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Queixa de qualquer perda involuntária de fezes ou flatos. Caracterizada pela incapacidade de se manter um controle fisiológico do conteúdo intestinal em tempo e local adequados. Incontinência fecal: perda involuntária de fezes sólidas ou líquidas e inclui a incontinência passiva (soiling) sem sensação ou aviso, e a incontinência durante o coito com penetração vaginal. Incontinência a flatos: perda involuntária de gases. Urgência fecal ou retal: desejo súbito e urgente de defecar, difícil de ser adiado. Incontinência de urgência fecal ou a gases: perda involuntária de fezes ou gases associada ao sintoma de urgência. Defecação: processo coordenado de armazenamento e expulsão de fezes que depende do adequado peristaltismo intestinal, esfíncter anal interno e externo, MAP, e da pressão intra- abdominal. Incontinência Anal Sensorial: consiste na passagem de fezes sem a percepção do paciente, geralmente secundária ao prolapso retal e aos distúrbios neuropáticos. Incontinência Anal Motora: os pacientes têm consciência da necessidade de evacuar, mas são incapazes de controlar a defecação. Idade - Alterações anatômicas e fisiológicas associadas ao envelhecimento: o Baixa sensibilidade reto-anal; o Alterações no músculo puborretal e esfíncter externo; o Baixa complacência retal; o Degeneração do esfíncter anal interno. Outros fatores de risco: sexo (feminino), limitações físicas, partos traumáticos, IU, prolapso dos órgãos pélvicos e hipoestrogenismo. INTESTINO GROSSO: Formado por: cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide e reto. Reto: 2/3 reto e 1/3 canal anal. o Esfíncter anal interno: localizado entre o reto e o canal anal. o Esfíncter anal externo: localizado entre o canal anal e o ânus. o Ânus: porção final do reto. RETO: Função: armazenamento das fezes; Propriedade de complacência: capacidade de se estender para armazenar as fezes; Possui receptores de estiramento que ficam na porção externa e captam o aumento do volume do reto de acordo com o enchimento do conteúdo fecal. o Função: avisar ao SNC que a complacência já chegou ao seu limite. Reflexo retoanal inibitório: distensão retal progressiva, resulta no relaxamento do EAI e a contração simultânea do EAE. CANAL ANAL: Receptores de sensibilidade: responsáveis por avisar que temos o desejo de evacuar. Reflexo de amostragem: faz com que sejamos capazes de distinguir o conteúdo do canal anal – fezes X gases, sólido X líquido. ESFÍNCTER INTERNO: Musculatura lisa: controle involuntário. Inervação autônoma. o SNA simpático: L5; o SNA parassimpático: S1 – S3. Função: responsável pelo fechamento do canal anal em repouso. ESFÍNCTER EXTERNO: Músculo estriado: controle voluntário. Inervação somática: o Nervo pudendo: S1 – S4. Função: responsável pela manutenção da continência quando o conteúdo fecal encontra-se no canal anal. Enchimento retal; Distensão e inibição reflexa do EAI; Conteúdo retal entra em contato com epitélio inervado do canal anal => informação sensorial => percepção e discriminação entre fezes e gases no canal anal; Fezes ficam armazenadas no reto até a resolução de defecar ou até a complacência máxima; EAI relaxa => contração do cólon e do reto => EAE e puborretal relaxam; Sinais aferentes: aumento da profundidade da respiração, fechamento da glote e contração do abdômen. Suas fibras formam um anel ao redor da transição entre o reto e o ânus, que no repouso, mantém uma angulação aguda (90º - 115º) entre essas estruturas. Inervação: nervo pudendo. Ângulo retoanal. Ativação: contração durante aumento da PIA e estiramento retal. Função esfincteriana normal; Integridade neurológica; Sensação retal e anal preservada; Volume e consistência das fezes; Tempo de trânsito colônico normal; Capacidade de armazenamento retal. Mudança na consistência das fezes: o Abuso de laxantes; o Doenças inflamatórias do intestino; o Síndrome do intestino irritável. Redução da complacência retal: o Retirada cirúrgica em casos de tumores. Alterações da sensibilidade anal: o Neuropatias periféricas como DM. Comprometimento do controle neurológico central: o AVE; o Demências. Anormalidades no mecanismo esfincteriano: o Lesões obstétricas; o Iatrogenia cirúrgica; o Desordem neurológica desmielinizante; o Doenças inflamatórias. Alterações cognitivas; Imobilidade. HDA: História: o Início dos sintomas; o Circunstâncias das perdas; o Frequência das evacuações e das perdas; o Urgência: tempo de aviso; o Quantidade perdida; o Uso de proteção; o Consistência das fezes; o Incontinência: líquidos/sólidos/gases. o Sintomas anais: hemorroidas, pruridos; o Hábitos alimentares; o Uso de enemas/supositórios. História obstétrica/ginecológica/urológica; Avaliação dos demais sistemas + avaliação cognitiva + avaliação musculoesquelética; Cirurgias prévias; Medicamentos (enfatizar laxativos); Atividade física; EXAMES COMPLEMENTARES: Qualidade de vida: o Fecal Incontinence Quality of Life Scale (FIQLS); o Índice de Incontinência ou Escala de Wexner; o Fecal Incontinence Severity Index (FISI); o Diário semanal de funcionamento intestinal: horário, consistência, urgência para defecar, perda de fezes, consistência das fezes perdidas. EXAME FÍSICO: Inspeção: o Liberações, fibroses; o Cicatrizes, hemorroidas; o Prolapso, hipotrofia; o Coloração, simetria. Palpação: o Sensibilidade; o Pontos de tensão/dor: EVA; o Controle e coordenação dos MAP; o PERFECT (força, resistência, potência); o Identificação de áreas hipertônicas e hipotônicas. OBJETIVOS: Melhorar o hábito intestinal; Minimizar as incapacidades funcionais; Informar os fatores capazes de provocar ou agravar a incontinência e as possibilidades terapêuticas; Aumentar a capacidade funcional do AP, através da melhora da coordenação, força e Endurance muscular e da sensibilidade anorretal. TREINAMENTO PARA OS MAP: Os exercícios propostos para IU também são indicados para a abordagem de pacientes com IA; Conscientização/Aprendizado Motor (erros comuns): o Contração da musculatura abdominal, adutores de quadril e glúteos; o Parar de respirar; o Inspiração profunda elevando o corpo; o Forçar para fora. Palpação anal: o Fundamental para feedback entre fisioterapeuta e paciente sobre a presença e qualidade da contração muscular; o Usar compressão de dedos da paciente. Cinesioterapia com palpação digital – Parâmetros: o Tipo de exercício – Grau de tensão das contrações: Contrações máximas: Fibras tipo 2. Comando: aperte o ânus como se fosse prender o xixi com o máximo de força usando apenas os músculos do períneo. Contrações submáximas: Fibras tipo 1. Comando: aperte o ânus como se fosse prender o xixi com 70% da força usando apenas os músculos do períneo. o Duração: a fadiga do EAE pode ser a principal causa pela IA (aumento progressivo do tempo de sustentação das contrações); o Repetições; o Períodos de repouso; o Progressão associada a resistência pela gravidade; o Frequência diária e semanal. o 1 sessão mensal com fisioterapia + programa domiciliar = EFETIVO. Terapia Manual: técnicas de manipulação, mobilização: o Avaliar tecidos (elasticidade, pontos de dor e tensão); o Dessensibilização, inibição de trigger points, quebra de fibroses, liberação de aderências; o Feedback na reabilitação muscular e no ganho de consciência corporal. Biofeedbacks – Efeitos: o Conscientização; o Evitar contração de músculos sinergistas; o Melhorar e treinar a contração; o Melhorar a sensação anorretal (manométrico); o Motivação; o Documentar progresso; o Fatores associados aos resultados mais significativos: Treinamento com percepção da sensaçãoretal; Inibição de músculos que aumentam a PIA; Melhores resultados após 4 sessões, treinamento domiciliar e experiência do terapeuta (inferências). Eletroestimulação: o Indicação: Propriocepção: contração dos MAP; Inibição da urgência. o Parâmetros: Eletrodos: anal, vaginal, cutâneo; Frequência: Para inibição de urgência: 4Hz; Para propriocepção: 50Hz. Tempo: 15 a 30 minutos ou séries e repetições; Mínimo de 3x/semana.
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