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DERMATOLOGIA PEDIÁTRICA PELE NA INFÂNCIA - Entre o nascimento e a maturidade a área de superfície da pele aumenta 7x e ocorrem modificações anatômicas, funcionais e imunológicas específicas nas diferentes faixas etárias da população pediátrica. - A pele da criança é imatura, fina, frágil, pouco protegida e sensível; - Apresenta todas as estruturas da pele do adulto - Menor espessura da camada córnea, menor poder tampão e uma relação aumentada superfície cutânea/peso corporal contribuem para ampliar a suscetibilidade à irritação, a perda de água transepidérmica e a absorção percutânea, levando a riscos inerentes de toxicidade sistêmica. - Quanto menor a idade gestacional, mais imatura é a barreira cutânea, levando a uma maior permeabilidade a substâncias. - Para que a pele da criança atinja a maturidade da pele do adulto são necessários de 2 a 3 anos. - Ao nascimento a pele é estéril, mas ao final da primeira semana de vida a pele do neonato é colonizada por bactérias não patogênicas (estafilococos coagulase-negativa, estreptococos e micrococos). - A presença dessa flora não patogênica na pele é considerada a melhor defesa do corpo humano contra infecção DIFERENÇAS ANATÔMICAS - Todas as camadas da pele do recém-nascido (epiderme, derme e hipoderme) têm espessura diminuída. - A adesão dermoepidérmica e dermosubcutânea é mais frouxa, existindo uma menor coesão intercelular. => Maior tendência a formação de bolhas. EPIDERME - A epiderme do recém-nascido é bem desenvolvida e não apresenta grande diferença em relação à epiderme do adulto. No entanto, nos prematuros a epiderme é bem mais fina (proporcional à idade gestacional), necessitando cerca de 15 dias após o nascimento para atingir a maturação. - O estrato córneo é ligeiramente mais fino no recém-nascido de termo e bem mais fino no recém-nascido prematuro, diminuindo a função barreira desse estrato. - Mesmas células do estrato germinativo, mas a funcionalidade está diminuída, principalmente, a fotoproteção, a barreira imunológica e a função receptora. DERME - As diferenças morfológicas da derme são mais acentuadas do que da epiderme - A derme do recém-nascido e da criança é bem mais fina. - Durante o desenvolvimento infantil a quantidade de água, glicogénio e ácido hialurônico tendem a diminuir. Essa diferença na composição provavelmente interfere na turgescência característica da pele do recém-nascido. HIPODERME - Durante o desenvolvimento infantil a quantidade de água, glicogènio e ácido hialurônico tendem a diminuir. Essa diferença na composição provavelmente interfere na turgescência característica da pele do recém-nascido. ANEXOS CUTÂNEOS - Glândulas sudoríparas se dividem em 2 tipos: écrinas, que se distribuem por todo corpo, não possuem odor, e se desenvolvem meses após o nascimento, e as apócrinas, que possuem odor característico, associadas ao folículo piloso e se distribuem em axilas, auréolas mamárias, região anogenital, periumbilical e algumas vezes, na face e no couro cabeludo, e só se tornam funcionais na puberdade, o que justifica a ausência de odor no suor das crianças. - Glândulas sebáceas são são glândulas holócrinas, formada a partir da completa destruição das células glandulares (núcleo, citoplasma e membranas). - As glândulas localizam-se em quase lodo o corpo, com exceção das palmas, plantas e lábio inferior. e de alta atividade no recém nascido. - Desta forma, a pele do recém-nascido é oleosa ao nascimento e nos primeiros 3 meses, tornando-se posteriormente seca ou muito seca. - As secreções das glândulas sebáceas que ocorrem durante a gestação, constituem a maior parte do “vernix caseoso". - Sua principal função é a de barreira mecânica, protegendo contra traumas, hipotermia, desidratação e infecção. Desaparece espontaneamente apòs 2 ou 3 dias e há divergências se ele deve ou não ser removido. - Filme hidrolípidico = Essa mistura O/A (óleo em água), que funciona como proteção da pele em relação à desidratação e pH cutâneo, estâ bastante diminuída na infância. Diferenças fisiológicas e particularidades funcionais - No recém-nascido de termo, o mecanismo de termorregulação começa a funcionar apenas 2 ou 3 dias após o nascimento, esse mecanismo está relacionado ao funcionamento das glândulas sudoríparas e aos reflexos vasomotores. ABSORÇÃO CUTÂNEA - A relação superfície cutânea/peso corporal é três vezes mais elevada nas crianças que em adultos. - em consequência pode ocorrer maior absorção e aumento da concentração sanguínea de substâncias. - Parece haver imaturidade das células imunocompetentes. As dermatites de contato por sensibilização (dermatite de contato alérgica) não ocorrem com frequência nessa faixa etária. O risco de sensibilização cutânea aumenta com a idade. - Nas crianças há redução e/ou aumento do tempo de meia-vida das substâncias, aumentando assim o potencial risco de reações adversas. Nos recém-nascidos a termo e nos prematuros a meia-vida é três a nove vezes maior do que nos adultos e se mantêm até o término do período neonatal. RESPIRAÇÃO CUTÂNEA - No adulto corresponde a 1-2% da respiração total - RNs prematuros com IG<30 tem pele bastante permeável aos gases O2 e CO2. Se a concentração de O2 do ambiente for aumentada, ocorre aumento da difusão percutânea de oxigênio pela pele - É muito importante observar que quando se usa invólucro impermeável, como polietileno, para reduzir a perda de água por evaporação pela pele dos recém-nascidos prematuros, limita-se também a respiração cutânea PERDA DE ÁGUA TRANSEPIDÉRMICA (TEWL) - A TEWL é maior quanto maior a imaturidade da pele da criança - As crianças prematuras apresentam também maior perda de calor por evaporação e consequentemente uma incapacidade em manter a temperatura corporal. PH CUTÂNEO - Ao nascimento, o pH da pele ê ligeiramente alcalino, cerca de 6,34. Em aproximadamente quatro dias o pH da pele diminui para valores entre 4 e 6 - Os prematuros apresentam ao nascimento um pH superior a 6, que tende a diminuir para 5,5 na primeira semana - A acidez do pH cutâneo é importante para proteger a pele contra microorganismos patogênicos. BARREIRA CUTÂNEA - A função barreira da pele, que é executada basicamente pelo estrato córneo, apresenta-se menos efetiva durante o primeiro mês de vida, porque a camada córnea é mais fina e mais hidratada nesse período. - A espessura e a qualidade da camada córnea vão influenciar e mesmo condicionar certas funções da pele,e como a de proteção infecciosa, proteção química e metabólica; MELANINA - A pele da criança tem o mesmo número de melanócitos da pele do adulto, porém a produção de melanina é deficiente, tornando a pele menos pigmentada, logo, mais sensível à radiação solar. - deve-se evitar a exposição solar direta das crianças com menos de 2 anos de idade ALTERAÇÕES DA PELE NA ADOLESCÊNCIA - desenvolvimento piloso nas axilas e púbis em ambos os sexos e a barba e bigode no sexo masculino, se inicia juntamente com hipersecreção sebácea, que quando exagerada é acompanhada de fina descamação pitiriásica no couro cabeludo. Na face e tronco aparecem os comedões e posteriormente hâ o desenvolvimento das variantes de acne. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NEONATAIS - Reconhecer corretamente as dermatoses é importante pois estas podem ter elevada mortalidade (como o herpes neonatal) e também deve-se evitar exames desnecessários e ansiedade para os familiares nos casos de dermatoses transitórias. - Dermatoses estão presentes de 40-100% dos RN VERNIX CASEOSO - Substância graxenta, produzida por células epidérmicas e secreções sebáceas. - Pode recobrir toda a superfície da pele ou estar presente apenas nas dobras cutâneas; - Essa substância seca rapidamente desfazendo-se em poucas horas. - Sua coloração pode refletir problemas intra uterinos. Na anemia hemolítica e no feto pós-maturo o vérnix adquire tonalidade amarelo-ouro. Situações de sofrimento fetal intraútero liberam mecònio e o pigmento biliar dá ao vérnix coloração esverdeada. - A função é a lubrificação, facilitando a passagem pelo canal de parto, além derepresentar uma proteção contra infecções, durante as primeiras horas de vida, devido às propriedades antibacterianas e antifüngicas do sebo. DESCAMAÇÃO FISIOLÓGICA DO RN - ocorre em 75% dos RNs normais. - início nos primeiros dias ou semanas de vida; - escamas finas e não aderentes, com início em geral nos tornozelos; - pode se localizar nas mãos e nos pés ou gradualmente atingir outras áreas; - O processo é fisiológico e geralmente não necessita tratamento, desaparecendo espontaneamente em dias ou semanas. - mais evidente nas crianças pós-termo. - Em alguns casos, a descamação pode ser bem acentuada, lembrando formas leves de ictiose. HIPERTRICOSE LANUGINOSA - conhecida também como “lanugem” - pelos finos no dorso, ombros e face, sem significado clínico. - substituídos nas primeiras semanas pelos pelos definitivos. HIPERPLASIA SEBÁCEA - hiperatividade das glândulas sebáceas estimulada pelos andrógenos maternos. - pequenas pápulas esbranquiçadas ou amareladas na abertura do folículo pilossebáceo. - Localiza-se com mais frequência no nariz, regiões malares e lábio superior - podem ocorrer também no tronco, aréola mamária e genitália; - Desaparece espontaneamente em algumas semanas, não sendo necessário tratamento; MÍLIO (Millium sebáceo) - presente em 40-50% dos RNs; - cistos foliculares epidérmicos devido á retenção de queratina e de material sebáceo no folículo pilossebáceo; - pápulas com 1 a 2 mm de coloração branca ou amarelada, isoladas ou agrupadas localizadas na face, principalmente nas regiões malares, nariz, mento e fronte. Ocasionalmente, podem ocorrer na porção superior do tronco, membros, prepúcio, mamas ou mucosas. - Desaparecem de maneira espontânea em quatro ou seis semanas, podendo persistir por até três a quatro meses. - Não necessitam de tratamento NÓDULOS DE BOHN E PÉROLAS DE EPSTEIN - presente em 85% dos RNs; - Nódulos arredondados medindo de 2 a 3 mm, branco nacarados ou amarelados; - gengivas (nódulos de Bohn) ou no palato duro (pérolas de Epstein); - derivados dos restos epiteliais das glândulas palatais em desenvolvimento. - Nenhum tratamento é necessário para essas lesões assintomáticas que regridem em semanas ou meses. PÉROLAS DE EPSTEIN NÓDULOS DE BOHN BOLHAS DE SUCÇÃO - Bolhas de conteúdo seroso, localizadas nos dedos, antebraço ou lábio superior, causadas por sucção do próprio recém-nascido. - Desaparecem em alguns dias, não necessitando de tratamento. CUTIS MARMORATA - resposta fisiológica normal ao frio - dilatação de capilares e pequenas vênulas, caracterizado por coloração arroxeada reticulada ou moteada localizada no tronco e extremidades de recém-nascidos e lactentes. - Geralmente, desaparece quando a criança é aquecida; - Pode persistir por semanas ou meses, não lendo maior significado. - tratamento, geralmente, é desnecessário ACROCIANOSE - Fenômeno peculiar no recém-nascido de termo, caracteriza-se por cianose periférica que ocorre principalmente ao redor dos lábios, palmas e plantas, sendo considerada normal nas primeiras 48hrs; - Acentua-se com a hipotermia e melhora com o aquecimento. Coloração Arlequim - geralmente, em recém-nascidos prematuros; - imaturidade dos centros hipotalâmicos que controlam tônus dos vasos sanguíneos periféricos; - ocorre quando está deitado em decúbito lateral e consiste de aparecimento de eritema na metade do corpo que está para cima, com palidez simultânea da metade do corpo que está em baixo; - ocorre subitamente e pode persistir de 30 segundos até 20 minutos; - pode ocorrer desde poucas horas de vida até a terceira semana. - Não necessita de tratamento EFLÚVIO TELÓGENO DO NEONATO - perda sincrônica de cabelos da fronte para a região occipital, que resulta em áreas de rarefação ou alopecia difusa; - Não é necessário o tratamento e no final do 6º mês há a repilação total. DERMATOSES NEONATAIS ERITEMA TÓXICO - Dermatose benigna, assintomática e autolimitada, de etiologia desconhecida, com início, em geral, no 3º e 4º dias de vida, porém pode estar presente ao nascimento ou aparecer mais tardiamente até a segunda semana de vida. - menos habitual nos prematuros ou nos neonatos com peso inferior a 2500g. - Acomete todas as raças e ambos os sexos. - na transição da vida fetal estéril para a vida terrestre, há uma rápida colonização microbiana do epitélio, com penetração de micro-organismos comensais na pele, através do folículo pilosos com subsequente reação inflamatória aguda e generalizada da pele. - São considerados fatores predisponentes: parto a termo, parto vaginal, RN de primigesta, estação do ano ao nascimento (verão e outono); - máculas eritematosas, pápulas, pústulas ou a combinação dessas lesões. - podem permanecer isoladas e espalhadas ou confluírem; - as lesões mais características são pápulas amareladas ou esbranquiçadas com halo eritematoso e edematoso (semelhante à picada de inseto) - de poucas a centenas e podem instalar-se em qualquer parte do corpo, exceto palmas e plantas; - Novas lesões aparecem em surtos e persistem por muitos dias podendo chegar a várias semanas. A duração total do quadro varia, geralmente, de 5 a 7 dias, podendo chegar a 3 semanas. - O quadro tem regressão espontânea, sem deixar sequelas; - O diagnóstico é clínico, sendo desnecessários exames complementares. - O quadro cutâneo pode ser acompanhado de eosinofilia sanguínea em 7 a 15% dos casos. - Nos casos duvidosos podem ser realizados: ■ Teste de Tzanck do conteúdo da lesão: numerosos eosinófilos (confirma diagnóstico) - O tratamento é desnecessário. A afecção é autolimitada MELANOSE PUSTULOSA TRANSITÓRIA NEONATAL - Dermatose benigna, autolimitada, de etiologia desconhecida, caracterizada por vesículas, pústulas e pigmentação residual. - Ocorre em ambos os sexos, sendo mais comum nos recém-nascidos da raça negra; - As pústulas são assépticas, sem sinais de infecção bacteriana, viral ou fúngica; - A presença de máculas pigmentadas ao nascimento sugere que o processo possa ter início intra-útero. - Hiperpigmentação pós-inflamatória é a explicação mais aceita para as máculas pigmentadas. - de maneira geral, já estão presentes ao nascimento e caracterizam-se pela presença de vesículas e pústulas superficiais, estéreis, sem eritema, que desaparecem em 24 a 48 horas, com descamação em colarete e deixando frequentemente máculas hiperpigmentadas que regridem de três semanas a três meses. - Diagnóstico é clínico, Tratamento não é necessário PUSTULOSE CEFÁLICA NEONATAL TRANSITÓRIA - entidade recentemente reconhecida, que no passado foi confundida com acne neonatal; - O exame histológico revela a presença de neutrófilos e fungos do gênero Malassezia. A quantidade de fungo encontrada na pele do neonato é proporcional à intensidade do quadro clínico - Caracteriza-se por eritema, pústulas e/ou pápulas localizadas na face e no pescoço. As lesões não têm distribuição folicular e não ocorre comedões. - O diagnóstico é sugestivo pela idade de aparecimento, localização das lesões, e ausência de comedões. - Exame direto pela microscopia óptica, de raspado da pele, clarificado com hidróxido de potássio revela a presença da Malassezia. Esse exame é importante para diferenciar a pustulose cefálica neonatal de outras afecções neonatais caracterizadas por pústulas. - Tratamento com cetoconazol ou miconazol, duas vezes ao dia, por 1 e 2 semanas é efetivo, porém, mesmo sem tratamento, a afecção tem rápida resolução espontânea; ACROPUSTULOSE INFANTIL - Afecção benigna, crônica ou recorrente, com vesículas e pústulas muito pruriginosas nas mãos e pés. - importante reconhecimento no período neonatal, devido a ocorrência de doenças importantes, com risco de morte, como infecção pela HSV, sífilis, CMV e toxoplasmose, que podem se apresentar com pápulas, vesículas e pústulas; - Etiologia permanece desconhecida, ocorre com constância após escabiose, mas a relação entre as duas entidades é incerta - se desenvolve nas primeiras semanas ou meses de vida e pode continuar durante a infância; - manifestações clínicas são limitadas a pele, caracterizadaspor pápulas e vesicopustulosas, acompanhadas de prurido intenso, que leva à irritabilidade, a alteração do sono e a perda do apetite - iniciam-se com pequenas pápulas (1-2 mm), que rapidamente (24h) tomam-se vesicopustulosas - Localizam-se nas palmas e plantas. As vezes, podem aparecer lesões nos punhos, tornozelos, porção proximal dos membros e tronco. As mucosas são poupadas. - a ruptura inicial pode levar de 10 a 14 dias, seguida de remissão em algumas semanas - A acropustulose infantil irá desaparecer de modo espontâneo em um ou dois anos.; - O tratamento com corticosteróides tópicos potentes é geralmente eficazes no controle de surtos. - Os anti-histamínicos orais podem aliviar o prurido em lactentes, mas são contra-indicados em neonatos devido ao efeito colateral indesejado de sedação. - Nos casos graves, o uso de dapsona na dose de 1 a 2mg/kg ao dia pode ser eficaz; no entanto esse tratamento deve ser reservado para casos graves que não respondam a corticosteroides tópicos potentes MILIÁRIA - Afecção benigna muito frequente no recém-nascido. Em torno da 2a semana de vida pode se observar pequenas vesículas superficiais, ocasionadas pelo bloqueio do conduto sudoríparo com a retenção do suor; - Ocorre mais frequentemente nas estações quentes, por excesso de agasalhos, ou aplicação da fototerapia ; IMPETIGO BOLHOSO NEONATAL - ocorre na 1a ou 2a semana de vida. - causado pelo Staphylococcus aureus; - Ocorre na maioria dos casos em neonatos prematuros. - Caracteriza-se pelo aparecimento de vesículas, pústulas ou bolhas superficiais sobre base eritematosa. - lesões são superficiais e se rompem deixando áreas erosadas com colaretes de escamas na periferia (descamação em colarete); - Geralmente, não há formação de crostas. Não há comprometimento do estado geral - Localizam-se na região perineal (área das fraldas), regiões inguino-crurais, axilas e pregas do pescoço; - O diagnóstico é geralmente clínico, mas exames bacteriológicos podem ser realizados; - O tratamento consiste em limpeza local e antibioticoterapia tópica nos casos leves e antibioticoterapia sistêmica nos casos mais graves - tratamento local é feito com compressas de soluções antissépticas (água boricada 2%, permanganato de potássio na diluição de 1/20.000) e pomadas de antibiótico (mupirocina, ácido fusídico); - Quando ocorrer em berçários o paciente deve ser isolado; ACNE NEONATAL - a erupção pode estar presente ao nascimento ou ocorrer nas primeiras semanas de vida. - Forma leve ocorre em 20% dos recém-nascidos, havendo mais ocorrência no sexo masculino. - a acne neonatal parece resultar do estímulo das glândulas sebáceas do recém-nascido por andrógenos maternos e do próprio recém-nascido - Alguns relatos recentes sugerem o envolvimento de Malassezia spp, como infestação ou colonização, na etiopatogênese da doença - As lesões surgem na primeira semana de vida e o quadro clínico caracteriza-se pela presença de erupção polimorfa, com eritema, pápulas, pústulas e predominantemente comedòes fechados e/ou abertos; - As lesões localizam-se nas regiões zigomáticas, dorso do nariz, e mais raras no mento e fronte; - Em contraste com a acne do adolescente, o tronco não é afetado - As lesões desaparecem espontaneamente dentro de um a três meses, à medida que as glândulas sebáceas regridem, e não há formação de cicatriz; - A acne que surge aos 18 meses é muito mais preocupante do que aquela que surge aos 18 dias de vida, com relação às patologias no eixo adrenal-hipófise-gonadal; - Nos casos leves se toma desnecessário, ocorrendo involução espontânea na grande maioria dos casos. - Nos casos moderados, geralmente, é suficiente a limpeza diária com água e sabonete neutro. - Nos casos mais graves, ocasionalmente, pode ser necessário tratamento tópico com ceratolíticos suaves, peróxido de benzoíla a 2,5%, ácido azelaico 15%, eritromicina.a 2%; - Alternativas para mães ansiosas = Pasta d’agua com óxido de zinco; Hidrocortisona pomada; MANCHA MONGÓLICA - mácula hipercrômica congênita, azulada ou acinzentada, localizada geralmente na região lombossacra, geralmente presente ao nascimento, particularmente em orientais e negros. - causada por defeito na embriogênese de células da crista neural. A lesão é proveniente de melanócitos que sofreram migração incompleta da crista neural para a junção dermo-epidérmica e permaneceram na derme. - A lesão afeta cerca de 91% dos recém-nascidos orientais, 80% dos negros e 10% dos recém-nascidos de raça branca. - Na maior parte dos casos, a lesão é única e localizada, mas com menor ocorrência, pode se manifestar com mais de uma lesão e acometer grandes extensões do corpo; - Tende a aumentar de tamanho no primeiro ano de vida e a desaparecer ainda na infância precoce. Poucos casos podem permanecer ao longo da vida - A maior parte das manchas mongólicas não precisa ser removida, pois sofre remissão espontânea. - No caso de lesões persistentes e inestéticas, o tratamento pode ser feito com Q-switched rubi laser ou Alexandrita ou Nd-Yag; MANCHA SALMÃO - Lesões eritematosas na pele, provavelmente originadas por ectasia de capilares dérmicos; - máculas de coloração variável do róseo ao avermelhado, às vezes com telangiectasias; - Localizam-se preferentemente na linha média: região occipital e na nuca, glabela, fronte, e regiões nasolabiais. Pálpebras superiores também são localizações frequentes. - Desaparecem quando comprimidas e se tomam mais evidentes quando a criança chora. Não necessita tratamento. - A maioria das manchas desaparecem antes dos 6 anos de idade, não sendo necessário tratamento. - manchas localizadas nas pálpebras desaparecem mais rapidamente do que as localizadas na glabela, porém ambas involuem antes do primeiro ano de vida. - As localizadas na nuca são as mais persistentes e em 50% dos casos persistem na idade adulta. MANCHA VINHO DO PORTO - Má-formação vascular presente ao nascimento, de etiologia desconhecida. Acredita-se na possibilidade de fragilidade na parede dos capilares e déficit do número de nervos perivasculares, levando a deficiência na neuromodulação do fluxo vascular no local da lesão. - No início é rósea e depois se torna vinhosa. - A lesão é persistente e não tende a involução; - Raramente clareia ou desaparece; HEMANGIOMA DA INFÂNCIA - é o tumor vascular benigno mais comum na infância - Pode estar presente ao nascimento, mas geralmente desenvolve-se nas primeiras semanas de vida, tornando-se visível em 90% dos casos no primeiro mês. - proliferação das células endoteliais, com crescimento rápido após o nascimento (fase proliferativa) e evolução lenta (fase involutiva) - Apresenta uma fase de crescimento rápido até os 6 a 9 meses de vida e regride de forma lenta até os 9 anos de idade. - As meninas e prematuros são mais acometidos - Lesões múltiplas e pequenas (até 3 cm) são denominadas de hemangiomatose e podem estar associadas a lesões em outros órgãos, como o fígado. São classificados em superficiais, profundos e mistos, dependendo da profundidade de acometimento; - Não é necessário tratamento ativo, pois involui; - alteração funcional, por conta do tamanho ou da localização, ou por compromisso estético, o propranolol está indicado e deve ser iniciado o mais precoce possível; - retornar se houver crescimento rápido NEVOS MELANOCÍTICOS CONGÊNITOS - erros morfogênicos embrionários com acúmulo localizado de melanócitos e são considerados um mosaicismo somático não hereditário; - alteração no desenvolvimento, crescimento e diferenciação das células embrionárias da crista neural; - mancha com coloração que pode variar do castanho claro até o preto azulado, ou ainda uma placa infiltrada espessada e pilosa; - A presença de pelos pode ocorrer ao nascimento ou se desenvolver depois; - Os NMC são classificados pelo tamanho: - e a maioria dos NMC gigantes estão localizados no tronco e na cabeça. - O risco de melanoma maligno em um nevo de tamanho grande e gigante é considerado maior do que na população em geral. - seguimento será necessário ao longo da vida por meio de avaliaçãoclínica e dermatoscópica a cada 6 meses, com biópsia de lesões suspeitas quando necessário; - Em geral, não é possível a remoção cirúrgica, dependendo do tamanho e da localização; - atenção ao alterações de coloração, crescimento desproporcional ao crescimento da criança e sintomas locais, como prurido e sangramento; - A presença de múltiplos NMC é denominada melanose cutânea - A avaliação do sistema nervoso central por ressonância magnética está indicada para afastar a possibilidade de melanocitose neurológica nos pacientes com NMC gigante localizado na região posterior do tronco, assim como nos RN com melanose cutânea. - A presença de alteração de sistema nervoso central caracteriza a melanose neurocutânea MANCHAS CAFÉ-COM-LEITE - a lesão plana, bem delimitada, de coloração homogênea bege a castanho-clara e formato arredondado ou oval - Pode estar presente ao nascimento e não requer qualquer investigação quando em número menor do que 6 lesões. - Se mais de 6 pensar em neurofibromatose - se desenvolvem ao longo da vida, sobretudo após exposição solar; - atenção para histórico familiar e lesões em região axilar (efélides axilares - sinal de Crowe) que surgem nos primeiros anos de vida e são critérios para o diagnóstico de neurofibromatose NEVO SEBÁCEO - ocorre em 0,3% dos neonatos e é uma placa amarelada, localizada no couro cabeludo, cabeça ou pescoço, com ausência de cabelos. Trata-se de lesão benigna com evolução estável até a adolescência, quando aumenta de tamanho por estímulo hormonal das glândulas sebáceas. DERMATOVIROSES E DERMATOZOONOSES DERMATOZOONOSES ESCABIOSE - causada pelo Sarcoptes scabiei variedade hominis e transmitida pelo contato direto pele a pele com pessoas infectadas, sendo descrita a transmissão por roupas e, mais raramente, por outros fômites; - As fêmeas penetram na epiderme em um túnel e depositam seus ovos, que se tornam parasitas adultos em 2 a 4 semanas. - O parasita e suas fezes desencadeiam uma reação de hipersensibilidade, ocasionando prurido intenso; - início da doença é insidioso, com aparecimento de lesões papulovesiculares eritematosas e pruriginosas, com prurido principalmente noturno. - Em geral, os familiares também são contaminados; - presença de pápulas eritematosas, vesículas, nódulos, túneis e pelo prurido intenso, sinais de escoriações que alteram o aspecto da lesão, com impetiginização secundária determinando o aparecimento de pústulas; - mais prevalente em regiões rurais e de baixa renda, nas crianças que apresentam imunodeficiência primária, nos pacientes HIV positivo e naqueles com síndrome de Down - No escolar e no adolescente, os espaços interdigitais, axilas, punhos, regiões glútea e genital são os locais mais acometidos. - O túnel característico da doença no adulto é raro na criança. - O prurido mais intenso à noite e exame microscópico faz confirmação; - A escabiose do cão pode infestar o homem temporariamente, ocasionando aparecimento de lesões papuloeritematosas (desaparece espontaneamente) - todas as pessoas que convivem com os doentes devem ser tratadas, inclusive os indivíduos assintomáticos - Opções terapêuticas: 1. Ivermectina (se >15 kg), 200mcg/kg, dose única - não atua em formas jovens, podendo ser indicado 2ª dose em 10-15 dias; 2. Enxofre precipitado a 10% em creme, loção cremosa ou vaselina sólida - para menores de 2 meses; - aplicado 1 vez à noite, do pescoço para baixo, durante 3 noites consecutivas - repetir em 7 dias; - medicação é manipulada 3. Permetrina em loção cremosa a 1 ou 5% aplicada 1 vez, deixando agir durante 8 a 12 horas, com reaplicação após 1 semana - maiores de 2 meses 4. Deltametrina loção a 20 mg/100 mL. Aplicação 1 vez/dia durante 5 dias - A infecção secundária deve ser tratada com antibióticos tópicos ou sistêmicos de acordo com a gravidade e a extensão das lesões; - O prurido persiste por alguns dias mesmo após tratamento adequado, com indicação do uso de medicações anti-histamínicas para redução do sintoma; ORIENTAÇÕES GERAIS - Lavar as roupas com água quente ou expô-las ao sol e passar com ferro quente; - tratar os familiares, independentemente de a sintomatologia estar presente; - informar aos familiares sobre a possível continuação do prurido por algum tempo após o tratamento, para evitar o uso excessivo ou prolongado das medicações escabicidas e suas consequências; - Outra manifestação da doença é o nódulo escabiótico. Representa uma reação imunológica de hipersensibilidade do hospedeiro ao parasita, aos seus resíduos ou aos seus antígenos, e ocorre geralmente após o tratamento. Apresenta-se como nódulo ou nódulos eritematosos intensamente pruriginosos localizados em qualquer área do corpo, com preferência pela genitália masculina e pelas axilas; são de resolução demorada. - O tratamento é sintomático com anti-histamínicos e utilização de corticosteróide oclusivo, não sendo necessário o tratamento específico da escabiose se este já tiver sido realizado. PEDICULOSE DO CORO CABELUDO (PIOLHO) - causada pelo Pediculus humanus, var. capitis; - frequente nas crianças de 3 a 11 anos, mais comum nas meninas, que costumam ter cabelos longos, e transmitida pelo contato direto com pessoas, pentes, escovas, toalhas e bonés; - Prevalência de 0,8%, na Europa, até 73% na Venezuela. - As crianças apresentam como sintoma mais comum o prurido, que pode ser intenso, levando a escoriação e possível infecção secundária; - Algumas crianças podem não ter sintomas. - O prurido é relacionado a uma reação de hipersensibilidade à picada do inseto, que aparece após 2 a 6 semanas na primeira infestação e em 1 a 2 dias nas reinfestações; - O prurido antecede em alguns dias as lesões, que são caracterizadas por eritema, descamação e escoriação; - Impetiginização e linfadenomegalia occipital e cervical são manifestações comuns na pediculose - O diagnóstico é feito pela presença do ovo do parasita, chamado de lêndea, que é uma formação ovalada, amarelada, aderida firmemente à haste do cabelo; - A dificuldade na remoção das lêndeas diferencia a pediculose da dermatite seborreica (caspa) e do molde pilar - Nenhum tratamento é 100% eficaz, segue os esquemas possíveis: 1. Permetrina, loção - ovicida em 70%, parasiticida em 97% - deixar agir por 10 minutos - tem efeito residual, mas repetir em 1 semana ou 10 dias; 2. Ivermectina, VO, 200 mcg/kg, dose única, repetida em 7 dias - reservada nos casos refratários ao tratamento tópico; - eczematização secundária que dificulte o uso do produto tópico - A dose de 400 mcg/kg pode ser considerada quando ocorre falha terapêutica. CUIDADOS GERAIS - Toalhas, pentes e escovas devem ser desinfetados com álcool e limpos com água fervente; - A remoção das lêndeas é necessária para a resolução da infestação, e o controle dos contatos infestados é essencial para evitar recorrência; - As lêndeas podem ser retiradas com água morna e vinagre ou a combinação em partes iguais de vinagre e condicionador, sendo que a combinação de água, vinagre e um óleo essencial apresenta um fator físico, obstruindo a respiração dos piolhos adultos, levando-os à morte - Não associar vinagre e permetrina; - uso repetido pode causar intoxicações ou alterações metabólicas nas crianças - Alguns autores citam loção de dimeticona 4% ser superior a solução de permetrina a 1% e com vantagem de ser segura a repetição; Mas não disponível no Brasil. PEDICULOSE DO CORPO - Causada pelo Pediculus humanus var. corporis, é comum em pessoas que vivem em condições precárias de higiene; - Pápulas eritematosas causadas pela picada do inseto, localizadas nas áreas cobertas do corpo com sinais de escoriação e infecção secundária ocasionadas pelo prurido; - O tratamento é feito basicamente pela troca e lavagem das roupas e noções de higiene. PEDICULOSE PUBIANA - Causada pelo Phthirus pubis, ocorre primariamente na região púbica, mas, nas crianças, pode acometer cabelos, sobrancelhas e cílios, ocasionando prurido, eczematização e infecção secundária. - A ação local da saliva do parasita determina a mácula cerúlea, manchade coloração azul-acinzentada característica. - Adquire-se pelo contato corporal íntimo e prolongado, habitualmente sexual - O tratamento é feito com a depilação da região púbica, a aplicação de vaselina e posterior extração mecânica das lêndeas na região dos cílios ou com ivermectina oral, semelhante ao manejo do piolho da cabeça com ênfase na desinfecção das roupas, inclusive as de cama; LARVA MIGRANS CUTÂNEA - conhecida como “bicho geográfico”, pelo aspecto da lesão semelhante a um mapa, é uma erupção cutânea autolimitada causada pela penetração e migração das larvas do Ancylostoma caninum (cachorro) e do Ancylostoma braziliensis contidas nas fezes de cães e gatos. - A larva penetra ativamente na pele formando uma pápula pruriginosa. Pela ausência de enzimas necessárias para penetrar e sobreviver na derme, a larva migra, determinando um trajeto serpiginoso e linear na epiderme a uma velocidade de 2 a 5 cm/dia. O prurido intenso resulta em escoriações e, frequentemente, em infecção secundária. - Regiões principais: pés e glúteos. - incubação normalmente é curto, até 15 dias; - A larva morre entre 2 e 8 semanas, porém, já foi relatada sobrevida superior a 1 ano; - Tratamento: 1. Menos de 5 lesões = creme de tiabendazol a 5%, 2 vezes/dia, por 2 semanas 2. albendazol (se >2 anos), 400 mg, dose única, repetir com 7 dias; 3. ivermectina oral 200 mcg/kg em dose única, repetida 7 dias depois 4. tiabendazol oral 25 a 50 mg/kg/dia, a cada 8 horas, durante 5 a 10 dias. - A remoção cirúrgica é difícil de ser realizada, pelo caráter migratório e pela dificuldade de localização precisa do agente. MIÍASE OU BERNE - Desenvolvimento de larva de várias moscas; - A fêmea deposita seus ovos em roupas e no solo, e outros insetos, como vetores, transmitem-nos para o humano; - Na miíase primária, furunculóide ou berne, o ovo depositado sobre a pele penetra no subcutâneo, a larva se desenvolve e determina o aparecimento de nódulo inflamatório, semelhante ao furúnculo, com orifício central que permite a respiração da larva e que elimina líquido claro, acompanhado de sensação de ferroada no local. A localização da lesão é mais frequente nas áreas descobertas, couro cabeludo e face. - Na miíase secundária ou cavitária, a deposição dos ovos é feita em feridas abertas, e o aspecto da lesão depende da localização e do número de larvas. - TRATAMENTO: Miíase primária: oclusão do orifício central do nódulo, com esparadrapo ou vaselina sólida, impedindo a respiração da larva e obrigando-a a emergir, facilitando sua retirada com pinça. A retirada cirúrgica será feita nos casos de dificuldade de extração pela pinça. Miíase secundária: debridamento com retirada mecânica das larvas sob condições estéreis. O tratamento com ivermectina sistêmica também se mostra efetivo, com repetição da dose em 24 horas TUNGÍASE - Causada pela infestação da fêmea da Tunga penetrans; - Também chamada de “bicho de pé” ou “pulga da areia”. - Prevalência de 1% nas crianças brasileiras em ambiente urbano. - Apenas a fêmea penetra na derme, onde ocorre sua maturação, e deposita seus ovos determinando o aparecimento de pápula amarelada com ponto escuro central; - No início, pode haver edema, eritema, prurido e dor. A lesão localiza-se preferencialmente nos pés, mas também nas regiões glúteas e genitais - O diagnóstico é clínico e o tratamento é feito pela remoção cirúrgica da fêmea e seus ovos sob condições estéreis, alargando o orifício de entrada com uma agulha, com extração completa. - Medicações orais ou tópicas não são efetivas. DERMATOVIROSES MOLUSCO CONTAGIOSO - O agente etiológico é um DNA-vírus do grupo poxvirus; - Atinge sobretudo crianças na 1ª década de vida. - Tempo de incubação variável de 2 semanas a 6 meses. - O fenômeno da autoinoculação também desempenha um papel importante na disseminação das lesões; - Grande número de lesões em área relativamente pequena. - Nos adultos jovens, a transmissão também pode se dar por contato sexual. Nas crianças pequenas, a presença de lesões na região perianal ou genital deve levar à suspeita de abuso, embora a autoinoculação seja frequente. - As Lesões são assintomáticas e podem se localizar em qualquer segmento da pele, mas raramente comprometem as mucosas. - São representadas por pápulas umbilicadas, cor da pele ou nacaradas, únicas ou múltiplas, de tamanho variável (de 2 a 3 mm até 1 cm de diâmetro). - Em pacientes atópicos, por causa de alterações da barreira cutânea, e nos imunodeprimidos, as lesões tendem a ser maiores e mais numerosas e podem apresentar eczematização ao redor (eczema perimolusco) ou infecção bacteriana secundária. - A lesão clássica é representada por uma pápula semiesférica, firme e geralmente com leve depressão central; - Opções de tratamento: 1. Curetagem (com anestésico tópico) 2. Crioterapia 3. Soluções de Hidróxido de Potássio (KOH) a 5 ou 10% 4. Imiquimode creme 5%, 3-5 vezes/semana - Pode-se optar por aguardar por algumas semanas, as lesões podem se resolver espontaneamente. VERRUGAS - Causadas pelo papiloma vírus humano (HPV), um DNA vírus do grupo papovírus. Há centenas de subtipos conhecidos; - os subtipos 1 a 4 frequentemente acometem mãos, cotovelos, pés e joelhos. Os subtipos 6,11,16 e 18 são responsáveis pelas verrugas genitais, e os 16,18,31, entre outros, apresentam alto risco oncogênico, sendo os grandes causadores de câncer do colo do útero. - Verrugas são proliferações epiteliais resultantes da multiplicação viral; - Apesar de poderem se localizar nas mucosas, é na pele que são encontradas em maior quantidade - A transmissão é feita por contato direto, incluindo a autoinoculação, e também indireto, como em banhos de praia ou piscina. - Uma vez ocorrido o contágio, pode ou não haver o desenvolvimento da lesão, na dependência fundamental do estado imunitário do receptor. CLASSIFICAÇÃO - são classificadas em verrugas vulgares, planas, filiformes, plantares e genitais. VERRUGAS VULGARES - qualquer área do corpo, mas são mais encontradas nos membros, em particular em dedos das mãos, cotovelos e joelhos; - quando nas unhas, são chamadas de periungueais, trazem muito desconforto e são de difícil tratamento. - Podem ser encontradas isoladas, mas, na maioria das vezes, tendem a formar grupos de lesões. VERRUGAS PLANAS - múltiplas pápulas cor da pele ou discretamente hipo ou hipercrômicas, achatadas, medindo até 5 mm de diâmetro. - localizadas sobretudo na palma e no dorso das mãos e na região frontal - Mais frequentes em adolescentes. VERRUGAS FILIFORMES - costumam representar elementos únicos ou duplos que aparecem perpendicularmente à superfície cutânea, principalmente em face, sobretudo na região perinasal ou perioral; - mais comuns na adolescência que na infância. VERRUGAS PLANTARES - ocorrem na planta dos pés. Apresentam superfície irregular com área periférica amarelada e endurecida (hiperqueratose) ao redor de uma área central; - Com frequência podem ser vistos pontos mais escuros, que correspondem a pequenos vasos sanguíneos trombosados. - As verrugas plantares recebem todo o peso do corpo e, por isso, são pouco salientes; - Recebem a denominação popular de “olho de peixe” e costumam ser dolorosas, dificultando a deambulação. VERRUGAS GENITAIS OU ACONDILOMA ACULMINADO - a lesões localizadas nas mucosas genital e anal, portanto, não corneificadas e que se apresentam como pápulas vegetantes, róseas e com aspecto que foi comparado ao de uma “couve-flor” - em adultos serem comumente causados pelos HPV 6 e 11, os subtipos detectados em crianças são mais variáveis - A possibilidade de abuso sexual é a principal preocupação na avaliação de crianças com condiloma acuminado, mas outras formas são possíveis. - outras formas de contágio: autoinoculação, heteroinoculação, transmissão peri ou pré-natal e via fômites (tolhas, …) - Vacina disponível é tetra valente, dois desses subtipos (6 e 11) são os principais causadores de verrugas genitais, e os outros dois (16 e 18) são altamente oncogênicos; - meninas a partir dos 9 anos até os 26 anos,dada no Brasil em 2 doses; - a indicação para o sexo masculino também é válida, pois limita a possibilidade de disseminação do vírus; - opções terapêuticas: 1. a solução à base de ácidos salicílico (16,5%) e lático (14,5%) - aplicar 5 vezes na semana até a cura; - eficaz para verruga vulgar; proteger ao redor com creme e ocluir com esparadrapo 2. desbastamento da lesão e a aplicação tópica de ácido nítrico fumegante - verrugas plantares e vulgares 3. Crioterapia com Nitrogênio líquido - verrugas filiformes e planas 4. aplicação tópica de tretinoína creme na concentração de 0,05 a 0,1% - verrugas planas 5. imiquimode em creme a 5% - 3x na semana dia sim dia não - até 16 semanas - altera resposta imune - verruga genital 6. podofilina a 25% - aplicada pelo médico em sessões semanais ou quinzenais 7. eletrocoagulação - casos refratários - maior parte some em 6 meses a 2 anos, espontaneamente; INFECÇÕES HERPÉTICAS - acometem 70 a 90% de toda a população mundial. - tem recorrência, manifestando-se em surtos episódicos com maior ou menor frequência após períodos de latência. - tem a capacidade de após o primeiro contágio, permanecer viável em cadeias ganglionares, podendo se reativar e retornar à pele ou a mucosas por meio dos nervos periféricos; - reativação ocorre na dependência do estado imunitário do paciente e parece também sofrer influências do estado nutricional, exposição solar e mesmo de fatores emocionais, sendo desencadeada por tensão e estresse. - O Herpes simples (Herpesvirus hominis) é um DNA vírus com duas variedades - I e II - levam ao aparecimento de lesões características (pequenas e numerosas vesículas agrupadas sobre uma base eritematosa, com aspecto comparável a uma amora, em qualquer segmento topográfico da pele e mucosas. - O herpes vírus tipo I é nitidamente predominante nas lesões labiais e de tronco, sendo o responsável por 80% dos casos nessas localizações; - o tipo II, que responde pela maioria dos casos de herpes genital e neonatal - O aspecto de múltiplas vesículas agrupadas e a repetição da lesão na mesma área tornam o diagnóstico evidente. - o primeiro contato entre o vírus e o paciente tende a ocorrer de modo precoce, já nos primeiros anos de vida. - Infecção é subclínica, torna-se portador do vírus sem apresentar qualquer sintoma; - em um reduzido número de casos, a primoinfecção herpética pode cursar com extremo desconforto para a criança - A forma mais comum de primoinfecção pelo HSV é a gengivoestomatite; - período prodrômico caracterizado por caracterizado por mal-estar, irritabilidade, anorexia e febre, surgem lesões eritematosas com ulcerações superficiais e exsudativas extremamente dolorosas, localizadas na mucosa oral, língua, gengiva, palato duro e faringe. Lesões na região perioral ocorrem em até 2/3 dos casos. - As lesões dificultam a alimentação, tornando a criança sujeita a desidratação e desnutrição aguda - O quadro leva de 1 a 2 semanas para a resolução espontânea, mas, às vezes, pode requerer hidratação endovenosa quando a ingestão de líquidos é sistematicamente recusada. - é importante, desde os primeiros sintomas da doença, aumentar a oferta de líquidos e manter o aleitamento materno - O tratamento é sintomático, com analgésicos e antitérmicos e a utilização de substâncias anestésicas e anti sépticas locais. - A utilização de aciclovir logo nas primeiras 72 a 96 horas em crianças imunocompetentes, mas com grande dificuldade para ingerir líquidos ou com dor extrema, pode ser benéfica. - A droga mais utilizada é o aciclovir, nas doses de 25 a 30 mg/kg/dia, 5 vezes/dia (a cada 4 horas, exceto à noite). - O tratamento com o valaciclovir (2 comprimidos de 500 mg, 3 vezes/dia) pode ser realizado em adolescentes e adultos, durante 7 dias. - Nas recidivas frequentes, o tratamento supressor com aciclovir, 400 mg, 2 vezes/dia, por 6 a 12 meses, pode espaçar as crises. - Nos imunodeprimidos, o aciclovir deve ser utilizado por via endovenosa na dose de 250 a 500 mg/m2, a cada 8 horas. - A aplicação tópica de aciclovir não tem demonstrado eficácia no tempo de evolução ou no espaçamento das crises. - Podem-se usar compressas refrescantes, analgésicos e antibióticos tópicos, como o ácido fusídico ou a mupirocina, mas estes só devem ser aplicados caso haja comprovação de infecção bacteriana concomitante. HERPES NEONATAL - Infecção extremamente grave, decorrente da contaminação do bebê pelas secreções maternas durante o parto ou intraútero; - Na maioria das vezes, é causada pelo vírus do tipo II. - As lesões caracterizam-se por vesículas agrupadas ou disseminadas, erosões ou ulcerações. - Podem estar presentes já ao nascimento ou se manifestarem nos primeiros dias de vida; - A mortalidade é alta, assim como o número de sequelas nas crianças que sobrevivem. Lesões oculares ou neurológicas (como encefalites) são as mais importantes. - Gestantes com lesões genitais de herpes devem obrigatoriamente ser submetidas a cesarianas - Essa possibilidade também deve ser considerada no caso de mulheres com história de infecção herpética genital recente ou naquelas que se relacionaram sexualmente com homens com lesões herpéticas. HERPES ZOSTER - aparecimento de lesões vesiculares sobre base eritematosa em uma região delimitada, seguindo o trajeto do nervo afetado;mas a região do tronco é a mais frequentemente - Pode se manifestar em qualquer região do corpo, atingida; - Nos adultos e adolescentes, as lesões cutâneas geralmente são precedidas por dor de média a grande intensidade na região comprometida - Nas crianças, a dor pode não ocorrer, sobretudo nas de pouca idade, e é mais comum o prurido do que os sintomas dolorosos - A infecção é causada pelo vírus varicela zóster (VVZ) - Deve haver um contato prévio com o vírus (seja pelo antecedente de varicela, seja por vacina prévia) -Na maioria dos casos, não é necessária a investigação de imunodeficiência, apenas em casos recorrentes, bilaterais ou muito extensos ou acompanhados de necrose. - Em crianças, a evolução tende a ser favorável e sem gravidade. - O tratamento é feito essencialmente com analgésicos (dipirona ou paracetamol), compressas calmantes e anti-histamínicos, se houver prurido. - Nos imunocomprometidos ou na presença de lesões extensas ou necróticas, pode ser necessária a introdução de antivirais como aciclovir ou fanciclovir, por via oral ou endovenosa, e em doses elevadas, visto que o vírus varicela zóster é menos sensível a essas medicações do que o herpes simples. - A utilização de antibióticos só deve ser recomendada em caso de infecção bacteriana concomitante comprovada. DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA - a síndrome clínica caracterizada por um enantema oral e um rash macular, papular ou vesicular nas mãos e nos pés. - causada pelo Coxsackie vírus A16 e, ocasionalmente, por outros sorotipos como o enterovirus A71 - altamente contagiosa, de transmissão fecal-oral, mas que também pode ser transmitida por contato com secreções nasais e respiratórias e pelo conteúdo das vesículas - Caracteriza-se por febre, odinofagia e enantema que surgem após 3 a 6 dias da exposição ao vírus. - As lesões localizam-se caracteristicamente na boca, com vesículas semelhantes às da estomatite herpética, e nas mãos e pés sob a forma de vesículas alongadas em formato de “grão de arroz’ - rodeadas por um halo eritematoso. Ainda podem ocorrer lesões na face, nas nádegas e nos joelhos e cotovelos, sendo mais papular do que vesicular nessas últimas localizações. - o tratamento é sintomático, com resolução em cerca de 2 a 3 semanas. Quando causada pelo enterovirus A71, a doença tende a ser mais grave, podendo cursar com complicações como encefalite, meningite asséptica, edema e hemorragia pulmonar e insuficiência cardíaca. - Coxsackie vírus A6 tem sido associado a uma doença mais severa, com febre mais elevada, lesões na face e no períneo, maior duração (12 dias), descamação palmoplantar de 1 a 3 semanas depois e onicomadese (queda das unhas) 1 a 2 meses depois do quadro agudo. MICOSES SUPERFICIAIS Dermatofitoses ou tinhas - Dermatófitossão fungos que vivem no solo, nos animais ou nos humanos; - Pertencem a três gêneros: Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton; - Digerem a queratina invadindo a pele, os cabelos e as unhas; TINEA CAPTIS - infecção fúngica muito comum na infância. - até os 10 anos, raramente depois e é associada a maus hábitos de limpeza do cabelo. - acomete o couro cabeludo e caracteriza-se por alopecia descamativa distribuída em placas bem delimitadas e com cabelos “tonsurados”, ou seja, quebrados logo após a sua emergência do folículo piloso, facilmente destacáveis. - Vários tipos de dermatófitos podem causar tinea capitis; Os mais comuns são o Microsporum e o Trichophyton - Os antropofílicos são transmitidos pelos humanos (p.ex., Trichophyton tonsurans), os zoofílicos são transmitidos por animais (p.ex., Microsporum canis) e os geofílicos são transmitidos pelo solo. - No Brasil, o fungo mais envolvido nos casos de tinha da cabeça e tinha do corpo em crianças é o Microsporum canis, comumente encontrado em cães e gatos e cuja infecção do humano determina processo inflamatório importante; - os fungos antropofílicos, como o Trychophyton tonsurans, frequentemente encontrado nos EUA e na Europa, determinam geralmente quadros descamativos e “pontos pretos” ou “black dots” característicos e menos inflamação; - Incubação curta (1-3 semanas) e acometem mais meninos que meninas. - Fatores predisponentes incluem famílias numerosas, casas superpovoadas e baixa classe socioeconômica. - Além da transmissão por humanos e animais, a transmissão dos dermatófitos via fômites (escova de cabelos, pentes, bonés e instrumentos contaminados) está bem documentada. - A apresentação pode ser semelhante à dermatite seborreica, com descamação difusa e pouca inflamação; - Uma ou várias áreas de alopecia podem estar presentes, assemelhando-se à alopecia areata. - Se apresenta em 3 formas clínicas: Tonsurante, favosa e querión - Pústulas no couro cabeludo podem estar presentes e devem ser distinguidas de foliculite estéril ou bacteriana, em que não há perda de cabelos. - Quérion (Kerion celsi) é uma apresentação inflamatória da tinea capitis com placas infiltradas, alopecia, pústulas e frequentemente drenagem de secreção purulenta. - Geralmente, a inflamação é causada pela resposta imunológica; - a cultura e o exame micológico podem ser negativos, pela maciça destruição dos elementos fúngicos pelo próprio processo inflamatório - uma resposta inflamatória intensa ao dermatófito e, em geral, está associada ao M. canis - possa involuir espontaneamente e não costume causar alopecia definitiva, o diagnóstico precoce e o tratamento agressivo estão indicados, uma vez que a reação inflamatória grave e prolongada pode levar a uma alopecia cicatricial; - A linfadenopatia, especialmente cervical ou suboccipital, é muito comum - O diagnóstico diferencial da tinea capitis inclui dermatite seborreica, psoríase, alopecia areata, tricotilomania (hábito de arrancar os cabelos), foliculite, impetigo, lúpus eritematoso e outras dermatoses do couro cabeludo menos comuns. - A tinea capitis requer tratamento sistêmico, uma vez que a medicação deve penetrar no folículo piloso. Por muitas décadas, a droga de escolha foi a griseofulvina e ela permanece como único agente aprovado para o tratamento dessa doença na infância; - A griseofulvina é bem tolerada e segura, sendo recomendado o uso de 20 a 25 mg/kg/dose, 1 vez/dia (após refeição gordurosa para aumentar sua absorção) por 6 a 8 semanas. - O tratamento concomitante com xampu antifúngico, como o cetoconazol e o sulfeto de selênio, 2 a 3 vezes/semana, é recomendado, uma vez que esses agentes, ao removerem as placas, erradicam esporos viáveis e ajudam a diminuir o potencial de extensão da infecção - Outros tratamentos, incluindo os antifúngicos azólicos (fluconazol, itraconazol e cetoconazol) e a terbinafina, têm sido avaliados como alternativas - uso de terbinafina por 4 semanas é tão eficaz quanto a griseofulvina por 8 semanas. - A griseofulvina é superior à terbinafina quando a tinea capitis é causada pelo Microsporum canis. - quando for confirmado o diagnóstico de tinea por M. canis, a droga de escolha é a griseofulvina - no querión o tratamento pode ser mais prolongado e pode-se fazer uso de corticosteroide oral (prednisona) na dose de 0,5 a 1 mg/kg/dia, por 1 semana, para uma resolução mais rápida da inflamação. EXTRA TINEA TONSURANTE - mais comum na infância - em geral pode-se pensar na etiologia pela lesão: A) Microspórica=> - lesões grandes, únicas e arredondadas - Infecção ectotrix - dermatoscopia em código de barras B)Tricofítica=> - lesões múltiplas com intensa descamação - infecção endotrix - dermatoscopia em rabo de porco Kérion Celsi - placas infiltradas, pústulas, drenagem de secreção purulenta. - Linfadenopatia frequente. - principais agentes são T. mentagrophytes, tonsurans, verrucosum e M. canis. - Tratamento com antifúngicos orais + glicocorticóides (ATB se infecção secundária) - Leva a alopecia cicatricial com mais frequência. Tinea Favosa - placas eritematosas cobertas por crostas compostas por restos celulares epiteliais e massas densas de hifas. - Hifas degeneradas e espaços cheios de ar (bolhas) - Cicatrizes ou alopecia cicatricial - Fluorescência branco azulada; - T. schoenleinii IMPORTANTE PARA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL=> Parasitismo endotrix não fluoresce na luz de Wood. - SEMPRE pedir Microscopia com KOH+Cultura micológica (Padrão ouro), mas não espera resultado para tratar. RESUMO DO TTO - TTO tópico não é efetivo; - Microsporum => Griseofulvina - Trichophyton=> Terbinafina TINEA FACIEI - infecção da face por dermatófitos é chamada de tinha da face. - maneira semelhante à tinha do corpo, com placas anulares e eritematosas, com descamação na periferia. - Entretanto, a tinha da face pode ter uma forma clínica discreta, especialmente nos casos em que corticosteroides tópicos foram utilizados (tinea incognito) - Geralmente, essas lesões localizadas respondem ao tratamento tópico. Entretanto, nos casos de uso de corticosteroide prévio ou lesões refratárias, o tratamento sistêmico, como na tinea capitis, pode ser necessário para a resolução da dermatofitose; TINEA CORPORIS - locais de predileção incluem tronco e extremidades; - Contato com animais domésticos, principalmente filhotes de cães e gatos, ocorre de forma frequente na infância, determinando a tinea pelo Microsporum canis. - tende a uma distribuição assimétrica e é caracterizada por uma ou mais placas anulares descamativas, circunscritas, com um centro claro e limites descamativos, vesiculares, papulares ou pustulares. - diagnóstico é clínico mas pode-se realizar exame micológico direto e cultura para fungos. - Terapia tópica é efetiva (1 ou 2x/dia) - São eles: ciclopirox, clotrimazol, cetoconazol, miconazol, oxiconazol, fenticonazol. - Há melhora clínica e alívio do prurido na 1ª semana, o tratamento deve ser mantido por 2 a 3 semanas para assegurar a completa resolução. TINEA CRURIS - a infecção superficial da região inguinal e raiz de coxas; - mais comum em adolescentes e adultos do sexo masculino; - mais comum nos obesos ou naqueles que fazem atividade física extenuante com suor excessivo e atrito das vestimentas; - Em geral, é bilateral, simétrica e envolve áreas intertriginosas junto ao escroto e à face medial das coxas; - Terapia Tópica geralmente é suficiente devendo ser aplicada por 3 a 4 semanas. - Nos casos de tinea cruris, pelo fato de ser geralmente causada pelo gênero Trychophyton, a terbinafina é outra opção terapêutica. - Outras medidas úteis incluem reduzir o excesso de atrito e irritação com o uso de roupas íntimas de algodão largas e soltas, secar as áreas acometidas após o banho ou transpiração e estimular a perda de peso, no caso dos obesos. TINEA PEDIS (pé de atleta) - rara em crianças pequenas; comum em adolescentes e adultos, nessa faixa sendo dermatofitose mais comum; - A forma intertriginosa, que é a mais frequente, mostra inflamação, descamação e maceração entre os pododáctilos - A formavesicular é muito pruriginosa e apresenta inflamação com vesículas ou bolhas, sendo mais comum no verão e em crianças - A forma em mocassim cursa com eritema, descamação, fissura e hiperqueratose plantar, podendo se estender para a face lateral dos pés - proteger os pés em locais de uso comum (banheiros, ginásios, vestiários, piscina) e manter os pés secos são importantes. - Secar os pés após o banho, evitar sapatos fechados e usar sandálias ou chinelos em áreas de risco, além de tratar a hiperidrose, se esta estiver presente - O tratamento de escolha é a aplicação de antifúngico tópico 1 a 2 vezes/dia, por 2 a 3 semanas; - Nos pacientes que apresentam inflamação grave ou naqueles com doenças crônicas, como diabete ou imunossupressão, o tratamento por via oral deve ser considerado. - a terbinafina é uma boa opção terapêutica; ONICOMICOSE - é mais comum em adultos, mas também ocorre em crianças, frequentemente associada a tinea pedis; - menor prevalência é devido a maior velocidade de crescimento das unhas nessa faixa etária, a menor área de superfície para invasão, menos trauma, menor incidência de tinea pedis e menos tempo de exposição a ambientes associados a fômites infectados, como vestiários; - Maioria dos pré-púberes com onicomicose tem um contato domiciliar infectado; - O diagnóstico de onicomicose é confirmado pelo exame micológico direto e pela cultura para fungos - a onicomicose raramente é simétrica e que é comum haver envolvimento de apenas uma, duas ou três unhas de uma mão ou pé; - os agentes tópicos não são eficazes no tratamento da onicomicose, principalmente pela baixa penetração na unha - O tratamento definitivo na maioria dos pacientes é apenas alcançado com uso de agentes antifúngicos por via oral, sendo o itraconazol e a terbinafina relacionados a cura em torno de 70%. - Eles permanecem concentrados nas unhas por meses após o término do tratamento, o que representa uma vantagem em relação à griseofulvina e ao fluconazol. - A pulsoterapia com itraconazol (200 mg a cada 12 horas, 1 semana/mês, por 3 a 4 meses) é o regime preferido em adultos, parecendo ser eficaz e relativamente seguro para crianças, porém com uma dose diária menor. - A terbinafina é administrada em dose diária (125 a 250 mg) por 1 a 2 meses (tempo menor por ser fungicida) PTIRÍASE VERSICOLOR - a infecção fúngica muito comum, causada pelas formas fermentadoras do fungo dimorfo Malassezia furfur, que são Pityrosporum orbiculare e Pityrosporum ovale - faz parte da flora normal da pele e, sob condições apropriadas, a levedura transforma-se em hifa invasiva - Mais de 90% dos adultos são portadores do fungo no couro cabeludo e no tronco, e 100% das crianças acima dos 40 dias de vida já apresentam colonização pelo fungo; - Altas temperaturas e umidade predispõem à infecção, além de hiperidrose, aumento da produção sebácea, uso de corticosteróides, imunodeficiências e predisposição familiar. - O diagnóstico é baseado na apresentação clínica. O exame físico revela manchas e placas com descamação furfurácea distribuídas no tronco, na face e no pescoço. A denominação versicolor provém da variedade de cores que as lesões podem assumir, desde hipopigmentadas, eritematosas até acastanhadas ou marrons; - Responde a uma variedade de agentes tópicos. Entretanto, uma vez que o curso da doença é crônico, recorrências são comuns e as alterações pigmentares demoram meses a anos para serem resolvidas; - O xampu de sulfeto de selênio 2,5% ou cetoconazol a 2% é conveniente, barato, seguro e uma forma relativamente efetiva de terapia - aplicada uma fina camada sobre as lesões por 10 minutos antes de enxaguar, por 1 a 2 semanas, utilizando aplicações intermitentes como manutenção; - O tratamento também pode ser realizado com medicamentos tópicos, como os azólicos, a terbinafina - O tratamento sistêmico é indicado nas formas extensas, utilizando, por via oral, cetoconazol por 10 dias, itraconazol por 5 dias ou fluconazol em doses semanais por 2 a 4 semanas; - a hipocromia residual é comum e demora a desaparecer, e não deve ser confundida com recidiva ~diferenciar com “sinal de Zileri”, que é o “craquelamento” ou descamação da lesão após a distensão rápida da pele;
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