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CETOACIDOSE DIABÉTICA Consequência/complicação direta do Diabetes Mellitus Principal causa de óbito quando há evolução desses casos Há alterações metabólicas extremas: ✓ Hiperglicemia ✓ Acidose metabólica – queda significativa do pH Cetonemia leva à acidose metabólica ✓ Desidratação - (no diabetes é causado pela poliúria e glicosúria = perda de líquidos e eletrólitos – quando há corpos cetônicos o quadro se agrava → diminuição do pH, o bicarbonato não consegue mais promover homeostasia de forma adequada) ✓ Perda de eletrólitos – Piora na perda de íons de sódio, potássio, etc. Ausência de insulina (em função da atividade citotóxica nas células beta das ilhotas de Langherans) – Excesso de hormônios hiperglicemiantes – glucagon e epinefrina FISIOPATOGENIA Deficiência absoluta ou relativa de insulina ✓ Aumento de substâncias diabetogênicas (glucagon) ✓ Vias metabólicas alternativas Ácidos graxos livres e glicerol Aminoácidos pelo tecido muscular Se não há glicose sendo colocada de forma efetiva dentro das células, o organismo vai entender que não tem substância para manter um capacitor energético celular Como consequência o organismo vai abrir mão de mecanismos alternativos (ácidos graxos livres → que durante o seu metabolismo formam o glicerol → mesma cadeia da glicose → piora da hiperglicemia) Ácidos graxos livres são convertidos basicamente em 2 ácidos: 1. Ácido acetil-acético 2. B-hidroxibutirato Ácidos graxos livres →→→ Corpos cetônicos Essas substâncias fazem a redução/consumo do bicarbonato que funciona como sistema tampão, logo → pH diminui Glicerol: 1. Realizam o fornecimento do esqueleto carbônico 2. Síntese de glicose Pacientes perdem tecido adiposo e muscular → tanto pelos aminoácidos quanto como glicogênio metabolizado e consumido Resumindo: Ácidos graxos livres se transformam em corpos cetônicos Produção de glicerol → glicose Deficiência de insulina → destruição do glicogênio ou consumo do glicogênio hepático → glicogenólise → mais glicose → hiperglicemia Corpos cetônicos são liberados pela urina → piora da diurese osmótica → piora desidratação → perda de íons (principalmente sódio/potássio) Corpos cetônicos → consumo tecidual pelo bicarbonato → em condições normais o bicarbonato impediria o organismo a entrar em acidemia 2 mecanismos agravadores da desidratação: Glicosúria + cetonuria = muito mais perda de líquidos A depender do tempo de evolução desse quadro, o paciente pode entrar em um quadro de azotemia pré – renal → devido a pressão baixa da desidratação → não há mais filtração glomerular → por último o paciente pode chegar a ter uma insuficiência renal aguda SINAIS CLÍNICOS o Diabéticos não – diagnosticados o Reposição insulínica ineficiente (de pacientes já insulinodependentes) o Achados clínicos variáveis (depende do quadro, tempo de evolução, etc.) o Poliúria/polidipsia e emagrecimento progressivo (sempre) Sinais associados a desidratação grave = + que 3,8 o Taquicardia, pulso fraco e extremidades frias o Fraqueza (muitas vezes tem a ver com a hipocalemia → depleção de potássio → lembrar que o potássio já tende a ser perdido pela glicose e agora vai embora junto com os corpos cetônicos), taquipneia e vômito o Hálito cetônico o Distensão e dor abdominal (às vezes tem pancreatite associada) o Alterações neurológicas (confusão mental, coma) DIAGNÓSTICO Sinais sugestivos – hiperglicemia e cetonuria Hiperlipidemia – lipólise acentuada (consumo tecidual periférico) Policitemia (aumento de hemácias ou volume globular ou hematócrito) – relação direta com a desidratação em função da diurese osmótica (glicosuria e cetonuria) Cetose: ❖ Acúmulo de corpos cetônicos ❖ Sistema tampão compensado (bicarbonato ainda eficiente para manter pH dentro dos padrões ❖ Se pH diminui → quadro piora → Cetoacidose diabética ❖ Ausência de acidose Cetoacidose diabética: ❖ Acúmulo de corpos cetônicos ❖ Ocorrência de acidose metabólica ❖ Complicação do quadro Hemogasometria – avaliação dos gases e eletrólitos sanguíneos pH sanguíneo – tendência de quedas expressivas Acúmulo dos metabólitos dos ácidos graxos TRATAMENTO Estadiamento do paciente → constatação da cetoacidose diabética → realizar: 1. Patência das vias respiratórias 2. Avaliação cardiovascular e renal 3. Grau de desidratação 4. Presença de doenças concomitantes Fluidoterapia Reposição hídrica (reidratação)– redução dos níveis de glicose, hormônios hiperglicemiantes (por diluição) Melhora do débito cardíaco e da perfusão renal (lembrar que podemos ter pacientes com insuficiência renal aguda por azotemia pré renal → por desidratação e hipotensão ➔ Melhora da excreção de glicose Fluido de eleição: ✓ Cloreto de sódio 0,9% (10 – 20 ml/kg/hora) Acompanhamento da hidratação – débito urinário, auscultação pulmonar Fluido de manutenção (considerando perdas – vômito, diarreia, etc) Cetoacidose diabética não complicada Sinais ausentes/discretos – terapia - agressiva Insulinoterapia SC TID (não pode fazer SC em pacientes desidratados – não tem reabsorção → pode causar lesão) 1/3 do aporte energético Controle da cetonuria – 48 a 72 horas Cetoacidose diabética complicada Terapia agressiva Reposição da desidratação, melhora dos quadros de fraqueza e depressão Insulinoterapia o Insulina regular cristalina de escolha – IV ou IM (SC????) o Dose inicial – 0,2 UI/kg – administrar IM por que a dosagem vai ser mais alta (1° aplicação), depois a cada 1 hora 0,1 UI/kg o Evitar quedas bruscas na glicemia o Abaixo de 250 mg/dl – reposição de glicose ➔ 0,1 a 0,4 UI/kg a cada 4 a 6 horas (IM ou SC) Infusão contínua – 0,05 a 0,1 UI/kg/hora (diluída no fluido) Taxa de infusão – 10 ml/kg/hora → redução para 5 ml/kg/hora (glicemia inferior a 250 mg/dl) TRATAMENTO DE DEMAIS ALTERAÇÕES Acidose e cetonemia Fluidoterapia e insulinoterapia – mecanismos compensatórios Bicarbonato de sódio – quando usar → 1/3 da dose, sendo importante dosar antes através da hemogasometria → já que pode causar mudanças bruscas de pH →prejudica o paciente Hipocalemia Hipocalemia presente – diurese osmótica e perda de líquidos ➔ Piora com a fluidoterapia e insulinoterapia inicial ➔ Reposição 0,5 mEq/kg/hora Potássio e Fósforo tendem a ser jogados para dentro da célula na presença da insulina, logo podem diminuir → possível reposição na fluido. Hipofosfatemia ❖ Ocasionada pela diurese e perdas (êmese e diarreia) ❖ Sinais clínicos – depressão, distúrbios neurológicos, anemia hemolítica e fraqueza muscular, além de hipóxia tecidual ( afinidade O2) ❖ Dose: 0,01 a 0,06 mmol/kg/hora (1,1 mmol/ml) Terapia adjuvante – estimulação da zona deflagradora do vomito (tanto pela condição da acidose quanto por doença renal quando houver) ❖ Controle do quadro emético Metoclopramida – 0,5 mg/kg Ondasetrona – 0,2 a 0,4 mg/kg Omeprazol – 0,7 mg/kg Maropitant – 1 mg/kg (ação mais ampla) Melhora do quadro clínico HOSPITALIZAÇÃO Tratamento da CAD complicada – direcionado à internação ❖ Período médio de 6 dias (alterações eletrolíticas presentes) Alimentação espontânea – Insulinoterapia (dose antes da crise) ❖ Se for recém diagnosticado (0,5 a 1 UI/kg) Insulina regular associado a insulina NPH → evitar recidivas do quadro Felinos – associação com a Glargina + regular → Associado ou não aos hipoglicemiantes orais
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