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Mestres da Gravura

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Mestres da Gravura
Coleção Fundação b i b l i o t e c a n a c i o n a l
Mestres da Gravura
Coleção Fundação b i b l i o t e c a n a c i o n a l
Biblioteca Nacional
r e a l i z a ç ã o p r o j e t o p a t r o c í n i oa p o i o
Centro Cultural Correios, 28 de julho a 18 de setembro de 2011
Mestres da Gravura
Coleção Fundação b i b l i o t e c a n a c i o n a l
c u r a d o r i a Fernanda Terra
D e volta ao século xv e viajando até 1830, faremos um belo passeio, por mais de 400 anos, ao lado dos Mestres da Gravura, como Dürer, na Alemanha; Rembrandt, na Holanda; 
Piranesi, na Itália; Callot, na França; Hogarth, na Inglaterra; Goya, na 
Espanha... entre outros artistas europeus, internacionalmente famosos. 
Um passado de arte, esculpido em madeira e metal, e eternizado para 
o olhar contemplativo e extasiado de geração a geração.
Se nas épocas vividas por esses artistas as gravuras os 
popularizaram, hoje, paradoxalmente, são suas extraordinárias 
pinturas que os distinguem entre os grandes nomes da história da arte 
mundial de todos os tempos. Telas valiosas são mais frequentemente 
expostas, enquanto as exposições de gravuras acontecem com certa 
raridade, embora grandiosos e riquissímos sejam os seus acervos, 
como a coleção de 30 mil obras que a Biblioteca Nacional do Rio de 
Janeiro abriga.
Conjugando o verbo gravar em todos seus tempos e modos, a 
ação criativa dos Mestres da Gravura pode ser adjetivada com toda 
a sinonímia expressiva do belo, seja pela temática, a originalidade, a 
dramaticidade, a sátira, a polêmica, seja pelo detalhismo, o burlesco, 
o obsceno, o obscuro... Clássicos, renascentistas, neoclássicos, o fato é 
que os gravadores desse ciclo marcaram seus méritos em importantes 
obras. Marcas de um passado indelével a ser disseminado no presente 
e no futuro. Sempre! 
E os Correios, permanentemente comprometidos com a 
propagação da cultura, também se sensibilizam com essa relação 
de perenidade e de conhecimento dessa arte. Assim, imprimem a 
sua marca como patrocinadores da exposição, abrindo o seu Centro 
Cultural para receber esses mestres ilustres e suas obras-primas. Ao 
público, fazem um convite especial para que se percorram mais de 
quatro séculos da história e evolução da gravura. Um passeio de 
absoluto encantamento!
Muito bem-vindos a esse pretérito perfeito, pelo seu indestrutível 
vínculo com o futuro e pelo tempo presente que se conjuga aqui e 
agora. 
 centro cultural correios
P reservar e permitir o acesso aos registros da cultura brasileira é missão da Fundação Biblioteca Nacional, detentora de uma das mais ricas coleções da América Latina, atualmente composta 
por mais de nove milhões de peças, entre as quais livros, manuscritos, 
mapas, gravuras e partituras. 
Hoje, a instituição bicentenária enfrenta os desafios que o futuro 
lhe impõe, sem dar as costas para o seu passado. É importante 
recordar que, graças à estratégia da Coroa Portuguesa em enfrentar 
os mares para driblar a invasão napoleônica, trazendo na bagagem 
sua Real Biblioteca, a Biblioteca Nacional se tornou responsável pela 
preservação da memória cultural brasileira, bem como por parcela da 
memória portuguesa. 
A cuidadosa seleção de gravuras do acervo da Biblioteca Nacional 
ora apresentada ao público compõe um conjunto precioso, grande 
parte oriunda da Real Biblioteca portuguesa. A partir desses 
documentos, será possível apreciar a arte da gravura e conhecer 
diversos artistas, bem como as técnicas por eles empregadas. 
Em suma, a exposição Mestres da Gravura, uma parceria entre a 
Fundação Biblioteca Nacional e o Centro Cultural dos Correios, 
constitui-se numa oportunidade ímpar de dar ao público acesso a 
esse valioso acervo.
 fundação biblioteca nacional
8 �
Sumário
Mestres da gravura 7
Fernanda Terra
As técnicas de gravura �
Coleção Italiana 14
Coleção Alemã 30
Coleção Holandesa 40
Coleção Flamenga 54
Coleção Francesa 60
Coleção Inglesa 68
Coleção Espanhola 76
Coleção Portuguesa 82
Referências bibliográficas 86
Obras expostas 87
M estres da Gravura, homenagem aos 200 anos da Fundação Biblioteca Nacional (fbn), reúne 170 obras representativas da história da gravura eu-ropeia. Esse conjunto, cuja origem remonta à 
Real Biblioteca, trazida por ocasião da transferência da corte 
portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, integra o mais 
importante acervo de gravuras do país: a Coleção de Gravuras 
Avulsas da fbn, constituída por 30 mil itens. Trata-se, pois, de 
rara oportunidade de apreciar parte significativa desse valioso 
patrimônio cultural brasileiro. 
Encontram-se na mostra tanto xilogravuras quanto exem-
plares de diversas técnicas de gravação em metal surgidas do 
Renascimento (século xv) ao Iluminismo (século xviii). São 
criações de 81 gravadores que traduzem, com sensibilidade e 
destreza de gestos, não só a construção do pensamento reli-
gioso e filosófico, como também ideias, ações, descobertas 
e costumes promovidos pela cultura europeia durante esses 
quatro séculos. 
As gravuras foram dispostas em núcleos regionais de pro-
dução, formados pelas coleções italiana, alemã, holandesa, 
flamenga, francesa, inglesa, espanhola e portuguesa, e por 
ordem cronológica de nascimento dos gravadores. Há nesses 
núcleos gravuras originais e gravuras de reprodução ou interpretação. 
Entre as gravuras originais, destacam-se autores como Piranese, 
Dürer, Rembrandt, Callot, Goya e Hogarth, cujas linguagens 
poéticas se caracterizam por seu ineditismo, sua inventividade 
e sua força expressiva. Por sua vez, as gravuras de reprodu-
ção ou interpretação, realizadas por grandes gravadores com 
amplo domínio técnico, apresentam obras-primas da pintura, 
da escultura e do desenho, tendo constituído, durante muito 
tempo, uma das mais importantes formas de difusão da arte 
e de divulgação dos artistas
A arte da gravura 
Para o homem da Idade Média, é Deus que semeia a vis creativa. 
D’Ele provém a beleza da criação, testemunho de sua grandeza 
e de sua sabedoria infinita, pela qual o Belo se aproxima da 
Verdade. O tema religioso marca a construção do fazer artístico. 
Já ao longo do Quattrocento, o Belo e a natureza se fundem num 
só ideal. Temas documentais e mitológicos surgem no universo 
das gravuras, inspirados pelo humanismo crescente que afirma 
a dignidade do homem e o torna um investigador da nature-
za, numa revalorização dos ideais clássicos gregos e romanos. 
O homem como centro do universo, autônomo, livre, criativo, 
se faz representar em proporções perfeitas e está inserido num 
espaço ilusório tridimensional da perspectiva linear.
No século xvi, o pensamento renascentista se difunde pela Eu-
ropa, ao mesmo tempo que a Reforma abala o equilíbrio político 
e a unidade cultural e artística recém-conquistados no continente. 
As gravuras, sob inspiração protestante, se voltam para a natureza e 
personagens profanos. A iconoclastia toma o cenário da arte. Com 
o declínio da influência católica, elevam-se o pessimismo, a insegu-
rança e o alheamento característicos do Maneirismo. A noção de 
espaço é alterada e a perspectiva se fragmenta em múltiplos pon-
tos de vista. As proporções da figura humana se distorcem numa 
linguagem visual mais dinâmica, que se mostra dramática e sofis-
ticada, refletindo os dilemas de fim do século. No século seguinte, 
a Contrarreforma abre caminho para o adensamento expressivo 
do Barroco, com a sensualidade das formas curvas e espiraladas, a 
monumentalidade cenográfica e a exaltação do movimento. 
Ao excesso do Barroco o Neoclassicismo responde, em 
meados do século xviii, com uma arte mais serena, equilibrada 
e sombria, que retoma o interesse pela Antiguidade clássica, 
valendo-se das escavações arqueológicas e das bases científicas, 
sistemáticas e racionais em que se inspira.
10 11
A arte de gravar 
Gravar é dar vida às linhas do tempo. Das tramas delicadas do 
desenho sobre uma superfície bordaram-se com linhas incisivas, 
ao longo da história, algumas das mais sutis e notáveis obrasde 
arte. No Ocidente, a prática da gravura em papel se inicia no 
final do século xiv, com as primeiras xilogravuras usadas para 
reproduzir imagens de santos e cartas de baralho. Seu desen-
volvimento é consequência do conhecimento da técnica de fa-
bricação do papel, descoberta pelos chineses em 105 a.c., e que 
chega à Península Ibérica em meados do século xii. Apenas no 
século xv, no entanto, a prática da gravura em papel se desen-
volve na Itália e, logo depois, nos demais países europeus, como 
expressão artística e meio de divulgação e democratização do 
conhecimento, substituindo o manuscrito e as iluminuras. 
As primeiras impressões a partir da matriz de madeira são cha-
madas de xilogravuras (gravura em relevo). Já o emprego de matri-
zes em metal, antes restrito à ourivesaria, possibilitou o surgimento 
da gravura em talho-doce (taille-douce ou intaglio), nome empregado 
em referência à gravura a buril. As matrizes são preferencialmente 
feitas de chapas de cobre, em que o entalho produzido é entintado, 
permitindo maior aprimoramento e refinamento das impressões.
A arte da gravura em metal é conhecida como calcografia. 
Até o século xviii, eram cinco os principais procedimentos da 
gravura em metal: a buril, à ponta-seca e à água-forte, herdados 
dos ourives e armeiros medievais; à água-tinta e à maneira-negra, 
procedimentos inventados para a construção de matrizes reti-
culadas por processos manuais e mecânicos. Somam-se a esses 
procedimentos, de meados para o fim do século xviii, as técnicas 
à maneira de crayon, do verniz mole e do pontilhado.
Fernanda Terra
curadora
As técnicas de gravura* 
A xilogravura 
Na xilogravura, realizam-se entalhes diretos na matriz de ma-
deira com ferramentas como a goiva e o formão, deixando-se 
a imagem a ser impressa em relevo. Destacada do fundo, a 
imagem recebe a tinta de impressão, que será transferida para 
uma folha de papel, por meio de pressão feita pela mão dire-
tamente sobre o papel posado na placa entintada de madeira 
ou com o auxílio de uma espátula ou colher de madeira. 
Gravura a buril 
Também conhecida como talho-doce, a gravura a buril surgiu no 
século xv é a mais antiga técnica de gravura em metal que se co-
nhece. O buril é um instrumento com cabo de madeira e ponta 
cortante de aço em formato quadrado, losângico ou redondo. 
O gravador pousa o buril sobre o metal, permitindo realizar en-
cavos muito finos e profundos, que deixam marcas a serem pre-
enchidas pela tinta de impressão. A qualidade da linha depende 
da profundidade e da largura das incisões, e da força empregada 
na gravação. A tinta é transferida para o papel com uma prensa. 
Foi, por excelência, a ferramenta dos primeiros gravadores.
Gravura à ponta-seca 
Conhecida desde o século xv e também de corte direto, mas 
diferente do buril, que retira metal ao produzir a linha inci-
sa, a ponta-seca somente desloca material, quando pressio-
nada contra a superfície. Essa diferença aparentemente sutil 
cria dois tipos de linhas peculiares e claramente discerníveis. 
A ponta-seca é empunhada como um lápis e não exige conhe-
cimentos de oficio tão elaborados quanto os do buril, sendo o 
tom da linha dado pela pressão produzida ao desenhar e pela 
quantidade de rebarbas produzidas nesses deslocamentos. As re-
barbas seguram tinta, que, somada àquela contida nos sulcos, dá 
a característica aveludada e o contorno difuso à linha construída 
por essa ferramenta. Utilizam-se pontas de formatos e materiais 
diferentes, que geram resultados distintos no corte e na impressão. 
Depois de algumas dezenas de provas, as rebarbas são destruídas 
ou modificadas, o que cria flutuações na qualidade das imagens e 
não permite um grande número de impressões. 
Gravura à água-forte 
A água-forte, ao contrário do buril e da ponta-seca, é um pro-
cedimento indireto. Técnica utilizada desde o século xvi, a 
aqua-fortis era como a alquimia chamava os mordentes, produ-
tos químicos que atacavam as áreas da matriz de cobre dese-
nhadas e não isoladas pelos vernizes resistentes a eles, crian-
do-se assim concavidades. O desenho é feito com pontas de 
metal utilizadas como lápis, de modo que o cobre seja expos-
to onde a ponta penetra o verniz. A chapa de cobre é imersa 
no ácido e as partes expostas a ele (mordente) que não estão 
protegidas pelo verniz, corroídas. A corrosão é determinada 
pelo tipo de agente químico escolhido no qual a placa será 
imersa e pelo tempo de exposição do metal a essa situação. 
Em seguida, o verniz é removido da chapa, que, limpa, é co-
berta de tinta; novamente limpa, deixam-se apenas os sulcos 
cobertos de tinta. Cobre-se a chapa com um papel umedecido 
e os dois passam por uma prensa; o papel absorve a tinta de-
positada nos sulcos, produzindo uma impressão invertida do 
desenho sobre a chapa. São muitos os mordentes e sistemas de 
aplicação empregados pelos artistas. Dessa forma, obtêm-se 
albrecht dürer [1471–1528]
São João engolindo o livro que o anjo lhe apresenta, c. 1498
[da série “O Apocalipse”]
xilogravura, 39 x 27 cm
* Ver na p. 86 observação acerca da bibliografia utilizada nesta parte.
12 13
gradações de tons, que vão do mais claro a uma infinidade de 
texturas visuais e ao mais profundo escuro. Quase todos os 
água-fortistas importantes inventaram processos próprios.
Gravura à maneira-negra
Também chamada de mezzotinta, meia-tinta, essa técnica, 
criada no século xvii, consiste na construção de um tra-
mado regular e rigoroso de pontos, por intermédio de um 
instrumento próprio, chamado berceau, cujo formato é pare-
cido com o de um pente em meia-lua, com dentes sem es-
paçamento entre si e pontas muito afiadas, que ferem o 
metal levantando rebarbas por pressão exercida diretamente 
sobre ele. A matriz é preparada, dispensando-se o uso 
de ácidos, para que o gravador trabalhe a partir do negro. 
A retícula de pontos regulares impressos dá um negro profun-
do e aveludado. Por meio de raspagens e bruniduras adequa-
das, se vão obtendo os tons em meias-luzes, entre o negro da 
malha construída e o branco de um polimento total.
Gravura à àgua-tinta 
À diferença dos processos lineares, a água-tinta, inventada no 
século xviii, permite obter superfícies regulares em meios-
tons. Trata-se de um meio indireto que se vale de mordentes, 
como a água-forte. A matriz é pulverizada com resinas, breu 
e betume, que aderem à superfície da placa pelo uso de calor. 
O mordente (ácido) ataca os pontos nus da matriz que não 
estão protegidos pela resina. Com diversos métodos de mor-
suras e diferentes tipos de verniz, conseguem-se valores à ma-
neira de chapados, que podem traduzir aguadas. Traduz-se 
uma escala de tempo em escala de cinzas virtuais: quão mais 
raros os pontos corroídos, menor a reserva de tinta, e quão 
mais profundos, maior a reserva para a tinta na impressão. 
Em outras palavras, quanto menos tinta impressa, mais pon-
tos brancos no papel, e vice-versa, fazendo com que tal rela-
ção de quantidade entre pretos e brancos gere os cinzas óticos 
e a consequente escala tonal. 
De meados para o fim do século xviii, surgem as técnicas 
à maneira de crayon, do verniz mole e do pontilhado. Este, 
presente na exposição, é um método que utiliza a água-forte, 
o buril curvo ou a ponta-seca. Primeiro, faz-se uma leve gra-
vação do contorno do desenho em água-forte; em seguida, 
obtêm-se os tons do trabalho, pontilhando-se a chapa com a 
ponta do buril curvo ou com a ponta-seca sobre um segundo 
verniz, posteriormente banhado no ácido.
rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]
Autorretrato desenhando junto à janela, 1648 
água-forte, ponta-seca e buril
16,5 x 13,1 cm
página à direita
giovanni battista piranesi [1720–1778]
Le Antichità romane, 1750–3, tomo III, prancha XL
água-forte, 40,4 x 60 cm
14 15
17
Coleção Italiana
André Mantegna [1431–1506]
Jacopo de Barbari [c.1450–c.1515]
Benedetto Montagna [c.1480–1555/1558]
Marco Antonio Raimondi [c.1480–c.1534]
Agostino de Musi [1490–1540]
Marco Dente [1493–1527]
GiovanniBattista Guisi [c.1503–c.1575]
Enea Vico [1520–1570]
Adamo Ghisi [c.1530–c.1585]
Mestre do Dado [ativo entre 1532–1550]
Lodovico Carracci [1555–1619]
Agostino Carracci [1557–1602]
Annibale Carracci [1560–1609]
Francesco Brizzi [1574–1623]
Guido Reni [1575–1642]
Giovanni Benedetto Castiglione [1609–1664]
Stefano della Bella [1610–1664]
Salvatore Rosa [1615–1673]
Giovanni Battista Piranesi [1720–1778]
Francesco Bartolozzi [1725–1815]
Giovanni Volpato [1735–1803] 
André Mantegna
Pintor e gravador a buril, nasceu na ilha de Cartura, perto de 
Vicenza, em 1431. Foi treinado na escola clássica de Francisco 
Squarcione em Pádua. Em 145�, passou a viver em Mantua, onde 
permaneceu até sua morte em 1506. Foi protegido por Luiz de 
Gonzaga, duque de Mantua, que o nomeou cavaleiro, e pelo papa 
Inocêncio viii. Existem sete gravuras de sua autoria confirmada e 
outras inacabadas, que não sabemos ao certo se pertenceram ao 
artista. Trata-se de obras admiradas pelo gosto e a correção dos 
desenhos. “A noção plástica é trazida para a gráfica e por con-
sequência o gosto pela abstração ligada aos grafismos, ritmos e 
adensamentos luminosos” (Luis Cláudio Mubarac). Sua maneira 
de gravar característica se dava com sombras executadas por traços 
paralelos abertos e linhas oblíquas mais claras entre esses traços. 
Jacopo de Barbari, dito Mestre do Caduceu
Diversos nomes são atribuídos a esse artista: Francisco de Babilô-
nia, Jacob Walch (Italiano) ou Jacob de Veneza, Jacometto, Jacob de 
Barberino, Jacob de Barbaris e Jacopo de Barbari. Foi pintor a óleo 
e em miniatura, nigelador, escultor e gravador a buril e em madeira. 
Nascido por volta de 1450, trabalhou como pintor em Veneza e 
em diversos lugares, como Nuremberg e os Países Baixos, durante 
a segunda metade do século. Não se sabe ao certo onde nasceu 
(Alemanha, Holanda, França ou Itália), nem a data de sua morte, 
que provavelmente se deu em 1515. As gravuras abertas em metal 
por ele revelam mão hábil em manejar o buril e espírito italiano, 
mas são desiguais. Jamais desenvolveu a regularidade nas incisões 
que dá à gravura especial qualidade na execução dos valores tonais. 
Suas impressões possuem a aparência de desenhos à caneta, transfe-
ridos para o cobre. Notam-se nelas diversas influências, de Bellini e 
André Mantegna à dos alemães. Muitas se aproximam da maneira 
marco antonio raimondi [c.1480–c.1534]
Orfeu e Eurídice, c. 1510
buril, 18,3 x 14 cm
Em Orfeu e Eurídice, Orfeu está nu, vestindo apenas um manto preso ao 
ombro. Com a cabeça coroada de louros, toca a lira. Eurídice atrás dele, quase 
totalmente nua, faz o gesto de cobrir-se, inspirado na Vênus Capitolina. A única 
inovação que traz o artista é o pano enrolado ao longo da ninfa. O corpo de Orfeu 
é retirado do famoso Apollo de Belvedere, descoberto em Roma no final do 
século xv. O casal está fora do inferno. A ninfa volta o seu olhar para a entrada da 
caverna, com o intuito de testemunhar o que pode acontecer, se Orfeu olhar para ela.
andrea mantegna [1431–1506]
Jesus Cristo descendo ao limbo, s/d
buril, 43 x 33,2 cm
18 1�
de Albrecht Dürer, principalmente das primeiras obras deste mes-
tre. Sua obra gravada compreende trinta gravuras abertas em metal. 
A Sagrada Família é uma raríssima gravura a buril, em que se vê a 
marca do gravador na parte superior, à esquerda. 
Benedetto Montagna
Pintor e gravador a buril, nasceu em Vicenza por volta de 1480, fi-
lho do pintor Bartolomeu Montagna. Trabalhou quase toda a sua 
vida em Veneza, tomando por modelos, na pintura, Bellini e, na 
gravura, Dürer. Suas gravuras são fortes, simples e muito raras. 
Marco Antonio Raimondi
Também conhecido como Marcantonio, foi ourives, desenhista e 
gravador a buril. Nasceu em 1480 em Bolonha, onde faleceu em 
153�. Aprendeu a desenhar com Franscisco Raibolini (o Francia), 
ourives e pintor, para quem trabalhou obras de nigelo, em cujo 
exercício se familiarizou com o manejo do buril e os princípios 
e práticas de gravar a talho-doce. Iniciou a prática da chamada 
gravura de interpretação ou reprodução. Foi grande intérpre-
te de Raphael e admirador da obra de Dürer, tendo copiado 
em aço a Pequena Paixão, imitando a maneira das xilogravuras do 
mestre alemão. Sua reputação foi tão grande que atraiu diver-
sos gravadores à sua escola. Teve como discípulos: Agostinho 
de Musi, Marcos Desnte, Mestre do Dado, Enea Vico, os Ghisi, 
Bartholomeu Beham e Georg Pencz, entre outros.
Agostino de Musi, dito O Veneziano
Desenhista e gravador a buril. Nasceu em Veneza em cerca de 
14�0 e faleceu em Roma por volta de 1540. Não se sabe ao cer-
to quais foram seus primeiros mestres. Sabe-se, no entanto, que, 
quando viveu em Roma, trabalhou sob a direção de Marco An-
tonio Raimondi. Em seus primeiros trabalhos copiava ao Mestre 
do Caduceu e a Giulio Campagnola, que foi sua maior influência. 
Foi na escola de Raimondi que Musi se associou a Marco Dente 
de Ravenna, com quem executou em conjunto diversas gravuras. 
Marco Dente
Mais conhecido como Marco Dente da Ravenna, nasceu nes-
sa cidade em 14�3 e morreu provavelmente durante o saque de 
Roma, em 1527. Foi discípulo de Marco Antonio Raimondi e 
manteve parceria com Agostino Veneziano até 1520. Após essa 
data, começou a marcar seus trabalhos com seu nome ou suas 
iniciais. Em certa riqueza de texturas e tons, chegou muito 
próximo à técnica de gravar de seu mestre. Seu sombreado é, 
com largas superfícies planas de tons, simples e prazeroso. 
Giovanni Battista Guisi, dito O Mantuano
Arquiteto, escultor, pintor, gravador a buril e chefe de uma 
família de artistas. Nasceu em 1503 e a data provável de sua 
morte é 1575. Foi responsável por uma escola de gravadores 
em Mantua, preservando forte individualidade, num tempo 
em que praticamente todos os gravadores na Itália estavam 
sob a influência de Marco Antonio Raimondi. O grande 
mestre dessa escola foi Giorgio Ghisi, enquanto os filhos de 
Giovanni Battista, Adamo e Diana, foram grandes imitadores 
de ambos. A característica peculiar de seu estilo de gravar é 
notada na riqueza dos pretos utilizados nas sombras, que são 
parcialmente obtidos pelo livre uso de pontos entre as linhas 
e, de certa forma, pela mistura de grossas linhas gravadas.
marco dente [1493–1527]
Vênus ferida por um espinho de roseira, s/d
[segundo Raphael Sanzio]
buril, 26,2 x 16,8 cm
Enea Vico
Desenhista e gravador em metal, nasceu em Parma em 1520 e fa-
leceu em Ferrara em 1570. Seu florescimento como gravador se 
deu entre 1541 e 1567. Mudou-se para Roma ainda jovem, tendo 
como mestre o gravador e comerciante de estampas não muito 
importante Thomaz Barlacchi. As gravuras de Enea Vico ante-
riores a 1550 são gravadas à maneira de diferentes mestres: Julio 
Bonasone, Agostinho de Musi, Jacob Caraglio e Marco Anto-
nio Raimondi. Posteriormente, Vico adquiriu uma maneira de 
gravar própria e característica. Foi também cultor das ciências, 
que estudou com particularidade, e escreveu sobre numismática. 
Reina grandes incertezas sobre os fatos de sua vida.
Adamo Ghisi
Desenhista e gravador a buril, filho de Giovanni Battista, nas-
ceu em Mantua em 1530 e faleceu em 1574. Gravou segundo 
vários mestres italianos. Sua maneira de gravar se assemelha à 
de seu pai e à de seu irmão mais velho, Jorge Guisi.
Mestre do Dado
Pouco se sabe sobre a vida de Mestre do Dado, pintor e gra-
vador a buril. Acredita-se que tenha nascido no princípio do 
século xvi e que tenha trabalhado em Roma de 1532 a 1550. 
Ignora-se a data de sua morte. Pertenceu à escola de Marco 
Antonio Raimondi. Seus trabalhos mostram pouca origina-
lidade na maneira de gravar e forte assimilação do estilo de 
Raimondi. Como desenhista, realizava figuras curtas, com ca-
beças bem grandes e braços e pernas reforçados. Assinava seus 
trabalhos com as iniciais b.v. ou, mais frequentemente, um 
dado com a letra b em seu centro.
20 21
Lodovico Carracci
Pintor e gravador à água-forte e a buril, nascido em Bolonha em 
1555. Teve como primeiro mestre Prospero Fontana. EmBolo-
nha, fundou com seus primos e discípulos Agostino e Annibale 
Carracci a célebre escola de pintura Accademia degli Incamminati. 
Nessa academia, incentivava-se a revitalização da gravura de li-
nha e desencorajava-se a produção de gravar à água-forte. Ainda 
que inferiores às de seus primos, as gravuras de Lodovico são 
bastante estimadas. Faleceu em Bolonha em 161�. 
Agostino Carracci
Pintor, gravador à água-forte e a buril, nascido em Bolonha 
em 1557. A princípio, exerceu a profissão de ourives. Logo após, 
dedicou-se ao desenho, à pintura e à gravura. Teve por mestres 
Prospero Fontana (pintura), Bartholomeu Passerotti (dese-
nho) e Domingos Tibaldi, Cornélis Cort e Lodovico Carracci 
(gravura). Trabalhava suas gravuras com um sistema aberto 
de linhas. Recorreu aos fortes elementos da maneira tardia de 
Raimondi, acrescentando pouco, mais de maneira constante, o 
uso de linhas cruzadas no sombreamento e um método mais 
regular de riscas nas frestas das linhas. Os melhores trabalhos 
de Agostino são originais, mas ele também reproduziu pintores 
como Correggio, Ticiano e Veronese. Como pintor, associou-se 
a seu primo Lodovico para fundar a Academia degli Incamminati e 
colaborou com seu irmão Annibale na pintura da galeria do 
palácio Farnese, em Roma. Foi estudioso de diferentes ramos: 
de letras e ciências a filosofia, matemática, geografia, astrologia, 
historia, poesia, medicina e inclusive música, na qual se diz que 
foi hábil. Morreu em Parma em 1602.
jocopo de barbari [c.1450- c.1515]
Sagrada Família, s/d
buril, 15,3 cm x 19 cm
annibale carracci [1560–1609]
Pietà ou Cristo de Caprarola, 1597
água-forte retocada a buril, 12,3 cm x 16,1 cm
enea vico [1520-1570]
Os amores de Marte e Vênus, s/d
[segundo Francesco Mazzuoli, dito o Parmegiano]
buril, 30 x 20,3 cm 
À esquerda, Vênus nua, sentada em seu leito, amamentando 
Cupido no seio direito, passa o braço esquerdo sobre os ombros 
de Marte, que está sentado ao seu lado, vestido de armadura. 
Em cima, à esquerda, vê-se um Amor com o corpo coberto de 
plumagem, crista, cauda e pés de galo, dormindo sentado sobre 
uma janela, pela qual entram largos feixes de raios luminosos. 
No canto superior esquerdo, nota-se o monograma do gravador. 
Annibale Carracci
Irmão mais novo de Agostino, foi pintor e gravador à água-
forte e a buril. Nasceu em Bolonha em 1560 e morreu em 
Roma em 160�. Aprendeu pintura com Lodovico Carracci, seu 
primo, tendo sido considerado o mais hábil pintor italiano 
depois de Raphael, Ticiano e Correggio. Realizou a pintura 
da galeria do Palácio Farnese com seu irmão Agostino. Diz-se 
que esse trabalho, que consumiu oito anos de sua vida, foi a 
causa de sua morte: Annibale teria morrido de desgosto pela 
ingratidão do príncipe Farnese, que o recompensou mesqui-
nhamente pela empreitada. Como gravador, sua obra, embora 
não numerosa, é muito bem desenhada e acabada. 
Francesco Brizzi
Pintor e gravador à água-forte e a buril, nascido em 1575 em 
Bolonha, onde morreu em 1623. Foi, inicialmente, sapateiro, 
largando esse ofício para aprender desenho e pintura com 
Bartolomeu Passarotti e se aperfeiçoar com Luiz Carracci e 
Agostinno Carracci. Colaborou em algumas gravuras do últi-
mo, tendo dedicado-se também à perspectiva e à arquitetura, 
que ensinava em curso público. 
Guido Reni 
Pintor e gravador à água-forte. Nasceu em Bolonha em 1575 
e morreu na mesma cidade em 1642. Após ter estudado arte 
com Dionisio Calvaert, passou para a escola dos Carracci, 
tornando-se o seu mais famoso aluno. Na combinação de li-
nhas luminosas e pontos, produziu muitas delicadas gravuras 
à água-forte. Foi imitado não apenas na Itália, mas também 
pelos franceses. Seu desenho é puro e correto; as cabeças de 
22 23
suas figuras, nobres e graciosas, e as roupagens, tratadas com 
muito gosto e mestria. Foi um apaixonado pelo jogo, que lhe 
acarretou a perda de posses e amigos, tendo passado os últi-
mos anos de sua vida no esquecimento e na miséria.
Giovanni Benedetto Castiglione 
Artista do barroco italiano, Castiglione nasceu em Gênova 
em 160�. Era conhecido como Il Grechetto na Itália e como 
Le Benédette na França. Sua formação inicial não é clara. Pode 
ter estudado com Sinibaldo Scorza, Antoon van Dyck e Peter 
Paul Rubens. Pintor e desenhista, pertenceu à escola genovesa, 
tendo vivido em Roma de 1634 a 1645. Morreu em Mântua, 
como artista da corte, em 1664. Suas gravuras são notáveis 
pelo jogo de luz e sombra, que o levou a ganhar o apelido de 
segundo Rembrandt. Em 1648, inventou a monotipia, técnica 
com a qual se consegue reproduzir um desenho ou mancha 
de cor numa prova única. Nos estudos das cabeças orientais, 
mostra forte conhecimento da obra de Rembrandt. 
Stefano della Bella
Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Flo-
rença em 1610. A princípio, dedicou-se à pintura, tendo como 
mestre Cesar Dandini. Seu mestre em gravura foi Remigio 
Cantagallina, cuja oficina teve também como discípulo Jacob 
Callot. Com o tempo, adquiriu uma maneira própria de gra-
var, que se distingue pelo bom gosto, a delicadeza e a ligeireza 
de sua ponta. Trabalhou em Roma, em Paris e em Florença, 
onde morreu em 1664. Gravou assuntos históricos, caçadas, 
paisagens, marinhas, animais e ornatos, constando de sua 
obra mais de 1.400 gravuras. 
Salvatore Rosa
Pintor e gravador à água-forte. Nasceu em Renella, vila perto 
de Nápoles, em 1615 e faleceu em Roma em 1673. Cultivou 
a poesia e a música, estudou em Nápoles e foi influenciado 
pelo realismo de Ribera. Incentivado por Giovanni Lanfranco, 
viajou para Roma em 1635, mas teve de retornar a Nápoles em 
163�, após um caso de malária. Mudou-se para Florença, onde 
foi contratado pela família Médici e fundou a Accademia dei 
Percossi para escritores e artistas. Rosa retornaria a Roma em 
164� para trabalhar como pintor histórico. 
giovanni benedetto castiglioni [1609–1664]
Grandes cabeças com toucadas a oriental, s/d
água-forte, 17,8 x 14,8 cm
giovanni benedetto castiglioni [1609–1664]
Grandes cabeças com toucadas a oriental, s/d
água-forte, 17,8 x 14,8 cm
giovanni battista ghizi [c.1503–c.1575]
Cupido tocando cravo, 1538
buril, 12,2 x 8,9 cm
24 25
Giovanni Battista Piranesi 
Nascido em Veneza em 1720, filho de um construtor, Piranesi 
recebeu formação em cenografia e perspectiva com o gravador 
Carlo Zucchi. Arquiteto e amante da arqueologia, dedicou-se 
à gravação dos grandes monumentos da Antiguidade romana, 
realizando um trabalho de grande magnitude e força expres-
siva num estilo livre, cenográfico e impetuoso. Suas gravuras 
são modeladas pela luz, em perspectiva manipulada, que tras-
borda por vezes a quadratura das mesmas. As figuras huma-
nas são atemporais, apenas esboços, ao estilo de Callot e de 
Della Bella. 
Piranesi produz suas primeiras vedute de Roma em peque-
no formato para guias de turistas, e em 1743, publica as suas 
primeiras 12 águas-fortes, Prima parte di architettura e prospettive. 
Inicia uma carreira de cerca de quarenta anos, durante a qual 
produziu mais de mil pranchas publicadas em 1� obras pela 
sua própria casa impressora. Seu estilo é inconfundível e sua 
arte aponta para a estética do sublime, deixando transpare-
cer a tensão entre razão e sensibilidade. Faleceu em Roma 
em 1778.
A magnífica série Le carcere d’invenzione é um exemplo fas-
cinante da inquietação e da genialidade do artista. Nela, 
propõe estruturas espaciais fantásticas num espaço experi-
mental labiríntico, no qual não existe um ponto de vista fixo 
e central, nem uma perspectiva linear a ser seguida. Com as 
emoções à flor da pele, nosso olhar, ao contemplar essa série 
à água-forte, flutua sem descanso, observando os arranjos 
espaciais na proliferação de perspectivas, nos desdobramen-
tos espaciais, no vaivém de escadas, pontes e passagens. Ob-
servamos, inquietos, a luz provocar e produzir escuridão, e 
as paredes absorverem-na sem refleti-la, assim como nota-
mos os raios de luz que deixam seu percurso natural para 
se curvaremsobre os objetos. Nessas gravuras, a noções de 
proximidade e de distância são abolidas, e o tempo e o es-
paço se fundem. Passado, presente e futuro parecem não 
existir. Piranesi fala de um outro lugar e de um outro tempo, 
levando-nos a uma interioridade pouco confortável, em que 
nos deparamos com nossos mais sutis temores, que não sa-
bemos nominar. 
O termo veduta se aplica a pintura, desenho ou gravura 
que representa uma cidade, um monumento ou um lugar com 
concepção acentuadamente topográfica. As vedute têm sua ori-
gem nas peregrinações a Roma no século xviii, no tempo de 
redescoberta da Antiguidade: Herculano, em 171�, e Pompeia, 
em 1748. Seus maiores inovadores foram Canaletto, Guardi 
e Piranesi, que transformou a vista gravada para souvenir de 
turistas intelectuais e aristocratas num sofisticado meio de co-
municação erudita de grande carga expressiva. Assim, pratica 
a veduta direta, ou de reconstituição fidedigna, segundo fontes 
documentais, e a veduta ideata, em que a ruína serve de matéria 
para sua vertente apaixonada e trágica.
giovanni battista piranesi [1720–1778]
Le carcere d’invenzione, 1750–3, frontispício
água-forte, 72,8 x 53 cm
giovanni battista piranesi [1720–1778]
Le carcere d’invenzione, 1750–3, prancha vii
água-forte, 72,8 x 53 cm
26 27
giovanni battista piranesi [1720–1778]
Le carcere d’invenzione, 1750–3, prancha x
água-forte, 53 x 72,8 cm
giovanni battista piranesi [1720–1778]
Le carcere d’invenzione, 1750–3 prancha xiv
água-forte, 53 x 72,8 cm
28 2�
giovanni battista piranesi [1720–1778]
Le Antichità romane, 1750–3
tomo III, segundo frontispício
água-forte, 39,9 x 59,2 cm
giovanni battista piranesi [1720–1778]
Le Antichità romane, 1750–3, tomo III, prancha LI
água-forte, 39,9 x 60,5 cm
giovanni battista piranesi [1720–1778]
Le Antichità romane, 1750–3
tomo III, prancha XVIII
água-forte, 39,9 x 59,9 cm
30 31
francesco bartolozzi [1725–1815]
Youth, 1795
[segundo John Francis Rigaud]
pontilhado e água-forte, 16,4 x 13,2 cm
Francesco Bartolozzi 
Gravador italiano cujo período mais produtivo foi passado em 
Londres. Nascido em Florença, estudou com os artistas floren-
tinos Ignazio Hugford e Domenico Giovanni Ferretti, que o 
instruiu em pintura. Após dedicar três anos à pintura, passou a 
estudar gravura com Joseph Wagner em Veneza. Suas primeiras 
produções foram no estilo de Marco Ricci e Zuccarelli, entre 
outros. Seguiu para Londres em 1764, onde viveu quase quarenta 
anos, tendo produzido enorme número de gravuras e contribu-
ído com várias delas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell. 
Também desenhou esboços de sua autoria em crayon vermelho. 
Pouco depois de chegar em Londres, foi nomeado “Gravador do 
Rei” e eleito um dos membros fundadores da Royal Academy, em 
1768. Em 1802, tornou-se presidente fundador da Sociedade de 
Gravadores. No mesmo ano, aceitou o cargo de diretor da Acade-
mia Nacional de Lisboa, cidade onde morreu. Seu filho Stefano 
Gaetano Bartolozzi, nascido em 1757, também foi gravador. 
Giovanni Volpato
Desenhista e gravador, Volpato nasceu em Bassano em 1733 e 
faleceu em Roma em 1803. Nos primeiros tempos de sua vida, 
dedicou-se à arte de bordar. Em seguida, aprendeu a gravar. Em 
Veneza, foi discípulo de Joseph Wagner, gravador e mercador de 
gravuras, e de Francisco Bartolozzi. Já em Roma, fundou uma es-
cola de gravura e escreveu, em 1786, o livro Princípios do desenho, que 
contém 36 pranchas gravadas de antigas estátuas. Essas pranchas 
foram gravadas por ele e por Raphael Morghen, um de seus há-
beis discípulos. Em Roma, gravou segundo os mais importantes 
artistas italianos, como Raphael, Michelangelo, Paulo Cagliari, 
dito o Veronense, Leonardo da Vinci, Guercino e Tintoretto, entre 
outros. Suas gravuras abertas em Roma são numerosas e podem 
se dividir em duas espécies: não coloridas e coloridas à aquarela.
francesco bartolozzi [1725–1815]
Harmony, 1795
[segundo John Francis Rigaud]
pontilhado e água-forte, 16,6 x 13,5 cm
agostino carracci [1557–1602]
Ecce Homo, 1587
[segundo Antonio Correggio]
buril, 37,5 x 26,6 cm
33
Israel van Meckenem 
Gravador e ourives, era filho de Israhel van Meckenem, o 
Velho, também ourives, que se estabeleceu em Bocholt. Nas-
ceu aproximadamente em 1440 e faleceu em 1503 em Bochott. 
Estudou com o Mestre e.s. no sul da Alemanha e produ-
ziu mais de seiscentas chapas, cuja maioria era constituída de 
cópias de outros artistas, como Dürer e Martin Schongauer. 
Seus primeiros trabalhos foram bastante crus, mas na década 
de 1480 desenvolveu um estilo pessoal eficaz e fez obras cada 
vez maiores e mais bem acabadas. 
Martin Schongauer
Ourives, pintor e gravador a buril, descendente de uma família 
de origem nobre de Augsburgo. Nasceu em Colmar por volta 
de 1450 e faleceu em 14�1, tendo sido o mais importante grava-
dor alemão antes de Albrecht Dürer. Estabeleu em Colmar uma 
escola muito importante de gravura, na qual floresceram uma 
nova geração de “Pequenos Mestres” e um grande grupo de ar-
tistas de Nuremberg. Produziu grande número de gravuras, que 
foram amplamente vendidas não só na Alemanha, mas também 
na Itália e mesmo na Inglaterra e na Espanha. Vasari afirmou 
que Michelangelo copiou uma de suas gravuras: o Julgamento de 
Santo António. Seu estilo demonstra, em vez de influência italia-
na, um estilo gótico muito claro e organizado. Estabeleceu um 
sistema de criar volume, por meio de linhas cruzadas em duas 
direções, que lhe foi ensinado pelo Mestre das iniciais e.s. e que 
seria desenvolvida ao máximo por Dürer. Foi o primeiro grava-
dor a usar linhas curvas paralelas, provavelmente girando a placa 
contra um buril estável. Desenvolveu ainda uma técnica a buril 
que produzia linhas mais profundas sobre a placa, permitindo 
que fossem feitas mais impressões antes de a placa se desgastar.
Coleção Alemã
Israel van Meckenem [c.1440/1445–1503]
Martin Schongauer [c.1450–1491]
Albrecht Dürer [1471–1528]
Lucas Cranach, Sênior [1472–1553]
Hans Sebald Beham [1500–1550]
Martin Treu [ativo em 1540–1543]
Georg Pencz [c.1500–1550]
Heinrich Aldegrever [c.1501/1502–c.1556/1561]
Virgil Sol [1514–1562]
martin schongauer [c.1450–1491]
A morte da virgem, s/d
buril, 25,7 x 17 cm
israel van meckenem [c.1440/1445–1503]
Santa Bárbara, s/d
buril, 16,3 x 10,9 cm
34 35
Albrecht Dürer 
Gravador, desenhista e pintor, nasceu em Nuremberg, maior centro 
de produção gráfica da Alemanha, em 21 de maio de 1471. Tercei-
ro dos 18 filhos de um ourives, demonstrou desde cedo habilida-
de para o desenho e o manuseio do buril. Fez experiências com a 
água-forte e a ponta-seca, tornando-se aprendiz do pintor Michael 
Wolgemut com apenas 13 anos de idade. Estudou gravura no ateliê 
do importante impressor alemão Anton Koberger. Já na adolescên-
cia, demonstrou grande interesse pelas gravuras de Martin Schon-
gauer. Foi um artista erudito, apaixonado pelo Renascimento. Pos-
suía profundo conhecimento da matemática e da literatura clássica 
greco-romana, tendo demonstrado interesse também pela filosofia 
e a arqueologia. Após completar sua formação, iniciou um perío-
do de viagens. Visitou Florença, Bolonha e Veneza (14�4), onde 
viveu durante um ano e meio (1505), entrando em contato com a 
rica produção de gravuras italianas. Também viajou para os Países 
Baixos (1520–1), quando estudou profundamente teorias sobre a 
proporção humana, a geometria e as fortificações, e escreveu po-
esia e sobre teoria da arte. Grande humanista, foi empregado pelo 
imperador Maximiliano i. Tinha profundo interesse pela natureza 
e pelos animais, retratando-os em diversas gravuras. Numa de suas 
viagens, contraiu malária, falecendo em sua cidade natal no dia 6 de 
abril de 1528, aos 57 anos. 
Sua obra inclui sessenta telas, mais de cem gravuras em me-
tal, cerca de 250 xilogravuras e mil desenhos, além de três livros 
impressos. Dois deles foram publicados em vida: Instrução para me-
dições à régua e ao compasso, de 1525, e Tratado sobre fortificações, de 1527. 
O livro Sobrea proporção do corpo humano saiu logo após sua morte, em 
1528. Entre as mais célebres obras produzidas pelo Dürer, desta-
ca-se O apocalipse, série de 15 xilogravuras dramáticas, consideradas 
uma das maiores criações da arte alemã. Tal obra trouxe ao artista 
de 27 anos de idade riqueza e fama em toda a Europa, tendo sido 
publicada em latim e alemão em Nuremberg em 14�8. 
A publicação se mostrou inovadora, já que até então as gravu-
ras em livros ilustrados eram pequenas e apareciam no meio dos 
textos. Dürer subverteu a ordem de importância das informações, 
tendo o trabalho do artista passado a preponderar sobre o texto, 
impresso no verso das gravuras. As imagens gravadas por Dürer 
para essa obra, identificadas por seu monograma, baseiam-se em 
antigas representações do Apocalipse presentes nas versões então 
correntes nas bíblias impressas da época.
Entre as mais completas gravuras realizadas por Dürer a bu-
ril, encontra-se Adão e Eva (1504), obra em que ele, fazendo uso 
da medida áurea e utilizando a régua e o compasso na constitui-
ção das figuras segundo o estilo utilizado na Antiguidade clás-
sica, traduz seu profundo interesse pelo estudo das proporções 
humanas. Adão e Eva foram inspirados nas esculturas de Apolo 
de Belvedere e Vênus, tendo sido entalhados em seus contornos 
com linhas delicadas, para depois serem detalhadamente pre-
enchidos. A gravura exibe variedade de tons e texturas, além de 
sutis gradações de sombra e de luz. 
Embora seu foco esteja nas figuras, a autêntica arte para Dürer 
está contida na natureza representada com maestria em seus míni-
mos detalhes. A inclusão de símbolos adicionais cria interesse visual 
por toda a gravura, a exemplo da serpente, personificação da deso-
bediência e da provocação a Deus; do galho na mão de Adão, que 
representa a árvore da vida; e de vários animais, como o papagaio, a 
cabra no topo do penhasco, o rato, o gato, o coelho etc., presentes 
nesta belíssima gravura, sugerindo forte carga simbólica.
albrecht dürer [1471–1528]
Adão e Eva, 1504
buril, 25 x 19,2 cm
36 37
albrecht dürer [1471–1528]
Combate de São Miguel contra o dragão, 1497
[da série “O Apocalipse]
buril, 39 x 27 cm
albrecht dürer [1471–1528]
Os quatro anjos vingadores, 1496
[da série “O Apocalipse]
buril, 39 x 27 cm
albrecht dürer [1471–1528]
Adoração do Cordeiro divino, c. 1496 
Babilônia, a grande meretriz, c. 1496–7
O anjo que tem a chave do abismo, c. 1496–7
Os quatro cavaleiros, c. 1497–8
A mulher revestida de sol, c. 1497
[da série “O Apocalipse]
buril, 39 x 27 cm
38 3�
Lucas Cranach, Sênior
Pintor renascentista de retratos de príncipes alemães e dos lí-
deres da Reforma protestante, cuja causa abraçou com entu-
siasmo, tornando-se amigo próximo de Lutero. Pintou também 
temas religiosos, em primeiro lugar na tradição católica e, de-
pois, buscando encontrar novas maneiras de transmitir as preo-
cupações religiosas luteranas. Nascido em 1472, serviu por mais 
de sessenta anos na qualidade de pintor da corte dos duques de 
Saxônia, tendo sido também gravador. Suas pinturas e xilogra-
vuras são numerosas e contrastam com o número reduzido de 
gravuras em cobre. A cor, a luz e a sombra não eram especiali-
dades suas. Sempre contornava as formas em negro, em vez de 
utilizar o chiaroscuro. Suas xilogravuras eram abertas a partir de 
seu desenho por outros artistas. Dedicou-se ainda ao comércio, 
possuindo uma loja de livros e papéis, e uma farmácia. Faleceu 
em Weimar em 1553, aos 81 anos de idade. 
Hans Sebald Beham
Pintor e gravador a buril e em madeira, nasceu em Nuremberg 
em 1500 e morreu em 1550. Aprendeu gravura e pintura com 
Dürer, tendo integrado a plêiade dos famosos “Pequenos Mes-
tres” da Alemanha. Suas gravuras são espirituosas e abertas com 
um buril cheio de expressão e nitidez. No fim da vida, abandonou 
a profissão para estabelecer-se como comerciante de bebidas. 
Martin Treu
Gravador a buril, de cuja vida nada se sabe, exceto ter trabalhado 
entre 1540 e 1543. Pertence ao grupo dos “Pequenos Mestres” 
da escola Alemã, tendo vivido provavelmente em Nuremberg. 
Ao que parece, estudou o estilo de Lucas van Leyden.
albrecht dürer [1471–1528]
As quatro feiticeiras, 1497
buril, 19,2 x 12,7 cm
albrecht dürer [1471–1528]
A virgem com o macaco, c. 1498
buril, 17,6 x 11,6 cm
lucas cranach, sênior [1472–1553]
Cristo na cruz (A crucificação). s/d
[da série “A paixão de Jesus Cristo”)
xilogravura, 25,9 x 18 cm
40 41
Georg Pencz
Pintor e gravador nascido em Nuremberg por volta de 1500 
e falecido em Breslau em 1550. Depois de aprender pintura 
e gravura com Albrecht Dürer, seguiu para a Itália, a fim de 
estudar a obra de Raphael. Gravou muitas estampas sob a 
direção de Raimondi, cuja maneira de trabalhar soube imitar 
com suma fidelidade. 
Heinrich Aldegrever
Ourives, pintor e gravador nascido em Paderborn por volta 
de 1500. Não se sabe ao certo a data de seu falecimento, ocor-
rido entre 1556 e 1561. Estudou pintura e gravura da escola de 
Albrecht Dürer. Era outro dos “Pequenos Mestres” do grupo 
de artista alemães e se tornou luterano. Como pintor, imi-
tou a maneira do mestre. Nos últimos anos de vida, dedicou-
se inteiramente à gravura. Fez cerca de 2�0 gravuras, em sua 
maioria criações próprias. Aquelas diminutas, de desenho um 
tanto gótico, foram gravadas com um buril preciso e delicado. 
Realizou também diversas gravuras ornamentais, tendo seu 
estilo se aproximado tanto do de Albrecht Dürer, que algumas 
vezes era chamado de Albert de Westphalia.
Virgil Solis
Nascido em Nuremberg em 1514, foi desenhista, iluminador, 
pintor e gravador a buril e à água-forte. Fez parte do grupo 
dos “Pequenos Mestres” da Alemanha. Sua maneira correta 
e delicada se aproxima da maneira de Hans Sebald Beham, e 
tanto suas estampas segundo Raphael, Lucas van Leyden 
e Aldegrever quanto suas criações próprias são hoje muito 
raras. Faleceu em sua cidade natal em 1562. 
heinrich aldegrever [c.1501/1502–c. 1556/1561]
Um casal dança, 1538
[da série “Os grandes festejadores em bodas”]
buril, 11,9 x 8,1 cm
heinrich aldegrever [c.1501/1502–c. 1556/1561]
O mestre de cerimônias, 1538
[da série “Os grandes festejadores em bodas”]
buril, 11,9 x 8,1 cm
georg pencz [c.1500–1550]
A soberba, s/d
[da série “Os sete pecados mortais”]
buril, 8,2 x 5,2 cm
43
Lucas van Leyden
Nascido em Leiden em 14�4, foi pintor sobre vidro, a têm-
pera e a óleo, bem como gravador a buril e à água-forte. Aos 
nove anos, já gravava, tendo aprendido a manejar o buril com 
um ourives e a gravura à água-forte com um armeiro. Abria 
suas chapas com talho fino e delicado, que, portanto, não 
resistiam a muitas tiragens. Esmerado e perfeccionista, Lucas 
van Leyden inutilizava todas as chapas que apresentassem o 
mínimo defeito ou mancha, razão pela qual suas estampas são 
raríssimas. Gozava de grande reputação e Giorgio Vasari o 
considerava acima de Albrecht Dürer. Hoje, é universalmente 
considerado uma das maiores figuras da história das artes grá-
ficas. Suas gravuras nos fornecem importantes registros dos 
hábitos e costumes dos Países Baixos, como se pode atestar 
nas gravuras O dentista e Os músicos. Ainda em vida, suas obras 
alcançaram preços elevados, tornando-se, com o passar do 
tempo, cada vez mais caras. Nas xilogravuras, as chapas de 
madeiras eram desenhadas pelo artista, mas abertas por um 
hábil gravador. Morreu em 1533, aos 33 anos, em sua cidade 
natal. 
Cornelis Cort
Desenhista e gravador a buril, nasceu em Horn, na Holan-
da, por volta de 1533. Já era tido como um grande gravador 
quando, em Veneza, conheceu Ticiano, do qual gravou as mais 
belas obras. Viveu em Roma, onde abriu uma escola de gra-
vuras, da qual saiu o célebre Agostino Carracci. Suas gravuras 
desenvolvidas em Roma são muito apreciadas pela correção 
do desenho, a maneira espirituosa e o bom gosto com que 
foram abertas. Faleceu em Roma em 1578.
Coleção Holandesa
Lucas van Leyden [1494–1533]
Cornelis Cort [c.1533/1536–1578]
Zacharias Dolendo [1561–c.1600]
Jan Saenredam[c.1565/1570–1607]
Jan Muller [1570–1625]
Jacob Matham [1571–1631]
Willem Jacobsz Delff [1580–1638]
Nicolas Ennes Visscher [ativo em 1580]
Hendrik Goltzius [1558–1617]
Rembrandt Harmenszoon van Rijn [1606–1669]
lucas van leyden [1494–1533]
O dentista, 1523
buril, 12,9 x 8,6 cm
lucas van leyden [1494–1533]
Os músicos, 1524
buril, 10,6 x 7,5 cm
44 45
Zacharias Dolendo
Desenhista e gravador a buril nascido em Leiden, em 1561. Foi 
discípulo de Jacob de Gheyn, cuja maneira imitou, burilando 
suas chapas com firmeza e propriedade de execução. 
Jan Saenredam 
Natural de Leiden, tornou-se desenhista, pintor e gravador 
a buril. Aprendeu pintura com Jacob de Gheyn e a arte de 
gravar com Hendrik Goltzius, a quem tomou como modelo 
e imitou com tal perfeição, que algumas de suas gravuras 
podem ser confundidas com as de seu mestre. Gravou com 
buril firme, fácil e largo. Em suas composições, o desenho é 
mais correto e menos amaneirado do que naquelas que abriu 
segundo Goltzius e outros mestres. 
Jan Muller 
Gravador a buril, nasceu, segundo alguns, em Amsterdã. Pou-
co se sabe sobre a sua vida. Foi discípulo de Goltzius. Para 
Levêque, foi o gravador dotado de maior destreza no manejo 
do buril e aquele que empregou o menor número de talhos 
para representar objetos. Com imensa habilidade, obriga o 
mesmo talho a servir-lhe de primeiro e de segundo para com-
por uma figura inteira. Raramente, faz um terceiro talho, e 
todos os seus planos, apesar da economia, são artisticamente 
variados no trabalho e no tom. Segundo Sprangers, era um 
exímio desenhista, porém amaneirado nas extremidades. Rea-
lizou 88 gravuras. 
Jacob Matham 
Desenhista e gravador a buril, nasceu em Harlem em 1571. 
Hendrik Goltzius, seu padrasto, ensinou-lhe o desenho e a 
gravura, tornando-o um hábil artista. Passou alguns anos na 
Itália, abrindo muitas estampas de grandes pintores italianos. 
Manejava o buril com grande desembaraço. Faleceu em sua 
cidade natal, em 1631. 
Willem Jacobsz Delff
Pintor e gravador a buril nascido em 1580 em Delft, onde 
faleceu em 1638. Suas gravuras são desenhadas com correção e 
abertas com buril fácil, nítido e expressivo.
Nicolas Ennes Visscher 
Desenhista, gravador à água-forte, editor e mercador de es-
tampas, viveu em Amsterdã por volta de 1580. Produziu e 
executou, de forma magistral, várias águas-fortes de figuras, 
animais e vistas, bem como diversos retratos. 
Hendrik Goltzius 
Pintor, desenhista e gravador a buril, nasceu em Mulbrecht, 
no Ducado de Juliers, em 1558, falecendo em Harlem em 1617. 
Suas gravuras são corretamente desenhadas e gravadas a buril 
ora largo (em que os traços se recortam, formando ângulos), 
ora fino (em que o artista trabalha com traços finos e parale-
los), à maneira de Dürer e de Lucas van Leyden. Levou a téc-
nica do buril à perfeição, tendo formado discípulos notáveis, 
como Jacob Matham, Jan Muller, Jan Saenredam e Swanevelt, 
que se inspiraram em sua maneira de gravar. 
Lucas van Leyden realizava constantemente experiências para diferenciar superfícies 
e materiais. Nesta gravura, as longas linhas paralelas destacam belamente as vestes 
e o chapéu do jovem. A uniformidade do fundo aumenta a riqueza de seus trajes. 
Embora não haja nenhuma evidência direta, alguns comentaristas acreditam 
tratar-se de um autorretrato. Seu tema é, evidentemente, uma meditação sobre a 
morte. O jovem homem aponta para o crânio, um lembrete da natureza transitória 
da vida. Suas vestes elegantes e seu chapéu sublinham também o tema vanitas: 
a alusão à insignificância da vida terrena e à efemeridade da vaidade.
lucas van leyden [1494–1533]
Retrato de um moço, 1519
buril, 18,4 x 12,2 cm
willem jacobsz delff [1580–1638]
Retrato de João Maurício, conde de Nassau, s/d
buril, 43,5 x 30,5 cm
46 47
nicolas ennes visscher [ativo em c.1580)
Um rapaz tirando passarinhos de um ninho, s/d
buril, 20,1 x 14,4 cm
hendrik goltzius [1558–1617]
A Sagrada Família, 1580
[segundo Bartolomeu Spranger]
buril, 28,2 x 21 cm
jan muller [1570–1625]
O repouso no Egito, 1593
buril, 23 x 20,2 cm
48 4�
Rembrandt Harmenszoon van Rijn
Nasceu em 15 de julho de 1606 em Leiden. Filho de um mo-
leiro, é considerado o maior artista holandês, distinguindo-
se não apenas na pintura, como também no desenho e nas 
gravuras em água-forte. Foi como retratista que consolidou 
sua fama e enriqueceu. Quando menino, frequentou a Escola 
Latina, tendo sido matriculado na Universidade de Leiden 
aos 14 anos de idade. Tornou-se aprendiz do pintor Jacob van 
Swanenburgh, com quem passou três anos. Depois de breve, 
mas importante aprendizado de seis meses com Pieter Last-
man, em Amesterdã, famoso pintor com quem Rembrandt 
aprendeu a técnica do claro-escuro, abriu, com o colega Jan 
Lievens, estúdio em Leiden em 1624 ou 1625. Em 1627, passou 
a aceitar alunos. Mudou-se para Amsterdã em 1631, casando-
se três anos depois com Saskia van Uylenburgh, prima de um 
próspero negociante de arte. 
Em contraste com sua bem-sucedida carreira pública, a 
vida familiar de Rembrandt foi marcada pelo infortúnio. Entre 
1635 e 1641, Saskia deu à luz a quatro filhos, mas apenas o 
último, Titus, sobreviveu. Saskia faleceu em 1642 aos trinta 
anos. Hendrickje Stoffels, contratada como empregada da 
casa, se tornaria esposa do artista e modelo para muitos dos 
seus quadros. Apesar do sucesso financeiro como artista, pro-
fessor e comerciante de arte, a propensão de Rembrandt para 
a vida ostentatória forçou-o a declarar falência em 1656. Sua 
vida pessoal continuou a ser marcada pela tristeza. Hendri-
ckje morreu em 1663 e seu filho Tito em 1668, com apenas 27 
anos de idade. Onze meses depois, no dia 4 de outubro de 
166�, Rembrandt morreu em Amsterdã, deixando uma tela 
inacabada e o modesto quarto onde vivia, composto de uma 
cama simples, uma cadeira, um espelho e uma mesa. 
Rembrandt é considerado um dos grandes gênios da pin-
tura do Barroco e um dos mais importantes gravadores de 
todos os tempos. Realizou aproximadamente 2�0 gravuras, 
em que se destacam o domínio técnico da água-forte, a ori-
ginalidade, o experimentalismo e a expressividade que lhe ca-
racterizam. Nas gravuras, evidencia-se um estilo espontâneo e 
livre, no qual se observa a utilização de traços fluidos em seus 
motivos, que se assemelham a esboços. O artista é o grande 
mestre do chiaroscuro e criou em muitas de suas gravuras efeitos 
dramáticos de luz e sombra. Em seu experimentalismo, vê-se 
que modificou e retrabalhou as matrizes com a intenção de 
obter a riqueza de efeitos que desejava. 
rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]
O triunfo de Mardoqueu, c. 1641
água-forte e ponta-seca, 17,5 x 21,5 cm
51
rembrandt hermenszoon 
van rijn [1606–1669]
Homem velho com barba longa
e manga da camisa branca,
1628–1633
água-forte, 7,5 x 6,4 cm
Autorretrato com Saskia, 1636
água-forte, 10,5 x 9 cm
A leitora, 1634
água-forte, 13,1 x 10,9 cm
O camponês e sua família, c.1652
água-forte, 10,8 x 9,2 cm
página à esquerda 
A anunciação aos pastores, 1634
água-forte, buril e ponta-seca 
26,1 x 22 cm
52 53
rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]
Autorretrato com boina e cachecol, 1633
água-forte, 13,7 x 10,7 cm
rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]
Três cabeças de mulheres, uma dormindo, 1637
água-forte, 16 x 11 cm
rembrandt hermenszoon 
van rijn [1606–1669]
O ministro Jan Cornelis Sylvius, 1633
água-forte, 15,5 x 14,2 cm
54 55
57
Coleção Flamenga
Jacob Bos [1549–1567]
Ioan Sadeler [1550–1600]
Raphael Sadeler, o Velho [1560/1561–1628/1632]
Cornelius Galle, Sênior [1570/1576–1641/1650]
Egidius Sadeler [1570–1629]
Raphael Sadeler, o Jovem [1584–1632]
Antoon Van Dyck [1599–1641]
Paulus Pontius [1603–1658]
Peter de Jode, Junior [1604–1674]
Jacob Bos 
Desenhista e gravador a buril, pouco se conhece sobre a sua 
vida. Sabe-se que trabalhou basicamente para Lafréri e outros 
editores em Roma, tendo provavelmente aprendido a gravar 
com algum aluno de Raimondi. 
Ioan Sadeler (ou Johann, ou Jean, Jans ou Hans) 
Nascidoem Bruxelas numa célebre família de gravadores, 
morreu provavelmente em Veneza em 1600. Desenhista e gra-
vador a buril desde os vinte anos de idade, percorreu muitas 
cidades da Europa para aprimorar a sua arte. Sua maneira de 
gravar não foi sempre a mesma, tendo passado a usar um buril 
mais largo depois de viagem à Itália. Interessava-se por temas 
históricos, retratos e paisagens. 
Raphael Sadeler, o Velho ou Sênior 
Desenhista e gravador a buril, nasceu por volta de 1560 em 
Bruxelas e morreu entre 1628 e 1632. Teve como mestre e co-
laborador seu irmão Ioan Sadeler. Representava muito bem o 
corpo humano, cujas extremidades figurava com muito cuida-
do e precisão. Suas boas gravuras são buriladas com nitidez 
e sem dureza. Gravou muito segundo pinturas dos mestres 
alemães. 
Cornelius Galle, Sênior ou Elder 
Desenhista, gravador a buril e mercador de estampas, nasceu 
na Antuérpia por volta de 1570, morrendo na mesma cidade 
em aproximadamente 1641. Após aprender a gravar com seu 
pai, Philippe Galle, aprimorou seus conhecimentos em Roma, 
jacob bos [1549–1567]
A velha com pretensão à mocidade, s/d
[segundo Sofonisba Anguissola]
água-forte, 33,7 x 42,2 cm
58 5�
notando-se mudanças em seu estilo. Até então, havia certa 
dureza em seu modo de gravar; depois, o desenho se tornou 
correto e o buril passou a ser manejado com liberdade e bom 
gosto. 
Egidius Sadeler ou Aegidius, Egidius e Gillis 
Pintor, desenhista e gravador a buril e à ponta-seca. Nasceu 
na Antuérpia em 1570 e morreu em Praga em 162�. Sobrinho 
de Ioan e Raphael Sadeler, Sênior, que foram seus mestres. 
Em geral, seu desenho é correto, tendo gravado segundo com-
posições próprias e de outros mestres, com buril ora fino, à ma-
neira de Dürer, ora largo, à maneira de Goltzius e Jan Muller. 
Seus retratos são muito afamados. 
Raphael Sadeler, o Jovem
Nasceu na Antuérpia em 1584. Filho de Raphael Sadeler, 
Sênior, foi treinado como gravador por seu pai, tendo traba-
lhado com ele em Munique entre 1604 e 1632, quando veio a 
falecer. 
Antoon Van Dyck 
Pintor e gravador a buril e à água-forte, nascido na Antuérpia 
em 15��. Aos 11 anos de idade, foi enviado para a escola do 
pintor Henrique van Balen. Em 1615, entrou para a oficina de 
Rubens, na qual trabalhou por três anos, ajudando o mestre a 
terminar suas obras e realizando cópias de seus quadros. Foi 
reconhecido mestre da confraria de S. Lucas. Em 1626, seguiu 
para a Itália, onde visitou Veneza, Gênova, Roma, Florença 
e Palermo. Estudou as obras de Giorgione, de Paulo Vero-
nense e de Ticiano. Em todas as cidades onde esteve, pintou 
quadros e retratos. Viveu e trabalhou predominantemente na 
Antuérpia, onde concebeu o projeto de pintar retratos dos 
personagens ilustres de seu tempo. Doze chapas dessa coleção, 
dita Cem retratos, foram aberta pelo artista e as demais pelos 
mais célebres gravadores flamengos de então. Em 1632, mu-
dou-se para a Inglaterra, onde pintou diversos retratos do rei, 
da Família Real e de membros da corte. Faleceu em Blackfrias 
em 1641. Nenhum artista o excedeu no gênero do retrato. 
Paulus Pontius 
Desenhista e gravador a buril, nasceu na Antuérpia em 1603. 
Rubens dedicava-lhe particular amizade e comprazia-se em 
dirigir-lhe o buril, fazendo-o gravar sob sua inspeção. Assim, 
o desenho e a expressão de suas figuras e caracteres é correto, 
sua execução do claro-escuro, bela, e seu buril, perfeito. Seus 
retratos são admirados pela expressão que soube empregar 
nas cabeças. Faleceu em 1658. 
Peter de Jode, Junior 
Nascido na Antuérpia em 1604, aprendeu a gravar com seu 
pai. Em muitas de suas estampas, igualou-se aos melhores gra-
vadores de seu tempo. As gravuras que realizou para a coleção 
dos Cem retratos, de Antoon Van Dyck, são irrepreensíveis. Fa-
leceu em 1674. 
peter de jode, junior [1603–1674]
Henricvs Liberti: Groeningensis Cathed. Organista 
[Retrato de Henrique Liberti], 1640–1650
[segundo Antoon Van Dyck]
buril, 26,5 x 19,7 cm
paulus pontius [1603–1658]
Aubertus Miraeus Bruxellensis... 
[Retrato de Alberto Miraeus], 1630–1640
[segundo Antoon Van Dyck]
buril, 24,1 X 16,7 cm
60 61
raphael sadeler, o velho 
[1560/1561–1628/1632]
Honos, 1591
[da série “As quatro idades do homem”]
buril, 22,2 x 25,5 cm
ioan sadeler [1550-1600]
O opulento guloso à mesa e
o mendigo Lázaro, c. 1598
[da série “As cenas de cozinha”, segundo 
Jacob da Ponte, dito Bassano, o Velho]
buril, 23,3 x 30 cm
antoon van dyck 
[1599–1641]
Ticiano e sua amante, s/d
água-forte e buril, 30 x 22,6 cm
63
Coleção Francesa
Nöel Garnier [c.1470/1475–post.1544]
François Perrier [1590–1650]
Jacques Callot [1592–1635]
Claude Mellan [1598–1688]
Egidio Rousselet [1614–1686]
Gérard Audran [1630–1703]
Etienne Picart, dito o Romano [1631–1721]
Gérard Edelinck [1640–1707]
Petrus Drevet [1663–1738]
Charles Dupuis [1685–1742]
Henri Simon Thomassin [1687–1741]
françois perrier [1590–1650]
Minerva: cena de batalha, 1645
[In: Icones et segmenta illustrium e marmore tabularum quae Romae...] 
[segundo Sofonisba Anguissola]
água-forte, 25,3 x 38 cm
64 65
jacques callot [1592–1635]
Les misères et les mal-heures 
de la guerre, 1633
Frontispício
O saque [pr. 5]
página à direita, 
O alistamento da tropa [pr. 2]
A batalha [pr. 3]
O suplício da Polé [pr. 10]
O suplício da forca [pr. 11]
A fogueira [pr. 13]
O suplício da roda [pr. 14]
água-forte, 10 x 20 cm
66 67
claude mellan [1598–1688]
A Santa Verônica de Jesus Cristo, 1649
buril, 43 x 31,4 cm
gérard audran (1630–1703)
Aenée sauvant son pére de lémbrazement de Troye, s/d
[segundo Domingos Zampieri, dito o Domenichino]
buril, 53 x 39 cm
A Santa Verônica é muito afamada pela maneira singular com que foi executada 
num só talho gigante e circular, que começa na ponta do nariz de Jesus Cristo. 
68 6�
petrus drevet (1663–1738)
Hyacinthus Rigaud Eques in Regis..., 1701
[segundo Hyacinthe Rigaud]
água-forte, 62,1 x 45,5 cm
gérard edelinck (1640–1707)
Albert Dürer Gur, s/d
buril, 31,2 x 20 cm
étienne picard [1631–1721]
Santa Cecília cantando os louvores de Deus, s/d
[segundo Domingos Zampieri, dito o Domenichino]
água-forte e buril, 46,5 x 29 cm
70 71
Coleção Inglesa
William Hogarth [1697–1764]
Peter Simon [c.1750–1810]
Samuel Middiman [1750–1831]
Benjamin Smith [1754–1833]
John Ogborne [1755–1837]
Robert Thew [1758–1802]
Charles Gauthier Playter [c.1786–1809]
William Hogarth
Hogarth desenhista, pintor e gravador a buril e à água-forte, 
nasceu em Londres em 16�7. Aprendeu o ofício de ourives 
e logo entrou para a Academia de St. Martin’s Lane, a fim 
de estudar desenho ao natural. No início de sua carreira, 
ganhava o estritamente necessário para viver, abrindo em 
metal brasões e endereços para as chapas das portas dos 
negociantes, e desenhando e gravando cartuchos e rótulos. 
Depois, passou a gravar para livreiros, segundo os próprios 
desenhos. Frequentou a oficina de pintura de Jacob Thor-
nill, pintor do Rei, a quem criticava pela maneira de pintar. 
Acabou por casar-se clandestinamente com a filha de seu 
mestre em 1730. A esse tempo, dedicava-se à pintura de re-
tratos. Reproduzia na tela os seus modelos com absoluto 
rigor, sem omitir, nem corrigir nenhum detalhe do aspecto 
de seus retratados, o que o fez perder clientela. Em suas pró-
prias palavras: “Estou resolvido a compor comédias na tela, 
a pintar não assuntos clássicos, mas retratos burgueses; não 
pintarei mais heróis imaginários. Serei útil”. Em nenhum 
outro país, a caricatura teve tanta liberdade, e Hogarth 
é tipicamente inglês na natureza didática de suas sátiras. 
Dedicou-se a retratar os defeitos e vícios do seu tempo: tudo 
o que lhe parecia ridículo ou repreensível foi assunto de suas 
composições. Realizou 260 gravuras, algumas inteiramente 
gravadas por ele e outras trabalhadas em conjunto com ou-
tros artistas sob sua direção. Faleceu aos 67 anos na vila de 
Chiswick, perto de Londres. 
Mesmo Hogarth não tendo sido um exímio técnico 
na arte de gravar, permanece único e especial noque con-
cerne ao grande espírito crítico em suas sátiras de cunho 
político-social e de crítica aos costumes, como podemos 
observar na gravura à água-forte e a buril The Brench: quatro 
figuras caricaturadas e burlescas, a meio-corpo, sentadas, 
com as clássicas cabeleiras dos juízes ingleses, vestidas de 
toga de magistrado e presidindo a sessão do tribunal, à 
qual, como se vê, não prestam a menor atenção. São eles: 
Sir John Willes, Lord Chief Justice; Hon. Wn. Noel; Hon. 
Mr. Bathurst; e Sir Edward Clive. Já na gravura a buril 
Southwark Fair, Hogarth nos mostra os tipos de entreteni-
mento que eram oferecidos para “pessoas de todas as dis-
tinções e ambos os sexos”.
71
william hogarth [1697–1764]
The Bench, 1758
água-forte e buril, 30,3 x 20,9 cm
72 73
Peter Simon
Nasceu em Londres por volta de 1750 e faleceu na mesma cidade 
em 1810. Estudou a técnica de pontilhado com Francesco Bar-
tolozzi. Em 17�0, foi considerado um dos maiores gravadores 
da Inglaterra. Gravou segundo Gainsborough, Reynolds, Fuseli 
e Wheatley, tendo tido grande capacidade de capturar fortes 
valores tonais e contrastes. John Boydell, uma das mais notáveis 
personalidades do século xviii na Inglaterra, encarregou-o de 
produzir gravuras para The Shakespeare Gallery e para a série de 
poemas de John Milton conhecida como The Milton Set. 
Samuel Middiman
Nasceu em Londres em 1750 e faleceu na mesma cidade em 1831. 
Gravador altamente considerado, estudou técnica de gravura com 
William Byrne, finalizando seus estudos com Bartolozzi e William 
Wollett. Gravou segundo Joseph Wright, Gainsborough, Hearne, 
Berchem e Smirke, entre outros. Foi muito admirado também por 
suas gravuras com temas topográficos, publicadas em Select Views in 
Great Britain (1784–17�2) e em Picturesque Views and Antiquities of Great 
Britain (1807–1811). Suas obras foram expostas com frequência no 
Spring Gardens e na Free Society and the Royal Academy. 
Benjamin Smith 
Nascido em 1754, foi um grande gravador do século xviii e do 
início do século xix. Estudou a técnica do pontilhado, que per-
mite a gradação de tons pelo adensamento de pontos, com Fran-
cesco Bartolozzi em Londres. Durante sua carreira, gravou mui-
tas estampas segundo Hogarth, Beechey e Rommey. John Boydell 
convidou-o para realizar diversas gravuras para a The Shakespeare 
Gallery e para The Milton Set. Faleceu em Londres em 1833. 
John Ogborne 
Nasceu em Chelmsford 1755 e faleceu em Londres 1837, sen-
do considerado um dos maiores gravadores a pontilhado do 
século xviii na Inglaterra. Foi aluno de Bartolozzi e gravou 
principalmente segundo desenhos de Richard Westall, Kauff-
mann Angelica, Smirke Robert e Stothard Thomas. Partici-
pou da The Shakespeare Gallery e do The Milton Set. No início do 
século xix, voltou-se com sucesso para a gravura à água-forte 
de pontos de vista topográficos. Em algumas de suas gravuras, 
era ajudado por sua esposa Mary Ogborne. 
Robert Thew 
Nascido em Partington em 1758 e falecido em Stevenage, 1802, 
foi um dos melhores gravadores a pontilhado do final do sé-
culo xviii. Soldado, serviu ao exército até 1783. Quase com-
pletamente autodidata, gravou retratos de muitos estadistas 
importantes, incluindo o rei George iii e a rainha Charlotte. 
Também ocupou o importante cargo de gravador do príncipe 
de Gales. Gravou 17 imagens para a The Shakespeare Gallery, de 
Boydell, incluindo a famosa cena das bruxas de Macbeth e a 
cena do fantasma de Hamlet. 
Charles Gauthier Playter 
Gravador a buril e pontilhado, nasceu por volta de 1786 na In-
glaterra, falecendo em Lewisham em aproximadamente 180�. 
Foi contratado para realizar vários projetos segundo artistas 
contemporâneos, como Rigaud e Hamilton. Trabalhou em 
diversas pranchas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell. 
william hogarth [1697–1764]
Southwark Fair, 1733
buril, 44 x 54,5 cm
74 75
Convidado para conceber a gravura introdutória do conjunto The Shakespeare 
Gallery, Smith realizou esta impressionante alegoria, em que vemos o rosto 
da natureza desvendado acima da cabeça do pequeno Shakespeare. De ambos os 
lados, há figuras da alegria e da tristeza, ao passo que no agrupamento central se 
veem o ódio, o amor e o ciúme à esquerda, e a raiva, a inveja e o medo à direita.
benjamin smith [1754–1833]
The Infant Shakespeare Attended by Nature and the Passions, 1799
[segundo George Romney], The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
pontilhado, 50,7 x 64,6 cm
Nesta gravura, Middiman é muitas vezes comparado ao grande gravador William 
Wollett. Na primeira parte de Rei Henrique iv, Middiman emprega a técnica de 
gravar conhecida como “worm line”, introduzida por Wollett, na qual, basicamente, 
constroem-se fortes contrastes tonais pelo emprego de uma infinidade de linhas curvas. 
Nota-se o alto nível técnico do artista nas variações dramáticas de luz e escuridão.
samuel middiman [1750–1831]
First Part of King Henry the Fourth, act II, scene II, 1797
[segundo Joseph Farington], The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
água-forte e buril, 44,1 x 60 cm
76 77
robert thew [1758–1802]
King Henry the Eighth, act IV, scene II, 1798 
[segundo Richard Westall], The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
pontilhado, 44,2 x 59,5 cm
peter simon [c.1750–1810]
Tempest, act I, scene II, 1797 [segundo Henry Fuseli]
The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
pontilhado, 50,7 x 63 cm
Em O Rei Henrique viii, Thew utilizou a técnica do pontilhado para criar uma 
luz brilhante sobre as figuras centrais do cardeal Wolsey e do abade de Leicester. Trata-se, 
com todas as suas finas figuras e gestos, de uma gravura magnificamente realizada.
7�
Coleção Espanhola
José de Ribera [1591–1652]
Manoel Salvador Carmona [1734–1820]
Francisco José Goya y Lucientes [1746–1828]
Joaquín Ballester [1740–1808]
Francisco Muntaner [1743–1805]
Joaquim Frabregat [1748–1807]
Fernando Selma [c.1752–1810]
josé de ribera [1591–1652]
São jerônimo, s/d
água-forte, 31 x 23,2 cm
manoel salvador carmona [1734–1820]
Sancta Virgo, 1757 
água-forte, 47,1 x 31,3 cm
80 81
francisco josé goya y lucientes [1746–1828]
Disparate feminino [da série “Os provérbios”], 1815 e 1823
água-tinta e água-forte com retoques
de ponta-seca e brunidor, 32,2 x 49,9 cm
82 83
fernando selma [c.1752–1810]
Herodias, 1774 
[segundo Guido Reni]
buril, 30 x 21,6 cm
francisco josé goya y lucientes [1746–1828]
Disparate de miedo, Disparate ridículo, Disparate matrimonial e Modo de voar
[da série “Os provérbios”], 1815 e 1823 
água-tinta e água-forte com retoques
de ponta-seca e brunidor, 32,2 x 49,9 cm
85
Coleção Portuguesa
Francisco Vieira de Matos [1699–1783]
Joaquim Manuel da Rocha [1727–1786]
Antonio Joaquim Padrão [1731–1771]
Manuel da Silva Godinho [c.1751–c.1809]
Gregório Francisco de Queiroz [1769–1845]
João Caetano Rivara [c.1770–1824]
Francisco Vieira de Matos, dito Vieira Lusitano 
Nasceu em Lisboa em 16��. Pintor e gravador, foi discípulo de 
Lutti e Trevisani em Roma, bem como membro da Academia de 
S. Lucas em Roma, cavaleiro professor da Ordem de Santiago da 
Espada, pintor histórico da Casa Real Portuguesa e ilustrador de 
múltiplas obras. Depois de ter estudado em Roma e de complexa 
história amorosa, acabou por falecer no Convento do Beato An-
tônio, em Lisboa, em 1783. Joaquim Manuel da Rocha e Antonio 
Joaquim Padrão, entre outros, foram seus discípulos. 
Joaquim Manuel da Rocha 
Pintor e gravador à água-forte, nasceu em Lisboa em 1730, 
falecendo na mesma cidade em 1786. Foi aluno de Vieira Lu-
sitano, de quem copiou vários desenhos. Entrou para irman-
dade de São Lucas em 1752. Na arte de gravar, seu forte era o 
claro-escuro.
Antonio Joaquim Padrão 
Pintor e gravador à agua-forte, nascido em Lisboa em 1731. 
Fez os esboços que, após seguirem para França, serviram de 
base para o grande retrato do marquês de Pombal expulsando 
os jesuítas. Abria muito bem à água-forte. Faleceu em Lisboa 
em 1771. 
Manuel da Silva Godinho
Gravador à água-forte, nasceu em Lisboa por volta de 1751. 
Foi um prolífero gravadordo final do século xviii estimado 
por seus temas religiosos. A maioria de suas gravuras possui 
bom desenho. Faleceu em aproximadamente 180�.
gregório francisco de queiroz [1768–1845]
Estampa representando N. Senhora, tendo ao colo 
o menino Jesus, com três anjos à volta e, ao lado, S. José , 1800
buril, 27,9 x 22,6 cm
francisco vieira de matos [1699–1793]
Alegoria ao escudo português, 1728
água-forte e buril, 28,2 x 19,6 cm
86 87
joão caetano rivara [c.1770–1824]
Maria I Port. & Alg. Regina Fidelissima, 1800
buril e pontilhado, 23,5 x 15,5 cm
joão caetano rivara [c.1770–1824]
Iohannes Brasiliae Princeps Port. Regens, 1800
buril e pontilhado, 23,5 x 16 cm
joão caetano rivara [c.1770–1824]
A Sereníssima Senhora D. Carlota Joaquina Princesa do Brasil, s/d
[segundo Andre Del Sarto]
buril, 46,2 x 34,5 cm
Gregório Francisco de Queiroz 
Nascido em Lisboa em 1768, foi enviado pelo governo portu-
guês para Londres, onde estudou com Francesco Bartolozzi, 
de quem se tornaria ajudante após a reativação da Aula de 
Gravura em Lisboa. Sua obra gravada é vasta e diversificada, 
e nela se destacam as notáveis gravuras que abriu a partir dos 
quadros de Domingos Sequeira. Faleceu em Lisboa em 1845. 
João Caetano Rivara 
Gravador a buril e a pontilhado. Nasceu por volta de 1770 
em Portugal. Mudou-se para Roma em 1788, pensionado pela 
Intendência, onde foi aluno de Labruzzi e, depois, de Volpato 
na escola de Pedro Vitali. Em Londres, estudou com Barto-
lozzi. Regressou a Lisboa em 1803, tornando-se professor de 
gravura do Jardim Botânico. Diz-se que trabalhou no Rio de 
Janeiro, na Imprensa Régia. Morreu em 1824.
88 8�
Referências bibliográficas
fundação biblioteca nacional. Anais da Biblioteca Nacional. Volume x, 
Rio de Janeiro, 1882–84.
___. Anais da Biblioteca Nacional. Volume 104, Rio de Janeiro, 1�87.
fundação biblioteca nacional & museu de belas artes. Albrecht 
Dürer, o apogeu do Renascimento alemão. Mostra Rio Gravura. Rio de 
Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1���. 
bartsch, Adam. Le peintre-graveur. Viena: Imp. V. Degen, 1803. 20 vols.
benezit, Emmanuel. Dictionnaire critique et documentaire des peintres, sculpteurs, 
dessinateurs et graveurs de tous les temps et de tous les pays, par un groupe d’ecrivains 
specialistes francais et etrangers. Paris: Librairie Grund, 1�76, 10 vols.
bryan, Michael. A biographical and critical dictionary of painters and engravers, 
from the revival of the art under Cimabue, and the alleged discovery of engraving 
by Finiguerra, to the present times with the ciphers, monograms, and marks, used by 
each engraveur. A new edition, revised, enlarged, and continued to the present time, 
comprising above one thousand additional memoires, and large accessions to the lists 
of pictures and engravings, also new plates of ciphers and monograms, by George 
Stanley; Londres: H. G. Bohn, York Street, Convent Garden, 1865. 
centro cultural banco do brasil. Rembrandt e a arte da gravura. Eva 
Ornstein-Van Slooten, Marijke Holtrop, Peter Schatborn. Rio de 
Janeiro, 2002. 
___. Impressões Originais: a gravura desde o século xv. Pieter Tjabbes, Va-
leria Piccoli, Carlos Martins. Rio de Janeiro: 2005
chaves, Luís. Subsídios para a história da gravura em Portugal. Coimbra: 
[s. n.], 1�27. 
hind, Arthur. A History of Engraving and Etching: from the 15th Century to 
the year 1�14. New York: Dover, 1�63.
jeffares, Neil. The Dictionary of Pastellists before 1800. London: Uni-
corpress, 2006. 
le blanc, Charles. Manuel de l’amateur destampes, contenant un dictionnaire 
des graveurs de toutes les nations… Un répertoire des estampes don’t les noms 
ne sont connus que par des marques figurées…Ouvrage destiné a faire suite au 
Manuel du Líbraire el de l’Amateur de Livres par M. J. Ch. Brunet. Paris: F. 
Viewweg [1854], 188�. 4 tomes en 7 vols. 
bibliothèque nationale de paris. Departament de Estampes. Ca-
talogue sommaire des gravures et lithographies composant la réserve, rédigé par 
François Courboin. Paris: G. Rapilly, 1�00. 2 vols. 
soares, Ernesto. História da gravura artística em Portugal: os artistas e suas 
obras. Lisboa: Livraria Sam-Carlos, 1�71. 2 vols.. 
viterbo, F. M. de Sousa. A gravura em Portugal. Breves apontamentos para 
a sua história. Lisboa: Real Associação dos Arquitetos Civis e Arqueó-
logos Portugueses / Tip. da Casa da Moeda e Papel Selado, 1�0�.
Database e catálogos online 
British Library 
Bibliothèque Nationale de France
Biblioteca Nacional de Lisboa
Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
Fundação Calouste Gulbenkian, Biblioteca de Arte 
British Museum 
Museu do Louvre
Museu do Prado
Rijksmuseum
Observação: As informações do resumo sobre as técnicas de gravura 
foram obtidas de Notas sobre incisão, de Luiz Cláudio Mubarac [São 
Paulo, 1��8], e do catálogo Albrecht Dürer: o apogeu do Renascimento alemão 
[Rio de Janeiro: MNBA/Fundação Biblioteca Nacional, 1���]
Obras expostas
�0 �1
�2 �3
�4 �5
�6 �7
Biblioteca Nacional
r e a l i z a ç ã o p r o j e t o p a t r o c í n i oa p o i o
exposição
Curadoria
Fernanda Terra
 
Coordenação Geral e Produção Executiva
Roberto Padilla
 
Projeto Expositivo
Cristiane João
 
Projeto Gráfico 
Contra Capa
 
Preparação do Espaço e Montagem
LCR Produções
 
Iluminação 
Milton Giglio | Atelier da Luz
Assistentes de Produção 
Antonio Roberto Vilete de Oliveira
Mariana Cardoso Oscar
Patrick de Oliveira Correa
 
Assistente de Pesquisa
Priscila Serejo Martins
 
Fotografia
Photo Síntese
Vinil sobre Parede
Profisinal
Plotagem
B&C Digital
Montagem e Molduras
Metara 
Trilha Sonora
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Assessoria de Imprensa
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Monitoria e Programa Educacional
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Transporte
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Agradecimentos
Equipe da Fundação Biblioteca Nacional
Equipe do Centro Cultural Correios
catálogo
Texto
Fernanda Terra
Coordenação Geral
Roberto Padilla
Projeto Gráfico 
Contra Capa
Fotografia
Photo Síntese
Impressão 
Gráfica Santa Marta
presidenta da república
Dilma Rousseff
ministra de estado da cultura
Ana de Hollanda
fundação biblioteca nacional
Presidente – Galeno Amorim
Diretora Executiva – Loana Maia
centro de referência e difusão
Diretora – Mônica Rizzo
coordenadoria de acervo especial
Coordenadora – Rose Mary Amorim
Divisão de Iconografia
Chefe – Léia Pereira da Cruz
Equipe – Celso Antônio Monteiro, 
Deivid Grassini, Diana dos Santos Ramos, 
Eliana Bispo de Santana, Francisca Helena M. Araujo, 
Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, Juliana Uenojo,
Késiah Pinheiro Viana, Luciana Muniz, 
Mônica Carneiro Alves, Mônica Velloso, 
Sonia Alice Monteiro, Tatiane Paiva Cova
centro de processos técnicos
Diretora – Liana Gomes Amadeo
coordenadoria de preservação
Coordenador – Jayme Spinelli
Centro de Conservação e Encadernação – CCE
Chefe – Gilvânia Lima (courrier) 
Equipe – Jandira Flaeschen (courrier)
Bianca Mandarino, Daniel Caldeira, 
Guilherme Pimenta, Heloísa Maria, 
Isabella São Martinho, Ísis dos Santos Gonzalez, 
Leandro Veiga, Luiz Marcelo Silva, 
Rebeca Rodrigues, Rosimeri Rocha da Silva.
Laboratório de Restauração – LR
Chefe – Tatiana Ribeiro Christo
Equipe – Adriana Ferreira da Silva Amaro,
Thaís Helena de Almeida Slaibi, 
centro cultural correios 
Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro
20010-976, Rio de Janeiro – rj
28 de julho a 18 de setembro de 2011
terça-feira a domingo, das 12h às 19h

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