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DERMATO PED

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DERMATOLOGIA PEDIÁTRICA
PELE NA INFÂNCIA
- Entre o nascimento e a maturidade a área de
superfície da pele aumenta 7x e ocorrem
modificações anatômicas, funcionais e
imunológicas específicas nas diferentes faixas
etárias da população pediátrica.
- A pele da criança é imatura, fina, frágil, pouco
protegida e sensível;
- Apresenta todas as estruturas da pele do adulto
- Menor espessura da camada córnea, menor
poder tampão e uma relação aumentada superfície
cutânea/peso corporal contribuem para ampliar a
suscetibilidade à irritação, a perda de água
transepidérmica e a absorção percutânea,
levando a riscos inerentes de toxicidade
sistêmica.
- Quanto menor a idade gestacional, mais imatura
é a barreira cutânea, levando a uma maior
permeabilidade a substâncias.
- Para que a pele da criança atinja a maturidade da
pele do adulto são necessários de 2 a 3 anos.
- Ao nascimento a pele é estéril, mas ao final da
primeira semana de vida a pele do neonato é
colonizada por bactérias não patogênicas
(estafilococos coagulase-negativa, estreptococos e
micrococos).
- A presença dessa flora não patogênica na pele é
considerada a melhor defesa do corpo humano
contra infecção
DIFERENÇAS ANATÔMICAS
- Todas as camadas da pele do recém-nascido
(epiderme, derme e hipoderme) têm espessura
diminuída.
- A adesão dermoepidérmica e dermosubcutânea é
mais frouxa, existindo uma menor coesão
intercelular. => Maior tendência a formação de
bolhas.
EPIDERME
- A epiderme do recém-nascido é bem
desenvolvida e não apresenta grande diferença em
relação à epiderme do adulto. No entanto, nos
prematuros a epiderme é bem mais fina
(proporcional à idade gestacional), necessitando
cerca de 15 dias após o nascimento para atingir a
maturação.
- O estrato córneo é ligeiramente mais fino no
recém-nascido de termo e bem mais fino no
recém-nascido prematuro, diminuindo a função
barreira desse estrato.
- Mesmas células do estrato germinativo, mas a
funcionalidade está diminuída, principalmente, a
fotoproteção, a barreira imunológica e a função
receptora.
DERME
- As diferenças morfológicas da derme são mais
acentuadas do que da epiderme
- A derme do recém-nascido e da criança é bem
mais fina.
- Durante o desenvolvimento infantil a quantidade
de água, glicogénio e ácido hialurônico tendem a
diminuir. Essa diferença na composição
provavelmente interfere na turgescência
característica da pele do recém-nascido.
HIPODERME
- Durante o desenvolvimento infantil a quantidade
de água, glicogènio e ácido hialurônico tendem a
diminuir. Essa diferença na composição
provavelmente interfere na turgescência
característica da pele do recém-nascido.
ANEXOS CUTÂNEOS
- Glândulas sudoríparas se dividem em 2 tipos:
écrinas, que se distribuem por todo corpo, não
possuem odor, e se desenvolvem meses após o
nascimento, e as apócrinas, que possuem odor
característico, associadas ao folículo piloso e se
distribuem em axilas, auréolas mamárias, região
anogenital, periumbilical e algumas vezes, na face
e no couro cabeludo, e só se tornam funcionais na
puberdade, o que justifica a ausência de odor no
suor das crianças.
- Glândulas sebáceas são são glândulas
holócrinas, formada a partir da completa
destruição das células glandulares (núcleo,
citoplasma e membranas).
- As glândulas localizam-se em quase lodo o
corpo, com exceção das palmas, plantas e lábio
inferior. e de alta atividade no recém nascido.
- Desta forma, a pele do recém-nascido é oleosa
ao nascimento e nos primeiros 3 meses,
tornando-se posteriormente seca ou muito seca.
- As secreções das glândulas sebáceas que
ocorrem durante a gestação, constituem a maior
parte do “vernix caseoso".
- Sua principal função é a de barreira mecânica,
protegendo contra traumas, hipotermia,
desidratação e infecção. Desaparece
espontaneamente apòs 2 ou 3 dias e há
divergências se ele deve ou não ser removido.
- Filme hidrolípidico = Essa mistura O/A (óleo em
água), que funciona como proteção da pele em
relação à desidratação e pH cutâneo, estâ
bastante diminuída na infância.
Diferenças fisiológicas e particularidades
funcionais
- No recém-nascido de termo, o mecanismo de
termorregulação começa a funcionar apenas 2 ou
3 dias após o nascimento, esse mecanismo está
relacionado ao funcionamento das glândulas
sudoríparas e aos reflexos vasomotores.
ABSORÇÃO CUTÂNEA
- A relação superfície cutânea/peso corporal é três
vezes mais elevada nas crianças que em adultos.
- em consequência pode ocorrer maior absorção e
aumento da concentração sanguínea de
substâncias.
- Parece haver imaturidade das células
imunocompetentes. As dermatites de contato por
sensibilização (dermatite de contato alérgica) não
ocorrem com frequência nessa faixa etária. O risco
de sensibilização cutânea aumenta com a idade.
- Nas crianças há redução e/ou aumento do tempo
de meia-vida das substâncias, aumentando assim
o potencial risco de reações adversas. Nos
recém-nascidos a termo e nos prematuros a
meia-vida é três a nove vezes maior do que nos
adultos e se mantêm até o término do período
neonatal.
RESPIRAÇÃO CUTÂNEA
- No adulto corresponde a 1-2% da respiração total
- RNs prematuros com IG<30 tem pele bastante
permeável aos gases O2 e CO2. Se a
concentração de O2 do ambiente for aumentada,
ocorre aumento da difusão percutânea de oxigênio
pela pele
- É muito importante observar que quando se usa
invólucro impermeável, como polietileno, para
reduzir a perda de água por evaporação pela pele
dos recém-nascidos prematuros, limita-se também
a respiração cutânea
PERDA DE ÁGUA TRANSEPIDÉRMICA (TEWL)
- A TEWL é maior quanto maior a imaturidade da
pele da criança
- As crianças prematuras apresentam também
maior perda de calor por evaporação e
consequentemente uma incapacidade em manter a
temperatura corporal.
PH CUTÂNEO
- Ao nascimento, o pH da pele ê ligeiramente
alcalino, cerca de 6,34. Em aproximadamente
quatro dias o pH da pele diminui para valores entre
4 e 6
- Os prematuros apresentam ao nascimento um pH
superior a 6, que tende a diminuir para 5,5 na
primeira semana
- A acidez do pH cutâneo é importante para
proteger a pele contra microorganismos
patogênicos.
BARREIRA CUTÂNEA
- A função barreira da pele, que é executada
basicamente pelo estrato córneo, apresenta-se
menos efetiva durante o primeiro mês de vida,
porque a camada córnea é mais fina e mais
hidratada nesse período.
- A espessura e a qualidade da camada córnea
vão influenciar e mesmo condicionar certas
funções da pele,e como a de proteção infecciosa,
proteção química e metabólica;
MELANINA
- A pele da criança tem o mesmo número de
melanócitos da pele do adulto, porém a produção
de melanina é deficiente, tornando a pele menos
pigmentada, logo, mais sensível à radiação solar.
- deve-se evitar a exposição solar direta das
crianças com menos de 2 anos de idade
ALTERAÇÕES DA PELE NA ADOLESCÊNCIA
- desenvolvimento piloso nas axilas e púbis em
ambos os sexos e a barba e bigode no sexo
masculino, se inicia juntamente com hipersecreção
sebácea, que quando exagerada é acompanhada
de fina descamação pitiriásica no couro cabeludo.
Na face e tronco aparecem os comedões e
posteriormente hâ o desenvolvimento das
variantes de acne.
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NEONATAIS
- Reconhecer corretamente as dermatoses é
importante pois estas podem ter elevada
mortalidade (como o herpes neonatal) e também
deve-se evitar exames desnecessários e
ansiedade para os familiares nos casos de
dermatoses transitórias.
- Dermatoses estão presentes de 40-100% dos RN
VERNIX CASEOSO
- Substância graxenta, produzida por células
epidérmicas e secreções sebáceas.
- Pode recobrir toda a superfície da pele ou estar
presente apenas nas dobras cutâneas;
- Essa substância seca rapidamente
desfazendo-se em poucas horas.
- Sua coloração pode refletir problemas intra
uterinos. Na anemia hemolítica e no feto
pós-maturo o vérnix adquire tonalidade
amarelo-ouro. Situações de sofrimento fetal
intraútero liberam mecònio e o pigmento biliar dá
ao vérnix coloração esverdeada.
- A função é a lubrificação, facilitando a passagem
pelo canal de parto, além derepresentar uma
proteção contra infecções, durante as primeiras
horas de vida, devido às propriedades
antibacterianas e antifüngicas do sebo.
DESCAMAÇÃO FISIOLÓGICA DO RN
- ocorre em 75% dos RNs normais.
- início nos primeiros dias ou semanas de vida;
- escamas finas e não aderentes, com início em
geral nos tornozelos;
- pode se localizar nas mãos e nos pés ou
gradualmente atingir outras áreas;
- O processo é fisiológico e geralmente não
necessita tratamento, desaparecendo
espontaneamente em dias ou semanas.
- mais evidente nas crianças pós-termo.
- Em alguns casos, a descamação pode ser bem
acentuada, lembrando formas leves de ictiose.
HIPERTRICOSE LANUGINOSA
- conhecida também como “lanugem”
- pelos finos no dorso, ombros e face, sem
significado clínico.
- substituídos nas primeiras semanas pelos pelos
definitivos.
HIPERPLASIA SEBÁCEA
- hiperatividade das glândulas sebáceas
estimulada pelos andrógenos maternos.
- pequenas pápulas esbranquiçadas ou
amareladas na abertura do folículo pilossebáceo.
- Localiza-se com mais frequência no nariz, regiões
malares e lábio superior
- podem ocorrer também no tronco, aréola
mamária e genitália;
- Desaparece espontaneamente em algumas
semanas, não sendo necessário tratamento;
MÍLIO (Millium sebáceo)
- presente em 40-50% dos RNs;
- cistos foliculares epidérmicos devido á retenção
de queratina e de material sebáceo no folículo
pilossebáceo;
- pápulas com 1 a 2 mm de coloração branca ou
amarelada, isoladas ou agrupadas localizadas na
face, principalmente nas regiões malares, nariz,
mento e fronte. Ocasionalmente, podem ocorrer na
porção superior do tronco, membros, prepúcio,
mamas ou mucosas.
- Desaparecem de maneira espontânea em quatro
ou seis semanas, podendo persistir por até três a
quatro meses.
- Não necessitam de tratamento
NÓDULOS DE BOHN E PÉROLAS DE EPSTEIN
- presente em 85% dos RNs;
- Nódulos arredondados medindo de 2 a 3 mm,
branco nacarados ou amarelados;
- gengivas (nódulos de Bohn) ou no palato duro
(pérolas de Epstein);
- derivados dos restos epiteliais das glândulas
palatais em desenvolvimento.
- Nenhum tratamento é necessário para essas
lesões assintomáticas que regridem em semanas
ou meses.
PÉROLAS DE EPSTEIN
NÓDULOS DE BOHN
BOLHAS DE SUCÇÃO
- Bolhas de conteúdo seroso, localizadas nos
dedos, antebraço ou lábio superior, causadas por
sucção do próprio recém-nascido.
- Desaparecem em alguns dias, não necessitando
de tratamento.
CUTIS MARMORATA
- resposta fisiológica normal ao frio
- dilatação de capilares e pequenas vênulas,
caracterizado por coloração arroxeada reticulada
ou moteada localizada no tronco e extremidades
de recém-nascidos e lactentes.
- Geralmente, desaparece quando a criança é
aquecida;
- Pode persistir por semanas ou meses, não lendo
maior significado.
- tratamento, geralmente, é desnecessário
ACROCIANOSE
- Fenômeno peculiar no recém-nascido de termo,
caracteriza-se por cianose periférica que ocorre
principalmente ao redor dos lábios, palmas e
plantas, sendo considerada normal nas primeiras
48hrs;
- Acentua-se com a hipotermia e melhora com o
aquecimento.
Coloração Arlequim
- geralmente, em recém-nascidos prematuros;
- imaturidade dos centros hipotalâmicos que
controlam tônus dos vasos sanguíneos periféricos;
- ocorre quando está deitado em decúbito lateral e
consiste de aparecimento de eritema na metade do
corpo que está para cima, com palidez simultânea
da metade do corpo que está em baixo;
- ocorre subitamente e pode persistir de 30
segundos até 20 minutos;
- pode ocorrer desde poucas horas de vida até a
terceira semana.
- Não necessita de tratamento
EFLÚVIO TELÓGENO DO NEONATO
- perda sincrônica de cabelos da fronte para a
região occipital, que resulta em áreas de rarefação
ou alopecia difusa;
- Não é necessário o tratamento e no final do 6º
mês há a repilação total.
DERMATOSES NEONATAIS
ERITEMA TÓXICO
- Dermatose benigna, assintomática e
autolimitada, de etiologia desconhecida, com
início, em geral, no 3º e 4º dias de vida, porém
pode estar presente ao nascimento ou aparecer
mais tardiamente até a segunda semana de vida.
- menos habitual nos prematuros ou nos neonatos
com peso inferior a 2500g.
- Acomete todas as raças e ambos os sexos.
- na transição da vida fetal estéril para a vida
terrestre, há uma rápida colonização microbiana do
epitélio, com penetração de micro-organismos
comensais na pele, através do folículo pilosos com
subsequente reação inflamatória aguda e
generalizada da pele.
- São considerados fatores predisponentes: parto a
termo, parto vaginal, RN de primigesta, estação do
ano ao nascimento (verão e outono);
- máculas eritematosas, pápulas, pústulas ou a
combinação dessas lesões.
- podem permanecer isoladas e espalhadas ou
confluírem;
- as lesões mais características são pápulas
amareladas ou esbranquiçadas com halo
eritematoso e edematoso (semelhante à picada de
inseto)
- de poucas a centenas e podem instalar-se em
qualquer parte do corpo, exceto palmas e plantas;
- Novas lesões aparecem em surtos e persistem
por muitos dias podendo chegar a várias semanas.
A duração total do quadro varia, geralmente, de 5 a
7 dias, podendo chegar a 3 semanas.
- O quadro tem regressão espontânea, sem deixar
sequelas;
- O diagnóstico é clínico, sendo desnecessários
exames complementares.
- O quadro cutâneo pode ser acompanhado de
eosinofilia sanguínea em 7 a 15% dos casos.
- Nos casos duvidosos podem ser realizados:
■ Teste de Tzanck do conteúdo da lesão:
numerosos eosinófilos (confirma diagnóstico)
- O tratamento é desnecessário. A afecção é
autolimitada
MELANOSE PUSTULOSA TRANSITÓRIA
NEONATAL
- Dermatose benigna, autolimitada, de etiologia
desconhecida, caracterizada por vesículas,
pústulas e pigmentação residual.
- Ocorre em ambos os sexos, sendo mais comum
nos recém-nascidos da raça negra;
- As pústulas são assépticas, sem sinais de
infecção bacteriana, viral ou fúngica;
- A presença de máculas pigmentadas ao
nascimento sugere que o processo possa ter início
intra-útero.
- Hiperpigmentação pós-inflamatória é a explicação
mais aceita para as máculas pigmentadas.
- de maneira geral, já estão presentes ao
nascimento e caracterizam-se pela presença de
vesículas e pústulas superficiais, estéreis, sem
eritema, que desaparecem em 24 a 48 horas, com
descamação em colarete e deixando
frequentemente máculas hiperpigmentadas que
regridem de três semanas a três meses.
- Diagnóstico é clínico, Tratamento não é
necessário
PUSTULOSE CEFÁLICA NEONATAL
TRANSITÓRIA
- entidade recentemente reconhecida, que no
passado foi confundida com acne neonatal;
- O exame histológico revela a presença de
neutrófilos e fungos do gênero Malassezia. A
quantidade de fungo encontrada na pele do
neonato é proporcional à intensidade do quadro
clínico
- Caracteriza-se por eritema, pústulas e/ou pápulas
localizadas na face e no pescoço. As lesões não
têm distribuição folicular e não ocorre comedões.
- O diagnóstico é sugestivo pela idade de
aparecimento, localização das lesões, e ausência
de comedões.
- Exame direto pela microscopia óptica, de raspado
da pele, clarificado com hidróxido de potássio
revela a presença da Malassezia. Esse exame é
importante para diferenciar a pustulose cefálica
neonatal de outras afecções neonatais
caracterizadas por pústulas.
- Tratamento com cetoconazol ou miconazol, duas
vezes ao dia, por 1 e 2 semanas é efetivo, porém,
mesmo sem tratamento, a afecção tem rápida
resolução espontânea;
ACROPUSTULOSE INFANTIL
- Afecção benigna, crônica ou recorrente, com
vesículas e pústulas muito pruriginosas nas mãos
e pés.
- importante reconhecimento no período neonatal,
devido a ocorrência de doenças importantes, com
risco de morte, como infecção pela HSV, sífilis,
CMV e toxoplasmose, que podem se apresentar
com pápulas, vesículas e pústulas;
- Etiologia permanece desconhecida, ocorre com
constância após escabiose, mas a relação entre as
duas entidades é incerta
- se desenvolve nas primeiras semanas ou meses
de vida e pode continuar durante a infância;
- manifestações clínicas são limitadas a pele,
caracterizadaspor pápulas e vesicopustulosas,
acompanhadas de prurido intenso, que leva à
irritabilidade, a alteração do sono e a perda do
apetite
- iniciam-se com pequenas pápulas (1-2 mm), que
rapidamente (24h) tomam-se vesicopustulosas
- Localizam-se nas palmas e plantas. As vezes,
podem aparecer lesões nos punhos, tornozelos,
porção proximal dos membros e tronco. As
mucosas são poupadas.
- a ruptura inicial pode levar de 10 a 14 dias,
seguida de remissão em algumas semanas
- A acropustulose infantil irá desaparecer de modo
espontâneo em um ou dois anos.;
- O tratamento com corticosteróides tópicos
potentes é geralmente eficazes no controle de
surtos.
- Os anti-histamínicos orais podem aliviar o prurido
em lactentes, mas são contra-indicados em
neonatos devido ao efeito colateral indesejado de
sedação.
- Nos casos graves, o uso de dapsona na dose de
1 a 2mg/kg ao dia pode ser eficaz; no entanto esse
tratamento deve ser reservado para casos graves
que não respondam a corticosteroides tópicos
potentes
MILIÁRIA
- Afecção benigna muito frequente no
recém-nascido. Em torno da 2a semana de vida
pode se observar pequenas vesículas superficiais,
ocasionadas pelo bloqueio do conduto sudoríparo
com a retenção do suor;
- Ocorre mais frequentemente nas estações
quentes, por excesso de agasalhos, ou aplicação
da fototerapia ;
IMPETIGO BOLHOSO NEONATAL
- ocorre na 1a ou 2a semana de vida.
- causado pelo Staphylococcus aureus;
- Ocorre na maioria dos casos em neonatos
prematuros.
- Caracteriza-se pelo aparecimento de vesículas,
pústulas ou bolhas superficiais sobre base
eritematosa.
- lesões são superficiais e se rompem deixando
áreas erosadas com colaretes de escamas na
periferia (descamação em colarete);
- Geralmente, não há formação de crostas. Não há
comprometimento do estado geral
- Localizam-se na região perineal (área das
fraldas), regiões inguino-crurais, axilas e pregas do
pescoço;
- O diagnóstico é geralmente clínico, mas exames
bacteriológicos podem ser realizados;
- O tratamento consiste em limpeza local e
antibioticoterapia tópica nos casos leves e
antibioticoterapia sistêmica nos casos mais graves
- tratamento local é feito com compressas de
soluções antissépticas (água boricada 2%,
permanganato de potássio na diluição de 1/20.000)
e pomadas de antibiótico (mupirocina, ácido
fusídico);
- Quando ocorrer em berçários o paciente deve ser
isolado;
ACNE NEONATAL
- a erupção pode estar presente ao nascimento ou
ocorrer nas primeiras semanas de vida.
- Forma leve ocorre em 20% dos recém-nascidos,
havendo mais ocorrência no sexo masculino.
- a acne neonatal parece resultar do estímulo das
glândulas sebáceas do recém-nascido por
andrógenos maternos e do próprio recém-nascido
- Alguns relatos recentes sugerem o envolvimento
de Malassezia spp, como infestação ou
colonização, na etiopatogênese da doença
- As lesões surgem na primeira semana de vida e o
quadro clínico caracteriza-se pela presença de
erupção polimorfa, com eritema, pápulas, pústulas
e predominantemente comedòes fechados e/ou
abertos;
- As lesões localizam-se nas regiões zigomáticas,
dorso do nariz, e mais raras no mento e fronte;
- Em contraste com a acne do adolescente, o
tronco não é afetado
- As lesões desaparecem espontaneamente dentro
de um a três meses, à medida que as glândulas
sebáceas regridem, e não há formação de cicatriz;
- A acne que surge aos 18 meses é muito mais
preocupante do que aquela que surge aos 18 dias
de vida, com relação às patologias no eixo
adrenal-hipófise-gonadal;
- Nos casos leves se toma desnecessário,
ocorrendo involução espontânea na grande maioria
dos casos.
- Nos casos moderados, geralmente, é suficiente a
limpeza diária com água e sabonete neutro.
- Nos casos mais graves, ocasionalmente, pode
ser necessário tratamento tópico com ceratolíticos
suaves, peróxido de benzoíla a 2,5%, ácido
azelaico 15%, eritromicina.a 2%;
- Alternativas para mães ansiosas = Pasta d’agua
com óxido de zinco; Hidrocortisona pomada;
MANCHA MONGÓLICA
- mácula hipercrômica congênita, azulada ou
acinzentada, localizada geralmente na região
lombossacra, geralmente presente ao nascimento,
particularmente em orientais e negros.
- causada por defeito na embriogênese de células
da crista neural. A lesão é proveniente de
melanócitos que sofreram migração incompleta da
crista neural para a junção dermo-epidérmica e
permaneceram na derme.
- A lesão afeta cerca de 91% dos recém-nascidos
orientais, 80% dos negros e 10% dos
recém-nascidos de raça branca.
- Na maior parte dos casos, a lesão é única e
localizada, mas com menor ocorrência, pode se
manifestar com mais de uma lesão e acometer
grandes extensões do corpo;
- Tende a aumentar de tamanho no primeiro ano de
vida e a desaparecer ainda na infância precoce.
Poucos casos podem permanecer ao longo da vida
- A maior parte das manchas mongólicas não
precisa ser removida, pois sofre remissão
espontânea.
- No caso de lesões persistentes e inestéticas, o
tratamento pode ser feito com Q-switched rubi
laser ou Alexandrita ou Nd-Yag;
MANCHA SALMÃO
- Lesões eritematosas na pele, provavelmente
originadas por ectasia de capilares dérmicos;
- máculas de coloração variável do róseo ao
avermelhado, às vezes com telangiectasias;
- Localizam-se preferentemente na linha média:
região occipital e na nuca, glabela, fronte, e
regiões nasolabiais. Pálpebras superiores também
são localizações frequentes.
- Desaparecem quando comprimidas e se tomam
mais evidentes quando a criança chora. Não
necessita tratamento.
- A maioria das manchas desaparecem antes dos 6
anos de idade, não sendo necessário tratamento.
- manchas localizadas nas pálpebras desaparecem
mais rapidamente do que as localizadas na
glabela, porém ambas involuem antes do primeiro
ano de vida.
- As localizadas na nuca são as mais persistentes
e em 50% dos casos persistem na idade adulta.
MANCHA VINHO DO PORTO
- Má-formação vascular presente ao nascimento,
de etiologia desconhecida. Acredita-se na
possibilidade de fragilidade na parede dos
capilares e déficit do número de nervos
perivasculares, levando a deficiência na
neuromodulação do fluxo vascular no local da
lesão.
- No início é rósea e depois se torna vinhosa.
- A lesão é persistente e não tende a involução;
- Raramente clareia ou desaparece;
HEMANGIOMA DA INFÂNCIA
- é o tumor vascular benigno mais comum na
infância
- Pode estar presente ao nascimento, mas
geralmente desenvolve-se nas primeiras semanas
de vida, tornando-se visível em 90% dos casos no
primeiro mês.
- proliferação das células endoteliais, com
crescimento rápido após o nascimento (fase
proliferativa) e evolução lenta (fase involutiva)
- Apresenta uma fase de crescimento rápido até os
6 a 9 meses de vida e regride de forma lenta até os
9 anos de idade.
- As meninas e prematuros são mais acometidos
- Lesões múltiplas e pequenas (até 3 cm) são
denominadas de hemangiomatose e podem estar
associadas a lesões em outros órgãos, como o
fígado. São classificados em superficiais,
profundos e mistos, dependendo da profundidade
de acometimento;
- Não é necessário tratamento ativo, pois involui;
- alteração funcional, por conta do tamanho ou da
localização, ou por compromisso estético, o
propranolol está indicado e deve ser iniciado o
mais precoce possível;
- retornar se houver crescimento rápido
NEVOS MELANOCÍTICOS CONGÊNITOS
- erros morfogênicos embrionários com acúmulo
localizado de melanócitos e são considerados um
mosaicismo somático não hereditário;
- alteração no desenvolvimento, crescimento e
diferenciação das células embrionárias da crista
neural;
- mancha com coloração que pode variar do
castanho claro até o preto azulado, ou ainda uma
placa infiltrada espessada e pilosa;
- A presença de pelos pode ocorrer ao nascimento
ou se desenvolver depois;
- Os NMC são classificados pelo tamanho:
- e a maioria dos NMC gigantes estão localizados
no tronco e na cabeça.
- O risco de melanoma maligno em um nevo de
tamanho grande e gigante é considerado maior do
que na população em geral.
- seguimento será necessário ao longo da vida por
meio de avaliaçãoclínica e dermatoscópica a cada
6 meses, com biópsia de lesões suspeitas quando
necessário;
- Em geral, não é possível a remoção cirúrgica,
dependendo do tamanho e da localização;
- atenção ao alterações de coloração, crescimento
desproporcional ao crescimento da criança e
sintomas locais, como prurido e sangramento;
- A presença de múltiplos NMC é denominada
melanose cutânea
- A avaliação do sistema nervoso central por
ressonância magnética está indicada para afastar
a possibilidade de melanocitose neurológica nos
pacientes com NMC gigante localizado na região
posterior do tronco, assim como nos RN com
melanose cutânea.
- A presença de alteração de sistema nervoso
central caracteriza a melanose neurocutânea
MANCHAS CAFÉ-COM-LEITE
- a lesão plana, bem delimitada, de coloração
homogênea bege a castanho-clara e formato
arredondado ou oval
- Pode estar presente ao nascimento e não requer
qualquer investigação quando em número menor
do que 6 lesões.
- Se mais de 6 pensar em neurofibromatose
- se desenvolvem ao longo da vida, sobretudo
após exposição solar;
- atenção para histórico familiar e lesões em região
axilar (efélides axilares - sinal de Crowe) que
surgem nos primeiros anos de vida e são critérios
para o diagnóstico de neurofibromatose
NEVO SEBÁCEO
- ocorre em 0,3% dos neonatos e é uma placa
amarelada, localizada no couro cabeludo, cabeça
ou pescoço, com ausência de cabelos. Trata-se de
lesão benigna com evolução estável até a
adolescência, quando aumenta de tamanho por
estímulo hormonal das glândulas sebáceas.
DERMATOVIROSES E DERMATOZOONOSES
DERMATOZOONOSES
ESCABIOSE
- causada pelo Sarcoptes scabiei variedade
hominis e transmitida pelo contato direto pele a
pele com pessoas infectadas, sendo descrita a
transmissão por roupas e, mais raramente, por
outros fômites;
- As fêmeas penetram na epiderme em um túnel e
depositam seus ovos, que se tornam parasitas
adultos em 2 a 4 semanas.
- O parasita e suas fezes desencadeiam uma
reação de hipersensibilidade, ocasionando prurido
intenso;
- início da doença é insidioso, com aparecimento
de lesões papulovesiculares eritematosas e
pruriginosas, com prurido principalmente noturno.
- Em geral, os familiares também são
contaminados;
- presença de pápulas eritematosas, vesículas,
nódulos, túneis e pelo prurido intenso, sinais de
escoriações que alteram o aspecto da lesão, com
impetiginização secundária determinando o
aparecimento de pústulas;
- mais prevalente em regiões rurais e de baixa
renda, nas crianças que apresentam
imunodeficiência primária, nos pacientes HIV
positivo e naqueles com síndrome de Down
- No escolar e no adolescente, os espaços
interdigitais, axilas, punhos, regiões glútea e
genital são os locais mais acometidos.
- O túnel característico da doença no adulto é raro
na criança.
- O prurido mais intenso à noite e exame
microscópico faz confirmação;
- A escabiose do cão pode infestar o homem
temporariamente, ocasionando aparecimento de
lesões papuloeritematosas (desaparece
espontaneamente)
- todas as pessoas que convivem com os doentes
devem ser tratadas, inclusive os indivíduos
assintomáticos
- Opções terapêuticas:
1. Ivermectina (se >15 kg), 200mcg/kg, dose
única
- não atua em formas jovens, podendo ser
indicado 2ª dose em 10-15 dias;
2. Enxofre precipitado a 10% em creme, loção
cremosa ou vaselina sólida
- para menores de 2 meses;
- aplicado 1 vez à noite, do pescoço para
baixo, durante 3 noites consecutivas
- repetir em 7 dias;
- medicação é manipulada
3. Permetrina em loção cremosa a 1 ou 5%
aplicada 1 vez, deixando agir durante 8 a 12
horas, com reaplicação após 1 semana
- maiores de 2 meses
4. Deltametrina loção a 20 mg/100 mL.
Aplicação 1 vez/dia durante 5 dias
- A infecção secundária deve ser tratada com
antibióticos tópicos ou sistêmicos de acordo com a
gravidade e a extensão das lesões;
- O prurido persiste por alguns dias mesmo após
tratamento adequado, com indicação do uso de
medicações anti-histamínicas para redução do
sintoma;
ORIENTAÇÕES GERAIS
- Lavar as roupas com água quente ou expô-las ao
sol e passar com ferro quente;
- tratar os familiares, independentemente de a
sintomatologia estar presente;
- informar aos familiares sobre a possível
continuação do prurido por algum tempo após o
tratamento, para evitar o uso excessivo ou
prolongado das medicações escabicidas e suas
consequências;
- Outra manifestação da doença é o nódulo
escabiótico. Representa uma reação imunológica
de hipersensibilidade do hospedeiro ao parasita,
aos seus resíduos ou aos seus antígenos, e ocorre
geralmente após o tratamento. Apresenta-se como
nódulo ou nódulos eritematosos intensamente
pruriginosos localizados em qualquer área do
corpo, com preferência pela genitália masculina e
pelas axilas; são de resolução demorada.
- O tratamento é sintomático com anti-histamínicos
e utilização de corticosteróide oclusivo, não sendo
necessário o tratamento específico da escabiose
se este já tiver sido realizado.
PEDICULOSE DO CORO CABELUDO (PIOLHO)
- causada pelo Pediculus humanus, var. capitis;
- frequente nas crianças de 3 a 11 anos, mais
comum nas meninas, que costumam ter cabelos
longos, e transmitida pelo contato direto com
pessoas, pentes, escovas, toalhas e bonés;
- Prevalência de 0,8%, na Europa, até 73% na
Venezuela.
- As crianças apresentam como sintoma mais
comum o prurido, que pode ser intenso, levando a
escoriação e possível infecção secundária;
- Algumas crianças podem não ter sintomas.
- O prurido é relacionado a uma reação de
hipersensibilidade à picada do inseto, que aparece
após 2 a 6 semanas na primeira infestação e em 1
a 2 dias nas reinfestações;
- O prurido antecede em alguns dias as lesões,
que são caracterizadas por eritema, descamação e
escoriação;
- Impetiginização e linfadenomegalia occipital e
cervical são manifestações comuns na pediculose
- O diagnóstico é feito pela presença do ovo do
parasita, chamado de lêndea, que é uma formação
ovalada, amarelada, aderida firmemente à haste
do cabelo;
- A dificuldade na remoção das lêndeas diferencia
a pediculose da dermatite seborreica (caspa) e do
molde pilar
- Nenhum tratamento é 100% eficaz, segue os
esquemas possíveis:
1. Permetrina, loção
- ovicida em 70%, parasiticida em 97%
- deixar agir por 10 minutos
- tem efeito residual, mas repetir em 1
semana ou 10 dias;
2. Ivermectina, VO, 200 mcg/kg, dose única,
repetida em 7 dias
- reservada nos casos refratários ao
tratamento tópico;
- eczematização secundária que dificulte o
uso do produto tópico
- A dose de 400 mcg/kg pode ser
considerada quando ocorre falha
terapêutica.
CUIDADOS GERAIS
- Toalhas, pentes e escovas devem ser
desinfetados com álcool e limpos com água
fervente;
- A remoção das lêndeas é necessária para a
resolução da infestação, e o controle dos contatos
infestados é essencial para evitar recorrência;
- As lêndeas podem ser retiradas com água
morna e vinagre ou a combinação em partes iguais
de vinagre e condicionador, sendo que a
combinação de água, vinagre e um óleo essencial
apresenta um fator físico, obstruindo a respiração
dos piolhos adultos, levando-os à morte
- Não associar vinagre e permetrina;
- uso repetido pode causar intoxicações ou
alterações metabólicas nas crianças
- Alguns autores citam loção de dimeticona 4% ser
superior a solução de permetrina a 1% e com
vantagem de ser segura a repetição; Mas não
disponível no Brasil.
PEDICULOSE DO CORPO
- Causada pelo Pediculus humanus var. corporis, é
comum em pessoas que vivem em condições
precárias de higiene;
- Pápulas eritematosas causadas pela picada do
inseto, localizadas nas áreas cobertas do corpo
com sinais de escoriação e infecção secundária
ocasionadas pelo prurido;
- O tratamento é feito basicamente pela troca e
lavagem das roupas e noções de higiene.
PEDICULOSE PUBIANA
- Causada pelo Phthirus pubis, ocorre
primariamente na região púbica, mas, nas
crianças, pode acometer cabelos, sobrancelhas e
cílios, ocasionando prurido, eczematização e
infecção secundária.
- A ação local da saliva do parasita determina a
mácula cerúlea, manchade coloração
azul-acinzentada característica.
- Adquire-se pelo contato corporal íntimo e
prolongado, habitualmente sexual
- O tratamento é feito com a depilação da região
púbica, a aplicação de vaselina e posterior
extração mecânica das lêndeas na região dos
cílios ou com ivermectina oral, semelhante ao
manejo do piolho da cabeça com ênfase na
desinfecção das roupas, inclusive as de cama;
LARVA MIGRANS CUTÂNEA
- conhecida como “bicho geográfico”, pelo aspecto
da lesão semelhante a um mapa, é uma erupção
cutânea autolimitada causada pela penetração e
migração das larvas do Ancylostoma caninum
(cachorro) e do Ancylostoma braziliensis contidas
nas fezes de cães e gatos.
- A larva penetra ativamente na pele formando uma
pápula pruriginosa. Pela ausência de enzimas
necessárias para penetrar e sobreviver na derme,
a larva migra, determinando um trajeto serpiginoso
e linear na epiderme a uma velocidade de 2 a 5
cm/dia. O prurido intenso resulta em escoriações e,
frequentemente, em infecção secundária.
- Regiões principais: pés e glúteos.
- incubação normalmente é curto, até 15 dias;
- A larva morre entre 2 e 8 semanas, porém, já foi
relatada sobrevida superior a 1 ano;
- Tratamento:
1. Menos de 5 lesões = creme de tiabendazol
a 5%, 2 vezes/dia, por 2 semanas
2. albendazol (se >2 anos), 400 mg, dose
única, repetir com 7 dias;
3. ivermectina oral 200 mcg/kg em dose única,
repetida 7 dias depois
4. tiabendazol oral 25 a 50 mg/kg/dia, a cada
8 horas, durante 5 a 10 dias.
- A remoção cirúrgica é difícil de ser realizada, pelo
caráter migratório e pela dificuldade de localização
precisa do agente.
MIÍASE OU BERNE
- Desenvolvimento de larva de várias moscas;
- A fêmea deposita seus ovos em roupas e no solo,
e outros insetos, como vetores, transmitem-nos
para o humano;
- Na miíase primária, furunculóide ou berne, o ovo
depositado sobre a pele penetra no subcutâneo, a
larva se desenvolve e determina o aparecimento
de nódulo inflamatório, semelhante ao furúnculo,
com orifício central que permite a respiração da
larva e que elimina líquido claro, acompanhado de
sensação de ferroada no local. A localização da
lesão é mais frequente nas áreas descobertas,
couro cabeludo e face.
- Na miíase secundária ou cavitária, a deposição
dos ovos é feita em feridas abertas, e o aspecto da
lesão depende da localização e do número de
larvas.
- TRATAMENTO:
Miíase primária: oclusão do orifício central do
nódulo, com esparadrapo ou vaselina sólida,
impedindo a respiração da larva e obrigando-a a
emergir, facilitando sua retirada com pinça. A
retirada cirúrgica será feita nos casos de
dificuldade de extração pela pinça.
Miíase secundária: debridamento com retirada
mecânica das larvas sob condições estéreis. O
tratamento com ivermectina sistêmica também se
mostra efetivo, com repetição da dose em 24 horas
TUNGÍASE
- Causada pela infestação da fêmea da Tunga
penetrans;
- Também chamada de “bicho de pé” ou “pulga da
areia”.
- Prevalência de 1% nas crianças brasileiras em
ambiente urbano.
- Apenas a fêmea penetra na derme, onde ocorre
sua maturação, e deposita seus ovos
determinando o aparecimento de pápula
amarelada com ponto escuro central;
- No início, pode haver edema, eritema, prurido e
dor. A lesão localiza-se preferencialmente nos pés,
mas também nas regiões glúteas e genitais
- O diagnóstico é clínico e o tratamento é feito pela
remoção cirúrgica da fêmea e seus ovos sob
condições estéreis, alargando o orifício de entrada
com uma agulha, com extração completa.
- Medicações orais ou tópicas não são efetivas.
DERMATOVIROSES
MOLUSCO CONTAGIOSO
- O agente etiológico é um DNA-vírus do grupo
poxvirus;
- Atinge sobretudo crianças na 1ª década de vida.
- Tempo de incubação variável de 2 semanas a 6
meses.
- O fenômeno da autoinoculação também
desempenha um papel importante na
disseminação das lesões;
- Grande número de lesões em área relativamente
pequena.
- Nos adultos jovens, a transmissão também pode
se dar por contato sexual. Nas crianças pequenas,
a presença de lesões na região perianal ou genital
deve levar à suspeita de abuso, embora a
autoinoculação seja frequente.
- As Lesões são assintomáticas e podem se
localizar em qualquer segmento da pele, mas
raramente comprometem as mucosas.
- São representadas por pápulas umbilicadas, cor
da pele ou nacaradas, únicas ou múltiplas, de
tamanho variável (de 2 a 3 mm até 1 cm de
diâmetro).
- Em pacientes atópicos, por causa de alterações
da barreira cutânea, e nos imunodeprimidos, as
lesões tendem a ser maiores e mais numerosas e
podem apresentar eczematização ao redor
(eczema perimolusco) ou infecção bacteriana
secundária.
- A lesão clássica é representada por uma pápula
semiesférica, firme e geralmente com leve
depressão central;
- Opções de tratamento:
1. Curetagem (com anestésico tópico)
2. Crioterapia
3. Soluções de Hidróxido de Potássio (KOH) a
5 ou 10%
4. Imiquimode creme 5%, 3-5 vezes/semana
- Pode-se optar por aguardar por algumas
semanas, as lesões podem se resolver
espontaneamente.
VERRUGAS
- Causadas pelo papiloma vírus humano (HPV),
um DNA vírus do grupo papovírus. Há centenas de
subtipos conhecidos;
- os subtipos 1 a 4 frequentemente acometem
mãos, cotovelos, pés e joelhos. Os subtipos
6,11,16 e 18 são responsáveis pelas verrugas
genitais, e os 16,18,31, entre outros, apresentam
alto risco oncogênico, sendo os grandes
causadores de câncer do colo do útero.
- Verrugas são proliferações epiteliais resultantes
da multiplicação viral;
- Apesar de poderem se localizar nas mucosas, é
na pele que são encontradas em maior quantidade
- A transmissão é feita por contato direto, incluindo
a autoinoculação, e também indireto, como em
banhos de praia ou piscina.
- Uma vez ocorrido o contágio, pode ou não haver
o desenvolvimento da lesão, na dependência
fundamental do estado imunitário do receptor.
CLASSIFICAÇÃO
- são classificadas em verrugas vulgares, planas,
filiformes, plantares e genitais.
VERRUGAS VULGARES
- qualquer área do corpo, mas são mais
encontradas nos membros, em particular em dedos
das mãos, cotovelos e joelhos;
- quando nas unhas, são chamadas de
periungueais, trazem muito desconforto e são de
difícil tratamento.
- Podem ser encontradas isoladas, mas, na maioria
das vezes, tendem a formar grupos de lesões.
VERRUGAS PLANAS
- múltiplas pápulas cor da pele ou discretamente
hipo ou hipercrômicas, achatadas, medindo até 5
mm de diâmetro.
- localizadas sobretudo na palma e no dorso das
mãos e na região frontal
- Mais frequentes em adolescentes.
VERRUGAS FILIFORMES
- costumam representar elementos únicos ou
duplos que aparecem perpendicularmente à
superfície cutânea, principalmente em face,
sobretudo na região perinasal ou perioral;
- mais comuns na adolescência que na infância.
VERRUGAS PLANTARES
- ocorrem na planta dos pés. Apresentam
superfície irregular com área periférica amarelada
e endurecida (hiperqueratose) ao redor de uma
área central;
- Com frequência podem ser vistos pontos mais
escuros, que correspondem a pequenos vasos
sanguíneos trombosados.
- As verrugas plantares recebem todo o peso do
corpo e, por isso, são pouco salientes;
- Recebem a denominação popular de “olho de
peixe” e costumam ser dolorosas, dificultando a
deambulação.
VERRUGAS GENITAIS OU ACONDILOMA
ACULMINADO
- a lesões localizadas nas mucosas genital e anal,
portanto, não corneificadas e que se apresentam
como pápulas vegetantes, róseas e com aspecto
que foi comparado ao de uma “couve-flor”
- em adultos serem comumente causados pelos
HPV 6 e 11, os subtipos detectados em crianças
são mais variáveis
- A possibilidade de abuso sexual é a principal
preocupação na avaliação de crianças com
condiloma acuminado, mas outras formas são
possíveis.
- outras formas de contágio: autoinoculação,
heteroinoculação, transmissão peri ou pré-natal e
via fômites (tolhas, …)
- Vacina disponível é tetra valente, dois desses
subtipos (6 e 11) são os principais causadores de
verrugas genitais, e os outros dois (16 e 18) são
altamente oncogênicos;
- meninas a partir dos 9 anos até os 26 anos,dada
no Brasil em 2 doses;
- a indicação para o sexo masculino também é
válida, pois limita a possibilidade de disseminação
do vírus;
- opções terapêuticas:
1. a solução à base de ácidos salicílico
(16,5%) e lático (14,5%)
- aplicar 5 vezes na semana até a cura;
- eficaz para verruga vulgar;
proteger ao redor com creme e ocluir com
esparadrapo
2. desbastamento da lesão e a aplicação
tópica de ácido nítrico fumegante
- verrugas plantares e vulgares
3. Crioterapia com Nitrogênio líquido
- verrugas filiformes e planas
4. aplicação tópica de tretinoína creme na
concentração de 0,05 a 0,1%
- verrugas planas
5. imiquimode em creme a 5%
- 3x na semana dia sim dia não
- até 16 semanas
- altera resposta imune
- verruga genital
6. podofilina a 25%
- aplicada pelo médico em sessões
semanais ou quinzenais
7. eletrocoagulação
- casos refratários
- maior parte some em 6 meses a 2 anos,
espontaneamente;
INFECÇÕES HERPÉTICAS
- acometem 70 a 90% de toda a população
mundial.
- tem recorrência, manifestando-se em surtos
episódicos com maior ou menor frequência após
períodos de latência.
- tem a capacidade de após o primeiro contágio,
permanecer viável em cadeias ganglionares,
podendo se reativar e retornar à pele ou a
mucosas por meio dos nervos periféricos;
- reativação ocorre na dependência do estado
imunitário do paciente e parece também sofrer
influências do estado nutricional, exposição solar e
mesmo de fatores emocionais, sendo
desencadeada por tensão e estresse.
- O Herpes simples (Herpesvirus hominis) é um
DNA vírus com duas variedades - I e II
- levam ao aparecimento de lesões características
(pequenas e numerosas vesículas agrupadas
sobre uma base eritematosa, com aspecto
comparável a uma amora, em qualquer segmento
topográfico da pele e mucosas.
- O herpes vírus tipo I é nitidamente predominante
nas lesões labiais e de tronco, sendo o
responsável por 80% dos casos nessas
localizações;
- o tipo II, que responde pela maioria dos casos de
herpes genital e neonatal
- O aspecto de múltiplas vesículas agrupadas e a
repetição da lesão na mesma área tornam o
diagnóstico evidente.
- o primeiro contato entre o vírus e o paciente
tende a ocorrer de modo precoce, já nos primeiros
anos de vida.
- Infecção é subclínica, torna-se portador do vírus
sem apresentar qualquer sintoma;
- em um reduzido número de casos, a
primoinfecção herpética pode cursar com extremo
desconforto para a criança
- A forma mais comum de primoinfecção pelo HSV
é a gengivoestomatite;
- período prodrômico caracterizado por
caracterizado por mal-estar, irritabilidade, anorexia
e febre, surgem lesões eritematosas com
ulcerações superficiais e exsudativas
extremamente dolorosas, localizadas na mucosa
oral, língua, gengiva, palato duro e faringe. Lesões
na região perioral ocorrem em até 2/3 dos casos.
- As lesões dificultam a alimentação, tornando a
criança sujeita a desidratação e desnutrição aguda
- O quadro leva de 1 a 2 semanas para a resolução
espontânea, mas, às vezes, pode requerer
hidratação endovenosa quando a ingestão de
líquidos é sistematicamente recusada.
- é importante, desde os primeiros sintomas da
doença, aumentar a oferta de líquidos e manter o
aleitamento materno
- O tratamento é sintomático, com analgésicos e
antitérmicos e a utilização de substâncias
anestésicas e anti sépticas locais.
- A utilização de aciclovir logo nas primeiras 72 a
96 horas em crianças imunocompetentes, mas
com grande dificuldade para ingerir líquidos ou
com dor extrema, pode ser benéfica.
- A droga mais utilizada é o aciclovir, nas doses de
25 a 30 mg/kg/dia, 5 vezes/dia (a cada 4 horas,
exceto à noite).
- O tratamento com o valaciclovir (2 comprimidos
de 500 mg, 3 vezes/dia) pode ser realizado em
adolescentes e adultos, durante 7 dias.
- Nas recidivas frequentes, o tratamento supressor
com aciclovir, 400 mg, 2 vezes/dia, por 6 a 12
meses, pode espaçar as crises.
- Nos imunodeprimidos, o aciclovir deve ser
utilizado por via endovenosa na dose de 250 a 500
mg/m2, a cada 8 horas.
- A aplicação tópica de aciclovir não tem
demonstrado eficácia no tempo de evolução ou no
espaçamento das crises.
- Podem-se usar compressas refrescantes,
analgésicos e antibióticos tópicos, como o ácido
fusídico ou a mupirocina, mas estes só devem ser
aplicados caso haja comprovação de infecção
bacteriana concomitante.
HERPES NEONATAL
- Infecção extremamente grave, decorrente da
contaminação do bebê pelas secreções maternas
durante o parto ou intraútero;
- Na maioria das vezes, é causada pelo vírus do
tipo II.
- As lesões caracterizam-se por vesículas
agrupadas ou disseminadas, erosões ou
ulcerações.
- Podem estar presentes já ao nascimento ou se
manifestarem nos primeiros dias de vida;
- A mortalidade é alta, assim como o número de
sequelas nas crianças que sobrevivem. Lesões
oculares ou neurológicas (como encefalites) são as
mais importantes.
- Gestantes com lesões genitais de herpes devem
obrigatoriamente ser submetidas a cesarianas
- Essa possibilidade também deve ser considerada
no caso de mulheres com história de infecção
herpética genital recente ou naquelas que se
relacionaram sexualmente com homens com
lesões herpéticas.
HERPES ZOSTER
- aparecimento de lesões vesiculares sobre base
eritematosa em uma região delimitada, seguindo o
trajeto do nervo afetado;mas a região do tronco é a
mais frequentemente
- Pode se manifestar em qualquer região do corpo,
atingida;
- Nos adultos e adolescentes, as lesões cutâneas
geralmente são precedidas por dor de média a
grande intensidade na região comprometida
- Nas crianças, a dor pode não ocorrer, sobretudo
nas de pouca idade, e é mais comum o prurido do
que os sintomas dolorosos
- A infecção é causada pelo vírus varicela zóster
(VVZ)
- Deve haver um contato prévio com o vírus (seja
pelo antecedente de varicela, seja por vacina
prévia)
-Na maioria dos casos, não é necessária a
investigação de imunodeficiência, apenas em
casos recorrentes, bilaterais ou muito extensos ou
acompanhados de necrose.
- Em crianças, a evolução tende a ser favorável e
sem gravidade.
- O tratamento é feito essencialmente com
analgésicos (dipirona ou paracetamol),
compressas calmantes e anti-histamínicos, se
houver prurido.
- Nos imunocomprometidos ou na presença de
lesões extensas ou necróticas, pode ser
necessária a introdução de antivirais como aciclovir
ou fanciclovir, por via oral ou endovenosa, e em
doses elevadas, visto que o vírus varicela zóster é
menos sensível a essas medicações do que o
herpes simples.
- A utilização de antibióticos só deve ser
recomendada em caso de infecção bacteriana
concomitante comprovada.
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA
- a síndrome clínica caracterizada por um
enantema oral e um rash macular, papular ou
vesicular nas mãos e nos pés.
- causada pelo Coxsackie vírus A16 e,
ocasionalmente, por outros sorotipos como o
enterovirus A71
- altamente contagiosa, de transmissão fecal-oral,
mas que também pode ser transmitida por contato
com secreções nasais e respiratórias e pelo
conteúdo das vesículas
- Caracteriza-se por febre, odinofagia e enantema
que surgem após 3 a 6 dias da exposição ao vírus.
- As lesões localizam-se caracteristicamente na
boca, com vesículas semelhantes às da estomatite
herpética, e nas mãos e pés sob a forma de
vesículas alongadas em formato de “grão de arroz’
- rodeadas por um halo eritematoso. Ainda podem
ocorrer lesões na face, nas nádegas e nos joelhos
e cotovelos, sendo mais papular do que vesicular
nessas últimas localizações.
- o tratamento é sintomático, com resolução em
cerca de 2 a 3 semanas. Quando causada pelo
enterovirus A71, a doença tende a ser mais grave,
podendo cursar com complicações como
encefalite, meningite asséptica, edema e
hemorragia pulmonar e insuficiência cardíaca.
- Coxsackie vírus A6 tem sido associado a uma
doença mais severa, com febre mais elevada,
lesões na face e no períneo, maior duração (12
dias), descamação palmoplantar de 1 a 3 semanas
depois e onicomadese (queda das unhas) 1 a 2
meses depois do quadro agudo.
MICOSES SUPERFICIAIS
Dermatofitoses ou tinhas
- Dermatófitossão fungos que vivem no solo, nos
animais ou nos humanos;
- Pertencem a três gêneros: Trichophyton,
Microsporum e Epidermophyton;
- Digerem a queratina invadindo a pele, os cabelos
e as unhas;
TINEA CAPTIS
- infecção fúngica muito comum na infância.
- até os 10 anos, raramente depois e é associada a
maus hábitos de limpeza do cabelo.
- acomete o couro cabeludo e caracteriza-se por
alopecia descamativa distribuída em placas bem
delimitadas e com cabelos “tonsurados”, ou seja,
quebrados logo após a sua emergência do folículo
piloso, facilmente destacáveis.
- Vários tipos de dermatófitos podem causar tinea
capitis; Os mais comuns são o Microsporum e o
Trichophyton
- Os antropofílicos são transmitidos pelos humanos
(p.ex., Trichophyton tonsurans), os zoofílicos são
transmitidos por animais (p.ex., Microsporum
canis) e os geofílicos são transmitidos pelo solo.
- No Brasil, o fungo mais envolvido nos casos de
tinha da cabeça e tinha do corpo em crianças é o
Microsporum canis, comumente encontrado em
cães e gatos e cuja infecção do humano determina
processo inflamatório importante;
- os fungos antropofílicos, como o Trychophyton
tonsurans, frequentemente encontrado nos EUA e
na Europa, determinam geralmente quadros
descamativos e “pontos pretos” ou “black dots”
característicos e menos inflamação;
- Incubação curta (1-3 semanas) e acometem mais
meninos que meninas.
- Fatores predisponentes incluem famílias
numerosas, casas superpovoadas e baixa classe
socioeconômica.
- Além da transmissão por humanos e animais, a
transmissão dos dermatófitos via fômites (escova
de cabelos, pentes, bonés e instrumentos
contaminados) está bem documentada.
- A apresentação pode ser semelhante à dermatite
seborreica, com descamação difusa e pouca
inflamação;
- Uma ou várias áreas de alopecia podem estar
presentes, assemelhando-se à alopecia areata.
- Se apresenta em 3 formas clínicas: Tonsurante,
favosa e querión
- Pústulas no couro cabeludo podem estar
presentes e devem ser distinguidas de foliculite
estéril ou bacteriana, em que não há perda de
cabelos.
- Quérion (Kerion celsi) é uma apresentação
inflamatória da tinea capitis com placas infiltradas,
alopecia, pústulas e frequentemente drenagem de
secreção purulenta.
- Geralmente, a inflamação é causada pela
resposta imunológica;
- a cultura e o exame micológico podem ser
negativos, pela maciça destruição dos elementos
fúngicos pelo próprio processo inflamatório
- uma resposta inflamatória intensa ao dermatófito
e, em geral, está associada ao M. canis
- possa involuir espontaneamente e não costume
causar alopecia definitiva, o diagnóstico precoce e
o tratamento agressivo estão indicados, uma vez
que a reação inflamatória grave e prolongada pode
levar a uma alopecia cicatricial;
- A linfadenopatia, especialmente cervical ou
suboccipital, é muito comum
- O diagnóstico diferencial da tinea capitis inclui
dermatite seborreica, psoríase, alopecia areata,
tricotilomania (hábito de arrancar os cabelos),
foliculite, impetigo, lúpus eritematoso e outras
dermatoses do couro cabeludo menos comuns.
- A tinea capitis requer tratamento sistêmico, uma
vez que a medicação deve penetrar no folículo
piloso. Por muitas décadas, a droga de escolha foi
a griseofulvina e ela permanece como único
agente aprovado para o tratamento dessa doença
na infância;
- A griseofulvina é bem tolerada e segura, sendo
recomendado o uso de 20 a 25 mg/kg/dose, 1
vez/dia (após refeição gordurosa para aumentar
sua absorção) por 6 a 8 semanas.
- O tratamento concomitante com xampu
antifúngico, como o cetoconazol e o sulfeto de
selênio, 2 a 3 vezes/semana, é recomendado,
uma vez que esses agentes, ao removerem as
placas, erradicam esporos viáveis e ajudam a
diminuir o potencial de extensão da infecção
- Outros tratamentos, incluindo os antifúngicos
azólicos (fluconazol, itraconazol e cetoconazol)
e a terbinafina, têm sido avaliados como
alternativas
- uso de terbinafina por 4 semanas é tão eficaz
quanto a griseofulvina por 8 semanas.
- A griseofulvina é superior à terbinafina quando a
tinea capitis é causada pelo Microsporum canis.
- quando for confirmado o diagnóstico de tinea por
M. canis, a droga de escolha é a griseofulvina
- no querión o tratamento pode ser mais
prolongado e pode-se fazer uso de corticosteroide
oral (prednisona) na dose de 0,5 a 1 mg/kg/dia, por
1 semana, para uma resolução mais rápida da
inflamação.
EXTRA
TINEA TONSURANTE
- mais comum na infância
- em geral pode-se pensar na etiologia pela lesão:
A) Microspórica=>
- lesões grandes, únicas e arredondadas
- Infecção ectotrix
- dermatoscopia em código de barras
B)Tricofítica=>
- lesões múltiplas com intensa descamação
- infecção endotrix
- dermatoscopia em rabo de porco
Kérion Celsi
- placas infiltradas, pústulas, drenagem de
secreção purulenta.
- Linfadenopatia frequente.
- principais agentes são T. mentagrophytes,
tonsurans, verrucosum e M. canis.
- Tratamento com antifúngicos orais +
glicocorticóides (ATB se infecção secundária)
- Leva a alopecia cicatricial com mais frequência.
Tinea Favosa
- placas eritematosas cobertas por crostas
compostas por restos celulares epiteliais e massas
densas de hifas.
- Hifas degeneradas e espaços cheios de ar
(bolhas)
- Cicatrizes ou alopecia cicatricial
- Fluorescência branco azulada;
- T. schoenleinii
IMPORTANTE PARA DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL=> Parasitismo endotrix não
fluoresce na luz de Wood.
- SEMPRE pedir Microscopia com KOH+Cultura
micológica (Padrão ouro), mas não espera
resultado para tratar.
RESUMO DO TTO
- TTO tópico não é efetivo;
- Microsporum => Griseofulvina
- Trichophyton=> Terbinafina
TINEA FACIEI
- infecção da face por dermatófitos é chamada de
tinha da face.
- maneira semelhante à tinha do corpo, com placas
anulares e eritematosas, com descamação na
periferia.
- Entretanto, a tinha da face pode ter uma forma
clínica discreta, especialmente nos casos em que
corticosteroides tópicos foram utilizados (tinea
incognito)
- Geralmente, essas lesões localizadas respondem
ao tratamento tópico. Entretanto, nos casos de uso
de corticosteroide prévio ou lesões refratárias, o
tratamento sistêmico, como na tinea capitis, pode
ser necessário para a resolução da dermatofitose;
TINEA CORPORIS
- locais de predileção incluem tronco e
extremidades;
- Contato com animais domésticos, principalmente
filhotes de cães e gatos, ocorre de forma frequente
na infância, determinando a tinea pelo
Microsporum canis.
- tende a uma distribuição assimétrica e é
caracterizada por uma ou mais placas anulares
descamativas, circunscritas, com um centro claro e
limites descamativos, vesiculares, papulares ou
pustulares.
- diagnóstico é clínico mas pode-se realizar exame
micológico direto e cultura para fungos.
- Terapia tópica é efetiva (1 ou 2x/dia)
- São eles: ciclopirox, clotrimazol, cetoconazol,
miconazol, oxiconazol, fenticonazol.
- Há melhora clínica e alívio do prurido na 1ª
semana, o tratamento deve ser mantido por 2 a 3
semanas para assegurar a completa resolução.
TINEA CRURIS
- a infecção superficial da região inguinal e raiz de
coxas;
- mais comum em adolescentes e adultos do sexo
masculino;
- mais comum nos obesos ou naqueles que fazem
atividade física extenuante com suor excessivo e
atrito das vestimentas;
- Em geral, é bilateral, simétrica e envolve áreas
intertriginosas junto ao escroto e à face medial das
coxas;
- Terapia Tópica geralmente é suficiente devendo
ser aplicada por 3 a 4 semanas.
- Nos casos de tinea cruris, pelo fato de ser
geralmente causada
pelo gênero Trychophyton, a terbinafina é outra
opção terapêutica.
- Outras medidas úteis incluem reduzir o excesso
de atrito e irritação com o uso de roupas íntimas de
algodão largas e soltas, secar as áreas acometidas
após o banho ou transpiração e estimular a perda
de peso, no caso dos obesos.
TINEA PEDIS (pé de atleta)
- rara em crianças pequenas; comum em
adolescentes e adultos, nessa faixa sendo
dermatofitose mais comum;
- A forma intertriginosa, que é a mais frequente,
mostra inflamação, descamação e maceração
entre os pododáctilos
- A formavesicular é muito pruriginosa e apresenta
inflamação com vesículas ou bolhas, sendo mais
comum no verão e em crianças
- A forma em mocassim cursa com eritema,
descamação, fissura e hiperqueratose plantar,
podendo se estender para a face lateral dos pés
- proteger os pés em locais de uso comum
(banheiros, ginásios, vestiários, piscina) e manter
os pés secos são importantes.
- Secar os pés após o banho, evitar sapatos
fechados e usar sandálias ou chinelos em áreas de
risco, além de tratar a hiperidrose, se esta estiver
presente
- O tratamento de escolha é a aplicação de
antifúngico tópico 1 a 2 vezes/dia, por 2 a 3
semanas;
- Nos pacientes que apresentam inflamação grave
ou naqueles com doenças crônicas, como diabete
ou imunossupressão, o tratamento por via oral
deve ser considerado.
- a terbinafina é uma boa opção terapêutica;
ONICOMICOSE
- é mais comum em adultos, mas também ocorre
em crianças, frequentemente associada a tinea
pedis;
- menor prevalência é devido a maior velocidade
de crescimento das unhas nessa faixa etária, a
menor área de superfície para invasão, menos
trauma, menor incidência de tinea pedis e menos
tempo de exposição a ambientes associados a
fômites infectados, como vestiários;
- Maioria dos pré-púberes com onicomicose tem
um contato domiciliar infectado;
- O diagnóstico de onicomicose é confirmado pelo
exame micológico direto e pela cultura para fungos
- a onicomicose raramente é simétrica e que é
comum haver envolvimento de apenas uma, duas
ou três unhas de uma mão ou pé;
- os agentes tópicos não são eficazes no
tratamento da onicomicose, principalmente pela
baixa penetração na unha
- O tratamento definitivo na maioria dos pacientes
é apenas alcançado com uso de agentes
antifúngicos por via oral, sendo o itraconazol e a
terbinafina relacionados a cura em torno de 70%.
- Eles permanecem
concentrados nas unhas por
meses após o término do
tratamento, o que representa
uma vantagem em relação à
griseofulvina e ao fluconazol.
- A pulsoterapia com itraconazol
(200 mg a cada 12 horas, 1
semana/mês, por 3 a 4 meses)
é o regime preferido em
adultos, parecendo ser eficaz e relativamente
seguro para crianças, porém com uma dose diária
menor.
- A terbinafina é administrada em dose diária (125
a 250 mg) por 1 a 2 meses (tempo menor por ser
fungicida)
PTIRÍASE VERSICOLOR
- a infecção fúngica muito comum, causada pelas
formas fermentadoras do fungo dimorfo Malassezia
furfur, que são Pityrosporum orbiculare e
Pityrosporum ovale
- faz parte da flora normal da pele e, sob condições
apropriadas, a levedura transforma-se em hifa
invasiva
- Mais de 90% dos adultos são portadores do
fungo no couro cabeludo e no tronco, e 100% das
crianças acima dos 40 dias de vida já apresentam
colonização pelo fungo;
- Altas temperaturas e umidade predispõem à
infecção, além de hiperidrose, aumento da
produção sebácea, uso de corticosteróides,
imunodeficiências e predisposição familiar.
- O diagnóstico é baseado na apresentação clínica.
O exame físico revela manchas e placas com
descamação furfurácea distribuídas no tronco, na
face e no pescoço. A denominação versicolor
provém da variedade de cores que as lesões
podem assumir, desde hipopigmentadas,
eritematosas até acastanhadas ou marrons;
- Responde a uma variedade de agentes tópicos.
Entretanto, uma vez que o curso da doença é
crônico, recorrências são comuns e as alterações
pigmentares demoram meses a anos para serem
resolvidas;
- O xampu de sulfeto de selênio 2,5% ou
cetoconazol a 2% é conveniente, barato, seguro e
uma forma relativamente efetiva de terapia
- aplicada uma fina camada sobre as lesões por 10
minutos antes de enxaguar, por 1 a 2 semanas,
utilizando aplicações intermitentes como
manutenção;
- O tratamento também pode ser realizado com
medicamentos tópicos, como os azólicos, a
terbinafina
- O tratamento sistêmico é indicado nas formas
extensas, utilizando, por via oral, cetoconazol por
10 dias, itraconazol por 5 dias ou fluconazol em
doses semanais por 2 a 4 semanas;
- a hipocromia residual é comum e demora a
desaparecer, e não deve ser confundida com
recidiva ~diferenciar com “sinal de Zileri”, que é o
“craquelamento” ou descamação da lesão após a
distensão rápida da pele;

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