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Leucose Enzoótica Bovina - Doenças Infecciosas dos Animais Domésticos

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● Introdução: Doença infectocontagiosa, mul-
tissintomática com evolução crônica e difícil re-
conhecimento precoce, visto manifestação em 2 a 
5 anos após a infecção. Pode exibir forma clássica 
com desenvolvimento de massas tumorais. 
● Importância: Diminui a produção de leite, 
aumenta a taxa de descarte precoce, aumenta o 
intervalo entre partos e diminui outros índices re-
produtivos. 
● Etiologia: Causada por um Deltaretrovirus 
que infecta principalmente linfócitos B. O capsídeo 
apresenta simetria icosaédrica e é envolvido por 
um envelope derivado da membrana celular do 
hospedeiro. 
 ➤ Replicação: Como um retrovírus, é de RNA e 
apresenta a enzima transcriptase reversa, respon-
sável por sintetizar uma molécula de DNA viral a 
partir da maquinaria da células hospedeira; e a 
enzima integrase, responsável por acoplar o DNA 
formado no genoma da célula. As partículas virais 
replicadas são emitidas por brotamento para in-
fectar outras células. 
 ☞ Latência: Após acoplado ao genoma, pode 
permanecer em latência por longos anos. Gatilhos 
como imunossupressão podem desencadear a sin-
tetização de novas partículas virais. 
 ➤ Resistência: É inativado por álcool, éter e 
clorofórmio; aquecimento a 56°C por 30 minutos 
ou pasteurização. Sobrevive no sangue, sendo 
fonte de infecção, mesmo quando estocado a 4°C 
por até 2 semanas. 
● Epidemiologia: É de distribuição cosmopo-
lita e de frequências individuais por rebanhos. 
Animais velhos entre 4-8 anos e de criação 
intensiva estão mais susceptíveis. No Brasil é am-
plamente difundido. 
 ➤ Transmissão: É pela transferência de san-
gue, principalmente por forma iatrogênica, como 
utilização de equipamentos contaminados, e por 
mosquitos e tabanídeos. Além disso, leite, colostro 
e sêmen também podem atuar na transmissão. 
● Patogenia: A infecção subclínica é indicada 
por alterações nas respostas imunes e aumento na 
titulação de IL-10. A resposta imune humoral a-
presenta estruturas alteradas e baixa concentra-
ção de IGM; já a resposta imune possui queda de 
linfócitos, monócitos e granulócitos. A forma de 
linfocitose persistente (30% dos casos) demonstra 
proliferação policlonal de linfócitos B e expressão 
gênica anor-mal com liberação de ILs. 
 ➤ Neoplasias: São principalmente linfocitomas 
e se desenvolvem em 1-5% dos casos após 2 anos 
de infecção. As massas são firmes e de coloração 
branca. Há 3 hipóteses de desencadeamento: 
 ☞ Primeira Hipótese: Expressão transitória de 
gene PAX induz codificação de proteínas não es-
truturais regulatórias que aumentam a transcrição 
da região do LTR viral, afetando os genes de cres-
cimento celular. 
 ☞ Segunda Hipótese: Mutações do DNA indu-
zidas pelo genoma viral, como deleções, amplifi-
cações e translocações. 
 ☞ Terceira Hipótese: Transformação celular re-
sultante de recombinação genética viral com in-
tegração à oncogênese celular 
● Sinais Clínicos: Animal constantemente a-
doecido, adenomegalias, caquexia e sintomas de 
acordo com área focal afetada: insuficiência car-
díaca, indigestão, paralisia de membros inferiores 
e exoftalmia. 
● Tratamento: Não há. 
 
 
● Diagnóstico: É dificultoso na clínica. O hemo-
grama pode demonstrar linfocitose. O teste soro-
lógico é o mais indicado, detectando a proteína 
gp51 viral de superfície do envelope, sendo ele o 
IDGA. O PCR pode ser realizado em animais com 
menos de 7 meses e de resultado positivo, diferen-
ciando do consumo de colostro. 
 ➤ Diferencial: Tuberculose, raiva, pericardite e 
endocardite. 
● Profilaxia e Controle: Desinfecção de ins-
trumentos, controle de tabanídeos e mosquitos, 
banco de colostro, eliminação de animais positi-
vos, testes no rebanho a cada 6 meses. Não há va-
cina.

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