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1 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL EXAME FÍSICO DO OMBRO O exame físico do ombro inicia-se com a inspeção estática, seguida pela inspeção dinâmica. O paciente deve ser examinado desnudo da cintura para cima! INSPEÇÃO ESTÁTICA • Observa-se todo contorno do ombro, a musculatura (trapézio, deltoide – porções anterior, média e posterior) e posteriormente, a musculatura do m. supraespinal, do m. infraespinal e a musculatura do m. redondo; o Toda musculatura paraescapular. • Observa-se se há cicatriz, atrofia desses grupos musculares supracitados. INSPEÇÃO DINÂMICA • Observa-se a amplitude de movimento, que consiste o na elevação do ombro – que varia de 0 a 160 graus; o na rotação lateral do braço, com o cotovelo próximo ao tronco – que vai de 60 a 70 graus; o e na rotação medial – com o braço do paciente nas costas, avalia-se o quanto a mão dele consegue avançar/atingir nos níveis da coluna (normalmente em L1 e T12, mas alcança de L5 a T7). 2 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL PALPAÇÃO Palpa-se o trapézio, o peitoral, o deltoide e a musculatura posterior do ombro. → observa-se todas as proeminências ósseas: • medialmente, as articulações esternoclavicular e acromioclavicular; • é importante palpar toda a parte proximal do úmero – saliência do tubérculo maior, saliência do tubérculo menor. o Em pacientes mais magros, conseguimos palpar o intervalo bicipital, do sulco bicipital – palpação do bíceps na sua corredeira. Posteriormente, pode-se observar toda a conformação da escápula – crista superior, borda medial e borda inferior. TESTES ESPECIAIS TESTES RELACIONADOS COM SÍNDROME DE IMPACTO TESTE DE IMPACTO DE NEER O membro superior (MS), em extensão e rotação (medial) neutra, é elevado passiva e rapidamente no plano da escápula, pelo examinador; → nessa situação, o tubérculo maior do úmero (TM) projeta- se contra a face anteroinferior do acrômio e reproduz o impacto, com a dor característica provocada pela compressão da bursa e do tendão supraespinhal. >>> Esse teste é positivo quando o paciente refere dor! • A sensibilidade desse teste é de 68%, e a especificidade, de 68,7%. TESTE DE HAWKINS-KENNEDY O MS é colocado em 90 graus de elevação, em rotação neutra e com o cotovelo fletido em 90 graus, e passivamente rodado rapidamente para dentro, pelo examinador; → nessa posição, o TM é projetado contra o ligamento coracoacromial e o tubérculo menor se aproximada ponta do processo coracoide, podendo também reproduzir o discutido “impacto coracoide” (impacto anterointerno de Gerber). • Sensibilidade: 71,5%; especificidade: 66,3%. 3 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL >>> flexão do cotovelo e flexão do braço com a rotação medial do membro. >>>> Esse teste é positivo quando o paciente refere dor! TESTE DE ADUÇÃO FORÇADA Esse teste é realizado com o paciente em posição semelhante ao teste de impacto de Hawkins-Kennedy e é positivo caso o paciente refira dor nesse tipo de imobilização. AVALIAÇÃO DO MANGUITO ROTADOR TESTE DO SUPRAESPINAL Indica alteração do SE, que é testado pela elevação ativa do MS no plano da escápula, em extensão e rotação neutra, contra a resistência oposta pelo examinador. A resposta poderá ser apenas dor na face anterolateral do ombro acompanhada ou não de diminuição da força ou mesmo da incapacidade de elevar ativamente (pseudoparalisia) o MS, que indica desde tendinites, até rupturas parciais ou completas do tendão. TESTE DE JOBE É semelhante ao teste do SE, mas é feito com o MS em rotação interna, posição que sensibiliza a tensão exercida no tendão do SE; as respostas são semelhantes às do teste anterior. >>> com o braço em abdução a 90 graus no plano da escapula, realiza-se rotação medial e solicita-se que o paciente force o braço para cima contra a resistência da mão do examinador. TESTE DO INFRAESPINAL É feito com o MS ao lado do tórax e o cotovelo em 90o de flexão, pedindo-se para o paciente fazer ativamente a rotação externa do braço contra a resistência oposta pelo examinador e as respostas são avaliadas como nos testes anteriores. >> é testado com o examinador forçando o braço contra a direção contrária a rotação lateral. TESTE DE PAT Flexionando o braço/cotovelo do paciente em 90 graus, solicita-se que ele force contra resistência da sua mão em rotação lateral. TESTES DA MUSCULATURA DO SUBESCAPULAR TESTE DO SUBESCAPULAR 1, GERBER OU LIFT OFF TEST O paciente coloca o dorso da mão ao nível de L5, como na prova funcional “mão/costas”, e procura ativamente afastá- la das costas; >> a incapacidade de fazê-lo ou de manter o afastamento, se feito passivamente pelo examinador, indica grave lesão do subescapular. • Segundo Yamaguchi, o aumento da dor na região anterior do ombro durante a realização do teste pode indicar doença associada do cabo longo do bíceps, pois a ruptura do subescapular geralmente se associa com a luxação anterior do cabo longo do bíceps. SUBESCAPULAR 2 OU ABDOMINAL PREES TEST O paciente coloca a mão no abdome, mantendo o braço em alinhamento no plano coronal; ao forçar a mão contra o abdome, o cotovelo se deslocará posteriormente se o subescapular estiver lesado. 4 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL TESTE DO SUBESCAPULAR 3 OU TESTE DE NAPOLEÃO Uma variação do abdominal press, é realizado com o paciente colocando uma mão no abdome, a mesma posição em que Napoleão Bonaparte é costumeiramente ilustrado. >> É negativo se o paciente for capaz de empurrar o abdome com o punho em posição neutra. É positivo se o punho fizer uma flexão de 90 graus, intermediário se a flexão for entre 30 e 60 graus. TESTE DO ABRAÇO DE URSO (BEAR HUG TEST) (Testa a parte superior do subescapular) O paciente coloca a mão do ombro a ser examinado no ombro oposto, com os dedos estendidos e cotovelo à frente do corpo. É solicitado para ele realizar resistência em rotação interna, e o examinador aplica força contra resistência (tentando retirar a mão realizando rotação externa). • O teste é positivo se o paciente não conseguir segurar a mão contra o ombro apoiado ou apresentar força 20% menos que o lado contralateral em rotação interna. TESTES PARA AVALIAÇÃO DA CABEÇA LONGA DO M. BÍCEPS BRAQUIAL TESTE DE SPEED OU PALM UP TEST Solicita-se que o paciente realize a flexão ativa do MS, em extensão e em rotação externa, contra a resistência oposta pelo examinador; • O paciente acusa dor ao nível do sulco intertubercular/corredeira biccipital com ou sem impotência funcional associada. BÍCEPS LOAD • Descrito para o diagnóstico de lesão da região superior do lábio glenoidal (SLAP), associado à lesão de Bankart. O teste é realizado com o paciente em decúbito dorsal, ombro abduzido em 90 graus, cotovelo fletido em 90 graus, antebraço supinado, faz rotação externa até que o paciente sinta a apreensão, após pedir para o paciente fletir o cotovelo contra a resistência. Se melhorar da apreensão o teste é negativo; se relatar dor ou piora da instabilidade, o teste é positivo, podendo haver lesão em SLAP associada à lesão de Bankart. TESTE DA COMPRESSÃO ATIVA DE O’BRIEN Na primeira parte, o paciente, em pé, posiciona o MS, com o cotovelo em extensão, o ombro em 90 graus de flexão, 10- 20 graus de adução e em rotação interna e pronação máximas, apontando o polegar para o solo, e o examinador força o MS do paciente para baixo solicitando-lhe que oponha resistência; Na segunda parte, em sequência, mantendo a mesma posição, o paciente faz ativamente rotação externa e supinação máximas, colocando a palma da mão para cima. • O teste é considerado positivo para lesão do complexo bíceps-labioglenoidal (SLAP) se noprimeiro tempo houver dor que desaparece ou é aliviada no tempo seguinte. o Um estalido doloroso intra-articular no primeiro tempo do teste também indica lesão do lábio glenoidal. o Dor na AAC ou no ápice do ombro é sugestiva de alteração acromioclavicular nesse mesmo teste. TESTE DE FLEXÃO-ADUÇÃO | ADUÇÃO FORÇADA OU CROSS ARM TEST O paciente faz ativamente a flexãoadução horizontal forçada do MS; pode também ser feita passivamente pelo examinador. • O paciente acusará dor se houver alteração da AAC. 5 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL TESTES RELACIONADOS COM A ESTABILIDADE GLENOUMERAL TESTE DA INSTABILIDADE ANTERIOR (APREENSÃO) Simula-se o “movimento de luxação” do ombro. O examinador, colocando-se atrás do paciente, executa com uma mão a abdução, rotação externa e extensão passivas forçadas do braço do paciente, ao mesmo tempo que pressiona com o polegar da outra mão a face posterior da cabeça do úmero tentando deslocá-la. • Quando há instabilidade anterior, a sensação de luxação iminente provoca temor e apreensão do paciente. TESTE DA “GAVETA” ANTERIOR E POSTERIOR Com a preensão na cabeça do úmero realiza-se movimentos de anteriorização e posteriorização, observando se existe instabilidade anterior ou posterior. • O deslocamento de menos que 25% da cabeça do úmero em relação à glenoide, se bilateral e sem queixa clínica de dor, pode ser considerado apenas hiperelasticidade articular; porém a presença de queixa clínica específica de dor associada a deslocamentos semelhantes ou maiores indica instabilidade ou frouxidão capsuloligamentar. TESTE DO SULCO Flete-se o cotovelo com uma tração inferior e observa-se se existe uma frouxidão do ombro e se há presença do sinal do sulco nessa região mostrando a separação entre a cabeça do úmero e o acrômio. TESTE DA RECOLOCAÇÃO O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com o cotovelo fletido em 90 graus e tem seu braço abduzido em 90 graus e colocado em rotação externa máxima por uma das mãos do examinador que, com a outra, segura a cabeça do úmero e a traciona para cima, procurando subluxá-la; • essa manobra geralmente provoca dor (sem “apreensão”) nos pacientes com subluxação anterior. A seguir, com o paciente na mesma posição, o examinador empurra a cabeça do úmero para baixo, procurando reduzi- la; • nessas condições, a dor pode continuar naqueles que têm síndrome do impacto secundária à instabilidade, porém deve cessar nos pacientes com subluxação e que quase sempre toleram a rotação 6 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL externa máxima quando a cabeça do úmero é recolocada na sua posição normal. EXAME FÍSICO DO COTOVELO INSPEÇÃO ESTÁTICA E DINÂMICA Observa-se o trofismo muscular da musculatura do bíceps braquial e toda musculatura flexo-extensora e prono- supinadora. • Deve-se observar se há presença de edemas regionais, eritemas ou processos inflamatórios locais no cotovelo. • É importante verificar a congruência dessa articulação observando o triângulo posterior formado pelos dois epicôndilos e pelo olécrano. o Mostra a configuração de um triângulo isósceles. • Anteriormente, verifica-se o ângulo de valgismo do cotovelo, que é de 10 graus no homem e 13 graus na mulher (normalmente). o Observar se essa angulação está aumentada ou se apresenta alguma deformidade na “vara”. ▪ A causa mais comum de alteração do ângulo de carregamento é a sequela de traumatismo ou a alteração da placa de crescimento. ▪ Pode também ocorrer após traumatismo repetido em valgo, como nos esportes de arremesso. PALPAÇÃO Testa-se a musculatura do bíceps braquial por meio da palpação, além disso, testa-se o trofismo dessa musculatura, bem como de toda musculatura flexora e extensora do cotovelo. • Palpa-se a inserção do bíceps no tubérculo bicipital do rádio (tendão do bíceps distal). >> Dor à palpação da cabeça do rádio pode significar sinovite ou osteoartrite. Sua proeminência pode ser consequente à luxação de origem traumática ou congênita. 7 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL TESTES ESPECIAIS EPICONDILITE LATERAL O teste específico para avaliação da epicondilite lateral, “cotovelo do tenista”, tem a finalidade de reproduzir a dor experimentada pelo paciente. TESTE DE COZEN O teste de Cozen é realizado da seguinte maneira: com o cotovelo em 90 graus de flexão e o antebraço em pronação, pede-se ao paciente que faça extensão ativa do punho contra a resistência que será imposta pelo examinador. • O teste será positivo quando o paciente referir dor no epicôndilo lateral, origem da musculatura extensora do punho e dos dedos. TESTE DE MILL Esse teste é realizado com o cotovelo em 90 graus de flexão e o antebraço em pronação com a mão fechada, o punho em dorsiflexão e o cotovelo em extensão. O examinador então forçará o punho em flexão e o paciente é orientado para resistir ao movimento. • A presença de dor no epicôndilo lateral será sugestiva de epicondilite lateral. INSTABILIDADE A pesquisa da instabilidade em varo ou valgo é realizada com o cotovelo discretamente fletido, em torno de 15 graus, o que relaxará a cápsula anterior, além de retirar o olécrano de sua fossa. • A instabilidade em varo é pesquisada com o úmero em rotação interna completa e estresse em varo é realizado no cotovelo. • A instabilidade em valgo é pesquisada com o úmero em rotação externa, cotovelo fletido em 15 graus, e então estresse em valgo é realizado. TESTE DO PIVÔ (MANOBRA: PIVOT SHIFT) Com o paciente em decúbito dorsal, o teste é realizado colocando-se o antebraço em supinação total, o examinador segura o punho do paciente e começando de uma posição de semiflexão realiza lentamente a extensão, mantendo a 8 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL supinação, realizando ao mesmo tempo estresse em valgo no cotovelo e mantendo força de compressão axial. O examinador deverá evitar a rotação externa do úmero com sua outra mão. • Esse teste, quando positivo, produzirá subluxação das articulações umeroulnar e umerorradial. o Quando o cotovelo estiver atingindo a extensão total, notam-se uma proeminência posterior (cabeça do rádio) e depressão na pele nesse nível. o Se for realizada flexão, observar a redução do rádio e da ulna em relação ao úmero. EXAME FÍSICO DO PUNHO E DA MÃO NO EXAME FÍSICO DA MÃO, DEVE -SE OBEDECER A ESTA SEQUÊNCIA: a) observação ou “primeira impressão”; b) exame subjetivo (história); c) exame objetivo ou exame físico propriamente dito – teste dos movimentos ativos, teste dos movimentos passivos, teste dos movimentos contra a resistência, exame neurológico, teste manual dos músculos, reflexos tendíneos profundos (estiramento), teste sensitivo, compressão e distração, exame palpatório etc. INSPEÇÃO ESTÁTICA A mão em repouso apresenta uma posição característica das articulações metacarpofalângicas e interfalângicas, com flexão progressivamente maior do indica dor para o dedo mínimo. Um dedo que se mantém em extensão, na posição de repouso, pode-se pensar em lesão dos tendões flexores. Podemos perceber que, na mão dominante, a musculatura intrínseca é mais desenvolvida e os sulcos das pregas cutâneas são mais profundos. Além disso, podemos observar calosidades nas mãos nas regiões de maior atrito. Na mão normal observamos que a região palmar forma uma “concha”, cujos limites seriam as eminências tenar e hipotênar. Essa forma é dada pela presença dos arcos transversos palmar proximal, palmar distal e longitudinal palmar. Tais arcos são mantidos pelos músculos intrínsecos da mão, de tal forma que, na sua paralisia, a forma de “concha” desaparece. Os ligamentos: transverso do carpoe intermetacárpico transverso colaboram com a manutenção dos arcos palmar transverso proximal e distal, respectivamente. À inspeção estática, já podemos notar pregas cutâneas anormais nas comissuras dos dedos. • Essas pregas, denominadas sindactilias, constituem-se em uma das deformidades congênitas mais frequentes da mão e limitam sua função por restringir os movimentos. Nas articulações metacarpofalângicas, na região palmar, observamos a formação de saliências e discreta depressão localizada ao lado dos dedos. • As saliências correspondem à presença de tecido gorduroso e dos feixes vasculonervosos, constituídos por artéria e nervo. • As depressões correspondem ao túnel osteofibroso contendo os tendões flexores. • Conferir visualmente se há alguma deformidade (decorrente de traumatismos ou não), alteração congênita (sindactilia), se há presença de todos os dedos. • A mão dominante costuma ser maior! • OBSERVAR COLORAÇÃO DAS UNHAS. 9 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL PALPAÇÃO Na palpação da parte palmar da mão a pele é mais grossa e mais fixa em relação as estruturas internas. • Pregas e calosidades mais pronunciadas na mão dominante do que na mão não dominante. Observa-se as pregas transversas proximal e distal e a prega da eminência tenar (formam um M invertido na mão). • Palpa-se a fáscia palmar (tecido que está abaixo da pele da palma da mão) o Buscar nódulos, tumorações. • Observar se há secura na pele da mão! É possível palpar as eminencias tenar e hipotenar, que possuem músculos nessa região. • Atrofia desses músculos podem servir de indicio para alterações nervosas, visto que estes são inervados pelos nn. ulnar e mediano. → Observar os vales e os montes da mão; • Os montes são por onde passam os feixes vasculonervosos e os vales, entre os montes, por onde passam os tendões flexores. Observar coloração e se há sudorese!! >>>>>>>> No dorso, observar principalmente se tem alguma alteração na cabeça dos metacarpos. PARTE ÓSSEA Começa pelo punho. • A região mais proeminente quando se faz desvio ulnar é o processo estiloide do rádio. o Um pouco menos distal e mais medial, tem-se o processo estiloide da ulna. • Palpa-se também a cabeça da ulna. • Entre os processos estiloides do radio e da ulna, tem-se o tubérculo de Lister e a partir dele, palpa- se o capitato, o semilunar e o terceiro metacarpo (todos na mesma linha do tubérculo); Palpa-se o polegar • Primeiro metacarpiano, articulação metacarpofalangeana (condilar), as IFP (gínglimos) e as IFD. Palpa-se os ossos do carpo • Escafoide, fazendo o desvio ulnar, na região da tabaqueira anatômica; • Semilunar, fletindo o punho; • O piramidal é mais difícil de ser palpado, podendo ser acessado pela parte volar (anterior); • O pisiforme é palpado pela parte volar. Palpa-se os metacarpianos: • são facilmente mais palpáveis pela parte dorsal, porque a pele é mais fina! PARTES MOLES • Palpa-se: o o tendão do m. palmar longo, pedindo para o paciente fletir o punho e fazer oponência entre o dedo 1 e o 5. (15% da população não tem esse tendão). o o tendão do m. flexor radial do carpo o flexor ulnar do carpo Na parte dorsal palpa-se o compartimento dos extensores (6): o 1. Abdutor e extensor curto do polegar ▪ Com o paciente estendendo o polegar fica mais fácil de palpar esse compartimento. o 2. Extensor curto e longo do carpo ▪ Pedir para o paciente serrar a mão e estender o punho. o 3. Extensor longo do polegar ▪ Paciente com polegar estendido. o 4. Extensor próprio do indicador e extensor comum dos dedos (esse compart. fica mais profundo) ▪ Pede para o paciente fazer flexão dos dedos centrais – símbolo de chifre. o 5. Extensor próprio do quinto dedo o 6. Extensor ulnar do carpo MOBILIDADE ARTICULAR DO PUNHO Pede para o paciente realizar movimento e observa-se se esse movimento está sendo realizado normalmente; após isso, testar mobilidade passiva e força muscular. • Solicita-se que o paciente realize extensão do punho e aproveita para testar força com o examinador impedindo que ele realize essa extensão. • Solicita-se que realize flexão e testa força contra resistência; • Verificar desvio radial (em torno de 20 graus) e desvio ulnar (em torno de 30 graus). 10 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL MOBILIDADE ARTICULAR DA MÃO Pede para o paciente colocar polegar em direção a base do quinto e testa a flexão do polegar; depois, ele abre o dedo, testando a extensão – que forma um ângulo do polegar com o segundo dedo (em torno de 50 graus). Testa-se a abdução e adução palmar do polegar – dobra o dedo em direção a palma, formando um ângulo de aprox. 70 graus em relação ao segundo dedo. Verificar circundução do polegar e mobilidade das articulações MF e IF (flexão e extensão). SENSIBILIDADE E MOTRICIDADE (PARTE NERVOSA) • Em relação as raízes: o C6 – polegar e segundo dedo; extensão do punho. o C7 – dedo médio; flexão do punho e extensão dos dedos. o C8 – quarto e quinto dedos; flexão dos dedos. o * T1 – abdução e adução dos dedos. • Em relação aos nervos: o N. mediano: parte sensitiva da palma da mão até a metade do quarto dedo. Parte dorsal nas IFD. o N. ulnar: partes volar e dorsal da outra metade do quarto dedo e quinto dedo. o N. radial: toda parte dorsal da mão pegando do polegar até a IFP do dedo 2 e dedo 3. TESTES ESPECIAIS TESTES ESPECIAIS PARA A SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO TESTE OU SINAL DE TINEL • É a percussão suave nobre de um nervo. Foi descrito por Tinel para acompanhar o progresso da regeneração ou do crescimento axonal de um nervo. Para tal, deve-se percutir o nervo de distal para proximal. No local correspondente à regeneração, o paciente tem a sensação de choque elétrico que se irradia pela área de distribuição cutânea do nervo. • A progressão distal desse choque sugere bom prognóstico. → A percussão de um nervo em local de compressão, onde há desmielinização ou axônios em regeneração, como, por exemplo, no nervo mediano no túnel do carpo, também desencadeia a sensação desagradável de choque, em geral irradiando distalmente, e é impropriamente também chamado de teste de Tinel. TESTE DE PHALEN >>> É usado para diagnosticar a síndrome do túnel do carpo. Consiste em manter o(s) punho(s) na flexão máxima durante 1 minuto. • É positivo quando a sensação de formigamento ou dormência é relatada no território do nervo mediano, principalmente e com mais frequência no dedo médio. O teste de Phalen invertido é o mesmo, porém com os punhos em extensão máxima. 11 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL TESTE DE DURKAN O examinador realiza digitopressão na região do túnel do carpo durante 30s. Quando positivo, o paciente refere alteração na sensibilidade do território do nervo mediano. TESTES PARA OS TENDÕES FLEXORES É possível realizar testes separados para os tendões flexores superficial e profundo. Como esse músculo se comporta como um sincício (massa muscular única), ao bloquear um dedo, impedimos a ação do músculo para os outros dedos. TESTE PARA O TENDÃO FLEXOR SUPERFICIAL Solicita-se que o paciente realize flexão do dedo, enquanto o examinador imobiliza os dedos adjacentes. Dessa forma, somente o flexor superficial irá agir fletindo a articulação IFP. TESTE PARA O TENDÃO FLEXOR PROFUNDO Esse teste é realizado com o examinador bloqueando a IFP em extensão e pedindo para o paciente fletir o dedo. Assim, apenas o flexor profundo irá agir fletindo a IFD. OUTROS TESTES TESTE DE BUNNEL-LITTLER Deve-se manter a articulação MCF em extensão e tentar fletir a articulação IFP. • A flexão dessa articulação indica ausência de hipertonia dos músculos intrínsecose mede o tônus dessa musculatura. Para que esse teste possa ser realizado, há necessidade de que as articulações MCF e IFP estejam livres. 12 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL TESTE DOS LIGAMENTOS RETINACULARES • Mede o tônus dos ligamentos retinaculares. Mantém-se a articulação interfalângica proximal em extensão e realiza-se a flexão da articulação interfalângica distal. • A resistência ao movimento é proporcionada pelos ligamentos retinaculares oblíquos. o Com a articulação IFP em flexão, os ligamentos retinaculares relaxam-se e permitem a flexão da IFP com maior facilidade. TESTE DE WATSON Usado para testar a instabilidade do escafoide. • Realiza-se um desvio ulnar no punho e, concomitantemente, pressiona-se o polo distal ou a tuberosidade do escafoide. o A seguir, o punho é lentamente desviado radialmente, enquanto a pressão no polo distal é mantida, tentando impedir sua flexão palmar. Quando o escafoide está instável, o polo proximal subluxa dorsalmente e a manobra torna-se dolorosa. TESTE DE FINKELSTEIN Utilizado para as tenossinovites estenosantes do primeiro compartimento dorsal (abdutor longo e extensor curto do polegar). • Realiza-se desvio ulnar do punho passivo e forçado e, se o teste for positivo, o paciente refere dor intensa no primeiro compartimento dorsal. TESTE DA TECLA DE PIANO • Usado para testar a instabilidade da articulação radio-ulnar distal. Pressiona-se a cabeça da ulna em direção volar para ver se tem alguma instabilidade nessa articulação.
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