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A estrutura organizacional de uma escola Profª. Marina Caprio Descrição Reconhecer as estruturas organizacionais de uma escola seguindo a premissa de uma gestão participativa como preconizado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Propósito Gerar visualização e instrumentos para a estruturação e a organização das instituições escolares. Objetivos Módulo 1 Gestão participativa Analisar o conceito de gestão participativa. Módulo 2 Estrutura organizacional Reconhecer a estrutura organizacional de uma instituição educacional. Módulo 3 Funções do diretor Distinguir as diferentes funções do diretor de uma instituição educacional. Módulo 4 Clima, cultura e liderança Identificar os conceitos de clima, cultura e liderança em uma instituição educacional. Ao entrar em uma instituição escolar, o que chama sua atenção? A maneira com que os alunos se comportam? Se a escola está limpa? Se há pessoas circulando nos corredores? Em uma instituição de ensino, inúmeras coisas se mostram e se escondem aos olhos do observador. Por isso, neste conteúdo, abordaremos a organização de uma escola a partir de alguns conceitos muito importantes. Iniciaremos nosso estudo com a análise do conceito de gestão democrática e participativa – e, em especial, da importância da autonomia. Em seguida, identificaremos a estrutura organizacional da escola, apontando quais são as funções, os “departamentos” e as pessoas que “fazem e acontecem”. Também daremos uma atenção especial à direção da escola, pois tal cargo e função são vitais para o bom (ou o mau) funcionamento da escola. Por fim, refletiremos sobre o que significam o clima e a cultura organizacional para a promoção do entendimento não só do que conseguimos observar e pensar, mas também daquilo que sentimos e, muitas vezes, sequer conseguimos entender totalmente. Introdução 1 - Gestão participativa Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar o conceito de gestão participativa. Gestão democrática: autonomia e participação A instituição escola constitui uma organização social complexa e com muitas determinações. Não é simples olhar para uma e dizer “esta escola é boa porque faz isso ou aquilo corretamente”. Uma boa ou uma má escola é composta por uma infinidade de fatores, sejam eles sociais, humanos, de infraestrutura, financeiros etc. Pense em uma cidade: por que existem escolas municipais excelentes e outras ruins? Isso é mostrado pelo Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb). Ele apresenta o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações em larga escala, como, por exemplo, a Prova Brasil. Esse índice foi criado para compreender como as escolas trabalham e os resultados produzidos. Prova Brasil Avaliação do sistema nacional para o ensino fundamental. Como escolas diferentes, na mesma cidade, possuem índices de desenvolvimento tão distintos? O que diferencia uma escola da outra se as duas têm as mesmas estruturas, pois fazem parte do mesmo sistema (municipal ou estadual, por exemplo)? Uma das respostas para tal pergunta pode estar relacionada à gestão – em especial, à forma como a gestão democrática e participativa se realiza e se concretiza nas ações do dia a dia. Em nossa sociedade atual, não se aceita mais uma escola autoritária na qual só o diretor fala, enquanto os professores, os estudantes e a comunidade apenas obedecem. Algumas pessoas podem não entender como uma opção esse caráter democrático na gestão escolar. Muitos aprenderam que a hierarquia é a tendência geral na gestão escolar. Entretanto, na Constituição Brasileira, a gestão democrática do ensino público consta no artigo 206, inciso IV. Além disso, a LDB (artigo 3º, inciso VIII) reforça a gestão democrática do ensino público e a legislação do sistema de ensino. Desse modo, nenhuma instituição foge de seu escopo. Atenção Todas as escolas brasileiras, sob força de lei, devem ter uma gestão democrática! Superada a dúvida, voltemos à análise: A participação de todos da comunidade nas decisões sobre os rumos e o futuro da escola é fundamental para que haja engajamento. Mas como envolver a comunidade? Como incentivar as famílias a participar do processo de “construção” da escola dos seus filhos? Não podemos aceitar que elas cheguem à escola para as famosas de reuniões e ainda ouçam alguém apenas falar mal de seus filhos. Quem nunca ouviu a história de uma mãe, uma avó ou um pai que, após ter entrado na escola, ouviu o professor somente tecer críticas sobre seu filho? Exemplo Comentários sobre indisciplina, dificuldades de aprendizagem ou até mesmo falta de educação. Que família gostaria de frequentar um espaço no qual só ouvisse críticas sobre seus filhos? Sabemos da enorme dificuldade de uma participação efetiva das famílias na vida escolar dos filhos devido a inúmeras demandas – em especial, do mundo do trabalho. A escola precisa compreender que, atualmente, as famílias trabalham muito mais que há 20 ou 30 anos. Com o advento das tecnologias, o trabalho invadiu as casas e os momentos de descanso. Exemplo Uma mãe é auxiliar administrativo de uma pequena empresa. Ao chegar a casa, depois de oito horas de trabalho e mais algum tempo no deslocamento (em algumas cidades, o traslado do trabalho até a residência pode levar duas ou até três horas), essa mulher ainda é muitas vezes requisitada para responder mensagens pelo celular. Ela não pode simplesmente ignorar essas mensagens, ou seja, acaba levando trabalho para dentro de casa. A escola tem de fazer essa reflexão com seus professores, estudantes, técnicos e demais membros da comunidade. Além disso, ela precisa pensar em formas de viabilizar a participação e fazer com que as famílias se sintam corresponsáveis pelo processo educativo. Gestão participativa O que seria essa gestão? Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) afirmam que o conceito de participação se fundamenta no princípio da autonomia. Trata-se, em suma, da capacidade das pessoas e dos grupos de fazer suas escolhas e de conduzir seus caminhos. A autonomia, assim, seria o oposto de autoritarismo, pois, com ela, o indivíduo e o grupo são livres para sua autodeterminação. Porém, na prática da gestão escolar, como podemos entender a autonomia? Lück (2013) destaca alguns indícios que podem melhorar nossa compreensão. Segundo o autor, a autonomia: I É um processo que deve ser conquistado todos os dias com ações cotidianas; t t ã t t d l II É um processo contraditório por trabalhar com pessoas que têm diferentes visões, ideias e concepções; desse d flit ã III Orienta-se por princípios, isto é, os códigos sociais que guiam a ação (o que pode e ã d é i t t Mas a participação é de quem? Professores, funcionários, pais, alunos e comunidade devem ser envolvidos em: Estabelecimento de objetivos. Solução de problemas. Tomada de decisões. Estabelecimento e manutenção de padrões de desempenho. Garantia de que sua organização atende adequadamente às necessidades das pessoas a quem os serviços da organização se destinam. O próprio conceito de gestão está associado à mobilização de talentos e esforços coletivamente organizados, assim como à ação construtiva conjunta de seus componentes pelo trabalho associado mediante a reciprocidade, a qual, por sua vez, cria um todo orientado por uma vontade coletiva. Desse modo, podemos entender que a gestão participativa orientará os quatro pilares da autonomia escolar: Autonomia pedagógica portanto, não se trata de algo externo, e sim construído. modo, os conflitos são inerentes. Por isso, é preciso ter escuta ativa, não fomentar brigas e tentar conciliar divergências. não pode, o que é importante etc.). Autonomia política Autonomia administrativa Autonomia �nanceira Esses quatro eixos da autonomia exigem a participação de todos para que a gestão seja efetivamente democrática. Não adianta, por exemplo, um diretor escolar compartilhar o planejamento pedagógico se os recursos �nanceiros �cam em uma “caixa preta”, escondidosda comunidade. Para que haja sentido na participação, será preciso equilibrar os quatros eixos citados. Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) destacam a existência de dois significados de participação articulados entre si. Eles possuem um caráter mais: Interno A participação é um ingrediente dos próprios objetivos da educação e da escola, pois a instituição escolar é um lugar de aprendizado de conhecimentos; de desenvolvimento de capacidades cognitivas, sociais, afetivas, éticas e estéticas; e de formação de competências para a vida social, econômica e cultural. Os autores chamam essa perspectiva da escola de comunidade democrática de aprendizagem. Externo Graças à participação, a escola se abre efetivamente para a comunidade, o bairro e a cidade. Com isso, ela não se torna algo separado da realidade, sendo um lugar fechado. Pelo contrário: a escola passa a conquistar o lugar de comunidade educativa que interage e integra a sociedade. Vivendo a participação nos órgãos da escola, como conselhos de classe e de escola, as famílias, os professores e os estudantes vão aprendendo a se sentir responsáveis pelas decisões que os afetam. A participação na gestão influencia o ambiente interno e externo da escola. Seus resultados reverberam além dos muros institucionais. Está achando isso difícil? Gerir tanta gente e tantos desejos... mas não se preocupe! Lück (2007) lhe apresenta alguns bons motivos para lutar por essa participação. Melhora a qualidade pedagógica do processo educacional das escolas. Garante ao currículo escolar maior sentido de realidade e atualidade com a visão de todos na comunidade escolar, definindo objetivos e indicadores. Qualidade Currículo Aumenta o profissionalismo dos professores, que assumem coletivamente compromissos e responsabilidades. Combate o isolamento físico, administrativo e profissional de gestores e professores, fazendo com que a escola não seja um amontoado de pessoas e espaços, e sim um todo organizado e orquestrado com finalidades e caminhos em comum. Motiva o apoio das comunidades escolar e local às escolas, pois permite que os sujeitos se sintam parte do processo. Desenvolve objetivos comuns na comunidade e, com isso, incentiva que todos auxiliem para que eles sejam alcançados, além de construir um sentimento de pertencimento e unidade. O que é participação? A seguir, entenda qual a visão do autor: Precisamos de estratégias... só resta uma dúvida: como engajar a participação e o envolvimento das famílias e da comunidade na escola? Tendo como base Lück (2013), apresentamos algumas ações importantes resumidas a seguir: Profissionalismo Coesão Motivação Objetivos Quanto à relação escola-comunidade A l ã d t h à id d é á i i t A escola não deve ser um corpo estranho à comunidade, é necessário integrar com regras, mas, ao mesmo tempo, permitindo à escola entender que faz parte da comunidade e a comunidade faz parte da escola. Que as pichações virem muros com formas de expressão, que as salas tenham o “design” da turma, que as competições esportivas sejam ambiente de troca e reconhecimento. Quanto à participação das mães Mãe? Mas por que mãe? Frutos de uma sociedade machista, notamos que quem mais se materializa na escola são as “mães”. Importante: mães podem ser tias, avós, mães de consideração, madrinhas e afins. São figuras de mulheres com as quais os alunos identificam seus afetos. É um encontro feliz quando pais estão lá como “mães”. Se ali estão os afetos, eles precisam estar sobre o que as crianças podem produzir, como podem fazer parte do calendário ou como os conselhos da escola podem ser compartilhados nas casas. Quanto à conscientização dos pais a respeito do seu papel e da importância da educação Pais, sua função não é levar o aluno até a escola e buscá-los. Lá não é depósito de jovens ou máquina de sonhos. Ela é seu lugar. Temos funções para vocês: Consultor de aprendizado: acompanhando o que seu filho vem aprendendo. Membro do conselho: representando os demais pais e pensando em soluções. Porta-voz: levando e fazendo o diálogo entre a escola e os pais. Promotor de eventos e de realizações dos seus filhos por ser a pessoa que tem confiança para resolver problemas. A escola e a comunidade No vídeo a seguir, saiba mais sobre participação democrática. Confira! A mesma autora também propõe ações que a escola deve organizar e promover para que as famílias e a comunidade possam efetivamente participar: 1. Zelar pela escola e por seus materiais, contribuindo para a sua manutenção em bom estado de funcionamento e sua recuperação quando necessário. Faça inventários com a comunidade e discuta a importância dos equipamentos da escola para o aprendizado. 2. Arrecadar verbas e fazer campanhas de arrecadação de alimentos, livros e materiais pedagógicos, entre outros itens, sempre enfatizando o caráter voluntário e nunca obrigatório de doações. 3. Envolver a participação dos pais na confecção de materiais de apoio das atividades da escola ou mesmo na reforma de equipamentos ou ambientes. 4. Participar da orientação do recreio para que ele seja mais educativo, como, por exemplo, com familiares voluntários contando histórias sobre o bairro ou a comunidade. 5. Colaborar na confecção da merenda e da refeição servida na escola e na sua distribuição não só no dia a dia, mas também em ocasiões de festas e comemorações. 6. Colaborar na entrada e na saída dos alunos da escola. Adaptado de: Lück, 2013, p. 71-72. Quanto à manutenção da escola e realização de atividades diversas 1. Abrir a gestão da escola à participação de todos. 2. Promover a participação e a integração maior de todos nos processos de tomada de decisão da escola. 3. Confeccionar a agenda escolar com recursos da comunidade para organizar o trabalho dos alunos e manter as famílias informadas sobre as atividades principais da escola. Cabe ressaltar que essa agenda também deve ser preenchida pela família para facilitar a comunicação com a escola. 4. Estabelecer metas de resultado e aprendizagens para cada semestre e acompanhar a sua realização. 5. Realizar levantamentos periódicos das dificuldades que devem ser superadas. Adaptado de: Lück, 2013, p. 71-72. 1. Manter os responsáveis informados sobre o que acontece na escola. 2. Divulgar para a comunidade, por meios diversos, as atividades da escola e do conselho de classe ou da escola. 3. Manter um informativo semestral a ser fornecido para os responsáveis, informando e esclarecendo assuntos de interesses comuns em relação à escola e ao rendimento escolar dos alunos. 4. Divulgar na comunidade e para os responsáveis a qualidade do trabalho realizado na escola e seus resultados. Adaptado de: Lück, 2013, p. 71-72. Quanto à gestão da escola Quanto ao processo de comunicação Devemos destacar ainda que, para que a escola consiga efetivamente envolver a comunidade, tendo uma participação de qualidade e com compromisso, é preciso que cada parte da escola funcione adequadamente, desenvolvendo a contento suas funções e cumprindo seus objetivos. Esse é o tema sobre o qual nos debruçaremos no próximo item. Gestão democrática e a escola Vamos conversar agora com a professora Marina Caprio sobre essas questões. Veja a seguir: Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 1 - Vem que eu te explico! O que a LDB diz sobre gestão democrática? Módulo 1 - Vem que eu te explico! Como envolver os alunos em uma gestão democrática? Todos Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 Questão 1 (Idecan - 2016 - Prefeitura de Cariacica/ES - Professor - Educação Física) A escola é o lugar onde se concretiza o objetivo máximo do sistema escolar, ou seja, o atendimento direto de seus usuários nas relações de ensino-aprendizagem. É nela que as metas governamentais são atingidas ou não e que as políticaseducacionais se realizam tal como o previsto ou sofrem distorções. Ao discutir a autonomia da escola, Veiga destaca algumas dimensões consideradas básicas para o bom funcionamento de uma instituição educativa e que, segundo ela, devem ser relacionadas e articuladas entre si: I. Autonomia administrativa: consiste na possibilidade de elaborar e gerir seus planos, programas e projetos, e autonomia jurídica, ou seja, diz respeito à possibilidade de a escola elaborar suas normas e suas orientações escolares. II. Autonomia financeira: refere-se à gestão do financiamento disponível para a instituição. III. Autonomia pedagógica: consiste na liberdade de propor modalidades de ensino e pesquisa, estando estreitamente ligada à identidade, à função social, à clientela, à organização curricular e à avaliação, bem como aos resultados e, portanto, à essência do projeto pedagógico da escola. Estão corretas as afirmativas: A Somente I. B Somente I e II. C Somente I e III. D Somente II e III. E Somente II. Parabéns! A alternativa C está correta. A autonomia administrativa reside na possibilidade de a escola elaborar suas normas e suas orientações escolares. Autonomia financeira refere-se à disponibilidade de recursos financeiros capazes de dar à instituição educativa condições de funcionamento efetivo. Já a autonomia pedagógica reside na liberdade de propor modalidades de ensino e pesquisa, estando estreitamente ligada ao projeto pedagógico da escola. Questão 2 A Lei nº 9.394/96, em seu artigo 3º, inciso VIII, reforça o previsto na Constituição e determina que a gestão escolar deve ter características específicas. Leia as alternativas que se referem a tais características e assinale (V) para as sentenças verdadeiras e (F) para as falsas: ( ) A LDB aponta que a principal atuação docente se refere à necessidade de o professor verificar, por meio de provas e atividades avaliativas, o conhecimento adquirido por seus alunos. ( ) A LDB atribui exclusivamente ao docente a responsabilidade pelo sucesso escolar dos alunos, já que é ele o sujeito que seleciona os conteúdos e as estratégias a serem ministrados no contexto escolar. ( ) A LDB aponta que uma das atribuições docentes é estar integrado à gestão da escola, reforçando sua função democrática. ( ) A LDB atribui a toda a rede de ensino brasileira o princípio de uma gestão democrática no seu ambiente escolar. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo: A F – F – V – V. B V – V – F – F. C V – F – V – F. D F – V – F – V. E F – F – F – V. Parabéns! A alternativa A está correta. A gestão escolar é um princípio democrático – e é disso que trata o artigo. Reforçando o previsto na Constituição, o sentido da LDB passa pelo papel de todos. Por isso, destacamos que o papel do professor não se restringe ao espaço escolar. É necessário que o professor pense sobre o espaço escolar e análise criticamente a estrutura a partir da gestão democrática. 2 - Estrutura organizacional Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a estrutura organizacional de uma instituição educacional. A estrutura organizacional de uma escola: princípios e objetivos Toda instituição tem uma organização que define e determina as funções e a área de atuação de cada membro da sua equipe. Com a escola isso também acontece. A estrutura de organização interna de uma instituição escolar deve estar prevista e definida no regimento escolar. Tal regimento é considerado a “Constituição” da escola, pois nele constam todas as suas regras. Exemplo Horários de entrada e saída, como será feita a recuperação e os critérios para aprovação ou retenção. Esse documento deve ser discutido com a comunidade por meio do conselho da escola. No regimento, também têm de estar previstas as funções de cada membro da escola para assegurar o seu funcionamento. Observe a representação gráfica (usualmente chamada de organograma) da organização das funções de uma escola: Refletiremos a seguir sobre as características e as funções de cada item do organograma apresentado. Conselho de escola Sua composição deve ser feita por eleições e ter representantes de todos os segmentos da escola, como estudantes, responsáveis, docentes, gestão e técnicos administrativos. As representatividades devem ter paridade para não haver desequilíbrio de poder. Saiba mais Não pode existir um conselho no qual 70% de sua composição seja de docentes, pois isso seria uma disparidade em relação aos demais membros da comunidade. Todos os segmentos devem ser representados a fim de que suas ideias, seus conceitos e suas proposições sejam respeitados. De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2007), o conselho de escola precisa ter funções consultivas e deliberativas que devem ser definidas no regimento sobre as questões administrativas, pedagógicas e financeiras. Alguns estados e municípios têm deliberações específicas sobre as funções do conselho; desse modo, o regimento tem de contemplar o que está previsto na lei. Conselho de escola A existência desse órgão colegiado está prevista no artigo 14 da LDB. Direção O diretor da escola tem uma função muito ampla e complexa. Tal cargo é responsável por coordenar, organizar e gerenciar as atividades da escola, sendo auxiliado pela equipe técnico-administrativa e pelo setor pedagógico conforme destacou o organograma. O assistente de diretor ou vice-diretor desempenha as mesmas funções e divide suas responsabilidades. O cargo de diretor de escola definitivamente é complexo. Comentário Devido a essa complexidade, dedicaremos a próxima seção deste texto para nos aprofundar sobre tal função. Setor técnico-administrativo De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2007), o setor técnico-administrativo é responsável pelos meios de trabalho que asseguram o atendimento dos objetivos e das funções da escola. Na figura do organograma acima, podemos observar que tal setor é composto por diferentes serviços. Elencaremos alguns deles a seguir: Secretaria escolar. Zeladoria. Limpeza. Segurança. Biblioteca. Laboratórios de Informática e de Ciências. A secretaria se destaca nesse rol de serviços, já que ela desempenha duas atividades essencialmente distintas: atendimento à comunidade e guarda e elaboração de documentos educacionais (de docentes e estudantes). O atendimento às famílias e aos estudantes é fundamental para a orientação e a realização de procedimentos, como matrícula e entrega de documentos (de histórico escolar, certificados ou diplomas). Mas ainda há aquele serviço voltado para a comunidade interna, porque é na secretaria escolar que os professores registram e arquivam: Diários. Planos de ensino. Notas. Frequência. Toda a vida acadêmica do estudante. Também é na secretaria que, na maioria das vezes, é feito o controle da frequência do professor. Ela ainda é responsável por elaborar a documentação escolar e zelar por sua guarda. Exemplo A secretaria recebe os documentos de transferência de um estudante. Ele conclui o ensino fundamental nessa escola. A secretaria, dessa maneira, é responsável por expedir toda a documentação do estudante, informando no histórico que ele é oriundo de outra escola, quais foram as suas notas e o percentual de frequência dele. A secretaria, portanto, elabora e guarda toda a documentação e o registro do funcionamento da escola, ou seja, é a memória viva dessa instituição. Setor pedagógico No setor pedagógico, estão previstos a coordenação pedagógica, a orientação educacional e o conselho de classe. Em muitas escolas, não existe a figura do orientador educacional. Tal orientador tem como função cuidar do atendimento e do acompanhamento individual dos estudantes, auxiliando nas questões pessoais e no processo de aprendizagem. Além disso, ele auxilia na relação entre as famílias e as escolas. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2007), a coordenação pedagógica coordena, acompanha, assessora, apoia e avalia as atividades pedagógico-curriculares.O coordenador trabalha ao lado do professor, prestando assistência didático-pedagógica e auxiliando cada educador no processo de ensino e aprendizagem. Por fim, o conselho de classe é um órgão colegiado de natureza deliberativa acerca do processo de aprendizagem e avaliação do estudante. Sua ação tem de ser preventiva e corretiva no percurso escolar do aluno, deliberando tanto sobre promoções e reprovações quanto sobre as melhores ações para otimizar o processo de aprendizagem. Professores e alunos Os alunos formam o corpo discente e são a razão de ser de toda escola. Já os professores só atuam porque existem estudantes. Cada aluno importa e deve ser atendido plenamente pela escola. A educação escolar é direito da criança e do adolescente, e não da família, ou seja, é o aluno que tem o direito de receber a melhor educação possível. Os professores, por sua vez, formam o corpo docente. Sua principal função é contribuir com o objetivo primordial da instituição escolar: o processo de ensino e aprendizagem. Em seu artigo 13, a Lei nº 9.394/1996 apresenta os deveres e as responsabilidades dos professores: Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I. participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II. elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III. zelar pela aprendizagem dos alunos; IV. estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI. colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. (BRASIL, 1996) Além de planejar e ministrar suas disciplinas e seus conteúdos, os professores também são responsáveis pela: Proposta pedagógica (ou projeto pedagógico) da escola. Participação nas avaliações institucionais e nos programas de formação continuada. Contribuição em relação à família e à escola. Instituições auxiliares Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) apontam que, paralelamente à estrutura organizacional, muitas escolas possuem as instituições ditas auxiliares. As duas mais comuns são: Associação de pais e mestres (APM): A APM é composta por pais, docentes, pessoal técnico-administrativo e estudantes maiores de 18 anos, devendo ter um regulamento próprio. Sua atuação tem o objetivo de auxiliar a gestão da escola nos aspectos financeiros e administrativos. Grêmio escolar: Com seu funcionamento regulamentado pela Lei nº 7.398/1985, o grêmio escolar constitui uma entidade que representa os interesses educacionais, sociais e culturais dos estudantes. Ele precisa ser estimulado para que os estudantes aprendam a se organizar em pares e a discutir questões importantes para a escola e a sociedade, além de propor soluções. Essa entidade estudantil também pode promover atividades culturais, como saraus, feiras de literatura, festivais musicais e eventos esportivos, para enriquecer a experiência educacional dos estudantes. Práticas Será que toda escola é assim? E para que eu preciso saber disso? Eu vou ser professor: só precisarei entrar em uma sala e dar aula. Direção é coisa de empresário. Tudo isso que foi falado só vale para as escolas públicas. Em uma escola particular, a coisa não é assim. Será que isso é verdade? Para tentar responder a tais questionamentos, conheceremos agora três exemplos de situações que podem ocorrer no ambiente escolar: Exemplo 1 Alfredo foi professor a vida inteira. Ele entrava todo dia cedo e passava a maior parte do dia ministrando suas aulas. Um dia, apareceu uma oportunidade: um colega de outra área queria investir e pensou em abrir uma escola. Ele chamou Alfredo, que, afinal, depois de tantos anos na escola, deveria saber como tudo aquilo funcionava. A primeira pergunta foi: quantos funcionários são necessários em uma escola de ensino fundamental do segundo segmento cujo plano seja uma turma de cada ano? A resposta de Alfredo foi uma destas três: Um professor por disciplina. Não tenho ideia. Temos de dimensionar os setores. A resposta é a última, mas não duvidamos da segunda. O professor, muitas vezes, não percebe a instituição da qual ele faz parte e o papel de cada setor. Sem ocupar todos os setores e dimensioná-los conforme o número de alunos, isso é impossível. Exemplo 2 Fernanda é professora de História e deseja uma vaga na direção da escola pública em que ministra aulas. Ela vê uma oportunidade na chapa da nova direção. No entanto, Fernanda não é pedagoga. Por isso, ela consulta se pode atuar como diretora adjunta na escola. A resposta para Fernanda é: A atuação no setor pedagógico é restrita. A atuação na direção em escola pública é por eleição; como docente, ela pode compor a chapa. A escola não tem professores de História o suficiente; então, Fernanda não pode concorrer. Tal resposta é difícil. Em uma escola pública, a formação da direção segue os regimentos e as regulações do município; no entanto, de maneira geral, dentro do princípio de ampla participação, e não sendo um setor “técnico”, Fernanda pode assumir tal função. Exemplo 3 Em uma escola particular das mais caras, a direção decide fazer uma inovação: ela institui um setor de estímulo à arte ao contratar uma responsável para o desenvolvimento de atividades, o que permitiria uma formação humana mais fundamentada. Produtora artística de certo renome, a profissional escolhida, após ser apresentada aos professores, já começa a divulgar seus projetos. Nesse momento, a responsável do setor pedagógico inquiriu a professora e a direção a que setor ela estaria vinculada. A resposta da direção ao atender a esses questionamentos, para ser muito correta, deveria ser uma destas: À direção, afinal, é uma estratégia de marketing. Ao corpo docente, afinal, ela vem para ser professora. À equipe pedagógica, uma vez que, nesse setor, cabe a articulação das estratégias de aprendizado a serem desenvolvidas para a escola. Você pode ter na escola, portanto, a atuação de atores que não são docentes. Algumas funções têm formações específicas, como a equipe pedagógica, que requer pedagogos, psicólogos e pessoas com formação afim. Já os docentes – ainda que haja exceções previstas no caso de professores leigos (sem formação que já tinham o direito adquirido antes da legislação) e de notório saber (denominação voltada para a formação técnica)– precisam ter a formação de professor e a licenciatura. Eles podem atuar como corpo auxiliar em projetos, mas precisam ter uma integração com os setores específicos. Como é a estrutura de uma escola? Vamos observar mais como se organiza uma escola? Para isso, continuaremos nosso papo com a professora Marina Caprio. Veja a seguir: Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 2 - Vem que eu te explico! Técnicos ad min.istrativos – qual seu papel? Módulo 2 - Vem que eu te explico! Coordenação pedagógica: qual seu papel? Todos Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 Questão 1 (Seduc/SP - Diretor de escola – 2017) Leia o trecho abaixo, retirado de Organização e gestão da escola: teoria e prática, de José Carlos Libâneo, para responder à questão. “O princípio da autonomia requer vínculos mais estreitos com a comunidade educativa, basicamente os pais, as entidades e organizações paralelas à escola. A presença da comunidade na escola, especialmente dos pais, tem várias implicações. Prioritariamente, os pais e outros representantes participam do conselho de escola e da associação de pais e mestres (ou organizações correlatas) para preparar o projeto pedagógico- curricular e acompanhar e avaliar a qualidade dos serviços prestados.” Fonte: LIBÂNEO, 2013. No fragmento acima, o autor cita a importância do conselho deescola e da associação de pais e mestres para a democratização da educação, assim como para o debate sobre os principais problemas da escola e suas possíveis soluções. Tendo em vista tal assunto, é correto afirmar que são atribuições do conselho escolar, exceto A participar da elaboração do calendário escolar no que competir à unidade escolar e conforme a legislação vigente. B convocar assembleias gerais da comunidade escolar ou de seus segmentos. C promover relações pedagógicas que favoreçam o respeito ao saber do estudante e valorizem a cultura da comunidade local. D planejar a política relativa ao programa de assistência escolar, bem como orientar e apoiar a iniciativa privada no campo da educação. E acompanhar a evolução dos indicadores educacionais e propor, quando necessário, intervenções pedagógicas e/ou medidas socioeducativas visando à melhoria da qualidade social da educação escolar. Parabéns! A alternativa D está correta. Não é função do conselho de escola planejar a assistência escolar e muito menos apoiar a iniciativa privada. Tal conselho é um órgão colegiado que cuida dos interesses do processo de ensino e aprendizagem. Questão 2 A articulação pedagógica de uma escola é absolutamente fundamental. Ali são tratados estratégias, debates e formas de integrar os processos avaliativos. Faz parte do conjunto da equipe pedagógica: I. A coordenação pedagógica. II. A orientação educacional. III. A organização do conselho de classe. Preencha as lacunas com os números correspondentes destacados acima: ( ) acompanha o trabalho docente, os planejamentos e os cumprimentos da estrutura burocrática. ( ) cuida do atendimento e do acompanhamento individual dos estudantes, auxiliando nas questões pessoais e no processo de aprendizagem. ( ) realiza reuniões em que o coletivo debate o desempenho de turmas de alunos, avaliando ainda o entendimento deles como um todo. A ordem correta é: A I, II e III. B I, III e II. C II, I e III. D II, III e I. E III, II e I. Parabéns! A alternativa A está correta. As relações I, II e III designam funções básicas que acabam por se diferenciar uma da outra. Nem toda escola tem orientador pedagógico, mas deveria ter para gerar a plenitude dos processos de inclusão. 3 - Funções do diretor Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir as diferentes funções do diretor de uma instituição educacional. A direção da escola: características e funções Como destacamos, a função de diretor de uma instituição escolar é ampla e complexa. Faça apenas uma reflexão: a vida de dezenas e de centenas de crianças e jovens está sob a responsabilidade do diretor da escola. Como não considerar essa função muito importante? Se algo acontece de ruim, como um acidente na escola, quem responde legalmente por isso é o diretor. Exemplo Um estudante de uma escola estadual recebe um choque elétrico e precisa ser hospitalizado. Esse acidente será investigado. Quem responderá por isso é o diretor da escola. Afinal, por que a escola não teve manutenção na rede elétrica? Por que esse aluno teve acesso a essa rede? O papel do diretor O diretor é o responsável por toda a escola. Além disso, existe a responsabilidade por todos os funcionários. Trata-se de uma responsabilidade grande e complexa. A direção da escola ainda é responsável pela organização das inúmeras atividades que ocorrem simultaneamente dentro da escola. Para Dias (1998), três aspectos da atuação do diretor se destacam: Funcionários São alguns exemplos: professores, técnicos administrativos, zeladoria e funcionários de limpeza. Autoridade escolar Tal atividade tem uma grande soma de responsabilidades – na verdade, o diretor é responsável por tudo aquilo que se passa na escola. Em ocasiões especiais, ele representa a própria escola. Exemplo: Comparecer a uma solenidade à qual é convidado por sua qualidade de diretor, presidir uma reunião na própria escola, conferir e assinar certificados e diplomas ou dirigir-se a outras entidades para tratar de assuntos de interesse da escola. Nessas ocasiões, ele não está agindo como um simples administrador, e sim como uma autoridade escolar, sendo alguém que personifica a instituição a que pertence. Educador O diretor de escola é, antes de tudo, um educador, isto é, ele participa – nem que não queira – das atividades- fim de seu estabelecimento de ensino. Sua forma de conduzir a vida escolar tem repercussões profundas, se bem que nem sempre aparentes, na formação dos alunos. A administração não é um processo desligado da atividade educacional. Ao contrário: acha-se inexplicavelmente envolvida nela, de tal forma que o diretor precisa estar sempre atento às consequências educativas de suas decisões e de seus atos. Quando desempenha a função ou decide alguma coisa, ele é, antes de tudo, um educador preocupado com o bem-estar dos alunos – e não apenas um administrador em busca de eficiência. Administrador A escola tem objetivos a atingir e compete ao diretor assumir a liderança para assegurar a consecução desses objetivos. O planejamento, a organização de trabalho, a coordenação dos esforços e a avaliação de resultados fazem parte do seu dia a dia de trabalho; enquanto se envolver com tais atividades, ele estará desempenhando sua função de administrador (DIAS, 1998, p. 274). Com isso, percebemos que o papel do diretor, além de complexo, demonstra ser fundamental para a vida da escola. Ele, afinal, deve necessariamente agir e se comportar como autoridade escolar, representando a escola e respondendo por ela, além de atuar como educador, compreendendo as especificidades da docência e do papel do educador. Ele ainda precisa dar o exemplo por meio de suas atitudes e comportamentos. Por fim, mas não menos importante, tem de exercer o papel de administrador com as pessoas, as finanças e os recursos materiais, planejando, acompanhando e avaliando o desempenho da escola como um todo. Como avaliar o trabalho de um diretor? Quais são os indicadores para se analisar o trabalho de um gestor escolar? A título de exemplo, imaginemos o funcionamento de uma escola bem integrada em seu programa de trabalho: Os funcionários são assíduos e cumprem de boa vontade suas obrigações. Os professores são entusiastas e se dedicam com alma às suas tarefas docentes. Os alunos são interessados e revelam bom aproveitamento escolar. Existe um clima de confiança no trabalho realizado, havendo a certeza de se estar desenvolvendo algo de bom e genuinamente útil à comunidade. Há a segurança de reconhecimento dos resultados obtidos. Uma situação assim resulta naturalmente na conjugação de uma série de fatores favoráveis: Apoio da comunidade. Existência de bom corpo docente. Condições materiais favoráveis. Alunos motivados. Direção competente. É possível imaginar a existência de falhas em alguns desses fatores sem que isso signifique necessariamente o desequilíbrio da situação: Uma comunidade indiferente pode ser conquistada com um bom programa de melhoria do relacionamento escola-comunidade. Um professor mal adaptado pode ser ajudado a aperfeiçoar seu padrão de desempenho. As deficiências materiais podem ser diminuídas ou eliminadas mediante campanhas e atividades comunitárias. O que, porém, dificilmente pode ser corrigido é o mau efeito de uma direção inadequada. Quando o diretor é dedicado e capaz, ele encontra sempre os meios para remediar as eventuais deficiências de sua escola. Se, contudo, ele não se mostrar à altura de suas delicadas atribuições, de pouco valerá a existência de outros fatores favoráveis. A boa direção integra-se tão completamente na atividade da escola que quase não é percebida isoladamente. Muitas vezes, as pessoas que convivem com um diretor competente o admiram como pessoa, louvam suas contínuas demonstrações de discernimento e reconhecem com agrado seus traços positivos de personalidade; contudo, elas podem não ter uma percepção clara do que seja seu trabalho. Pode parecer a elasque a principal função do diretor é comandar, isto é, fazer com que os outros trabalhem, enquanto ele mesmo se limita a observar. Elas podem até imaginar que a direção seja supérflua, pois aparentemente o diretor nada teria a fazer em uma escola na qual todos cumprem suas obrigações. Atenção Faça um teste: coloque em seu lugar uma pessoa incompetente. Em pouco tempo, as dificuldades serão tais que se desmantelará fatalmente a estrutura cuidadosamente montada dia a dia pelo diretor diligente. É então que aparece, por contraste, o real mérito do diretor. O que antes parecia um adorno dispensável mostrou ser uma peça fundamental para o bom funcionamento da escola. Funções do diretor Podemos compreender que a escola necessita de um gestor totalmente incorporado à sua dinâmica e que a promova a fim de contribuir não só com a formação dos alunos, mas também com o crescimento pessoal e profissional dos profissionais da escola. A partir dos três papéis fundamentais (apontados acima) que o diretor assume, é importante compreender também quais são as funções constitutivas do sistema de organização e gestão da escola: Planejamento Trata-se da definição de objetivos e da elaboração de resoluções e tomadas de decisões, antecipando e prevendo erros para corrigi-los. O planejamento é peça fundamental do trabalho de uma escola. Não é possível conceber o trabalho educativo no improviso. Há vários níveis de planejamento – e todos eles são fundamentais dentro da escola. O diretor precisa participar, acompanhar e ter ciência do planejamento, pois é nessa etapa que são definidos os objetivos e as formas de alcançá-los. Níveis de planejamento Planejamento curricular, pedagógico e de série ou turma. A participação da comunidade na elaboração do projeto pedagógico da escola é prevista no artigo 14 da LDB: Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996) Por isso, a escola deve realizar o seu planejamento a fim de inserir toda a comunidade tanto no diagnóstico da realidade quanto no estabelecimento de objetivos e diretrizes. Organização da vida escolar Ela significa a racionalização de diferentes recursos (humanos, físicos, materiais e financeiros), criando as condições para que algo planejado seja efetivamente executado. A organização da vida escolar diz respeito à criação de ótimas condições – entre outras que possam influenciar o trabalho dos profissionais, incluindo o docente e a convivência e o aprendizado do aluno – de: Organização do espaço físico. Relações humanas satisfatórias. Adequada distribuição de tarefas. Sistema democrático-participativo de tomada de decisões. Condições adequadas de higiene e limpeza. Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) ainda separam essa organização em três grandes áreas: Corresponde aos elementos constitutivos do processo de ensino e aprendizagem. Listaremos alguns exemplos a seguir: 1. Currículo. 2. Organização didática e pedagógica (projetos pedagógicos, planos, metodologias, organização dos níveis Organização do processo de ensino e aprendizagem escolares, horários, adequação de alunos por classe e atribuição docente/turma). 3. Assistência pedagógica aos docentes. 4. Processos e procedimentos de avaliação. 5. Formação continuada de professores. 6. Formas de participação, como conselhos de classe e reuniões pedagógicas. A coordenação pedagógica e a direção da escola precisam participar, colaborar, apoiar e orientar o trabalho realizado em sala de aula para que ele possa ser feito de forma plena. Corresponde às seguintes atividades que dão apoio e suporte ao trabalho docente: 1. Secretaria escolar (prontuário de alunos e docentes, registro acadêmico, atendimento de pessoas e arquivos). 2. Serviços gerais (inspetores de aluno, merendeira, porteiro e segurança). 3. Atividades de limpeza e conservação do prédio e de recursos materiais. 4. Gestão dos recursos financeiros e materiais. Assegura a relação entre escola e comunidade, correspondendo às estratégias da escola para o envolvimento da comunidade, do bairro e da cidade. Ela tem como princípio buscar possibilidades de cooperação e de apoio para as atividades escolares, porém, para que isso ocorra, é preciso estabelecer canais de participação bem definidos e divulgados. Direção/coordenação Trata-se da coordenação de esforços e trabalhos da escola. Isso inclui: Organização das atividades de apoio técnico-administrativo Organização das atividades que asseguram a relação entre escola e comunidade A execução coordenada e integral de atividades dos setores e dos indivíduos da escola conforme decisões coletivas anteriormente tomadas. O processo participativo de tomada de decisões, cuidando, também, que elas se convertam em medidas concretas e sejam cumpridas pelo setor ou pelas pessoas em cujo trabalho são aplicadas. A articulação das relações interpessoais na escola e no âmbito em que o dirigente desempenha suas funções. A gestão escolar é uma estratégia de intervenção organizadora e mobilizadora, sendo orientada para promover as mudanças e o desenvolvimento dos processos educacionais a fim de que tais processos se tornem cada vez mais potentes na formação e na aprendizagem dos alunos. Como tal, ela envolve áreas e dimensões que, em conjunto, tornam possível a realização desses objetivos. As dimensões de organização dizem respeito a todas aquelas que tenham por objetivo a: Preparação. Ordenação. Provisão de recursos. Sistematização. Retroalimentação do trabalho a ser realizado. Essas dimensões objetivam a garantia de uma estrutura básica necessária para a implementação dos objetivos educacionais e da gestão escolar. Diretamente, elas não promovem os resultados desejados; na verdade, são imprescindíveis para que as dimensões capazes de fazer isso sejam realizadas de maneira mais efetiva. Tais dimensões envolvem: A fundamentação conceitual e legal da educação e da gestão educacional. O planejamento, o monitoramento e a avaliação das ações promovidas na escola. A gestão de seus resultados. Com isso, todas as demais dimensões e ações educacionais serão realizadas com foco na promoção da aprendizagem e na formação dos alunos com qualidade social. Já as dimensões de implementação são aquelas desempenhadas com a finalidade de promover diretamente mudanças e transformações no contexto escolar. Elas se propõem a promover transformações das práticas educacionais para ampliar e melhorar o seu alcance educacional. Avaliação Indica o acompanhamento, a verificação e a comprovação do funcionamento da escola. A avaliação da organização e da gestão da escola diz respeito ao acompanhamento e ao controle das ações, assim como à observação e à comprovação dos objetivos e das tarefas. A avaliação permite pôr em evidência as dificuldades surgidas na prática diária mediante a confrontação entre o planejamento e o funcionamento real do trabalho. Visa ao melhoramento do trabalho escolar, pois, conhecendo a tempo as dificuldades, pode-se analisar suas causas e encontrar meios de sua superação. (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2007, p. 350) Nesse sentido, a avaliação existe com o objetivo de melhorar e de aprimorar a prática e a organização da escola. Dessa forma, é necessário que ela seja honesta e transparente e que necessariamente envolva diferentes tipos de coletas de informação. A avaliação tem como principal objetivo confrontar o que foi planejado com aquilo efetivamente realizado a fim de melhorar a atuação, detectar falhas e corrigir erros para um novo planejamento. Com isso, o planejamento e a avaliação se retroalimentam: Coletas de informação Observação de atividades, de recreio e de aulas; entrevistas com docentes,funcionários e alunos; encontros informais; reuniões sistemáticas e extraordinárias; e, por fim, questionários. Relação entre planejamento e avaliação. A direção e suas ações No vídeo a seguir, conheça mais sobre os conceitos que vimos no módulo. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 3 - Vem que eu te explico! A direção e o planejamento Módulo 3 - Vem que eu te explico! A direção e as regras do sistema educacional Todos Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 Questão 1 (Vunesp - 2019 - Prefeitura de Peruíbe/SP - Diretor de escola) Na escola, a participação tem sido evocada de muitas formas e circunstâncias. O mais comum no relato dos professores sobre a participação em atividades extracurriculares e em reuniões é que, ainda que seja apresentado o problema, a solução e a decisão são previamente indicadas por parte da direção ou por outros da hierarquia superior. A partir das considerações de Lück em sua obra A gestão participativa na escola, marque a alternativa correta acerca do que foi relatado. A Para que haja a efetiva participação dos professores, é preciso que a direção adote, nas reuniões, uma postura de escuta predominante em relação à da fala a fim de que as decisões possam ser tomadas com maior segurança e clareza. B Nas duas situações mais comuns relatadas, há resultados positivos do ponto de vista socioeducacional, porque esse tipo de colaboração beneficia os envolvidos, evitando confrontos e discussões. C A médio prazo, com base nas situações relatadas, aumenta-se a credibilidade da direção e das demais autoridades por gerar confiança e segurança nos professores. D Nas duas situações mais comuns relatadas, garante-se a motivação de participação efetiva do professor no processo de tomada de decisão, reconhecendo sua legitimidade e o papel que cabe a cada um dos atores. E A participação efetiva dos professores pressupõe que eles estejam coletivamente organizados e engajados na discussão e na análise da problemática pedagógica que vivenciam em interação com a organização escolar, sendo função da direção garantir essa oportunidade. Parabéns! A alternativa E está correta. A gestão participativa inclui necessariamente a participação dos professores para que eles se corresponsabilizem pelo bom funcionamento da escola. O professor não pode acreditar que ele é responsável apenas pela sua disciplina ou pela sala de aula, e sim que faz parte de um todo, o qual, aliás, deve ser organizado e pensado de forma coletiva. Questão 2 São funções da direção escolar: I. Planejamento financeiro. II. Planejamento educacional. III. Avaliação da aprendizagem. IV. Avaliação dos processos judiciais. Estão corretas: A I, II e III. B I, II e IV. C I, III e IV. D II, III e IV. 4 - Clima, cultura e liderança Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os conceitos de clima, cultura e liderança em uma instituição educacional. Clima e cultura organizacional E I e II. Parabéns! A alternativa A está correta. A direção dialoga com muitas áreas, atuando para pensar e discutir os resultados. Por isso, seu papel passa pelo cotidiano e pelo cuidado complexo da escola. Processos judiciais podem ocorrer, mas não fazem parte do cotidiano da direção. As demais funções fazem parte das atribuições da direção de maneira recorrente e fundamental. Muito se fala em clima e cultura organizacional dentro das instituições escolares. Quem nunca ouviu um professor mencionando que o clima da escola na qual trabalha em um período é completamente diferente do clima presente em outra instituição em que leciona em outro período escolar? Mas, afinal, há estudos que indicam o que são o clima e a cultura? Pensemos inicialmente em cultura organizacional ou cultura da escola. De acordo com Libâneo (2018), a cultura organizacional diz respeito ao conjunto de fatores sociais, culturais e psicológicos que influencia os modos de agir e de “ser” da organização como um todo – e, mais especificamente, o comportamento das pessoas. Pensando no ambiente escolar, vemos que há aspectos de natureza cultural que diferenciam uma escola das outras, sendo que a maior parte deles não é claramente perceptível nem explícita. Atenção Apesar de as escolas seguirem as mesmas leis e diretrizes nacionais, elas são absolutamente diferentes. Assim, mesmo tendo fundamentos iguais, a cultura não é – e não pode ser – única. Escola X empresa: a gestão é igual? Por que a cultura organizacional é diferente? No vídeo a seguir, vamos fazer essa pergunta à professora Marina Caprio a fim de tentar obter algumas pistas: Cultura escolar A escola se insere em um contexto sociocultural e político mais amplo, cuja influência na organização escolar é determinante. De certo modo, a escola não é apenas aquilo que ocorre dentro dela, mas também tudo que acontece ao seu redor. Cada escola, portanto, tem o seu modo de fazer as coisas. A ideia de cultura organizacional também remete ao conceito de “cultura da escola”, expressão oriunda dos estudos sociológicos da cultura. O trabalho nas escolas é in�uenciado pelas características culturais dos alunos e pelo fato de que essas características afetam a forma com que eles aprendem e se relacionam, assim como os professores e os funcionários também trazem seus quadros de referências, os modos com que lidam com o conhecimento, as relações, os valores e seus saberes, entre outros quesitos. Tudo isso marca a prática e as situações escolares, o que nos faz entender que o ambiente escolar está impregnado de uma cultura (fruto da cultura de todos que vivenciam a escola) que lhe é própria. Exemplo Há escolas que compartilham os mesmos professores, mas seu modo de agir dentro de cada escola varia, pois há algumas mais “rígidas”, “difíceis”, “flexíveis”, “disciplinadoras” ou “flexíveis” – e assim por diante. Por isso, a cultura da escola marca o modo de agir. Esse espaço, em suma, também constitui um mundo social próprio, com seus ritmos, suas normas, suas regras, sua linguagem, seu imaginário, seus símbolos etc. O conceito de cultura organizacional que consideramos compreende o fato de que: A própria organização escolar é uma cultura. O modo de funcionar da escola, tanto nas relações que se estabelecem no dia a dia quanto dentro das salas de ulas, é construído pelos membros e pela comunidade que o vivenciam. Tal modo de agir atribui significados ao seu trabalho, aos objetivos da escola e à forma de agir e de tomar ecisões. A partir das interações entre diretores, coordenadores, professores, funcionários, alunos e famílias, a escola adquire, na vivência do cotidiano, traços culturais próprios, formando crenças, valores, significados e modos de agir. Mas nem sempre essa cultura organizacional é explícita ou facilmente entendida. Lück (2011) apresenta a metáfora do iceberg para explicar os elementos da cultura organizacional da escola com aspectos visíveis e invisíveis. Apenas 10% do que se vê é o iceberg, já que os 90% restantes são invisíveis ou imperceptíveis aos olhos. Assim, para conhecer profundamente a escola, é preciso “mergulhar” em suas profundezas e raízes, tentando compreender a sua totalidade. De acordo com a autora, os aspectos visíveis e invisíveis da escola são: O invisível é tão importante quanto o visível. Além disso, os elementos invisíveis, na maioria das vezes, não são percebidos pelos sujeitos que estão na escola nem por quem não participa dela. A autora também destaca a importância de se entender que muito do que acontece na superfície pode ser escondido e camuflado para “parecer bem na fotografia”. Por isso, para entender com profundidade uma escola, é preciso ir além das aparências, além daquilo que é falado e feito, para conhecer as intenções e as coisas não faladas. Acompanhe, a seguir, o exemplo de uma situação do cotidiano escolar:A chegada Em uma capital brasileira, um professor passou em um concurso público. De fato, até a aprovação, ele só foi professor em seu estágio: após terminar a faculdade, assumiu outras funções durante vinte anos até decidir estudar para passar na prova. Ao chegar à escola, tudo lhe era estranho: a linguagem, a forma... tudo era esquisito. Não tendo passado com uma classificação tão boa, ele caiu em uma escola de muito má fama, cercada e quase dominada por facções criminosas. Primeiras impressões O professor não se assustou com isso, pois era oriundo de uma dessas comunidades – aliás, ainda morava ali, subindo suas ruas malcuidadas. Entrar em sala foi difícil, mas rapidamente “rolou” uma empatia, uma troca, e ele, após vinte anos, descobriu ser realmente professor. Apesar de haver brigas, existia um carinho que foi reconhecido de imediato. A realidade escolar Entrou na escola com ele um jovem professor que era idealista e oriundo de classe média. Aquela era a primeira vez que ele pisava em uma comunidade. Ele era muito preparado e tinha estudado muito, mas não conseguia dar aula. O jovem professor se estranhou com um aluno, sentiu-se ameaçado por outro... a direção quis saber como os dois novatos estavam indo. Ao ouvir os relatos de ambos, percebeu o ocorrido. Podemos ver que a escola não é só sua formação: ela significa uma identidade, uma troca. Não se trata de uma receita, já que não existe resposta para sua reflexão. Ela, na verdade, só quer mesmo lhe fazer pensar. Clima organizacional O que se percebe mais facilmente, ou seja, aquilo que está mais na superfície, é chamado de clima organizacional. Para Lück (2011), esse clima corresponde a um humor, a um estado de espírito coletivo e à satisfação de uma expressão variável segundo as circunstâncias e as conjunturas do momento. Esse estado de espírito coletivo ou de humor pode ser resultado não só dos elementos culturais próprios da escola (formas de agir e pensar), como também ser influenciado pelos elementos externos, como ocorre após uma reforma no prédio ou algum acidente. O clima, assim, tem caráter temporário. Exemplo Uma escola é afetada profundamente pela morte de um aluno. Após a divulgação dessa notícia, um ambiente, considerado um lugar feliz e tranquilo, é tomado por uma tristeza profunda que afeta todas as ações e o humor da equipe. Pode-se, desse modo, entender o clima como um momento no conjunto de experiências da escola. Aqui nos aproximamos da provocação de Lück. Sabemos que a “gestão” suscita debates dos administradores sobre o papel e a medição do clima, assim como sobre as ações estruturais relativas a ele. Mas nossa busca é perceber esse instrumento da gestão com o propósito de aproximá-lo da realidade da cultura escolar. Por fim, o clima faz parte da cultura organizacional e é fortemente influenciado pela direção da escola. Comumente, ouvimos que uma escola muda de “cara” quando troca seu diretor ou que ela é a própria “cara” da sua direção. Portanto, o clima da escola poderá ser mais leve e aberto ao diálogo se a direção for dialógica e democrática. Adotando-se o mesmo viés, verifica-se que ele também pode ser mais pesado, propiciando um ambiente no qual os alunos e os professores têm medo de falar por conta de uma direção mais autoritária e punitiva. Identi�cando a relação entre cultura e clima na escola Observe no vídeo a seguir as relações entre clima e cultura organizacional por meio de uma produção audiovisual: Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 4 - Vem que eu te explico! Cultura da comunidade Módulo 4 - Vem que eu te explico! O que é clima nas escolas? Todos Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 Questão 1 (Cetrede - 2019 - Prefeitura de São Gonçalo do Amarante/CE - Professor de educação especial) Para Libâneo (2012, p. 440), a cultura organizacional de uma escola inclui a cultura própria dos indivíduos, ou seja, a diversidade de valores, crenças e modos de agir. Analise as afirmativas a seguir sobre a cultura organizacional da escola e marque (V) para verdadeiras e (F) para falsas. ( ) A cultura organizacional pode explicar o assentimento ou a resistência diante das inovações, dos problemas e da rotina de trabalho na escola. ( ) A cultura organizacional diz respeito às características e aos princípios que todos os entes escolares devem seguir para manter a boa convivência coletiva. ( ) A cultura da escola engloba o conjunto de fatores sociais, psicológicos e culturais que constitui os modos de agir da organização da escola como um todo e do comportamento das pessoas em particular. ( ) A cultura da escola é composta por representações do mundo social e, consequentemente, das características da vida, da linguagem e do imaginário das pessoas que nela estão inseridas. Marque a opção que apresenta a sequência correta. A V – F – F – V. B V – F – V – V. C F – F – F – F. D V – V – V – V. E F – V – V – V. Parabéns! A alternativa D está correta. A cultura escolar é algo complexo e que aciona muito mais do que se observa à primeira vista no ambiente escolar. Nesse sentido, as afirmativas feitas acima nos provocam a perceber tamanha complexidade, já que todos os itens da questão apontam para o que expusemos. Questão 2 Pensar em gestão escolar não é algo mecânico. Imaginar que basta ao gestor fazer a leitura e aplicar as ferramentas é ilusório. O clima em ambientes escolares constitui um desafio, já que há muitos agentes, setores e interesses envolvidos. Nesse sentido, a diferença entre um bom gestor e um ruim pode ser percebida. Veja as afirmativas abaixo: I. Se a escola apresenta muitos problemas de indisciplina dos alunos e a direção atua na mediação de problemas. II. Se o absenteísmo docente e o adoecimento dos professores se dão por conta do clima instituído e das relações entre os grupos. III. Se há o uso do pulso firme no estabelecimento, visando a regras rígidas na organização da escola. IV. Se no estabelecimento há um ambiente democrático que valoriza/estimula a voz de vários agentes. Indique as opções que contêm as características de um bom gestor: A I e II. B I e III. Considerações �nais Neste conteúdo, analisamos como a gestão democrática exige e precisa de participação e autonomia. Para que essa participação seja efetiva, destacamos a necessidade de criar e estabelecer mecanismos a fim de que a comunidade se sinta parte da escola. Esses mecanismos, apontamos em seguida, precisam estar claros no organograma. Pontuamos ainda que a direção da escola deve estar aberta ao diálogo. Além disso, frisamos que toda instituição escolar tem sua cultura e que ela é feita por pessoas. Como é de conhecimento de todos, as pessoas têm sentimentos e humores – e é disso que é feito o clima da escola. Por fim, o que devemos ter em mente ao observar ou trabalhar em uma escola é o seguinte ponto: o que podemos fazer, organizar e estruturar para fazer essa instituição funcionar melhor e para gerar mais aprendizados e formação humana. C I e IV. D II e III. E III e IV. Parabéns! A alternativa C está correta. Problemas existem. O bom gestor atua sobre eles, busca se informar, pesquisa e, principalmente, mantém os princípios de gestão democrática em todos os momentos. A segunda opção dá um tom de clima ruim e não tem nenhuma atuação. Já a terceira se concentra em controle, o que é uma visão muito ultrapassada, pois mediar problemas e estabelecer um ambiente democrático é fundamental a um bom gestor. Podcast Agora, o professor Rodrigo Rainha encerra o conteúdo falando sobre a estrutura organizacional de uma escola. Referências BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. DIAS, J. A. Sistema escolar brasileiro. In: MENESES, J. G. de C. et al. Estrutura e funcionamento da educaçãobásica. São Paulo: Pioneira, 1998. p. 127-136. LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F. de; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2007. LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. São Paulo: Heccus, 2018. LÜCK, H. et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Petrópolis: Vozes, 2007. LÜCK, H. A gestão participativa na escola. Petrópolis: Vozes, 2013. LÜCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes, 2006. LÜCK, H. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Positivo, 2009. LÜCK, H. Gestão da cultura e do clima organizacional da escola. Petrópolis: Vozes, 2011. Explore + Indicamos as seguintes leituras: a) Pesquisa realizada em uma escola de ensino fundamental sobre clima e cultura organizacional PEREIRA, F. A. DE M.; OLIVEIRA, E. DE; TEIXEIRA, J. C. M. A influência do clima e cultura organizacional na gestão de uma escola do ensino fundamental. Qualitas Revista Eletrônica, v. 14., n. 3., 2013. b) Texto sobre a gestão escolar e o Ideb feito a partir de uma pesquisa em dez municípios cearenses VIDAL, E. M.; VIEIRA, S. L. Gestão educacional e resultados no Ideb: um estudo de caso em dez municípios cearenses. Estudos em avaliação educacional, v. 22., n. 50., p. 419-434. Publicado em: set./dez. 2011. Sugerimos também que você saiba mais sobre estes temas: a) LDB (Lei nº 9.394/1996) - Todo educador e gestor educacional precisa conhecer com profundidade o principal ordenamento legal da educação brasileira. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. b) Ideb - Entenda melhor como esse indicador influencia a vida da escola. BRASIL. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Ministério da Educação. Consultado na internet em: 15 set. 2021. Baixar conteúdo javascript:CriaPDF()
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