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TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DO DIABETES MELLITUS TIPO II DISCENTES: EMILY GAMERO MIGUEL SOTO SALMA SOJA YONEL ESTAVIEN IIntrodução 01 Caso Clinico 03 04 Antidiabeticos: Classes 02 ÍNDICE Condicionantes terapêuticas INTRODUÇÃO 01 Doença metabólica que resulta em hiperglicemia por defeitos na secreção e/ou ação da insulina Complicações: Microvasculares: retinopatía, neuropatía, nefropatía Macrovasculares: IAM, AVC, Trombose, Arteriopatia periférica DIABETES MELLITUS (DM): incapacidade de produzir insulina comumente diagnosticado em crianças e adolescentes LADA – latent autoimmune diabetes in adults DM tipo 1: destruição autoinmune das células ß pancreática DIABETES MELLITUS (DM): DIABETES MELLITUS (DM): resistência à insulina nos tecidos periféricos 90 a 95% dos casos de DM 400 milhões => 640 milhões para 2040 a maioria (80 a 90%) dos pacientes com DM2 tem síndrome metabólica (obesidade central, dislipidemia, intol. à glicose/hiperglicemia, e hipertensão. retardo de 4 a 7 de anos na sua detecção (quando já tem complicações) DM tipo 2 controle glicêmico => antidiabéticos, insulinoterapia controle fatores de risco de aterosclerose hipertensão arterial obesidade dislipidemia Diminuir ao máximo as complicações micro e macrovasculares. OBJETIVO DO TRATAMENTO DA DM2 METAS DO TRATAMENTO ADA: American Association of Diabetes; IDF: International Diabetes Federation; AACE: American Association of Clinical Endocrinologists; SBD: Sociedade Brasileira de Diabetes. Abordagem da hiperglicemia. Representação dos elementos utilizados na decisão por metas mais rigorosas ou menos restritivas para a HbA1c. (Adaptada de Inzucchi et al., 2015.) METAS DO TRATAMENTO metas mais restritivas=>pacientes com curta duração de doença e longa expectativa de vida, sem doença cardiovascular significativa metas menos restritivas=>idosos frágeis e pacientes com história de hipoglicemias graves de repetição, doença de longa duração, expectativa de vida limitada, complicações avançadas Individualizar o tratamento según paciente TRATAMENTO: DIETA E EXERCICIO perda de peso diminui resistência periférica à insulina, e melhora a capacidade das ilhotas de secretar insulina em resposta à glicose. corrigir de forma paulatina e permanente a obesidade, trazendo o IMC para 20-25 kg/m2 normalização da glicemia: perda de 10 kg se glicemia prévia entre 110-145 mg/dl perda de 22 kg se glicemia prévia entre 216-252 mg/dl. deficit calórico de 500-1.000 kcal/dia=> perda de 0,5-1 kg/semana O exercício físico regular auxilia na correção da hiperglicemia (o músculo condicionado capta melhor a glicose), da obesidade, da hipertensão arterial, e reduzir diretamente o risco cardiovascular. A obesidade, além de ser um fator de risco independente para doença cardiovascular, contribui para agravar a resistência insulínica e a hiperglicemia. Além de dieta e exercício físico, dispomos de medicações e cirurgia (bariátrica) para o tratamento da obesidade TRATAMENTO: OBESIDADE TRATAMENTO: ANTIDIABÉTICOS Sensib. Insulina Secretagogos Increticomiméticos Espoliadores de Glicose ANTIDIABETICOS: CLASES 02 TRATAMENTO: ANTIDIABÉTICOS Sensib. Insulina Secretagogos Increticomiméticos Espoliadores de Glicose Biguanidas Glinidas Sulfonilureas In. glicosidase In. SGLT2 Tiazolinedionas Agonistas GLP1 Inibidores DPP4 Sensib. Insulina Biguanidas Tiazolinedionas SENSIBILADORES DE INSULINA: BIGUANIDAS SÃO DENOMINADAS COMO "EUGLICEMIANTES" MEDICAMENTOS: -Metformina -Fenformina Mecanismo de Ação: Principais efeitos: - ATIVAR A ENZIMA AMPK -DIMINUIR A PRODUÇÃO DE GLICOSE. METFORMINA: Principal no tratamento da DM 2, mais antigas. Metabolismo e Excreção Meia vida - 1,5 a 3 hr Não se liga as proteínas plasmáticas, não é metabolizada e é excretada pelo rin. Bloqueio da gliconeogenese RISCO DE ACIDOSE LACTICA AVALIAÇÃO SEGUNDO A CREATININA E A TFG SENSIBILADORES DE INSULINA: BIGUANIDAS Diminui o risco de doençãs cardiovasculares, segundo o UKPDS. Extensa experiencia (mais de 50 anos se uso) Redução no risco de algum tipo de cancer Útil na prevenção de DM tipo II (Obesidade) USO CLINICO: Terapia de PRIMEIRA LINHA PARA A DM TIPO 2 É um agente poupador de insulina que não aumenta o peso e nem provoca hipoglicemia. VANTAGENS: SENSIBILADORES DE INSULINA: BIGUANIDAS SENSIBILADORES DE INSULINA: BIGUANIDAS DOSE: 500 mg - 2250mg com refeição ( aumento progressivo) Iniciar com 500/850 mg 1x ao dia. EFEITOS COLATERAIS 1. Gastrointestinais: anorexia, náuseas, vomito. desconforto abdominal e diarreia; 2. Interfere na absorção de vitamina B12; 3. Acidose Lactica (mais raro, mais grave) SENSIBILADORES DE INSULINA: BIGUANIDAS SENSIBILADORES DE INSULINA: BIGUANIDAS SENSIBILADORES DE INSULINA: TIAZOLINEDIONAS Atuam diminuindo a resistência á insulina São ligantes do receptor PPAR-y. MEDICAMENTOS: -Pioglitazona -Rosiglitazona Mecanismo de Ação: 1. 2. PIOGLIITAZONA: é metabolizada pelo CYP2C8 e CYP3A4 -Absorvida 2hr após a sua ingestão. -Biodisponibilidade: afeta com os contraceptivos. Dose Inicial: 15-30 mg/ dia Dose máxima: 45 mg/dia Uso como monoterapia e em associação com metformina e sulfonoreias. SENSIBILADORES DE INSULINA: TIAZOLINEDIONAS SENSIBILADORES DE INSULINA: TIAZOLINEDIONAS Estudo metanalise 42 ensaios clínicos randomizados com rosiglitazona> AUMENTA O RISCO DE ANGINA DE PEITO E IAM. Secretagogos Glinidas Sulfoniureias SECRETAGOGOS SECRETAGOGOS: SULFONILUREIAS MECANISMO DE AÇÃO Aumentam na liberação de insulina do pâncreas. SECRETAGOGOS: SULFONILUREIAS EFICACIA E SEGURANÇA: Metabolizada no fígado SECRETADAS Primeira geração: RINS Segunda geração: BILE SECRETAGOGOS: SULFONILUREIAS SECRETAGOGOS: SULFONILUREIAS SULFONILUREIAS DE PRIMEIRA GERAÇÃO 1. Tolbutamida é bem tolerada metabolizada no fígado efeito corto meia vida de 4 a 5 hr administrada em dose fraccionada: 500 mg SEGURA EM IDOSO E NEFROPATA 2. Clorpropamida meia vida de 32 hr metabolizada no figado dose: 250 mg/ dia reações hipoglicemica contraindicado em IDOSO efeito colateral: hiponatremia, rubor hiperemico. SECRETAGOGOS: SULFONILUREIAS 3. Tolazamida comparado com a clorpropamida na sua potencia absorção lenta efeito depois de varias horas meia vida de 7 hr dose: 500 mg/ dia SECRETAGOGOS: SULFONILUREIAS SULFONILUREIAS DE SEGUNDA GERAÇÃO São 100 a 200 vezes mais potentes do que a tolazamida USO CAUTELOSO: Pacientes cardiacos e idosos. 1.Glibenclamida metabolizada no figado DOSE: 2,5 mg ao dia dose de manutenção media 5 a 10 mg ao dia efeitos colaterais: poucos, hipoglicemia contraindicação: doenças hepaticas e paciente renal 2. Glipizida meia vida mais curta ( 2 a 4 horas) dose inicial: 5 mg ao dia contraindicado paciente hepático. SECRETAGOGOS: GLINIDAS 4. Glicazida meia vida de 10 hr dose inicial de 40 a 80 mg ao dia 3.Glimepirida meia vida de 5 a 9 horas dose unica diaria como monoterapia em associação a insulina. dose: 1 mg SECRETAGOGOS ANÁLOGOS DE MEGLITINIDA 1. Repaglinida é a primeira meglitinida início de ação muito rápido depurada pelo CYP3A4 Hepática dose de 0, 25 mg a 4mg antes de refeição segura em pacientes idosos e com comprometimento renal 2. Mitiglinida assemelha à repaglinida DERIVADOS DE D-FENILALANINA Nateglidina absorbida 20 min após administração oral. metabolizada no fígado pela CYP2C9 e CYP3A4 meia vida de 1 hora segura em idoso e paciente renal eficaz administrada de forma isolada ou associação de fármacos orais não secretagogos (metformina Increticomiméticos Agonistas GLP1 Inibidores DPP4 Espoliadores de Glicose In. glicosidase In. SGLT2 CONDICIONANTES TERAPÊUTICAS 03 Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022) CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS ESPECIAIS Disfunção renal: maioria dos antidiabéticos orais têm limitações =>metformina, sulfonilureias Disfunção hepática: evitar pioglitazona, acarbose, vildagliptina e sitagliptina metformina=>acidose láctica/ quimioprotetor para o carcinoma hepatocelular se glicemia de jejum aceitável e HbA1c elevada=>hiperglicemia pós-prandial usar inibidores da DPP-4 terapia com glinidas ou acarbose é menos eficaz Consumo excessivo de álcool: evitar clorpropamida (efeito antabuse), metformina (risco de acidose láctica) e glitazonas Pacientes idosos: evitar hipoglicemias=>evitar MET se TFG < 45 mℓ/min Gravidez e lactação: insulina+metformina Diabetes muito descompensado: terapia inicial com insulina, metformina e MEV Crianças e adolescentes: MEV => metformina é a terapia de escolha CASO CLÍNICO 04 Contextualização do Caso: SENHORA M B. DS, 60 ANOS. DIABETICA E HIPERTENSA DIAGNOSTICADA HÁ CERCA DE 8 ANOS. CHEGA À UNIDADE DE SAÚDE PARA PARTICIPAR DO GRUPO DE HIPERDIA (QUE OCORRE TODAS ÀS QUINTAS-FEIRAS). ANTES DE PASSAR PELA CONSULTA MÉDICA REÚNE-SE COM GRUPO MULTIPROFISSIONAL QUE NA REALIDADE, NO PRESENTE ENCONTRO ERA CONSTITUÍDO APENAS PELA NUTRICIONISTA E ACADÊMICOS DE MEDICINA. QUEIXA-SE DE DIFICULDADES COM A DIETA E QUE RECENTEMENTE (SEM SABER ESPECIFICAR EXATAMENTE HÁ QUANTO TEMPO) VEM SENTINDO “COÇAR DOS NERVOS” (SIC). DESEJA CONTROLAR A DIABETES PORQUE TEME QUE LHE SUCEDA O MESMO DA IRMÃ: SUA FAMÍLIAR TEVE UM DOS DEDOS DO PÉ AMPUTADOS E ESTÁ CADA VEZ MAIS DIFÍCIL DE CHEGAR À COMPENSAÇÃO DO QUADRO. M. B. DS, 60 anos, sexo feminino nascida em 02/07/1962 (60 anos e 2 meses), branca, casada, aposentada, segundo grau incompleto, evangélica, natural e residente de Foz do Iguaçu-Pr. HDA: Há alguns meses sente parestesia em membros inferiores, dificuldade para perder peso, falta de ar aos esforços moderados e episódios esporádicos de cervicalgia. Paciente diagnosticada com Diabetes Mellitus tipo 2 e hipertensão há cerca de 8 anos acompanhada no programa hiperdia por equipe multiprofissional com tentativas frustradas de adequação de dieta e estilo de vida Identificação da Paciente: Antecedentes famiiares: Antecedentes pessoais: Nega cirugias, traumatismos e accidentes previos .Nega alergias ou eventos agudos recentes. Ha 9 meses positivo para COVID 19 com quadro assintomatico tendo recebido as 3 dosis da vacina para COVID 19 bem como a vacina anual para influenza. Calendario vacinal actualizado conforme PNI Irmã com neuropatia periferica por DM 2 descompensada e com consequente amputação de halux a aproximadamente um ano e meio . mãe e pai ja falecidos mas a paciente não sabe especificar a causa. Refere que a mãe perdeu a visão em seus ultimos anos de vida Hábitos de Vida Não pratica Atividade Física Acorda as 10:00h, dorme ás 23:00h Alimentação habitual: Café da manhã (10:00h): 1 Banana ou às vezes não come nada; + café peto com adoçante (raramente leite) Almoço: Salada (variada) + carne (3 coxinhas de frango/3 pedaços bovina/peixe - molho ou frita / quase todo dia) + quiabo e batata doce ou abóbora cabotiá + suco artificial ( 0 açúcar) - usa adoçante adocil (sacarina) Lanche da tarde: 17:00 h - 1 copo de café ou suco + 2 - 3 bolachas salgada (última refeição do dia) Jantar: não come nada; as vezes come uma laranja/mamão; Evacuação : 1 x ao dia - sem dor; Água: 1 1/2 litro SINAIS VITAIS E ANTROPOMETRIA: PA 140/80 mmHg Glicemia capilar: 205 mg/dL (Pós prandial) Saturação de oxigênio (SpO2): 97 Frequência cardiaca(BPM): 78 Frequência respiratória (IRPM): 19 Peso: 70,15 Kg Altura: 1,56m Índice de massa corporal (IMC): 28,640 Ectoscopia: BEG, hidratada, hipocorada ++, anictérica, eupnéica, afebril e acianótica. Face atípica, sem achados em couro cabeludo. Cadeia de linfonodos retroauriculares, submandibulares e cervicais palpáveis sem achados atípicos. Tireoide de aparente tamanho regular, sem nódulação palpável. Pele seca, áspera e espessa em membros inferiores. Elasticidade diminuída, de turgor normal e sensibilidade reduzida. Exame físico geral Oroscopia: Sem sinais de hiperemia, hipertrofia tonsilar ou placas bacterianas. Otoscopia: Membrana timpânica preservada, ausência de sinais de otite; Meato auditivo externo permeável, membrana timpânica com luminosidade preservada, sem abaulamento bilateralmente. AC: BRNF em 2T, não ausculto sopros; Pulsos periféricos presentes, cheios e simétricos, TEC< 2 seg. Pressão arterial de 140/80 mmHg. AP: Murmúrio vesicular presente bilateralmente, sem ruídos adventícios. ABD: Atípico, simétrico, RHA + normativo, peristaltismo presente. Ausência de cicatrizes, massas, circulação colateral ou hérnias. indolor à palpação superficial e profunda, sem sinais de peritonite.. Neuro: Localizada em tempo, espaço e pessoa. Pupilas isocóricas e fotorreagentes, sem sinais de irritação meníngea, reflexos preservados. Sensibilidade reduzida. Força, e equilíbrio preservados e marcha atípica. Genital Externo: NÃO AVALIADO. Membros inferiores: redução da sensibilidade, Sem edemas ou varizes. Pele seca e fâneros com distribuição heterogênea/ rarefeita. Articulações de forma, volume e posições habituais, indolores à mobilização passiva e ativa. Ausência de crepitações, estalidos, sinais flogísticos, fístulas, nódulos ou irregularidade 2019 2022 REFERÊNCIAS American diabetes Association. ADA standards of medical care in diabetes Care. 2019; 42(supl.1):s1-187. FILHO R, Albuquerque L, Cavalcanti S, Tambascia M, Valente F, Bertoluci M. Tratamento farmacológico da hiperglicemia no DM2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: 10.29327/557753.2022-10, ISBN: 978-65-5941-622-6. KATZUNG, Bertram G; MASTERS, Susan B; TREVOR, Anthony J (Org). Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. xvi, 1228 p. ISBN: 9788580552263. VILAR, Lúcio. Endocrinologia Clínica. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 1055-1100, 2016. Zanini AC, Oga S, Batistuzzo JAO. Farmacologia Aplicada. 6.ed. Rio de Janeiro: Editora Atheneu;2018.
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