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DIFICULDADES E DISTÚRBIOS NA APRENDIZAGEM Estudo de Caso Professores: Dra. Cecília Iacoponi Hashimoto Dr. Tatiana dos Santos Me. Ana Paula Raupp Pereira Me. Deise Aparecida Curto da Costa Me. Fernando Wolff Mendonça Me. Tatiana Lima de Almeida 2 Unicesumar estudo de caso A família de Amarílis (7 anos) procurou uma escola da rede pública, em um município situado no interior do Estado de São Paulo, para matrícula da menina no primeiro ano do ensino fundamental. A diretora informou aos pais que estudantes com deficiência só poderiam ser incluídos se atendessem aos padrões esperados daquele tipo ideal de educando. No momento da matrícula, os casos de deficiência eram encaminhados à sala da Direção, que fazia a avaliação preliminar para ver se o aluno teria condições de estudar naquela escola. Havia duas respostas para a avaliação da diretora: 1. “Nesse caso não dá para incluir”, 2. “Nesse caso dá para incluir”. Amarílis é uma menina de 7 anos com diagnóstico de deficiência intelectual. Permaneceu até essa idade em Escola de Educação Infantil, na qual permanecia em uma mesa da sala ao lado da mesa da professora, sempre recebendo atividades diferentes daquelas destinadas às crianças da mesma idade. Amarílis realizava atividades de pintura e de cópia do alfabeto. No desenvolvimento cognitivo, a criança demonstra pouca capacidade de raciocínio. Necessita de uma atenção direta e um estímulo constante, porque demonstra uma grande insegurança durante o desenvolvimento das atividades. Quando recebe instruções claras e precisas em relação às atividade propostas, que se ajustam às suas possibilidades, consegue realizar o que é solicitado. Consegue compreender instruções e desenvolver atividades ligadas à vida diária. No entanto, não consegue se concentrar e participar das atividades que envolvam demais pessoas, como os jogos e outras brincadeiras. Possui boa articulação da linguagem e con- segue estabelecer diálogos com aqueles com os quais convive diariamente. Em relação ao desenvolvimento social e afetivo, tem dificuldades no relacionamento com crianças da mesma idade. Contudo, se adequa aos relacionamentos com adultos em geral. Não consegue adaptar-se com facilidade às mudanças e mostra-se retraída quando está em um novo ambiente. Em relação ao desenvolvimento físico, apresenta crises de epilepsia, que vêm sendo contro- ladas por meio de medicação com indicação do neurologista que faz seu acompanhamento. Apresenta dificuldades na leitura e escrita, porém consegue identificar imagens e sím- bolos. Compreende histórias a partir da audição, quando lidas por outras pessoas. Consegue fazer cópia, no entanto, ainda não escreve. Conhece as letras do alfabeto, principalmente as vogais. Unicesumar 3 estudo de caso Tem grande interesse por gibis e histórias em quadrinhos, nas quais consegue acompa- nhar o enredo pelas imagens e expressões das personagens. A diretora da escola pediu que Amarílis escrevesse o seu nome em uma folha e, em seguida, escrevesse as sílabas que tivesse aprendido no ano anterior. A menina apenas de- senhou, pois a sua escrita só ocorria a partir da cópia. Após a avaliação da diretora da escola, Amarílis teve o parecer: 2. “Nesse caso não dá para incluir”, sem maiores justificativas. Neste momento surgem as questões: Quem disse que o aluno não tem condições porque não sabe escrever? Quem elegeu esses parâmetros utilizados pela diretora? Os pais de Amarílis ficaram sem saber a quem recorrer para resolver essa situação, pois essa escola é a mais próxima de sua residência, e seria extremamente dispendioso ter que ir para outra região todos os dias para que a menina pudesse frequentar a escola. Sabemos que a inclusão não possui uma receita geral, capaz de ser aplicada em qualquer situação. Incluir é um permanente exercício de tentativa e erro, não há fórmula ou critério para determinar se e quando os educadores devem parar de tentar. De acordo com a Prof. Dra. Maria Teresa Égler Mantoan (2016), cada processo de inclu- são é aprendido durante a sua construção, não há como prever os desafios de cada caso. Os educadores devem estar abertos ao novo e ao inesperado, prontos para refletir suas prá- ticas e criar novas estratégias. A legislação é o fio condutor, no entanto, só se aprende a incluir incluindo, de forma a desencadear um processo a partir do qual as premissas teóricas e arranjos práticos da edu- cação sejam problematizados e redesenhados. No caso de Amarílis, quais medidas os pais devem tomar? Quais as possibilidades de trabalho com essa aluna? De que maneira os professores podem pensar em um processo de inclusão para Amarílis? De que maneira um supervisor de ensino poderia intervir em tal situação na qual a di- retora se diz capaz de avaliar caso a caso, definindo quem pode e não pode ser atendido? 2º momento de reflexão: O grupo de professores da escola Descrição da Situação-problema 4 Unicesumar estudo de caso Vamos imaginar que essa escola recebeu, no início do ano, um novo grupo de professores. Na primeira reunião pedagógica, a coordenação alerta para os casos de alunos caracterizados como público-alvo da Educação Especial matriculados. A coordenação cita vários casos e, alguns professores, além de se manifestarem contra a matrícula desses alunos, ainda afirmam não saber como trabalhar com eles, apoiando a posição da diretora a respeito da avaliação inicial para a matrícula. No entanto, três professores recém-formados, que acabaram de chegar na escola, ques- tionam a direção: • Como é conceituada e abordada a inclusão escolar no Projeto Político Pedagógico da escola? • A escola oferece Atendimento Educacional Especializado? Como é organizado? • Temos um Plano de Atendimento Individual desses alunos? E os relatórios de acompanhamento dos anos anteriores? Resolução da Situação-problema: Para resolver essa situação-problema, você precisa retomar os conteúdos explorados na dis- ciplina, para refletir sobre como a escola deve se organizar para receber o público-alvo da Educação Especial. Como devemos organizar políticas e ações que contribuem para o de- senvolvimento de cultura inclusiva? Pense em quais pontos poderiam ser trabalhados. Quais são os primeiros passos para pensar a condição desses alunos e qual é o papel de cada ator pedagógico envolvido com a comunidade escolar? Referências: MANTOAN, T. E. Inclusão Social: o que é? Por quê? Como fazer?. Coleções Novas Arquiteturas Pedagógicas, v. 3. Summus Editorial, 2016. h.1fob9te
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