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A S S I S T Ê N C I A P R É - N A T A L E I M U N I Z A Ç Ã O PRÉ-NATAL Série de consultas para acompanhar a gestante, visando identificar e tratar intercorrências precocemente. O diagnóstico de gravidez deve ser o mais precoce possível, para permitir o início imediato do pré- natal, que tem papel fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de doenças maternas e fetais, permitindo desenvolvimento saudável do feto e reduzindo os riscos da gestante. LAYANE SILVA O diagnóstico de gravidez precoce baseia-se na avaliação laboratorial da gonadotrofina coriônica humana (hCG) na urina ou sangue. DATA PROVÁVEL DO PARTO Janeiro-março: somar 09 ao número do mês Abril-dezembro: diminuir 03 do número do mês Para calcular a data provável do parto, utiliza-se a regra de Nagele, na qual deve-se somar 07 ao número de dias. Exemplo 1: DUM: 20/02/2021; DPP: 27/11/2021 Exemplo 2: DUM: 20/05/2021; DPP: 27/02/2022 Exemplo 3: DUM: 25/04/2021 (se somar 25+07=32 dias, Abril tem 30 dias, logo o mês de referência deve ser Maio, o mês de maio 05-03=02 - fevereiro); DPP: 02/02/2022 O pré-natal é dividido em 2 facetas: alto risco e baixo risco, este último é acompanhado na Unidade Básica de Saúde e pode ser compartilhado por médico e enfermeira, enfermeira obstétrica ou obstetriz, complementado por atuação de agente de saúde e outros profissionais a depender do caso. No pré-natal de alto risco, a paciente entra pela UBS, onde a equipe médica identifica qual é o fator de alto risco, fazem um relatório e a enfermeira encaminha para a unidade de alto risco, assim, em torno de 10% das gestações são de alto risco, o procedimento deve ser feito obrigatoriamente por um médico obstetra. Desse modo, a paciente não pode ir diretamente na unidade de alto risco e buscar por atendimento, ela precisa ser encaminhada de uma UBS, então se o médico não for capaz de identificar esses fatores de alto risco, a paciente não vai conseguir ter o acompanhamento adequado com um especialista. Em função disso, o Ministério da Saúde colocou em tabelas as condições de pacientes que devem ser acompanhadas no baixo risco e no alto risco, e se forem identificados fatores de alto risco, essa paciente deve ser encaminhada para a unidade de referência. Essa avaliação deve ser feita em cada consulta de pré-natal pois o status da paciente pode ser alterado, e se for identificada qualquer situação de risco deve-se encaminhá- la para a unidade de referência. Segundo o Ministério da Saúde, a agenda mínima de consultas da gestante é composta por: 1° trimestre: 1 consulta 2° trimestre: 2 consultas 3° trimestre: 3 consultas Em caso de impossibilidade desse seguimento, faz-se as consultas mínimas para um pré-natal ser considerado bem feito (abaixo dessa quantidade considera-se que a paciente não realizou pré-natal adequado), são elas: A data provável do parto é até 40 semanas, mas consegue-se levar a gravidez até 41 semanas. CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL USG 1° trimestre: diferença menor que 1 semana entre USG e DUM USG 2° trimestre: diferença menor que 2 semanas entre USG e DUM USG 3° trimestre: diferença menor que 3 semanas entre USG e DUM O cálculo da idade gestacional tem que ser feito assim que começa a realizar pré-natal, os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher - se DUM for desconhecida pela paciente, solicitar uma ultrassonografia transvaginal (USG TV). Ao comparar os resultados da DPP baseada na DUM e na USG TV, deve-se avaliar qual irá seguir de acordo com o intervalo de confiança, assim, se discordância entre DUM e USG TV, considerar DUM se: Considerando a linha do tempo da gravidez, tem-se que a DPP é 40 semanas, mas a gravidez pode se estender até 41 semanas, assim, o 1o trimestre é até 12-14 semanas, o 2o trimestre é de 14-28 semanas e o 3o trimestre é de 28-41 semanas, ou seja, a metade da gravidez é com 20 semanas. Assim, o pré-natal é feito de acordo com essa linha do tempo avaliando o que deve ser pedido em relação a exames de laboratórios, USG e culturas que podem ser solicitadas no pré-natal. Existem 2 formas de calcular a idade gestacional, uma delas é contando o número de dias da DUM até a data da consulta e dividir por 7, e a outra forma é pela avaliação do fundo uterino que é chamada Regra de MacDonald (idade gestacional = fundo uterino x 8/7), que oferece uma média da idade gestacional. AVALIAÇÃO DO RISCO DO PRÉ-NATAL LAYANE SILVA É importante saber identificar quais pacientes são realmente de alto risco, por exemplo, tem-se que uma paciente com menos de 15 anos é um fator de baixo risco, já que ela não precisa ser acompanhada por uma unidade de alto risco apenas por ser menor de 15 anos, pelo Ministério da Saúde ela pode fazer o acompanhamento em uma UBS. Ou seja, os critérios que estão na tabela de baixo risco são fatores que atrapalham a gestação mas não geram riscos à gestação e podem ser tratados dentro de uma UBS. LAYANE SILVA No entanto, se for uma adolescente (menor de 15 anos) com fator de risco psicossocial (Ex.: convive com esposo que é traficante de drogas), ela torna-se de alto risco e deve ser acompanhada por uma unidade de pré-natal de alto risco. ROTINA DE EXAMES - LABORATÓRIO Observa-se que há uma rotina de exames que é solicitada no 1o trimestre, outra que é solicitada no 3o trimestre e apenas 1 exame é solicitado no 2o trimestre - quanto às sorologias no 3o trimestre repete-se VDRL e Anti-HIV com a peculiaridade de que no 1o trimestre as sorologias podiam ser obtidas por teste rápido e no 3o só pode ser a sorologia. A glicemia de jejum só é repetida no 3o trimestre se a paciente não conseguir realizar o TOTG no 2o trimestre, que é um exame que coleta o sangue em jejum e coleta em 1 hora e 2 horas após a paciente ter ingerido 75 g de glicose. Incompatibilidade ABO: Mãe O - Feto A, B ou AB A mãe tem um grupo sanguíneo que pode ser A, B, AB e O, se ela for do grupo O, ela não tem nenhum antígeno na superfície da hemácia dela, então ela forma o anticorpo anti-A e anti-B, assim, se o bebê for do tipo sanguíneo A, B ou AB, a mãe terá anticorpos contra o bebê. Essa incompatibilidade ABO é a mais comum e a menos grave, ou seja, é um bebê que vai ter uma hemólise leve causando icterícia leve, que será tratada facilmente com fototerapia, sem nenhum risco ou complicação fetal. TS + COOMBS INDIRETO Rh positivo: antígeno D presente Rh negativo: antígeno D ausente Anticorpo IgM - resposta imunológica primária Anticorpo IgG - memória definitiva SISTEMA RH (Rhesus): o maior problema é quando existe incompatibilidade do sistema Rh, ou seja, quando a mãe é de um tipo sanguíneo Rh negativo, ou seja, não tem o antígeno na superfície, e entra em contato com um bebê que é de um tipo sanguíneo Rh positivo independente do ABO. Nesse caso, pelo bebê ser Rh positivo, a mãe forma anticorpos contra o bebê a partir de 3 semanas de gestação, então, na primeira gravidez terá uma mãe que é grupo sanguíneo Rh negativo e um bebê que é grupo sanguíneo Rh positivo, provavelmente igual ao pai, por ser a primeira vez, ela não vai manifestar nada porque nessa gravdez ela faz um anticorpo IgM, que é a primeira resposta imunológica que ocorre no organismo, e esse anticorpo tem alto peso molecular e não atravessa a placenta, assim ele não tem como fazer hemólise das hemácias do bebê. Assim, a mãe produz um anticorpo contra as hemácias do bebê porque ela é Rh negativo e o bebê é positivo, mas esse anticorpo não consegue passar, então a gravidez irá evoluir bem sem riscos, e no parto terá uma grande troca de sangue entre ela e o bebê. LAYANE SILVA Em uma segunda gestação, o anticorpo que era IgM, vira uma memória imunológica que faz um anticorpo IgG, este tem baixo peso molecular e atravessa a placenta, então nessa segunda gravidez a mãe que não recebeu nenhum tipo deprofilaxia na gestação anterior, terá os anticorpos já formados e se o bebê for Rh positivo, o IgG vai atravessar e fazer hemólise causando anemia grave no bebê. Identifica no sangue materno anticorpos anti-Rh, assim, é usado para identificar a mãe que está produzindo anticorpos contra as hemácias do bebê, sendo feito em todas as mães que forem Rh negativo. Assim, se o pai for Rh positivo, mãe Rh negativo e bebê Rh positivo como o pai, ela faz anticorpos, que podem atravessar a placenta e atacar o bebê na segunda gravidez porque o anticorpo é mais leve e consegue atravessar. Essa mãe já tomou anticorpos na primeira gravidez que evoluirão na segunda gravidez. Em função disso, o coombs indireto avalia o sangue da mãe (se fosse direto, seria no sangue do bebê, assim, quando o bebê nasce pode ser feito o coombs direto nele) para saber se ela tem o anticorpo que vai atacar a hemácia do bebê, se o teste for positivo significa que este anticorpo está presente e que há risco de doença hemolítica perinatal (doença que causa destruição das hemácias do bebê) e, consequentemente, anemia fetal. I. TESTE DE COOMBS INDIRETO Quando a mãe tem um grupo sanguíneo negativo, pede-se o do pai, se o pai for negativo, positivo ou desconhecido pede- se o Coombs indireto a primeira consulta de pré- natal e acompanha a cada 4 semanas. II. PRÉ-NATAL Na prática, mesmo que o pai seja Rh negativo, o ideal é solicitar o coombs indireto porque ele pode não ser o pai do bebê, assim, toda vez que a mãe for Rh negativo deve-se solicitar o coombs indireto independente do Rh do pai. GSRh materno (se negativo - GSRh paterno) Coombs indireto na primeira consulta de pré-natal - 28 - 32 - 36 - 40 semanas Se Coombs indireto ficar positivo e > 1:8, deve-se iniciar a investigação de anemia fetal (Doppler ACM), sabe-se que quando a pessoa tem anemia, ela fica com hiperpneia, ou seja, o coração bate mais para compensar a anemia e o fluxo de sangue fica mais intenso nos vasos, então avalia-se o vaso através da cabeça do bebê, se o fluxo estiver passando muito rápido dentro do vaso do bebê sugere-se uma provável anemia. Esta será confirmada ao colocar uma agulha na barriga da mãe para colher material do cordão do bebê, que será enviado para um laboratório a fim de identificar essa anemia - esse procedimento é chamado de cordocentese. Se na cordocentese for confirmada a anemia, faz-se a transfusão antes do bebê ficar grave, pois a consequência dessa anemia é evoluir para uma anemia grave (Hb: 2-3 g/dL), causando insuficiência cardíaca, quadro de anasarca(edema), e evolui para óbito fetal. Indiada após o parto em pacientes Rh negativos + Coombs indireto negativo e recém-nascido Rh positivo - realizar até 72 horas após o parto. Pode-se prescrever a imunoglobulina anti-Rh se houver qualquer hemorragia durante a gestação ou procedimentos invasivos durante a gestação ou com 28 semanas de IG (reduz risco de aloimunização de 2% para 0,1% até 40 semanas). Esse processo de evolução da anemia ocorrerá em todas as gestações dessa mulher, por isso é necessário evitar que ele ocorra antes do bebê desenvolver a anemia, ou seja, deve-se identificar Rh positivo, investigar anemia e realizar tratamento precoce. Para a mãe Rh negativo, Coombs indireto negativo durante a gravidez e com recém-nascido Rh positivo, em até 72 horas após o parto, deve ser aplicada a imunoglobulina anti-Rh para destruir as hemácias do sangue dela que apresentam esse anticorpo para que ela não desenvolva imunidade contra Rh na próxima gravidez. Esse procedimento precisa ser realizado na primeira gestação e não terá efeitos se for feito na segunda gestação, exceto se o segundo bebê for Rh negativo. Se isso não for feito, em uma segunda gestação isso será evitado se houver outro parceiro que seja Rh negativo ou realizar FIV com espermatozóide doado que seja Rh negativo. III. IMUNOGLOBULINA ANTI-RH Assim, em relação ao Coombs indireto, se o Rh estiver negativo repete-se com 28, 32, 36 e 40 semanas para saber se a paciente está sendo “contaminada” pelo sangue fetal e produzindo autoanticorpos. Gestante é mais suscetível a anemia ferropriva e tem tendência a ter um Hb mais baixo. HEMOGRAMA LAYANE SILVA Dose: 400 mcg/dia Pacientes de alto risco (uso de anticonvulsivantes ou DM prévio a gestação): 4 mg/dia Além disso, o ácido fólico é indicado pré-concepção (03 meses antes de gestar) até 03 meses de gestação, ele não tem objetivo de prevenir anemia, sendo fundamental para evitar defeitos do tubo neural (espinha bífida e anencefalia) que causariam a má formação da coluna e do pescoço que ao ficar exposta dentro da barriga da mãe, causa lesão dessa região nervosa e bebê nasce sem conseguir andar e com bexiga neurogênica (mielomeningocele) - atualmente, é possível fazer tratamento com uma cirurgia fetal pelo SUS em São Paulo e no Rio de Janeiro. Existe outra opção de ferro, no qual 1 dose de ferro equivale a 10 ampolas de Noripurum pois está ligado a uma molécula que facilita sua absorção no corpo, mas é mais caro. DMG: Hiperglicemia detectada pela primeira vez na gestação DM diagnosticada na gestação: paciente com DM antes da gestação, mas com diagnóstico desconhecido DM prévio: paciente com diagnóstico conhecido para DM antes da gestação. O exame de glicemia em jejum também é importante para identificar DM gestacional desde o 1o trimestre (Ex.: paciente com glicemia de jejum > 92 diagnostica DM). Pode- se fazer glicemia de jejum ou TOTG para diagnosticar DM. GLICEMIA DE JEJUM + TOTG 75G Bacteriúria assintomática: crescimento de bactéria na urocultura - a bactéria mais frequente é a E. Coli O sumário de urina e a urocultura são exames pedidos no primeiro e terceiro trimestre, através dos quais identifica-se infecções urinárias, que devem ser tratada na gravidez por conta do risco de parto prematuro, risco de bolsa rota, entre outras situações. Ademais, a grávida tem maior risco de fazer infecção grave na gravidez, e com isso, um maior risco de pielonefrite. Considerando a localização anatômica, como a bexiga está próxima do útero, em um caso de infecção urinária aumenta-se o risco de parto prematuro. Há 3 formas clínicas que a infecção urinária pode acometer a grávida, sendo elas a (1)bacteriúria assintomática, a (2) cistite e a (3) pielonefrite. A bacteriúria assintomática só é tratada em gestantes e em pessoas que irão realizar cirurgias no trato genitourinário. SUMÁRIO DE URINA + UROCULTURA Cistite: paciente tem dor supra púbica + disúria ou polaciúria, e a bactéria mais frequente é a E. Coli. Opções terapêuticas para bacteriúria e cistite: nitrofurantoína, ampicilina, amoxicilina, cefalexina e fosfomicina. Pielonefrite: costuma ser unilateral e à direita, ocorre queda do estado geral, febre, calafrios, cefaléia, náuseas, vômitos e Giordano + - sempre realiza o internamento para antibiótico venoso. A cistite se caracteriza por sintomas clínicos associados a uma cultura positiva, trata-se o paciente com uso de antibiótico oral Quadros de pielonefrite são comuns em pacientes grávidas, pois o seu útero é mais desviado para a direita, com isso, tem uma baixa pressão da VC, compressão do ureter, o que acaba provocando hidronefrose, levando a um maior risco de pielonefrite do lado direito. A hidronefrose consegue ser resolvida após a gravidez, já o quadro de pielonefrite acaba cursando com sintomas sistêmicos e necessita de internação para realização de antibiótico venoso. Hepatite B (AgHbs) Toxoplasmose IgG e IgM Teste rápido para sífilis ou VDRL Teste rápido para HIV ou Anti-HIV Sorologia para Rubéola, herpes, hepatite c, CMV, HTLV - não devem ser pedidos de forma rotineira pelo MS. É necessário solicitar as sorologias para saber se a paciente tem alguma infecção prévia (Exemplo: HIV +) e quais os cuidados necessários no pré-natal e no parto. Caso detectável hepatite B no sangue da paciente, ela pode receber imunoglobulina após o parto.Na sorologia para toxoplasmose, se o IgG der negativo deve ser repetida a cada 2 meses. Tanto toxoplasmose quanto sífilis e HIV são possíveis realizar o tratamento durante a gravidez. Em Salvador, há alta taxa de infectividade para HTLV, uma infecção inicialmente sem sintomas, pode provocar paraparesia espástica tropical que pode infectar o bebê na amamentação. O MS não recomenda que sejam realizados alguns exames, sendo eles: (1) Rubéola, (2) herpes, (3) hepatite c, (4) CMV, (5) HTLV pois não há forma de tratamento se detectável. O MS não recomenda solicitar a dosagem de hepatite C pois se ela for descoberta na gestação, não poderá ser tratada, mas, pode-se conduzir a paciente para tratamento e controlar o risco de transmissão para a amamentação - o mesmo com citomegalovírus, que pode ser tratado com o Valaciclovir. SOROLOGIAS Na prática, os médicos pedem exames além do que o MS orienta, já que este se baseia na seguinte premissa: “o que eu não posso tratar, eu não preciso saber”. ROTINA DE EXAMES - IMAGEM A ultrassonografia não é um exame obrigatório pelo MS, pois não existe comprovação científica de que existe efetividade sobre a redução de morbidade e mortalidade perinatal ou materna. LAYANE SILVA ROTINA DE EXAMES - RASTREIO DE STREPTOCOCCUS DO GRUPO B (GBS) Esse exame deve ser realizado entre 35-37 semanas em TODAS as gestantes, inclusive indicado pelo MS, para isso é feita uma coleta de swab vaginal (introito vaginal) e retal, que, primeiro passa pela vagina, depois períneo e o ânus, para que não haja risco de contaminação, depois, coloca a amostra em um tubo. Essa é a única cultura obrigatória na gravidez, trata-se de uma bactéria que está na vagina da mãe e é a principal causa de sepse neonatal - no entanto, a cultura só tem validade de 5 semanas, passado esse período a flora vaginal muda, o que pode alterar o resultado do exame. A avaliação precoce (6-9 semanas de gestação) objetiva identificar a gestação tópica, única ou não, a vitalidade e as medidas do saco gestacional, que permitirão estabelecer a idade gestacional em semanas - a via vaginal deverá ser a preferida pela riqueza de detalhes que oferece. É possível visualizar o saco gestacional por meio da USG transvaginal, este é visualizado entre 4,5 e 5 semanas de gestação (3-4 semanas após a ovulação), quando atinge tamanho de 2-4 mm no seu diâmetro médio. ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL quando a nuca do bebê está mais gordinha, aumenta-se o risco de ser uma Síndrome de Down. além disso, há avaliação com Doppler das artérias uterinas, que, se alterado indica risco de pré-eclâmpsia. A USG morfológica de 1o trimestre deve ser realizada entre a 11a-14a semana, via abdominal, com complementação da Dopplervelocimetria, avalia osso nasal + translucência nucal + ducto venoso. Permite rastrear cromossomopatias (em particular a trissomia do 21), por meio da medida de translucência nucal, fluxo no ducto venoso e identificação do ossículo nasal, além de outros marcadores ultrassonográficos. Esse exame prediz se a paciente vai ter risco aumentado de aneuploidia e o risco de pré-eclâmpsia, conseguindo inserir profilaxia. I. ULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA DO PRIMEIRO TRIMESTRE A USG a partir de 28-30 semanas não analisa a morfologia. Pelo MS não é obrigatória a USG pré-natal, mas ela é feita de rotina para todo paciente para diagnosticar gravidez. É realizada entre 20-24 semanas, é feita avaliação minuciosa dos sistemas do feto, tem como objetivo identificar malformações fetais - costuma-se analisar a quantidade de dedos do bebê, dois rins e estômago. II. ULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA DO SEGUNDO TRIMESTRE se cultura positiva (SWAB < 5 semanas): (1) filho anterior com infecção por GBS; (2) bacteriúria nessa gravidez por BGS; se cultura desconhecida (SWAB > 5 semanas): (1) filho anterior com infecção por GBS, (2) bacteriúria nessa gravidez por GBS, (3) trabalho de parto <37,0 semanas; (4) febre intraparto; (5) bolsa rota >18 horas. ATAQUE: 5 milhões de UI MANUTENÇÃO: 2,5 milhões de UI de 4 em 4h; ATAQUE: 2g MANUTENÇÃO: 1g de 4 em 4h; A profilaxia deve ser feita nas seguintes pacientes: Essa profilaxia é realizada durante o trabalho de parto - a única situação que se usa o ATB fora do trabalho de parto é aquela na qual a bolsa rompeu há mais de 18 horas até o clampeamento do cordão umbilical. 1a opção: Penicilina G Cristalina 2a opção: Ampicilina Se alergia: Cefazolina ou Clindamicina. PROFILAXIA A dose de manutenção deve acontecer até o parto, ou seja, até o clampeamento do cordão umbilical. ROTINA DE EXAMES - EXAME PARASITOLOGICO DE FEZES E PREVENTIVO GINECOLÓGICO Estes NÃO são exames que devem ser passados para todas as pacientes, assim, o exame parasitológico de fezes (EPF) só deve ser solicitado se tiver alguma indicação clínica (Exemplo: HB < 11 mg/Dl ou diarreia). O preventivo ginecológico (PVG) deve seguir a rotina habitual (se > 01 ano que foi realizado ou nunca realizado: solicitar). É recomendada a coleta do endocérvice dos 25 até os 64 anos, no caso de 2 exames consecutivos negativos faz a cada 3 anos. Segundo o MS (2012) não deve-se realizar coleta de endocérvice, já a Diretriz de rastreamento do CA de colo uterino (2016) indica a coleta de endocérvice. ROTINA DE EXAMES - TOXOPLASMOSE Padrão ouro: PCR do líquido amniótico: USG mensal: hidrocefalia, calcificações cerebrais, ascite fetal, alterações da textura hepática ou esplênica. Para infecção materna: Espiramicina; Para infecção fetal: Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico; Em relação à toxoplasmose existem peculiaridades, visto que o IgM surge na 1a semana de infecção e vai declinando em alguns meses, o IgG surge após 2 semanas de infecção, e o IgA surge na 1a semana e desaparece em 4 meses (prediz se a doença está em atividade) - devemos solicitar o IgG e IgM para toxoplasmose na 1a consulta de pré-natal SEMPRE. Investigação fetal 1. 2. Tratamento 1. 2. LAYANE SILVA Atualmente (09/22) é liberado até a 3° dose da vacina do COVID-19 para a gestante, a 4° dose só é liberada em casos em que a gestante é trabalhadora da área de saúde. No inicio da pandemia, acreditava-se na retirada de bebês prematuros quando a mãe estava em estado grave de COVID-19, mas analisou-se que esse procedimento piorava o estado da mãe e o feto muita vezes não sobrevivia. ESQUEMA VACINAL CONTRA TETÁNO Vacinas tríplice bacteriana acelular (dTpa): difteria, tétano e coqueluche (pertussis acelular). Deve ser realizada em todas as pacientes grávidas a partir de 20 semanas até 45 dias após o parto, pois a coqueluche é uma das maiores causas de morte fetal e neonatal, assim pode-se passar anticorpos da mãe para o bebê e ele nasce com a proteção até ser vacinado. A vacina serve como reforço para tétano para as pacientes com esquema vacinal completo contra dT há > 5 anos, e deve ser administrada a cada gravidez para proteção do bebê até que ela possa se proteger sozinho, o que é em torno dos 6 meses de vida. Ela protege a gestante evitando transmissão da Bordetella pertussis ao recém nascido, permite a transferência de anticorpos ao feto (proteção nos primeiros meses de vida). AVALIAÇÃO DO GANHO DE PESO É importante manter o ganho de peso adequado, baseado no IMC prévio, lembrando que o peso é prévio à gestação. IMUNIZAÇÕES A imunização na pré-concepção em mulheres visa prevenir doenças no feto e no lactente, assim, todas as mulheres em idade fértil devem ser imunizadas contra sarampo, rubéola, caxumba, tétano, difteria, poliomielite, varicela, hepatite A e B, papilomavírus humano (HPV) e meningite, por meio da vacinação realizada na infância, adolescência ou na fase adulta. É de extrema importância atualizar o calendário vacinal da mulher na pré-concepção, puerpério e durante o pré-natal, sendo que as vacinas inativas são seguras e podem ser utilizadas mesmo durante a gestação, já, vacinas que contêm vírus ou bactérias vivas, a princípio, devem sercontraindicadas na gestação, mas podem ser utilizadas na pré-concepção. Vacinas indicadas: tétano, coqueluche, influenza, hepatite B e COVID-19; Caso a paciente tenha indicação de dose de reforço, pode ser utilizado a dTpa. ESQUEMA VACINAL CONTRA COQUELUCHE 1a dose: 30 dias - 2a dose: 180 dias - 3a dose Todas as gestantes acima do 1o trimestre podem tomar. Depois da 3a dose, realiza-se a dosagem do Anti-Hbs para saber se a paciente soro converteu - se ela não tiver soro convertido, pode-se realizar um novo ciclo. ESQUEMA VACINAL CONTRA HEPATITE B gestante é grupo de risco para complicações da infecção pelo vírus influenza, bem como para COVID-19. Todas as gestantes em qualquer idade gestacional recebem a vacina durante a campanha anual (dose única - as disponíveis são Influenza 4V e Influenza 3V), sendo recomendada nos meses de sazonalidade dos vírus. ESQUEMA VACINAL CONTRA INFLUENZA As vacinas contraindicadas na gestação são: - Vírus vivo atenuado: sarampo, caxumba, pólio (IPV), varicela, febre amarela e SCR. SITUAÇÕES ESPECIAIS - Bactéria atenuada: BCG - Antígenos capsulares: Pneumococcus No entanto, existem algumas situações especiais, entre elas: LAYANE SILVA Em situação de viagens para áreas endêmicas, administrar vacina contra a febre amarela. LEIS TRABALHISTAS E LICENÇA MATERNIDADE LEI 14.151 (maio/2021): afastamento de gestante de atividades presenciais durante a pandemia por causa do COVID-19, sem qualquer prejuízo de salário (trabalho remoto). LEI 2058 (Março/2022): gestantes devem retornar ao trabalho presencial após a imunização completa. LEI 12.812: a partir da confirmação de gestação, até 5 meses após o parto, a gestante não pode ser demitida (exceto por “justa causa”). Direito a licença-maternidade de 120 dias (A partir do 8° mês de gestação) e licença-paternidade de 05 dias. Em caso de adoção, a licença será de 120 dias, independente da idade da criança. Se a paciente tiver um parto, mesmo que seja de 23 semanas, inclusive natimorto, ela também tem direito a 120 dias de licença. Em caso de aborto espontâneo ou previsto em lei, ela tem um atestado de salário-maternidade de 15 dias. A gestante tem direito de mudar de função no trabalho, caso tenha prejuízo para a saúde da mãe ou do bebê. Essa lei saiu de vigor no dia 08/03/2022, assim, a gestante vai poder trabalhar desde que siga critérios como vacinação, imunização e se ela não quiser se vacinar, tem que assinar um termo. A mulher tem direito a 120 dias de licença-maternidade (a partir do 8o mês de gestação), enquanto o pai da criança tem direito a 5 dias de licença-paternidade. Essa lei acaba dificultando o contato do pai com a criança, pois esse volta a trabalhar após 5 dias do parto do filho e o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, pois a mãe só tem direito a ficar 4 meses em casa, ou seja, depois desses 4 meses geralmente o bebê perde o aleitamento exclusivo.
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