmuir, englobando a adsorção de multicamadas. É desenvolvida com base no equilíbrio Asdsorção/dessorção onde o calor de adsorção é mais acentuado e nas demais se aproxima do valor do calor latente de condensação densação envolvendo várias camadas de moléculas adsorvidas em superfícies sólidas não porosas. ]Z)C-1(-1)[Z-1( Z.C V V m ==== � 0p p =Z onde p é a pressão do gás nas condições de medida e p0 pressão do gás liquefeito � C é uma constante, função de T e ∆H, ou seja: RTH-H- vapadsmonose=C /)( ∆∆ �A forma da isoterma de BET mais utilizada é: CV 1 p p C)(V 1-C )p-p(V p 0o mm ++++==== POROSIDADE ÁREA SUPERFICIAL ESPECÍFICA - LANGMUIR A partir da isoterma tipo I (monocamada completa), calcula-se a área superficial específica, S (m2/g), dada pela expressão: S = nm.am.N onde N, é o numero de Avogadro; nm, número de moles adsorvidos correspondentes a monocamada completa e am é área média superficial recoberta por molécula do gás, dada pela expressão: am = 1,091(M.N/ρρρρ)2/3 Ex.: para o nitrogênio ( M = 28, ρρρρL = 0,81g/mL) é igual a 0,162 nm e para o Argônio, 0,1385 nm. 19. Os seguintes dados foram obtidos na adsorção do H2 em amostra de 1.00 g de cobre, a 0°C. A tabela fornece o volume do H2, medido nas CNTP P (Torr) 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 V (cm3 ) 1,22 1,33 1,31 1,36 1,40 Determinar o volume de H2 necessário para formar monocamada sobre a superfície da amostra. Estimar a área superficial desta amostra sabendo-se que a densidade do hidrogênio liquido é de 0.0708 g/ cm3 22 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 ÁREA SUPERFICIAL ESPECÍFICA - BET CV 1 p p C)(V 1-C )p-p(V p 0o mm ++++==== Calcula-se a área superficial específica, S, expressão: S = nm.am.N onde: N é o numero de Avogadro; nm é número de moles adsorvidos correspondentes a monocamada completa e am é área média superficial recoberta por molécula do gás, dada pela expressão: am = 1,091(M.N/ρ)2/3 Ex.: para o nitrogênio é igual a 0,162 nm e para o Argônio, 0,1385 nm. Válido para as isotermas II e IV e no intervalo de pressão relativa entre 0,05 e 0,3. EXERCICIO MODELO - No projeto de uma planta Química pretende-se usar um catalisador conhecido como CR-1, visando a fluoração do butadieno. Numa investigação preliminar, determinou-se a forma da isoterma de adsorção medindo-se o volume do butadieno adsorvido por grama de CR-I, a 15oC emfunção da pressão. P (Torr) 100 200 300 400 500 600 V (cm3) 17,9 33,0 47,0 60,8 75,3 91,3 A 15°C, tem-se para o butadieno: ρ(g/ml) Te 1 Pa = 1 N m-2 = 10 dyna cm-2 = 9,8692 (10-6) atm = 7,5 (10-3) torr P° = 200000 Pa 0,600 200kPa = 200.000 Pa = 1500 torr a) Qual das isotermas acima melhor se ajusta aos dados experimentais b) Qual a equação desta isoterma? c) Estimar a área superficial especifica do catalisador d) Calcular a fração da área superficial recoberta para cada uma das pressões dadas e descreva a natureza e qual a isoterma de adsorção de Brauner-Deming-Teller descreve este processo de adsorção? 20. O projeto de uma planta química pretende-se usar um catalisador conhecido como CR-1, visando a fluoração do butadieno. Numa investigação preliminar, determinou-se a isoterma de adsorção que melhor se justa medindo-se o volume do butadieno adsorvido por gramo de CR-I, a 15oC em função da pressão, obtendo-se: P (Torr) 100 200 300 400 500 600 V (cm3) 17,9 33,0 47,0 60,8 75,3 91,3 Sabendo-se que a 15°C. po do poli(butadieno) é 200 kPa. Verificar qual das três isotermas melhor se ajusta a esta faixa de pressão? Qual a equação da isoterma que melhor se ajusta? 23 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 21. A tabela fornece volume de nitrogênio adsorvido por um grama de carvão a 0oC, 1 atm. p(torr) 3,93 12,98 22,94 34,01 56,23 V ml/g 0,987 3,04 5,08 7,04 10,31 a)Mostrar que a isoterma de Langmuir se ajusta a estes dados; b)Calcular a fração de área do carvão recoberta pelo nitrogênio, quando na pressão de equilíbrio:56,23 torr d) Calcular a área superficial na unidade de massa do carvão CINETICA DAS REAÇÕES CATALÍTICAS HETEROGENEAS Cinética química clássica: Por meio dos metodos cinéticos esperimentais que permitem acompanhar o avanço temporal da reação, investiga-se a lei cinetica expressa pela equação diferencial da velocidade da reação (a constante e a ordem cinética e a Energia de ativação) no caso de reações homgênas e, no caso de heterogêneas, as constantes de adsorção e dessorção seguindo os modelos cinéticos de Langmuir-Hinsshelwood- Anderson. Modelo de Arrhenius: k = A e-E/RT � linearizado: AlnRT E kln += - Ln k 1/T Inclinação = - E/R lnA A Fator de freqüência ( freqüência de colisões moleculares por unidade de concentração) (Lmol-1s-1) E Energia de Ativação. e-E/RT... Fator de Boltzmann, que representa a fração de colisões suficientemente energéticas para produzir reação. 24 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 MODELO DE MECANISMO CATALÍTICO MONOMOLACULAR - Langmuir_Hinshelwood A molecula do reagente “A” é adsorvida no centro ativo “C” forma o intermediário “AC” com posterior decomposição no produto “P”: k1 k3 A + C AC P k2 Supondo-se que as ordens cinéticas sejam unitárias e Cc a concentração dos centros ativos, em mol por unidade de área superficial, por exemplo, demonstra-se que: A AA Ck′+1 kC =dt dC - Integrada: k´(CA-CA0) + ln(CA/CA0) = - kt linear exp 1. A decomposição da fosfina (PH3) sobre o tungstênio é de primeira ordem em baixas pressões e de ordem zero em altas pressões. Explique este comportamento. Resposta:ATKINS, Vol.3 pág.189 2. A lei cinética empírica da formação da NH3 catalisado pela Pt: O iodeto de hidrogênio é fortemente adsorvido no ouro mas fracamente adsorvido na platina. Admita que a adsorção siga a isoterma de Langmuir e determine a ordem da reação de decomposição do RI sobre a superfície de cada metal. ? MODELO DE ELEY- RIDEAL - A – Intervalo de emperatura onde o processo é controlado pela cinética intrínseca. As velocidades de transporte de massa intrafase e interfase (difusão) são maiores do que a velocidade da reação química superficial (cinetica intriseca). A energia de ativação neste caso é alta e a velocidade de reação cresce exponencialmente com a temperatura. B - A transferência de massa para dentro do poro apresenta uma velo- cidade menor do que a velocidade intrínseca. O resultado é que o valor da energia de ativação é uma média entre o valor da energia de ativação da velocidade intrínseca e a da de transporte de massa para dentro do poro. C - Se a concentração da espécie molecular for reduzida praticamente a zero, a difusão determina a cinetica. A energia de ativação aparente será 1 a 3 kcal/mol para gases, 2,5 a 4,5 kcal/mol para hidrocarbonetos líquidos e cerca de 2 a 2,5 kcal/mol em sistemas aquosos. D - Pode levar a uma reação homogênea e não catalítica de elevada energia de ativação e portanto, controlada pela cinetica da reação e não por processo de tranferencia de massa. 25 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 PROCESSOS CATALÍTICOS Polimerização estereoespecífica Hidrossulfuração catalítica Dealquilaçao de aromáticos Oxidação de alquilaromáticos Oxoamonação de olefinas Síntese do amoníaco petroquímico Fabricação da gasolina polímera Isomerização catalítica Craqueamento catalítico Oxidação do anidrido sulfuroso a sulfúrico Oxidação do amoníaco Homogêneos EXEMPLO 1: SÍNTESE DE KOCH: Olefinas ou outros compostos que na presença de um catalisador ácido reagem com: � monóxido de carbono e água para produzir ácido carboxílico, � álcool para levar ao correspondente ester. Os reagentes iniciais (olefinas, álcool ou aldeído) reagem com um próton para formar um carbocátion (VI) e este, adiciona o monóxido de carbono gerando o íon acílio (VII), que, em presença do álcool, gera o complexo oxônium (VIII). Este complexo se decompõem no correspondente ácido carboxilico ou éster enquanto o catalisador ativo é novamente livre. Este processo se repete em sucessivos ciclos enquanto houverem reagentes. As mais importantes olefinas usadas como reagentes são isobutileno, di-isobutileno, bem como misturas de olefinas na faixa de C6 a C12 (a partir do petróleo). Os ácidos carboxílicos altamente ramificados que são obtidos, são materiais de partida para fabricação de resinas, lacas, óleos sintéticos lubrificantes. As condições de reação são relativamente moderadas (70 atm; 700C). EXEMPLO 2 : ADESIVO COMERCIAL SUPERBONDE A polimerização de éster de cianoacrilato ocorre rapidamente, durante o processo de adesão, catalisada por traços de base e por mecanismo aniônico. m exemplo é o poli (cianoacrilato de etila) que é obtido na polimerização do cianoacrilatode etila: base C H 3 C H 2 O C =O C C N C H 2 n C H 3 C H 2 O C =O C C N C H 2n cianoacrilato de etila poli(cianoacrilato de etila) 26 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 Heterogêneos POLIMERIZAÇÃO VINÍLICA ZIEGLER-NATTA Baseado neste experimento, Giulio Natta, Instituto Politécnico de Milão, demonstrou que catalisadores similares resultavam eficazes na polimerização do propileno. Em 1963, Ziegler e Natta receberam o prêmio Nobel: tecnologia de altos polímeros. CATALISADORES ZIEGLER-NATTA ZIEGLER 1953 PE ZIEGLER 1953 PE NATTA 1954 PP NATTA 1954 PP HISTÓRICO 1a Geração: à base de TiCl3 • Produção de Polipropileno ; • Rendimento: 0.8 - 1.2 gPP/gcat • Indice de isotaticidade: 95 - 96% • Alquil-Al : DEAC 2a Geração : à base de TiCl3 modificados • Suportados em óxidos inorgânicos ; • Aumento da atividade catalítica ; • Rendimento: 3.0 - 5.0 KgPP/gcat ; • Indice de isotaticidade : 95 - 96 % ; • Alquil-Al : DEAC ; • Alto conteúdo de resíduo catalítico: necessidade de lavagem do polímero. 3a Geração : Suportados - moídos / ativados • Catalisadores à base de TiCl4 suportados em MgCl2 ; • Maior estereoespecificidade do catalisador; • Rendimento: 5.0 - 10 KgPP/gcat ; • Indice de isotaticidade : 96 - 98 % ; • Alquil-Al : TEAL . 4ª Geração : Suportados - Morfologia Controlada – Esferas Catalisadores à base de TiCl4 suportados em MgCl2 esferoidal ; • Produção de PP com morfologia controlada ; • Rendimento: 15 - 40 KgPP/gcat ; • Indice de isotaticidade : 96 - 99 % ; • Alquil-Al : TEAL . 5ª Geração : Catalisadores à base de TiCl4 suportados em MgCl2 esferoidal , utilizando diéteres como donor interno ; • Produção de PP com morfologia controlada • Rendimento: 50 - 200 KgPP/gcat ; • Indice de isotaticidade : 96 - 98 % ; • Alquil-Al : TEAL . METALOCENOS: A diferença chave entre a catálise metalocênica e a Ziegler-Natta convencional é que a catálise Z-N é heterogênea e possui muitos sítios ativos não idênticos, onde somente alguns são esteroespecíficos. Já os metalocenos são homogêneos e possuem um único tipo de sítio ativo. Assim, os polímeros criados pelo último são efetivamente uma única espécie molecular originado uma distribuição de peso molecular muito estreita. ... década de 1950 ...abundância e baixos preços dos derivados de petróleo (monômeros)... Polimerização do etileno: altas pressões e de temperaturas, elevado custo, propriedade inadequadas. Em 1953, Karl Ziegler,Instituto Max Planck, observa que metais, como titânio ou zircônio, se convertiam em potentes catalisadores na polimerização do etileno em condições relativamente suaves. Além disso, os polímeros obtidos com estes catalisadores, tinham cadeias mais longas, lineares e propriedades mecânicas superiores. 27 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 Os catalisadores Z-N Se originam da reação entre: - um sal de metal de transição dos grupos IV a VIII (Titânio, Vanádio e Cobalto) - compostos organometálicos de metais dos grupos I a III (alquis – alumínio). Exemplos: - tricloreto de titânio (TiCl3) e cloreto de dietil alumínio [Al(C2H5)2Cl] - tetracloreto de titânio (TiCl4) e trietilalumínio [Al(C2H5)3]. - com derivados do metal zircônio (suportado em um substrato inorgânico ou misturado com um solvente orgânico) Tetracloreto de titânio (TiCl4) e trietilalumínio [Al(C2H5)3]. Os cristais de TiCl3, quando atuam como catalisadores, formam um arranjo cristalino conhecido como α-TiCl3, em que, cada átomo de Titânio está coordenado com seis átomos de cloro, com geometria octaedral, como ilustram as figuras abaixo: Um cristal de αααα-TiCl3 Como mostra a figura abaixo (a) na periferia do cristal, os átomo de Ti tem somente 5 Cl e (b) existe um orbital vazio a ser preenchido que se encontra na superfície do cristal. (a) (b) Quando misturado com Al(C2H5)2Cl, este doa um dos grupos etil para titânio que perdeu um átomo de cloro no processo. 28 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 O alumínio se coordena, então, com o CH2 da etila doada ao titânio, com cloro do titânio, adjacente à etila, e, com o monômero olefínico, que preenche, com seus elétrons pi, o orbital vazio do metal titânio. No caso do propileno, por exemplo: Elétrons pi do propileno são capturados pelo orbital vazio do titânio. METALOCENOS O que é um metaloceno? ���� é um íon metálico com carga positiva entre dois ânions ciclopentadienil ���� preparação do ciclopentadienil: Ciclopentadieno (cp) Ânion ciclopentadienil A carga elétrica deste anel aromático aniônico é −−−−1, que: a) com Fe+2, forma um sandwich: Ferroceno, b)com o zircônio (+4), ligará mais 2Cl: zirconoceno Os dois cloros ligados ao metal, ocupam espaço conseqüentemente, os dois anéis de ciclopentadienil inclinam-se com certo ângulo característico. - hidrogênios ácidos, podem reagir com bases - com um hidrogênio suprimido,o ciclopentadienil torna-se um ânion aromático, estável. (ressonância) Íon ciclopentadienil aromático Ferroceno Bis-clorozirconoceno 29 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 ESTRUTURA CRISTALINA E AMORFA – TATICIDADE METALOCIENOS 30 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 POLIMERIZAÇÃO – Polímeros Sintéticos Monômeron Polímero Centro ativo: determina mecanismo e a cinética POLIMERIZAÇÔES EM CADEIA (ADIÇÃO) Envolvendo três fases: 1)iniciação: formação do centro ativo, que pode ser ânion, cátion, radical livre, complexo de coordenação Ex.: peróxido de benzoila: 70-95oC Φ-CO-O-O-0C-Φ 2ΦΦΦΦ-CO2* Φ-CO2* CO2 + ΦΦΦΦ* ΦΦΦΦ* e ΦΦΦΦ-CO2* são radicais iniciadores 2) propagação: crescimento da macromoléculapela adição do monômero (...C=C...) 3) terminação: transferência: desativação da macromolécula desativação do centro ativo por: - desmutação - combinação Exemplo: 1)Iniciação: X–X 2X* X* + CH2=CH2 X–CH2=CH2* 2)Propagação: X–CH2=CH2* + CH2=CH2 X–(CH2=CH2)n–CH2=CH2* 3) Terminação: a) Combinação 2 X–(CH2=CH2)n–CH2=CH2* –(CH2=CH2)n–CH2-CH2–CH2-CH2–(CH2=CH2)n – b) Desmutação X–(CH2=CH2)n–CH2=CH2* (H2=CH2 + (CH2=CH2)n 2X* X–X - radicais livres - aniônica e catiônica - coordenada Estrutura química do monômero 31 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 CONDENSAÇÕES – POLICONDENSAÇÕES (step-growth polymerations) ... reações entre monômeros polifuncionais ou diferentes entre si (copolimeros) com eliminação de subprodutos Polifuncionalidade:- moléculas bifuncionais: polímeros lineares CH2=CH2 --> -CH2-CH2- --> CH3-(CH2-CH2)n-CH3 - moleculas polifuncionais: polímeros reticulados POLIMERIZAÇÃO ANIÔNICA - polímeros lineares - elastômeros - Estreita distribuição de peso molecular Ex.: espécie ativa aniônica associada a um cátion metálico Iniciação: transferência eletrônica direta sobre o monômero a partir de metal alcalino: propagação ocorre sobre a espécie carboiônica: POLIMERIZAÇÃO CATIÔNICA – ramificação variável – polímero atático, alta e baixo peso molecular – reação rápida Ex.: espécie ativa catiônica onde o iniciador, por ex., um ácido de Lewis: 32 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 inserção do monômero ocorre na extremidade polarizada positivamente da cadeia HIDROFORMILAÇÃO DE OLEFINAS - Processo Oxo Roelen -1938: Olefinas reagem com gás de síntese (CO e H2) em presença de catalisador de cobalto para formar aldeídos contendo um carbono adicional, matéria prima para obtenção de Álcoois, Ácidos, Dióis, Aminas e Ésteres: Na década de 70 foi introduzido catalisadores baseados em sais de ródio como processos mais baratos, aumento da atividade, seletividade e eficiência e longa vida da atividade em relação aos catalisadores baseados em sais de cobalto Exemplo1: Polipropileno �n-butilaldeido Catalisador: Ródio modificado com trifenilfosfina e sulfato ácido de sódio Exemplo 2: Etileno � n-propanal (Catalisador de cobalto não modificado) Catalisador ativo, produzido “in situ” a partir de Co2(CO)8 + (H2 + CO) 33 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 Descricão do processo: Fase Oxo Olefina e 3 a 5% em peso de catalisador, misturado previamente, são bombeados a uma razão de 300 a 700 litros/H e pressão de 220-240 atm, passando por um pré-aquecedor que eleva a temperatura à aproximadamente 150°C; A carga entra pelo fundo da primeira coluna e, concorrente, com aproximadamente 60 m3/H da mistura em proporções iguais de CO e H2 que também são pré-aquecidos entre 150° e 190°C (máx. 200°C); A primeira coluna é construída em aço inox, diâmetro de aproximadamente 20 cm, altura com aproximadamente 8 m e encamisada. Contém, também, tubos internos interligados com a camisa externa de água para refrigeração, principalmente quando trabalha com olefinas de peso molecular mais baixo; Temperatura e velocidade de alimentação dependem da concentração e peso molecular da olefina. As com peso molecular menores reagem mais energicamente e desprendem mais calor por unidade de peso; Na primeira coluna aproximadamente 70% da orefina é convertida a aldeído; O produto sai da primeira coluna, aquecido, pela parte superior e entra pelo fundo da segunda coluna também concorrente com aproximadamente 60 m3/H da mistura em proporções iguais de CO e H2 que também são pré-aquecidos nas mesmas condições anteriores;A segunda coluna possui as mesmas dimensões da primeira, porém contém alguns pratos para aumentar o tempo de residência; Toda a olefina restante é convertida em aldeído e aproximadamente 20% do aldeído produzido é convertido em álcool; O produto sai pela parte superior da segunda coluna, resfriado a temperatura e pressão normal e enviado para um separador gás/líquido. Aqui é recuperada parte da mistura CO e H2 utilizadas nas colunas (entre 40 e 50 m3/H) e reaproveitado no processo; O produto bruto (aldeído e álcool) é lavado com o álcool bruto produzido na fase hidro para impedir perdas de produto por arraste; Fase Hidro O produto bruto da fase oxo é bombeado a pressões entre 200 e 250 atm e préaquecido a aproximadamente 170°C, para a primeira coluna de hidrogenação com aproximadamente 60 m3/H de uma mistura de H2 novo e gás rico em metano produzido no metanizador, pré-aquecido a aproximadamente 170°C; A primeira coluna da fase hidro é igual a primeira coluna da fase oxo; O produto sai com temperatura próxima de 180°C e entra na segunda coluna de hidrogenação pela parte superior e, contracorrente, com aproximadamente 60 m3/H da mistura de H2 novo e gás rico em metano também pré-aquecido a aproximadamente 170°C; A saída do produto na segunda coluna é controlada de tal forma que esta coluna é sempre mantida cheia de líquido; a temperatura de saída é de aproximadamente 200°C; esta coluna também exerce a função de separador gás/líquido a alta pressão, separando Com a olefina forma o complexo pipipipi ( metal+elfina) Alquil complexo: formado pela transferência do H(-Co) para o carbono β da olefina. Inserção de CO entre o metal e o grupo alquilo hidrogenação Formação do formaldeido Regeneração d catalisador 34 CATALISE – CATALISADORES – PROCESSOS CATALÍTICOS Prof. Ivo Vedana 2013 hidrogênio não reagido e álcool formado; o líquido arrastado é condensado e retoma para a coluna de hidrogenação; O álcool formcldo, com pressão de aproximadamente 10 atm, segue para um separador gás/líquido para escape de gases dissolvidos; Após o separador, álcool impuro é levado pela própria pressão, para um sistema de filtração. a álcool entra no filtro com N, pela válvula 1 e é filtrado nos tubos de porcelana porosa situados no fundo do filtro e enviado para separação e/ou purificação por destilação fracionada. Depois de terminada a filtração, é introduzida uma carga de olefina através da válvula 3, que atravessa no sentido inverso ao filtro, arrastando o catalisador. a conjunto do filtro gira e pára na posição invertida, a suspensão olefina/catalisador sai através da válvula