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PRIVATIZAÇÃO, ABERTURA E DESINDEXAÇÃO: A PRIMEIRA METADE DOS ANOS 90 (1990-1994) INTRODUÇÃO: Collor foi o primeiro presidente eleito por voto direto desde 1961. Alta inflação. Falha dos planos . Queda de Collor em 92 A MUDANÇA DE MODELO MSI defendia três papéis para o Estado: (I)Indutor da industrialização, via concessão de crédito e uso dos instrumentos cambiais e restrições tarifárias. II) O de empreendedor, com objetivo de acabar os pontos de estrangulamento do país. III) o de gerenciador dos recursos cambiais, para evitar sobreposição de expansões de demanda por divisas. O plano Brady: tinha como carro chefe a reestruturação da dívida mediante a troca por bônus de emissão do governo do país devedor, que contemplava o abatimento do cargo da dívida. PRIVATIZAÇÃO E ABERTURA: PICE PND. Privatizações realizadas em relação aos prognósticos iniciais dos governos COLLOR e Itamar. Privatizações/Mudanças na política de comércio exterior TABELA 6.1 O PLANO REAL: CONCEPÇÃO E PRÁTICA O que era o Plano Real? O Plano Real foi um conjunto de reformas econômicas implementadas no Brasil, em 1994, no governo de Itamar Franco, na primeira metade dos anos 1990. Seu objetivo principal era combater a hiperinflação no país. Foi o 13º plano econômico executado desde 1979, quando se iniciou a crise que levou à hiperinflação. RESUMO SOBRE ITAMAR FRANCO: Itamar Franco nasceu em alto-mar, foi registrado na Bahia, mas cresceu em Minas Gerais. Seu primeiro cargo na política foi como prefeito de Juiz de Fora. Defendeu a emenda Dante de Oliveira e atuou na Assembleia Constituinte de 1987. Foi eleito vice-presidente na eleição de 1989.Tornou-se presidente, no final de 1992, depois do impeachment de Collor. Apesar de um fracasso inicial, Itamar entregou o Ministério da Fazenda nas mãos de Fernando Henrique Cardoso, dando liberdade para que ele e sua equipe montassem um plano de reestruturação da economia brasileira: o Plano Real. Por meio desse plano, a economia brasileira foi estabilizada e a inflação caiu assim que ele foi inaugurado, em 1994. FASE I: O AJUSTE FISCAL Primeiro veio o Programa de Ação Imediata (PAI), em meados de 1993, quando o Executivo enviou uma série de ações ao Congresso que tinham como função equilibrar as contas do governo, como corte de gastos públicos. A ideia era criar mecanismos que permitissem a estabilidade da nova moeda após sua implementação. Em seguida, veio o fim da moratória, quando o Brasil terminou a renegociação da dívida externa, no final de 1993. A partir de então, começou, de fato, a implementação do Plano Real, com a criação do Fundo Social de Emergência (FSE), atual DRU, que permite ao governo liberar 20% dos gastos de áreas como educação e saúde para situações emergenciais, ainda com a ideia de preparar o terreno para a conversão das moedas. O quarto passo foi a implementação da Unidade Real de Valor (URV), moeda de transição reconhecida como o grande acerto do plano. FASE I: O AJUSTE FISCAL O desequilíbrio fiscal era visto como a causa da inflação no Brasil. Qual a relação entre inflação e desajustefiscal? Déficit potencial - orçamento era orçado com déficit, mas que não se concretizava ao final. Como? Inflação. 1. Receitas tributárias corrigidas e gastos orçados com inflação subestimada; 2. Contingenciamento de desembolsos pelo Ministério da Fazenda. EFEITO OLIVEIRA-TANZI: Normalmente, o que acontece é uma perda de receita do governo devido à desvalorização causada pela inflação, aumentando, assim, o déficit público e a pressão por financiamento do governo por todas as vias possíveis, inclusive a da senhoriagem. Esse é o conhecido efeito Oliveira-Tanzi, no qual os consumidores acabam reagindo demandando cada vez menos moeda como uma forma de reduzir a “carga tributária” implícita no imposto inflacionário, o que também diminui a senhoriagem arrecadada e pressiona ainda mais para o aumento do emissionismo do governo, gerando um ciclo vicioso que pode levar a uma hiperinflação, como a que ocorre hoje na Argentina e na Venezuela. EFEITO TANZI ÀS AVESSAS: Porém, o contrário também é bem comum. Nesse caso, ocorre o efeito Tanzi às avessas, no qual o governo usa uma estratégia para ganhar com a inflação. Esse efeito é resultado de duas decisões combinadas: a primeira é fixar os gastos do governo em termos nominais, ou seja, as dívidas do governo serão pagas com base na inflação do momento em que foram formalizadas e não serão reajustadas com a inflação futura. A outra decisão é de indexar as receitas, o que significa dizer que os ganhos do governo terão seus valores atualizados com o crescimento da inflação. A conclusão disso é um déficit público que é corroído pela inflação e um ganho maior de receita do que se não houvesse inflação. FASE II: DESINDEXAÇÃO Possuía a finalidade de implementar uma unidade monetária que pudesse desindexar a economia. Tratava-se de uma moeda escritural atrelada à cotação do dólar no dia anterior. - O que significa desindexação? Em economia, o termo é utilizado quando um país deixa de indexar seus preços em determinadas tarifas, como a inflação, por exemplo. Em outras palavras, suponhamos que o país em questão se utiliza da inflação para indexar seus preços, reajustes de salário e demais itens. Mas, havendo a desindexação, tal país não faz mais esse repasse, ou seja, os preços e demais valores não serão corrigidos automaticamente pela inflação. Economia indexada ao dólar (moeda estável). FASE II: DESINDEXAÇÃO - Implementação da Unidade Real de Valor (URV): Serviu como uma moeda de transição para a introdução de uma nova moeda; Contava com uma variação mais controlada; A URV nunca existiu fisicamente, ela funcionava como uma referência de conversão; Tinha como objetivo sincronizar os preços, em um contexto de hiperinflação (preços desequilibrados); URV: Função de unidade de conta, que é a capacidade de quantificar, precificar as coisas. FASE II: DESINDEXAÇÃO CR$: Função de meio de troca, as transações eram liquidadas em cruzeiro real. • Em 1º de março de 1994, 1 URV= CR$647,50. • Em 1º de junho de 1994, 1 URV= CR$1098,68.Em 1º de julho de 1994, 1 URV= R$1. • A introdução da URV se estendeu a outros itens da economia: aos preços privados, contratos financeiros, as tarifas e aos preços públicos, estes passaram a ser precificados em URV, não mais em Cruzeiro Real. FASE III: ÂNCORA NOMINAL. Implementação da moeda Real. - Quando todos os preços estavam “urvizados”, trocou-se URV por Real. - Em 1º de julho de 1994, o Governo decretou a MP do Plano Real, que consolidou a moeda (Real). Onde, CR$2.750 = 1 URV = R$1. -Todos os preços em CR$ foram convertidos em R$. - A utilização de âncoras nominais são de extrema importância para programas de estabilização de preços, pois influenciam as expectativas e coordenam as ações dos agentes econômicos. FASE III: ÂNCORA NOMINAL. - Combinação de âncoras monetária e cambial. - Âncora monetária: controle da demanda e da expansão monetária. • Política monetária rígida, contracionista; • Taxa de compulsório de 100%; • Limitação das operações de crédito; • Taxas de juros elevadas. - Âncora cambial: estabeleceu-se um teto máximo na taxa de câmbio, um real equivalia a um dólar. - O BC detinha US$ 40 bilhões em reservas, porém a taxa de câmbio não era totalmente fixa (política de bandas cambiais). - Banda cambial, cujos limites para piso e para teto seriam respectivamente de 0,85 centavos de dólar e de 1,15 dólar. A EVOLUÇÃO DA ECONOMIA NO PERÍODO DE 1990-94: - Crescimento do PIB 1,3% ao ano. - Retrações e desempenhos econômicos. - Área industrial. - Área agropecuária. - Crescimento de juros. - Setor de bens de capital e bens de consumo duráveis. - “Âncora verde do real” 1993-94. - Comportamento da Inflação. - Exportações e importações. - Contas públicas. GRÁFICO 6.1 TABELA 6.2 TABELA 6.3
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