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AES10 P4

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Maria Eduarda Almeida - Med 4 
 
çã ê çõ
-Objetivos: 
1. Descrever o sistema motor piramidal 
1.1. Vias 
1.2. Funcionalidade 
1.3. 1º e 2º neurônio motor 
2. Descrever as síndromes piramidais 
3. Descrever os níveis de consciência 
O sistema motor somático 
O controle motor pode ser dividido em duas partes: 
(1) o comando e o controle da medula espinhal 
sobre a contração muscular coordenada, e (2) o 
comando e o controle do encéfalo sobre os 
programas motores na medula espinhal. 
O músculo esquelético constitui a maior parte da 
massa muscular do corpo e sua função é mover os 
ossos em torno das articulações, mover os olhos na 
cabeça, inalar e exalar, controlar a expressão facial 
e produzir a fala. Cada músculo esquelético é 
coberto por uma camada de tecido conectivo que 
forma os tendões na extremidade de cada músculo. 
Dentro de cada músculo há centenas de fibras 
musculares, as células do músculo esquelético, e 
cada fibra é inervada por uma única ramificação 
axônica do sistema nervoso central (SNC). 
Visto que o músculo esquelético é derivado 
embriologicamente de 33 pares de somitos, esses 
músculos e as partes do sistema nervoso que os 
controlam são chamados coletivamente de sistema 
motor somático, que está submetido ao controle 
voluntário e é responsável por gerar o 
comportamento. 
O neurônio motor inferior 
A musculatura somática é inervada pelos neurônios 
motores somáticos do corno ventral da medula 
espinhal. Estas células também são chamadas de 
neurônios motores inferiores para as distinguir das 
de ordem superior, os neurônios motores superiores 
do cérebro que fornecem as vias para a medula 
espinhal. 
É preciso lembrar que apenas os neurônios motores 
inferiores comandam diretamente a contração 
muscular → via final comum para o controle do 
comportamento. 
 
A Organização Segmentar dos Neurônios Motores 
Inferiores 
Os axônios dos neurônios motores inferiores se 
agrupam para formar as raízes ventrais; cada raiz 
ventral se junta a uma raiz dorsal para, então, formar 
um nervo espinhal que deixa a medula espinhal 
através de espaços entre as vértebras. 
O número de nervos espinhais é o mesmo que o de 
espaços entre as vértebras, o que, na espécie 
humana, contabiliza 30 de cada lado. Eles são 
chamados de nervos espinhais mistos, visto que 
contêm fibras sensoriais e motoras. Os neurônios 
motores que proveem fibras para um nervo espinhal 
pertencem a um segmento espinhal, cujo nome é o 
da vértebra de onde o nervo se origina. Os 
segmentos são os cervicais (C) 1 a 8, os torácicos 
(T) 1 a 12, os lombares (L) 1 a 5 e os sacrais (S) 1 a 
5. 
Os músculos esqueléticos não estão distribuídos de 
forma homogênea pelo corpo, tampouco os 
neurônios motores inferiores estão distribuídos 
homogeneamente na medula espinhal. 
Os neurônios motores inferiores também estão 
distribuídos no corno ventral de cada segmento 
espinhal de um modo previsível, dependendo de sua 
função. 
AES 10 P 4 
Maria Eduarda Almeida - Med 4 
 
 
A distribuição de neurônios motores na medula 
espinhal. A intumescência cervical da medula espinhal 
contém os neurônios motores que inervam os músculos 
do braço. A intumescência lombar contém os neurônios 
que inervam os músculos da perna. 
Existem duas categorias de neurônios motores 
inferiores da medula espinhal: neurônios motores 
alfa e neurônios motores gama. 
Neurônio motores alfa 
Os neurônios motores alfa são diretamente 
responsáveis pela geração de força pelo músculo. 
Um neurônio motor alfa e todas as fibras 
musculares que ele inerva coletivamente compõem 
o componente elementar do controle motor, o que é 
chamado de unidade motora. A contração muscular 
resulta das ações individuais e combinadas de 
unidades motoras. A coleção de neurônios motores 
alfa que inerva um determinado músculo (p. ex., o 
bíceps braquial) é chamada de conjunto de 
neurônios motores. 
 O Controle Graduado da Contração 
Muscular pelos Neurônios Motores Alfa 
VARIAÇÃO DA TAXA DE DISPARO 
A primeira forma de controle da contração muscular 
pelo SNC é variando a taxa de disparo dos 
neurônios motores. O neurônio motor alfa 
comunica-se com a fibra muscular, liberando o 
neurotransmissor acetilcolina (ACh) na junção 
neuromuscular, a sinapse especializada entre o 
nervo e o músculo esquelético. Devido à grande 
eficiência da transmissão neuromuscular, a ACh 
liberada em resposta a um potencial de ação pré-
sináptico causa um potencial excitatório pós-
sináptico (PEPS) na fibra muscular (também 
chamado de potencial da placa motora) que é 
intenso o suficiente para desencadear um potencial 
de ação pós-sináptico. Por meio de mecanismos, um 
potencial de ação pós-sináptico provoca um abalo – 
uma rápida resposta de contração seguida de 
relaxamento da fibra muscular. Uma contração 
sustentada requer uma sequência contínua de 
potenciais de ação. Da mesma forma que outros 
tipos de transmissão sináptica, uma atividade pré-
sináptica de alta frequência causa uma somação 
temporal das respostas pós-sinápticas. A somação 
dos abalos aumenta a tensão das fibras musculares 
e suaviza a contração. A frequência de disparos das 
unidades motoras é, assim, uma maneira importante 
pela qual o SNC gradua as contrações musculares. 
RECRUTAMENTO DE UNIDADES MOTORAS 
SINÉRGICAS ADICIONAIS 
A segunda maneira pela qual o SNC gradua a 
contração muscular é recrutando unidades motoras 
sinérgicas adicionais. A tensão extra provida pelo 
recrutamento de uma unidade motora ativa depende 
de quantas fibras musculares há nessa unidade. Nos 
músculos antigravitacionais da perna (músculos 
que se opõem à gravidade quando se fica de pé), 
cada unidade motora tende a ser relativamente 
grande, com uma média de inervação de mais de mil 
fibras musculares para um único neurônio motor 
alfa. Em contrapartida, os músculos menores que 
controlam os movimentos dos dedos das mãos e a 
rotação dos olhos são caracterizados por terem uma 
razão de inervação muito menor, como até três 
fibras musculares por neurônio motor alfa. Em 
geral, os músculos com uma maior quantidade de 
pequenas unidades motoras podem ser mais 
finamente controlados pelo SNC. 
A maioria dos músculos contém unidades motoras 
de vários tamanhos, as quais são recrutadas em 
ordem, da menor à maior. Esse recrutamento 
ordenado explica por que é possível ter um controle 
mais fino quando os músculos estão submetidos a 
uma carga leve do que quando estão sob uma carga 
mais pesada. 
Maria Eduarda Almeida - Med 4 
 
 Aferências para os Neurônios Motores Alfa 
Os neurônios motores alfa ativam os músculos 
esqueléticos. Assim, para compreender o controle 
dos músculos, temos de compreender o que regula 
os neurônios motores. Os neurônios motores 
inferiores são controlados por sinapses no corno 
ventral. Existem apenas três fontes principais de 
entradas para um neurônio motor alfa: 
1. A primeira são células ganglionares da raiz 
dorsal com axônios provenientes de um 
dispositivo sensorial especializado no 
interior do músculo, conhecido como fuso 
muscular. Essa entrada fornece um sinal de 
retroalimentação, informando o 
comprimento do músculo. 
2. A segunda fonte provém de neurônios 
motores superiores localizados no córtex 
cerebral motor e no tronco encefálico. Essa 
entrada é importante para o início e para o 
controle do movimento voluntário. 
3. A terceira e maior delas deriva de 
interneurônios da medula espinhal. Essa 
entrada pode ser excitatória ou inibitória e 
faz parte da circuitaria que gera os 
programas motores espinhais. 
Tipos de unidades motoras 
1) Fibras lentas (fibras musculares escuras) S: 
grande quantidade de mitocôndrias e enzimas 
especializadas para o metabolismo oxidativo 
energético. Lentas para contrair, mas podem 
sustentar a contração por um longo tempo sem 
fadiga. 
 2) Fibras rápidas (fibras musculares brancas) F:poucas mitocôndrias, metabolismo anaeróbio (sem 
oxigênio). Contraem de forma rápida e poderosa, 
contudo fadigam mais rapidamente do que as fibras 
lentas. Podem ser divididas em 2 subtipos: 
 2.1) Fibras resistentes à fadiga FR: Contrações 
moderadamente fortes e rápidas e são relativamente 
resistentes à fadiga. 
 2.2) Fibras facilmente fatigáveis FF: Contrações 
mais fortes e rápidas, mas entram em exaustão 
rapidamente quando estimulada em alta frequência 
por longos períodos. 
Embora todos os três tipos de fibras musculares 
possam coexistir (o que é o mais comum) em um 
determinado músculo, cada unidade motora contém 
fibras musculares de um único tipo. Assim, existe 
um tipo de unidade motora lenta que contém apenas 
fibras vermelhas lentamente fatigantes, e existem 
dois tipos de unidades motoras rápidas, cada uma 
contendo fibras brancas, ou FR ou FF. 
 Pareamento neuromuscular 
As propriedades do músculo são determinadas 
exclusivamente pelo tipo de inervação que ele 
recebe. Se for um contato sináptico de um neurônio 
motor rápido, ele torna-se uma fibra rápida, e se for 
um contato sináptico de um neurônio motor lento, 
ele torna-se uma fibra lenta. 
Experimento em que a inervação normal de um 
músculo rápido foi removida e substituída por um 
nervo que normalmente inerva um músculo lento. 
O resultado desse procedimento foi que o músculo 
adquiriu propriedades de fibra lenta, não apenas 
uma mudança do tipo de contração (lenta, resistente 
à fadiga), mas também da bioquímica subjacente. 
Essa mudança é referida como uma troca do 
fenótipo muscular – suas características físicas –, já 
que os tipos de proteínas expressas pelo músculo 
foram alterados pela nova inervação. 
Sugerem a possibilidade de que os neurônios 
trocam o fenótipo em consequência da atividade 
sináptica (experiência) e de que isso pode ser a base 
para o aprendizado e para a memória 
EX: HIPERTROFIA e ATROFIA. 
 
Experimento de inervação cruzada. Forçar os neurônios 
motores lentos a inervarem um músculo de contração 
rápida faz o músculo assumir propriedades lentas de 
contração. 
 
 
Maria Eduarda Almeida - Med 4 
 
Acoplamento excitação-contração 
A contração muscular é iniciada pela liberação de 
acetilcolina (ACh) a partir dos terminais axonais 
dos neurônios motores alfa. A ACh produz um 
grande PEPS na membrana pós-sináptica devido à 
ativação de receptores colinérgicos nicotínicos. 
Pelo fato de a membrana da célula do músculo 
conter canais de sódio dependentes de voltagem, 
esse PEPS é o suficiente para evocar um potencial 
de ação na fibra muscular. Pelo processo de 
acoplamento excitação-contração, esse potencial de 
ação (excitação) desencadeia a liberação de Ca2+ a 
partir de uma organela no interior da fibra muscular, 
o que leva à contração da fibra. O relaxamento 
ocorre quando os níveis de Ca2+ são reduzidos por 
recaptação para dentro da organela. 
Podemos resumir os passos do acoplamento 
excitação-contração da seguinte maneira: 
 Excitação 
1. Um potencial de ação ocorre no axônio de um 
neurônio motor alfa. 
2. A ACh é liberada pelo terminal axonal do 
neurônio motor alfa na junção neuromuscular. 
3. Os canais dos receptores nicotínicos abrem-se, e 
o sarcolema pós-sináptico despolariza (PEPS). 
4. Os canais de sódio dependentes de voltagem no 
sarcolema são abertos e um potencial de ação é 
gerado na fibra muscular, o qual se espalha pelo 
sarcolema e para dentro dos túbulos T. 
5. A despolarização dos túbulos T provoca a 
liberação de Ca2+ a partir do RS. 
 Contração 
1. O Ca2+ liga-se à troponina. 
2. A tropomiosina muda de posição e os locais de 
ligação da miosina com a actina ficam expostos. 
3. As cabeças de miosina conectam-se à actina. 
4. As cabeças de miosina fazem um movimento de 
rotação. 
5. Um ATP se liga a cada cabeça de miosina e 
desengata da actina. 
6. O ciclo continua enquanto Ca2+ e ATP estão 
presentes. 
 Relaxamento 
1. Quando os PEPSs deixam de ocorrer, o 
sarcolema e os túbulos T retornam ao seu potencial 
de repouso. 
2. O Ca2+ é sequestrado pelo RS por uma bomba 
dependente de ATP. 
3. Os locais de ligação da miosina na actina são 
cobertos pela tropomiosina. 
Controle espinhal de unidades motoras 
Propriocepção dos Fusos Musculares 
No interior da maioria dos músculos esqueléticos 
existem estruturas especializadas, chamadas de 
fusos musculares. Um fuso muscular, também 
chamado de receptor de estiramento, é constituído 
por vários tipos de fibras musculares esqueléticas 
especializadas contidas em uma cápsula fibrosa. O 
terço médio da cápsula é alargado, dando à estrutura 
a forma que lhe dá o nome. Nessa região central 
(equatorial), os axônios sensoriais do grupo Ia 
enrolam-se nas fibras musculares do fuso. Os fusos 
e os axônios Ia a eles associados, especializados em 
detectar alterações do comprimento (estiramento) 
muscular, são exemplos de proprioceptores. Esses 
receptores são um componente do sistema 
somatossensorial especializado na “sensação 
corporal”, ou propriocepção*, que informa como o 
nosso corpo se posiciona e se move no espaço. 
Os axônios do grupo I são os axônios mais grossos 
e mielinizados do corpo, o que significa uma 
condução dos potenciais de ação muito rápida. 
Nesse grupo, os axônios Ia são os maiores e mais 
rápidos. Os axônios Ia penetram na medula espinhal 
através das raízes dorsais, ramificam-se várias 
vezes e formam sinapses excitatórias sobre os 
interneurônios e os neurônios motores alfa dos 
cornos ventrais. As aferências Ia são também muito 
poderosas. Um único axônio Ia estabelece sinapses 
com praticamente todo o conjunto de neurônios 
motores alfa que inerva o músculo onde se encontra 
o fuso. 
 
 
Maria Eduarda Almeida - Med 4 
 
 O Reflexo de Estiramento 
Quando um músculo é estirado, ele tende a reagir 
encurtando-se (contraindo-se). O fato de este 
reflexo de estiramento, por vezes chamado de 
reflexo miotático, envolver retroalimentação 
sensorial do músculo foi mostrado por meio do 
corte das raízes dorsais. Mesmo que os neurônios 
motores alfa tenham sido mantidos intactos, o 
procedimento eliminou o reflexo de estiramento e 
provocou a perda do tônus muscular. Os neurônios 
motores recebem uma entrada sináptica contínua 
dos músculos. Trabalhos posteriores mostraram que 
a descarga dos axônios sensoriais Ia está 
intimamente relacionada com o comprimento do 
músculo. À medida que o músculo é estirado, a 
descarga aumenta; quando o músculo encurta, a 
descarga diminui. 
O axônio Ia e os neurônios motores alfa nos quais 
faz sinapse constituem o arco reflexo de estiramento 
monossináptico – “monossináptico” porque apenas 
uma sinapse separa a entrada sensorial primária do 
neurônio motor de saída. 
Esse arco reflexo serve de alça de retroalimentação 
antigravitacional. Quando um peso é colocado no 
músculo, e o músculo começa a se alongar, o fuso 
muscular é estirado. O estiramento da região central 
do fuso leva a uma despolarização dos terminais do 
axônio Ia, pois canais iônicos mecanossensíveis se 
abrem. O aumento resultante da descarga de 
potenciais de ação dos axônios Ia despolariza 
sinapticamente os neurônios motores alfa, que 
respondem com um aumento de suas frequências de 
potenciais de ação. Isso faz o músculo se contrair e, 
portanto, encurtar. 
EX: REFLEXO PATELAR. 
Neurônios Motores Gama 
O fuso muscular contém fibras musculares 
esqueléticas modificadas dentro de sua cápsula 
fibrosa. Essas fibras musculares são chamadas de 
fibras intrafusais para as distinguir das fibras 
extrafusais, mais numerosas, que estão fora do fuso 
e formam a massa muscular. Uma diferença 
importante entre os dois tipos de fibras musculares 
é que apenas as fibras extrafusais são inervadas 
pelos neurônios motores alfa. As fibras intrafusais 
recebem sua inervação motora de um outro tipo de 
neurônio motor inferior, chamadode neurônio 
motor gama. 
! ATENÇÃO ! 
Imagine uma contração muscular comandada por 
um neurônio motor superior. Os neurônios motores 
alfa respondem, as fibras extrafusais contraem-se e 
o músculo encurta. Se eles afrouxassem, os axônios 
Ia silenciariam, e o fuso ficaria “fora do ar”, não 
mais fornecendo informações sobre o comprimento 
do músculo. No entanto, isso não acontece, porque 
os neurônios motores gama também são ativados. 
 
Esses neurônios gama inervam as fibras musculares 
intrafusais nas duas extremidades do fuso muscular. 
Sua ativação causa a contração dos dois polos do 
fuso muscular, tracionando, portanto, a região 
central não contrátil e mantendo os axônios Ia 
ativos. Observe que a ativação dos neurônios 
motores alfa e gama tem efeitos opostos sobre a 
saída Ia. A ativação alfa, por si só, diminui a 
atividade Ia, ao passo que a ativação gama a 
aumenta. 
Durante a maioria dos movimentos normais, os 
neurônios motores alfa e gama são ativados 
simultaneamente pelos comandos descendentes 
provenientes do encéfalo. Ao regular o ponto 
estabelecido da alça de retroalimentação miotática, 
a alça gama fornece um controle adicional dos 
neurônios motores alfa e da contração muscular. 
ALÇA GAMA: CIRCUITO 
Neurônio motor gama → fibra muscular intrafusal 
→ axônio aferente Ia → neurônio motor alfa → 
fibras musculares extrafusais. 
Propriocepção dos órgãos tendinosos de golgi 
Outro sensor no músculo esquelético é o órgão 
tendinoso de Golgi, que funciona como um medidor 
Maria Eduarda Almeida - Med 4 
 
de tensão muito sensível, ou seja, ele monitora a 
tensão muscular ou a força de contração. 
Os órgãos tendinosos de Golgi estão localizados na 
junção do músculo com o tendão e são inervados 
por axônios sensoriais do grupo Ib, os quais são 
ligeiramente mais finos que os axônios Ia que 
invervam os fusos musculares. 
Os órgão de golgi estão em um arranjo anatômico 
diferente dos fusos musculares com o objetivo de 
obter informações diferente para a medula: 
1) A atividade Ia do fuso codifica a informação do 
comprimento muscular. 
2) A atividade Ib do órgão tendinoso de Golgi 
codifica a informação da tensão muscular. 
 
Os axônios Ib entram na medula espinhal, 
ramificam-se repetidamente e fazem sinapse em 
interneurônios especiais, chamados de 
interneurônios inibitórios Ib, no corno ventral. Os 
interneurônios Ib também recebem conexões de 
outros receptores sensoriais e de vias descendentes. 
Alguns dos interneurônios Ib formam conexões 
inibitórias com os neurônios motores alfa que 
inervam o mesmo músculo (Figura 13.24). Esta é a 
base para outro reflexo espinhal. Em circunstâncias 
extremas, este arco reflexo Ib pode proteger o 
músculo de ser sobrecarregado. No entanto, sua 
função normal é a de regular a tensão muscular 
dentro de uma faixa ideal. À medida que a tensão 
muscular aumenta, a inibição do neurônio motor 
alfa diminui a contração muscular; à medida que a 
tensão do músculo diminui, a inibição do neurônio 
motor alfa diminui, e a contração muscular 
aumenta. Acredita-se que esse tipo de 
retroalimentação proprioceptiva seja 
particularmente importante para a execução de atos 
motores finos, como a manipulação de objetos 
frágeis, que requer uma preensão estável, porém 
não muito forte. 
 Propriocepção das articulações 
Vários axônios proprioceptivos estão presentes nos 
tecidos conjuntivos das articulações, especialmente 
no tecido fibroso que envolve as articulações 
(cápsulas articulares) e ligamentos. Esses axônios 
mecanossensíveis respondem a mudanças de 
ângulo, direção e velocidade de movimento em uma 
articulação. 
A maioria se adapta rapidamente, isto é, a 
informação sensorial sobre uma articulação em 
movimento é grande, mas poucos são os neurônios 
que codificam a posição parada de uma articulação. 
Mesmo assim, temos muito boa capacidade para 
julgar a posição de uma articulação, mesmo com 
nossos olhos fechados. Parece que as informações 
dos receptores articulares, dos fusos musculares e 
dos órgãos tendinosos de Golgi e, provavelmente, 
dos receptores na pele se combinam no SNC para 
estimar o ângulo da articulação. A remoção de uma 
fonte de informação pode ser compensada pelas 
outras. Quando um quadril acometido pela artrite é 
substituído por aço e plástico, os pacientes ainda 
podem sentir o ângulo entre a coxa e sua pelve, 
mesmo que todos os seus mecanorreceptores da 
articulação do quadril estejam em um frasco de 
formol. 
Interneurônios Espinhais 
As ações das aferências Ib provenientes de órgãos 
tendinosos de Golgi sobre os neurônios motores alfa 
dependem de conexões unicamente polissinápticas, 
todas mediadas por interneurônios espinhais. De 
fato, a maioria das conexões sobre os neurônios 
motores alfa se origina de interneurônios da medula 
espinhal. Os interneurônios espinhais recebem 
conexões sinápticas de axônios sensoriais 
primários, de axônios descendentes do encéfalo e de 
axônios colaterais de neurônios motores inferiores. 
Os interneurônios estão conectados entre si, de 
modo que programas motores coordenados podem 
ser gerados em resposta às várias aferências que a 
eles se projetam. 
 Entrada inibitória 
 A flexão do cotovelo precisa de uma flexão via 
reflexo miotático, mas requer o relaxamento dos 
músculos antagonistas, no caso os extensores. 
Maria Eduarda Almeida - Med 4 
 
A contração de um conjunto de músculos 
acompanhada pelo relaxamento dos músculos 
antagonistas é chamada de inibição recíproca. No 
caso do reflexo miotático, a inibição recíproca 
ocorre porque as vias aferentes Ia fazem sinapse 
com interneurônios espinhais inibitórios que fazem 
contato com neurônios motores alfa dos músculos 
antagonistas. 
 Entrada excitatória 
Um exemplo de reflexo mediado em parte por 
interneurônios excitatórios é o reflexo flexor. 
As fibras nociceptivas que penetram na medula 
espinhal ramificam-se profusamente e ativam 
interneurônios em vários segmentos da medula 
espinhal. Essas células podem excitar neurônios 
motores alfa que controlam todos os músculos 
flexores do membro afetado (e, obviamente, 
interneurônios inibitórios são também recrutados 
para inibir os alfa que controlam os extensores). 
 Nesse caso da tachinha, ocorre o reflexo extensor-
cruzado: Como em uma perna ocorreu a ativação da 
flexão dos músculos e a inibição da extensão dos 
antagonistas. Na outra perna, com o intuito de não 
fazer cair a pessoa, ocorre a ativação dos músculos 
extensores e a inativação dos flexores. 
Controle encefálico do movimento 
O sistema motor central está organizado em níveis 
hierárquicos de controle, com o prosencéfalo no 
topo e a medula espinhal na base. É útil pensar nesse 
controle motor hierárquico como tendo três níveis. 
O nível mais alto, representado pelas áreas de 
associação do neocórtex e pelos núcleos da base do 
prosencéfalo, está envolvido com a estratégia: a 
finalidade do movimento e a estratégia do 
movimento que melhor atinge essa finalidade. O 
nível intermediário, representado pelo córtex motor 
e pelo cerebelo, está relacionado com a tática: as 
sequências de contrações musculares, orientadas no 
espaço e no tempo, necessárias para atingir, de 
forma suave e acurada, a meta estratégica. O nível 
mais baixo, representado pelo tronco encefálico e 
pela medula espinhal, é relativo à execução: 
ativação do neurônio motor e de conjuntos de 
interneurônios que geram o movimento direcionado 
à meta e realizam todo e qualquer ajuste postural 
necessário. 
 
O funcionamento adequado de cada nível da 
hierarquia do controle motor depende tanto da 
informação sensorial que o sistema motor central 
poderia ser considerado, de fato, um sistema 
sensório-motor. No nível mais alto, a informação 
sensorial gera uma imagem mental do corpo e sua 
relação com o ambiente. No nível intermediário, as 
decisões táticas baseiam-senas memórias das 
informações sensoriais de movimentos passados. 
No nível mais baixo, a retroalimentação sensorial é 
utilizada para manter a postura, o comprimento e a 
tensão muscular, antes e após cada movimento 
voluntário. 
Tractos espinhais descendentes 
Como o encéfalo se comunica com os 
motoneurônios da medula espinhal? Axônios 
descem desde o encéfalo ao longo da medula 
espinhal, através de dois grupos principais de vias. 
Uma dessas vias é a coluna lateral da medula e a 
outra é a coluna ventromedial. Lembre-se dessa 
regra de ouro: as vias laterais estão envolvidas no 
movimento voluntário da musculatura distal e estão 
sob controle cortical direto; as vias ventromediais 
estão envolvidas no controle da postura e da 
locomoção e estão sob o controle do tronco 
encefálico. 
 
As vias laterais consistem nos tractos corticospinal e 
rubrospinal e controlam os movimentos voluntários da 
musculatura distal. As vias ventromediais consistem nos 
tractos reticulospinais bulbar e pontino, vestibulospinal 
e tectospinal e controlam os músculos posturais. 
Maria Eduarda Almeida - Med 4 
 
As Vias Laterais 
O componente mais importante das vias laterais é o 
tracto corticospinal. Originado no neocórtex, é o 
mais longo e um dos maiores tractos do sistema 
nervoso central (SNC). Dois terços dos axônios 
desse tracto têm origem nas áreas 4 e 6 do lobo 
frontal, denominado coletivamente de córtex motor. 
A maioria dos axônios remanescentes no tracto 
corticospinal deriva de áreas somatossensoriais do 
lobo parietal e serve para regular o fluxo de 
informação somatossensorial ao encéfalo. Os 
axônios oriundos do córtex passam através da 
cápsula interna, fazendo uma ponte entre o 
telencéfalo e o tálamo, cruzam a base do pedúnculo 
cerebral, uma grande coleção de axônios no 
mesencéfalo, e, então, passam através da ponte e se 
reúnem para formar um tracto na base do bulbo. O 
tracto forma uma protuberância, chamada de 
pirâmide bulbar, que passa sobre a superfície 
ventral bulbar. Quando seccionado, a secção 
transversal tem aspecto aproximadamente 
triangular, razão pela qual é chamado de tracto 
piramidal. 
Na junção do bulbo com a medula, o tracto 
piramidal cruza, ou decussa, na decussação das 
pirâmides. Isso significa que o córtex motor direito 
comanda diretamente o movimento do lado 
esquerdo do corpo e o córtex motor esquerdo 
controla os músculos do lado direito. À medida que 
os axônios vão cruzando, eles se reúnem na coluna 
lateral da medula e constituem o tracto corticospinal 
lateral. Os axônios do tracto corticospinal terminam 
na região dorsolateral dos cornos ventrais e na 
substância cinzenta intermediária, onde se 
encontram neurônios motores e interneurônios que 
controlam os músculos distais, particularmente os 
flexores. 
Um componente bem menor das vias laterais é o 
tracto rubrospinal, que se origina no núcleo rubro 
do mesencéfalo, assim denominado devido à sua 
tonalidade rósea em um encéfalo recém-dissecado. 
Os axônios do núcleo rubro decussam logo adiante, 
na ponte, e se reúnem com aqueles do tracto 
corticospinal na coluna lateral da medula. A 
principal origem de aferências ao núcleo rubro é a 
região do córtex frontal, que também contribui para 
o tracto corticospinal. 
→ parece estar reduzido em seres humanos, com a 
maior parte de suas funções subordinada ao tracto 
corticospinal. 
 
As Vias Ventromediais 
As vias ventromediais possuem quatro tractos 
descendentes que se originam no tronco encefálico 
e terminam entre os interneurônios espinhais, 
controlando os músculos proximais e axiais. São 
eles: o tracto vestibulospinal, o tracto tectospinal, o 
tracto reticulospinal pontino e o tracto 
reticulospinal bulbar. As vias ventromediais 
utilizam informações sensoriais sobre equilíbrio, 
posição corporal e ambiente visual para manter, de 
forma reflexa, o equilíbrio e a postura corporal. 
 Os Tractos Vestibulospinais 
Os tractos vestibulospinal e tectospinal mantêm o 
equilíbrio da cabeça sobre os ombros, à medida que 
o corpo se move no espaço, e a movem em resposta 
a novos estímulos sensoriais. Os tractos 
vestibulospinais originam-se nos núcleos 
vestibulares do bulbo, que transmitem informações 
sensoriais do labirinto vestibular no ouvido interno. 
O labirinto vestibular consiste em canais e 
cavidades no osso temporal, cheios de fluido, os 
quais estão intimamente associados à cóclea. O 
movimento do fluido nesse labirinto, que 
acompanha o movimento da cabeça, ativa células 
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ciliadas que transmitem sinais para os núcleos 
vestibulares pelo nervo craniano VIII. 
Um dos componentes dos tractos vestibulospinais 
se projeta bilateralmente para a medula espinhal, 
ativando os circuitos espinhais cervicais que 
controlam os músculos do pescoço e das costas, a 
fim de guiar os movimentos da cabeça. A 
estabilidade da cabeça é importante, uma vez que 
ali estão nossos olhos; manter nossos olhos estáveis, 
mesmo com nosso corpo em movimento, garante 
que nossa imagem do mundo continue estável. 
Outro componente dos tractos vestibulospinais se 
projeta ipsilateralmente para baixo até a medula 
espinhal lombar. Ele nos ajuda a manter uma 
postura correta e equilibrada ao ativar os neurônios 
motores extensores das pernas. 
 O Tracto Tectospinal 
O tracto tectospinal origina-se no colículo superior 
do mesencéfalo, o qual recebe aferências diretas da 
retina. Além das aferências da retina, o colículo 
superior recebe projeções do córtex visual, assim 
como aferências somatossensoriais e auditivas. 
Com essas aferências, o colículo superior constrói 
um mapa do mundo que está a nossa volta. A 
estimulação em um ponto desse mapa leva a uma 
resposta de orientação que comanda a cabeça e os 
olhos a se moverem de modo que o ponto 
apropriado no espaço é projetado exatamente sobre 
a fóvea. A ativação do colículo pela imagem de 
alguém correndo em direção à segunda base, por 
exemplo, faria o arremessador orientar sua cabeça e 
seus olhos na direção desse novo e importante 
estímulo. 
Após deixar o colículo, os axônios do tracto 
tectospinal rapidamente decussam e projetam-se 
próximos da linha média para regiões cervicais da 
medula espinhal, onde ajudam a controlar os 
músculos do pescoço, de regiões superiores do 
tronco e dos ombros. 
 
 Os Tractos Reticulospinais Pontino e 
Bulbar 
Os tractos reticulospinais originam-se 
principalmente da formação reticular do tronco 
encefálico, que perpassa longitudinalmente a parte 
mais interna do tronco encefálico, logo abaixo do 
aqueduto cerebral e do quarto ventrículo. A 
formação reticular é uma complexa malha de 
neurônios e fibras que recebe aferências de várias 
regiões e participa de muitas funções diferentes. 
Para os propósitos desta discussão acerca do 
controle motor, a formação reticular será dividida 
em duas partes que originarão dois tractos 
descendentes: o tracto reticulospinal pontino 
(medial) e o tracto reticulospinal bulbar (lateral). 
O tracto reticulospinal pontino aumenta os 
reflexos antigravitacionais da medula. A atividade 
nessa via facilita os extensores dos membros 
inferiores e, com isso, ajuda a manter a postura 
ereta, resistindo aos efeitos da gravidade. Esse tipo 
de regulação é um componente importante do 
controle motor. Tenha em mente que, na maior 
parte do tempo, a atividade dos neurônios do corno 
ventral mantém, em vez de mudar, o comprimento 
e a tensão muscular. 
O tracto reticulospinal bulbar tem, contudo, o 
efeito oposto: ele libera os músculos 
antigravitacionais do controle reflexo. A atividade 
em ambos os tractos reticulospinais é controlada por 
sinais descendentes oriundos do córtex. Um fino 
equilíbrio é necessário entre eles à medida que, por 
exemplo, o arremessador executa seu movimento, 
que vai desde estar parado na sua base até realizar o 
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movimento apropriado para o arremesso e, então, 
arremessar a bola. 
 
Os tractos reticulospinais pontinho (medial) e bulbar 
(lateral). Esses componentes da via ventromedial 
controlam a postura do tronco e os músculos 
antigravitacionais dos membros. 
Resuminho vias 
 
Resumo simples dos principais tractos espinhais 
descendentes. As vias ventromediais originam-se em 
diferentes regiões do tronco encefálico e participam 
principalmente da manutenção da postura e de alguns 
movimentos reflexos. A iniciação de um movimento 
balístico voluntário, como lançar uma bola de beisebol, 
requer instruções que descem do córtex motor pelas vias 
laterais. O córtex motor ativa diretamente os neurônios 
motores espinhais e os libera do controle reflexo, 
comunicando-se com os núcleos das vias ventromediais. 
 
 
O planejamento do movimento pelo córtex 
cerebral 
Embora as áreas corticais 4 e 6 sejam chamadas de 
córtex motor, é importante reconhecer que o 
controle dos movimentos voluntários engloba quase 
a totalidade do neocórtex. Um movimento 
direcionado a um objetivo depende do 
conhecimento de onde o corpo está no espaço, para 
onde pretende ir e a escolha de um plano para lá 
chegar. Uma vez selecionado, o plano precisa ser 
mantido na memória até o momento apropriado. Por 
fim, instruções para a implementação do plano 
devem ser emitidas. Até certo ponto, esses 
diferentes aspectos do controle motor estão 
localizados em diferentes regiões do córtex 
cerebral. 
 
O Córtex Motor 
O córtex motor é uma região circunscrita do lobo 
frontal. A área 4 situa-se na região anterior ao sulco 
central, no giro pré-central, e a área 6 situa-se 
anteriormente à área 4. A área 4 é, atualmente, 
denominada córtex motor primário, ou M1. 
Foi encontrado dois mapas motores 
somatotopicamente organizados na área 6: um em 
uma região lateral, que chamou de área pré-motora 
(APM), e outro em uma região medial, chamada de 
área motora suplementar (AMS). Essas duas áreas 
parecem desempenhar funções similares, mas em 
grupos diferentes de músculos. Enquanto a AMS 
envia axônios que inervam diretamente unidades 
motoras distais, a APM conecta-se principalmente 
com neurônios reticulospinais que inervam 
unidades motoras proximais. 
 
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As Contribuições dos Córtices Parietal Posterior e 
Pré-frontal 
Os lobos parietais estão amplamente 
interconectados com regiões anteriores do lobo 
frontal que, em seres humanos, se supõe serem 
importantes para o pensamento abstrato, à 
capacidade de tomada de decisão e à antecipação 
das consequências de ações. Essas áreas “pré-
frontais”, juntamente ao córtex parietal posterior, 
representam os níveis superiores da hierarquia do 
controle motor, onde decisões são tomadas acerca 
de quais ações realizar e suas possíveis 
consequências (uma bola em curva que resultará em 
ponto – um strike). Ambos os córtices pré-frontal e 
parietal enviam axônios que convergem para a área 
cortical 6. Lembre-se que as áreas 6 e 4 contribuem, 
em conjunto, com a maioria dos axônios do tracto 
corticospinal descendente. Assim, a área 6 
encontra-se na fronteira onde os sinais que 
codificam quais ações são convertidos em sinais 
que especificam como as ações serão realizadas. 
Neurônios-Espelho 
Alguns neurônios na área cortical 6 respondem não 
somente quando os movimentos são executados, 
mas também quando o mesmo movimento é apenas 
imaginado, ou seja, mentalmente ensaiado. 
Os neurônios-espelho parecem representar 
determinados atos motores, como alcançar, agarrar, 
segurar ou movimentar objetos, independentemente 
de realizar o ato ou simplesmente observar outros 
agindo. Cada célula tem preferências muito 
específicas de movimentos. Em geral, os neurônios-
espelho parecem codificar os objetivos específicos 
de atos motores, em vez de determinados estímulos 
sensoriais. 
OBS: Alguns pesquisadores têm sugerido que 
neurônios-espelho disfuncionais são responsáveis 
por certas características de autismo, como a 
incapacidade de entender pensamentos, intenções, 
sentimentos e ideias de outros. 
Os núcleos da base 
A principal aferência subcortical para a área 6 
origina-se em um núcleo do tálamo dorsal, o núcleo 
ventrolateral (VL). A aferência para essa parte do 
VL, chamada de VLo, surge dos núcleos da base, 
nas profundezas do telencéfalo. Os núcleos da base, 
por sua vez, são alvo do córtex cerebral, 
particularmente dos córtices frontal, pré-frontal e 
parietal. Assim, temos uma alça em que a 
informação cicla do córtex aos núcleos da base e ao 
tálamo e de volta para o córtex, em especial para a 
AMS. Uma das funções dessa alça parece ser a de 
seleção e iniciação de movimentos originados da 
nossa vontade. 
 
Vias Direta e Indireta dos Núcleos da Base 
A alça motora através dos núcleos da base se origina 
a partir de conexões excitatórias do córtex. Na via 
direta, as sinapses das células corticais excitam 
células no putâmen, que fazem sinapses inibitórias 
em neurônios no globo pálido, que, por sua vez, 
fazem conexões inibitórias com as células do VLo. 
A conexão talamocortical (do VLo até a AMS) é 
excitatória, facilitando o disparo das células 
relacionadas a movimentos na AMS. Em geral, a 
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via direta permite que os núcleos da base estimulem 
a iniciação de movimentos desejados. A ativação 
cortical do putâmen leva à excitação da AMS pelo 
VL. 
Há também uma complexa via indireta através dos 
núcleos da base que tende a antagonizar as funções 
motoras da via direta. Informações do córtex 
passam através das vias diretas e indiretas em 
paralelo, e suas eferências, no final, regulam o 
tálamo motor. A particularidade da via indireta são 
o GPe e o núcleo subtalâmico. Os neurônios do 
estriado inibem as células do GPe, cuja função é 
inibir as células de ambos GPi e núcleo 
subtalâmico. Este último também é estimulado por 
axônios oriundos do córtex, e suas projeções 
excitam os neurônios do GPi que, como se sabe, 
inibem os neurônios talâmicos. 
Embora a ativação cortical da via direta tenda a 
facilitar o tálamo e a informação que por ele passa, 
a ativação cortical da via indireta tende a inibir o 
tálamo. Em geral, a via direta é capaz de auxiliar a 
selecionar certas ações motoras, enquanto a via 
indireta, simultaneamente, suprime programas 
motores que competem e que são inapropriados. 
A iniciação do movimento pelo córtex motor 
primário 
A Organização das Entradas e Saídas de M1 
A via pela qual o córtex motor ativa os neurônios 
motores inferiores se origina na camada cortical V. 
Essa camada possui uma população de neurônios 
piramidais. As células piramidais da camada V em 
M1 recebem suas aferências principalmente de duas 
origens: de outras áreas corticais e do tálamo 
Áreas corticais → áreas adjacentes à área 4: área 6, 
imediatamente anterior, e áreas 3, 1 e 2, 
imediatamente posteriores 
Tálamo → outra parte do núcleo ventrolateral, 
chamada de VLc, que retransmite informação do 
cerebelo. 
A codificação do movimento em M1 
Cada célula piramidal pode controlar numerosos 
grupos de neurônios motores conectados a um 
grupo de músculos capazes de mover um membro 
na direção de um objetivo desejado. Registros de 
neurônios M1 em animais ativos revelam que uma 
descarga de atividade ocorre imediatamente antes e 
durante um movimento voluntário e que essa 
atividade parece codificar dois aspectos do 
movimento: a força e a direção. 
Sugeriram a existência de um mapa de 
“especificidade fina” dos movimentos em M1. 
Pode ter sido comprovado a partir do experimento: 
Macacos eram treinados para mover um joystick em 
direção a uma pequena luz, cuja posição variava 
aleatoriamente em torno de um círculo. 
 As células M1 disparavam mais vigorosamente 
durante o movimento em uma determinada direção, 
mas também disparavamdurante movimento 
aleatórios do preferido. 
Sugeriram, dessa forma, que a direção do 
movimento não poderia ser codificada pela 
atividade de células individuais que comandam 
movimentos em uma única direção, mas sim 
codificada pela atividade coletiva de uma 
população de neurônios. Importante lembrar do 
código de população, onde que no sistema motor 
implica que grupos de neurônios apresentam um 
amplo perfil de ajuste às propriedades dos 
movimentos. 
Ou seja, cada célula tem uma preferência de perfil 
de direção de movimento. Em suma, pode-se 
concluir algumas coisas: 
1. Córtex motor se encontra ativo para cada 
movimento. 
2. A atividade de cada célula apresenta apenas um 
único ‘’voto’’ computado em favor de uma dada 
direção do movimento. 
 3. A direção do movimento é determinada pelo 
cálculo da média dos ‘’votos’’ na população. 
 Obs: Os ‘’votos’’ seriam a resultante dos vetores. 
 Mapa motor maleável 
Quanto mais neurônio motores para um 
determinado tipo de movimento, mais refinado se 
torna o controle. 
Contudo, as células corticais em M1 podem trocar 
suas funções e se comprometerem com outro tipo 
de movimento à medida em que novas habilidades 
são aprendidas. 
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Ou seja, a plasticidade do córtex motor adulto é 
viável. O que leva a crer que essa reorganização 
cortical possibilita o aprendizado de habilidades 
motoras finas. 
O cerebelo 
Funções cruciais de controle motor pertencem ao 
cerebelo. Sua importância para o controle motor se 
revela claramente por suas lesões. Os movimentos 
tornam-se descoordenados e imprecisos, uma 
condição conhecida como ataxia. 
 A Alça Motora Através do Cerebelo Lateral 
1. Axônios chegando das células piramidais da 
camada V do córtex sensório-motor – áreas frontais 
4 e 6, áreas somatossensoriais do giro pós-central e 
áreas parietais posteriores – formam uma projeção 
maciça para aglomerados de células na ponte, os 
núcleos pontinhos, que, por sua vez, alimentam o 
cerebelo. 
2. Do núcleo pontinhos vai para o cerebelo lateral. 
3. O cerebelo lateral projeta eferências de volta para 
o córtex motor, via uma retransmissão realizada 
pelo núcleo ventrolateral do tálamo (VLc) 
Função desta via: É essencial para a execução 
adequada de movimentos planejados voluntários 
multiarticulares. 
De fato, uma vez que o sinal de intenção do 
movimento tenha sido recebido pelo cerebelo, a 
atividade dessa estrutura parece instruir o córtex 
motor primário com respeito a direção, precisão 
temporal e força do movimento. 
O cerebelo é um outro local importante para o 
aprendizado motor – é um local onde o que se 
pretende é comparado com o que aconteceu. 
 Programando o cerebelo 
Ao aprender um dado movimento, este é 
primeiramente desarticulado e descoordenado. 
Na medida em que vai aprendendo, ocorre o 
aperfeiçoamento. Ao ficar aperfeiçoado, os 
movimentos se tornam suaves e são feitos quase 
inconscientemente. 
Obs: O cerebelo atua como o “encéfalo dentro do 
encéfalo”, pois, sem que você tenha consciência, 
cuida para que os programas de movimentos nos 
quais a habilidade é necessária sejam executados 
adequadamente e ajustados toda vez que sua 
execução ocorre de forma diferente do esperado. 
RESUMO DO 1ª E 2ª NEURÔNIOS: 
A motricidade depende da interação do 1ª neurônio 
motor (via piramidal) com o 2ª neurônio motor (via 
periférica). 
Os 1ª neurônios motores ou neurônios motores 
superiores descem pelo sistema piramidal através 
dos dois tratos: 
•Trato corticoespinhal – Do córtex ao corno anterior 
da medula. 
•Trato corticonuclear – Do córtex aos núcleos dos 
nervos cranianos presentes no mesencéfalo (III e 
IV), ponte (V, VI e VII) e bulbo (IX, X, XI e XII). 
O trajeto de descida pela via piramidal dos 
primeiros neurônios é: 
→ Córtex cerebral. 
→ Substância branca subcortical. 
→ Cápsula interna. 
→ Mesencéfalo. 
→ Ponte. 
→ Bulbo. 
→ Medula espinhal. 
Os 2ª neurônios motores ou neurônios motores 
inferiores recebem a informação no corno anterior e 
transmitem aos músculos, o que constitui o sistema 
motor periférico. 
 
 
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Síndromes piramidais 
SÍNDROMES PIRAMIDAIS – 1ª NEURÔNIO 
As lesões do sistema piramidal são traduzidas por 
déficits motores que interferem na execução dos 
movimentos, podendo ser evidenciado na paralisia 
facial de origem piramidal e não sobre os músculos 
ou determinados grupos de músculos, como ocorre 
nas lesões do neurônio motor periférico. Os déficits 
motores de origem piramidal, costumam se 
acompanhar de: 
 Fraqueza muscular: paresia (redução da 
força) ou plegia (perda completa da força); 
 Flacidez e hipo/arreflexia ou espasticidade 
(aumento do tônus muscular) e Hiper-
reflexia. 
 Sinal de Babinski, clônus 
 Perda dos reflexos cutâneo-abdominais e 
cremasteriano 
Mencionando ainda que a síndrome piramidal de 
instalação súbita ocorre uma fase de choque, 
traduzida pôr paralisia flácida, precedendo a fase 
espástica. 
Dependendo da sede da lesão, vários tipos de 
comprometimentos motores podem ser 
encontrados, como por exemplo, a hemiplegia, 
paraplegia, tetraplegia e monoplegia. A síndrome 
do neurônio motor superior, ocorre com maior 
frequência nos acidentes vasculares cerebrais 
(AVC), que acometem a cápsula interna ou a área 
motora do córtex. Dizia-se que o Sistema Piramidal 
era encarregado de duas funções distintas: 
elaboração e condução do influxo motor voluntário; 
e inibição do sistema extrapiramidal e o sistema 
motor periférico, e que as lesões piramidais 
traduziram-se por duas ordens de sintomatologia: 
• Síndrome piramidal deficitária. 
• Síndrome piramidal de liberação. 
Síndrome piramidal contralateral: lesão da 
cápsula interna e do feixe piramidal acima da 
decussação das pirâmides. Características: 
fraqueza ou paralisia muscular do lado oposto à 
lesão: hemiparesia/plegia contralateral. 
Síndrome piramidal ipsilateral: lesão do feixe 
piramidal na medula espinhal (abaixo da 
decussação das pirâmides), no funículo lateral 
medular. Características: hemiparesia/plegia 
ipsilateral à lesão. 
Síndrome piramidal bilateral: secção medular 
completa ou mielite transversa, com lesão bilateral 
dos feixes corticoespinhais. Características: 
tetraparesia/plegia (se na medula cervical), ou 
paraparesia/plegia (se na medula torácica). 
Síndrome piramidal alterna: compressão 
progressiva da decussação das pirâmides, típica do 
meningioma de forame magno. Características: 
hemiparesia/plegia do membro superior de um lado 
e do membro inferior do outro, podendo evoluir 
posteriormente para paresia/plegia do outro 
membro inferior e depois do outro membro 
superior. 
• Paralisia “central” do facial (VII) e do 
hipoglosso (XII) (heterolaterais) 
**recebem fibras piramidais apenas cruzadas 
O núcleo do facial encontra-se na região inferior da 
ponte; uma lesão piramidal unilateral acima da 
ponte (ex.: na cápsula interna, no mesencéfalo) 
produzirá uma paralisia da musculatura facial 
contralateral, do tipo “central”: paralisia da porção 
inferior da hemiface → O resultado é uma 
hemiparesia/plegia fasciobraquiocrural 
contralateral à lesão. 
Uma lesão piramidal unilateral acima do bulbo (ex.: 
na cápsula interna, no mesencéfalo, na ponte) 
provoca paralisia contralateral do hipoglosso, do 
tipo “central” (sem atrofia da hemilíngua). 
O paciente desenvolve disartria. 
Quando o paciente mostra a língua, ela desvia na 
direção do lado paralisado (contralateral à lesão), 
pois um importante músculo da língua tem o efeito 
de empurrá-la para o lado oposto... 
Característica: hemiparesia/plegia contralateral, 
com disartria e desvio da língua para o lado da 
hemiplegia. 
SINTOMAS GERAIS 
1- ESPASTICIDADE: 
 Hipertonia 
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 Consequência de lesão cerebral ou 
medular. 
 Postura anormal. 
 Movimento emcanivete (dura no início, 
chegando do meio para o final mais 
facilmente). 
 Resistência muscular que aumenta com a 
atividade motora. 
2- HIPERREFLEXIA: 
 Consequência da hiperatividade do sistema 
corticorreticuloespinhal. 
3- CLÔNUS: 
 Estiramento súbito de músculos 
hipertônicos produz uma contração reflexa. 
4- SINAL DE BABINK: 
 Manifestação de liberação do reflexo dos 
flexores. 
PATOLOGIAS 
• Acidente vascular encefálico – AVE ou AVC. 
• Esclerose lateral amiotrófica. 
• Esclerose múltipla. 
• Traumas medulares. 
Consciência 
1. Pode-se denominar consciência como estado de 
plena noção de si mesmo e do meio ambiente. A 
consciência exige diversas funções cerebrais 
complexas que envolvem diversas vias e estruturas 
do sistema nervoso central (SNC). 
2. Na prática médica, a consciência é vista em 
oposição à inconsciência ou coma e compreende o 
estado de alerta associado à capacidade de 
responder adequadamente a certos estímulos 
externos. 
3. Na psicologia, a consciência não implica apenas 
o estado que permite a resposta a determinados 
estímulos, mas também a integração de todos os 
processos mentais. Para a expressão da consciência 
o indivíduo deve ser capaz de posicionar-se social e 
politicamente no meio em que vive através do 
acionamento de seus mecanismos de memória, 
selecionar as informações relevantes, formular 
ideias e expressa-las por meio de palavras ou outros 
símbolos e, sobretudo, ponderar o significado de 
suas ações. 
ESTADO DE CONSCIÊNCIA 
Os estágios de consciência podem ser resultado da: 
 a. Da identificação através dos canais sensoriais 
(visão, audição e olfato) do que está ocorrendo no 
meio ambiente do indivíduo. 
b. Do reconhecimento das regiões do corpo, através 
do processamento combinado das informações que 
chegam pelos canais sensoriais. 
c. Da identificação consciente da necessidade de 
repor as substancias consumidas pelo metabolismo 
corporal (fome, sede) ou de eliminar produtos do 
metabolismo ou substancias desnecessárias. 
d. Do reconhecimento pelo individuo da 
necessidade de manter o comportamento sexual. 
e. Da localização temporal e espacial do indivíduo 
através da memória. 
f. Da manifestação através dos sonhos das 
alterações fisiológicas que ocorrem no sono. 
g. Da expressão do pensamento, raciocínio, 
intencionalidade. 
PRINCIPAIS ASPECTOS DA CONSCIÊNCIA 
Dois aspectos principais constituem a consciência: 
 Nível de consciência ou estado de vigília - 
VIGÍLIA 
 Conteúdo da consciência, incluindo 
funções cognitivas e de atenção – 
ATENÇÃO. 
Essas duas características (vigília e atenção) são 
positivamente correlacionadas, uma vez que 
quando há diminuição do estado de vigília, o 
mesmo acontece com a atenção. 
ANATOMIA DA CONSCIÊNCIA 
A consciência é resultado da ação integrada de 
múltiplas funções mentais como da atenção, 
linguagem, memória, pensamento e respostas 
aprendidas a estímulos sensoriais. Esses processos 
básicos são expressos nos hemisférios cerebrais e de 
seus inúmeros circuitos. 
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NEUROBIOLOGIA DA CONSCIÊNCIA 
O estudo neurobiológico da consciência pressupõe 
o conhecimento do ciclo vigília-sono, uma vez que 
este é reconhecido como responsável pelo nível de 
consciência. 
 O estado de vigília depende da ativação elétrica do 
córtex cerebral pelo diencéfalo a partir da formação 
reticular ativadora ascendente (FRAA) ou também 
chamado de sistema ativador reticular ascendente 
(SARA). O FRAA exerce sua ação ativadora 
através dos núcleos talâmicos inespecíficos, uma 
vez que estes recebem muitas fibras da formação 
reticular e as projetam para o córtex cerebral. 
Através do hipotálamo e do prosencéfalo basal os 
neurônios da formação reticular também se 
projetam no córtex. O estado de atenção é 
dependente da integridade funcional do córtex 
cerebral e de suas conexões subcorticais. 
VIAS MODULADORAS DA CONSCIÊNCIA 
As análises da FRAA revelam a presença de vias 
ativadoras que modulam os níveis de consciência e 
as funções cognitivas. 
Vias moduladoras: 
• Colinérgicas. 
• Adrenérgicas. 
• Dopaminérgicas. 
• Hipocretinérgicas. 
• Serotoninérgicas. 
• Histaminérgicas. 
Estas vias são encontradas no tronco encefálico e 
fazem parte do circuito tálamocortical, núcleos 
reticulares do tálamo e córtex cerebral, destacando-
se que suas projeções ascendentes ativam o córtex 
através do tálamo, hipotálamo e prosencéfalo. 
CLASSIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DE 
CONSCIÊNCIA 
a. OBNUBILAÇÃO DA CONSCIÊNCIA: 
Consiste em um estado de comportamento 
confuso, com o estado de alerta reduzido e 
uma forte tendência para dormir. 
• Grau leve a moderado. 
• Compreensão dificultada. • Hipoprosexia – 
diminuição da modulação afetiva da fala (fala 
monótona). 
• Pensamento empobrecido. 
• Dificuldade de compreensão e raciocínio. 
• Apatia e inibição psicomotora 
b. TOPOR ou ESTUPOR ou SOPOR: É um 
estado em que a pessoa só responde a 
estímulos intensos, mas logo perde a 
consciência quando eles são retirados 
 • Incapacidade de ação espontânea. 
 • Fala se apresenta com hipoprosódia e oligolalia. 
 • Só acorda com estímulos fortes ou até dolorosos. 
c. COMA: Ausência de qualquer resposta a 
todo estímulo. 
• Grau profundo. 
• Impossível qualquer atividade voluntária 
consciente. 
• Ausência de qualquer indício de consciência. 
Quando o rebaixamento da consciência ocorre 
juntamente com alucinações e delírios é chamado 
de Delirium. 
OUTROS ESTADOS COMPORTAMENTAIS 
Alguns estados comportamentais podem ser 
algumas vezes confundidos com o coma. 
• O estado vegetativo persistente ou síndrome 
acognitiva é descrito como um estado que pode 
emergir em pacientes que sofreram lesões graves ao 
sistema nervoso central, muitas vezes ficando em 
coma por algum período, em que há um retorno do 
estado de alerta, mas o paciente permanece com 
uma incapacidade de reagir ou interagir com 
estímulos ambientais. Ocorre um retorno do padrão 
de sono-vigília e manutenção das funções 
vegetativas, mas com quase completa ausência de 
funções cognitivas. 
 • Abulia é um comportamento em que há uma 
grave apatia com diminuição ou ausência de 
comportamento emocional ou mental, em que o 
paciente nem fala ou se movimento 
espontaneamente, embora esteja alerta e reconheça 
estímulos ambiente. Ocorre em lesões frontais 
bilaterais. 
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• Catatonia é um estado em que o individuo pode 
ficar mudo, e com diminuição acentuada da 
atividade motora, geralmente associado a quadros 
psiquiátricos. 
• A síndrome de Locked-in descreve um quadro em 
que ocorre lesão de fibras descendentes supra 
nucleares e piramidais em que o paciente apresenta 
incapacidade de movimentação dos membros, 
afonia (voz apagada), disfagia (dificuldade de 
engolir) e limitação da movimentação horizontal 
dos olhos. Esses pacientes estão acordados e 
algumas vezes conseguem se comunicar através de 
piscamentos, evidenciando que não houve alteração 
da consciência. 
• Morte encefálica ocorre quando o dano encefálico 
é tão extenso que não há potencial para recuperação 
estrutural e funcional do encéfalo e o mesmo não 
pode manter a homeostase interna (funções 
cardiorrespiratórias por exemplo). O que separa o 
coma da morte encefálica é a irreversibilidade do 
último, com repercussões sistêmicas sobre a 
homeostase dos órgãos vitais. 
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO ESTADO DE 
CONSCIÊNCIA 
 Orientação do tempo/espaço. 
 Analogias. 
 Cálculos aritméticos. 
 Capacidade de escrever. 
 Capacidade motora (práxis). 
 Reconhecimento de objetos (gnosia). 
 Memória. 
 Atenção. 
 Qualidade da voz – articulação das 
palavras. 
 Linguagem corporal. 
 
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA 
O manuseio inicial do paciente em coma deve 
enfatizar os cuidados básicos para manter uma via 
aérea e ventilação adequada, estabilidade 
hemodinâmicae outras medidas para minimizar os 
danos ao encéfalo e outros órgãos vitais. 
O exame clínico geral deve buscar indícios de 
condições sistêmicas que possam levar a alterações 
de consciência. Devem se obter os sinais vitais: 
• Pressão arterial. 
• Pulso 
• Frequência respiratória 
• Temperatura 
• Glicemia capilar. 
O objetivo do exame neurológico no coma é ajudar 
na determinação da causa do coma, ter um 
parâmetro para seguimento evolutivo e para ajudar 
na determinação do prognostico do paciente. Entre 
os dados do exame neurológico que são mais 
importantes para a localização e prognóstico estão: 
1- Nível de consciência 
2- Padrão respiratório 
3- Tamanho e resposta pupilar a luz 
4- Motricidade ocular espontânea ou reflexa 
5- Resposta motora esquelética. 
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIENCIA 
A avaliação do nível de consciência deve englobar 
uma descrição do estado de alerta do paciente, em 
resposta a estímulos verbais e dolorosos. O objetivo 
é determinar o grau de alteração do nível de 
consciência, e ter um parâmetro clinico evolutivo e 
prognostico. 
 A escala de coma de Glasgow 
É uma escala padronizada utilizada para avaliação 
do nível de consciência em pacientes vitimas de 
traumatismo cranioencefálico. É uma tabela de 
escores que varia de 3 a 15. 
A classificação que varia de 3 a 8 pontos é 
considerada grave, tendo a necessidade 
de intubação imediata; 
A classificação de 9 a 12 pontos é 
considerada moderada; 
A classificação de 13 a 15 é considerada leve. 
A escala de Glasgow, conhecida também como a 
escala de coma de Glasgow (ECG) é uma escala de 
ordem neurológica capaz de medir e avaliar o 
nível de consciência de uma pessoa que tenha 
sofrido um traumatismo craniano. 
Esta escala é um método bastante confiável para 
detectar o nível de consciência de uma pessoa após 
acidentes. Ela é utilizada durante as primeiras 24 
horas após o trauma e faz a avaliação baseada em 
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três parâmetros: abertura ocular, resposta motora e 
resposta verbal. 
Sua avaliação também é utilizada como um recurso 
dos profissionais de saúde no prognóstico do 
paciente, além de ter grande utilidade na previsão 
de eventuais sequelas. 
Inicialmente, a escala foi criada em 1974, por 
Graham Teasdale e Bryan J. Jennett, do Instituto de 
Ciências Neurológicas de Glasgow (na Inglaterra). 
A proposta era desenvolver um método que medisse 
os níveis de danos neurológicos nos pacientes, 
determinando assim o tratamento adequado. 
Mais recentemente, ela passou a ter esta 
classificação de assistência na análise do nível de 
consciência. 
Os parâmetros avaliados são: 
 • Abertura ocular (escore de 1 a 4). 
 • Resposta motora (escore de 1 a 6). 
 • Resposta verbal (escore de 1 a 5). 
 
 A escala de coma de Jouvet 
A escala de Jouvet utiliza como parâmetros os 
dados relacionados com: 
• Perceptividade: P1 (lúcido) a P5 (ausência de 
piscamento à ameaça). 
• Reatividade inespecífica: R1a R3 – resposta 
a estímulos verbais. 
• Reatividade específica a dor: D1 a D4 – 
Resposta a dor. 
• Reatividade autonômica: V1 a V2 – presença 
de sintomas autonômicos. 
 
 
 Escala de Ramsay 
É um método de avaliação do nível de sedação. O 
escore baseia-se em critérios clínicos para 
classificar o nível de sedação, seguindo a 
numeração de 1 a 6 para graduar a ansiedade e/ou 
agitação. 
 
 Escala de Richmond – Richmond Agitation 
Sedation Scale (RASS) 
Foi validada para pacientes críticos. Apresenta 
como vantagem sobre a escala de Ramsey a 
graduação do nível de agitação e ansiedade. Tem 4 
níveis de agitação graduados de forma crescente, e 
mais cinco níveis de sedação graduados de um a 
cinco negativos. 
 
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 ACDU e AVPU 
Considera-se mais simples e rápido do que a escala 
de Glasgow. 
ACDU: Verifica a perceptividade. 
• A- Alerta (apto para responder 
perguntas). 
• C- Confuso. 
• D- Drowsy (sonolento). 
• U- Unresponsive (sem resposta). 
 AVPU: Verifica a reatividade e a perceptividade. 
• A- Alerta. 
• V- Verbal (responde perguntas). 
• P- Pain (responde a dor). 
• U- Unresponsive (sem resposta)

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