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Bruno Cesar Pereira
Seminário II
CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA: DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Questões
1.	Quais as espécies de controle de constitucionalidade existentes no ordenamento jurídico brasileiro? Explicar as diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo STF no controle de constitucionalidade (parcial com redução de texto, sem redução de texto, interpretação conforme à Constituição). Explicar a modulação de efeitos prescrita no art. 27 da Lei n. 9.868/99. Quais os impactos da atribuição de efeitos erga omnes ao recurso extraordinário repetitivos nos termos do CPC/15 sobre o controle de constitucionalidade?
No Brasil, o controle de Constitucionalidade pode ser realizado pelo método de “controle concentrado” ou “controle difuso”. No primeiro (controle concentrado) é atribuído ao STF competência para processar e julgar originariamente a representação de inconstitucionalidade de Lei ou ato normativo. Já no controle difuso, a competência a todos os juízes e tribunais.
	Assim, temos como espécie de controle de constitucionalidade o CONTROLE DIFUSO e o CONTROLE CONCENTRADO, obtendo este último, as seguintes subespécies: 
· ADIN - Ação Direta de Inconstitucionalidade; 
· Ação Direta por Inconstitucionalidade por omissão;
· ADECON - Ação Direta de Constitucionalidade e 
· ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. 
	A modulação dos efeitos prescrita no artigo 27 da lei nº 9.868/99, consiste em uma decisão que tem efeitos “ex tunc” passar a ter efeitos “ex nunc”, isto é, são retroativos à data da edição da lei inconstitucional, porém, somente serão aplicados a partir da declaração de inconstitucionalidade, com trânsito em julgado ou em outro momento que venha a ser fixado pelo julgador, que o faz desde que haja razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social.
2.	Os conceitos de controle concreto e abstrato de constitucionalidade podem ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, respectivamente? Que espécie de controle de constitucionalidade o STF exerce ao analisar pretensão deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF)? Concreto ou abstrato, difuso ou concentrado?
Inicialmente, cumpre destacar que conceitos de controle concretos e abstrato de constitucionalidade podem ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado respectivamente. Isso ocorre porque o controle difuso de constitucionalidade atua-se de forma incidental, apreciando o (um) caso concreto de uma relação jurídica. Já no que tange ao controle concentrado de constitucionalidade, o mesmo é exercido através da análise da lei de forma abstrata, não havendo uma análise da relação jurídica em um caso concreto.
		
No que se refere ao segundo questionamento, o STF, no momento da análise da pretensão deduzida em uma ação de reclamação, realiza o controle difuso de constitucionalidade, visto que, apresentará efeitos apenas entre as partes.
3.	Que significa afirmar que as sentenças produzidas em ADIN e ADECON possuem “efeito dúplice”? As decisões proferidas em ADIN e ADECON sempre vinculam os demais órgãos do Poder Executivo e Judiciário? E os órgãos do Poder Legislativo? O efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, introduzido pela EC n. 45/04, é o mesmo da ADIN? Justifique sua resposta.
Vale relembrar que a ADIN é uma ação direta de INconstitucionalidade, ou seja, tem como objetivo a retirada de uma norma que fere a Constituição Federal. Em contrapartida, a ADECON visa declarar uma Constitucionalidade, ou seja, visa garantir que não há/haverá questionamento em face norma
Neste diapasão, o “efeito dúplice” nas sentenças produzidas em sede de ADIN e ADECON significa que a decisão de improcedência de uma ADIN produzirá os mesmos efeitos que uma decisão em sede de ADECON. 
Ademais, o efeito vinculante no controle abstrato atinge todo o Poder Executivo e o Poder Judiciário, mas não o Poder Legislativo, com base no art. 102, §2º, da CF/88.
Por fim, o efeito da Súmula Vinculante é o mesmo da ADIN, levando em consideração que vinculam o mesmo Órgão e tem por origem a decisão do STF.
4.	O STF tem a prerrogativa de rever seus posicionamentos ou também está inexoravelmente vinculado às decisões por ele produzidas em controle abstrato de constitucionalidade? Se determinada lei tributária, num dado momento histórico, é declarada constitucional em ADECON, poderá, futuramente, após mudança substancial dos membros desse tribunal, ser declarada inconstitucional em ADIN? É cabível a modulação de efeitos neste caso? Analisar a questão levando-se em conta os princípios da segurança jurídica, coisa julgada e as disposições do art. 927, § 3o, do CPC/15.
O STF está inexoravelmente vinculado às decisões por ele produzidas em controle abstrato de constitucionalidade, obtendo a prerrogativa de rever seus posicionamentos somente em caso de significativa mudança fática ou tocante à relevante alteração das concepções jurídicas dominantes. 
	Da mesma linha de entendimento, uma determinada lei declarada constitucional em um certo momento, por intermédio de ADECON, poderá perfeitamente vir a ser declarada posteriormente inconstitucional por meio de ADIN, caso ocorram, novamente significativas mudanças fáticas..
5.	O art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio de impugnação ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal em controle concentrado ou difuso. Pergunta-se: (i) É necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior à formação do título executivo? E se for posterior, poderá ser alegada? Se sim, por qual meio? Há prazo para esta alegação?
Não é necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior a formação do título, pois, em regra, a mesma possui eficácia erga omnes e efeitos ex tunc, em se tratando de controle concentrado pela via principal e, em se tratando de via difusa, corrobora validade apenas para a respectiva parte.
		
Por fim, imprescindível destacar que, por tratar-se de matéria de ordem pública, tal arguição poderia perfeitamente ser discutida em sede de exceção de pré-executividade, sendo desnecessária a proposição de embargos à execução.
 
6.	Contribuinte ajuíza ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária que o obrigue em relação a tributo cuja lei instituidora seria, em seu sentir, inconstitucional (porque violadora do princípio da anterioridade). Paralelamente a isso, o STF, em ADIN, declara constitucional a mesma lei, fazendo-o, contudo, em relação a argumento diverso. Pergunta-se:
a) Como deve o juiz da ação declaratória agir: examinar o mérito da ação ou extingui-la, sem julgamento de mérito (sem análise do direito material), por força dos efeitos erga omnes da decisão em controle de constitucionalidade abstrato?
	No cenário ideal, o magistrado deverá analisar o mérito da ação, tendo em vista que a declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF se deu em relação a legislação diversa, compatível com outra unidade federada, existindo, também, diferenças entre a regra matriz de incidência tributária. 
b) Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na ação declaratória (violação do princípio da anterioridade), qual solução se colocaria adequada?
No caso hipotético em tela, defendo a análise do mérito pelo julgador da ação, pois, a ação declaratória está vinculada ao STF, uma vez que tal decisão teria versado sobre a competência dos estados de um determinado tributo, e assim aplicados a todos os entes federados.
7. Se a referida ação declaratória já tivesse sido definitivamente julgada, poder-se-ia falar em ação rescisória com base no julgamento do STF (art. 966 CPC/15)? Qual o termo inicial do prazo para ajuizamento da ação rescisória? E se o prazo para propositura dessa ação (2 anos) houver exaurido? Haveria alguma outra medida a ser adotada pelo Fisco objetivandodesconstituir a coisa julgada, diante desse último cenário (exaurimento do prazo de 2 anos da ação rescisória)? Vide art. 505, I do CPC/15.
Somente poderia se falar em ação rescisória com base no STF, dentro do prazo decadencial, ou seja 2 anos. Havendo intempestividade na propositura da ação, não se poderia mais mudar a referida decisão.

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