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Revolução Russa

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Revolução Russa
Durante os anos de 1917 para frente, a Rússia, país situada no continente asiático e europeu, se viu numa grande mudança em seu estilo social, político e econômico. Através de uma série de eventos políticos, o país passou de um regime absolutista czarista ao estabelecimento de um regime socialista, comandado pelo partido bolchevique, que resultou na criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (ou URSS), trazendo ao mundo inúmeras transformações e conflitos. 
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, sem industrialização e modernização, e que passava por inúmeros problemas, principalmente de miséria, pobreza, desemprego e fome, gerando grande descontentamento na população, principalmente, pelas altas cobranças de impostos, que serviam para o sustento da nobreza.
A partir desse descontentamento, a população resolveu realizar uma manifestação, com o objetivo de entregar um abaixo-assinado ao czar, pedindo melhorias. Porém, como reação, o czar manda o exército fuzilar esses manifestantes, provocando a morte de milhares de pessoas e mais protestos no país. Esse episódio ficou marcado como o Domingo Sangrento.
Diante da pressão revolucionária, o czar promulga uma Constituição, que torna a Rússia, uma monarquia constitucional, ganhando tempo para se organizar contra as agitações sociais. Em contrapartida, começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos; palavra com significado de conselho) e paralelamente, partidos políticos como o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), que se dividia em duas frações principais, os bolcheviques e os mencheviques.
Os bolcheviques (“maioria” em russo), sob a liderança de Vladimir Lenin, acreditavam que o governo deveria ser diretamente controlado pelos trabalhadores, ideia advinda de Karl Marx, que defendia que a classe operária, tomando consciência da exploração e da desigualdade do sistema capitalista de produção, deveria se unir e lutar por um mundo muito melhor do que aquilo que estava posto para ela. A partir disso, a revolução proletária seria responsável direta pelas transformações que modernizariam a economia russa e daria fim aos contrates sociais que marcavam o país, implantando de forma imediata, esse novo regime e utilizando da ideia da luta armada.
Já os mencheviques (“minoria” em russo), liderados por Georgy Plekanov e Yuly Martov, acreditavam que a burguesia era quem deveria liderar após a queda do czar e que conquistariam o poder através de vias normais e pacíficas como, por exemplo, as eleições. Apesar de defenderem a implantação do socialismo na Rússia, os mencheviques acreditavam que a transição para esse tipo de governo deveria ser gradual e feita por reformas políticas e econômicas, realizando assim, uma interpretação ortodoxa dos conteúdos do pensamento marxista.
Após um período de “tranquilidade”, depois da instauração da monarquia constitucional, a população russa percebeu que essa liberdade política, que teoricamente haviam recebido, quando o parlamento foi criado, não se verificou na prática, na qual o czar continuava concentrando grande parte do poder e o Parlamento tinha suas ações limitadas. 
O estopim para a deposição do czar, ocorreu em 1914, após o assassinato de Francisco Ferdinando, que deu início a primeira guerra mundial, no qual o czar Nicolau II, partiu em defesa dos aliados sérvios e logo lutava com a Tríplice Entente. Com essa entrada na guerra, os gastos com o conflito aprofundaram a pobreza no país e prejudicaram a Rússia nos campos de batalha, pois até mesmo com falta de munição as forças russas sofriam. A crise socioeconômica e a insatisfação do povo levaram ao acontecimento de inúmeras manifestações, com greves se iniciando em São Petersburgo e que se espalharam por vários centros industriais. Com todo apoio para essas manifestações, o czar, sem outro caminho, é forçado a abdicar o poder.
Após a abdicação do czar, surge uma “etapa democrático-burguesa”, constituída de um Governo Provisório, resultante de uma aliança entre o soviete de Petrogrado, que era controlado por trabalhadores e militares, e um poder central controlado pela burguesia liberal. Com o surgimento desse governo, é realizado de forma imediata, diversas reformas liberalizantes como anistia para presos políticos, liberdade de imprensa, redução da jornada de trabalho para 8h e a abolição da corporação policial e sua substituição por uma milícia popular.
 Entretanto, tal etapa de governo provisório, não se mostra fortemente firmada, sofrendo pressões dos sovietes, e conflitos gerados por conta da dualidade dos interesses burgueses e proletários, principalmente com o fato e a discordância de o país continuar ou não na guerra. Por conta disso, os bolcheviques, liderados por Lenin e Trotsky, organizaram um congresso onde defendiam lemas como: “Paz, terra e pão” e “Todo o poder aos sovietes”, que retirariam a Rússia da guerra e dissolveria o Governo Provisório.
 Lenin e Leon Trotsky foram os principais responsáveis pelo encaminhamento da revolução a um caráter bolchevique, junto com um cenário provocado pela Primeira Guerra Mundial, que os deu as condições necessárias para tanto, como acentuou o pesquisador Silvio Pons: 
“A visão revolucionária de Lenin nasceu em estreita interação com a experiência e a psicologia da guerra. Ela se robustecia mais com o próprio esquematismo do que com sua retaguarda intelectual, empregando a legitimidade marxista com vistas a uma ruptura política. Lenin compreendeu que a guerra mundial, iniciada como guerra entre estados, trazia o risco de profundo dilaceramento na ordem civil europeia. E, ao mesmo tempo, via as potencialidades que a mobilização bélica e seu impacto social apresentavam para a explicitação de uma nova política de massas”. (PONS, Silvio. A revolução global: história do comunismo internacional, 1917-1991. Rio de Janeiro: Contraponto Editora; Brasília: Fundação Astrojildo Pereira, 2014. p.50)
Assim, ganhando a confiança do povo, após se tornarem porta-voz das necessidades e reivindicações dele e representando os interesses dos trabalhadores, em outubro de 1917, depois de terem se organizado durante meses, operários e camponeses, sob a liderança de Lenin, tomam o poder, derrubando o governo provisório e instauram o Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lenin. Começava, assim, a nova fase da Revolução Russa.
A partir desse episódio, conhecido como Revolução de Outubro ou Revolução Bolchevique, iniciou-se inúmeras mudanças no sistema econômico russo. Terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e concedidas aos camponeses, as indústrias passaram a ser controladas pelos operários e os bancos foram estatizados. Essas ações eram realizadas pelos ideais marxistas, de que sem propriedade, não haveria exploradores (proprietários) e explorados (proletariados).
Com a tomada de poder, o primeiro ato importante do novo governo foi retirar a Rússia da guerra. Para isso, em 1918, foi assinado o Tratado de Brest-Litovsk com as Potências Centrais. Este determinava a entrega da Finlândia, Países Bálticos, Polônia, Ucrânia e Bielorrússia, além de distritos no Império Otomano e na região da Geórgia. Além disso, instituíram o unipartidarismo, que permitia que somente um partido existisse, sendo ele, o Partido Comunista Russo (antigo POSDR). Com isso, o governo adquiria características de autoritário, afastando-se dos ideais de igualdade e liberdade.
Sem aceitarem todos os acontecimentos, com a perda do comando do país e a saída da guerra, os mencheviques se aliam aos aristocratas (antiga família real), apoiados e financiados pelo Reino Unido, França, Japão e Estados Unido, e reagem contra essa tomada de poder. O Exército Branco (mencheviques), então entra em confronto direto com o Exército Vermelho (bolchevique) e, em 1918, o país mergulha em uma guerra civil.
Como não recebiam financiamento externo, os bolcheviques implantaram uma política econômica chamada de “comunismo de guerra” para conseguirem sesustentar nesse combate contra o Exército Branco. Assim, o governo confisca toda a produção russa para destiná-la à guerra e persegue a oposição, considerada “antirrevolucionária”.
Em 1921 o Exército Vermelho derrota seus inimigos e “salva” a Revolução Russa, porém, paga um alto preço por isso, causando uma paralisação completa da economia. Para reverter esse problema, Lenin adota a Nova Política Econômica (NEP), que foram uma série de medidas capitalistas temporárias. Assim, o governo autoriza entrada de capital estrangeiro no país para que fosse possível a instauração do socialismo.
Foi somente no ano de 1922, que se foi estabelecido a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), sob liderança de Lenin. Após sua morte, em 1924, iniciou-se uma luta pelo poder entre Trotsky e Stalin, que acabou com a derrota de Trotsky e sua expulsão do país. Com a entrada de Stalin ao poder, a revolução russa chega ao fim e se instaura uma das mais violentas ditaduras totalitárias da história, ao mesmo tempo que passava por um crescimento econômico vertiginoso.
A partir desse estilo de governo, foi instaurado inúmeras perseguições aos opositores, incluindo muitas personalidades importantes de 1917, como o chefe do Exército Vermelho, Leon Trotski, que mesmo depois de expulso, em 1940, é morto na cidade do México, por um assassino a serviço de Stalin. 
O fim da URSS, causada por inúmeras crises, descontentamentos e enfraquecimento do partido, se dá em 1989, simbolizada com a queda do muro de Berlim, com a data oficial em dezembro de 1991, após a renúncia de Mikhail Gorbachev, presidente da URSS da época, pondo fim à experiência histórica do comunismo, como um projeto alternativo ao capitalismo liberal.
Apesar da queda da URSS, a revolução russa trouxe inúmeros impactos e consequências para a época e até para os dias atuais. Mesmo instaurando o regime socialista em alguns países, é notório que a proposta inicial e os ideais propostos não foram seguidos, muitas vezes deixados de lado pelos líderes, para não perderem o poder, se distanciando dos ideais de igualdade e liberdade que o socialismo prega. 
Assim, podemos dizer que na realidade, quando ocorreu a revolução bolchevique, foi instaurado uma sociedade parcialmente comunista, por não alcançarem todos os ideais, que foram propostos.
Figura 1: Tabela com as diferenças entre socialismo e comunismo
	
	Socialismo
	Comunismo
	Definição
	Sistema econômico que procura alcançar a igualdade entre os membros da sociedade, mantendo os bens de produção como bens coletivos.
	Sistema econômico e político que defende uma sociedade sem classes. Nele, os meios de produção e outros bens pertencem ao governo e a produção é dividida igualmente entre todos.
	Sistema político
	Pode coexistir com diferentes sistemas políticos, mas a maioria dos socialistas defende a democracia participativa.
	Uma sociedade comunista é apátrida, pois toda a classe trabalhadora seria unida por um ideal maior que o da pátria.
	Filosofia
	Cada um contribui de acordo com suas habilidades e recebe de acordo com sua colaboração.
	Cada um coopera de acordo com suas habilidades e recebe de acordo com suas necessidades.
	Primeiros remanescentes
	Em 1516, quando Thomas More escreve em seu livro "Utopia", sobre uma sociedade baseada na propriedade comum.
	Foi teorizado em meados do século 19, por Karl Marx e Friedrich Engels, como a alternativa ao capitalismo.
	Propriedade privada
	Existem dois tipos de propriedade:
· Propriedade pessoal (itens que pertencem ao indivíduo, como casa e roupas);
· Propriedade pública, que inclui os meios de produção. Estes são de propriedade do Estado, porém sob controle dos trabalhadores.
	Não existe. O conceito de propriedade é substituído pelo de bens comuns.
	Estrutura social
	As distinções de classe são diminuídas. O status resulta principalmente das distinções políticas e não das distinções de classe.
	Não existem distinções de classe. Todos são proprietários dos meios de produção e seus próprios empregados.
	Sistema econômico
	Os meios de produção são propriedade de empresas públicas ou cooperativas. Os indivíduos são compensados com base no princípio da contribuição individual.
	Os meios de produção são de propriedade comum e a produção é organizada apenas para atender às necessidades humanas.
	Movimentos políticos
	Socialismo democrático, socialismo libertário, anarquismo social e sindicalismo.
	Comunismo marxista, leninismo e marxismo-leninismo, estalinismo, trotskismo, maoismo.
	Exemplos na história
	Exemplos históricos socialistas incluem a Comuna de Paris, a Hungria, a Romênia e a Bulgária. Entretanto, nenhum destes continua a ter governos socialistas.
	Os principais partidos comunistas incluem o Partido Comunista da União Soviética (1912-1991), o Partido Comunista da China (1921-presente), o Partido dos Trabalhadores da Coreia (1949-presente) e o Partido Comunista de Cuba (1965-presente).
Disponível em: <https://www.diferenca.com/socialismo-e-comunismo/>
Apesar de diversos países tentarem instaurar um regime comunista, nenhum deles conseguiu um estado que seguisse à risca esses ideais. A União Soviética, a China, o Vietnã, Cuba e a Coreia do Norte são os exemplos mais próximos, embora nenhum deles tenha alcançado uma estrutura puramente comunista. Dentro desses regimes, apesar de o governo possuir um papel dominante, eles nunca alcançaram o fim da propriedade pessoal, a abolição do dinheiro e a eliminação dos sistemas de classe. 
A partir dessa análise, podemos inferir que esses ideais nunca conseguirão serem obedecidos à risca, visto que cada país possui uma condição e uma história por trás diferente, trazendo individualidade e características próprias, que foram deixadas de lado quando essas teorias foram criadas. Seja qual tipo de regime for, socialista, comunista ou capitalista, eles sempre se darão de formas diferentes em cada lugar, por conta do contexto histórico que é inserido, fato que é observado ao longo da história.
Com a tentativa de instaurar o regime socialista/comunista em diversos países, o mundo, após a segunda guerra mundial, viu-se num conflito entre escolher o regime capitalista ou o socialista, conhecido como guerra fria. Tal tensão foi protagonizada pelos Estados Unidos, liderando o regime capitalista e a URSS, com o regime socialista. A partir desse conflito, alguns países aderiram a escolha de um dos regimes, que apresentam diferenças em sua funcionalidade.
Figura 2: Tabela com as diferenças entre o capitalismo e o socialismo 
	
	Capitalismo
	Socialismo
	Definição
	O capitalismo é uma teoria ou sistema de organização social baseado no mercado livre, na propriedade privada e suas operações têm fins lucrativos. No sistema, a propriedade pertence aos indivíduos ou a empresas.
Esse sistema defende a liberdade de escolha do consumidor.
	O socialismo é uma teoria ou sistema de organização social baseado na exploração dos bens em comum, onde a propriedade é atribuída aos trabalhadores e em última instância, ao Estado.
No socialismo, o estado controla a economia, sendo responsável por planejar a exploração e a distribuição dos bens produzidos.
	Ideais
	Há duas correntes principais no capitalismo. Uma delas defende que o Estado deve intervir diretamente na economia sendo um investidor a mais. Por outro lado, existem aqueles que defendem que a intervenção do governo na economia deve ser mínima por acreditar que o mercado livre produz um melhor resultado econômico para a sociedade.
De todas as formas, ambas correntes enfatizam o lucro individual e não os trabalhadores, o que beneficiará a sociedade como um todo. Este é um dos principais pontos criticados entre os céticos deste sistema econômico.
	No socialismo, a propriedade privada deixaria de existir. As indústrias em larga escala devem ser bens coletivos e, portanto, o retorno desses organismos deve beneficiar toda a sociedade.
Busca a transformação da sociedade por meio da distribuição equilibrada de propriedades e riquezas, diminuindo assim a distância entre ricos e pobres.Além disso, todos os indivíduos devem ter acesso a artigos básicos de consumo.
	Principais defensores teóricos
	Adam Smith, Friedrich Hayek, Karl Polanyi, Richard Cantillon, Émile Durkheim, Alfred Marshall, etc.
	Karl Marx, Vladimir Lenin, Friedrich Engels, Charles Fourier, Robert Owen, etc.
	Sistema político
	O capitalismo pode coexistir com uma variedade de sistemas políticos, incluindo ditadura, democracia representativa, república ou monarquia parlamentarista, etc.
	Também pode coexistir com diferentes sistemas políticos, porém a maioria dos socialistas defende a democracia participativa, que garante a possibilidade de interferência direta dos cidadãos em processos de decisão do Estado.
	Estrutura social
	As classes existem de acordo com sua relação com o capital. Os capitalistas possuem os meios de produção, recebendo os lucros provenientes deste, já a classe trabalhadora depende dos salários.
	As distinções de classe são diminuídas. Assim, o status deriva mais das distinções políticas do que das distinções de classe.
	Propriedade privada
	Com a proteção do Estado, toda propriedade é transformada em capital, que pode ser utilizado de diversas formas. Os direitos de propriedade funcionam dentro de um sistema de propriedade formal, em que todas as propriedades e operações devem ser registradas.
	A propriedade é pública (ou coletiva), incluindo os meios de produção, que pertencem ao Estado, mas são controlados pelos trabalhadores.
	Livre escolha
	Todos os indivíduos tomam as próprias decisões e devem viver com as consequências de suas ações. Isso não quer dizer que não sejam bombardeados com mensagens de consumo que pode cercear sua liberdade de escolha.
A liberdade de escolha permitiria que os consumidores impulsionassem a economia.
	O indivíduo tem sua liberdade condicionada pela ideologia do Estado.
	Coordenação Econômica
	É o mercado que determina as decisões de investimento, produção e distribuição.
Em menor medida, o Estado também pode decidir para onde vai o capital.
	O socialismo depende de um planejamento dirigido por um Estado para determinar a produção e como serão feitos investimentos.
	Exemplos
	Grande parte da economia mundial moderna opera de acordo com os princípios do capitalismo, porém, os Estados Unidos da América são amplamente considerados o principal exemplo.
	Países socialistas são aqueles cujas constituições declararam extinta a propriedade privada. Exemplos incluem a China (ainda que nos últimos anos venha sofrendo mudanças consideráveis), Coreia do Norte, Cuba, etc.
	Estrutura de propriedade
	Os meios de produção são de propriedade privada, sendo operados e negociados para gerar lucro aos proprietários.
As empresas podem ser de propriedade de indivíduos, cooperativas de trabalhadores ou acionistas.
	Os meios de produção são de propriedade social, sendo o lucro distribuído entre a sociedade (nos casos de propriedade pública), ou para todos os funcionários-membros da empresa (nos modelos de propriedade cooperativa).
	Movimentos políticos
	· Liberalismo clássico;
· Liberalismo social;
· Libertarianismo;
· Neoliberalismo;
· Social-democracia moderna.
	· Socialismo democrático;
· Socialismo libertário;
· Comunismo;
· Anarquismo social;
· Sindicalismo.
	Primeiros remanescentes
	As ideias de comércio, compra e venda, existem desde o início da civilização.
Já o capitalismo de livre mercado (laissez-faire) foi trazido ao mundo durante o século 18 por John Locke e Adam Smith, como uma alternativa ao mercantilismo.
	Em 1516, Thomas More escreveu sobre uma sociedade baseada na propriedade comum dos bens, em seu livro chamado "Utopia".
Posteriormente, na criação das bases das teorias socialistas vieram Conde de Saint-Simon, Charles Fourier, Louis Blanc e Robert Owen, considerados "socialistas utópicos".
Disponível em: <https://www.diferenca.com/capitalismo-e-socialismo/>
Dentro do Brasil, o regime adotado foi por muito tempo e continua sendo, o capitalismo. Porém, com a influência da revolução russa, muitas mudanças no âmbito trabalhista, aconteceram. A aprovação dos primeiros direitos trabalhistas no país, de modo a amenizar a exploração nas fábricas e baixar a fervura das agitações operárias, ocorreram devido a essa inspiração da revolução bolchevique. 
No Brasil, até o final da década de 1910, os donos dos meios de produção, exploravam sem pudor os subordinados. Em geral, os empregados trabalhavam mais de 12 horas por dia e recebiam salários irrisórios. Não havia férias nem aposentadoria. Muitas vezes, os ambientes de trabalho eram insalubres. E dentro da constituição, não havia lei que amparasse o proletariado, sendo sempre excluídos de projetos de lei, por conta da preocupação com o efeito eleitoral que os políticos da época tinham, uma vez que só quem era representado pelos poderes, eram os patrões.
Assim, com essa realidade parecida com a do operário russo e temendo a manifestações a favor da implantação do socialismo, o governo brasileiro se viu obrigado a aprovar as primeiras leis trabalhistas do país. Foram criadas leis que limitavam a carga de trabalho nas fábricas a 8 horas por dia ou 48 horas por semana, a criação das bases do sistema de aposentadorias e, ao mesmo tempo, impedia as demissões arbitrárias e também, foi criada uma lei que proibia o trabalho das crianças de até 11 anos. 
“A burguesia fez concessões no campo da legislação trabalhista, mas não porque fosse boazinha. Ela foi obrigada a ceder. O exemplo da Revolução Russa assustava as classes dominantes - explica a historiadora Anita Leocadia Prestes, filha do líder comunista Luís Carlos Prestes e autora do livro recém-lançado Olga Benario Prestes – uma comunista nos arquivos da Gestapo (Boitempo Editorial).”
Além dessas mudanças, no Brasil ocorreu a criação de sindicatos, que são inspirados pelo socialismo e comunismo, e no ano de 1922, ocorreu a fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB), que vem com o objetivo de trazer os ideais deste regime para o país, trazendo novos ideias para a política brasileira. Apesar da total liberdade para a exerção desse partido, este foi e continua sendo alvo de inúmeras críticas e rejeições, porém, com menor repressão na atualidade. 
Na política atual brasileira, é notório que a população vem cada vez mais, confundindo os conceitos de socialismo e comunismo, sendo todos tratados com desprezo pela direita mais radical, como os “esquerdistas”. Na concepção atual, o conceito de socialismo e comunismo são tratados como sinônimos e cada vez mais, a política se torna mais polarizada, sendo os de centro, esquecidos, no qual ou escolhe a esquerda ou a direita, trazendo semelhanças da guerra fria, que “obrigava” ao país escolher um lado, sem que houvesse um meio termo. 
Assim, podemos notar que a partir desse processo revolucionário, as sociedades no mundo, passaram a poder escolher entre regimes diferentes, trazendo grandes impactos geopolíticos, políticos, sociais, econômicos e ideológicos. Com a revolução russa, inúmeras mudanças ocorreram, principalmente no âmbito do trabalho, trazendo uma busca por maior dignidade para os trabalhadores e apesar de não estar presente em todos os países, ela se torna um motivo para que os governos capitalistas não parem de trabalhar a favor do povo, por conta de certa pressão que o regime exerce e continuará exercendo.
Referências Bibliográficas
Livros/ Artigos 
· PONS, Silvio. A Revolução Global – História do comunismo internacional (1917-1991). (trad. Luís Sérgio Henriques) Rio de Janeiro: Contraponto; Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, 2014. p. 67.
Sites 
· MORAIS, Pâmela. Revolução Russa de 1917: o que mudou?. Politize. 7 de jan. de 2019. Disponível em: <https://www.politize.com.br/revolucao-russa-entenda/>
· PINTO, Pinto. História da Revolução Russa. História do Mundo. Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/revolucao-russa.htm>
· BEZERRA, Juliana. Revolução Russa (1917). Toda Matéria. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/revolucao-russa/ >
· FERNANDES, Cláudio. Revolução Russa. MundoEducação. 7 de jan. de 2019. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/revolucao-russa.htm>
· Revolução Russa de 1917. Só História. Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/ef2/revolucaorussa/#:~:text=A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Russa%20de%201917,o%20controle%20do%20partido%20bolchevique.>
· Revolução Russa de 1917 (continuação). Só História. Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/ef2/revolucaorussa/p1.php>
· GOMES, Cristiana. Revolução Russa. Infoescola. Disponível em: <https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/>
· FERNANDES, Cláudio. Revolução Russa (1917). Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-russa.htm>
· BEZERRA, Juliana. Fim da URSS. Toda Matéria. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/fim-da-urss/>
· BEZERRA, Juliana. Socialismo e Comunismo. Diferença. Disponível em: < https://www.diferenca.com/socialismo-e-comunismo/>
· TEIXEIRA, Silvana. Influência de Carl Marx para a Revolução Russa. CPT. Disponível em: <https://www.cpt.com.br/serie-professor-eventual/artigos/influencia-de-carl-marx-para-a-revolucao-russa>
· WESTIN, Ricardo. Deflagrada há 100 anos, Revolução Russa também mudou o Brasil. Agência Senado, 6 de nov. de 2017. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/deflagrada-ha-100-anos-revolucao-russa-tambem-mudou-o-brasil>
Imagens 
· Figura 1: <https://www.diferenca.com/socialismo-e-comunismo/>
· Figura 2: <https://www.diferenca.com/capitalismo-e-socialismo/>

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