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Semiologia do sistema respiratório em grandes animais

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SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO EM GRANDES ANIMAIS
Semiologia Veterinária
Corrimento nasal 
Sangramento nasal (rinorragia ou
epistaxe)
Espirro (estermutação)
Tosse 
Fadiga durante exercício
Ruídos ouvidos durante a respiração
Ronco
Respiração rápida e superficial e
dificuldade respiratória.
Condições de alojamento (número de
animais e promiscuidade de faixa etária-
principalmente quando se está
examinando animais de produção)
Vermifugação
Tratamentos anteriores e resultados
 Alguns sinais de doenças do sistema
respiratório que podem ser percebidas pelo
tutor/acompanhante:
 
 Outras informações que podem ser retiradas
do aompanhando durante a anamnese : 
Narinas
Cóanas
Seios paranasaia
Laringe
Traqueia
Brônquios principais
Brônquios segmentares
Bronquíolos
Alvéolos
 O sistema respiratório (S.R) é capaz de
desenvolver várias funções no organismo
animal e a mais importantes está relacionada
com as trocas gasosas, ou seja, hematose, por
meio das quais são realizadas a oxigenação
sanguínea e a liberação de gás carbônico nos
alvéolos pulmonares. Outras funções do S.R é
a manutenção do equilíbrio acidobásico, a
atuação como um dos reservatórios
sanguíneos do organismo , a metabolização
de substâncias como serotonina,
prostagalndina, corticosteroides e
leucotrienos e ativação de outras, como a
angiotensina, além de atuar na
termorregulação e na fonação. 
ANATOMIA DO SISTERMA RESPIRATÓRIO
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
 
Uma das primeiras finalidades do exame
clínico é saber se a manifestação respiratória
em questão é de fato um problema do sistema
respiratório, e se sim, localizar o processo
dentro desse sistema, ou seja, definir se está
restrito às vias respiratórias anteriores ou às
posteriores e, ainda, se inclui o interstício
pulmonar.
Anamnese
 
 Tem de ser uma conversa direcionada de
acordo com o problema do animal e o tipo de
cliente que se está atendendo. Nessa etapa, há
necessidade de coletar informações de modo
regrado, para não se perder de vista o
objetivo e a fim de conseguir todos os dados
necessários para o esclarecimento do caso
clínico. É importante também extrair da
história se o problema é individual ou
coletivo. Doenças em um único indivíduo
podem estar relacionadas somente com ele,
como também podem representar o início de
um processo que afete o rebanho. 
 
CUIDADO! Alguns sintomas que são
característicos do sistema respiratório pode está
relacionado com problemas no sistema
cardiovascular, como por exemplo insuficiência
cardíaca.
 Exame físico - Inspeção
 É o método semiológico em que se faz a
observação do animal como um todo – neste
caso, particularmente, do sistema
respiratório.
 Se o exame estiver sendo realizado em animal
de grande porte, o examinador deve olhá-lo
obliquamente, colocando-se, de preferência,
na parte posterior ou na parte dianteira do
animal, de tal modo que se observe o ponto de
transição costoabdominal. Em ruminantes de
pequeno tamanho (ovinos e caprinos), essa
avaliação pode ser realizada com o
examinador posicionando-se sobre a região
torácico-abdominal, observando-se sua
simetria e seu padrão respiratório.
 Deve-se contar a Frequência Respiratótia em
1 min e verificar o tipo e o ritmo respiratório. 
(Tabela com a F.R normal em animais domésticos
adultos no final do documento) 
 
1
 Entretanto, algumas características
resultam em oscilações fisiológicas na
frequência respiratória, como o a idade do
animal, quando menor, maior será a FR;
animais obesos e em repouso prolongado
apresentam FR menores que as observadas;
durante a gestação a FR aumenta
gradativamente e é mais elevada durante o
exercício, em ambientes quentes e úmidos e
em situações de estresse, especialmente nos
suínos. 
Já as oscilações patológicas da frequência
respiratória, são caracterizadas por
taquipneia, bradipneia ou apneia. 
 
 Ao aferir a FR, deve-se observar se o ritmo
respiratório está dentro dos padrões
considerados normais ou se há variações que
possam ajudar o clínico no diagnóstico da
lesão respiratória. O ritmo normal é
observado como uma inspiração, uma
pequena pausa, uma expiração e uma pausa
maior, voltando, em seguida, a uma
inspiração. Qualquer alteração no ritmo
respiratório é denominada arritmia
respiratória.
 Pela observação da respiração, ou seja, da
relação entre inspiração e expiração, dos
movimentos do tórax e abdome e da postura
adotada pelo animal, pode-se classificar a
atividade respiratória como normal, animal
eupneico, ou dificultosa, dispneico. 
Dispneia em um bovino. Observa-se animal com a
boca entreaberta e distensão de pescoço (ortopneia
respiratória) para facil i tar a respiração.
Taquipneia: é o aumento da FR. Ocorre em
situações de febre, dor ou diminuição da
oxigenação sanguínea; 
Bradipneia: é a diminuição da FR. Pode
ocorrer nas depressões do sistema nervoso
central ou próximo à morte do animal;
Apneia: é a ausência total de respiração. 
 A dispneia pode ser inspiratória, quando 
 está relacionada com alterações das vias
respiratórias anteriores por estenoses, corpos
estranhos ou inflamações que diminuam o
lúmen das vias respiratórias, dificultando a
entrada de ar; expiratória, relacionada com
processos mórbidos que diminuam a
elasticidade de retorno pulmonar ou que
provoquem obstruções das pequenas vias
respiratórias, dificultando a saída do ar,
como ocorre no enfisema pulmonar, nas
bronquites e bronquiolites; ou pode ser do tipo
mista, que é o que ocorre em situações de
edema pulmonar, pois o pulmão, pela
presença de líquido no interstício, terá
dificuldade de expansão e, em decorrência
disso, dispneia inspiratória, e com a saída de
líquido de dentro dos vasos sanguíneos para o
interior dos bronquíolos, haverá também
dificuldade de saída de ar dos alvéolos.
 
Principais causas da dispneia em grandes animais: 
 
 
 Ainda analisando a respiração do paciente,
outra característica que pode indicar a
localização da alteração patológica dentro do
sistema respiratório é o tipo de respiração, em
que o normal nos animais domésticos é o
costoabdominal, que pode sofrer alterações
para o tipo costal e o abdominal. Os animais
portadores de processos que manifestem dor
torácica, como fraturas de costela ou pleurite,
podem apresentar o tipo respiratório ou a
respiração predominantemente abdominal,
como forma de defesa contra a dor. Aqueles
que têm dor abdominal, como nos casos de
peritonite ou nas grandes compressões sobre
o diafragma (p. ex., nas dilatações ruminais),
podem apresentar respiração do tipo costal.
 
 Após a avaliação da frequência respiratória
e verificação da atividade respiratória do
animal, é imprescindível a inspeção das
narinas. 
2
DISPNEIA EM REPOUSO
DOENÇAS DO 
S. RESPIRATÓRIO OUTRAS CAUSAS
ALVÉOLOS CHEIOS 
OU COMPRIMIDOS;
VIAS RESPIRATÓ-
RIAS OBSTRUÍDAS
DOENÇAS CARDÍA-
CAS; ALTERAÇÕES
SANGUÍNEAS GE-
RAIS: ACIDOSE; S.
NERVOSO: TÉTANO
Seroso = observado normalmente nos
bovinos, ganha significado clínico quando
se apresenta em excesso, em qualquer
espécie de animal.
Mucoso = relacionado, principalmente,
com a produção exacerbada de muco
pelas glândulas das narinas, consequente
a inflamações, viroses ou alergias.
Purulento = quando há contaminação
bacteriana e migração de células
leucocitárias e restos celulares para o
muco. 
Hemorrágico = determinado por lesões
vasculares provocadas por corpos
estranhos, ferimentos, úlceras ou pólipos.
 Na inspeção das narinas, o corrimento
nasal pode fornecer informações sugestivas
da localização do processo patológico e pode
ser oriundo do trato respiratório anterior ou
posterior. Se unilateral, pode indicar
alterações na narina correspondente. Os
processos mais comuns são corpos estranhos,
úlceras e ferimentos locais. Se for bilateral,
pode representar comprometimento de
ambas as narinas, especialmente em
processos inflamatórios que aumentem a
secreção nasal, ou pode originar-se de locais
situados posteriormente à narina, tais como
laringe, traqueia e brônquios, acometidos por
afecções que aumentem a quantidadede
secreções inflamatórias nessas vias
respiratórias.
 O corrimento nasal deve ser analisado
quanto ao tipo, sendo classificado como: 
 
 Em bovinos, pelo hábito de lamberem as
narinas, as secreções nasais muitas vezes não são
observadas, devendo-se buscar indícios de
extravasamento nos bebedouros e comedouros.
 Hemoptise em um bovino, causada por trombose
da veia cava caudal. Na hemoptise, o sangue sai
pela boca e pelas narinas, geralmente associado à
tosse.
 Além de analisar as secreções nasais, no
exame das narinas é deve-se atentar para o
odor da respiração, o fluxo e a temperatura
do ar exalado. 
Para isso, é necessário individualizar o ar
expirado, desviando-o com a mão em formato
de concha. Odor pútrido da respiração está
relacionado com lesões em que há destruição
tecidual, tais como na laringite necrótica, em
abscessos pulmonares ou na pneumonia por
aspiração.
 O fluxo e a temperatura do ar é perceptível
pela colocação das costas das mãos defronte
as narinas. A observação de um fluxo
desigual, implica diminuição de calibre de
uma das narinas, o que pode ocorrer devido a
obstruções por corpos estranhos, tumores ou
quaisquer outros problemas que provoquem
estenoses no lúmen da narina com menor
fluxo de ar. Já o aumento da temperatura do
ar exalado de uma das narinas é indicativo de
processo inflamatório na cavidade nasal
correspondente. 
 
Caso o tutor tenha relatado que animal
apresenta tosse, é necessário verificar o tipo
de tosse. Se o animal não teve reflexo de tosse
durante o exame, pode estimulá-lo de duas
maneiras, em grandes animais: 
 beliscando se ou esfregando-se os primeiros
anéis traqueais logo abaixo da glote ou, como
é feito principalmente nos adultos, tapando
as narinas do animal com as duas mãos até
que o animal comece a reagir, soltando em
seguida.
3
 O animal inspirará grande quantidade de ar
rapidamente, tendendo a tossir se houver
inflamação das vias respiratórias. 
 O estímulo do reflexo da tosse em equinos
oferece melhores resultados do que em
ruminantes. 
 As bolsas guturais existem somente nos
equinos e a sua função ainda não é
completamente conhecida, porém, acredita-se
que elas sirvam para resfriar o sangue
durante a sua passagem pela artéria carótida
interna antes de sua chegada ao cérebro, em
virtude da menor eficiência do seu centro
termorregulador, principalmente quando os
animais são expostos a situações de estresse
térmico. 
 Os animais atletas devem manter o cérebro
com temperatura abaixo da do restante do
corpo durante o exercício, porque esse órgão
pode ser prejudicado irreversivelmente pela
hipertermia.
 O exame físico das bolsas guturais limita-se,
na maioria das vezes, à inspeção externa, no
intuito de observar qualquer abaulamento na
base da orelha até a faringe, por acúmulo de
pus (consequência da adenite equina, por
exemplo) ou por acúmulo de ar (timpanismo
da bolsa gutural), devido à inflamação, ao
pregueamento da mucosa, à disfunção
muscular e aos defeitos congênitos,
verificados, geralmente, em potros recém-
nascidos. 
Exame físico - Palpação
 
 Além do reflexo de tosse descrito
anteriormente, que já é uma manobra de
palpação da traqueia, devem-se palpar todas
as partes externas do sistema respiratório à
procura de depressões (afundamento do osso
nasal, fratura de aneltraqueal cervical,
fratura de costelas) ou aumentos de volume
que possam ou não ter sido verificados à
inspeção. 
Sentir os sinais de inflamação nos espaços
intercostais, sem aumentos de volume na região, é
uma indicação importante de pleurite. Se houver
piotórax associado à pleurite haverá, além do
aumento da temperatura, abaulamento dos
espaços intercostais, visto à inspeção nos animais
magros.
 
 A palpação do tórax deve ser feita com a
mão espalmada e com as pontas dos dedos
apoiadas nos espaços intercostais. Aumenta-
se gradativamente a pressão dos dedos e
observa-se a reação do animal. 
 Em seguida, deve-se exercer pressão
moderada sobre as costelas, na tentativa de
observar reação dolorosa causada,
particularmente, por fraturas.
É possível também a verificação da
temperatura colocando-se o dorso das mãos
em ambos os lados do tórax. Em 
 temperaturas ambientais elevadas, quando
há falta de ventilação e pós-exercícios, a
temperatura aumentada é considerada
fisiológica, porém, quando em processos
febris sistêmicos, pleurite e formação de
abscessos intratorácicos, é patológica.
 Além do tórax, a palpação dos linfonodos é
de extrema importância, principalmente os
submandibulares, os quais, quando se
revelarem aumentados em conjunto com
ânsia de vômito ou tosse à palpação da
laringe, pode ser indicativo de inflamação da
região orofaringeana, caracterizando
processos como faringite, laringite ou
abscessos. 
 À palpação, pode-se sentir vibração na
altura da laringe ou traqueia, que se chama
frêmito laríngeo ou traqueal, e é indicativo de
líquido em quantidade excessiva ou
membranas que vibram à passagem do ar. Da
mesma maneira, pode-se sentir o frêmito
torácico, o que tem como significado clínico a
presença de líquido (inflamatório ou não) nos 
4
brônquios, de atrito pleural (roce pleural) ou,
quando sentido sobre a área cardíaca, de
sopro cardíaco ou roce pericárdico.
 
Exame físico - Percussão
 
 A percussão é um dos métodos semiológicos
que fornecem informações a respeito do
estado físico do sistema respiratório. Deve ser
realizada desde os seios paranasais até a
porção posterior do tórax.
 Nos seios paranasais (frontal, lacrimal e
maxilar), a percussão deve ser feita com o
cabo do martelo de percussão ou com a ponta
do dedo médio (digital), de modo comparativo
entre os lados esquerdo e direito da face do
animal. 
 A principal alteração que se consegue ouvir
é a modificação do som claro, que seria o
normal, para maciço, indicando que uma
cavidade antes vazia está sendo preenchida
por alguma substância, por exemplo, pus.
Esse sinal sugere sinusite ou tumorações em
seio paranasal, ou seja, lesões que ocupam
espaço. 
 Por outro lado, se houver acúmulo de gás, o
som pode se modificar para timpânico, como
nos casos de infecção da cavidade sinusal por
bactérias anaeróbicas, produtoras de gás.
 
 Antes de realizar a percussão, deve-se estar
atento às alterações de conformação da face
antes da realização da percussão. 
 Além dos seios paranasais, pode-se realizar a
percussão do tórax, em que a resposta sonora
Anteriores: musculatura da escápula
(som maciço);
Superiores: musculatura dorsal (som
maciço); 
Posteriores: de acordo com a espécie
animal, observando-se o cruzamento de
linhas que passam, imaginariamente, nos
espaços intercostais (EIC) com linhas
imaginárias e horizontais que passam
sobre as tuberosidades ilíaca (linha ilíaca)
e isquiática (linha isquiática) e na
articulação escapuloumeral (linha do
encontro); 
Ampliação da área de percussão: Em
geral, é indicativo de enfisema pulmonar,
em que o som claro modifica-se para
timpânico;
Som metálico: Quase sempre caracteriza o
estiramento de paredes cavitárias por
quantidade exagerada de gás, associada
ou não a líquidos. Pode aparecer nos casos
de cavernas pulmonares cheias de ar,
como na tuberculose, no pneumotórax e
na hérnia diafragmática com penetração
de alças intestinais no tórax;
Maciço ou submaciço: A variação do som
claro para maciço ou submaciço é
indicativa de áreas de condensação ou
compressão pulmonar por tumores ou
grandes abscessos, atelectasia ou
preenchimento dos espaços intersticiais
por líquido, inflamatório ou não, como no
edema pulmonar e nas pneumonias;
Linha de percussão horizontal: Quando se 
pode variar desde o som normal (claro) até as
alterações sonoras com significado clínico. 
 A percussão do tórax deve ser realizada com
o animal em estação, em ambiente silencioso.
Pode ser digital ou martelo-plessimétrica, e
deve ser feita dorsoventral e
craniocaudalmente, em toda a área torácica,
deslocando-se o plessímetro nos espaços
intercostais. Os limites para a percussão que
são utilizados: 
 
 As variações patológicas dos sons ao realizar
a percussãosão: 
5
realiza a percussão do tórax e há
modificação do som claro para submaciço
ou maciço em linha reta, paralela ao local
onde o animal está em pé, há indicação de
líquido na cavidade torácica, seja por
exsudato, em casos de pleurisia com
derrame transudato no hidrotórax, ou
sangue, mais raramente, no hemotórax.
Para verificar a horizontalidade da
percussão, desloca-se o animal,
levantando-se ou abaixando-se a sua
parte anterior. Essa manobra é mais bem
executada nos grandes animais
colocando-os em uma rampa ou em
terreno íngreme.
Ausculta-se todo o tórax, de frente para
trás e de cima para baixo, sendo ideal
realizar, também, a auscultação de baixo
para cima e de trás para frente,
esquadrinhando-se, dessa maneira, toda a
área pulmonar;
Devem-se auscultar, em cada local, no
mínimo, dois movimentos respiratórios;
Para um diagnóstico mais preciso, pode
ser necessária a aplicação de exercício
leve (caminhada) ou a inibição
temporária da respiração do animal,
manobras que intensificam os ruídos
respiratórios produzidos.
Exame físico - Auscultação
 
 A auscultação é outro método diagnóstico
que fornece informações a respeito do
funcionamento do sistema respiratório.
 Devem-se auscultar as vias respiratórias
superiores e a região torácica
separadamente, embora não se deva esquecer
de que pode haver interferência da
auscultação de uma área sobre a outra,
sobretudo dos ruídos produzidos nas vias
respiratórias anteriores, que podem interferir
na auscultação dos pulmões, por tanto, o local 
em que se ouve o ruído com maior intensidade
corresponde à origem provável de sua
produção.
 Para realizar esse método, prefere-se que o
animal esteja em estação e em repouso e pode
ser realizado diretamente, com o ouvido sobre
uma toalha no tórax, ou indiretamente, com
um aparelho de auscultação e em ambos deve
ser lembrado das seguintes técnicas:
 Os ruídos que podem ser auscultados estão
divididos em duas categorias: 
Ruídos normais: São produzidos pela
turbulência do fluxo de ar nas vias
respiratórias com diâmetro superior a 2
mm, podendo variar na qualidade,
dependendo da localização do
estetoscópio, da velocidade do ar durante
a respiração e da quantidade de tecido
sobre a área que se está ouvindo. Um dos
ruídos normais auscultado é o
laringotraqueal, que é provocado pela
vibração das paredes da laringe e
traqueia, sendo ouvido sobre a região da
traqueia cervical, quando da passagem do
ar. Já na área torácica, mais
especificamente no terço anterior do
tórax, ouve-se um ruído rude, tanto na
inspiração como na expiração,
denominado traqueobrônquico que é
produzido pela passagem do ar pelos
grandes brônquios e pela porção final da
traqueia. Já nos dois terços posteriores do
tórax, é possível auscultar um ruído
suave, chamado de brônquiobronquiolar,
que é produzido pela vibração das
paredes de brônquios menores e
bronquíolos. Sempre que houver aumento
na intensidade da respiração por
aumento na FR (taquipneia), na amplitude
(hiperpneia) ou, ainda, por dificuldade
respiratória (dispneia), haverá
exacerbação na auscultação dos ruídos
respiratórios, pois há aumento na
quantidade de ar que penetra nesse órgão
e, consequentemente, maior vibração das
paredes das vias respiratórias. O ruído
broncobronquiolar, portanto, pode estar
aumentado fisiologicamente nos animais
jovens (maior FR e menor espessura
torácica), nos magros e nos de pelos
curtos, e, juntamente com o ruído o
traqueobrônquico, podem estar
diminuídos fisiologicamente nos animais
gordos, de pelos longos, com maior
espessura da parede torácica, musculosos
(maior distância do ouvido ao órgão
produtor do som) e nos que estão há muito
tempo em repouso (menor FR).
jjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj
Ruídos patológicos: Também chamados de
ruídos respiratórios adventícios, são: 
-Crepitação grossa ou estertor úmido:
Clinicamente, significa aumento de
líquido no interior de brônquios,
inflamatório ou não. A sonoridade desse 
1.
2.
6
ruído assemelha-se ao estourar de bolhas,
por isso, era chamado antigamente de
estertor bolhoso, ou, então, como parecia
com o som produzido ao soprar ar em
líquido, era denominado estertor úmido. 
 Atualmente, por ser um ruído de
crepitação, é chamado de crepitação
grossa, sendo detectado nos casos de
broncopneumonia e edema pulmonar.
Crepitação fina ou estertor crepitante:
Produzido durante o descolamento das
paredes das pequenas vias respiratórias
preenchidas por líquido ou muco em
excesso. Se ele for inspiratório, poderá
significar edema pulmonar ou
pneumonia; se expiratório ou
inspiratório/expiratório (misto), doença
pulmonar obstrutiva crônica,
bronquiolite e enfisema pulmonar. 
Inspiração interrompida ou murmúrio
vesicular interrompido: Pequenas
interrupções na inspiração, como se fosse
o soluçar de uma criança chorando. Se
esse ruído for ouvido durante a
inspiração, com a parede torácica
movimentando-se de uma única vez, é
indicação de obstrução sequencial de
brônquios, com líquido em quantidade e
viscosidade insuficientes para provocar a
crepitação grossa. Se o ruído for ouvido
com o tórax se movimentando em dois
tempos, é sugestivo de dor à inspiração
(pleurite) ou excitação psíquica do animal.
Sibilo: Manifestação sonora aguda, de alta
intensidade, que se assemelha a um
chiado ou assobio. Indica estreitamento de
vias respiratórias, causado por deposição
de secreção viscosa aderida, que deforma
o lúmen tubular, como se fosse um bico de
flauta, ou ainda broncospasmo. Se ocorrer
no início da inspiração, está relacionado
principalmente com processos extra-
torácicos, como estenose da laringe,
compressão da traqueia ou muco espesso
depositado nesses locais. Se aparecer no
fim da inspiração ou expiração poderá ser
indicativo de obstrução das pequenas vias
respiratórias, como nos casos de
bronquite ou bronquiolite e doença
pulmonar obstrutiva crônica. 
Ronco: Ruído grave, de alta intensidade,
produzido pela vibração de secreções
viscosas aderidas às paredes de grandes 
 
brônquios durante a passagem de ar.
Também pode indicar broncopneumonia
se sua origem, ou seja, ponto máximo de
auscultação, estiver no tórax, ou mostrar
laringite ou laringotraqueíte, se for
ouvido melhor na região da laringe ou
traqueia. 
Roce pleural: Ruído provocado pelo atrito
das pleuras visceral e parietal
inflamadas, indicando pleurite. Em um
animal sadio, as pleuras deslizam
suavemente, uma sobre a outra, sem
provocar ruído. Quando há inflamação e
deposição de fibrina sobre elas ausculta-
se um ruído como se fosse o esfregar de
duas folhas de papel, áspero como o
esfregar de duas lixas ou de couro
molhado, ou, ainda, como um gemido.
Sopro, roce ou ruído cardiopleural: Ruído
rude, semelhante ao raspar de duas
superfícies ásperas, ouvido durante a
inspiração e coincidente com a
movimentação cardíaca. Corresponde ao
atrito da pleura sobre o pericárdio
inflamado, indicando, portanto, pleurite
associada a pericardite. 
Sopro ou ruído cardiopulmonar: Ruído
suave, de baixa intensidade, semelhante
ao soprar com os lábios apertados. A
entrada do ar que passa nos brônquios
menores das áreas pulmonares que estão
sobre o coração pode ser interrompida
durante o período de contração
isométrica da sístole ventricular. Quando
ocorre a sístole, a passagem do ar é
liberada, ouvindo-se esse tipo de ruído
interrompido, de modo sequencial, a cada
novo início da sístole. Ocorre em animais
sadios ou naqueles em que haja excesso de
produção de muco, como no caso de
bronquiolites. 
Ruídos acessórios que perturbam a
auscultação: São os ruídos das contrações
dos músculos cutâneos, crepitações dos
pelos, ruídos de deglutição e ruídos
gastroentéricos. Além desses, os
produzidos no ambiente também podem
ser ouvidos ao realizar auscultação,
dificultando o diagnóstico. 
7
Broncofonia: Refere-se a ruídos propagados das
vias respiratórias anteriores, como a voz, os
gemidos, a tosse, as crepitações ou os estridores
laríngeos. São ouvidos ora como zumbidos
imprecisos, ora claramente, sobretudo na região
anterior do tórax.
Em tecido normal, um ruído débil,
impreciso,distante e difuso;
Em tecido atelectásico ou congesto, ouve-
se um ruído breve, seco e preciso, como
nascido imediatamente debaixo do ponto
que se está auscultando;
Em coleções líquidas no espaço pleural, o
ruído se apresenta distante, mas preciso e
breve. 
Em equinos: no 6º EIC (espaço intercostal)
do lado esquerdo ou 5º EIC do lado direito
do tórax;
Em ruminantes: no 5º EIC no lado
esquerdo ou 4º EIC no lado direito.
Exame físico - Percussão auscultatória
 
 Outro método semiológico para o exame do
sistema respiratório é a associação da
auscultação com a percussão. Faz-se a
percussão traqueal com o dedo ou com o cabo
do martelo e a auscultação pulmonar
conjuntamente, ou seja, produzimos um som e
o escutamos na área pulmonar. 
 Dessa maneira, pode-se ouvir: 
Exame físico - Toracocentese
 
 Punção exploradora ou toracocentese, é
outro método que pode ser utilizado no exame
físico e tem como objetivo diferenciar o
diagnóstico de exsudato e transudato pleural
e pode ser utilizado para coleta de líquido
pleural, tanto para exame como com fins
terapêuticos. 
 Utiliza-se agulha de 6 a 8 cm × 2 mm (60 × 20;
80 × 20) ou uma sonda mamária, depois de se
fazer uma pequena incisão na pele
anestesiada, para sua introdução na cavidade
torácica. 
 A agulha deve ser introduzida acima da veia
torácica e sempre no bordo oral da costela,
para evitar nervos e vasos intercostais. 
 
8
O hemograma fornece informações
esclarecedoras, principalmente no sentido
de indicar se a alteração respiratória é
infecciosa ou não;
O exame parasitológico de fezes é
indicado no diagnóstico de verminose
pulmonar, utilizando-se, especialmente,
técnicas para detecção de larvas dos
parasitas;
A titulação sorológica de anticorpos é
usada, principalmente, para detecção de
anticorpos contra agentes virais, poten-
cialmente patogênicos para o sistema
respiratório;
O exame radiográfico ajuda na iden-
tificação e definição das doenças intra-
torácicas e do trato respiratório superior,
sendo importante na avaliação das áreas
e estruturas inacessíveis pelo exame físico
ou endoscópico;
A ultrassonografia torácica possibilita
detectar abscessos, tumores, enfisema e
problemas de pleura, especialmente
acúmulo de líquido na cavidade torácica;
A endoscopia é um importante auxílio no
diagnóstico das doenças respiratórias em
grandes animais, pois permite ver e
analisar as características físicas e
funcionais do sistema respiratório, além
de facilitar a coleta de secreções durante
sua realização, as quais poderão servir
para diagnóstico do agente causal;
A biopsia pulmonar é indicada para
obtenção de amostra tecidual para
diagnóstico histológico ou para
informações prognósticas, princi-
palmente em casos de moléstias
pulmonares difusas.
Exames complementares
 
 Apesar de o exame físico ter importância
absoluta no diagnóstico das doenças
respiratórias, alguns exames complemen-
tares são de extrema importância para o
auxílio diagnóstico.

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