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APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 1 APG 15 – Faltou o ar! 1) REVISAR A ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO (ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA) ➢ ANATOMIA → O sistema respiratório é constituído por: nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões. → Podendo ser classificado de acordo com sua estrutura ou função: ✓ ESTRUTURA: o aparelho respiratório é constituído por duas partes: ▪ Sistema respiratório superior: inclui o nariz, cavidade nasal, faringe e estruturas associadas ▪ Sistema respiratório inferior: inclui a laringe, traqueia, brônquios e pulmões. ✓ FUNÇÃO: é também constituído por duas partes: ▪ Zona condutora: consiste em várias cavidades e tubos interconectados (intrapulmonares e extrapulmonares), inclui o nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais. Sua função é filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi-lo para os pulmões. ▪ Zona respiratória: consiste em tubos e tecidos nos pulmões onde ocorrem as trocas gasosas. Estes incluem os bronquíolos respiratórios, os ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos e são os principais locais de trocas gasosas entre o ar e o sangue. → Função do sistema respiratório: ✓ Possibilitar as trocas gasosas: ingestão de O2 para entregá-lo às células corporais e remoção do CO2 produzido pelas células do corpo. ✓ Ajudar a regular o pH do sangue. ✓ Conter receptores para o sentido do olfato, filtrar o ar inspirado, produzir sons vocais (fonação) e eliminar água e calor. ❖ FARINGE → É um tubo em forma de funil com aproximadamente 13 cm de comprimento que começa nos cóanos e se estende para o nível da cartilagem cricóidea. → Encontra-se discretamente posterior às cavidades nasal e oral, e anterior às vértebras cervicais. → A faringe atua como uma passagem para o ar e comida, fornece uma câmara de ressonância para os sons da fala e abriga as tonsilas. → Pode ser dividida em três regiões: ✓ Parte nasal da faringe (nasofaringe): encontra-se posterior a cavidade nasal e se estende até o palato mole; ✓ Parte oral da faringe (orofaringe): encontra-se posterior à cavidade oral e se estende desde o palato mole inferiormente até o nível do osso hioide. ✓ Parte laríngea da faringe (laringofaringe): começa a partir do nível do osso hioide. Em sua extremidade inferior, se abre no esôfago (tubo alimentar) posteriormente e na laringe (pregas vocais) anteriormente. ❖ LARINGE → Depois do ar passar pela cavidade nasal e pela faringe, o ar chega na LARINGE, que é um órgão curto que se conecta superiormente com a faringe e inferiormente com a traqueia. → Ela está localizada logo à frente da 4º, 5º e 6º vértebra cervical. → A parede da laringe é composta por nove fragmentos de cartilagem. Três ocorrem isoladamente (cartilagem tireóidea, epiglote e cartilagem cricóidea) e três ocorrem em pares (cartilagens aritenóidea, cuneiforme e corniculada). → Das cartilagens pares, as cartilagens aritenóideas são as mais importantes, porque influenciam as mudanças na posição e na tensão das pregas vocais (cordas vocais verdadeiras para a fala). → Tem a função principal de proteger as vias respiratórias, principalmente durante a deglutição, servindo de esfíncter das vias aéreas inferiores para mantê-las pérvias. → EPIGLOTE: é um segmento grande de cartilagem elásticas em forma de folha. Durante a deglutição, a faringe e a laringe se movem para cima. A elevação da faringe amplia-a para receber alimentos ou bebidas, e a elevação da laringe faz com que a epiglote se mova para baixo e cubra a glote, fechando- a. O fechamento da laringe desta maneira durante a deglutição desvia líquidos e alimentos para o esôfago e os mantêm fora da laringe e das vias respiratórias. APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 2 → Quando pequenas partículas de poeira, fumaça, alimentos ou líquidos passam para a laringe, ocorre um reflexo de tosse, geralmente expelindo o material. ❖ TRAQUEIA → A traqueia é uma via tubular para o ar com aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 de diâmetro. → Está localizada anteriormente ao esôfago e se estende desde a laringe até a margem superior da vértebra T5, onde se divide em brônquios primários direito e esquerdo. → A parte inferior da junção dos brônquios principais, internamente, é ocupada por uma saliência ântero-posterior que recebe o nome de CARINA DA TRAQUEIA, local repleto de receptores que quando estimulados provocam a tosse. ❖ BRÔNQUIOS → Na margem superior da vértebra T5, a traqueia se divide em um brônquio principal direito, que vai para o pulmão direito, e um brônquio principal esquerdo, que vai para o pulmão esquerdo. → O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que o esquerdo, dessa forma, um objeto aspirado tem maior probabilidade de entrar e se alojar no brônquio principal direito do que no esquerdo., → Ao entrar nos pulmões, o brônquio principal se divide formando brônquios menores, OS BRÔNQUIOS LOBARES, uma para cada lobo do pulmão. → Os brônquios lobares continuam ramificando-se, formando brônquios ainda menores, OS BRÔNQUIOS SEGMENTARES, que irrigam segmentos broncopulmonares específicos dentro dos lobos. → Os brônquios segmentares então se dividem em BRONQUÍOLOS, que também se ramificam repetidamente e o menor dos ramos ramifica-se em tubos ainda menores chamados de BRONQUÍOLOS TERMINAIS. → Os bronquíolos terminais representam o fim da zona de condução do sistema respiratório. Esta extensa ramificação da traqueia até os bronquíolos terminais se assemelha a uma árvore invertida e é comumente chamada árvore bronquial. 2) COMPREENDER OS FATORES DE RISCO, FISIOPATOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO (EXAMES COMPLEMENTARES) E TRATAMENTO DA BRONCOASPIRAÇÃO → Em geral, a aspiração, que é definida como a inalação de qualquer substância estranha não gaseificada para os pulmões, refere-se especificamente à inalação de conteúdo gástrico ou secreções da orofaringe. → A aspiração é uma ocorrência comum e, na maioria dos casos, melhora espontaneamente, sem manifestações clínicas. → A aspiração clinicamente significativa pode variar de pneumonite aguda e insuficiência respiratória causada por uma única aspiração maciça até sintomas crônicos de doença respiratória causada pela aspiração recorrente em pequena escala. → Essas síndromes podem se sobrepor à pneumonia que ocorre quando os pulmões são expostos a bactérias do sistema digestório. → É um acidente potencial fatal, com gravidade dependente, principalmente, do grau de obstrução da via aérea. → Caso ocorra uma obstrução total ou subtotal, especialmente de laringe ou traqueia, a asfixia pode rapidamente causar a morte. → Menores graus de obstrução ou a passagem do objeto obstrutivo para regiões mais distais da árvore brônquica geralmente provocam sintomas mais brandos. ❖ EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO → A maioria das vítimas de aspiração de corpo estranho são lactentes e crianças nos primeiros anos de vida, podendo ocorrer em idosos também, que muitas vezes é decorrente de mastigação ineficiente pelo uso de próteses dentárias inadequadas. → Contrariamente ao que ocorre em crianças e em idosos, a aspiração de corpos estranhos (ACE) é rara em adultos, sendo relacionada à ingestão acidental de instrumentos de trabalho: clipes, tachinhas e pregos, e durante momentos de inconsciência: anestesia geral, sedação, intoxicação, convulsões e distúrbios neurológicos que afetam a orofaringe → Cerca de 80% dos casos de ACE ocorrem em crianças, com um pico de incidência entre 1 e 3 anos. Nessafaixa etária, as crianças exploram do ambiente através da via oral, possuem coordenação motora fina para colocar o objeto na boca, APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 3 porém não possuem dentes molares e mastigam os alimentos de forma incompleta, com os dentes incisivos, o que predispõe à ACE. → A prevalência é maior em meninos do que em meninas. → O problema e a gravidade desse evento dentro da faixa etária pediátrica são justificados pelo maior risco de obstrução devido a alguns fatores: ✓ Imaturidade do reflexo de fechamento da laringe; ✓ Controle inadequado da deglutição; ✓ Menor diâmetro das vias aéreas; ✓ Maior frequência respiratória. → A aspiração pulmonar pode ser: ✓ AGUDA (acidental): pode ocorrer desde o período neonatal até a adolescência. ✓ CRÔNICA (habitual): pode ocorrer devido ao refluxo gastroesófagico (RGE) com aspiração do conteúdo gástrico e alimentos, em função de distúrbios da deglutição com predomínio de alimentos, saliva e secreções brônquicas. ▪ Doenças neurológicas (coma e epilepsia) onde são aspirados saliva e conteúdo gástrico podem ocasionar casos de aspiração crônica. ▪ Outra causa é a síndrome adeno-tonsulo-sinusal com aspiração de secreções infectadas. → Em cerca de 60% dos casos, os corpos estranhos vão se depositar no pulmão direito (devido a verticalidade do brônquio principal direito), em 23% em pulmão esquerdo, e 13% há uma obstrução em traqueia e carina, o que demonstra maior gravidade. Os outros casos compreendem os eventos em que há deposição de corpo estranho bilateral, evento mais raro. → A síndrome de aspiração também pode ser classificada de acordo com o tipo de material aspirado em: ✓ Irritativa: encontramos as pneumonites químicas por ácido, hidrocarbonetos, óleo vegetal, mecônio, álcool e gordura animal; ✓ Infecciosa: ocorre aspiração de saliva e secreções contaminadas; ✓ Obstrutiva: são causadas por afogamento e aspiração de corpo estranho. ❖ FISIOPATOLOGIA → O elemento comum da aspiração clinicamente significativa é o comprometimento dos mecanismos normais de proteção das vias respiratórias, que são o reflexo da tosse e a anatomia das vias respiratórias supraglóticas. → Qualquer distúrbio nesses mecanismos de proteção pode resultar em lesão por aspiração nos pulmões: ✓ Nível alterado de consciência pode prejudicar a deglutição normal e suprimir o reflexo de tosse. ✓ Pacientes com alterações anatômicas nas vias respiratórias ou orofaríngeas. → A natureza do material aspirado também é importante para determinar se haverá lesão. → Quando o material é aspirado para os pulmões, a lesão que ocorre é semelhante a uma queimadura química. O ácido lesa rapidamente as células epiteliais e alveolares das vias respiratórias, dentro de horas, as células tornam-se disfuncionais e ocorre vazamento capilar, resultando em edema pulmonar não cardiogênico profundo. Em casos graves, pode ocorrer dano alveolar difuso. ❖ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → A apresentação clínica de pacientes com ACE é muito variável, sendo dependente principalmente do grau de obstrução da via aérea. → Fatores importantes também incluem o fato de o evento ter sido testemunhado, a idade do paciente, o tipo de material aspirado, o tempo decorrido desde o acidente e a localização do objeto, uma vez que pode haver obstrução parcial ou total à passagem de ar. Superado o quadro inicial, segue-se um período oligo ou mesmo assintomático, que pode variar de horas a dias ou a semanas, até o reaparecimento dos sintomas. → Quando se dá a aspiração acidental de um corpo estranho, a manifestação clássica é a tosse paroxística, mecanismo de defesa natural de eliminação do objeto aspirado. *engasgo, tosse, dispneia, cianose, insuficiência respiratória aguda → NA LARINGE: pode ocasionar obstrução completa do trato respiratório e, consequentemente, a morte da criança em 45% dos casos. ▪ Se a obstrução é parcial, pode ocasionar roncos, rouquidão, afonia, odinofagia (dor ao engolir), hemoptise e dispneia de intensidade variável. → NA TRAQUEIA: também é potencialmente fatal, sobretudo nas crianças menores de um ano, dependendo do grau de obstrução. ▪ Pode-se auscultar o choque do mesmo contra a parede da região subglótica e carina principal durante sua APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 4 movimentação, ou mesmo sentir seu impacto na palpação do tórax. ▪ A presença de sibilos difusos é percebida na maioria dos casos. → NA ÁRVORE BRÔNQUICA: os principais sinais e sintomas são a tosse e os sibilos, estes frequentemente unilaterais, além da diminuição dos ruídos respiratórios localizados, dispneia de intensidade variável e cianose também podem acompanhá-los ❖ DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO → A anamnese e as manifestações geralmente são suficientes para o diagnóstico. → Quando um objeto grande é aspirado, causando dificuldade respiratória, afonia, cianose e tosse persistente, o diagnóstico é realizado com maior rapidez. → Não é o habitual em adultos, pois o calibre da via aérea permite a ventilação e geralmente uma apresentação clínica mais sutil, muitas vezes com exame físico normal. Isso acaba adiando o diagnóstico, principalmente se o objeto for radiotransparente. → O início repentino da tríade clássica (tosse, chiado e diminuição do murmúrio vesicular) muitas vezes não é observado. → A conduta depende da estabilidade do paciente e pode ser dividida em fases, como aguda (evento recente = incentivar tosse) e fase pós engasgo: ➢ NO PACIENTE ESTÁVEL = a ACE é parcial, a criança pode tossir e esboçar sons ✓ Nesta situação, o melhor procedimento é a não intervenção no ambiente doméstico e encaminhamento a um serviço de saúde, para o tratamento definitivo. ✓ O RAIO-X DE TÓRAX acaba sendo o primeiro exame requerido quando o paciente está estável, mesmo que tenha baixa especificidade e sensibilidade para corpo estranho. Em pacientes que não colaboram, a radiografia em decúbito lateral pode ajudar na visualização de aprisionamento de ar em alguns casos ▪ A maioria dos corpos estranhos aspirados não é radiopaca (imagens de estruturas que possuem maior poder de absorção dos raios X), sendo que aproximadamente 20% das radiografias em pacientes com ACE confirmada são normais. ▪ Portanto, uma radiografia normal não exclui a presença de CE em via aérea. O diagnóstico de ACE é facilmente estabelecido com radiografias simples quando o objeto é radiopaco. ▪ Se identificou o corpo estranho no raio-x o paciente é encaminhado para a broncoscopia para a retirada. ▪ Se o raio-x for normal ou duvidoso: • Suspeita baixa de corpo estranho: observação, tratamento de outras causas (tosse persistente, por exemplo) • Suspeita alta: TC de tórax e/ou broncoscopia (remoção do corpo estranho). ✓ A tomografia computadorizada (TC) de tórax e ressonância magnética podem mostrar o objeto e identificar áreas de aprisionamento aéreo e atelectasias. ✓ A videofluoroscopia do tórax pode identificar áreas de aprisionamento aéreo de forma dinâmica. A cintilografia com radioisótopos para a verificação de perfusão pulmonar pode demonstrar defeitos de perfusão devido à vasoconstrição hipóxica em regiões mal ventiladas. ➢ NO PACIENTE INSTÁVEL = a ACE é total, a criança não consegue esboçar qualquer som, está com asfixia, falta de ar importante e até com os lábios arroxeados. → Quando o paciente começa a engasgar e logo após não consegue mais tossir, ou seja, colocar o corpo estranho para fora deve-se proceder com o manejo para desobstrução de vias aéreas. ✓ Se a criança estiver consciente, <1 ano: 5 golpes costas + 5 compressões torácicas,fazer até que saia o corpo estranho ou a criança torne-se responsiva e reaja. ✓ Se crianças ≥ 1 ano e adultos e consciente: realizar manobra de Heimlich, que consiste em compressões abaixo das costelas, com sentido para cima, abraçando a criança por trás, até que o corpo estranho seja deslocado da via aérea para a boca e expelido. ✓ Se inconsciente: deve-se realizar SBV. ▪ Se 1 socorrista: 30:2 ▪ Se 2 socorristas: 15:2 APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 5 → Se conseguir visualizar o corpo estranho na boca, deve-se retirar com cuidado, mas não às cegas com o dedo na boca, pois pode provocar lesões na região ou empurrar o corpo estranho para regiões mais baixas, e piorar o quadro de obstrução. → Se as manobras de deslocamento não surtirem efeito, o paciente deverá ser submetido à intubação orotraqueal (IOT). → Se durante a laringoscopia, o corpo estranho for identificado na cavidade oral ou estiver impactado na laringe, o mesmo deverá ser retirado com pinça de Magill. → Se a desobstrução não for possível, uma cricotomia ou traqueotomia de emergência deverá ser realizada. Quando o corpo estranho está obstruindo a traqueia e não se move com os procedimentos de emergência, o paciente deverá ser submetido à IOT. ➢ BRONCOSCOPIA → Deve ser realizada em todos os casos de suspeita de ACE. → O passo mais importante no diagnostico é levantar a hipótese diagnóstica de ACE, sendo a broncoscopia considerada o procedimento padrão-ouro no diagnóstico e tratamento da ACE. → Quase todos os corpos estranhos podem ser extraídos pela broncoscopia, as taxas de sucesso para a extração são acima de 98%. → A realização do exame sob anestesia geral com ventilação espontânea facilita a extração do objeto. → A localização anatômica, a forma, a composição e a presença de tecido de granulação ou edema devem ser identificadas antes de quaisquer tentativas de extração. → Após a remoção do corpo estranho, toda a árvore traqueobrônquica deve ser examinada, assim como deve ser realizada a avaliação da integridade do objeto extraído. Se os sintomas clínicos ou radiológicos anormais persistirem após a remoção do CE, um novo procedimento deve ser indicado. → Complicações após a extração podem surgir: Edema laríngeo e pulmonar, hemoptise, pneumotórax, fístula traqueoesofágica, pneumonias, atelectasias, febre e insuficiência respiratória que podem requerer hospitalização prolongada, incluindo terapia intensiva, IOT, ventilação mecânica e procedimentos broncoscópicos adicionais. 3) ESTUDAR A PREVENÇÃO DA BRONCOASPIRAÇÃO EM CRIANÇAS → A fim de evitar a aspiração de alimentos, a dieta deve ser adequada para a idade e para as condições clínicas do paciente, de acordo com a capacidade de o paciente mastigar e engolir, dessa forma: ✓ Não ofereça alimentos a crianças menores de 4 anos, sem amassar e desfiar as fibras. Não deixar pedaços de alimentos no prato, principalmente os arredondados. ✓ Os seguintes alimentos são de risco potencial para a aspiração: sementes, amendoim, castanha, nozes, milho, feijão, pedaços de carne e queijo, uvas inteiras, salsicha, balas duras, pipoca, chicletes. ✓ Mantenha os seguintes itens da casa, longe do alcance de crianças menores de 4 anos: balões, moedas, bolinha de gude, brinquedos com peças pequenas, bolas pequenas, botões, baterias esféricas de aparelhos eletrônicos, canetas com tampa removível. → O que se pode fazer para prevenir o engasgo e aspiração: ✓ Estar ciente das manobras de desobstrução (OVACE) que pode fazer em casa. ✓ Insistir para que as crianças comam à mesa, sentadas. Evite alimentá-las enquanto correm, andam, brincam, estão rindo e não deixá-las deitar com alimento na boca. ✓ Corte os alimentos em pedaços bem finos e ensine a criança a mastigá-los. ✓ Supervisione sempre a alimentação de crianças pequenas. ✓ Fique atento às crianças mais velhas. Muitos acidentes ocorrem quando irmãos ou irmãs mais velhas oferecem objetos ou alimentos perigosos para os menores. ✓ Evite comprar brinquedos com partes pequenas e mantenha objetos pequenos da casa fora do alcance das crianças. ✓ Siga a recomendação da embalagem dos brinquedos, com relação à idade ideal para aquisição. ✓ Não deixe crianças pequenas brincarem com moedas. REFERÊNCIAS • TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. • GOLDMAN, Lee. Goldman-Cecil Medicina. 26. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. • Bittencourt PFS, Camargos PAM. Aspiração de corpos estranhos. Jornal de Pediatria, v. 78, n. 1, p. 09-18, 2002. • GONÇALVES, Manoel EP; CARDOSO, Silvia R.; RODRIGUES, Ascedio J. Corpo estranho em via aérea. Pulmão RJ, v. 20, n. 2, p. 54-8, 2011. • NEVES, Olga Maria Domingues; BRASIL, Laélia Maria Barra Feio; AMORIM, Cláudio Sérgio Carvalho de. Processos aspirativos pulmonares em crianças. Rev. para. med, 2009. • Aspiração de corpo estranho. Sociedade Brasileira de Pediatria.
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