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ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI 1 Ler/dort CONCEITOS GERAIS LER: Lesão por esforço repetitivo DORT: Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho Causa: uso muscular excessivo, fator emocional, sobrecarga Quadro clinico: dor crônica, formigamento, dormência, fadiga Conduta: trabalhador deve ser afastado do trabalho, faz notificação, solicita e acompanha a emissão da CAT pela empresa e preenche o LEM. Realizar orientações previdenciárias e trabalhistas. FATORES DE RISCO: Físicos ou biomecânicos: movimento repetitivo excessivo, força muscular exagerada, postura prolongada ou incorreta, condicionamento físico insuficiente. Fatores organizacionais: problemas de comunicação com a chefia ou com os colegas, ausência de rodízios e pausas na organização do trabalho. Fatores psicossociais: Relacionados a quadros de ansiedade, depressão, estresse ocupacional. EPIDEMIOLOGIA: DIAGNOSTICO: EF + ANAMNESE Já da pra ter hipótese Solicita exame complementar, se necessário só TENDINITES Tendão: fixam os músculos nos ossos Bainhas sinovial: permite o deslizamento dos tendões pelas articulações, com menos atrito Tenossinovites: inflamação do tendão + bainha sinovial OMBRO- TENDINITE DO MANGUITO ROTADOR MANGUITO ROTADOR: Supraespinhoso 15-30º elevação (deltoide) e abdução Infraespinhosos e redondo menor rotação externa/lateral Subsescapular rotação interna/medial Fatores predisponente: idade > 30 anos, acrômio curvo ou ganchoso, atividades ou esportes com os braços acima do ombro (ex.: voleibol, natação) QUADRO CLINICO/DIAGNOSTICO Dor na face lateral do ombro Piora com movimentos acima da cabeça A. TESTE DO SUPRA-ESPINHAL Elevação ativa do MS com extensão e rotação neutra, contra a resistência do examinador Resposta: dor na face anterolateral com ou sem diminuição da força musc Sugestivo de tendinite ou rotura do tendão. B. TESTE DE JOBE manguito = ao D. Mas, com o MS em rotação interna, posição que sensibilidade a tensão exercida no tendão do SupraEspinhal. ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI 2 C. TESTE DO INFRA-ESPINHAL MS ao lado do tórax e o em 90º de flexão. Solicita-se p/ o pcte fazer ativamente a rotação externa do braço contra a resistência pelo examinador e as respostas são avaliadas como no teste anterior. D. TESTE DO INFRA-ESPINHAL DE PATTE manguito O MS é posicionado em abdução de 90º c/ o cotovelo fletido (90º). O pcte deve força a rotação externa contra a resistência oposta pelo examinador e as respostas possíveis são avaliadas como no teste anterior. E. TESTE DA ROTAÇÃO EXTERNA NÃO MANTIDA (TESTE DA CANCELA) manguito MS é posicionado como no teste do infraespinal e o braço é rodado passivamente pelo examinador, em sentido lateral, posição que deve ser mantida ativamente pela força do infra espinal e do redondo menor. A não sustentação da rotação externa faz com que o braço rode espontaneamente em sentido medial em direção ao tórax, indicando lesão grave, principalmente do infra espinal. F. TESTE DA QUEDA DO BRAÇO (DROP ARM SING): realizar quando pcte não possuir elevação ativa do MS MS é posicionado como no teste infra espinal de Patte. É feita rotação externa passiva do braço que deve ser mantida pela força do infra espinal e redondo menor. A não sustentação da rotação externa faz com que o braço do pcte caia espontaneamente p/ baixo e p/ frente indicando lesão grave, principalmente do infra espinal. G. TESTE DA SUBESCAPULAR DE GERBER (LIF OFF TEST) manguito O pcte coloca o dorso da mão ao nível de L5 (mão-costa), e procura ativamente afastá-la das costas rodando internamente o braço. A incapacidade de fazê-lo ou de manter o afastamento, se feito passivamente pelo examinador, indica grave lesão do subescapular. H. TESTE DO SUBESCAPULAR (ABDOMINAL PRESS TEST) manguito O pcte coloca a mão no abdome, mantando o braço em alinhamento no plano coronal; ao força a mão contra o abdômen, o cotovelo se deslocará posteriormente se o subescapular estiver lesado. EC: RNM de ombro (hiperintenso ou hipotenso) Tratamento: AINES, Analgesia, fisioterapia, TOC (terapia de onda de choque) EC: eletroneuromiografia (Padrão-ouro) ou USG (menos frequente) COTOVELO-EPICONDILITE LATERAL A musculatura extensora do antebraço origina-se no epicôndilo lateral do úmero e contém os músculos ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI 3 extensor radial curto do carpo, extensor ulnar do carpo e extensor dos dedos. Principal extensor afetado: extensor radial curto do carpo > longo > dedos Causa: esforço repetitivo em atividades com a mão do tipo virar, torcer (pronação e supinação) segurar com força ou apertar as mãos. Então, ocorrem microrroturas que desencadeiam reação inflamatória. Quadro clinico/Diagnostico: Paciente refere dor localizada ao nível do epicôndilo lateral, que pode irradiar para a região dorsolateral do antebraço. O diagnóstico é clínico e exige os seguintes critérios: (1) dor à digitopressão do epicôndilo lateral; (2) dor agravada pela extensão ou desvio radial do punho contra resistência; (3) dor agravada pelo ato de segurar firme um objeto; (4) mobilidade do cotovelo preservada (afastando artrite do cotovelo). EF: Teste de cozen� cotovelo em 90º de flexão e o antebraço em pronação, pede-se ao pcte que faça extensão ativa do punho contra a resistência que será imposta pelo examinador. O teste é + quando o pcte referir dor no epicôndilo direito. Teste de Mill � pcte com a mão fechada, punho em dorsiflexão e cotovelo em extensão. O examinador forçará punho em flexão e o pcte é orientado p/ resistir ao movimento. A presença de dor no epicôndilo lateral é sugestiva de epicondilite lateral. Outros exames: segurar cadeira, pegar copo, Teste de Maudsley (dor que pode ser despertada pela extensão do dedo médio contra resistência) EC: RNM Tratamento: AINes, analgesia, fisioterapia, TOC A infiltração com corticoide não tem benefício comprovado em nenhuma tendinite. A cirurgia é indicada raramente, nos casos de dor não responsiva à terapia conservadora após um ano PUNHO-TENOSSINOVITE DE QUERVAIN Retículos dos extensores I-: Abdutor longo e extensor curto do polegar; II- Extensores radiais do carpo (longo e curto); III- extensor longo do polegar; IV- Extensor dos dedos; V- extensor do dedo mínimo; VI- Extensor ulnar do carpo A tenossinovite de De Quervain (a mais importante e comum de todas as tenossinovites!) é a inflamação dos tendões e bainhas sinoviais dos músculos abdutor longo e extensor curto do polegar, pertencentes ao compartimento radial (primeiro) do retináculo dos extensores. Fisiopatologia: utilizam excessivamente o punho em desvio ulnar, como passar roupa, digitar teclado de computado Quadro Clinico/ Diagnostico: Ao exame, o paciente sente dor quando: (1) flexiona e estende o polegar repetidamente; (2) tenta estender ou abduzir o polegar contra a ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI 4 resistência do examinador Tabaqueira anatômica pode apresentar discretamente abaulada e dolorosa EF: A TESTE DE FINKELSTEINS Diagnostica a tenossinovite do 1º compartimento dorsal (tendões do abdutor longo, extensor curto do polegar) ou tenossinovite estenosante de De Quervain. Desvio ulnar do punho, mantendo o polegar aduzido e fletido na palma. O teste é positivo se produzir dor no processo estilóide do rádio. EC: carpometacarpiana do polegar OU lidocaína na tabaqueira Tratamento: AINes, analgesia, fisioterapia. É recomendada a imobilização provisória do polegar em semiabdução e semiextensão (posição neutra),com uma órtese do tipo tala com velcro para punho e polegar. Rara uma cirurgia descompressiva do primeiro compartimento extensor (compartimento músculo-tendíneo que contém esse tendão), com ou sem tenossinovectomia, está indicada. PUNHO-SINDROME DO TUNEL DO CARPO Conceito: compressão do nervo mediano no punho Anatomia: O túnel do carpo é um espaço anatômico na face anterior do punho, constituído no seu assoalho côncavo pelos ossos do carpo, como uma canaleta, e fechado acima pelo forte e inextensível “ligamento carpal transverso” Ele é limitado radialmente pelo tubérculo do escafoide e pela crista do trapézio e ulnarmente pelos pisiforme e hâmulo do hamato. Pelo interior do túnel, passam nove tendões e suas bainhas sinoviais (quatro flexores superficiais, quatro flexores profundos dos dedos e o flexor longo do polegar) e o nervo mediano. Epidemiologia: 4-5% da população 40-60 anos Mulher> homens 50-60% bilaterais Bimodal (1º pico 45-59 e 2º pico 75-84) Gestação Quadro clinico/Diagnostico: dor noturna (frequentemente), fraqueza na mão, dormência no território do nervo mediano (face palmar dos dedos polegar, indicador, médio e metade radial do anular) EF A TESTE DE PHALEN Diagnostica síndrome do túnel do carpo. Mante os punhos na flexão máxima por 1 minutos. É positivo quando os sintomas de formigamento ou dormência são relatados na região do nervo mediano (↑ frequência dedo médio) Teste de phalen invertido punhos em extensão máxima ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI 5 B TESTE DE TINEL É a percussão suave no trajeto de um tronco nervoso. Deve-se percutir o nervo distal p/ proximal. No local correspondente a regeneração nervosa o pcte tem a sensação de um choque elétrico que se irradia pela área de distribuição cutânea do nervo. A progressão desse sinal significa bom prognostico. A percussão de um nervo comprimido (túnel do carpo-nervo mediano) desencadeando choque irradiado distalmente. C TESTER DURKAIN (+ especifico): flexão do punho e aperta em cima do túnel. Sente dor EC: eletroneuromiografia (Padrão-ouro) ou USG (menos frequente) Tratamento: AINES, analgesia, corticoide injetado na articulação, fisioterapia (TOC) Refratário ao tratamento conservador: O tratamento cirúrgico clássico consiste em incisão curvilínea paralela à prega tenar, com pequena prolongação proximal à prega do punho, evitando cruzá-la em um ângulo reto. O túnel do carpo é aberto por incisão no forte “ligamento carpal transverso”. A cirurgia trata a compressão: a parestesia! Paciente com dor no punho com exame físico negativo pedir RNM de cervical para avaliar braquialgia (?)
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