Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CLÍNICA II – BÁRBARA ALBUQUERQUE AZEVEDO FATORES MODIFICADORES DA DOENÇA PERIODONTAL INTRODUÇÃO o Fatores que podem modificar a susceptibilidade do hospedeiro para a doença periodontal e o fenótipo clínico da doença. → Extensão, gravidade, progressão e resposta à terapia. o Principais fatores modificadores: diabetes melito e tabagismo. o Potenciais modificadores da saúde periodontal: → Diabetes melito. → Tabagismo. → Obesidade e nutrição. → Osteoporose e osteopenia. → Estresse psicossocial. → Gravidez. → Medicamentos: anovulatórios orais, anticonvulsivantes, imunossupressores, bloqueadores dos canais de cálcio. → HIV/ AIDS. → Alterações hematológicas e genéticas e síndromes associadas ao diagnóstico na categoria IV “periodontite como manifestação de doenças sistêmicas”. DIABETES MELITO o Defeitos na produção de insulina, na ação da insulina ou ambos. → Metabolismo anormal da glicose. o Hiperglicemia resultante está associada à várias complicações e compromete todos os órgãos do organismo. → Inclusive tecidos periodontais. o Comprovadamente um importante fator de risco para periodontite. MECANISMOS DE ASSOCIAÇÃO o Resposta do hospedeiro à ameaça bacteriana impulsiona a maior suscetibilidade para a DP nos diabéticos. o Comprometimento da função dos neutrófilos. → Propicia persistência bacteriana. → Aumenta a destruição periodontal. o Aumento dos níveis de mediadores pró- inflamatórios nos diabéticos. → Líquido crevicular gengival. o Diminuição na produção de colágeno e o aumento da atividade colagenolítica pelos fibroblastos da gengiva e do ligamento periodontal. o Resposta hiperinflamatória das células do epitélio oral. o Aumento da produção e acúmulo dos produtos da glicação avançada. o Reparo tecidual comprometido. APRESENTAÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE PERIODONTAL COM DM o Sinais clínicos e radiográficos acentuados de periodontite. → Inflamação gengival, aumento da formação de bolsas periodontais, aumento de perda de inserção, óssea e de dentes. o Diabéticos com controle glicêmico insatisfatório correm maior risco de apresentarem periodontite grave. o Diabéticos não controlados podem apresentar abscessos periodontais atuais ou recorrentes. MANEJO DO PACIENTE o Conscientização da doença oral pelos diabéticos é baixa. → Dentistas devem orientar o paciente diabético. o Fazer uma anamnese completa com foco no entendimento do perfil metabólico do paciente. o Estabelecer comunicação com o médico responsável. o Realizar uma avaliação intraoral cuidadosa e um exame periodontal abrangente. o Abordar outros fatores de risco existentes, como o tabagismo ou sobrepeso/obesidade. o Considerar as comorbidades e outras complicações, como hipertensão arterial, doença vascular ou nefropatia. o Terapia inicial deve focar no controle de infecções agudas, caso existentes. → Essas infecções exercem efeitos adversos no controle glicêmico. o Instrução de higiene oral. o Prevenção, reconhecimento precoce e manejo de episódios de hipo e hiperglicemia. → Consultas preferencialmente pela manhã e de preferência breves, atraumáticos e indolores (anestesia profunda). o Hipoglicemia: tremor, fraqueza, fome, pele fria e úmida e enjoo, e os sintomas tardios incluem comportamento bizarro, confusão mental, hipotensão e perda da consciência. o Hiperglicemia: desorientado, com sede, fadigado ou enjoado, com respiração rápida e profunda, pele quente e seca, hálito frutado e pode progredir para hipotensão e a perda da consciência. TABAGISMO o Vários efeitos sob a cavidade oral. → Varia de simples escurecimento dentário ao câncer. o Importante fator de risco para a DP. o Efeitos sobre o periodonto são dose- dependentes e evidentes principalmente em indivíduos mais jovens. o Tabagista passivo também sofre efeitos sobre o periodonto. MECANISMOS DE ASSOCIAÇÃO o O tabagismo tem a capacidade de alterar a composição da microbiota oral, tornando-a mais patogênica. → No que diz respeito à qualidade e não à quantidade de MO. o Fumaça do cigarro diminui a migração e quimiotaxia dos neutrófilos no periodonto. o Diminuição no número de linfócitos T e B. o Recrutamento e a adesão dos fibroblastos do ligamento periodontal e da gengiva são afetados negativamente nos tabagistas. o Produção de colágeno diminuída e atividade colegenolítica aumentada. o Vasoconstrição periférica e redução da microvasculatura periodontal. → Mascaramento dos sinais clínicos de inflamação (sangramento à sondagem). o Aumento da liberação de citocinas pró- inflamatórias. o Fumantes passivos: aumento da cotinina salivar (metabolito da nicotina), níveis mais altos de mediadores inflamatórios e resposta alterada do hospedeiro à ameaça bacteriana. APRESENTAÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE PERIODONTAL TABAGISTA o Efeitos orais do tabagismo se tornam evidentes frequentemente no início do uso do tabaco. o Sinais de perdas ósseas, de inserção e dentária. o Bolsas mais profundas nas regiões anteriores e palatinas posteriores. o Tabagismo mascara outros sinais clínicos importantes de gengivite e periodontite. → Menos sangramento gengival e sangramento à sondagem. o Gengiva fibrótica, eritema e edema gengival limitado em relação à quantidade de placa e à gravidade da perda óssea subjacente. o Resposta à terapia é comprometida nos fumantes. → Menos redução de profundidade à sondagem e/ou ganho de inserção. o Apresentação clínica pós-tratamento de um fumante pode não ser compatível com o perfil esperado de um paciente tratado. MANEJO DO PACIENTE o Informar ao paciente do risco aumentado de resposta limitada ou tardia ao tratamento. → Motivar o paciente ao abandono do tabagismo. o Intervenção mais abrangente, que inclua oferecer aconselhamento para deixar o tabagismo, com terapia farmacológica e acompanhamento de suporte, é ideal. o Pacientes complexos, como aqueles que sofrem de transtornos psiquiátricos ou comorbidades clínicas, devem ser encaminhados para especialistas/clínicas para parar de fumar. ESTRESSE PSICOSSOCIAL o Fator de risco importante para doenças periodontais necrosantes. o Efeitos indiretos no periodonto: → Higiene oral comprometida. → Falta às visitas ao dentista. → Deterioração do controle metabólico do DM. → Aumento do tabagismo. → Incapacidade de manter hábitos alimentares saudáveis. o Efeitos diretos no periodonto: → Alteração da composição do biofilme subgengival. → Exagero da resposta inflamatória do hospedeiro. o Níveis de marcadores de estresse salivar e sérico foram associados positivamente à magnitude e à gravidade da periodontite.
Compartilhar