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Insuficiência Respiratória e Ventilação Mecânica no Adulto

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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2-EBMSP 
Insuficiência Respiratória e Ventilação Mecânica 
Ventilação Mecânica 
Introdução: 
O suporte ventilatório realiza pressão positiva para evitar 
situações de hipoxemia, acidose respiratória, hipercapnia e 
evitar fadiga da musculatura. 
Classificação: 
- VM invasiva: prótese induzida nas vias aéreas, a exemplo da 
cânula de traqueostomia; 
- VM não invasiva: por exemplo a máscara. 
Princípios: 
- Ventilação fisiológica: a ventilação fisiológica ocorre por 
pressão negativa, no qual o diafragma contrai, a pressão 
intratorácica fica negativa e a diferença de pressão criada 
leva a entrada de ar nas vias aéreas; 
- Ventilação mecânica: ocorre por pressão positiva, no qual o 
diafragma abaixa durante a inspiração e o ventilador para 
de fornecer o ar na expiração. 
OBS: Curvas: 
 
- Curva de pressão (amarela): é quadradinha, de modo que 
na inspiração ela sobe e desce na expiração; 
- Curva de fluxo (verde): é a única que é positiva na 
inspiração e negativa na expiração; 
- Volume (azul): é um triangulo, ela sobe na inspiração e cai 
na expiração. 
Conceitos: 
- Disparo: representa o início do ciclo com uma variável pré-
determinada, podendo ser o tempo, pressão ou fluxo. 
 Disparo a tempo: é colocada de acordo com FR; 
 Disparo a pressão: o ventilador percebe que o 
paciente tentou expirar, uma vez que a pressão 
ficou negativa e ele rapidamente dispara; 
 Disparo a fluxo: o ventilador percebe que o paciente 
tentou inspirar, uma vez que o fluxo acelerou, ele vai 
e dispara. 
 
Ou seja, o disparo deve ser a máxima possível para evitar que 
o paciente tenha esforço, mas ela não pode gerar auto-
disparo. 
- Ciclagem: é a passagem do final da fase inspiratória para o 
início da fase expiratória; 
 Na curva de pressão: a ciclagem é vista quando a 
pressão cai; 
 Na curva de fluxo: é quando ela toca o zero, 
passando da fase positiva para negativa; 
 Na curva de volume: é quando o volume passa a 
cair. 
- Volume corrente: representa o volume de ar que entra e sai 
a cada ciclo; 
- Frequência respiratória: é a frequência com que o paciente 
dispara o ventilador a cada minuto; 
- Volume minuto: Volume corrente x FR; 
- PEEP: pressão expiratória positiva ao final da expiração. Ela 
serve para evitar o colapso alveolar. 
- FIO2: é a fração inspirada de O2. Representa a fração de 
O2 que você fornece. 
- Tempo inspiratório: é o tempo que o paciente passa na 
inspiração; 
- Tempo expiratório: é o tempo que o paciente passa na 
expiração; 
- Relação I:E: relação entre tempo inspiratório e expiratório. 
 Deve ser 1:2 ou 1:3. 
Indicações de ventilação mecânica: 
- Impossibilidade de oxigenação adequada, ou seja: 
 PAO2 < 60 mmHg; 
 PAO2/FIO2 < 300; 
 SAT O2 < 88%. 
- Impossibilidade de ventilação adequada: 
 PACO2 > 55 mmHg. 
- Impossibilidade de manutenção das vias aéreas: 
 Glasgow < 8. 
Modos ventilatórios: 
- Controlados: o ventilador mecânico faz todo o trabalho, de 
modo que o paciente não tem muita ação; 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2-EBMSP 
- Assistido: a maior parte da ventilação é feita pelo ventilador 
e o paciente interage um pouco, realizando o disparo. 
- Espontâneo: é determinado pelo paciente. 
Mecânica do fornecimento: 
- Ventilação controlada por Volume (VCV): devemos fazer o 
cálculo do volume ideal para aquele paciente. Ou seja, é um 
modo que consegue controlar precisamente o volume 
(ciclagem) e o fluxo. Logo, é um modo ideal para patologias 
em que devemos ter cuidado com volume corrente. 
Contudo, é um modo que não conseguimos controlar a 
pressão e o volume corrente é fixo. 
 Volume corrente: 6-8 mL/kg X Peso ideal; 
 Doenças obstrutivas: 8-10 ml/kg para lavar 
CO2; 
 Se restritivo: 4-8 ml/kg. 
 Peso ideal: Altura (cm) -100 – (10% p/H ou 15% p/M). 
 
- Ventilação controlada a Pressão (PCV): colocamos a 
pressão máxima do ciclo respiratório. Logo, a ciclagem é a 
tempo. Contudo, não conseguimos controlar o volume 
corrente. É o que mais se aproxima da ventilação fisiológica. 
 PEEP: pressão provocada pelo volume de ar que 
permanece nos alveolos mesmo após a expiração. 
 Valor: 3-5 mmHg. 
 Pressão de pico: pressão máxima atingida na 
inspiração. Ou seja, marca a pressão das vias 
aéreas. 
 Valor máximo: 40 mmHg. 
 Pressão de platô: pressão quando não há fluxo no 
trato respiratório, ou seja, é a pressão de pausa. Isso 
permite estimar a pressão de dentro dos alveolos, 
uma vez que a pressão deles é igual à pressão na 
via aérea. 
 Valor máximo: 30 mmHg. 
 Pressão colocada na máquina: PEEP – pressão de 
pico. 
 
Ajustes iniciais: 
- Volume: 
 Volume corrente (6-8 ml/kg) e fluxo; 
 FIO2: 100% 
 FR: 15 ipm; 
 
OBS: OBSTRUTIVA: utilizamos FR menor na obstrutiva, uma vez 
que nesta há uma incapacidade de sair o CO2, dessa forma, 
ao reduzirmos a FR aumentamos o tempo de saída do ar  
I/E: 1:4 OU 1:5. 
OBS1: RESTRITIVA: Já nas restritivas, que representa a 
incapacidade de colocar O2 para dentro, devemos aumentar 
a FR para aumentar a entrada de O2  I/E: < 1:2. 
 PEEP: 5  mais próximo da fisiológica. 
 
 
Insuficiência Respiratória 
Definição: 
A insuficiência respiratória é a incapacidade do sistema 
respiratório em captar o O2 e eliminar o CO2 suficiente para 
suprir a demanda do organismo. 
Etiologia: 
- Alterações pulmonares e vias aéreas; 
- Alterações do SNC; 
- Alterações cardiovasculares; 
- Alterações neuromusculares e periféricas; 
- Disfunção da parede torácica e pleura. 
Quadro Clínico: 
- Alterações da consciência: irritável, rebaixamento da 
consciência, convulsão; 
- Taquipneia; 
- Respiração paradoxal; 
- Uso da musculatura acessória; 
- MV reduzido, creptos e sibilos; 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2-EBMSP 
- Cianose, sudorese e taquicardia. 
Classificação: 
- Tipo 1: hipoxêmica; 
 PAO2 < 60 mmHg; 
 Causas: 
 Distúrbios V/Q: atelectasia e TEP  a área é 
ventilada, mas não é perfundida, ou seja, 
não recebe O2; 
 Limitação da difusão do O2: edema 
intersticial (SARA, edema de pulmão), 
inflamação intersticial (pneumonia), fibrose; 
 Redução da FIO2: aumento da atitude. 
- Tipo 2: hipercápnica. 
 PACO2 > 45 mmHg + 
 pH < 7,35; 
 Causas: 
 Secundária à hipoventilação alveolar: 
redução do drive respiratório (alterações 
no SNC); 
 Acometimento das vias aéreas: DPOC, 
queda da base de língua/obstrução da via 
aérea, bronquite, enfisema. 
 Doenças neuromusculares: ELA e miastenia 
gravis. 
OBS: Para diferenciar a IRA tipo 1 da tipo 2 devemos medir o 
gradiente alveolocapilar, que é representado pela diferença 
entre PAO2 alveolar e PaO2 no capilar. 
- Tipo 1: Gradiente > 15 (elevado)  Indica prejuízo da 
passagem do ar do alvéolo pro sangue; 
- Tipo 2: Gradiente < 15 (normal)  não há prejuízo da difusão. 
 
OBS: SARA: 
- Critérios: 
 Início agudo < 7 dias; 
 Infiltrado pulmonar bilateral; 
 Exclusão de edema cardiogênico; 
 Hipoxemia (PAO2/FIO2 < 300). 
 Se abaixo de 100: SARA grave. 
Diagnóstico: 
O diagnóstico é baseado no quadro clínico e confirmado 
através da oximetria de pulso e gasometria arterial. 
- Diagnósticos diferenciais: 
 IC descompensada: Dispneia paroxística noturna, 
estase de jugular, edema pulmonar; 
 Acidemia: hipercapneia sem hipoxemia, respiração 
de Kussmaul; 
 DPOC: tosse crônica produtiva, dispneia aos 
esforços, fatores de riscos, roncos ou sibilos; 
 Doenças neuromusculares: dor à compressão 
muscular; 
 Asma: sibilos, roncos e uso de musculatura acessória. 
Tratamento: 
O tratamento é baseado nos seguintes pontos: 
- Reconhecimento precoce: 
 MOVER; 
 ABC; 
 Oximetria; 
 Gasometria arterial. 
- Avaliar fatores de mau prognóstico; 
- Oxigenoterapia; 
 Invasivo: IOT. 
 Não invasivo: máscara de Venturi, máscara não 
reinalante, etc; 
- Reverter à causa base. 
 ATB; 
 Broncodilatadores; 
 Corticoide.

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