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Exame Físico do Membro Superior

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Prévia do material em texto

1 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
EXAME FÍSICO DO OMBRO 
O exame físico do ombro inicia-se com a inspeção estática, 
seguida pela inspeção dinâmica. O paciente deve ser 
examinado desnudo da cintura para cima! 
INSPEÇÃO ESTÁTICA 
• Observa-se todo contorno do ombro, a musculatura 
(trapézio, deltoide – porções anterior, média e 
posterior) e posteriormente, a musculatura do m. 
supraespinal, do m. infraespinal e a musculatura do 
m. redondo; 
o Toda musculatura paraescapular. 
• Observa-se se há cicatriz, atrofia desses grupos 
musculares supracitados. 
INSPEÇÃO DINÂMICA 
• Observa-se a amplitude de movimento, que 
consiste 
o na elevação do ombro – que varia de 0 a 
160 graus; 
o na rotação lateral do braço, com o 
cotovelo próximo ao tronco – que vai de 
60 a 70 graus; 
o e na rotação medial – com o braço do 
paciente nas costas, avalia-se o quanto a 
mão dele consegue avançar/atingir nos 
níveis da coluna (normalmente em L1 e 
T12, mas alcança de L5 a T7). 
 
 
 
 
 
2 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
 
 
PALPAÇÃO 
Palpa-se o trapézio, o peitoral, o deltoide e a musculatura 
posterior do ombro. 
→ observa-se todas as proeminências ósseas: 
• medialmente, as articulações esternoclavicular e 
acromioclavicular; 
• é importante palpar toda a parte proximal do 
úmero – saliência do tubérculo maior, saliência do 
tubérculo menor. 
o Em pacientes mais magros, conseguimos 
palpar o intervalo bicipital, do sulco 
bicipital – palpação do bíceps na sua 
corredeira. 
Posteriormente, pode-se observar toda a conformação da 
escápula – crista superior, borda medial e borda inferior. 
 
TESTES ESPECIAIS 
TESTES RELACIONADOS COM SÍNDROME DE IMPACTO 
TESTE DE IMPACTO DE NEER 
O membro superior (MS), em extensão e rotação (medial) 
neutra, é elevado passiva e rapidamente no plano da 
escápula, pelo examinador; 
→ nessa situação, o tubérculo maior do úmero (TM) projeta-
se contra a face anteroinferior do acrômio e reproduz o 
impacto, com a dor característica provocada pela 
compressão da bursa e do tendão supraespinhal. 
>>> Esse teste é positivo quando o paciente refere dor! 
• A sensibilidade desse teste é de 68%, e a 
especificidade, de 68,7%. 
 
TESTE DE HAWKINS-KENNEDY 
O MS é colocado em 90 graus de elevação, em rotação 
neutra e com o cotovelo fletido em 90 graus, e passivamente 
rodado rapidamente para dentro, pelo examinador; 
→ nessa posição, o TM é projetado contra o ligamento 
coracoacromial e o tubérculo menor se aproximada ponta 
do processo coracoide, podendo também reproduzir o 
discutido “impacto coracoide” (impacto anterointerno de 
Gerber). 
• Sensibilidade: 71,5%; especificidade: 66,3%. 
 
 
3 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
>>> flexão do cotovelo e flexão do braço com a rotação 
medial do membro. 
>>>> Esse teste é positivo quando o paciente refere dor! 
TESTE DE ADUÇÃO FORÇADA 
Esse teste é realizado com o paciente em posição 
semelhante ao teste de impacto de Hawkins-Kennedy e é 
positivo caso o paciente refira dor nesse tipo de 
imobilização. 
AVALIAÇÃO DO MANGUITO ROTADOR 
TESTE DO SUPRAESPINAL 
Indica alteração do SE, que é testado pela elevação ativa do 
MS no plano da escápula, em extensão e rotação neutra, 
contra a resistência oposta pelo examinador. A resposta 
poderá ser apenas dor na face anterolateral do ombro 
acompanhada ou não de diminuição da força ou mesmo da 
incapacidade de elevar ativamente (pseudoparalisia) o MS, 
que indica desde tendinites, até rupturas parciais ou 
completas do tendão. 
TESTE DE JOBE 
É semelhante ao teste do SE, mas é feito com o MS em 
rotação interna, posição que sensibiliza a tensão exercida no 
tendão do SE; as respostas são semelhantes às do teste 
anterior. 
 
>>> com o braço em abdução a 90 graus no plano da 
escapula, realiza-se rotação medial e solicita-se que o 
paciente force o braço para cima contra a resistência da mão 
do examinador. 
TESTE DO INFRAESPINAL 
É feito com o MS ao lado do tórax e o cotovelo em 90o de 
flexão, pedindo-se para o paciente fazer ativamente a 
rotação externa do braço contra a resistência oposta pelo 
examinador e as respostas são avaliadas como nos testes 
anteriores. 
 
>> é testado com o examinador forçando o braço contra a 
direção contrária a rotação lateral. 
TESTE DE PAT 
Flexionando o braço/cotovelo do paciente em 90 graus, 
solicita-se que ele force contra resistência da sua mão em 
rotação lateral. 
TESTES DA MUSCULATURA DO SUBESCAPULAR 
TESTE DO SUBESCAPULAR 1, GERBER OU LIFT OFF TEST 
O paciente coloca o dorso da mão ao nível de L5, como na 
prova funcional “mão/costas”, e procura ativamente afastá-
la das costas; 
>> a incapacidade de fazê-lo ou de manter o afastamento, se 
feito passivamente pelo examinador, indica grave lesão do 
subescapular. 
• Segundo Yamaguchi, o aumento da dor na região 
anterior do ombro durante a realização do teste 
pode indicar doença associada do cabo longo do 
bíceps, pois a ruptura do subescapular geralmente 
se associa com a luxação anterior do cabo longo do 
bíceps. 
 
SUBESCAPULAR 2 OU ABDOMINAL PREES TEST 
O paciente coloca a mão no abdome, mantendo o braço em 
alinhamento no plano coronal; ao forçar a mão contra o 
abdome, o cotovelo se deslocará posteriormente se o 
subescapular estiver lesado. 
 
 
4 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
TESTE DO SUBESCAPULAR 3 OU TESTE DE NAPOLEÃO 
Uma variação do abdominal press, é realizado com o 
paciente colocando uma mão no abdome, a mesma posição 
em que Napoleão Bonaparte é costumeiramente ilustrado. 
>> É negativo se o paciente for capaz de empurrar o abdome 
com o punho em posição neutra. É positivo se o punho fizer 
uma flexão de 90 graus, intermediário se a flexão for entre 
30 e 60 graus. 
TESTE DO ABRAÇO DE URSO (BEAR HUG TEST) 
(Testa a parte superior do subescapular) 
O paciente coloca a mão do ombro a ser examinado no 
ombro oposto, com os dedos estendidos e cotovelo à frente 
do corpo. 
É solicitado para ele realizar resistência em rotação interna, 
e o examinador aplica força contra resistência (tentando 
retirar a mão realizando rotação externa). 
• O teste é positivo se o paciente não conseguir 
segurar a mão contra o ombro apoiado ou 
apresentar força 20% menos que o lado 
contralateral em rotação interna. 
 
TESTES PARA AVALIAÇÃO DA CABEÇA LONGA DO M. 
BÍCEPS BRAQUIAL 
TESTE DE SPEED OU PALM UP TEST 
Solicita-se que o paciente realize a flexão ativa do MS, em 
extensão e em rotação externa, contra a resistência oposta 
pelo examinador; 
• O paciente acusa dor ao nível do sulco 
intertubercular/corredeira biccipital com ou sem 
impotência funcional associada. 
 
BÍCEPS LOAD 
• Descrito para o diagnóstico de lesão da região 
superior do lábio glenoidal (SLAP), associado à lesão 
de Bankart. 
O teste é realizado com o paciente em decúbito dorsal, 
ombro abduzido em 90 graus, cotovelo fletido em 90 graus, 
antebraço supinado, faz rotação externa até que o paciente 
sinta a apreensão, após pedir para o paciente fletir o 
cotovelo contra a resistência. Se melhorar da apreensão o 
teste é negativo; se relatar dor ou piora da instabilidade, o 
teste é positivo, podendo haver lesão em SLAP associada à 
lesão de Bankart. 
TESTE DA COMPRESSÃO ATIVA DE O’BRIEN 
Na primeira parte, o paciente, em pé, posiciona o MS, com o 
cotovelo em extensão, o ombro em 90 graus de flexão, 10-
20 graus de adução e em rotação interna e pronação 
máximas, apontando o polegar para o solo, e o examinador 
força o MS do paciente para baixo solicitando-lhe que 
oponha resistência; 
Na segunda parte, em sequência, mantendo a mesma 
posição, o paciente faz ativamente rotação externa e 
supinação máximas, colocando a palma da mão para cima. 
• O teste é considerado positivo para lesão do 
complexo bíceps-labioglenoidal (SLAP) se noprimeiro tempo houver dor que desaparece ou é 
aliviada no tempo seguinte. 
o Um estalido doloroso intra-articular no 
primeiro tempo do teste também indica 
lesão do lábio glenoidal. 
o Dor na AAC ou no ápice do ombro é 
sugestiva de alteração acromioclavicular 
nesse mesmo teste. 
 
TESTE DE FLEXÃO-ADUÇÃO | ADUÇÃO FORÇADA OU 
CROSS ARM TEST 
O paciente faz ativamente a flexãoadução horizontal forçada 
do MS; pode também ser feita passivamente pelo 
examinador. 
• O paciente acusará dor se houver alteração da AAC. 
 
5 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
 
TESTES RELACIONADOS COM A ESTABILIDADE 
GLENOUMERAL 
TESTE DA INSTABILIDADE ANTERIOR (APREENSÃO) 
Simula-se o “movimento de luxação” do ombro. 
O examinador, colocando-se atrás do paciente, executa com 
uma mão a abdução, rotação externa e extensão passivas 
forçadas do braço do paciente, ao mesmo tempo que 
pressiona com o polegar da outra mão a face posterior da 
cabeça do úmero tentando deslocá-la. 
• Quando há instabilidade anterior, a sensação de 
luxação iminente provoca temor e apreensão do 
paciente. 
 
TESTE DA “GAVETA” ANTERIOR E POSTERIOR 
Com a preensão na cabeça do úmero realiza-se movimentos 
de anteriorização e posteriorização, observando se existe 
instabilidade anterior ou posterior. 
• O deslocamento de menos que 25% da cabeça do 
úmero em relação à glenoide, se bilateral e sem 
queixa clínica de dor, pode ser considerado apenas 
hiperelasticidade articular; porém a presença de 
queixa clínica específica de dor associada a 
deslocamentos semelhantes ou maiores indica 
instabilidade ou frouxidão capsuloligamentar. 
 
 
TESTE DO SULCO 
Flete-se o cotovelo com uma tração inferior e observa-se se 
existe uma frouxidão do ombro e se há presença do sinal do 
sulco nessa região mostrando a separação entre a cabeça do 
úmero e o acrômio. 
 
 
TESTE DA RECOLOCAÇÃO 
O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com o 
cotovelo fletido em 90 graus e tem seu braço abduzido em 
90 graus e colocado em rotação externa máxima por uma 
das mãos do examinador que, com a outra, segura a cabeça 
do úmero e a traciona para cima, procurando subluxá-la; 
• essa manobra geralmente provoca dor (sem 
“apreensão”) nos pacientes com subluxação 
anterior. 
A seguir, com o paciente na mesma posição, o examinador 
empurra a cabeça do úmero para baixo, procurando reduzi-
la; 
• nessas condições, a dor pode continuar naqueles 
que têm síndrome do impacto secundária à 
instabilidade, porém deve cessar nos pacientes com 
subluxação e que quase sempre toleram a rotação 
 
6 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
externa máxima quando a cabeça do úmero é 
recolocada na sua posição normal. 
 
EXAME FÍSICO DO COTOVELO 
INSPEÇÃO ESTÁTICA E DINÂMICA 
Observa-se o trofismo muscular da musculatura do bíceps 
braquial e toda musculatura flexo-extensora e prono-
supinadora. 
• Deve-se observar se há presença de edemas 
regionais, eritemas ou processos inflamatórios 
locais no cotovelo. 
• É importante verificar a congruência dessa 
articulação observando o triângulo posterior 
formado pelos dois epicôndilos e pelo olécrano. 
o Mostra a configuração de um triângulo 
isósceles. 
 
• Anteriormente, verifica-se o ângulo de valgismo do 
cotovelo, que é de 10 graus no homem e 13 graus 
na mulher (normalmente). 
o Observar se essa angulação está 
aumentada ou se apresenta alguma 
deformidade na “vara”. 
▪ A causa mais comum de alteração do 
ângulo de carregamento é a sequela 
de traumatismo ou a alteração da 
placa de crescimento. 
▪ Pode também ocorrer após 
traumatismo repetido em valgo, 
como nos esportes de arremesso. 
 
PALPAÇÃO 
Testa-se a musculatura do bíceps braquial por meio da 
palpação, além disso, testa-se o trofismo dessa musculatura, 
bem como de toda musculatura flexora e extensora do 
cotovelo. 
• Palpa-se a inserção do bíceps no tubérculo bicipital 
do rádio (tendão do bíceps distal). 
 
>> Dor à palpação da cabeça do rádio pode significar sinovite 
ou osteoartrite. Sua proeminência pode ser consequente à 
luxação de origem traumática ou congênita. 
 
7 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
 
TESTES ESPECIAIS 
EPICONDILITE LATERAL 
O teste específico para avaliação da epicondilite lateral, 
“cotovelo do tenista”, tem a finalidade de reproduzir a dor 
experimentada pelo paciente. 
TESTE DE COZEN 
O teste de Cozen é realizado da seguinte maneira: com o 
cotovelo em 90 graus de flexão e o antebraço em pronação, 
pede-se ao paciente que faça extensão ativa do punho 
contra a resistência que será imposta pelo examinador. 
• O teste será positivo quando o paciente referir dor 
no epicôndilo lateral, origem da musculatura 
extensora do punho e dos dedos. 
 
TESTE DE MILL 
Esse teste é realizado com o cotovelo em 90 graus de flexão 
e o antebraço em pronação com a mão fechada, o punho em 
dorsiflexão e o cotovelo em extensão. O examinador então 
forçará o punho em flexão e o paciente é orientado para 
resistir ao movimento. 
• A presença de dor no epicôndilo lateral será 
sugestiva de epicondilite lateral. 
 
INSTABILIDADE 
A pesquisa da instabilidade em varo ou valgo é realizada com 
o cotovelo discretamente fletido, em torno de 15 graus, o 
que relaxará a cápsula anterior, além de retirar o olécrano 
de sua fossa. 
• A instabilidade em varo é pesquisada com o úmero 
em rotação interna completa e estresse em varo é 
realizado no cotovelo. 
• A instabilidade em valgo é pesquisada com o úmero 
em rotação externa, cotovelo fletido em 15 graus, e 
então estresse em valgo é realizado. 
 
TESTE DO PIVÔ (MANOBRA: PIVOT SHIFT) 
Com o paciente em decúbito dorsal, o teste é realizado 
colocando-se o antebraço em supinação total, o examinador 
segura o punho do paciente e começando de uma posição 
de semiflexão realiza lentamente a extensão, mantendo a 
 
8 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
supinação, realizando ao mesmo tempo estresse em valgo 
no cotovelo e mantendo força de compressão axial. 
O examinador deverá evitar a rotação externa do úmero com 
sua outra mão. 
• Esse teste, quando positivo, produzirá subluxação 
das articulações umeroulnar e umerorradial. 
o Quando o cotovelo estiver atingindo a 
extensão total, notam-se uma 
proeminência posterior (cabeça do rádio) 
e depressão na pele nesse nível. 
o Se for realizada flexão, observar a redução 
do rádio e da ulna em relação ao úmero. 
 
EXAME FÍSICO DO PUNHO E DA MÃO 
NO EXAME FÍSICO DA MÃO, DEVE -SE OBEDECER A 
ESTA SEQUÊNCIA: 
a) observação ou “primeira impressão”; 
b) exame subjetivo (história); 
c) exame objetivo ou exame físico propriamente dito 
– teste dos movimentos ativos, teste dos 
movimentos passivos, teste dos movimentos contra 
a resistência, exame neurológico, teste manual dos 
músculos, reflexos tendíneos profundos 
(estiramento), teste sensitivo, compressão e 
distração, exame palpatório etc. 
INSPEÇÃO ESTÁTICA 
A mão em repouso apresenta uma posição característica das 
articulações metacarpofalângicas e interfalângicas, com 
flexão progressivamente maior do indica dor para o dedo 
mínimo. Um dedo que se mantém em extensão, na posição 
de repouso, pode-se pensar em lesão dos tendões flexores. 
 
 
Podemos perceber que, na mão dominante, a musculatura 
intrínseca é mais desenvolvida e os sulcos das pregas 
cutâneas são mais profundos. Além disso, podemos observar 
calosidades nas mãos nas regiões de maior atrito. 
Na mão normal observamos que a região palmar forma uma 
“concha”, cujos limites seriam as eminências tenar e 
hipotênar. Essa forma é dada pela presença dos arcos 
transversos palmar proximal, palmar distal e longitudinal 
palmar. Tais arcos são mantidos pelos músculos intrínsecos 
da mão, de tal forma que, na sua paralisia, a forma de 
“concha” desaparece. Os ligamentos: transverso do carpoe 
intermetacárpico transverso colaboram com a manutenção 
dos arcos palmar transverso proximal e distal, 
respectivamente. 
À inspeção estática, já podemos notar pregas cutâneas 
anormais nas comissuras dos dedos. 
• Essas pregas, denominadas sindactilias, 
constituem-se em uma das deformidades 
congênitas mais frequentes da mão e limitam sua 
função por restringir os movimentos. 
 
Nas articulações metacarpofalângicas, na região palmar, 
observamos a formação de saliências e discreta depressão 
localizada ao lado dos dedos. 
• As saliências correspondem à presença de tecido 
gorduroso e dos feixes vasculonervosos, 
constituídos por artéria e nervo. 
• As depressões correspondem ao túnel osteofibroso 
contendo os tendões flexores. 
• Conferir visualmente se há alguma deformidade 
(decorrente de traumatismos ou não), alteração 
congênita (sindactilia), se há presença de todos os 
dedos. 
• A mão dominante costuma ser maior! 
• OBSERVAR COLORAÇÃO DAS UNHAS. 
 
9 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
PALPAÇÃO 
Na palpação da parte palmar da mão a pele é mais grossa e 
mais fixa em relação as estruturas internas. 
• Pregas e calosidades mais pronunciadas na mão 
dominante do que na mão não dominante. 
Observa-se as pregas transversas proximal e distal e a prega 
da eminência tenar (formam um M invertido na mão). 
• Palpa-se a fáscia palmar (tecido que está abaixo da 
pele da palma da mão) 
o Buscar nódulos, tumorações. 
• Observar se há secura na pele da mão! 
É possível palpar as eminencias tenar e hipotenar, que 
possuem músculos nessa região. 
• Atrofia desses músculos podem servir de indicio 
para alterações nervosas, visto que estes são 
inervados pelos nn. ulnar e mediano. 
→ Observar os vales e os montes da mão; 
• Os montes são por onde passam os feixes 
vasculonervosos e os vales, entre os montes, por 
onde passam os tendões flexores. 
Observar coloração e se há sudorese!! 
>>>>>>>> No dorso, observar principalmente se tem alguma 
alteração na cabeça dos metacarpos. 
PARTE ÓSSEA 
Começa pelo punho. 
• A região mais proeminente quando se faz desvio 
ulnar é o processo estiloide do rádio. 
o Um pouco menos distal e mais medial, 
tem-se o processo estiloide da ulna. 
• Palpa-se também a cabeça da ulna. 
• Entre os processos estiloides do radio e da ulna, 
tem-se o tubérculo de Lister e a partir dele, palpa-
se o capitato, o semilunar e o terceiro metacarpo 
(todos na mesma linha do tubérculo); 
Palpa-se o polegar 
• Primeiro metacarpiano, articulação 
metacarpofalangeana (condilar), as IFP (gínglimos) 
e as IFD. 
Palpa-se os ossos do carpo 
• Escafoide, fazendo o desvio ulnar, na região da 
tabaqueira anatômica; 
• Semilunar, fletindo o punho; 
• O piramidal é mais difícil de ser palpado, podendo 
ser acessado pela parte volar (anterior); 
• O pisiforme é palpado pela parte volar. 
Palpa-se os metacarpianos: 
• são facilmente mais palpáveis pela parte dorsal, 
porque a pele é mais fina! 
PARTES MOLES 
• Palpa-se: 
o o tendão do m. palmar longo, pedindo 
para o paciente fletir o punho e fazer 
oponência entre o dedo 1 e o 5. (15% da 
população não tem esse tendão). 
o o tendão do m. flexor radial do carpo 
o flexor ulnar do carpo 
 
Na parte dorsal palpa-se o compartimento dos 
extensores (6): 
o 1. Abdutor e extensor curto do polegar 
▪ Com o paciente estendendo o 
polegar fica mais fácil de palpar 
esse compartimento. 
o 2. Extensor curto e longo do carpo 
▪ Pedir para o paciente serrar a 
mão e estender o punho. 
o 3. Extensor longo do polegar 
▪ Paciente com polegar estendido. 
o 4. Extensor próprio do indicador e 
extensor comum dos dedos (esse compart. 
fica mais profundo) 
▪ Pede para o paciente fazer flexão 
dos dedos centrais – símbolo de 
chifre. 
o 5. Extensor próprio do quinto dedo 
o 6. Extensor ulnar do carpo 
MOBILIDADE ARTICULAR DO PUNHO 
Pede para o paciente realizar movimento e observa-se se 
esse movimento está sendo realizado normalmente; após 
isso, testar mobilidade passiva e força muscular. 
• Solicita-se que o paciente realize extensão do 
punho e aproveita para testar força com o 
examinador impedindo que ele realize essa 
extensão. 
• Solicita-se que realize flexão e testa força contra 
resistência; 
• Verificar desvio radial (em torno de 20 graus) e 
desvio ulnar (em torno de 30 graus). 
 
10 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
MOBILIDADE ARTICULAR DA MÃO 
Pede para o paciente colocar polegar em direção a base do 
quinto e testa a flexão do polegar; depois, ele abre o dedo, 
testando a extensão – que forma um ângulo do polegar com 
o segundo dedo (em torno de 50 graus). 
Testa-se a abdução e adução palmar do polegar – dobra o 
dedo em direção a palma, formando um ângulo de aprox. 70 
graus em relação ao segundo dedo. 
Verificar circundução do polegar e mobilidade das 
articulações MF e IF (flexão e extensão). 
SENSIBILIDADE E MOTRICIDADE (PARTE NERVOSA) 
• Em relação as raízes: 
o C6 – polegar e segundo dedo; extensão do 
punho. 
o C7 – dedo médio; flexão do punho e 
extensão dos dedos. 
o C8 – quarto e quinto dedos; flexão dos 
dedos. 
o * T1 – abdução e adução dos dedos. 
 
• Em relação aos nervos: 
o N. mediano: parte sensitiva da palma da 
mão até a metade do quarto dedo. Parte 
dorsal nas IFD. 
o N. ulnar: partes volar e dorsal da outra 
metade do quarto dedo e quinto dedo. 
o N. radial: toda parte dorsal da mão 
pegando do polegar até a IFP do dedo 2 e 
dedo 3. 
TESTES ESPECIAIS 
TESTES ESPECIAIS PARA A SÍNDROME 
DO TÚNEL DO CARPO 
TESTE OU SINAL DE TINEL 
• É a percussão suave nobre de um nervo. Foi 
descrito por Tinel para acompanhar o progresso da 
regeneração ou do crescimento axonal de um 
nervo. 
Para tal, deve-se percutir o nervo de distal para proximal. No 
local correspondente à regeneração, o paciente tem a 
sensação de choque elétrico que se irradia pela área de 
distribuição cutânea do nervo. 
• A progressão distal desse choque sugere bom 
prognóstico. 
→ A percussão de um nervo em local de compressão, onde 
há desmielinização ou axônios em regeneração, como, por 
exemplo, no nervo mediano no túnel do carpo, também 
desencadeia a sensação desagradável de choque, em geral 
irradiando distalmente, e é impropriamente também 
chamado de teste de Tinel. 
 
 
TESTE DE PHALEN 
>>> É usado para diagnosticar a síndrome do túnel do carpo. 
Consiste em manter o(s) punho(s) na flexão máxima durante 
1 minuto. 
• É positivo quando a sensação de formigamento ou 
dormência é relatada no território do nervo 
mediano, principalmente e com mais frequência no 
dedo médio. 
O teste de Phalen invertido é o mesmo, porém com os 
punhos em extensão máxima. 
 
11 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
 
 
TESTE DE DURKAN 
O examinador realiza digitopressão na região do túnel do 
carpo durante 30s. Quando positivo, o paciente refere 
alteração na sensibilidade do território do nervo mediano. 
TESTES PARA OS TENDÕES FLEXORES 
É possível realizar testes separados para os tendões flexores 
superficial e profundo. Como esse músculo se comporta 
como um sincício (massa muscular única), ao bloquear um 
dedo, impedimos a ação do músculo para os outros dedos. 
TESTE PARA O TENDÃO FLEXOR SUPERFICIAL 
Solicita-se que o paciente realize flexão do dedo, enquanto 
o examinador imobiliza os dedos adjacentes. Dessa forma, 
somente o flexor superficial irá agir fletindo a articulação IFP. 
 
TESTE PARA O TENDÃO FLEXOR PROFUNDO 
Esse teste é realizado com o examinador bloqueando a IFP 
em extensão e pedindo para o paciente fletir o dedo. Assim, 
apenas o flexor profundo irá agir fletindo a IFD. 
 
OUTROS TESTES 
TESTE DE BUNNEL-LITTLER 
Deve-se manter a articulação MCF em extensão e tentar 
fletir a articulação IFP. 
• A flexão dessa articulação indica ausência de 
hipertonia dos músculos intrínsecose mede o tônus 
dessa musculatura. 
Para que esse teste possa ser realizado, há necessidade de 
que as articulações MCF e IFP estejam livres. 
 
 
12 João Pedro Ricardo Ramalho Nunes, p2 – medicina | UFAL 
TESTE DOS LIGAMENTOS RETINACULARES 
• Mede o tônus dos ligamentos retinaculares. 
Mantém-se a articulação interfalângica proximal em 
extensão e realiza-se a flexão da articulação interfalângica 
distal. 
• A resistência ao movimento é proporcionada pelos 
ligamentos retinaculares oblíquos. 
o Com a articulação IFP em flexão, os 
ligamentos retinaculares relaxam-se e 
permitem a flexão da IFP com maior 
facilidade. 
 
TESTE DE WATSON 
Usado para testar a instabilidade do escafoide. 
• Realiza-se um desvio ulnar no punho e, 
concomitantemente, pressiona-se o polo distal ou a 
tuberosidade do escafoide. 
o A seguir, o punho é lentamente desviado 
radialmente, enquanto a pressão no polo 
distal é mantida, tentando impedir sua 
flexão palmar. 
Quando o escafoide está instável, o polo proximal subluxa 
dorsalmente e a manobra torna-se dolorosa. 
 
TESTE DE FINKELSTEIN 
Utilizado para as tenossinovites estenosantes do primeiro 
compartimento dorsal (abdutor longo e extensor curto do 
polegar). 
• Realiza-se desvio ulnar do punho passivo e forçado 
e, se o teste for positivo, o paciente refere dor 
intensa no primeiro compartimento dorsal. 
 
TESTE DA TECLA DE PIANO 
• Usado para testar a instabilidade da articulação 
radio-ulnar distal. 
Pressiona-se a cabeça da ulna em direção volar para ver se 
tem alguma instabilidade nessa articulação.

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