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História e FundamentosHistória e Fundamentos Em 1876 – Ashtabula, Michigan: Ponte de ferro fundido de 23 m de altura desaba durante a passagem de um trem com 159 pessoas a bordo, das quais 92 mortos. Ruptura por fadiga e falha de projeto. Ashtabula, Michigan: Ponte de ferro fundido de 23 m de altura desaba durante a passagem de um trem com 159 pessoas a bordo, das quais 92 mortos. Em março de 1905, em Brockton, Massachusetts, a explosão de uma caldeira provocou a morte de dezenas de trabalhadores. levou a leis de segurança mais rígidas e a um código de segurança nacional para caldeiras a vapor. Uma rachadura no aço, talvez imperceptível quando construída, tinha se alargado lentamente sob os anos de tensão. esquentava e esfriava, a rachadura aumentava. até ceder em uma explosão massiva. Fábrica de calçados antes e após a explosão. Em março de 1905, em Brockton, Massachusetts, a explosão de uma caldeira provocou a morte de dezenas de trabalhadores. O desastre da fábrica de calçados levou a leis de segurança mais rígidas e a um código de segurança nacional para caldeiras a vapor. Uma rachadura no aço, talvez imperceptível quando construída, tinha se alargado lentamente sob os anos de tensão. Conforme a caldeira esquentava e esfriava, a rachadura aumentava. Gradualmente, o aço enfraqueceu Em 1919 – Boston: Tanque de ferro fundido de uma destilaria de álcool com 9 milhões de litros de melaço se rompe. Uma onda de 5 metros de altura de melaço se forma, viajando a uma velocidade de 35 Km/h por aproximadamente duas quadras, provocando 150 pessoas feridas e 21 mortas. Boston: Tanque de ferro fundido de uma destilaria de álcool com 9 milhões de litros de melaço se rompe. Uma onda de 5 metros de altura de melaço se forma, viajando a uma velocidade de 35 Km/h por aproximadamente duas quadras, provocando 150 pessoas feridas e 21 mortas. As causas da ruptura teriam sido sobrecarga e problemas construtivos do tanque. Foi um dos primeiros casos na história em que a companhia responsável teve que pagar indenizações pelas mortes e danos. As causas da ruptura teriam sido sobrecarga e problemas construtivos do tanque. Foi um dos primeiros casos na história em que a companhia responsável teve que pagar indenizações pelas mortes e danos. Colapso da ponte de Tacoma em Washington.Colapso da ponte de Tacoma em Washington. Inaugurada em julho de 1940 e que rompeu em apenas 4 meses de funcionamento. Inaugurada em julho de 1940 e que rompeu em apenas 4 meses de funcionamento. Filme: https://www.youtube.com/watch?v=zqpzIDedSiYhttps://www.youtube.com/watch?v=zqpzIDedSiY Em 1944 – Cleveland: Ruptura de um tanque de gás natural liquefeito. Com a ruptura, houve a vaporização do gás que se incendiou, causando uma gigantesca bola de fogo. Uma milha quadrada foi completamente destruída, deixando 79 casas, 2 fábricas, 217 carros destruídos, 131 pessoas mortas e 300 feridas. Cleveland: Ruptura de um tanque de gás natural liquefeito. Com a ruptura, houve a vaporização do gás que se incendiou, causando uma gigantesca bola de fogo. Uma milha quadrada foi completamente destruída, deixando 79 casas, 2 fábricas, 217 carros destruídos, 131 pessoas mortas e 300 feridas. Entre 1942 e 1952: Ruptura dos navios Liberty. Os Liberty eram navios de carga, usados na II guerra mundial. Tornaram-se lendários por terem sido pioneiros no uso da solda substituindo rebites. As causas das rupturas foram a inexistência de barreiras a propagação das trincas, como o fim das chapas, existentes no caso de cascos rebitados; falta de experiência dos soldadores (não havia tempo hábil para treiná-los em função da guerra) e uso de metais de baixa tenacidade. Entre 1942 e 1952: Ruptura dos navios Liberty. Os Liberty eram navios de carga, se lendários por terem sido pioneiros no uso da solda substituindo rebites. As causas das rupturas foram a inexistência de barreiras a propagação das trincas, como o fim das chapas, existentes no caso de cascos rebitados; falta de experiência dos soldadores (não havia tempo hábil para los em função da guerra) e uso de metais de baixa tenacidade. O número de 1289 dos 4694 navios de guerra, construídos pelo governo norte americano, sofreram fratura frágil ou falha nas suas estruturas soldadas. Como foi citado, as falhas foram ocasionadas pela falta de experiência dos soldadores e pelo uso de aços de baixa tenacidade. O problema favoreceu o desenvolvimento da Mecânica da Fratura aplicada às falhas por fadiga. O número de 1289 dos 4694 navios de guerra, construídos pelo governo norte americano, sofreram fratura frágil ou falha nas suas estruturas soldadas. Como foi citado, as falhas foram ocasionadas pela falta de experiência dos soldadores e pelo uso de aços de baixa tenacidade. O problema favoreceu o desenvolvimento da Mecânica da Fratura aplicada às falhas por fadiga. Entre 1953-54: Queda de 3 aviões Comets (de Havilland 106 Comet). Ele foi o primeiro avião a jato comercial, introduzido em 1949 e colocado em operação em 1952. 54: Queda de 3 aviões Comets (de Havilland 106 Comet). Ele foi o primeiro avião a jato comercial, introduzido em 1949 e colocado em operação em Primeira reconstrução feita na história dos destroços de um acidente aéreo, realizada num Comet. Primeira reconstrução feita na história dos destroços de um acidente aéreo, COMET – Trincas que levaram à fratura. A análise de falhas: A fratura ocorreu devido à compressão e descompressão, no pouso e decolagem, causando a nucleação de trincas de fadiga em pontos de concentração de tensão, próximo às extremidades das escotilhas retangulares. A cabine era pressurizada com pressões duas vezes maiores que a dos outros aviões. Trincas que levaram à fratura. Posteriormente descobriu-se que as quedas ocorreram por propagação de trincas que se originaram nas proximidades dos cantos das janelas avião (na verdade no furo de um rebite), e que se propagavam por fadiga causada pela pressurização/despressurização da cabine. se que as quedas ocorreram por propagação de trincas que se originaram nas proximidades dos cantos das janelas – quadradas – do avião (na verdade no furo de um rebite), e que se propagavam por fadiga causada pela pressurização/despressurização da cabine. Após a descoberta, nenhum avião pressurizado usaria janelas sem cantos arredondados. Após a descoberta, nenhum avião pressurizado usaria janelas sem cantos Filme: https://www.youtube.com/watch?v=ZytUC3VleSEhttps://www.youtube.com/watch?v=ZytUC3VleSE Em 1962 – Melbourne: Ponte King bridge rompe sem carga. Causa da ruptura: metal de baixa qualidade, falha de projeto. Melbourne: Ponte King bridge rompe sem carga. Causa da ruptura: metal de baixa qualidade, falha de projeto. Os eventos ocorreram em um frio julho australiano, com uma temperatura externa de 4 graus Celsius. Um caminhão de 45 toneladas atravessou a ponte sem problemas por alguns metros, mas ao chegar à segunda seção, as quatro vigas de aço se fraturaram. Felizmente, a ponte não entrou em colapso graças à estrutura de concreto armado. O evento surpreendeu os engenheiros e toda a opinião pública, pois era uma ponte aberta engenheiros e toda a opinião pública, pois era uma ponte aberta apenas um ano antes. Aberta ao tráfego em 1961. Os eventos ocorreram em um frio julho australiano, com uma temperatura externa de 4 graus Celsius. Um caminhão de 45 toneladas atravessou a ponte sem problemas por alguns metros, mas ao chegar à segunda seção, as quatro vigas de aço se fraturaram. Felizmente, a ponte não entrou em colapso graças à estrutura de concreto armado. O evento surpreendeu os engenheiros e toda a opinião pública, pois era uma ponte aberta engenheiros e toda a opinião pública, pois era uma ponte aberta apenas um ano antes. Aberta ao tráfego em 1961. Os problemas começaram a ser estudados para entender quais eram as causas desse desastre e todo o processo de construção da estrutura foi analisado.A construção consistiu em quatro vigas de aço paralelas, com 30 metros de comprimento apoiadas nas extremidades em molas verticais. As vigas foram reforçadas com concreto armado, formando a base da estrada. As abas e o núcleo da viga eram construídos separadamente e depois soldados. Os problemas começaram a ser estudados para entender quais eram as causas desse desastre e todo o processo de construção da estrutura foi analisado. A construção consistiu em quatro vigas de aço paralelas, com 30 metros de comprimento apoiadas nas extremidades em molas verticais. As vigas foram reforçadas com concreto armado, formando a base da estrada. As abas e o núcleo da viga eram construídos separadamente e depois soldados. A fratura: A trinca começou no limite inferior da solda da placa, onde as tensões de tração estavam concentradas. Fratura na Zona Termicamente Afetada pelo Calor (ZTA) A causa mais provável da fratura na ZTA é a fratura intergranular (borda do grão) a baixa temperatura devido à fratura por hidrogênio ou fragilização por hidrogênio. A soldagem a arco pode conter quantidades dissolvidas de hidrogênio atômico. A área fundida da junta soldada reduz a umidade da atmosfera circundante e, como junta soldada reduz a umidade da atmosfera circundante e, como consequência, forma óxido de ferro e hidrogênio. O hidrogênio atômico pode se espalhar rapidamente no material em certos pontos que causam rachaduras. Para evitar esse fenômeno, existem eletrodos com uma composição química de baixo hidrogênio, que devem ser secos no forno antes do uso. Fratura na Zona Termicamente Afetada pelo Calor (ZTA) A causa mais provável da fratura na ZTA é a fratura intergranular (borda do grão) a baixa temperatura devido à fratura por hidrogênio ou fragilização por hidrogênio. A soldagem a arco pode conter quantidades dissolvidas de hidrogênio atômico. A área fundida da junta soldada reduz a umidade da atmosfera circundante e, como junta soldada reduz a umidade da atmosfera circundante e, como consequência, forma óxido de ferro e hidrogênio. O hidrogênio atômico pode se espalhar rapidamente no material em certos pontos que causam rachaduras. Para evitar esse fenômeno, existem eletrodos com uma composição química de baixo hidrogênio, que devem ser secos no forno antes do uso. Em 1967 – W. Virginia: Ponte Silver Bridge ligando o estado W. Virginia a Ohio. Vão central tinha mais de 130 metros. Em lugar de cabos, a ponte era suspensa por correntes ligadas por pinos. W. Virginia: Ponte Silver Bridge ligando o estado W. Virginia a Ohio. Vão central tinha mais de 130 metros. Em lugar de cabos, a ponte era suspensa por correntes ligadas por pinos. Um dos elos de corrente se rompeu por clivagem devido ao clima frio e sobrecarga, causando a ruptura dúctil de um dos pinos. Com a ruptura de uma das correntes, toda a estrutura colapsou, causando a morte de 46 pessoas. A ruptura foi causada por microtrincas que cresceram por fadiga e corrosão combinados. Um dos elos de corrente se rompeu por clivagem devido ao clima frio e sobrecarga, causando a ruptura dúctil de um dos pinos. Com a ruptura de uma das correntes, toda a estrutura colapsou, causando a morte de 46 pessoas. A ruptura foi causada por microtrincas que cresceram por O desastre da ponte Silver bridge tornou-se um marco pois foi a primeira estrutura civil a ter o colapso investigado com aplicação dos conceitos modernos da mecânica da fratura. Estimou-se que as perdas anuais diretas e indiretas na economia americana devido à fratura (em 1982) chegavam a 120 bilhões de dólares/ano e que em torno de 35 bilhões de dólares poderiam ser economizados se conhecimentos de mecânica da fratura fossem aplicados se que as perdas anuais diretas e indiretas na economia americana devido à fratura (em 1982) chegavam a 120 bilhões de dólares/ano e que em torno de 35 bilhões de dólares poderiam ser economizados se conhecimentos de O nascimento da Mecânica da Fratura linear elástica No século XIX, o matemático francês Cauchy publicou trabalhos sobre a distribuição de tensões mecânicas e deformações, levando às tensões mecânicas e deformações, levando às primeiras formulações matemáticas do efeito de concentração de tensões. O nascimento da Mecânica da Fratura linear elástica No século XIX, o matemático francês Cauchy publicou trabalhos sobre a distribuição de tensões mecânicas e deformações, levando às tensões mecânicas e deformações, levando às primeiras formulações matemáticas do efeito de Representação esquemática do efeito de concentração de tensões numa chapa submetida a esforço de tração contendo um furo circular, ao lado. Simulação numérica por elementos finitos, para a mesma situação, abaixo. Representação esquemática do efeito de concentração de tensões numa chapa submetida a esforço de tração contendo um furo circular, ao lado. Simulação numérica por elementos finitos, Inspirado nos trabalhos de Cauchy e outros, Charles Inglis propôs em 1913 um modelo matemático para a distribuição de tensões ao redor de uma trinca. Idealizando a trinca como sendo uma elipse com razão a/b. Inglis sugeriu que a tensão na ponta da trinca depende da tensão aplicada, do comprimento da trinca e do raio da ponta da trinca.raio da ponta da trinca. Solução de Inglis para a tensão máxima na ponta de uma trinca elíptica passante de comprimento “a” e raio “r” sujeita a uma tensão máxima: Inspirado nos trabalhos de Cauchy e outros, Charles Inglis propôs em 1913 um modelo matemático para a distribuição de tensões ao redor de uma trinca. Idealizando a trinca como sendo uma elipse com razão a/b. Inglis sugeriu que a tensão na ponta da trinca depende da tensão aplicada, do comprimento da trinca e do Solução de Inglis para a tensão máxima na ponta de uma trinca elíptica passante de comprimento “a” e raio “r” sujeita a uma tensão máxima: Em 1920, Alan Griffith utilizou o trabalho de Inglis para propor um critério de propagação de trinca baseado nas leis da termodinâmica. Segundo Griffith, a condição para que uma trinca existente cresça (propagação) ou uma nova trinca seja gerada (nucleação) é que este evento produza uma redução na energia potencial do sistema. De modo simplificado, isso potencial do sistema. De modo simplificado, isso significa que a liberação de energia mecânica associada ao crescimento da trinca deve exceder o aumento de energia causado pela formação de superfícies adicionais (crescer uma trinca implica em produzir superfícies adicionais no material). Em 1920, Alan Griffith utilizou o trabalho de Inglis para propor um critério de propagação de trinca baseado nas leis da termodinâmica. Segundo Griffith, a condição para que uma trinca existente cresça (propagação) ou uma nova trinca seja gerada (nucleação) é que este evento produza uma redução na energia potencial do sistema. De modo simplificado, isso potencial do sistema. De modo simplificado, isso significa que a liberação de energia mecânica associada ao crescimento da trinca deve exceder o aumento de energia causado pela formação de superfícies adicionais (crescer uma trinca implica em produzir superfícies adicionais O modelo de Griffith mostrou bons resultados na previsão de falha por fratura de materiais extremamente frágeis (como o vidro), mas foi apenas após a modificação proposta pelo cientista George Irwin que o modelo apresentou bons resultados na previsão da falha por fratura dos metais. Em 1957 Irwin falha por fratura dos metais. Em 1957 Irwin propôs o parâmetro fator intensidade de tensão, usualmente representado por “K”, sendo este o parâmetro mais importante para a descrição do comportamento dos materiais à fratura, segundo a teoria da MFLE (Mecânica da Fratura Linear Elástica). O modelo de Griffith mostrou bons resultados na previsão de falha por fratura de materiais extremamente frágeis (como o vidro), mas foi apenas após a modificação proposta pelocientista George Irwin que o modelo apresentou bons resultados na previsão da falha por fratura dos metais. Em 1957 Irwin falha por fratura dos metais. Em 1957 Irwin propôs o parâmetro fator intensidade de tensão, usualmente representado por “K”, sendo este o parâmetro mais importante para a descrição do comportamento dos materiais à fratura, segundo a teoria da MFLE (Mecânica da Fratura Linear Elástica). Força e energia de ligação A natureza da força que mantém os átomos coesos em um material. Dois átomos podem experimentar entre si forças de atração (decorrentes da natureza da ligação química) ou de repulsão (decorrente da interação entre ou de repulsão (decorrente da interação entre as nuvens eletrônicas negativamente carregadas). Tais forças variam em função do afastamento entre os átomos e, para uma determinada distância, chamado afastamento de equilíbrio, essa força tende a ser nula. A natureza da força que mantém os átomos coesos em um material. Dois átomos podem experimentar entre si forças de atração (decorrentes da natureza da ligação química) ou de repulsão (decorrente da interação entre ou de repulsão (decorrente da interação entre as nuvens eletrônicas negativamente carregadas). Tais forças variam em função do afastamento entre os átomos e, para uma determinada distância, chamado afastamento de equilíbrio, essa força tende a ser nula. Energia de deformação elástica e Energia de superfície Alan Griffith foi o primeiro a propor um modelo termodinâmico para o fenômeno da propagação de trincas. fenômeno da propagação de trincas. Antes de apresentar seu modelo, dois importantes conceitos precisam ser introduzidos: Energia de deformação elástica e Energia de superfície. Energia de deformação elástica e Alan Griffith foi o primeiro a propor um fenômeno da propagação de trincas. fenômeno da propagação de trincas. Antes de apresentar seu modelo, dois Energia de deformação elástica e Imagine que uma barra de um material é submetida a esforço de tração, provocando uma deformação elástica. O alongamento observado na barra é resultado do maior afastamento entre seus átomos. A força das ligações químicas tende a atuar para restaurar o afastamento interatômico de equilíbrio. Assim, o produto entre força equilíbrio. Assim, o produto entre força restauradora e deslocamento interatômico, para cada átomo do material, está associada a uma forma de energia, chamada energia de deformação elástica. Imagine que uma barra de um material é submetida a esforço de tração, provocando uma deformação elástica. O alongamento observado na barra é resultado do maior afastamento entre seus átomos. A força das ligações químicas tende a atuar para restaurar o afastamento interatômico de equilíbrio. Assim, o produto entre força equilíbrio. Assim, o produto entre força restauradora e deslocamento interatômico, para cada átomo do material, está associada a uma forma de energia, chamada energia Suponha agora que a propagação de uma trinca frature essa barra, ou seja, divida-a em duas partes. A energia de deformação elástica em cada parte será nula (pois nenhum esforço externo de tração atuará). Portanto, chegamos à primeira Portanto, chegamos à primeira conclusão importante: O crescimento de uma trinca está associado à liberação da energia de deformação elástica do material. uma trinca frature essa barra, ou seja, a em duas partes. A energia de deformação elástica em cada parte será nula (pois nenhum esforço externo de associado à liberação da energia de Para propagar uma trinca precisamos romper as ligações químicas do material através de um plano. Como as ligações químicas cooperam para que os átomos experimentem um estado de mínima experimentem um estado de mínima energia potencial, os átomos que compõem a superfície de fratura possuirão um estado de energia mais alto (pois participam de menos ligações químicas que os átomos contidos no interior do material). A energia, portanto, empregada para romper um plano de átomos corresponde à própria energia de superfície de fratura. Assim chegamos à segunda conclusão importante: O crescimento de uma trinca está crescimento de uma trinca está associado à elevação da energia de superfície do material. A energia, portanto, empregada para superfície de fratura. Assim chegamos à associado à elevação da energia de A Mecânica da Fratura trata do comportamento à fratura de componentes contendo defeitos ou trincas sob condições semelhantes às encontradas na prática. Os conceitos tradicionais de resistência dos materiais baseados em propriedades como resistência baseados em propriedades como resistência ao escoamento ou resistência à ruptura não levam em conta a tenacidade à fratura do material, a qual é definida pela mecânica da fratura como a propriedade que quantifica a resistência à propagação de uma trinca. A Mecânica da Fratura trata do comportamento à fratura de componentes contendo defeitos ou trincas sob condições semelhantes às encontradas na prática. Os conceitos tradicionais de resistência dos materiais baseados em propriedades como resistência baseados em propriedades como resistência ao escoamento ou resistência à ruptura não levam em conta a tenacidade à fratura do material, a qual é definida pela mecânica da fratura como a propriedade que quantifica a resistência à propagação de uma trinca. Sob certas condições de serviço, um defeito, mesmo de dimensões muito pequenas, pode levar a falhas catastróficas. Por mais controlada que seja a fabricação dos componentes, defeitos aparecem de formas variadas, adicionalmente àqueles inerentes ao próprio material. As dimensões críticas de defeitos, que dependendo da sua posição provocam rupturas catastróficas sob as condições de tensões. Sob certas condições de serviço, um defeito, mesmo de dimensões muito catastróficas. Por mais controlada que seja a fabricação dos componentes, dimensões críticas de defeitos, que provocam rupturas catastróficas sob O campo de mecânica da fratura tem como base os trabalhos de Griffith e Irwin. É utilizado para tratar problemas de fratura envolvendo trincas de maneira quantitativa. Fundamentos de maneira quantitativa. Este campo é dividido em duas partes: • Mecânica da Fratura Linear Elástica (MFLE). • Mecânica da Fratura Elasto-plástica (MFEP). O campo de mecânica da fratura tem como base os trabalhos de É utilizado para tratar problemas de fratura envolvendo trincas Fundamentos Este campo é dividido em duas partes: • Mecânica da Fratura Linear Elástica (MFLE). plástica (MFEP). Resiliência Deformação elástica – Propriedades de Tração Capacidade de um material absorver energia quando ele é deformado ele é deformado elasticamente e depois, com o descarregamento, ter essa energia recuperada. Energia de deformação elástica Módulo de resiliência (Ur) representa a energia de deformação por unidade de volume exigida para tensionar um material desde um estado com ausência de carga até a sua tensão limite de de carga até a sua tensão limite de escoamento. A área sob a curva tensão-deformação representa a absorção de energia por unidade de volume. Energia de deformação elástica Módulo de resiliência (Ur) representa a energia de deformação por unidade de material desde um estado com ausência deformação de energia por Em materiais dúcteis, como metais, ocorre uma grande deformação plástica na ponta da trinca. Como nesta região o material escoa, ela é chamada de zona plástica. Dependendo do tamanho plástica. Dependendo do tamanho desta zona plástica, pode-se utilizar a MFLE. ocorre uma grande deformação plástica na ponta da trinca. Como nesta região o material escoa, ela é chamada de zona se utilizar a Griffith estudou o comportamento do vidro de sílica, material frágil à temperatura ambiente verificando que a curva tensão-deformação para este tipo de vidroé linear até a fratura. A resistência teórica deste fratura. A resistência teórica deste vidro é de cerca E/10, mas na presença de pequenas trincas, a tensão de fratura é inferior a resistência teórica. Griffith estudou o comportamento do deformação para fratura. A resistência teórica deste fratura. A resistência teórica deste A análise de Griffth explica por que isso acontece e também forneceu a base para o campo da mecânica da fratura. Sua análise é baseada na primeira lei da termodinâmica: “num sistema fechado, a energia é conservada”. A primeira placa possui uma trinca, cujo primeira placa possui uma trinca, cujo comprimento é pequeno em relação à espessura da placa e a segunda não tem. Se cada uma dessas placas é carregada a uma tensão, acontecerá uma pequena diferença no gráfico carga versus alongamento. A análise de Griffth explica por que isso acontece e também forneceu a base para o campo da mecânica da fratura. Sua análise é baseada na primeira lei ”. A primeira placa possui uma trinca, cujo primeira placa possui uma trinca, cujo comprimento é pequeno em relação à espessura da placa e a segunda não carregada a uma tensão, acontecerá A presença de trincas reduz a resistência do material. Na análise de Griffith são consideradas as seguintes energias: 1) Energia de deformação: o processo de formação da trinca libera energia de deformação num da trinca libera energia de deformação num elemento circular de raio r = , cujo volume é: A presença de trincas reduz a resistência do Na análise de Griffith são consideradas as 1) Energia de deformação: o processo de formação da trinca libera energia de deformação num da trinca libera energia de deformação num elemento circular de raio r = , cujo volume é: A redução de energia de deformação elástica por unidade de Para o quadrado de lado 2a, inscrito no elemento circular o valor da diagonal é: 2 . Logo, o raio do elemento circular, usado para cálculo do volume é: volume (resiliência) será de: A redução de energia de deformação elástica por unidade de Para o quadrado de lado 2a, inscrito no elemento circular o valor da diagonal é: 2 . Logo, o raio do elemento circular, usado para cálculo 2) Energia superficial: γ é a energia superficial por unidade de área, uma constante do material. O número 4 aparece uma vez que a o comprimento da trinca interna é 2a e a trinca possui uma trinca interna é 2a e a trinca possui uma superfície superior e inferior. é a energia superficial por unidade de área, uma constante do material. O número 4 aparece uma vez que a o comprimento da trinca interna é 2a e a trinca possui uma trinca interna é 2a e a trinca possui uma O próximo passo da análise de Griffith verifica em quais condições a trinca se propaga. Griffith considerou que a propagação poderia ocorrer quando a taxa da energia de deformação liberada fosse igual a taxa na qual a energia fosse igual a taxa na qual a energia seria absorvida através da criação da trinca adicional na superfície. O próximo passo da análise de Griffith verifica em quais condições a trinca se propagação poderia ocorrer quando a taxa da energia de deformação liberada fosse igual a taxa na qual a energia fosse igual a taxa na qual a energia seria absorvida através da criação da Griffith propôs que a força crítica, necessária para propagar uma trinca, está relacionada com o equilíbrio entre a energia liberada, com o aumento da trinca, e a energia necessária para criar novas superfícies. Na condição de propagação com o deslocamento mantido constante, portanto com o trabalho das forças externas nulo, tem-se que: nulo, tem-se que: se We < Ws a trinca tem um comportamento estável, já que a energia liberada é menor que a necessária para propagação; se We > Ws a condição de instabilidade é atingida e ocorre a propagação da trinca. Griffith propôs que a força crítica, necessária para propagar uma trinca, está relacionada com o equilíbrio entre a energia liberada, com o aumento da trinca, e a energia necessária para criar novas superfícies. Na condição de propagação com o deslocamento mantido constante, portanto com o trabalho das forças externas se We < Ws a trinca tem um comportamento estável, já que a energia liberada é menor que a necessária para propagação; se We > Ws a condição de instabilidade é atingida e ocorre a Na condição de igualdade entre We e Ws ocorre um equilíbrio instável para a trinca. Esta condição pode ser expressa da seguinte forma: Tensão crítica necessária para propagar uma trinca frágil. Na condição de igualdade entre We e Ws ocorre um equilíbrio instável Esta condição pode ser expressa da seguinte forma: Tensão crítica necessária para propagar uma trinca frágil. Griffith ensaiou um vidro frágil e o resultado estava de acordo com as previsões da equação de , a qual também pode ser escrita da seguinte forma: Para tensões menores que a tensão crítica, a trinca não irá se propagar, pois a energia que seria liberada pela trinca virtual seria menor do que a necessária para formar uma nova superfície. A trinca que não se propaga é chamada de estável a menos que haja um aumento da tensão, caso contrário a trinca é chamada de instável. Griffith ensaiou um vidro frágil e o resultado estava de acordo com as , a qual também pode ser escrita da seguinte Para tensões menores que a tensão crítica, a trinca não irá se propagar, pois a energia que seria liberada pela trinca virtual seria menor do que a necessária para formar uma nova superfície. A trinca que não se propaga é chamada de estável a menos que haja um aumento da tensão, caso contrário a trinca é chamada de instável. Propriedade extrínseca Especificamente, K é a medida da severidade de uma trinca de geometria e tamanho específicos, que é submetida a uma determinada tensão. Propriedade intrínseca Propriedade intrínseca Tenacidade à fratura para um nível crítico para a fratura. Propriedade extrínseca – Fator intensidade de tensão Especificamente, K é a medida da severidade de uma trinca de geometria e tamanho específicos, que é submetida a uma determinada tensão. Propriedade intrínseca Propriedade intrínseca Tenacidade à fratura – índice c indica que o valor de K para um nível crítico para a fratura. É necessário introduzir um parâmetro Y ou função adimensional, que depende tanto da posição quanto da geometria da trinca, assim como do modo de aplicação da carga. Trinca interna, simétrica Y = 1,0. É necessário introduzir um parâmetro Y ou função adimensional, que depende tanto da posição quanto da geometria da trinca, assim como do modo de aplicação da carga. Trinca superficial na borda, Y = 1,12.Trinca superficial na borda, Y = 1,12. 1) Uma chapa de aço AISI 4340 com tensão de escoamento 860MPa, possui uma trinca interna perpendicular ao esforço de tração de 10mm. Determine a tensão de tração máxima que poderá atuar na chapa, de modo que a trinca fique estável. Resp.: 789,3 MPa. 2) A figura ao lado ilustra uma placa Exercícios de aço com uma trinca de 15 mm na borda. Considerando-se que a tensão de tração atuante é 400MPa. Determine a Tenacidade a Fratura para o material da chapa. Resp.: 97,2 MPa.m0,5. 1) Uma chapa de aço AISI 4340 com tensão de escoamento 860MPa, possui uma trinca interna perpendicular ao esforço de tração de 10mm. Determine a tensão de tração máxima que poderá atuar na chapa, de modo que a trinca fique estável. Resp.: 789,3 MPa. Exercícios se que a tensão 3) Uma chapa de aço soldada em uma coluna, como representada na figura ao lado, forma uma viga em balanço. Essa chapa possui uma trinca com 3 mm de comprimento na superfície superior conforme ilustrado. Para uma carga P de 4,5 kN Para uma carga P de 4,5 kN aplicada na extremidade livre, determine a tenacidade a fratura para o material. Considere a seção transversal cheia no cálculo da tensão, ou seja, não retireo comprimento da trinca. Resp.: 16,3 MPa.m0,5.
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