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1 ° POR QUE ESTUDAR MEDICINA PERIODONTAL? ➢ Conceito de MP: é uma subárea da periodontia e possui riqueza de estudos e o seu termo foi descrito em 1996. ➢ Sinaliza a linha de pesquisa que investiga a relação da periodontite e outras doenças no corpo. ➢ Periodontite agravando doenças ou sendo um agente causador de doenças. ➢ Eras da periodontia: 1) Relação patógeno e hospedeiro (etiologia da periodontite). 2) Fatores de risco que permeiam a periodontite. 3) Medicina periodontal. ° EPIDEMIOLOGIA: ➢ Prevalência de 50%; ➢ 6° doença mais prevalente no mundo; ➢ 11% forma grave (estágios III e IV); ➢ Causa perda dos tecidos de suporte, perdas dentárias, comprometimento nutricional, da fala e da autoestima e redução da qualidade de vida. ° CONCEITOS DA ETIOPATOGENIA: ➢ Periodontite é uma doença crônica inflamatória, multifatorial associada a um biofilme disbiótico. ➢ Depende de uma disbiose, inflamação crônica e de uma disfunção imunológica. ➢ Causa um comprometimento da homeostase. ➢ Progride para perda de inserção periodontal e perda óssea. ° DCNT: DOENÇA CRÔNICA NÃO TRANSMISSÍVEL ➢ Está relacionada a muitas doenças. ➢ Possuem um impacto muito grande a saúde: 1) Câncer, diabetes, doença cardiovascular aterosclerótica e infecções respiratórias. ➢ 2/3 das doenças crônicas não transmissíveis que levam a morte estão relacionadas a: 1) Tabagismo, alcoolismo, desnutrição e sedentarismo. ° ULCERAÇÃO EPITELIAL ➢ Ponto que relaciona a periodontia com a possibilidade de causar outras doenças. ➢ Acontece no tecido periodontal quando tem a doença instalada. ° PRINCIPAIS RELAÇÕES DOCUMENTADAS ✓ PERIODONTITE E DOENÇAS CARDIOVASCULARES: ➢ As principais são as ateroscleróticas que possuem um processo de formação de placas ateroma. ➢ Conceito de ativação endotelial: I. Quando se tem um estímulo microbiano/inflamatório o endotélio vascular vai expressar moléculas de adesão. II. Monócitos que estão na luz do vaso vão reconhecer essas moléculas de adesão e vão se aderir a elas e fazem uma migração para o subendotélio, se transformando em macrófago dentro do tecido. III. Esses macrófagos começam a capturar a LDL oxidada, e vai tornando essa célula espumosa, acumulando lipídios 2 e em algum momento sofre apoptose. IV. E com isso se forma uma placa que é a mistura de vários componentes, chamada de placa de ateroma. V. Além disso, os patógenos periodontais que também estão na corrente sanguínea ajudando a fazer essa ativação endotelial, o próprio patógeno periodontal pode fazer essa migração subendotelial, ajudando a aumentar o tamanho da placa de ateroma. VI. Os patógenos periodontais ainda vão fazer uma proliferação de células no músculo liso, fazendo uma maturação dessa placa de ateroma. VII. Depois essa placa pode se soltar, circular e formar trombos e trombose. ➢ A incidência de doença aterosclerótica é maior em indivíduos com periodontite, logo é necessário que na clínica eles sejam avisados e alertados para o perigo. ➢ A terapia periodontal não cirúrgica em um paciente com doença aterosclerótica, se consegue melhorar algumas condições desse paciente. ➢ O tratamento periodontal ele reduz a inflamação, por que reduz os mediadores, como proteína C reativa, interleucina, reduzindo a inflamação local e sistêmica, melhora a dilatação fluxo-mediada, reduz pressão arterial, reduz a espessura da carótida e reduz o LDL, tendo impacto na redução dos riscos para pessoas que possuem doenças cardiovasculares. ➢ O tratamento periodontal melhora fatores de riscos para doenças cardiovasculares. ✓ PERIODONTITE E DIABETES: ➢ No manejo inicial deve ser direcionado para o cirurgião dentista para um exame periodontal. ➢ A prevalência, a incidência e a progressão da periodontite, bem como a taxa de perda dentária são maiores em pacientes com diabetes e controle glicêmico deficiente. ➢ Em crianças e adolescentes, a gengivite também tem sido reportada. ➢ Todas essas condições podem impactar na redução da qualidade de vida dos pacientes. ➢ Indivíduos diabéticos com periodontite apresentam complicações do diabetes mais graves do que aqueles com pouca ou nenhuma periodontite. ➢ Relação entre periodontite e diabetes é bidirecional. ➢ Redução de HbA1c e glicose plasmática em jejum em 3-4 meses após o tratamento periodontal não cirúrgico. ➢ Se tem uma infecção periodontal gram-negativa que promove uma inflamação sistêmica → promove resistência aumentada a insulina → e com isso se tem um pior controle glicêmico. ➢ Se faz um tratamento periodontal no paciente com diabetes → tem uma diminuição da inflamação sistêmica → melhora a sensibilidade a insulina → melhora o controle sistêmico. ➢ Periodontite: I. Diagnosticada: tratamento periodontal. II. Não diagnosticada: cuidados preventivos, monitoramento regular (periograma). ✓ PERIODONTITE E DESFECHOS ADVERSOS DA GESTAÇÃO: ➢ Periodontite é um reservatório de bactérias anaeróbicas gram-negativas, lipopolissacarídeos e citocinas. ➢ É considerada uma ameaça para a unidade fetoplacentária (parto prematuro e baixo peso). ➢ Citocinas da periodontite que estão relacionas com a ruptura prematura das membranas ou com estímulos a contrações uterinas. ➢ Baixo peso no nascimento: TNF-alfa. ➢ Autores sugerem que o tratamento periodontal deve ser recomendado antes da concepção, pois no 2° e 3° trimestre não teve reversão dos efeitos. 3 ✓ MEDICINA PERIODONTAL NA PRÁTICA CLÍNICA: ➢ Redução de internações quando se faz um acompanhamento periodontal. ➢ Papel do cirurgião dentista: 1) Informar aos pacientes que a periodontite é fator de risco para outras doenças. 2) Pacientes com doenças crônicas não transmissíveis precisam de acompanhamento periodontal. 3) Agir e referenciar nosso papel de mudanças no comportamento dos pacientes. 4) Aumentar nosso conhecimento sobre recomendações efetivas em saúde. 5) Estratégias de manejo. 6) Reconhecer nossa influência em saúde. 7) Pratica preventiva moderna baseada na identificação do risco dos indivíduos. 8) Importância da avaliação nutricional e aconselhamento de dieta saudável. 9) Redução do consumo de açúcar (cárie, gengivite e periodontite). ➢ Nosso papel no diagnóstico: 1) Evidenciação de placa 2) Hábitos de higiene bucal 3) Sondagem periodontal. ➢ Nosso papel no tratamento: 1) Tratamento periodontal. 2) Referenciar para programas de abandono do tabagismo. 3) Aconselhamento nutricional. 4) Motivação de atividade física. 5) Colaboração com especialistas de outras áreas. 6) Sempre que identificar fatores de risco para periodontite e doenças cardiovasculares e diabetes que sejam modificáveis (relacionados com o estilo de vida): devem ser discutidos nas consultas odontológicas no contexto de uma terapia periodontal abrangente. 7) Doenças cardiovascular aterosclerótica: terapia periodontal não-cirurgia deve ser realizada em sessões de 30-45 minutos no máximo para minimizar o risco de inflamação sistêmica aguda. 8) Gestantes e mulheres em idade fértil: entender que é essencial sempre estar monitorando e fazendo avaliação periodontal. 9) Paciente gestante e estável: esperar o segundo trimestre da gestação. 10) Pacientes gestantes com periodontite em estágio moderado a grave: fazer o tratamento periodontal imediatamente. 11) Paciente com periodontite pode ter relação direta com as infecções respiratórias incluindo covid-19. 12) Periodontite e obesidade: fator de risco para o desenvolvimento da periodontite.
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