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Walter S. Alimura Anotação P3 – FIT 320 TECNOLOGIA E APLICAÇÃO DE HERBICIDAS – Componentes do Pulverizador – Pontas de Pulverização Tanques (Hopper) • Deve ser fabricado com material não corrosivo; • Facilidade de limpeza e agitação (sem quinas); • Volume de armazenamento variável (15 a 5.000 L); • Ergonomia (costal); • Sistema de alijamento (aviões) → esvaziamento rápido. Filtros do pulverizador Retém impurezas. 1. Boca de abastecimento do tanque; 2. Pré–bomba; 3. Linha (Simples ou Autolimpante); 4. Bico. Como escolher a malha do filtro? Levar em consideração o orifício da ponta e a formulação do produto. FUNÇÕES DOS FILTROS: 1. Manter a uniformidade de aplicação → pois se o filtro entupir vai haver locais sem aplicação; 2. Evitar queda na capacidade operacional → evitar que perca tempo para desentupir os bicos; 3. Segurança do operador (EPC) → ele não vai ir desentupir os bicos e nem ter contato com o produto; 4. Melhor vida útil da ponta. Bombas: • Deslocamento Positivo: pistão, rolete, diafragma e peristáltica. • Deslocamento Não Positivo: Centrífuga. (avião) Agitadores de calda: 1. Mecânico; 2. Hidráulico; 3. Misto. A mais fina é a de 100. Walter S. Alimura Atenção: • Posicionamento no tanque: Lado contrário da sucção para pulverização. • Essencial em misturas e formulações com produtos pouco solúveis como pó-molhável e suspensão concentrada. Manômetros: mostrar a pressão de trabalho para regulagem. Escolha depende da faixa pressão de trabalho a ser utilizada. O ideal é operar na faixa de 25 a 75% do valor máximo. Precisa operar com o manômetro funcionando? Não, é preciso apenas averiguar de tempo em tempo, mas não necessariamente ele precisa estar funcionando durante as operações de pulverização (não funcionar durante a pulverização aumenta a vida útil do manômetro). Comandos: 1- Manual no pulverizador (abrir e fechar cada seção); 2- Manual na cabine; 3- Controlador automático; 4- Eletrônicos. Comandos Eletrônicos: Gera mapas de aplicação com diversas informações como: • Deslocamento do pulverizador na área; • Paradas para reabastecimento; • Mapas com velocidade de operação; • Mapas com pressão de trabalho; • Mapas com volume de calda; • Mapas indicando qual foi o trajeto do pulverizador na área, indicando falhas operacionais. Barras dos pulverizadores: Nas barras, são onde estão dispostos os bicos. Nas barras geralmente tem várias sessões e essas sessões vão ser controladas manualmente ou por meios eletrônicos. Uma das coisas que se deve atentar para a barra de pulverização é a uniformidade de distribuição da pulverização. O volume acumulado ao longo da barra deve ser uniforme. Boa uniformidade de distribuição depende: • Altura da barra (se a barra abaixa demais a sobreposição diminui); • Ângulo de abertura da ponta de pulverização; • Espaçamento entre bicos (bicos mais próximos, pode trabalhar com a barra mais baixa). A uniformidade pode ser verificada na mesa de uniformidade de distribuição. Bicos: Pontas de pulverização: Classificação de acordo com a fonte de energia utilizada na formação de gotas. • Gasosa; • Centrífuga; • Cinética; • Térmica; • Elétrica; •Hidráulica: mais utilizada e por isso apenas estas serão discutidas; • Combinada. Walter S. Alimura Perfil de Distribuição: Sempre que utilizar barra longa, onde um jato tem que sobrepor o outro o perfil de distribuição deve ser descontinuo. Pontas de Jato Cônico: CONE VAZIO: • Perfil de deposição contínuo (Baixa uniformidade na barra com sobreposição); • Elevada porcentagem de gotas finas (risco de deriva); • Melhor penetração no dossel e cobertura (condições favoráveis); • Uso em aplicações dirigidas sobre culturas e em pulverizadores com corrente de ar (turbo atomizadores). CONE CHEIO: • Perfil de deposição descontínuo (boa uniformidade na barra com sobreposição); • Gotas grossas (baixa cobertura); • Alta vazão; • Uso em aplicações em pré-emergência (pouco usados devido à vazão elevada). BICOS HIDRÁULICOS: Distribuição e a Pressão. O ângulo, é influenciado pela pressão. Walter S. Alimura Exemplo: Jato Plano (leque): Pontas tipo leque tradicionais somente produziam gotas grossas (C) com vazões muito elevadas → Volumes de calda muito altos e baixo rendimento. • Inovações como pré-orifício e indução de ar possibilitaram a obtenção de gotas mais grossas e menos propensas à deriva, mesmo com aplicações de volumes mais baixos. Pontas de jato plano com pré-orifício: Pontas de Leque Duplo com pré-orifício • Boa cobertura e penetração no dossel; • Redução de deriva e melhor uniformidade na barra em relação ao cone vazio; • Ideal para aplicações que demandam maior cobertura como fungicidas, inseticidas e herbicidas de contato (dessecação pré-colheita). Pontas de jato plano com pré-orifício e indução de ar: • Gotas médias a ultra grossa, a depender da vazão e pressão de trabalho. Pontas de Jato plano de impacto ou defletoras: • Associam baixa vazão com orifícios maiores (menos propenso entupimento); • Grandes ângulos (160°). Pontas defletoras ou de impacto com pré-orifício: • Boa uniformidade com pontas espaçadas de até 100 cm a 50 cm de altura. • Excelente possibilidade de redução de volume de calda e aumento de rendimento para tratores que operam em baixa velocidade e pulverizadores costais. • Baixo volume de calda (60 a 100 L/ha); • Baixo risco de deriva; • Aumento no rendimento operacional. Walter S. Alimura TECNOLOGIA E APLICAÇÃO DE HERBICIDAS - Regulagem e Calibração de Pulverizadores (Prática) Tópicos: ✓ Escolha da ponta de pulverização ✓ Uniformidade de distribuição na barra do pulverizador ✓ Verificação do funcionamento do pulverizador (inspeção) ✓ Regulagem e calibração de pulverizadores ESCOLHA DA PONTA DE PULVERIZAÇÃO: - Classificação do tamanho de gotas produzidas pelas pontas. Relação VAZÃO x PRESSÃO: Se quiser dobrar a Vazão (2x), precisamos quadruplicar a Pressão (4x) Importante definir a cobertura do alvo: - Volume de calda; - Uso de adjuvantes (surfactantes); - Densidade de gotas. Uma boa uniformidade de Distribuição na Barra de Pulverização depende: ✓ Altura da Barra ✓ Ângulo de abertura da ponta de pulverização ✓ Espaçamento entre bicos Regulagem e Calibração de pulverizadores: - Sucesso ou não da aplicação - Primeiro passo: ✓ Inspeção: checar o funcionamento adequado do pulverizador (Check list) ✓ Aferir a vazão das pontas de pulverização (copo medidor/proveta ou Fluxomêtro) Se houver pontas com variação acima de 10% na vazão, devemos substituir as pontas. Definir a faixa de velocidade de trabalho ou a faixa de velocidade (pulverizadores com controladores de vazão). Walter S. Alimura Precisamos minimizar os riscos de deriva. Ponta de pulverização: vazão compatível com a velocidade que for trabalhar e espectro de gotas desejados. A dose normalmente é recomendada em L/ha Passo a passo para a Calibração do Pulverizador de Barra Costal para aplicação em área total: 1. Esgotar o pulverizador (inclusive as mangueiras) e colocar um volume de água conhecido no tanque (Ex: 5,0 L) 2. Marque uma área de 100 m2 (Ex: 25,0 x 4,0 m) 3. Pulverize a área (andando a uma velocidade constante com pressão constante) 4. Medir o volume de água que sobrou no pulverizador (tanque e mangueira) – (Ex: sobrou 3,8 L) 5. Calcule quanto foi gasto nos 100 m2 Ex: Volume gasto = Volume Inicial – Sobra Volume gasto = 5,0 – 3,8 => 1,20 L 6. Calcule o Volume de calda/ha 100 m2 -------------- 1,20 L 10.000 m2 ---------- X X = 120 L/ha 7. Quanto de herbicida vai ser colocado no tanque da bomba costal (20 L)? – Ex: dose = 3,0 L/ha 120 L -------------3,0 L do herbicida 20 L --------------- X X = 0,5 L/tanque de 20L Passo a passo para a Calibração do Pulverizador de Barras Tratorizado para aplicação em área Total: 1. Escolher uma marcha do trator (velocidade adequada a 540 RPM na TDP); 2. Regulação da pressão de trabalho com o pulverizador funcionando; 3. Marcar uma área (reta) de 50m; 4. Marcar o tempo gasto para o trator percorrer os 50m. Iniciar 5m antes do início da área teste; 5. Com o pulverizador parado, medir o volume obtido no tempo gasto para percorrer 50m; 6. Leitura do volume coletado em proveta ou copo calibrador. Walter S. Alimura Se o operador mudar a marcha ou a rotação do trator?? Walter S. Alimura Se mudar a MARCHA: Sair da marcha menor para uma marcha maior → vai aplicar um volume de calda menor (subdose) Se mudar a ROTAÇÃO: A rotação faz 2 mudanças. A velocidade e a vazão são diretamente proporcionais à rotação. Entretanto, na bomba parte da calda volta para o tanque, pois tem um regulador de pressão no local. Com isso, observamos que, ao aumentar a rotação, a velocidade aumenta mais do que a vazão no bico, então o volume de calda cai quando acelera mais o trator (velocidade é mais sensível). Resumindo: • Marcha mais rápida na mesma rotação → reduz o volume de calda • Rotação acima do planejado mantendo a marcha → reduz o volume de calda • Rotação abaixo do planejado mantendo a marcha → aumenta o volume de calda O ideal é não mexer nem em um e nem no outro!! Regulagem e Calibração: AUTOPROPELIDOS e outros pulverizadores com controle eletrônico de vazão Qual a quantidade do produto a ser colocado no tanque?? Dose: 1,0 L/ha Tanque com capacidade de 3000 L Volume de calda: 100 L/ha 100 L ----------- 1,0 L 3000 L --------- X X = 30,0 L/tanque Autonomia para 30 ha Walter S. Alimura Se houver necessidade de reduzir mais a Velocidade (momentaneamente) por conta de obstáculos?? Acaba abaixando a pressão... em 0,7 BAR a válvula antigotejo para e com isso trava tudo, consequentemente não pulveriza mais, causando falhas na aplicação. Para isso, alguns pulverizadores trazem informações da Pressão mínima ou da Velocidade mínima para evitar alterações no tamanho de gotas, ângulos do jato e até mesmo o fechamento da válvula antigotejo. Se a pressão mínima for atingia, ela será mantida, resultando em um aumento no volume de calda, porém, não haverá falha de aplicação. Sempre que isso ocorrer, o monitor mostrará no display ou emitirá sons de aviso. Esta regulagem deve ser feita toda vez que houver a troca das pontas ou alterações do volume de calda ou taxa de aplicação. TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS – Aplicação em Jato dirigido e Eletrônica Embarcada A aplicação em Jatos Dirigidos: herbicidas sistêmicos, tomar cuidado para não atingir a cultura, utiliza-se sistemas de barras protegidas. Aplicação de herbicidas em faixa: perfil de distribuição uniforme e contínuo Eletrônica Embarcada: uso em máquinas agrícolas com sensores, atuadores, computadores de bordo, softwares e sistemas de informação geográfica via satélite (GPS). Objetivo: ✓ Monitorar a operação ✓ Realizar o controle automático (podemos fazer até a distância, remotamente) ✓ Registram os dados para análises VANTAGENS da eletrônica embarcada: ✓ Qualidade da produção ✓ Redução das perdas e desgaste (ajuste dos sistemas) ✓ Planejamento do negócio ✓ Proteção ao meio ambiente Controles de pulverização: • O controlador tem como função básica manter constante o volume de calda do defensivo, independente das variações de velocidade do pulverizador. • O controle do volume pulverizado é baseado nas informações de pulsos gerados nos fluxômetros (medidos de vazão) e/ou dos pressostatos (medidores de pressão). Walter S. Alimura Controlador: - Armazena dados - Gera alarmes - Gerencia a aplicação - Gera informações em tempo real (volume de calda, área já aplicada, volume aplicado, pressão no circuito e velocidade real). Gera mapas de aplicação com diversas informações como: - Deslocamento do pulverizador na área; - Paradas para reabastecimento; - Mapas com velocidade de operação; - Mapas com pressão de trabalho; - Mapas com volume de calda; - Mapas indicando qual foi o trajeto do pulverizador na área, indicando falhas operacionais. É possível fazer monitoramentos em tempo real e ajustes operacionais remotamente. Compartilhamento de dados entre máquinas diferentes. Fluxômetro: realiza a leitura instantânea da vazão. Possui um sensor de velocidade: ✓ Transmite a velocidade real de trabalho ao controlador - Sensores colocados nas rodas dos pulverizadores - GPS → requer antena de maior precisão (tendência de uso) Pode ter GPS no tanque de pulverização e também no teto da cabine do operador (barra de luz ou piloto automático). Válvulas de Alívio e reguladora de pressão: ✓ Permite regulagem do sistema ✓ Alivia o sistema no momento que as barras são fechadas Válvulas de Seção: ✓ Realiza a abertura e fechamento das seções. Princípio de Funcionamento: A partir dos dados de velocidade e vazão instantânea, é calculado o volume de pulverização: Os controladores fazem ajustes alterando a pressão, usando a válvula reguladora de pressão na linha principal. As informações instantâneas de velocidade e vazão são convertidas em volume de pulverização. ✓ O volume de pulverização (Q) fica a cargo do operador; ✓ Os valores de vazão da ponta (q) e velocidade (V) são recebidos dos sensores; ✓ Quando a velocidade do trator (V) é alterada, a vazão do bico (q) é corrigida; ✓ O operador deve ficar atento para não variar demais a velocidade do trator, pois pode acarretar alteração no tamanho de gotas devido ao uso de pressões inadequadas. Walter S. Alimura Ainda na eletrônica embarcada, nós temos o Controle Automático da ALTURA DA BARRA: ✓ Proteger a barra de pulverização de impactos com o solo; ✓ Evita as pulverizações com alturas abaixo ou acima da desejada, principalmente, em áreas inclinadas e com terraços. ✓ Sensor automático de altura. Sensor de presença de planta daninha – Sensor ótico Eletrônico: ✓ Determina se na região analisada há uma planta. ✓ Em cada bico possui um sensor. ✓ Muito caro. Vantagens da Aplicação Localizada: • Economia nos usos totais de controle de plantas daninhas; • Reduz o uso de produtos químicos, aplicando de forma precisa e em baixas quantidades (reguladas); • Reduz o impacto ambiental e suas atividades a campo; • Reduz o tempo de trabalho; • Opera dia ou noite em velocidades de até 16 km/h. Sistemas de GPS e piloto automático: ✓ GPS: - Nortear a direção; - Indica as faixas de aplicação; - Indica a direção e deslocamento da linha de passagem; - Gera o relatório da aplicação (data, hora, coordenadas geográficas, tempo de operação, área aplicada...) ✓ Piloto automático - Mantem o pulverizador na linha de aplicação Controlador Automático de Seções: - Feito pelos sistemas de GPS com o piloto automático e controladores de vazão. Walter S. Alimura PROTEÇÃO e MEIO AMBIENTE: O que fazer com a sobra da calda no tanque do pulverizador?? Se sobrar, NUNCA jogar os restos de produtos em rios, lagos ou demais coleções de água. O ideal é DILUIR e aplicar em carreadores ou bordaduras da área tratada. ✓ Utilizar EPI; ✓ Tomar banho após a aplicação; ✓ Lavar separadamente as roupas de trabalho; ✓ Respeitar os intervalos de segurança (período de carência dos produtos) e o intervalo de reentrada na área. TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS – ADJUVANTES Adjuvantes: são substâncias ou compostos adicionados à formulação do defensivo ou à calda para aumentar a eficiência do produto ou modificar propriedades da solução visandofacilitar a aplicação ou minimizar possíveis problemas (elevar cobertura do alvo, penetração na planta, redução de deriva, etc...). Podem estar na formulação do defensivo (ex. Roundup) ou podem ser adquiridos separadamente e adicionados à calda no tanque de pulverização. Classificação dos adjuvantes: Modificadores de propriedades físico-químicas da calda: • Compatibilidade; • Estabilidade; • Solubilidade; • Formação de espuma; • Redutores de deriva; • pH/tamponante; • Sequestro de íons/quelantes. Surfactantes (Também chamados de espalhantes ou tensoativos) Aumentam a área de contato das gotas com o alvo; Melhoram a estabilidade e compatibilidade da mistura; Possuem uma parte hidrofílica (afinidade com água) e outra lipofílica (afinidade com óleo). - Possibilita a compatibilidade de substâncias hidrofílicas com hidrofóbicas (Forma micelas em torno da gota de óleo); - Facilitando a distribuição e espalhamento da calda em alvos hidrofóbicos (cutícula das folhas); Processo de reação com o alvo: • Retenção; • Adesão; • Molhamento; • Espalhamento; • Penetrante; • Umectante. Walter S. Alimura Emulsões: 1) utiliza agente emulsificante para estabilização da mistura; 2) constante agitação ou aplicação em spray. Emulsão Direta – H2O em maior quantidade: Óleo/água (O/A): microemulsão de óleo em água. O volume de óleo é baixo. A fase interna (dispersa) é hidrofóbica e a fase externa (dispersante) hidrofílica. Emulsão Inversa – Óleo em maior quantidade: Água/óleo (A/O): microemulsão de água em óleo. O volume de água é baixo. A fase interna nesse caso é hidrofílica e a fase externa hidrofóbica. ➢ A substância quebra a tensão superficial da água. ➢ Atenção com o volume aplicado: Podem provocar escorrimento da calda. SURFACTANTES: Classificação de acordo com a capacidade de ionização Não iônicos (neutros ou sem carga): Mais indicados para mistura em tanque, pois evitam processos que ocasionam incompatibilidade; EX: organosilicones. Aniônicos (carga negativa): Há restrições. Paraquat ioniza-se positivamente não devendo ser misturado adjuvantes aniônicos. Catiônicos (carga positiva): Há restrições. Glyphosate ioniza-se negativamente não devendo ser misturado adjuvantes catiônicos. Anfotéricos (carga depende do pH da solução). EX: Betaínas, Glicinados (compatibilizantes de mistura em tanque). ➢ A escolha deve ser de acordo com a recomendação da Bula ÓLEOS: Aumentam a penetração de ativos lipossolúveis em plantas (reduzem a tensão superficial, aumentam o espalhamento, aumentam a absorção, reduzem a evaporação). • Óleo Mineral • Óleo Vegetal Mistura de óleo com água requer um emulsificante tensoativo (para que não forme as 2 fases). Importante conhecer a qualidade do óleo e do emulsificante (estabilidade da mistura). Podem ser usados como veículo de aplicação em volumes ultrabaixos: protegem a gota da evaporação. REDUTORES DE DERIVA: Redução a formação de gotas muito finas/aumentar o DMV. Redução da taxa de evaporação (proteção da gota). ANTIESPUMANTE / REDUTORES DE ESPUMA: - No geral são surfactantes como é o caso dos organossilicones. ADESIVOS: Retenção do ativo na superfície, evitando lavagem com água de chuva/irrigação. Inadequados para aplicações de herbicidas em pré-emergência sobre palhada (principalmente adesivos com “memória”) Ex: Plantio direto e cana-de-açúcar (soqueira). Walter S. Alimura CONDICIONADORES DE CALDA: ✓ Quelatizantes: Impedir a reatividade iônica de íons presentes na água com o ativo (deve ser realizada antes da adição do defensivo); ✓ Tamponantes: Controlam o pH da água, mantendo-a estável por um período; ✓ Redutores de pH. COMPATIBILIZANTES: Melhora interação entre componentes da mistura, diminuindo risco de sedimentação, formação de grânulos e gel; Ex: Surfactantes fosfatados e alquilglucosídeos. MULTIFUNCIONAIS: Contém vários ingredientes com diferentes funcionalidades Ex: Misturas de surfactantes com polímeros e agentes tamponantes ou redutores de pH. ➢ Faltam informações/especificações precisas sobre as funcionalidades dos adjuvantes e sob que condições elas vão se expressar. TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS – FORMULAÇÕES FORMULAÇÕES: Envolve a mistura da molécula herbicida (ingrediente ativo - i.a. - ou equivalente ácido - e.a.) a solventes, surfactantes e ingredientes inertes sem perda de suas propriedades herbicidas, visando: • Dispersão do produto formulado ao veículo (normalmente água) de modo a permitir a aplicação; • Facilidade de manuseio, segurança do aplicador; • Reduzir a volatilidade, foto decomposição, odor; • Facilidade no transporte e armazenamento; • Redução de embalagens para descarte; Equivalente ácido: Equivalente ácido é a parte do ingrediente ativo que irá atuar efetivamente como herbicida, quando este teve que ser formulado como um sal ou éster da molécula básica (ácido); Walter S. Alimura Herbicida Dicamba é incompatível com amônia: • Evitar formulações a base de amônia; • No caso de misturas usar sais de potássio (Transorb R ou similar). Formulações líquidas: • Concentrado solúvel; • Suspensão concentrada; • Concentrado emulsionável; • Micro emulsão. Formulações líquidas: Concentrado solúvel (SL, C, CS, SAC) – O i.a. solúvel, geralmente na forma de sal, é dissolvido em água, álcool, acetona, etc..., até próximo do limite de saturação. Características: • Forma rapidamente uma calda homogênea, sem precipitados. • Não é abrasiva; • Não entope filtros e pontas de pulverização. Concentrado emulsionável (CE, EC, EW) – É formada por uma solução do ingrediente ativo em um solvente orgânico, resultando em uma solução concentrada. Como essa solução não é imiscível em água, são adicionados adjuvantes (gentes emulsificantes, estabilizadores, corretivos, etc...) para possibilitar a mistura em água. Características: • Relativamente fácil de manusear, transportar e armazenar; • Boa estabilidade - requer pouca agitação; • Não causam entupimentos e geram pouco desgaste em pontas pulverização. • Os adjuvantes e solventes podem causar intoxicidade em algumas culturas; • Podem ser absorvidos pela pele de animais e do homem; Suspensão concentrada (SC) - Contém o i.a. na forma de sólidos insolúveis misturados com líquidos (ingredientes inertes) na forma de suspensão. O pó molhável é suspendido em pequena porção de água, mediante uso de adjuvantes para manter essa suspensão estável. Características: • Requer agitação constante - Decantação; • Problemas entupimento de filtros e pontas de pulverização (bicos). • Problemas com desgaste nas pontas de pulverização (abrasivo). Formulações sólidas: Pó molhável (PM, WP) – O i.a. é finamente moído e combinado com ingredientes inertes (argila ou outros aditivos) que melhoram a suspensão em água. Características: • Requer diluição antes do preparo da calda; • Requer agitação constante; • Problemas com desgaste e entupimento de bicos e filtros, devido a presença de partículas. Pó solúvel – Necessita de diluição apenas no preparo da calda. Grânulos Dispersíveis em Água (WG, GD, GDA, GRD, GRDA) - O ingrediente ativo sólido é combinado em uma partícula maior, na forma de grânulos, e este, adicionado em água se dispersam de forma semelhante ao pó molhável. Características: • Facilidade de transporte e armazenamento; • Facilidade/segurança no manuseio (não forma poeira); • Redução de embalagens para armazenamento e devolução (grandes quantidades); • Pode haver problemas de incompatibilidade física com outras formulações. Formulações sólidas: • Pó molhável; • Pó solúvel; • Grânulos; • Grânulos Dispersíveis em Água; Walter S. Alimura Grânulos – Pronto para aplicação. Formulações micro encapsuladas: Microcápsula consiste em uma camada de um agente encapsulante, geralmente um material poliméricoque atua como um filme protetor, isolando a substância ativa (gotículas líquidas, partículas sólidas ou material gasoso) e evitando o efeito de sua exposição inadequada. A membrana se desfaz sob estímulo específico, liberando a substância no local ou momento ideais. Aplicação da técnica de microencapsulação: Agricultura • Redução de perda do agrotóxico por degradação, evaporação ou dissolução e escoamento para fontes de água, prevenindo a contaminação ambiental; • Aumento da eficiência do agente ativo prolongando o período de proteção; • Segurança - redução perigo de intoxicação durante o seu manuseio; • Redução do risco de intoxicação de culturas vizinhas por deriva TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS – Misturas de Defensivos no Tanque do Pulverizador 1. Controle de maior número de espécies de plantas daninhas, pragas e patógenos; 2. Melhorar a eficiência de controle em relação à aplicação isolada de um defensivo; 3. Aumento da segurança da cultura, devido à possibilidade de uso de doses menores de cada herbicida misturado; 4. Redução de resíduos na cultura e no solo devido ao uso de doses menores, especialmente dos componentes mais persistentes; 5. Menor pressão de seleção para plantas daninhas, pragas e patógenos resistentes. 6. Redução no custo com aplicações e aumento da capacidade operacional. Problemas com misturas: Incompatibilidade física: ✓ Formação de precipitados, sedimentação, formação de grânulos e gel. Incompatibilidade química: ✓ Redução na eficácia; ✓ Perda de seletividade (herbicidas inibidores da ALS + inseticidas organofosforados). Incompatibilidade relacionada à tecnologia de aplicação: ✓ Cobertura x risco de deriva; ✓ Horário de aplicação. Normalmente, interações físicas ocorrem devido aos ingredientes inertes, enquanto que as interações químicas estão relacionadas à molécula dos defensivos. Como saber se devo fazer ou não a mistura de defensivos agrícolas em relação à incompatibilidade física? Para se ter uma noção rápida de incompatibilidade física você pode fazer um teste misturando os produtos e observar o que acontece: o “teste da garrafa”. Mistura prévia dos produtos na exata proporção esperada no tanque. Walter S. Alimura Escala de estabilidade das misturas: Interações entre herbicidas: - Efeitos sinérgicos: quando o efeito dos herbicidas aplicados juntos é maior que a soma dos efeitos isolados. - Efeitos aditivos: quando o efeito dos herbicidas em mistura é igual à soma dos seus efeitos quando aplicados separados. - Efeitos antagônicos: quando o efeito dos herbicidas em mistura é menor que a soma dos seus efeitos quando aplicados separadamente. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O que o técnico precisa conhecer para implementar o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD)? O técnico deve possuir, em primeiro lugar, o entendimento de que não há um único método de controle, utilizado isoladamente, que seja 100% assertivo. É necessária a compreensão da integração de métodos culturais, biológicos, físicos, mecânicos, químicos e preventivos, para que o controle na lavoura atinja uma alta eficiência. No caso do controle químico, por exemplo, a compreensão da dinâmica dos herbicidas no solo e na planta, e também da tecnologia de aplicação, influencia nos resultados finais, podendo ser uma recomendação bem sucedida ou não. Os controles preventivos, que se referem a cuidados de limpeza e sanidade de materiais vegetativos, em especial, podem evitar grandes infestações e reduzir os gastos que existiriam com o surgimento das culturas invasoras. Além disso, o técnico deve conhecer também o período de interferência das plantas daninhas na cultura, para realizar o controle no momento adequado e também pelo tempo necessário. É essencial que o objetivo do Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD) seja uma regra para o técnico que, ao combinar métodos de controle ao conhecimento aprofundado da cultura trabalhada, consiga uma boa produtividade sem trazer riscos econômicos, sociais e ambientais ao produtor. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Walter S. Alimura DIAGNÓSTICO, PREVENÇÃO, MECANISMOS E MANEJO DE RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS A HERBICIDAS SUSCETÍVEL: Quando a ação do herbicida altera o crescimento ou o desenvolvimento da planta quando submetido a uma certa dose de herbicida. TOLERÂNCIA: Capacidade inata de alguma espécie em sobreviver e se reproduzir após o tratamento herbicida, mesmo sofrendo injúrias. RESISTÊNCIA: Capacidade adquirida de uma planta em sobreviver a determinando herbicida que, em condições normais, controlariam os integrantes da população. RESISTÊNCIA SIMPLES: Ocorre quando um biótipo é resistente ao um herbicida de um único mecanismo de ação. RESISTÊNCIA CRUZADA: Ocorre quando um biótipo é resistente a dois ou mais herbicidas de um mesmo mecanismo de ação. RESISTÊNCIA MÚLTIPLA: Ocorre nas plantas que possuem resistência a dois ou mais mecanismos de ação. PRINCIPAL DESAFIO: Limitado (ou inexistente) número de herbicidas alternativos para serem usados no controle dos biótipos resistentes. COMO APARECEM OS INDIVÍDUOS RESISTENTES NO CAMPO? O surgimento de uma planta daninha resistente deve-se à seleção de um biótipo resistente (R) pré-existente, que, em função da pressão de seleção, encontra condições de multiplicação. DIAGNÓSTICO DA RESISTÊNCIA Critério 1. Ter dados de confirmação seguindo protocolos científicos aceitáveis. Um método de detecção deve ser: • Rápido • Preciso • Baixo custo • De fácil execução • Fornecer resultados precisos dos impactos da resistência nas atividades no campo. O mais importante fator de determinação da resistência é a quantificação do grau de sensibilidade da planta ao herbicida. Alguns aspectos que podem ser observados no campo que indicam a causa como sendo resistência: 1 – Observação no campo • Presença de plantas mortas ao lado de plantas vivas; • Histórico de controle da planta daninha na área; • Histórico do uso do herbicida na área; • Ocorrência da resistência desta planta daninha na região. 2 – Coleta das sementes no campo Bons resultados somente são obtidos dependendo da qualidade de coleta das sementes no campo: • Coletar sementes na maturidade; • Coletar de forma cuidadosa colocando em sacos. • Coletar no centro da reboleira em área de 100 x 50 m. • Qualidade da semente é mais importante que quantidade. • Não colete em condições de alta umidade. • Nunca armazene em sacos plásticos. • Secar imediatamente após coleta. • Beneficiar as sementes. 3 – Bioensaio com plantas inteiras Avaliação visual da mortalidade e peso verde ou seco da fito massa. Sempre é necessária uma população suscetível para comparação. Walter S. Alimura No delineamento do experimento é importante ter assessoria estatística. Curva de dose-resposta: Permite quantificar o grau de resistência em relação a população padrão suscetível, normalmente a 50% de controle. Prós e contras dos bio ensaios: PREVENÇÃO DA RESISTÊNCIA 2 preocupações-chave: 1- Reduzir pressão de seleção. 2- Controlar indivíduos resistentes antes deles reproduzirem. • Rotação de culturas; • Rotação de métodos de controle e preparo de solo; • Empregar sementes certificadas; • Aplicações sequenciais; • Mistura de herbicidas com diferentes mecanismos de ação; • Rotação de mecanismos de ação; • Limpeza de máquinas e equipamentos; • Evitar que plantas suspeitas se reproduzam. Mecanismo de resistência: Rela → RELACIONADOS AO LOCAL DE AÇÃO DO HERBICIDA. N-Rela → NÃO RELACIONADO AO LOCAL DE AÇÃO DO HERBICIDA. Por que conhecer os Mecanismos de Resistência?Vantagens da associação de residuais + pós na dessecação pré plantio: • Fortalece o manejo com o glyphosate (permite reduzir aplicações/doses de glyphosate). • Proporciona “dianteira competitiva” evitando a matocompetição inicia. • Redução a pressão sobre o glyphosate como único herbicida de manejo. Walter S. Alimura A resistência ao glyphosate difere dos demais herbicidas por ter múltiplos mecanismos de resistência, portanto é quantitativa. Entender os mecanismos de resistência ajuda-nos a estabelecer estratégias de manejo. A resistência múltipla pode se tornar um grande problema para a agricultura, pois é limitado o desenvolvimento de novos mecanismos de ação de herbicidas. HERBICIDA NO AMBIENTE Como e onde o herbicida interage no solo? Por quanto tempo permanece no solo? Para onde ele vai? O produto ao cair no solo, se não tiver uma boa conservação do solo, ao chover vai ocorrer a lixiviação do produto químico e contaminar as águas. Uma parte pode ficar sorvido no solo, outra parte pode ser absorvido pelas plantas e até degradadas no solo. O produto que é ABSORVIDO pelas plantas e microrganismos são aqueles produtos que estão na SOLUÇÃO do solo. Quanto mais persistente o produto, maior será o risco de ele ir descendo para o perfil do solo. Se o produto for muito retido, ficará um pouco na solução do solo. Processos que influenciam a dinâmica de herbicidas no solo: • SORÇÃO • DESSORÇÃO • LIXIVIAÇÃO • PERSISTÊNCIA PROPRIEDADES DO SOLO - Herbicida - Necessário fazer análises físicas, químicas e biológicas do solo!! QUÍMICO BIOLÓGICO Walter S. Alimura CLASSES DE HERBICIDAS: ➢ Herbicidas Ácidos Fracos ➢ Herbicidas Bases Fracas ➢ Herbicidas Não-iônicos Herbicidas SÃO MOLÉCULAS QUÍMICAS. INTERAÇÕES ENVOLVIDAS NA SORÇÃO • Ligação do Hidrogênio: com a superfície da matéria orgânica • Interação Hidrofóbica: superfície das argilas • Interação Eletrostática: argilominerais • Força Van der Waals: moléculas grandes de herbicidas ENSAIO BIOLÓGICO: Como calcular a Razão-Sorção dos solos: 1. Selecionar uma planta indicadora, altamente sensível ao produto 2. Usar um substrato inerte e determinar qual a espécie é mais sensível e fácil de ser cultivado 3. Determinas a dose da solução que inibe 50% do crescimento da planta na areia lavada. - Areia lavada = zero de retenção 4. Ao fim, realiza o trabalho com o Solo. Walter S. Alimura Sorção – Método Biológico Estimativa Coeficiente de Sorção – MÉTODO QUÍMICO TEMPO DE EQUILÍBRIO: ensaio de sorção Walter S. Alimura DESSORÇÃO: Liberação da molécula do herbicida anteriormente sorvida no solo para a solução. MEIA VIDA: tempo em dias, para que um produto, em uma dose aplicada seja reduzida em 50%. Como determinar a Meia-Vida do produto? Aplica o herbicida no solo (trabalhar com a dose comercial) Você pretende recomendar a aplicação de um novo herbicida para o controle das plantas daninhas em pré- emergência. Para ter ideia do comportamento deste herbicida no solo aplicado, quais as características do herbicida e, também, do solo que você precisa conhecer? ➢ Deve-se conhecer a textura e mineralogia do solo, teor de matéria orgânica do solo, pH do solo, umidade do solo, capacidade de infiltração do solo, declividade, CTC, período residual do herbicida no solo, pressão de vapor do herbicida, capacidade de sorção do herbicida, Pka e Kow do herbicida, solubilidade do herbicida, etc. Conhecendo essas características é possível escolher o melhor herbicida baseado nas características da área em que se deseja trabalhar, para com isso obter alta eficiência e prevenir problemas ambientais, como contaminação do lençol freático, além de evitar a intoxicação da cultura, devido a problemas de persistência de herbicidas no solo, coo no caso do Picloram.
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