Buscar

lideranca_cidadania_etica_e_tecnologia_sustentavel-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CLA
U
D
IA
 CH
R
IST
CLAUDIA CHRIST
LID
ER
A
N
ÇA
, CID
A
D
A
N
IA
, ÉTICA
 E TECN
O
LO
G
IA
 SU
STEN
TÁV
EL
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-65-5821-035-1
9 7 8 6 5 5 8 2 1 0 3 5 1
Código Logístico
I000168
Liderança, Cidadania, 
Ética e Tecnologia 
Sustentável 
Claudia Christ
IESDE BRASIL
2022
© 2022 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Illus_man/deepadesigns/Shutterstock/Shutterstock
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
C479L
Christ, Claudia
Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável / Claudia Christ. - 
1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2021. 
114 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-035-1
1. Desenvolvimento sustentável. 2. Ecologia. 3. Energia - Fontes alter-
nativas. 4. Materiais - Inovações tecnológicas. I. Título.
21-71226 CDD: 363.7
CDU: 502.131.1
Claudia Christ Possui MBA em Gestão da Tecnologia da Informação, 
pelo Centro Universitário FIAP, e especialização em 
Psicopedagogia, pela Universidade São Marcos. 
Graduada em Pedagogia, trabalhando como professora 
de graduação e pós-graduação. Coautora de dois livros 
e de uma coleção didático-pedagógica pela editora FTD. 
Atua, também, capacitando professores para trabalhar 
com tecnologia como uma aliada à educação, dando 
consultoria por todo o Brasil. É, ainda, produtora de 
conteúdos e revisora para algumas instituições.
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
1 Sustentabilidade 9
1.1 Sustentabilidade ambiental e energia 9
1.2 Matrizes energéticas 13
2 TI sustentável e TI insustentável 21
2.1 Reuso e descarte 21
2.2 Nova mentalidade sustentável 23
2.3 Lixo eletrônico 27
3 Diversidade e tecnologia 39
3.1 Empresas e cotidiano 39
3.2 Cultura organizacional e social 45
3.3 Dilemas éticos 54
4 Sociedade da Informação 62
4.1 Sociedade da Informação 62
4.2 Experiências internacionais 67
5 Mercado de TI 88
5.1 Carreiras de TI 88
5.2 Tendências futuras 99
6 Resolução das atividades 111
Neste livro, em geral, abordaremos a questão da 
sustentabilidade atrelada à tecnologia da informação (TI).
No primeiro capítulo, iniciaremos com o questionamento 
sobre o que é sustentabilidade em si e a origem da palavra 
sustentável. Depois, passaremos para a questão econômica e 
como o meio ambiente está ligado ao avanço econômico do 
planeta. É essencial se lembrar de pontos como conhecimento, 
participação, atitudes e habilidades, para que os profissionais de 
TI percebam como atuar em seu trabalho, pensando no meio 
ambiente. Para essas elucidações, falaremos sobre matrizes 
energéticas e os tipos de energia que podem ser usadas a fim de 
diminuir a agressão à natureza.
No Capítulo 2, falaremos de TI sustentável e Ti insustentável, 
abordando o reuso e descarte mais consciente por parte das 
empresas. É importante realçar o processo do CEDIR como 
um grande exemplo para o descarte correto dos componentes 
eletrônicos. Vale a pena ressaltar, ainda, o claud computing, o 
home office e, principalmente, o não uso de papel excessivo nas 
empresas como medidas econômicas e sustentáveis. Ademais, 
a questão do desemprego, causado pela TI, é um aspecto 
importante, até mesmo para que as pessoas entendam que 
novos empregos serão gerados e que a tecnologia deve ser 
encarada como uma coisa positiva, e não negativa.
No Capítulo 3, será abordada a questão da diversidade. 
Nesse sentido, os profissionais de tecnologia devem ser éticos 
e respeitar a diversidade. Ainda, as empresas devem ter 
políticas internas justas e éticas e trabalhar muito a questão da 
responsabilidade social com os colaboradores. Serão lembradas, 
no Capítulo 3, também, a questão étnica e a história dos direitos 
civis junto à tecnologia.
APRESENTAÇÃO
Vídeo
No Capítulo 4, o tema será Sociedade da Informação. Com a leitura desse 
capítulo, será possível compreender a importância da agenda tecnológica 
em conjunto com a educação e entender como funciona a Sociedade da 
Informação em outros países e continentes, fazendo um paralelo com o Brasil.
Por fim, o Capítulo 5 nos trará um termômetro sobre o mercado de TI. O 
deficit profissional, os cursos adequados para se trabalhar na área, os rankings 
de cargos e salários e a atual situação sobre as condições de trabalho foram 
abordados ao longo desse capítulo.
Assim, ao final do livro, teremos um entendimento das possibilidades 
gerais para se trabalhar em TI, de modo a conseguir diminuir a emissão 
de carbono, economizar energia e o uso de papel nas empresas e, ainda, 
melhorar o meio ambiente.
Sustentabilidade 9
1
Sustentabilidade
Ao final do estudo deste capítulo, você será capaz de:
 • conhecer os conceitos de sustentabilidade;
 • distinguir as energias renováveis das não renováveis;
 • entender como tornar o mundo mais sustentável por meio 
de suas ações.
Objetivos de aprendizagem
1.1 Sustentabilidade ambiental e energia 
Vídeo Iniciamos o nosso estudo com um questionamento: o que 
é sustentabilidade?
Sustentabilidade é a capacidade de dar amparo ou sustentar algu-
ma condição, para alguém ou em algo. Trata-se, então, de dar condi-
ções para que um processo exista e permaneça em um nível aceitável, 
dentro de um certo período.
A palavra sustentável tem origem do latim sustentare, que significa 
sustentar, apoiar ou conservar. Nos dias atuais, o termo sustentabili-
dade está relacionado à capacidade de preservar o meio ambiente, ou 
seja, de suprir as necessidades energéticas, produtivas e econômicas 
da geração atual, sem, no entanto, comprometer o futuro das novas 
gerações. Por isso, a sustentabilidade deve ser pensada no longo prazo.
Dessa forma, a sustentabilidade é algo complexo, pois deve consi-
derar e integrar os quesitos que levam a reflexões sobre a economia, o 
meio ambiente, as energias e as questões sociais. 
10 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
O respeito ao ser 
humano deve vir em 
primeiro lugar. Se ele 
se sentir respeitado, 
vai, consequentemente, 
preservar melhor o 
meio ambiente.
A energia é essencial para o 
desenvolvimento da economia. 
Sem uma economia em 
desenvolvimento, a situação e 
a capacidade de bem-estar das 
pessoas perdem sua qualidade. 
A energia precisa ser gerada.
Se o meio ambiente 
for degradado, o ser 
humano abreviará sua 
expectativa de vida e a 
economia não crescerá. 
Com isso, o futuro 
ficará insustentável.
Questão social Questão energética Questão ambiental
Os princípios da sustentabilidade são aplicáveis em um único em-
preendimento, uma pequena comunidade, países, continentes – e, por 
que não, no planeta inteiro?
Alinhado a essas questões, conclui-se que um empreendimento 
pode ser considerado sustentável, se incentivar ideias que resolvam 
problemas ambientais.
Sustentabilidade ambiental como política econômica
Depois de uma reunião em Estocolmo,realizada em 1972, a 
Consciência Ambiental recebeu atenção especial de fóruns e nações, 
o que originou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA), gerando, ainda, em parceria com a Unesco, o Programa In-
ternacional de Educação Ambiental (PIEA), com a intenção de promover 
um intercâmbio de ideias entre as nações do mundo sobre o tema.
Em uma dessas oportunidades de intercâmbio de ideias, no 
Seminário Internacional sobre Educação Ambiental, que ocorreu em 
1975, foi aprovada a Carta de Belgrado, que falava sobre questões re-
ferentes à educação ambiental do ângulo da sustentabilidade.
Sustentabilidade 11
Os objetivos presentes nessa carta eram:
Conscientização 
Contribuir para que indivíduos e integrantes de educação formal, 
que envolve professores e alunos de todos os níveis, assim como 
da educação não formal, desenvolvam consciência com relação 
ao meio ambiente e a todas as questões relacionadas a ele.
CH
AR
TG
RA
PH
IC
/S
hu
tte
rs
to
ck
Habilidades 
Proporcionar condições para que grupos de indivíduos adquiram 
habilidades necessárias a essas participações ativas.
Atitudes 
Motivar uma participação ativa na proteção do meio ambiente.
Participação
Desenvolver, em grupos de indivíduos, um senso de urgência e 
responsabilidade às questões ambientais.
Conhecimento
Proporcionar o entendimento sobre as questões ambientais, em 
especial as que envolvem interações entre ser humano e meio.
Com o intuito de atingir esses objetivos, a Carta de Belgrado su-
gere que os programas de educação ambiental sejam regidos pelas 
seguintes diretrizes:
 • enxergar o meio ambiente como um todo, sendo ele natural e 
preservado pelo ser humano, levando em conta questões políti-
cas, culturais, econômicas, tecnológicas, entre outras;
 • considerar o ponto de vista ambiental nos processos de desen-
volvimento e crescimento;
 • possuir abordagens interdisciplinares;
 • compreender que as questões ambientais têm pontos de vistas 
locais e globais;
12 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
 • enfatizar a importância da participação ativa na precaução e na 
resolução das questões ambientais;
 • preocupar-se com as questões presentes e futuras;
 • compreender que educação ambiental é um processo contínuo, 
seja em ambiente acadêmico ou não; 
 • promover cooperações locais, regionais, nacionais e 
internacionais. 
A Carta de Belgrado recebeu muitas críticas por não oferecer propo-
sições concretas e por ter uma visão pouco realista. Entretanto, trata-se 
de uma carta de intenções, sem recomendações de como executá-las. 
Assim, tornou-se o documento mais importante quanto aos conceitos, 
aos princípios e às diretrizes da sustentabilidade ambiental.
Em 1977, a Conferência Intergovernamental de Educação Ambien-
tal, em Tbilisi, na Geórgia, gera um documento denominado Declaração 
de Tbilisi, que, na prática, ressalta o documento feito dois anos antes.
As recomendações referentes à educação, realizadas na conferên-
cia, foram consideradas em quase sua totalidade de programas da 
Agenda 21 – importante tratado sobre questões ambientais, aprovado 
pela Conferência das Nações Unidas, que ocorreu em 1992, no Rio de 
Janeiro, 15 anos depois. 
Além disso, há a Declaração de Jomtiem, que enfatiza o fato de a 
educação ambiental ser importantíssima a homens e mulheres de to-
das as idades e no mundo inteiro, contribuindo para tornar o mundo 
mais saudável, com melhor qualidade de vida a todos.
Portanto, esta disciplina de formação social, que você está acompa-
nhando neste momento, é uma iniciativa que visa cumprir as recomen-
dações realizadas nessas conferências ao longo das décadas.
Energia
A palavra energia se origina do grego enérgeia, que significa ativi-
dade. Com relação a ela, Goldemberg (2010, p. 6) relata: “usualmente 
relacionada com a realização de trabalho mecânico, deslocando, por 
exemplo, um objeto de uma posição para outra por meio de aplicação 
de uma força”. Logo, vivendo em um planeta cujas forças são tão pre-
sentes como a força gravitacional, bem como a própria ideia de nosso 
movimento, gerada pelos alimentos que ingerimos, esse conceito está 
intimamente ligado à nossa existência.
Sustentabilidade 13
Em uma definição ampla, energia é a competência de fabricar 
transformações em um sistema, sejam elas mecânicas, físicas, quími-
cas ou biológicas. Como exemplos, podemos citar a expansão de um 
gás, uma queda d’água, a combustão de um hidrocarboneto, como o 
petróleo, ou mesmo o uso de uma corrente elétrica.
Existem várias maneiras de a energia se manifestar. Vejamos algu-
mas delas:
 • energia de radiação;
 • energia química;
 • energia nuclear;
 • energia térmica;
 • energia mecânica;
 • energia elétrica;
 • energia magnética;
 • energia elástica.
Sabemos que a energia é essencial em nossa existência. Para efeitos 
comparativos, o ser humano primitivo, datado em um milhão de anos, 
antes da descoberta do fogo, contava apenas com a energia gerada 
pelos alimentos que ingeria, que era de aproximadamente 2 mil kcal 
(sendo 1 kcal = 1000 calorias). Comparando-o com um indivíduo agríco-
la avançado, este, em 1.400 d.C., possuía o carvão para aquecimento, 
a força da água e o vento, além do transporte animal, e necessitava 
de 20 mil kcal para a sua existência. Já o chamado ser humano tecno-
lógico, dos anos 2000, tem necessidades que vão além da alimentação 
– como moradia, comércio, indústria, agricultura, transporte, aqueci-
mento, resfriamento, iluminação, entre outras – e, assim, precisa de 
230 mil kcal para desempenhar suas atividades diárias.
É importante lembrar, 
também, que, há um 
milhão de anos, éramos 
menos de meio milhão de 
habitantes. Porém, hoje, 
somamos quase sete bi-
lhões de indivíduos, cerca 
de dez mil vezes mais, e 
cada um de nós consome, 
em média, 230 mil kcal 
para nossas atividades.
Importante
1.2 Matrizes energéticas 
Vídeo Até o fim da Idade Média, grande parte da energia utilizada provinha 
do uso da madeira em forma de lenha, resultando na quase total devas-
tação de muitas florestas, que cobriam, praticamente, toda a Europa.
Sendo assim, a necessidade energética, crescente no século XIX, 
como consequência da evolução natural do homem e da Revolução In-
dustrial, tornou o carvão mineral, usado como fonte de calor, a princi-
pal matriz energética daquele período.
Tempos depois, com o desenvolvimento de motores, o petróleo e 
seus derivados passaram a ser fontes de energia, acarretando a utili-
14 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
zação da eletricidade, inicialmente provida por usinas hidrelétricas e, 
posteriormente, por termelétricas.
Energias renováveis x energias não renováveis
No atual cenário das fontes energéticas, encontramos disponíveis 
as fontes não renováveis e renováveis. As fontes de energia renová-
veis são as que permanecem disponíveis mesmo após serem utiliza-
das, ou seja, não se esgotam. Por exemplo:
 • Energia dos vegetais (biomassa): gerada pela combustão de 
vegetais, como lenha, cana-de-açúcar, serragem, papel, galhos, 
folhas, casca de arroz, capim-elefante, entre outros. A sua combus-
tão gera alguns derivados, como: biogás, etanol, biodiesel, óleo ve-
getal etc. É considerada renovável porque é possível reflorestar ou 
replantar, porém é necessário ter cuidado para não comprometer 
a conservação do solo, causando mais desmatamento, além de ter 
cautela na queima desses biocombustíveis. No caso dos óleos, o 
combustível é produzido pela fermentação de óleos vegetais reti-
rados de caules, folhas ou até de carvão vegetal.
 • Energia hidráulica: realizada por meio da correnteza dos rios. An-
tes, essa energia cinética era aproveitada por moinhos de água, ou 
azenha, para moer grãos, irrigar grandes arrozais e drenar terras 
alagadas. Posteriormente, geradores elétricos foram adaptados 
para transformar essa energia hidráulica em elétrica, criando as usi-
nas hidrelétricas. No Brasil, temos várias usinas hidrelétricas, mas 
as principais são: Itaipu,no Paraná; Belo Monte, no Pará; São Luiz 
do Tapajós (Pará); Tucuruí, também no Pará; e Santo Antônio, em 
Rondônia. A geografia da Região Norte propicia um número maior 
de hidrelétricas, o que auxilia na melhora econômica da região. 
 • Energia eólica: gerada pelos ventos. Anteriormente, era utilizada 
nos tradicionais moinhos de vento, com aplicações em moagem de 
cereais e elevação de água (por meio de um mecanismo chamado 
parafuso de arquimedes). Nos dias atuais, está presente nos gerado-
res eólicos, moinhos modernos, cujas pás acionam uma turbina que 
tem como objetivo transformar essa energia em energia elétrica.
 • Energia solar: painéis que contêm células fotovoltaicas, trans-
formando a energia luminosa em elétrica, ou sistemas de capta-
ção do calor dos raios do sol, utilizando-os para aquecimento de 
água, por exemplo. 
Sustentabilidade 15
 • Energia geotérmica: refere-se ao calor interno do planeta Ter-
ra, que é aproveitado pelos furos, que podem variar de 100 me-
tros até quilômetros de profundidade. Pode ser utilizada para 
aquecimento de água. Em casos raríssimos, os furos, chamados 
de vapor seco, podem ser descobertos, sendo sua pressão o su-
ficiente para movimentar turbinas e, consequentemente, gerar 
eletricidade. 
 • Energia maremotriz: geração de energia pela utilização da mo-
vimentação das águas de oceanos, provocada pelas marés. Exis-
tem centrais elétricas capazes de aproveitar desigualdades de 
cinco metros entre as marés alta e baixa.
 • Energia gerada por meio do hidrogênio: pesquisada por vários 
países ao redor do mundo, é considerada a energia renovável do 
futuro, assim que os obstáculos – como a sua separação (não é 
encontrado puro na natureza), armazenamento (para uso veicu-
lar, por exemplo) e viabilidade econômica e energética – forem 
vencidos.
Já as fontes de energia não renováveis são aquelas criadas na forma-
ção do Sistema Solar ou que precisam de uma escala de tempo geológica 
para serem geradas, o que nos leva a concluir que ficarão indisponíveis 
quando todas as reservas forem esgotadas. Vejamos alguns exemplos:
 • Petróleo e seus derivados: mistura de hidrocarbonetos (molécu-
las de carbono e hidrogênio), que se originam na decomposição 
de material orgânico, principalmente o plâncton (são microscó-
picos e vivem nas águas), provocada pelas bactérias em lugares 
com pouco teor de oxigênio devido à ação de milhões de anos. 
Da destilação fracionada, temos subprodutos como: éter de pe-
tróleo, benzina, nafta, gasolina, querosene, óleo diesel, óleos, 
lubrificantes, asfalto, piche, coque, parafina, vaselina e GLP (gás 
liquefeito de petróleo, conhecido como gás de cozinha, dos tradi-
cionais botijões).
 • Carvão mineral: um misto de ingredientes orgânicos que se tor-
naram fósseis com o decorrer dos milhões de anos. Algumas va-
riações ocorrem de acordo com o tipo e o estágio dos elementos 
orgânicos, mostrando sua qualidade.
 • Gás natural: combustível fóssil encontrado em estruturas geoló-
gicas sedimentares, expostas a altas temperaturas e à influência 
do tempo. Sua aplicabilidade inclui maçaricos, motores a explo-
16 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
são e alto-fornos, ou seja, é muito útil na produção industrial. En-
tretanto, pode ser encontrado para uso doméstico em fogões e 
aquecimento de água, ou mesmo para uso veicular, como o Gás 
Natural Veicular (GNV), já que, quando queimado, produz uma 
grande quantidade de energia. 
 • Fissão nuclear: energia liberada pela fissão de átomos em um rea-
tor nuclear. Embora haja vários tipos de reatores, o mais comum é o 
PWR de átomos de urânio enriquecido (isótopo 235U), que se frag-
mentam em pedaços menores, e estes, por sua vez, atingem outros 
núcleos. Essa reação em cadeia aquece a água pressurizada que, 
por meio da troca de calor, transfere a energia, aquecendo o ar de 
um sistema secundário, o qual é responsável por ligar uma turbina, 
fazendo com que se transforme em energia elétrica. Então, essa fis-
são gera lixo radioativo, que precisa ser devidamente estocado.
Matriz energética no Brasil e no mundo
Do modelo estabelecido no século XIX, com o uso do carvão mineral 
como principal fonte de energia e a descoberta da destilação do pe-
tróleo em derivados, no século XX, resultou-se uma matriz energética 
mundial, extremamente dependente de recursos não renováveis e po-
luentes, que causam danos – como o efeito estufa – ao meio ambiente. 
O nosso planeta tem diversas opções de fontes de energia não re-
nováveis, em uma matriz energética formada, principalmente, por car-
vão, gás natural e petróleo, conforme apresenta a figura a seguir.
Petróleo e derivados
Gás natural
Carvão mineral
Outros
Biomassa
Nuclear
31,5%
22,8%
26,9%
2%
9,3%
4,9%
Hidráulica
2,5%
Figura 1
Matriz energética de fontes não renováveis
 
Fonte: Adaptada de EPE, 2021.
Sustentabilidade 17
As fontes renováveis correspondem a 13,8%, somadas à geração hi-
dráulica em 2,5%, contra 31,5% de petróleo e 26,9% de carvão mineral, 
representando bem mais da metade da matriz mundial.
Além de subprodutos poluentes que prejudicam o meio ambiente 
de diferentes maneiras, o fato de se fazer uso de fontes energéticas 
não renováveis traz um outro problema. Por possuírem reservas fini-
tas, sua escassez resultaria em uma crise energética sem precedentes, 
que colocaria em risco o principal fator da sustentabilidade: a própria 
sobrevivência do ser humano.
Logo, enquanto esforços em investimento e pesquisa têm sido fei-
tos ao redor do mundo, visando tornar a matriz energética majorita-
riamente renovável, o Brasil vem sendo observado por outras nações 
do mundo que têm interesses a esse respeito. Isso porque a matriz 
energética brasileira é diversa e quase predominantemente renovável.
Ações por um mundo mais sustentável
Muito pode ser feito com relação à sustentabilidade, em prol das ge-
rações atuais e futuras – algumas em nível nacional e outras, ainda, po-
dem vir de pequenas mudanças individuais. Entre estas, podemos citar:
 • É necessário frear a exploração econômica de pequenas e gran-
des florestas e áreas verdes.
 • A população deve mudar a forma de consumir alimentos e passar 
a ingerir mais produtos orgânicos, fazendo com que a produção 
daqueles sem agrotóxico aumente, de modo a acarretar maior 
preservação ao meio ambiente e, consequentemente, melhor 
qualidade de vida a todos.
 • A exploração de recursos não renováveis deve ser controlada e 
fiscalizada com maior rigor. Assim, carvão mineral, derivados do 
petróleo e gás natural devem ser cada vez menos utilizados.
 • As pessoas devem consumir produtos de maneira mais consciente, 
ou seja, adquirir aqueles que gastem menos. Os eletrodomésti-
cos, por exemplo, podem ser produzidos para gastar bem menos 
energia do que se gastava há dez anos atrás. Além disso, todos 
devem ficar de olho nos selos informativos dos produtos.
 • Fontes de energias renováveis, como a biomassa, devem ter o 
seu uso incentivado, desde que sua reposição seja garantida. 
18 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
Dessa forma, o plantio deve ser refeito em florestas e matas para 
que haja a renovação.
 • A água deve ser utilizada com mais consciência, tendo o seu con-
sumo controlado. Nesse sentido, empresas, edifícios e casas po-
dem utilizar, cada vez mais, água de reuso, sem desperdício.
 • É preciso despoluir rios já contaminados e evitar a poluição desde 
sempre. Toda a população deve ter acesso ao saneamento básico 
e as crianças à educação, para que contribuam com a preservação.
 • Maiores investimentos em fontes de energia limpas e renováveis 
devem ser realizados, como na eólica, geotérmica e hidráulica, 
diminuindo, com isso, a emissão de carbono.
 • Deve-se incentivar atitudes pessoais e empresariais para a reci-
clagem de resíduos sólidos, pois é necessário diminuir o volume 
de lixo no solo.
 • É preciso conscientizar as pessoas para que reciclem ainda mais. 
Os condomínios de moradia estão aderindo cadavez mais a lixei-
ras seletivas, o que é possível, também, em casas e escritórios.
 • Torna-se necessário desenvolver a gestão das empresas, com 
o objetivo de reduzir o desperdício de matéria-prima. Para isso, 
pode-se supervisionar a necessidade de uso de papéis e outros 
materiais de escritório.
 • Empresas e pessoas físicas devem saber o lugar adequado para o 
descarte de produtos eletrônicos, pilhas e óleo de cozinha.
 • Plásticos e embalagens devem, cada vez mais, ser substituídos 
por materiais biodegradáveis.
A busca pela sustentabilidade é uma das modificações do mundo 
corporativo dos últimos tempos. Porém, o consumidor dos anos 2000 é 
mais consciente e engajado a enxergar como as empresas estão traba-
lhando as questões ambientais. Podemos dizer, então, que o consumo 
e a aquisição de produtos estão totalmente ligados à impressão que as 
pessoas têm sobre como as instituições lidam com o meio ambiente e 
as suas futuras consequências negativas.
Assim, todas essas questões fizeram com que a gestão de negócios 
se modificasse. O perfil das gestões deve estar encaixado nos novos pa-
râmetros estratégicos, a fim de modificar o comportamento de colabo-
radores com relação ao uso da energia elétrica e do consumo de água. 
Sustentabilidade 19
Fora isso, há métodos que estimulam os profissionais a economiza-
rem papel, utilizando menos documentos impressos. Em uma escola, 
por exemplo, não há mais necessidade de se enviar comunicados im-
pressos para a casa dos alunos, sendo disponibilizados comunicados 
digitais, no portal on-line, para os pais acessarem a qualquer momento. 
Portanto, basta haver uma reeducação, uma mudança de hábito.
Além disso, nas empresas, os memorandos já não existem mais. 
Com isso, os e-mails e as redes sociais se transformaram em um meio 
de comunicação e informação. Ou seja, as instituições se tornaram 
agentes de modificações e inovações, incentivando novas práticas, que 
tornam a economia mais eco-friendly. 
Dessa forma, os negócios necessitaram de atitudes mais sustentáveis 
e a tecnologia precisou se adaptar a isso. Essa tendência de se tornar 
mais sustentável e preservar o meio ambiente é chamada de TI Verde, 
que é uma maneira diferente de se enxergar o ramo de TI e os aparatos 
tecnológicos. As empresas que estão investindo na TI Verde procuram 
buscar um ecossistema de trabalho mais disruptivo e econômico. Nesse 
sentido, campanhas são realizadas para que os colaboradores dimi-
nuam o gasto de energia e até aumentem os lucros com essa postura.
Entre as ações que abrangem esse procedimento e proporcionam a 
ponte da tecnologia com a sustentabilidade, podemos apontar várias inicia-
tivas, como adotar máquinas virtuais e servidores que reduzam o consumo 
de energia, trocar aparelhos e dispositivos antigos por mais novos, reciclar 
papéis e controlar, por meio de monitoramento, o nível de carbono emitido. 
Sendo assim, pequenos gestos e novas rotinas permitem que a TI e 
a sustentabilidade caminhem juntas. Além disso, a empresa que assu-
mir essa postura terá uma rotina mais inteligente e otimizada. 
No livro Sustentabilidade: 
o que é - o que não é, 
o autor faz uma crítica so-
bre a relação do homem 
com o desenvolvimento 
sustentável, iniciando no 
século XVI e chegando aos 
dias de hoje.
BOFF, L. São Paulo: Vozes, 2012. 
Livro
CONCLUSÃO 
Precisamos repensar a maneira como lidamos com o planeta, para 
que nossos filhos e netos possam desfrutá-lo da melhor forma possível. 
A energia eólica, que é gerada pelos ventos, anteriormente usada nos 
tradicionais moinhos de vento, deve ser mais utilizada, principalmente nas 
regiões de grandes ventos. Já a solar, com painéis contendo células foto-
voltaicas, que transformam energia luminosa em elétrica, deve ser uma 
opção mais viável e barata para ser cada vez mais aproveitada. 
20 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
As pessoas devem, então, mudar o mindset – e isso deve vir da base, ou 
seja, da educação familiar e da formal. Desse modo, os pais devem educar 
as crianças com maior respeito ao meio ambiente, e as escolas devem 
endossar isso, por meio de trabalhos e iniciativas sustentáveis.
ATIVIDADES
Atividade 1
Sustentabilidade é um grande lema mundial atualmente. Com 
esse conceito, cite meios simples para adaptá-la no dia a dia 
atual.
Atividade 2
Quais maneiras de se obter energia são as mais viáveis para o 
planeta e como as pessoas podem utilizá-las?
REFERÊNCIAS
EPE. Matriz energética e elétrica. 2021. Disponível em: https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/
matriz-energetica-e-eletrica. Acesso em: 11 maio 2021. 
GOLDEMBERG, J. Energia e desenvolvimento sustentável. São Paulo: Blücher, 2010.
https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
TI sustentável e TI insustentável 21
2
TI sustentável e TI insustentável
Ao final do estudo deste capítulo, você será capaz de:
 • compreender a necessidade de reuso e descarte sustentá-
vel, acarretando a economia do dinheiro público e a preser-
vação do meio ambiente;
 • entender a necessidade da diminuição do uso de papel nas 
empresas e perceber a importância da diminuição do lixo 
eletrônico.
Objetivos de aprendizagem
2.1 Reuso e descarte 
Vídeo O descarte de equipamentos eletrônicos e a era do consumo são 
itens que merecem atenção nos dias de hoje.
A questão de políticas públicas para o incentivo de boas ações são 
primordiais para que possamos chegar a um nível de educação am-
biental superior ao que vivemos atualmente.
Neste capítulo, veremos algumas iniciativas importantes para que a 
preservação do meio ambiente seja respeitada e colocada como prio-
ridade pelas pessoas que trabalham com TI e pela sociedade em geral.
Em dezembro de 2009, foi inaugurado o Centro de Descarte e Reuso 
de Resíduos de Informática (CEDIR), sediado na Cidade Universitária que 
possui um galpão de 200 m2, com acesso para que resíduos sejam carre-
gados e descarregados, além de um galpão para agrupamento, seleção e 
encaminhamento de resíduos. Em média, são recebidas dez toneladas de 
lixo eletrônico por mês. De acordo com as diretrizes de sustentabilidade de-
terminadas pela ONU, cumpre normas ambientais, sociais e econômicas.
22 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
Concebido inicialmente para atender apenas a escolas, faculda-
des e institutos do campus da Universidade de São Paulo (USP), o 
CEDIR, hoje, recebe lixo eletrônico de pessoas físicas e jurídicas que se 
dispõem a realizar o descarte adequado. Embora o foco do projeto seja 
descartes nas áreas de informática e telecomunicações, nesses cinco 
anos de existência, já recebeu os mais diversos tipos de eletrônicos, 
como câmeras fotográficas, filmadoras (como um V8 em funcionamen-
to), videocassetes e, até mesmo, máquinas de escrever, formando um 
acervo digno de um museu.
Etapas do processo do CEDIR segundo o PO
O processo do CEDIR conta com algumas etapas de operação:
Coleta e triagem
O procedimento se inicia com a entrada de peças e utensílios 
de informática. O objetivo inicial é considerar se há alguma 
chance de aproveitamento e reaproveitamento. Se sim, há o 
encaminhamento para projetos sociais e comunidades, com 
a condição de que esse objeto volte para o CEDIR e tenha 
um destino sustentável. O material reciclável que não puder 
ser reaproveitado pelos projetos sociais é encaminhado para a 
fase de categorização.
Categorização
Nessa etapa, é feita a pesagem dos equipamentos. Eles também 
são desmontados, reservados e classificados por tipo de material. 
Os resíduos pertencentes ao mesmo grupo são pesados, 
desmontados e separados (plásticos, metais, placas eletrônicas, 
cabos etc.). Os materiais do mesmo tipo são compactados, tendo 
o volume diminuído, para ser facilmente reaproveitados em outro 
ambiente e para diminuir o valor do transporte.
Reciclagem
Depois da categorização, os materiais são guardados até serem 
recolhidos por instituições de reciclagem.Essas instituições ou 
empresas são todas credenciadas pela USP e, geralmente, são 
especializadas em plástico, metais ou vidros.
M
y L
ife
 G
ra
ph
ic
/S
hu
tte
rs
to
ck
Esse importante trabalho, além de oferecer uma grande economia 
para a Cidade Universitária, ajuda escolas públicas na cidade de São 
Paulo e no interior, e participa de projetos de inclusão social indígena, 
com seus empréstimos de equipamentos.
TI sustentável e TI insustentável 23
2.2 Nova mentalidade sustentável 
Vídeo A computação em nuvem (em inglês, Cloud Computing) é o conceito 
de se utilizar computação em grid (diversos computadores interligados, 
formando um ambiente único), fracionando esse poderoso ambiente 
computacional em diversas instâncias de máquinas virtuais (graças ao 
recurso da virtualização). Dessa maneira, tem-se um ambiente extre-
mamente escalonável, pois essas porções podem ser facilmente au-
mentadas ou diminuídas.
Além disso, a forma de cobrar o cliente mudou: agora é cobrado pelo 
seu consumo, como tempo de processamento, transferência de dados, 
entre outros, e não mais por um valor fixo por mês. Essa mudança de 
paradigma traz, além de benefícios na escalabilidade e, em alguns ca-
sos, no bolso das empresas, resultados positivos na sustentabilidade.
No modelo anterior, os servidores dedicados (e, em muitos casos, 
superestimados) apresentavam períodos de baixo processamento ou, 
até mesmo, ociosidade de alguns periféricos, o que ocasiona desper-
dício energético. Estudos da consultoria Accenture (2020) apontam 
que datacenters com grids inteligentes, aliados ao conceito de Cloud 
Computing, podem chegar a reduzir emissões de carbono em cerca de 
59 milhões de toneladas ao ano, o que seria como tirar o equivalente a 
22 milhões de automóveis das ruas.
Segundo estudos atuais da Microsoft, há uma grande empolga-
ção com relação aos resultados de serviços da Nuvem Microsoft, 
sendo mais eficaz com a questão energética e podendo ser também 
mais eficiente com relação à emissão de carbono, se comparada aos 
datacenters tradicionais.
Para entender melhor, caso apenas 20% de todo o mercado nos Es-
tados Unidos da América (EUA) fossem transferidos para essa nuvem, o 
resultado iria equivaler à redução das emissões de carbono em cidades 
como Seattle, em Washington (EUA), e Turim, na Itália. No cenário geral, 
inclusive se comparados com datacenters high end, a nuvem possibilita 
enormes benefícios, no que se refere à eficiência energética e diminui-
ção da taxa de emissão de CO2.
24 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
Além disso, a Microsoft já anunciou um plano contando que a meta 
até 2030 é ser negativa em carbono, e que até 2050 todo o carbono 
emitido pela empresa, direta ou indiretamente, desde sua fundação 
em 1975, será retirado do ambiente.
Netflix: mudanças culturais que preservam a natureza
A Netflix é uma das líderes de mercado em streaming de conteúdo, 
como filmes e séries pela internet. A empresa começou com o seguinte 
modelo: locadora de vídeos com envio de DVDs pelo correio. A nova 
abordagem impactou culturalmente os americanos, que deixaram de 
se deslocar até as videolocadoras físicas em busca de entretenimento.
Em 2008, estudiosos já apontavam o novo modelo de aluguel como 
um amigo do meio ambiente. Se os associados da Netflix tivessem que 
se deslocar para realizar seus aluguéis de vídeos, consumiriam mais 
de 3 milhões de litros de gasolina, despejando mais de 2,2 milhões de 
toneladas de dióxido de carbono na atmosfera (WIRED..., 2008).
Já nessa época, a empresa começava a oferecer um novo modelo: 
distribuição de conteúdo pela internet, por meio de streaming. Com o 
intuito de se tornar global, a plataforma precisava de escalabilidade e, 
por essa razão, migrou para a líder de soluções em nuvem: a Amazon 
Web Services (AWS).
Para manter o alto nível de serviço, novas instâncias de servidores 
são ligadas para atender à demanda nos horários de pico e são desli-
gadas, automaticamente, nos chamados horários de vale, ao redor do 
mundo. Esse modelo propiciou uma economia de 87% nos custos, se 
comparados aos antigos datacenters da empresa, possibilitando a ela 
praticar um preço final extremamente competitivo.
Embora não tenham sido divulgados números a esse respeito, é se-
guro afirmar que boa parte da economia mencionada se traduz em 
economia energética, já que a solução da AWS utiliza Cloud Computing.
Um estudo afirma que o processo de negócio no modelo de 
streaming de vídeo emite 50% menos carbono que o anterior, que era 
o de envio de DVDs (WANG et al., 2014). Esse caso prova que os mo-
delos de negócio podem ser inovadores, impactando culturalmente as 
pessoas em âmbito mundial, sem, no entanto, representar um impacto 
ainda maior no meio ambiente.
TI sustentável e TI insustentável 25
Porém, é claro que o uso de streamings não anula a emissão de CO2 
no ambiente. Dessa forma, a energia consumida no uso de computado-
res, celulares e tablets ainda é um problema.
Diário da Justiça Eletrônico: poupando o 
dinheiro público e o meio ambiente
Com a possibilidade da digitação de documentos e a distribuição 
de informações pela internet, a tecnologia da informação (TI) evita a 
transmissão de informações pelo meio tradicional, ou seja, o físico.
O Diário da Justiça é um instrumento de comunicação, publicação e 
divulgação oficial dos atos processuais e administrativos, gerados e dis-
tribuídos pelo Poder Judiciário. No caso específico do Poder Judiciário 
de São Paulo (PJ-SP), composto por 272 comarcas, 45 foros distritais e 
13 foros regionais e respondendo por cerca de 49% do movimento judi-
ciário nacional, seu Diário da Justiça possui cinco cadernos, totalizando 
cerca de 10 mil páginas.
Nesse sentido, graças à Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006, 
os tribunais foram autorizados a criar o Diário da Justiça Eletrônico, to-
talmente gerado em meio digital e distribuído pela internet. Com a digi-
tação do Diário da Justiça, o PJ-SP apresenta alguns ganhos.
Home office como alternativa sustentável
O avanço tecnológico das últimas décadas, no que diz respeito 
às ferramentas de trabalho e comunicação, possibilitou uma nova 
modalidade de trabalho: o home office – ou seja, o trabalho remoto, 
realizado em casa.
O home office traz uma série de benefícios à sociedade moderna, 
que enfrenta transtornos de mobilidade urbana nas grandes cidades. 
Existe, também, uma preocupação com a segurança e baixa qualida-
de dos transportes públicos e, nesse sentido, o trabalho em casa pro-
porciona a diminuição do uso desse tipo de transporte. Dessa forma, 
a emissão de gases poluentes e os danos ao meio ambiente são di-
minuídos, sem contar o aumento de qualidade de vida das pessoas. 
Uma empresa que permite e incentiva essa prática de trabalho passa 
uma imagem de modernização, sustentabilidade e preocupação com o 
bem-estar de seus funcionários.
26 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
Se, por um lado, a modalidade traz redução de custos para a em-
presa, bem como economia em energia elétrica, espaço físico, insumos 
etc., por outro lado, presume-se que pode elevar a conta elétrica resi-
dencial do funcionário em até 30%. Essa possibilidade, no entanto, não 
cabe a todos os tipos de profissionais, sendo adequada, por exemplo, 
para analistas especializados em internet e computadores.
Primeiramente, é preciso ter disciplina e concentração, para evitar 
as tentações que o aconchego do lar proporciona, ou, ao contrário, 
para não trabalhar mais tempo que o necessário, prejudicando a ima-
gem do lar como seu porto seguro. Também se faz necessário avaliar 
o perfil do profissional e a sua capacidade de trabalhar de modo iso-
lado, longe de desafios e dos prazeres do convívio com outros pro-
fissionais. Nesse aspecto, separar um cômodo na casa como local de 
trabalho é essencial.
Desse modo, o home office já se provou uma alternativa viável e 
uma tendência, em alguns ramos de mercado, para um futuro próspe-
ro e sustentável.Ensino a distância: conhecimento em direção ao aluno
O avanço tecnológico proporciona avanços educacionais. Se, no 
passado, o aluno era obrigado a se deslocar até uma sala de aula, em 
uma data e horário marcados, essa necessidade não existe para quem 
quer realmente aprender.
De acordo com a regulamentação do ensino a distância (EAD) no 
Brasil, faculdades, universidades, centros universitários e aqueles que 
pretendem proporcionar cursos de graduação devem se credenciar no 
Ministério da Educação (MEC). Depois de serem credenciados, conse-
guem a autorização para iniciar com os cursos que desejarem. 
Em seguida, o procedimento vai para a fase de análise na Secre-
taria de Educação Superior (SESU). Com isso, o curso é analisado por 
um grupo de especialistas da área e por especialistas em EAD. Na fase 
seguinte, o projeto é levado ao Conselho Nacional de Educação (CNE), 
para que finalmente seja validado. 
Em 2017, o Decreto n. 9.057 foi ajustado para aumentar a oferta de 
graduações EAD, além de:
https://www.cnedu.pt/pt/
http://portal.mec.gov.br/busca-geral/212-noticias/educacao-superior-1690610854/49321-mec-atualiza-legislacao-que-regulamenta-educacao-a-distancia-no-pais
TI sustentável e TI insustentável 27
 • aprimorar a capacidade do exercício de regulamentação do MEC 
na área;
 • melhorar os procedimentos;
 • facilitar os processos;
 • diminuir o período de estudo dos processos.
A melhoria do decreto possibilitou o início dos polos EAD, os quais 
representam novos caminhos para melhorar o Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA) e enriquecer o alicerce da educação a distância. 
Assim, essa modalidade de ensino traz diversas vantagens:
 • respeita o tempo em que ocorre a aprendizagem para cada aluno;
 • possibilita ao aluno estudar no horário que julgar mais viável;
 • leva o conhecimento a todos os pontos do mundo, sem distinção 
ou viabilidade financeira a ser considerada;
 • elimina a necessidade de deslocamento das pessoas, uma vez 
que elas estudam onde estiverem.
Logo, o EAD provê maior qualidade de vida aos seres humanos e, pela 
eliminação logística, poupa o meio ambiente, devido à redução da poluição.
2.3 Lixo eletrônico 
Vídeo A impressora é um periférico de saída em um sistema informatiza-
do, possibilitando a impressão de textos, gráficos ou qualquer outro 
resultado de uma aplicação. O computador não seria um substituto à 
altura das antigas máquinas de escrever sem ela.
Quando o microcomputador foi integrado à comunicação telefôni-
ca (por meio dos antigos modems), outra tecnologia foi enterrada: a 
máquina de fax. Essa grande praticidade, aliada à proliferação da im-
pressora de pequeno porte, gerou, no entanto, um problema: o cresci-
mento no consumo de papel nas empresas.
Segundo Ribeiro (apud BREMBATTI, 2012), especialista em gestão de 
processos, embora não haja um aprofundamento referente à forma de 
consumo de papel nas empresas no Brasil, pode-se afirmar que a falta 
de hábito de utilizar práticas inovadoras no dia a dia de trabalho gera 
desperdício. Estima-se que 45% dos documentos digitais acabam sen-
https://blog.eadplataforma.com/setor-ead/como-tornar-polo-ead/
https://blog.eadplataforma.com/setor-ead/o-que-e-ava/
https://blog.eadplataforma.com/setor-ead/o-que-e-ava/
https://blog.eadplataforma.com/empreendedor-ead/educacao-a-distancia-proprio-negocio/
28 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
do impressos, pois muitos funcionários preferem o concreto, ou seja, 
precisam pegar na mão para crer.
Ribeiro (apud BREMBATTI, 2012) enfatiza que o que emperra o 
processo de redução de uso de papel é o não conhecimento de no-
vas tecnologias. Em tempos remotos, o grande volume de impressos 
era justificado. As antigas telas CRT de monitores monocromáticos, ou 
mesmo as suas primeiras versões coloridas, tinham baixíssimas resolu-
ções, o que dificultava a leitura. Além disso, os notebooks não eram tão 
abundantes e as taxas de transmissão da internet eram baixas, logo a 
informação não era tão portável assim.
Atualmente, contamos com o Cloud pessoal. Serviços como 
Dropbox, Google Drive, OneDrive e iCloud tornam a informação dispo-
nível em qualquer lugar. Ainda, os dispositivos para leitura são os mais 
variados: microcomputadores, notebooks, tablets, smartphones ou 
leitores de e-book. Assim, as justificativas para imprimir informações 
digitais diminuem dia após dia.
Sabe-se que para produzir mil quilos de papel, são necessárias, em 
média, 11 árvores, além de vários produtos químicos. A reciclagem de 
papel no Brasil é realizada em apenas 37% do papel produzido. São uti-
lizados, também, 540 mil litros de água na confecção desses mil quilos 
de papel, fora o gasto com combustíveis, para transportar o produto.
Anualmente, 43 quilos de papel por pessoa, em média, são con-
sumidos no Brasil. Isso é praticamente uma árvore por habitante. Em 
comparação, nos EUA, são consumidos, por ano, aproximadamente 
290 quilos de papel por americano.
Empresas tradicionais tendem a pensar que as informações só es-
tão realmente seguras em arquivos de papel. Trata-se de um mito, pois, 
na verdade, assegurar informações digitais é um procedimento mais 
simples do que pelo meio físico. Isso porque, enquanto os sistemas de 
senha restringem o acesso à informação, impedindo acessos indeseja-
dos, e as estratégias de backups garantem a segurança da informação, 
os papéis estão sujeitos a incêndios e alagamentos.
A falta de conhecimento, que resulta na desconfiança do meio di-
gital, e o conformismo são os grandes culpados por um ambiente pro-
fissional menos sustentável. Entretanto, os obstáculos estão sendo, aos 
poucos, superados, e as gestões já começam a procurar especialistas 
para realizar medidas ecologicamente responsáveis.
TI sustentável e TI insustentável 29
Os órgãos públicos também se conscientizaram disso e estão na 
dianteira nesse processo de informatização. De acordo com Ribeiro 
(apud BREMBATTI, 2012), isso pode ser observado pela mudança das 
declarações do Imposto de Renda (IR), que trocou o formulário físico 
pelo digital. As notas fiscais e os processos judiciais passaram, da mes-
ma forma, a ser eletrônicos. 
Se a bandeira da sustentabilidade não for razão o bastante para 
justificar uma mudança radical nos processos da empresa, talvez a re-
dução de custos seja.
Algumas empresas, como a Amil, operadora de planos de saúde, 
mudou seu sistema de automação e de armazenamento digital e dimi-
nuiu o desperdício de papel, deixando de gastar mais de 6 milhões de 
reais em folhas de sulfite. Foram quase 73 milhões de papéis sulfite A4 
a menos, se comparado aos anos anteriores.
2.3.1 Responsabilidade das empresas 
e dos consumidores
Vamos fazer uma análise, pensando em uma suposta loja de depar-
tamento fictícia, sendo essa uma empresa que se comprometa com 
práticas sustentáveis.
Isso significa que essa loja irá obter alimentos, roupas, eletrônicos e 
outros produtos de fontes éticas. Além disso, não fará uso de mão de 
obra barata da China ou de Bangladesh, onde os indivíduos são obri-
gados a trabalhar por salários baixíssimos e em péssimas condições.
Essa empresa também deve se certificar de que as práticas am-
bientais estão em conformidade com os regulamentos. Por exemplo, 
precisa averiguar que não há despejo ilegal de produtos químicos em 
qualquer lago próximo, feito com o intuito de economizar dinheiro no 
descarte. Porém, se práticas insustentáveis forem encontradas na ca-
deia de abastecimento, ela deve fazer um plano para eliminar os pro-
dutos problemáticos e encontrar uma fonte de vida sustentável.
Deve haver, também, um dever para com suas partes interessadas e 
investidores, com relação a ser totalmente transparente com quais for-
necedores estão usando e para onde o seu dinheiro está indo, a fim de 
garantir que eles sejam responsabilizados e estejam realmente tentando 
ser mais sustentáveis.
30 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
É importante lembrar que a mudança leva tempo e, mesmoquando 
uma grande empresa anuncia que está fazendo mudanças em direção 
à sustentabilidade, ainda levará anos para que progrida e se torne to-
talmente sustentável.
Mas o que não é sustentável? Insustentável se refere a qualquer 
coisa que não possa e não deva continuar no ritmo atual. Esse termo 
se aplica a três itens: 
1. lucros (econômicos);
2. planeta (ambiental);
3. pessoas (social).
Um exemplo de insustentabilidade seria se a empresa em questão 
continuasse sua prática de terceirização de países que exercem mão de 
obra barata, com péssimas condições de trabalho e total desprezo pelo 
planeta e pelo meio ambiente.
O único elemento dos três itens citados acima que não seria afeta-
do de modo negativo imediatamente seria o lucro para a empresa. No 
entanto, com o tempo, quando os consumidores e defensores perce-
bessem o que está acontecendo – notando que os fornecedores estavam 
prejudicando o planeta, ao despejar seus resíduos em mares ou lagos, 
além de tratarem muito mal os funcionários, pagando-lhes mal e fazen-
do-os trabalhar em prédios inseguros –, eles iriam parar de comprar os 
produtos que essa empresa oferece, até que essa situação mudasse.
Com isso, a situação financeira dessa empresa seria afetada e ela 
seria obrigada a apresentar práticas mais transparentes e sustentáveis, 
recuperando a confiança dos consumidores.
Portanto, é dessa forma que as coisas devem acontecer em nossa 
sociedade, assim como já ocorrem em muitos outros países que se 
preocupam com a sustentabilidade há muito mais tempo.
Para que haja uma assimilação maior, vamos citar novamente al-
guns materiais sustentáveis: 
 • Bambu: cresce rapidamente e pode ser utilizado de várias formas.
 • Cortiça: deve ser utilizada da maneira correta, pois as árvores só 
podem ser cortadas de nove em nove anos. Aqui, no Brasil, por 
exemplo, quase não encontramos mais a casca do sobreiro, mas, 
em Portugal, há em abundância. Ela é facilmente reciclável, reuti-
lizável e, ainda, é biodegradável.
TI sustentável e TI insustentável 31
 • Madeira e aço reaproveitados: a prática de reciclar madeira 
e aço é sustentável, mesmo que a colheita original não seja. O 
reaproveitamento desses materiais os mantém fora dos aterros 
sanitários, sendo muito melhor ao meio ambiente do que usar 
materiais novos.
Sendo assim, esses materiais podem substituir o plástico, o isopor 
e vários outros produtos poluentes, que degradam o meio ambiente.
A era do lixo eletrônico
A informatização pode trazer inúmeros benefícios, mas também co-
bra um alto preço. De toda a quantidade de lixo gerado no mundo, o 
eletrônico é o que cresce mais rápido atualmente. Com base no mais 
recente estudo da United Nations University (UNU), no mundo todo, 
53 milhões de toneladas de lixo eletrônico são geradas por ano, sendo 
formadas por diversos aparelhos, desde celulares a geladeiras ou, até 
mesmo, células fotovoltaicas. 
Além do altíssimo volume, o lixo eletrônico possui um agravante: 
não deve ter o descarte como lixo comum. Isso porque equipamentos 
eletrônicos contêm mais de 60 elementos diferentes, alguns valiosos 
(como ouro, prata e paládio) e outros tóxicos, os quais podem causar 
danos às pessoas.
Conforme diz a especialista em gestão ambiental do CEDIR, Neuci 
Bicov (apud BUZZO, 2012), qualquer produto que possua bateria, placa 
eletrônica ou fio dispõe de algum tipo de material contaminante. No 
caso dos computadores, os principais elementos tóxicos contidos são:
 • Mercúrio: provoca deteriorações ao sistema nervoso, problemas 
motores e sensitivos, demência e até tremores.
 • Chumbo: causa alterações genéticas, câncer e problemas ao sis-
tema nervoso, à medula óssea e aos rins.
 • Cádmio: pode originar câncer de pulmão e de próstata, 
osteoporose e anemia.
 • Berílio: ocasiona câncer de pulmão.
Ainda pior, a contaminação é acumulativa, ou seja, quanto maiores 
a quantidade e o tempo de exposição, maior o mal à saúde.
Um estudo feito por um pesquisador da Escola de Yale, do Centro 
de Ecologia Industrial do Meio Ambiente, verificou que a massa da to-
32 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
talidade de lixo eletrônico que os americanos geram está decrescendo 
desde 2015. Nos dias de hoje, em que a maioria das pessoas não pode 
imaginar viver sem os artefatos digitais, essa realidade é surpreenden-
te, trazendo uma reflexão na forma como pensamos tanto sobre o fu-
turo desse lixo quanto as leis que regulamentam a reciclagem de lixo 
eletrônico, segundo o autor (ALTHAF; BABBITT; CHEN, 2021).
O grande motivo para essa diminuição é o fim das grandes e volu-
mosas televisões de tubos e de alguns tipos de monitores de computa-
dor das casas americanas, diz Callie Babbitt, professora do Rochester 
Institute of Technology. Desde 2011, os monitores CRT estão desapare-
cendo, auxiliando na liderança do declínio geral na massa total do lixo 
eletrônico (ALTHAF; BABBITT; CHEN, 2021).
Esse declínio em telas mais volumosas significa que os regulamentos 
de lixo eletrônico devem ser repensados, afirma Babbitt. Segundo a auto-
ra, se olharmos as leis estaduais existentes em vários lugares para a reci-
clagem do lixo eletrônico, perceberemos que algumas determinam seus 
objetivos com base na massa de produto (ALTHAF; BABBITT; CHEN, 2021).
Após o momento em que a massa geral de lixo eletrônico se torna 
escassa, chegar a essas metas se torna mais difícil. Fora isso, o maior 
objetivo dessas leis era continuar mantendo os eletrônicos com altos 
níveis de chumbo e mercúrio longe de aterros sanitários, que é onde 
eles podem, eventualmente, contaminar o meio ambiente.
Atualmente, uma precaução existente é como reaver elementos como 
cobalto (usado em baterias de íon ou lítio) ou índio (encontrado em telas 
planas). Esses elementos não são tão nocivos ao meio ambiente, mas es-
tão um pouco escassos no planeta; sendo assim, deixar de reavê-los para 
reutilização em novos aparelhos eletrônicos se torna um desperdício.
A forma de se reciclar lixo eletrônico é um tanto ultrapassada, diz 
Babbitt, que vem lutando para ficar alinhada com a constante mudança na 
área da eletrônica (ALTHAF; BABBITT; CHEN, 2021). Shahana Althaf, autora 
principal do estudo e associada de pós-doutorado no Centro de Ecologia 
Industrial de Yale, diz que uma modificação no modo de reciclar esse tipo 
de lixo, para capturar mais esses elementos críticos, pode também ajudar 
os EUA a confirmar a distribuição dos ingredientes imprescindíveis para se 
fabricar dispositivos eletrônicos (ALTHAF; BABBITT; CHEN, 2021).
TI sustentável e TI insustentável 33
As instabilidades geopolíticas representam ameaças ao que Althaf 
denomina de segurança mineral para os EUA. Assim, a autora afirma que 
a população está percebendo, aos poucos, a necessidade de se manter o 
fornecimento doméstico (ALTHAF; BABBITT; CHEN, 2021).
Medidas de combate ao lixo eletrônico
Algumas medidas devem ser colocadas em ação, para que haja uma 
diminuição de danos, por exemplo: não substituir o equipamento de 
maneira desnecessária, utilizando-o até o final de sua vida útil e, em 
caso de avaria, considerar a possibilidade de consertá-lo.
Quando falamos em computadores, algumas pessoas decidem 
substituí-los por modelos mais novos e velozes, por considerarem seu 
equipamento atual lento demais. É importante ressaltar que depen-
dendo do uso que essa pessoa faz de seu computador, trocá-lo por 
um modelo com um processador mais veloz não é garantia de obter 
uma melhor performance. Existem outros componentes que garantem 
a performance da máquina, como a memória RAM e o disco rígido. Se 
analisado o equipamento como um todo, na maioria das vezes, o seu 
gargalo atual de arquitetura é o I/O, ou seja, o procedimento de grava-
ção e leitura dos arquivos está presente no disco rígido. Nesse sentido, 
substituir o disco rígido magnético pelos Solid State Drive (SSDs) pode 
estender o tempo de uso de um computador.
Em caso de troca, considere vender seu antigo computador pela 
internet ou doá-lo– instituições de caridade e telecentros (como da 
Prefeitura de São Paulo) aceitam equipamentos antigos em bom esta-
do, ajudando, assim, o meio ambiente e o próximo.
No entanto, sem conserto, a melhor abordagem seria encaminhá-lo 
para reciclagem. Existem postos de coleta para reciclagem em vários 
pontos da cidade, mas, se não quiser se locomover até esses locais, há 
diversas empresas que coletam o lixo eletrônico direto da sua casa e 
de maneira gratuita.
Neuci Bicov do CEDIR diz que cerca de 80% de componentes utiliza-
dos em um computador são recicláveis, já que 68% de suas partes são 
feitas de ferro; 31% de um notebook é plástico; e os dois são recicláveis 
(apud BUZZO, 2012).
34 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
Tecnologia da informação gerando desemprego
O economista britânico John Maynard Keynes, um dos pais da 
macroeconomia, escreveu, em 1930, um artigo chamado Economic 
Possibilities for our Grandchildren (em tradução livre: Possibilidades eco-
nômicas para nossos netos). Considerado extremamente otimista, ele 
imaginou um meio-termo entre a revolução e a estagnação que deixa-
ria os referidos netos muito mais ricos do que seus avós. Isso pode ter 
acontecido, embora não para todos os netos (KEYNES, 1932).
Uma das preocupações admitidas por Keynes (1932), com relação à 
economia da época, foi a epidemia do desemprego tecnológico, uma vez 
que os avanços tecnológicos promoveram a automação das tarefas, subs-
tituindo seres humanos por máquinas. Sabendo que a base da economia 
é o mecanismo do trabalho por salário, sem a opção de trabalhar para 
viver, o sistema econômico, como conhecemos, entraria em colapso.
O passar do tempo nos mostra alguns exemplos de desemprego 
tecnológico. Antigamente, a população mundial trabalhava majorita-
riamente na agricultura. Estima-se que 75% da população do Reino 
Unido trabalhava nesse ramo de atividade no século XVI, despencando 
para 35% apenas três séculos depois, graças aos avanços tecnológicos 
aplicados à lavoura. Atualmente, apenas 3% da população mundial tra-
balha em agricultura, embora a produção mundial tenha aumentado 
muito ao longo dos séculos.
Automações envolvendo TI podem ser observadas em todo territó-
rio nacional, como o bilhete único, o cartão BOM ou outras iniciativas. 
A automação do sistema de cobrança no transporte público teria gera-
do uma legião de cobradores desempregados em âmbito nacional, se 
não fosse pela ação dos sindicatos.
Contra a vontade dos sindicatos metroviários, a Linha 4 do Metrô de 
São Paulo foi privatizada para o consórcio ViaQuatro, que implemen-
tou um sistema de trens driverless, dispensando a necessidade de um 
condutor. O que, no entanto, poucas pessoas sabiam, é que essa auto-
mação, possível apenas pela aplicação de TI, já foi instaurada há anos 
nas outras quatro linhas paulistanas, nas quais o condutor só opera 
em casos de emergência. Além disso, há décadas, os bancários estão 
sendo substituídos por caixas eletrônicos e internet banking. 
TI sustentável e TI insustentável 35
Nesse sentido, alguns ramos de atividade têm maiores pontos per-
centuais de automação e, por consequência, maior risco de desapareci-
mento de vagas, como podemos ver no estudo de Frey e Osborne (2013), 
The Future of Employment: How Susceptible are Jobs to Computerisation?, 
como mostra a tabela a seguir.
Tabela 1
Probabilidade de a automação reduzir vagas por ramo de atividade.
Ramo de atividade Probabilidade
Telemarketing 99%
Contadores e auditores 94%
Vendedor de varejo 92%
Escritores técnicos 89%
Corretores de imóveis 86%
Processadores de texto e digitadores 81%
Maquinistas 65%
Pilotos comerciais 55%
Economistas 43%
Ramo de atividade Probabilidade
Tecnólogos na área da saúde 40%
Atores 37%
Bombeiros 17%
Editores 6%
Engenheiros químicos 2%
Clero 0,8%
Treinadores atléticos 0,7%
Dentistas 0,4%
Terapeutas recreacionais 0,3%
Fonte: Kambayashi, 2021. 
(Continua)
36 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
Depois que Watson, o supercomputador de reconhecimento de pa-
drões da IBM, venceu os melhores competidores humanos no Jeopardy 
– o mais popular quiz show de conhecimentos gerais da América –, 
quais serão os limites para a informatização? Sem falarmos na geração 
de novos empregos, desenvolvendo novas colocações que ainda nem 
conhecemos, mas que, com certeza, surgirão.
Comércio eletrônico x comércio tradicional
O surgimento da internet revolucionou as comunicações no mundo 
todo. Essa mesma revolução mudou vários hábitos e costumes, entre 
eles os comerciais. O mercado de eletrônicos está se desenvolvendo 
rapidamente no Brasil, e podemos considerar como causas:
 • os problemas de segurança e mobilidade urbana nas 
grandes cidades;
 • um maior número de pessoas acessando a internet (4,1 bilhões 
de usuários a utilizam, sendo 53,6% da população mundial);
 • o crescimento expressivo do acesso de banda larga;
 • os brasileiros se sentirem cada vez mais confortáveis para realizar 
suas compras on-line – a grande adoção dos sistemas bancários 
pela internet, redes sociais e sites de compras coletivas denota a 
propensão para a adesão de novas tecnologias e costumes.
Em 2020, o e-commerce cresceu 73,88% no Brasil, representan-
do 14,4% do comércio de varejo, exceto por veículos, materiais de 
construção e peças. 
Se os shoppings tornaram a sobrevivência das lojas convencionais 
de rua cada vez mais difícil, a mudança nos novos hábitos de consumo, 
cada vez mais adotados pelas novas gerações, deve colocar essa moda-
lidade de comércio à beira da extinção nas próximas décadas. Isso sem 
falarmos, ainda, da pandemia de Covid-19, que contribuiu muito para 
que o comércio eletrônico crescesse. 
CONCLUSÃO 
Devemos ter a consciência de que os equipamentos eletrônicos po-
dem ter uma vida útil maior, bem como de que existe a possibilidade de 
consertarmos nosso equipamento, e não simplesmente descartá-lo.
O livro Sustentabilidade 
empresarial e mercado 
verde aborda a sustentabi-
lidade ambiental por meio 
de um embasamento 
teórico, fundamentado 
em boas iniciativas e 
atitudes inspiradoras 
sobre o tema. 
ALVES, R. R. São Paulo: Vozes, 2019. 
Livro
TI sustentável e TI insustentável 37
Outra reflexão que fica – não só para pensarmos, mas também para 
agirmos – é realizarmos o descarte corretamente, de modo a não prejudi-
car o meio ambiente.
Quando falamos em computadores, as pessoas optam por substituí-lo 
por modelos mais novos, considerando seu equipamento atual ultrapas-
sado. É importante frisar que, dependendo do uso que essa pessoa faz de 
seu equipamento, trocá-lo por um modelo com um processador mais veloz 
não é garantia de melhora. Sabemos que existem outros componentes que 
garantem a eficácia da máquina, como a memória RAM e o disco rígido. 
Além disso, em caso de troca, pense em vender seu antigo computa-
dor pela internet, ou doá-lo para instituições de caridade e telecentros 
(como da Prefeitura de São Paulo), os quais aceitam computadores anti-
gos em bom estado, contribuindo, assim, ao meio ambiente e ao próximo. 
Por fim, se seu equipamento não tiver conserto, a melhor conduta seria 
encaminhá-lo para reciclagem. 
Pudemos verificar, neste capítulo, também, que a tecnologia das au-
tomações geraram algum desemprego em algumas áreas. Porém, é im-
portante ressaltar novos empregos sendo criados. O comércio eletrônico 
cresceu muito, principalmente durante a pandemia; com isso, houve uma 
evolução com relação à sustentabilidade, pois, comprando on-line, as pes-
soas saem menos de carro e utilizam menos o transporte público.
ATIVIDADES
Atividade 1
Sabemos que a exposição ao lixo eletrônico causa sérios danos à 
nossa saúde devido aos elementos tóxicos contidos nele. Quais 
são os principais elementos, e os mais sérios danos causados por 
eles?
REFERÊNCIAS
ACCENTURE. Cloud computing and sustainability: the environmental benefits of moving 
to the cloud. WSP, 2010. Disponível em: https://download.microsoft.com/download/A/F/F/AFFEB671-FA27-45CF-9373-0655247751CF/Cloud%20Computing%20and%20
Sustainability%20-%20Whitepaper%20-%20Nov%202010.pdf. Acesso em: 28 maio 2021.
ALTHAF, S.; BABBITT, C. W.; CHEN, R. The evolution of consumer electronic waste in the 
United States. Journal of Industrial Ecology, v. 25, n. 3, p. 693-706, 2021.
BRASIL. Decreto n. 5.622, de 19 de Dezembro de 2005. Diário Oficial da União, Poder 
Executivo, Brasília, DF, 20 dez. 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2005/decreto/d5622.htm. Acesso em: 28 maio 2021.
https://download.microsoft.com/download/A/F/F/AFFEB671-FA27-45CF-9373-0655247751CF/Cloud%20Computing%20and%20Sustainability%20-%20Whitepaper%20-%20Nov%202010.pdf
https://download.microsoft.com/download/A/F/F/AFFEB671-FA27-45CF-9373-0655247751CF/Cloud%20Computing%20and%20Sustainability%20-%20Whitepaper%20-%20Nov%202010.pdf
https://download.microsoft.com/download/A/F/F/AFFEB671-FA27-45CF-9373-0655247751CF/Cloud%20Computing%20and%20Sustainability%20-%20Whitepaper%20-%20Nov%202010.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5622.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5622.htm
38 Liderança, cidadania, ética e tecnologia sustentável
BREMBATTI, K. Empresas reduzem uso de papel. Gazeta do Povo, 24 jul. 2012. Disponível 
em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/empresas-reduzem-uso-de-
papel-2ja451sftxqmb9ntm8suo18we/. Acesso em: 26 jul. 2021.
BUZZO, B. S. Universidade brasileira desenvolve técnica para reciclar placas de circuitos. 
Ecycle, 24 set. 2012. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/component/content/
article/8-tecnologia-a-favor/1059-universidade-brasileira-desenvolve-tecnica-para-
reciclar-placas-de-circuitos.html. Acesso em: 28 maio 2021.
DELBONI, R. Home Office é solução? Exame Abril, 2013.
FREY, C. B.; OSBORNE, M. A. The future of employment: How susceptible are jobs to 
computerisation? Technological Forecasting and Social Change, v. 114, n. C, p. 254-280, 2017.
KEYNES, J. M. Economic Possibilities for our Grandchildren. In: KEYNES, J. M. Essays in 
Persuasion. Nova York: Harcourt Brace, 1932. p. 358-373. Disponível em: https://www.
aspeninstitute.org/wp-content/uploads/files/content/upload/Intro_and_Section_I.pdf. 
Acesso em: 26 jul. 2021.
SAIBA mais sobre as vantagens do home office sustentável. Ecologia Urbana, 2014. 
Disponível em: http://www.ecologiaurbana.com.br/ conscientizacao/saiba-vantagens-
home-office-sustentavel/. Acesso em: 28 maio 2021. 
SILVA, R. S. da. Educação a distância e sustentabilidade amazônica: desafio pós-modernos. 
Dialógica (Manaus. Online) , v. 1, p. 1-10, 2007.
SEETHARAM, A. et al. Shipping to streaming: Is this shift green? 2010. Disponível em: http://
none.cs.umass.edu/papers/pdf/green07q-seetharam.pdf. Acesso em: 28 maio 2021.
TI PODE FAZER MUITO MAIS PELO MEIO AMBIENTE, acredita Green Peace. Computer World, 
9 fev. 2012. Disponível em: https://computerworld.com.br/acervo/ti-pode-fazer-muito-
mais-pelo-meio-ambiente-acredita-greenpeace/. Acesso em: 28 maio 2021.
WANG, Q. et al. Global budget and radiative forcing of black carbon aerosol: Constraints 
from pole-to-pole (HIPPO) observations across the Pacific. Journal of Geophysical Research: 
Atmospheres, v. 119, n. 1, p. 195-206, 2014. Disponível em: https://agupubs.onlinelibrary.
wiley.com/doi/epdf/10.1002/2013JD020824. Acesso em: 26 jul. 2021.
WIRED FEATURES NETFLIX IN GREEN BUSINESS STORY. Hacking Netflix, 2008. Disponível 
em: http://www.hackingnetflix.com/2008/01/wired-features.html. Acesso em: 28 maio 
2021.
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/empresas-reduzem-uso-de-papel-2ja451sftxqmb9ntm8suo
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/empresas-reduzem-uso-de-papel-2ja451sftxqmb9ntm8suo
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/8-tecnologia-a-favor/1059-universidade-brasileir
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/8-tecnologia-a-favor/1059-universidade-brasileir
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/8-tecnologia-a-favor/1059-universidade-brasileir
https://www.aspeninstitute.org/wp-content/uploads/files/content/upload/Intro_and_Section_I.pdf
https://www.aspeninstitute.org/wp-content/uploads/files/content/upload/Intro_and_Section_I.pdf
http://www.ecologiaurbana.com.br/ conscientizacao/saiba-vantagens-home-office-sustentavel/
http://www.ecologiaurbana.com.br/ conscientizacao/saiba-vantagens-home-office-sustentavel/
http://none.cs.umass.edu/papers/pdf/green07q-seetharam.pdf
http://none.cs.umass.edu/papers/pdf/green07q-seetharam.pdf
https://computerworld.com.br/acervo/ti-pode-fazer-muito-mais-pelo-meio-ambiente-acredita-greenpeace/
https://computerworld.com.br/acervo/ti-pode-fazer-muito-mais-pelo-meio-ambiente-acredita-greenpeace/
https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/2013JD020824
https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/2013JD020824
Diversidade e tecnologia 39
3
Diversidade e tecnologia
Ao final do estudo deste capítulo, você será capaz de:
 • entender a influência negra e indígena em nossa cultura;
 • refletir sobre as questões étnicas, raciais e diversidade, re-
lacionando-as com a área de TI;
 • compreender a necessidade do uso da ética na área de TI.
Objetivos de aprendizagem
3.1 Empresas e cotidiano 
Vídeo A diversidade começa no cliente, sendo que as empresas valorizam 
a capacidade dos gestores de se antecipar às mudanças dos desejos 
dos consumidores.
Uma das experiências globais mais importantes sobre o tema é bra-
sileira: a do FIAT Mio, em 2010. A montadora criou um site para rece-
ber propostas de um novo carro que seria desenvolvido inteiramente 
pelos interessados, fossem eles clientes ou não. O projeto exigiu uma 
organização típica de raciocínio complexo por parte da empresa. Foi 
elaborada uma plataforma técnica de recepção, a qual recebeu 11.000 
propostas diferentes e selecionou as ideias mais relevantes que foram 
discutidas em times multidisciplinares até se chegar a um modelo coe-
rente. Desenho, motor, tecnologia embarcada, ergonomia e outros 
pontos foram sendo integrados em conjuntos de funcionalidades com 
sentido para a engenharia e produção.
Dito de outra forma, as equipes tiraram proveito das diversas pro-
postas recebidas, as quais apresentavam, às vezes, muitas diferenças 
entre si, mas que também apontavam para a necessidade de se repen-
sar velhas fórmulas de desenvolvimento de carros. A gestão da recep-
ção das sugestões exigiu também meios técnicos para protocolar a sua 
40 Liderança, Cidadania, Ética e Tecnologia Sustentável
entrada, a fim de cumprir o prazo de retorno da equipe de engenheiros 
e avaliadores. Foram organizados fóruns entre os interessados e os 
que enviaram ideias para aprimorar as sugestões e críticas. Mais uma 
vez o raciocínio complexo esteve presente.
Os resultados na imprensa, na imagem da marca e nos meios de 
comunicação foram impressionantes: mais de 3 milhões de visitas em 
160 países. O caso foi citado em pelo menos cinco livros e 100 revistas 
de 4 países diferentes. Em todo o mundo, blogs e imprensa se referi-
ram espontaneamente à experiência da montadora brasileira. Enfim, 
o sucesso de marketing foi enorme pela abertura aos interessados. 
Mais do que a experiência em si, o ponto mais importante é consolidar 
a visão do Creative Commons (criação coletiva), que permite comparti-
lhar livremente o conteúdo entre usuários.
O cliente queria mais e procurava um canal para dizer isto. Reconhecer 
esse ponto exigiu que o projeto praticasse a interatividade em uma esca-
la inédita e antecipasse o que alguns autores chamam de CRM social, que 
é a integração das redes dos clientes com as possibilidades de negócios. 
Nessa nova teia, os clientes ditam do seu jeito muitas das regras do negócio, 
como: o canal, o desenvolvimento compartilhado (clientes/empresa), o tem-
po e o ciclo de vida do produto. Da mesma forma, esse novo padrão exige 
grande capacidade de organização da empresa para entender e responder 
satisfatoriamentea todos os interessados. A interatividade e a liberdade de 
expressão sofisticam a diversidade como se entendia até então, e o FIAT 
Mio antecipava, naquele momento, o potencial atual das redes sociais.
Recentemente, a fim de antecipar o lançamento do modelo FIAT 
Línea, antes da campanha na mídia, a empresa voltou a usar o Creative 
Commons. Para isso, um blog visando apoiar o lançamento do mode-
lo por meio de entrevistas com executivos, engenheiros, funcionários 
e responsáveis foi disponibilizado. Na mesma campanha, a empresa 
enfatizou as contribuições do caso FIAT Mio para a nova cultura de co-
laboração entre empresa, clientes e interessados no desenvolvimento 
da indústria automobilística.
A diversidade dos desejos dos clientes expressa também o cuidado 
que se deve ter com as totalizações. É necessário construir filtros para 
que as equipes de análise possam retirar desses desejos interpreta-
ções concisas. Além disso, as equipes precisam ser rápidas. Vale dizer 
que precisam ter acesso confiável à informação por meio de platafor-
Diversidade e tecnologia 41
mas tecnológicas adequadas, consultar documentação dos projetos 
dos carros, saber justificar a recusa de modo convincente e totalizar as 
sugestões pelo seu conteúdo.
Números contabilizados em tempo real (08/04/2013)
2.313.914 – visitantes únicos
17.768 – comentários postados
33.808 – ideias enviadas
29.058 – participantes cadastrados
Figura 1
Números do projeto
Fonte: Godoy (2013).
3.1.1 As empresas
O título acima, no plural, expressa o fato de que existem diferenças 
(diversidades) entre as empresas no que diz respeito a como abordar 
os meios de comunicação com o cliente nas suas estratégias e dese-
nhos de negócios.
Três pesquisas pioneiras de Tapscott e Willians (2007) já antecipa-
vam tendências de colaboração em massa, denominada Wikinomics1, 
como novas formas de organização de negócios. Em comum, nessas 
pesquisas foi identificada a substituição crescente dos modelos com 
base na hierarquia para modelos colaborativos, auto-organizados e 
comunitários. A adoção de novas e amplas formas de comunicação 
por meio de blogs e chat rooms tem sido cada vez mais frequente para 
exercitar o diálogo desde os primeiros protótipos.
O consumidor deixa de ser o receptor de um produto ou de um 
serviço e se converte no que se denomina prosumers, ou seja, consumi-
dores que produzem bens em conjunto, além de produtos e serviços 
com as empresas por meio de vários canais de comunicação.
Ainda segundo os autores, o termo colaboração deixou de ser pes-
soal, passando a se referir a redes de negócio e de inovação. Incorpo-
rou novos sentidos, como: peer production, que fortalece habilidades, 
engenhosidade e inteligência para pensar além de cumprir tarefas 
42 Liderança, Cidadania, Ética e Tecnologia Sustentável
preestabelecidas. A rede de voluntários (outro ângulo da diversidade) 
para a colaboração massiva permite exemplos inesperados: quando 
houve o ataque aos trens de Londres, em 2005, após 18 minutos da 
explosão tudo havia sido postado na Wikipedia.
O peer production gera ainda uma série de vantagens. Sendo que 
a colaboração permite que as empresas poupem dinheiro. A IBM es-
timava economizar 900 milhões de dólares com as contribuições das 
comunidades de clientes ao redor do mundo que apontam defeitos, 
melhores formas de operar softwares e outras sugestões. As empresas 
também aproveitam para recolher ideias de produtos complementares.
Mas, para praticar o peer production externamente, é necessário 
saber praticá-lo internamente, cotidianamente, por meio de regras 
claras, transparência e governança no acesso a informações. Os gru-
pos de trabalho devem ter a coragem de olhar para as ineficiências 
da empresa e buscar novas soluções. Isso pressupõe relatórios claros, 
entendimento dos produtos realmente disponíveis para o mercado e 
a seleção de empresas parceiras capazes de comercializar ideias ainda 
não implementadas. Afinal, esses projetos são investimento em capi-
tal intelectual e a sua venda contribui para novos projetos. A empresa 
compradora ganha tempo em pesquisa e desenvolvimento.
Citaremos o exemplo da Procter & Gamble (empresa do setor far-
macêutico) que utilizou a empresa yet2.com ao descobrir que apenas 
10% das suas patentes eram convertidas em produtos. Ao todo, eram 
27.000 patentes depositadas com um custo de 1,5 bilhão de dólares em 
pesquisa e desenvolvimento (P&D). A empresa refez também a sua filo-
sofia de investimento em pesquisa. Outro exemplo é a IBM, que obteve 
1 bilhão de dólares com o licenciamento de tecnologias.
A empresa deve olhar para os seus colaboradores como seu público 
interno dentro de uma visão estratégica para praticar o raciocínio com-
plexo com o cliente externo. Dito de outra forma: só é possível atender 
bem ao cliente se o público interno também for bem atendido.
Por exemplo a 3M, que desenvolveu diversos mecanismos de atra-
ção dos seus colaboradores como: ambiente de trabalho, equipamen-
to, salários, benefícios e a possibilidade de desenvolver pesquisas 
próprias, empregando até 15% do seu tempo por meio de projetos 
aprovados pelos comitês técnicos.
Diversidade e tecnologia 43
O sucesso obtido pela empresa demonstra as vantagens de um 
plano de desenvolvimento bem definido para a comunidade técnica e 
negociado com os seus membros por meio de regras claras de projeto.
Vale a pena destacar que a negociação é mais um dos aspectos da 
diversidade. Nessa direção, a empresa também valoriza os reconheci-
mentos interno e externo para os membros do seu corpo técnico. Prê-
mios internos e externos são divulgados amplamente e usados como 
critério de promoção e financiamento de projetos.
As métricas de avaliação de projetos obedecem a dois critérios 
básicos:
1. New Product Introdution (que descreve como o pesquisador deve 
organizar o projeto),
2. NPVI New Product Vitality Index (que mede a porcentagem de 
vendas dos produtos lançados nos últimos cinco anos). 
Esse último reflete a importância de considerar o lançamento de 
produtos (inovação) como base para a rentabilidade da empresa. A ca-
pacidade de lançar produtos é o critério de promoção para os profissio-
nais técnicos na empresa que, no mais alto escalão, assumem a direção 
das plataformas tecnológicas.
De acordo com Serafim (2011), a 3M adota outra prática típica do ra-
ciocínio complexo: a interação entre pesquisadores direcionados para 
o mercado e clientes visitando a organização. Uma via de mão dupla 
para manter as redes de comunicação atualizadas ao apresentar a ino-
vação e todos os públicos da organização.
Podemos encontrar diversos exemplos de aplicação do Creative 
Commons em andamento nas empresas. Em todos eles, novas so-
luções do que é denominado Creative People também estão sendo 
feitas. O desafio não está na aceitação do conceito anterior, mas na 
sua aplicação ao cotidiano das empresas. Nele, diversos preconceitos 
devem ser rompidos, não por modismo (outro preconceito), mas por 
necessidade. As pessoas que atuam na área de TI não atuam apenas 
para as formas tradicionais de hardware e software, como a compra de 
equipamentos, redes e outros, elas são consideradas também para ati-
vidades estratégicas que englobam a gestão de contratos e indicadores 
de qualidade dos serviços.
44 Liderança, Cidadania, Ética e Tecnologia Sustentável
3.1.2 A ética e a cidadania nas empresas
As empresas são instituições econômicas e possuem uma função 
social, sendo assim, têm obrigação de ser éticas e cumprir normas e 
leis, respeitando seus colaboradores em sua totalidade. Todos os co-
laboradores devem ser tratados conforme mandam os direitos hu-
manos, sem que haja tratamento diferente para quaisquer pessoas, 
independentemente de gênero, etnia, ou classe social.
As instituições além de terem propostas políticas, sociais, jurídicas e 
éticas, apresentam também a consciência social com os clientes e com 
a sociedade como um todo. Dessa forma, os desafios surgem em forma 
de missão,

Outros materiais