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PITIRÍASE VERSICOLOR A Pitiríase versicolor (PV) é infecção fúngica superficial, caracterizada por mudanças de pigmentação da pele devido à colonização do estrato córneo por um fungo dimórfico, lipofílico, da flora normal da pele conhecido como Malassezia furfur. - Causada por uma das espécies de Malassezia. Essa dermatose causa lesões que se localizam no pescoço, na face, nas costas e nos membros superiores As espécies de Malassezia fazem parte da micribiota normal da pele e, geralmente são encontradas nos folículos pilosos de áreas seborreicas e com a presença de lípides, onde a levedura se transforma na sua forma parasitária como uma pseudo-hifa. - Pensava-se numa doença pós-puberal; entretanto, evidências mostraram que a PV não é incomum em crianças. EPIDEMILOGIA: - Prevalência em trópicos e áreas temperadas. - Ocorrem em ambos os sexos e em todas as raças, e apresenta distribuição variável segundo faixa etária, verificando-se a maioria dos casos em adultos jovens e pós-puberes, e sendo seus fatores predisponentes mudanças horminais e/ou aumento da secreção de sebo. - Culturas quantitativas têm mostrado números bem maiores desse fungo em crianças abaixo de um ano de idade e nos pré-púberes - É importante lembrar que a PV não é contagiosa e que hábitos de higiene precários não representam fator desencadeante dessa infecção. ETIOLOGIA E PATOGÊNESE A PV é causada pela Malassezia furfur, que pode apresentar-se sob duas formas: oval – Pityrosporum ovale –, frequentemente no couro cabeludo, e cilíndrica – Pityrosporum orbiculare –, geralmente no tronco. Esses fungos necessitam da adição de substâncias lipídicas ao meio de cultura,18 como o óleo de oliva. Crescem melhor à temperatura média variável entre 32 e 37ºC em ambiente aeróbico. Filamentos vistos normalmente nas áreas da pele acometida pela infecção crescem quando as leveduras são incubadas em estrato córneo. A PV ocorre quando as leveduras são convertidas para a forma micelar devido a certos fatores predisponentes, os quais podem ser classificados como fatores endógenos ou exógenos. Os exógenos incluem calor e umidade, o que contribui para que a doença seja mais prevalente nos trópicos e no verão de climas temperados. Outro fator exógeno pode ser a oclusão da pele por roupas ou cosméticos, o que resulta no aumento da concentração de dióxido de carbono, levando a alterações da microflora e pH. Experimentalmente a infecção tem sido induzida por roupas oclusivas. Por outro lado, fatores endógenos são responsáveis pela prevalência da doença em climas temperados, e neles incluem-se a dermatite seborréica, a síndrome de Cushing, o tratamento com imunossupressor, a desnutrição e a hiperidrose (particularmente flexural). Fatores hereditários parecem desempenhar algum papel na doença. História familiar positiva foi notada em vários estudos, enquanto casos conjugais são menos comumente relatados. A Malassezia furfur tem sido associada à foliculite por Pityrosporum. Tanto na forma patógena como oportunista o fungo reside dentro do estrato córneo e de folículos pilosos, onde é nutrido por ácidos graxos livres, triglicerídeos do sebo e epiderme queratinizada. ASPECTO CLÍNICO - Aparência clínica hipopigmentada da pele lesada - Dano aos melanócitos explica por que a repigmentação pode demandar período variável, de meses a anos - Logo após tratamento, a área afetada permanece hipopigmentada por período de tempo variável - Existem casos onde há também onde apresentam hiperpgmentação. A patogênese da hiperpigmentação na PV não é totalmente entendida. Duas teorias são apresentadas: (I) espessamento da camada de queratina; e (II) Presença de intenso infiltrado inflamatório celular, agindo como estímulo para os melanócitos produzirem mais pigmento, levando ao aumento do tamanho dos melanossomos e a mudanças em sua distribuição na epiderme. Pacientes com PV geralmente apresentam múltiplas lesões no tronco, com regiões intercaladas de pele normal. As lesões podem também surgir no pescoço e extremidades superiores proximais. Sua distribuição normalmente é paralela à das glândulas sebáceas, com ocorrência maior no tórax, dorso e face. Entretanto, as lesões são encontradas em maior número no dorso. As que se localizam na face são mais comuns em crianças (incluindo recém-nascidos e lactentes) do que em adultos. Raramente, as lesões ficam limitadas aos membros inferiores, fossa poplítea, antebraço, axila, pênis/genitália. A distribuição também ocorre em áreas normalmente cobertas por roupas, enfatizando a teoria de que a oclusão das glândulas tenha um papel nessa doença. As lesões podem ser hipo ou hiperpigmentadas a superfície das lesões encontra-se fina descamação, evidenciada pela distensão da pele, sinal que recebeu o nome de Zireli. Embora algumas vezes ocorra leve prurido, a queixa dos pacientes relaciona-se com a alteração da cor da pele mais do que com qualquer outro sintoma. DIAGNOSTICO O diágnostico da PV é usualmente realizado apenas pelo exame clinico. - A lâmpada de Wood é algumas vezes útil para confirmar o diagnóstico e detectar lesões subclínicas. A luz de wood revela fluorescência róseo- dourada característica, possibilitando, ainda, verificar a extensão da erupção. - O exame micológico direto é realizado do raspado da lesão, após clarificação das escamas pela potassa a 10%, permitindo o encontro de esporos e pseudo-hifas; o resultado negativo exclui o diagnóstico. - A distribuição característica da PV no tronco, pescoço e extremidades proximais constitui fator relevante no diagnóstico. TRATAMENTO Geralmente é tópico, tratando-se o couro cabeludo (fonte principal do fungo) e as lesões cutâneas. Uma opção utilizada é o sulfeto de selênio a 2,5%, sob a forma de xampu, passando-se no couro cabeludo (enxaguar após 15min) e nas lesões, durante quatro semanas. Antifúngicos imidazólicos tópicos são excelentes opções de terapia, como tioconazol 1% loção, ou isoconazol 1% loção, ou cetoconazol 2% creme, aplicados nas lesões 1x/dia por quatro semanas, associado ao tratamento com xampu de cetoconazol. Nos casos mais extensos ou resistentes, indica-se a terapia sistêmica oral, com cetoconazol 200 mg/dia por dez dias, itraconazol 200 mg/dia por cinco dias ou fluconazol 150 mg/semana por três semanas. É importante solicitar provas de função hepática, antes de iniciar os imidazólicos (cetoconazol, itraconazol, etc.), pois eles têm metabolismo hepático. Cuidado com medicamentos que tenham metabolização hepática. Os antifúngicos apresentam uma lista enorme de interações medicamentosas. Não esquecer também que eles interagem com o anticoncepcional, diminuindo a sua eficácia. Prevenção Calor e a umidade são os principais fatores externos que facilitam a infecção da pele por esse tipo de micose. Portanto, alguns hábitos diários podem prevenir o surgimento. - Evitar roupa molhada por muito tempo no corpo - Não aplicar creme condicionador e/ou leave-in nos cabelos de forma excessiva - Usar xampu para controlar o excesso de fungo no couro cabeludo - Usar roupas leves e frescas no verão para manter a pele arejada - Tomar banho logo após praticar exercícios físicos.
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