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HIPERADRENOCORTICISMO Doença caracterizada pelo aumento do cortisol circulante Hipotálamo produz CRH → estimula a hipófise → produção de ACTH → no córtex da adrenal (principalmente na região cortical) → produção de glicocorticoides Mecanismo de controle: feedback negativo no hipotálamo quando há produção de cortisol aumentando, logo → diminuição de CRH → diminuição de ACTH → diminuição de cortisol Tumor hipofisário → mais produção de ACTH → mais cortisol circulante → sem mecanismo de feedback negativo (até pode ter mas a inibição não é o suficiente) Se o tumor for na adrenal (carcinoma) → são independentes da produção de ACTH → produção excessiva de ACTH mesmo que haja feedback negativo Causas iatrogênicas – fornecimento de corticoide → supressão das glândulas (hipopressivas) Possibilidades Tumores hipofisários (hipófise dependentes) x tumores adrenais 80 a 85% dos casos são de tumores hipofisários = ACTH e cortisol 15 a 20% dos casos são de tumores adrenais = cortisol e ACTH • Aqui a hipófise não está acometida • Glândula contralateral tende a ficar reduzido (atrofia) ocorrendo uma certa perda de função • Geralmente acontece em pacientes de grande porte HIPERADRENOCORTICISMO IATROGÊNICO “SÍNDROME DE CUSHING” Utilização excessiva de glicocorticoides Doenças alérgicas Necessidade de imunossupressão ASPECTOS CLÍNICOS Acima de 6 anos Sem predisposição sexual • Tumores de adrenais → mais em fêmeas Poodles, Daschunds, PA, Beagles, Labradores Tumores hipofisários – até 10 kg • Tumores adrenais SINAIS CLÍNICOS ✓ Poliúria e polidipsia (80 a 91%) Mesmo que não diabéticos, os pacientes podem apresentar uma hiperglicemia (em função da inibição da ação da insulina). Seria no caso um pré diabetes não insulina dependente ✓ Polifagia ✓ Aumento de volume abdominal ✓ Alopecia bilateral simétrica (60 a 74%) – nem sempre tem alopecia, mas pode ter um quadro chamado “rarefação pilosa”, que acometem geralmente a região do tronco (geralmente a cabeça não pe acometida) ✓ Fraqueza muscular e letargia (14% a 57%) ✓ Telangiectasia ✓ Pode haver calcinose cutânea – deposição de cálcio e pode haver em conjunto contaminação bacteriana secundária ✓ Cistites recorrentes – glicose na urina pode se tornar um meio propício pro crescimento bacteriano Alterações neurológicas São raros As principais causas de hiperadrenocorticismo são em decorrência de tumores hipofisários → podem causar sinais neurológicos em condições mais graves ✓ Estupor ✓ Andar em círculos ✓ Alterações comportamentais ✓ Dispneia e angústia respiratória – a condição dessa doença pode causar → síndrome de hiperviscosidade → microtrombos → hipoxigenação DIAGNÓSTICO Exames complementares!! Não existe diagnóstico clínico Hemograma completo: ✓ Leucograma de stress: Eritrocitose, leucocitose – neutrofilia, linfopenia, eosinopenia e monocitose Painel bioquímico: ✓ significativo de fosfatase alcalina ✓ Hiperlipidemia ✓ ALT ✓ Hipofosfatemia ✓ Hiperglicemia (nem sempre vai estar presente) Urinálise: ✓ Proteinúria (>1,0) ✓ Infecção do trato urinário ✓ Glicosúria ✓ Densidade urinária (1,015 – 1,020) Cultura bacteriana Exames de imagem ✓ Ultrassonografia abdominal ✓ Radiografia torácica ✓ Tomografia computadorizada ✓ Geralmente tumores hipofisários fazem as duas glândulas aumentarem de tamanho, já os tumores da adrenal tendem a aumentar apenas uma, logo a outra fica menor Avaliação do eixo hipofisário – adrenocortical Difícil fazer dosagem de cortisol, já que há uma variação muito grande durante o dia, logo é necessário avaliar todo o eixo ✓ Estimulação com ACTH ✓ Supressão com baixa dose de Dexametasona ✓ Mensuração cortisol basal? → Não é muito eficaz Diferenciação entre HD ou TA? Confirma o hiperadrenocorticismo, mas não difere se é hipofisedependente ou se é um tumor da adrenal Realização após indícios na anamnese e exames prévios (como por exemplo hemograma e bioquímica sérica - sugestivos)! Relação cortisol: creatinina urinária (UCCR) → Descarta, mas não confirma a doença ✓ Alta sensibilidade (100%) – especificidade (20%) ✓ Normalidade <10 Teste de supressão com BAIXA dose de Dexametasona Supressão no eixo → cortisol continua acima dos parâmetros ✓ Principal método diagnóstico – mais fácil e menos custo ✓ Dexametasona – ausência de reação ✓ 0,01 mg/kg IV ✓ Coleta de sangue antes da aplicação → aplicação → dosagem 4 horas após → dosagem 8 horas após Teste de estimulação com ACTH ✓ Dosagem de cortisol antes da administração ✓ Nova dosagem após 1 a 2 horas após a aplicação ✓ 2,2 UI/kg, IM, ACTH ✓ Hipófisedependente X Tumor Adrenal?? → Não ajuda na diferenciação ✓ HAC atípico – Situação em que o animal tem todas as alterações compatíveis, mas após teste de dosagem ou de supressão o cortisol se encontra dentro da normalidade (não aumenta), e quem se encontra acima dos níveis da normalidade na verdade é um precursor do cortisol → 17- OH-Progesterona ✓ Avaliar se o animal é castrado já que os parâmetros são diferentes ✓ É feito o mesmo teste utilizado para cortisol só que agora para 17-OH-Progesterona Teste de supressão com ALTA dose de Dexametasona ✓ Capaz de diferenciar entre Hipófisedependente X Tumor Adrenal ✓ Tumor adrenal não apresenta resposta ✓ Microadenomas não são identificados até certo tamanho ✓ 0,1 a 1 mg/kg, IV TRATAMENTO Tumores hipofisários ✓ Tratamento cirúrgico Hipófisectomia: Tem boas taxas de melhora nos cães Adrenolectomia: Caso complicado, pode criar diversas complicações pós cirúrgicas imediatas, o paciente pode colapsar → alterações hemodinâmicas e hormonais abruptas ✓ Radioterapia com cobalto 60 Baixa resposta transitória Resposta pouco abaixo do ideal em tumores hipofisários ✓ Selegilina (inibidor da produção) Faz inibição da secreção de ACTH Só usar em tumores hipofisários ✓ Cetoconazol Faz a inibição da síntese de andrógenos e cortisol 5-10 mg/kg, SID Ausência de resposta ✓ Mitotano Agente adrenocorticolítico – pode causar necrose e atrofia progressiva adrenocortical Prednisona ou Prednisolona – 0,15 a 0,25 mg/kg Ausência de efeitos colaterais – cuidado!!! Dose de indução – 30 a 50 mg/kg/dia Manutenção – 50 mg/kg/semana ✓ Trilostano (mais utilizado) 1,5 a 2 mg/kg – SID Tem meia vida de 16 horas – pode até usar BID o Ocorre melhora da poliúria/polidipsia em até 7 dias o A melhora do quadro cutâneo leva meses o Efeitos colaterais – hiporexia e letargia o Depressão, vômito, diarreia o Crise de hipocortisolinismo → urgência! Reavaliações → 10 dias, 1 e 3 meses Hemograma completo/bioquímica sérica Acompanhamento com ACTH
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