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Tecnologia de aplicação de defensivos

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PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
1
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
2
Universidade Federal de Viçosa
Luiz Cláudio Costa - Reitor
Nilda de Fátima Ferreira Soares - Vice-Reitora
CEAD - Coodenadoria de Educação Aberta e a Distância
Frederico Vieira Passos - Diretor
MATUO, T.; PIO, L. C.; RAMOS, H. H.; FERREIRA, L. R. Proteção de Plantas - 
Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos. Viçosa, 2010.
Esta apostila é parte integrante do curso Proteção de Plantas, 
ministrado pela Universidade Federal de Viçosa.
Layout: José Timóteo Júnior
Edição de imagens e capa: José Timóteo Júnior
Editoração Eletrônica: Hamilton Henrique Teixeira Reis, José Timóteo Júnior, Lívia 
Alcântara, Marcelo dos Santos Teixeira, Rômulo Siqueira Santos.
Revisão Final: João Batista Mota
CEAD - Prédio CEE, Avenida PH Rolfs s/n
Campus Universitário, 36570-000, Viçosa/MG
Telefone: (31) 3899 2858 | Fax: (31) 3899 3352
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
3
Sumário
Capítulo 1 - Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos
1. Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos ......................................... 05
 1.1. Introdução .................................................................................................................. 05
2. Alvo Biológico e Eficiência ............................................................................................ 06
 2.1. O alvo biológico ......................................................................................................... 06
	 2.2.	Eficiência	na	aplicação	de	agroquímicos	.................................................................	07
3. Formulação de agroquímicos ........................................................................................ 08
 3.1. Pó-seco (P) ............................................................................................................... 08
 3.2. Grânulos (Gr) ............................................................................................................ 08
 3.3. Pó-molhável (PM) ..................................................................................................... 08
 3.4. Pó solúvel (PS) ......................................................................................................... 09
 3.5. Concentrado emulsionável (CE) ............................................................................... 09
 3.6. Solução aquosa concentrada (SAqC) ...................................................................... 09
 3.7. Suspensão concentrada (SC) .................................................................................. 10
 3.8. Ultrabaixo volume (UBV) .......................................................................................... 10
 3.9. Grânulos dispersíveis em água (GRDA) .................................................................. 11
 3.10. Outras formulações ................................................................................................ 11
4. Métodos de aplicação de agroquímicos ....................................................................... 11
 4.1 Aplicação via sólida ................................................................................................... 11
 4.1.1. Aplicação de grânulos ................................................................................. 11
 4.2. Aplicação via líquida ................................................................................................. 12
 4.2.1. Diluentes para aplicação via líquida ........................................................... 13
 4.2.2. Volume de aplicação ................................................................................... 15
 4.2.3. Cobertura .................................................................................................... 16
 4.2.4. Gotas .......................................................................................................... 19
 4.2.4.1. Parâmetros para o estudo das gotas ............................................ 19
 4.2.4.2. Amostragem e observação de gotas ............................................ 20
5. Literatura consultada ...................................................................................................... 24
6. Glossário ........................................................................................................................... 26
Capítulo 2 - Equipamentos e técnicas de aplicação
1. Introdução ........................................................................................................................ 29
2. Equipamentos e técnicas para aplicação via sólida .................................................... 29
 2.1. Aplicadores de Pós ................................................................................................... 29
 2.2. Aplicadores de Granulados ...................................................................................... 29
 2.2.1. Regulagem de granuladoras ...................................................................... 30
3. Equipamentos de aplicação via líquida ........................................................................ 31
	 3.1.	Tipo	e	classificação	dos	pulverizadores	...................................................................	31
 3.2. Componentes básicos dos pulverizadores hidráulicos ............................................. 31
 3.3. Pontas de Pulverização ............................................................................................ 40
	 	 3.3.1.	Classificação	e	tipos	de	pontas	de	pulverização	........................................	40
 3.3.2. Pontas hidráulicas de pulverização ............................................................ 44
 3.3.2.1. Estudo da vazão das pontas ......................................................... 45
 3.3.2.2. Estudo da distribuição das gotas .................................................. 46
 3.3.2.3. Tamanho de gotas ........................................................................ 49
 3.3.2.4. Nomenclatura ................................................................................ 50
 3.3.2.5. Material e durabilidade .................................................................. 51
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
4
 3.3.2.6. Alguns exemplos de pontas encontradas no mercado e suas 
 características ............................................................................... 52
4. Regulagem e Calibração dos equipamentos ................................................................ 52
 4.1. Reconhecendo o equipamento ................................................................................. 52
 4.2. Regulando a aplicação ............................................................................................. 53
 4.3. Preparando a calda .................................................................................................. 55
 4.4. Exercício de Exemplo ............................................................................................... 56
5. Literatura Consultada ..................................................................................................... 62
Capítulo 3 - Pulverizadores assistidos a ar
1. Introdução ........................................................................................................................ 64
2. Conformação ................................................................................................................... 64
3. Calibração ........................................................................................................................ 67
 3.1. Procedimentos pré-calibração .................................................................................. 67
 3.2. Métodos de calibração .............................................................................................69
 3.2.1. Método das tentativas ................................................................................. 69
 3.2.2. Método Matemático .................................................................................... 70
4. Considerações finais ...................................................................................................... 71
5. Literatura Consultada ..................................................................................................... 73
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
5
1
PROTEÇÃO DE PLANTAS 
Tecnologia de aplicação 
dos agroquímicos e 
equipamentos 
 Profº. Tomomassa Matuo (UNESP/FCAVJ - SP)
Profº. Luis César Pio (Herbicat - SP)
Profº. Hamilton H. Ramos (IAC/Jundiaí - SP)
Profº. Lino R. Ferreira (UFV)
1.1 Introdução
Tecnologia	consiste	na	aplicação	dos	conhecimentos	científicos	a	um	
determinado processo produtivo. Portanto, entende-se por tecnologia de 
aplicação de agroquímicos o emprego de todos os conhecimentos 
científicos que proporcionem a correta colocação do produto biologi-
camente ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômi-
ca, com mínimo de contaminação de outras áreas.
A aplicação de agroquímicos, tal como se pratica hoje, não difere essen-
cialmente daquela praticada há 100 anos e se caracteriza por um conside-
rável desperdício de energia e de produto químico (HIMEL, 1974; RAINEY, 
1974; GRAHAM-BRYCE, 1975; MATTHEWS, 1983). No entanto, o cres-
cente aumento do custo de produtos químicos, da mão de obra e da ener-
gia	e	a	preocupação	cada	vez	maior	em	relação	à	poluição	ambiental	têm	
realçado a necessidade de uma tecnologia mais acurada na colocação 
do produto químico no local correto, bem como, de procedimentos e 
equipamentos adequados à maior proteção ao trabalho.
Tratando-se da aplicação de todos os conhecimentos existentes, a ma-
téria	é	multidisciplinar	por	excelência.
No presente curso procurar-se-á apresentar essa complexa matéria, de 
forma	simplificada	e	prática,	tarefa	nem	sempre	possível	de	ser	executada	
a contento do mundo, sendo que esta população está a cada dia mais exi-
gente, tendo, de fato, o direito de ter alimentação abundante e saudável.
Hoje, a sustentabilidade da produção agrícola e a adequação ambiental 
são rotineiras. 
Tecnologia de aplicação dos 
agroquímicos e equipamentos
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
6
A	 fixação	 pouco	 exata	 do	 alvo	 leva,	 invariavelmente,	 a	 perdas	 de	
grandes proporções, pois o produto é também aplicado sobre partes que 
não	têm	relação	direta	com	o	controle.	Por	exemplo,	em	média,	30%	do	
produto aplicado visando às folhas atingem o solo por ocasião da aplicação 
(HIMEL, 1974).
 
2. Alvo Biológico e Eficiência
2.1. O alvo biológico
O agroquímico deve exercer a sua ação sobre um determinado 
organismo que se deseja controlar. Portanto, o alvo a ser atingido é 
esse organismo, seja ele uma planta daninha, um inseto, um fungo, etc. 
Qualquer quantidade do produto químico (ou agente de outra natureza) 
que não atinja o alvo, não terá qualquer eficácia e representará uma 
forma de perda.
É,	 portanto,	 de	 fundamental	 importância	 que	 se	 fixe	 com	exatidão	 o	
alvo quando se aplica um agroquímico. No caso de um herbicida de pós-
emergência,	o	alvo	será	a	planta	daninha	que	se	pretende	eliminar.	No	caso	
de inseticida, o alvo será o inseto (praga) que se deseja destruir. Entretanto, 
para	fins	práticos,	a	definição	do	alvo	é	muito	mais	abrangente.
Exemplificando	o	que	 foi	dito,	 imaginem	a	aplicação	de	um	acaricida	
para o controle do ácaro branco do algodoeiro, que se encontra nas folhas 
jovens, isto é, nos “ponteiros” da planta. O alvo a ser atingido poderá ser 
eleito entre os seguintes:
a) o ácaro branco;
b) as folhas do “ponteiro” da planta;
c) a planta do algodoeiro;
d) o algodoal.
Percebe-se que, com os atuais conhecimentos e instrumentos 
disponíveis,	não	é	possível	atingir	somente	os	ácaros	e,	portanto,	a	fixação	
do alvo deve ser mais “frouxa” e recairá sobre os outros itens. Fixando-se 
o alvo como sendo as folhas do ponteiro da planta,	a	definição do alvo 
estará	mais	exata	do	que	se	fixar	a	escolha	sobre	o	algodoal	 como	um	
todo.	No	atual	estágio	de	conhecimento	é	procedimento	corrente	se	fixar	
o alvo como sendo o algodoal e as indicações da dosagem são dadas em 
forma de quilogramas do agroquímico por hectare da cultura.
O alvo (também conhecido com o alvo químico, ou seja, 
onde o produto deve ser depositado para obter o máximo 
efeito), é uma entidade eleita para ser atingida, direta ou 
indiretamente, pelo processo de aplicação. Diretamente, 
quando se coloca o produto em contato com o alvo no 
momento da aplicação e, indiretamente quando se atinge 
o alvo posteriormente, pelo processo de redistribuição. 
Essa redistribuição poderá se dar por meio da translocação 
sistêmica ou pelo deslocamento superficial do depósito 
inicial do produto.
Atenção
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
7
2.2. Eficiência na aplicação de agroquímicos
 
Suponha, como exemplo, que a dose letal de um determinado inseticida 
para uma lagarta seja de 0,03 mg. Suponha que em um hectare exista 
uma população de 1 milhão dessas lagartas. Seriam necessários, então, 
somente 30 mg do inseticida por hectare para matar todas as lagartas, se 
fosse	possível	colocar	todo	o	inseticida	sem	perda,	isto	é,	com	a	eficiência	
de	100%	na	aplicação.	Em	condições	práticas,	mais	de	3000	vezes	essa	
quantidade é colocada na cultura (BROWN, 1951).
A	eficiência	da	aplicação	é	a	relação	entre	a	dose	teoricamente	requerida	
para o controle e a dose efetivamente empregada, geralmente expressa 
em porcentagem.
 
onde:
	 E	=	Eficiência	da	aplicação	(%);
 dt = dose teórica requerida;
 dr = dose real empregada
Quando o alvo é de grandes dimensões e quando a coleta do produto 
químico	 é	 favorável,	 essa	 eficiência	 pode	 ser	 relativamente	 alta.	 Por	
exemplo,	 GRAHAM-BRYCE	 (1977)	 determinou	 eficiência	 de	 30%	 no	
controle de gramíneas com o herbicida Paraquat. COMBELLACK (1979) 
relata	 a	 eficiência	 de	 30%	 no	 controle	 de	 plantas	 de	 folhas	 largas	 com	
o	herbicida	2,4	D,	ao	passo	que,	com	o	mesmo	herbicida	a	eficiência	no	
controle	de	plântulas	(seedlings)	caiu	para	0,5	a	2%.
No	caso	de	alvos	diminutos	a	eficiência	cai	bastante.	No	controle	de	
afídeos,	 GRAHAM-BRYCE	 (1975)	 calculou	 uma	 eficiência	 de	 0,02%	
enquanto que RAINEY (1974) é de opinião que, em controle de insetos em 
condições	de	lavoura,	a	eficiência	média	da	aplicação	esteja	por	volta	de	
0,000001%.
Diante	de	tão	baixa	eficiência,	HIMEL	(1974)	chegou	a	declarar	que	a	
aplicação	de	agroquímicos	é,	provavelmente,	o	processo	mais	ineficiente	
que	o	homem	já	praticou	até	hoje.	A	 ilustração	dessa	baixa	eficiência	foi	
dramatizada por SPILLMAN (1982) com a seguinte comparação: imagine-
se um soldado munido de uma metralhadora que dispara 4 tiros por 
segundo;	se	esse	soldado	atirasse	com	a	mesma	eficiência	do	combate	a	
insetos, deveria atirar ininterruptamente durante 29 dias (isto seria mais do 
que	um	mês	inteiro	de	fevereiro)	para	ter	certeza	de	que	pelo	menos	um	
tiro acertaria o inimigo! 
A melhoria nessa eficiência deverá ser alcançada através da 
evolução no processo de aplicação, nos seus variados aspectos.
O melhor adestramento do homem que opera o equipamento aplicador 
é, sem dúvida, um dos pontos importantes nessa evolução. No entanto, 
paralelamente, deve-se desenvolver uma série de outros aspectos, 
notadamente novos equipamentos capazes de cumprirem essa tarefa com 
maior	eficiência.	Neste	aspecto	é	importante	salientar	que	os	investimentos	
efetuados até hoje na melhoria de equipamentos estão muito aquém das 
necessidades. Apesar de tudo, muitos avanços foram registrados: adoção 
de controladores eletrônicos; uso do sistema GPS (global positioning 
system); sistema de injeção direta - algunsexemplos recentes. 
Entretanto, para que todos esses recentes avanços se tornem realidade 
no nosso meio, muito esforço deve ser despendido, em todas as áreas 
desta matéria multidisciplinar.
E = dt
 dr
x100
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
8
3. Formulação de agroquímicos
Não é possível discorrer sobre a tecnologia de aplicação sem fazer 
menção às formulações, pois a primeira é totalmente dependente da 
segunda.
Formular um agroquímico consiste em preparar os componentes 
ativos na concentração adequada, adicionando substâncias coadju-
vantes, tendo em vista que o produto final deve ser dispersado em 
determinadas condições técnicas de aplicação, para poder cumprir 
eficazmente a sua finalidade biológica, mantendo essas condições 
durante o armazenamento e transporte (COSTA et al, 1974). O produto 
resultante do ato de formular denomina-se formulação ou preparado co-
mercial.
 
3.1. Pó-seco (P)
 
Formulação de pronto uso, para aplicação via sólida.
Embora tenha sido importante no passado, seu uso decaiu a partir do 
início da década de 70 e, atualmente, está completamente em desuso.
 
 
3.2. Grânulos (Gr)
 
Formulação de pronto uso, para aplicação via sólida.
Na sua elaboração, partículas sólidas são impregnadas pelo ingrediente 
ativo. Essas partículas são relativamente grandes e podem ser de 
materiais os mais diversos: silicatos, argila granulada, gesso, resíduos 
vegetais triturados e homogenizados (sabugos, bagaço), plástico, etc. A 
granulometria é baseada em peneiras, a saber:
8/22 mesh (2 - 0,7 mm)
22/44 mesh (0,7 - 0,35 mm)
15/30 mesh (1,5 - 0,5 mm)
30/60 mesh (0,5 - 0,2 mm)
Existem, no entanto, grânulos gigantes, como as iscas formicidas, 
e microgrânulos, como os microencapsulados.
Ao contrário do pó-seco, todas as partículas do grânulo veiculam o 
ingrediente ativo.
A	 concentração	 de	 grânulo	 também	 não	 ultrapassa	 os	 10%,	 sendo	
comuns	as	formulações	a	2,5%	e	a	5%.
Dentre	as	formulações	granuladas	predominam	os	inseticidas	sistêmicos,	
sendo mais raros os fungicidas e os herbicidas.
 
 
3.3. Pó-molhável (PM)
 
É uma formulação sólida para ser diluída em água e posterior 
aplicação via líquida. Na sua composição entra o veículo sólido (mineral 
de argila) que absorve o ingrediente ativo na sua superfície; sobre o 
veículo são adicionados os adjuvantes (agentes molhantes, dispersantes, 
antiespumantes, estabilizantes, etc.) que possibilitam o rápido molhamento 
e propiciam a formação de uma dispersão razoavelmente estável.
O pó molhável, quando diluído em água, forma uma mistura 
homogênea de sólido no meio aquoso (suspensão). A suspensão não 
é tão estável e necessita de agitação contínua para que a calda se 
mantenha homogênea.
Por outro lado, o atrito de partículas sólidas nas passagens estreitas 
do pulverizador (válvulas, bicos) provoca desgastes acentuados do 
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
9
equipamento, mormente quando o veículo da formulação apresenta alto 
grau de dureza.
Apesar das suas limitações, o pó molhável é uma formulação mais 
barata que outras equivalentes (concentrado emulsionável, suspensão 
concentrada, etc.). É uma formulação largamente utilizada para fungicidas 
(grande maioria), herbicidas e inseticidas.
Outra particularidade importante no uso do pó molhável é que a 
dosagem	deste	é	dada	em	peso	por	área	(Ex:	kg/ha);	como	há	dificuldade	
em se dosar peso no campo, é frequente que a sua quantidade seja medida 
em volume (utilizando “canecas”), o que resulta em erros de aplicação. 
Outra característica desta formulação é que, durante a diluição, ocorre a 
necessidade de se preparar, em recipientes à parte, uma pré-mistura, 
colocando-se a dose do produto e um pouco de água, fazendo-se uma 
pasta	fluida	que	será	finalmente	adicionada	ao	tanque	do	pulverizador.
Devido	a	esses	inconvenientes,	atualmente	se	vê	uma	nítida	tendência	
para substituição desta formulação pela formulação de suspensão 
concentrada	(inicialmente	denominadas	de	flowable)	ou	nas	formulações	
de grânulos dispersíveis em água.
 
 
3.4. Pó solúvel (PS)
 
Formulação sólida destinada à diluição em água e posterior 
aplicação via líquida.
É pouco comum, pois o ingrediente ativo deve ser solúvel em água. 
O resultado da diluição de um pó solúvel na água é uma solução 
verdadeira, o que é interessante na aplicação, pois, uma vez dissolvida, a 
calda resultante sempre se mantém homogênea, sem a necessidade 
de agitação constante. A solução é translúcida, podendo ser colorida ou 
não.
 
 
3.5. Concentrado emulsionável (CE)
 
É uma formulação líquida destinada à diluição em água. Para a 
sua elaboração, o ingrediente ativo é primeiramente dissolvido em um 
solvente apropriado, resultando uma solução concentrada. Como essa 
solução é imiscível em água, são adicionados adjuvantes (agentes 
emulsionantes, estabilizadores, corretivos, etc.) para possibilitar a mistura 
com a água. O resultado da diluição do concentrado emulsionável na 
água é uma mistura homogênea onde glóbulos líquidos da formulação 
ficam dispersos na fase aquosa (emulsão), constituindo uma calda 
de aspecto leitoso. A estabilidade da emulsão é muito melhor que a da 
suspensão e, portanto, a necessidade de agitação não é tão crítica.
É uma formulação bastante comum para inseticidas e encontradas 
também em alguns herbicidas. Sendo líquido é de fácil dosagem, pois se 
medem volumes ao invés de peso. Não tendo partículas sólidas, a calda não 
provoca desgaste nem obstrução das passagens estreitas do pulverizador. 
Entretanto, adjuvantes empregados na formulação a tornam mais cara 
que o pó molhável.
 
 
3.6. Solução aquosa concentrada (SAqC)
 
É uma formulação líquida para ser diluída em água. Na sua 
elaboração, o ingrediente ativo solúvel, geralmente na forma de sal, é 
dissolvido em água, até próximo do limite de saturação. 
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
10
3.7. Suspensão concentrada (SC)
É uma formulação líquida para ser diluída em água. Esta formulação, 
que	já	foi	conhecida	como	flowable,	surgiu	para	contornar	as	dificuldades	
apresentadas	 pelo	 pó	 molhável,	 que	 são:	 a	 dificuldade	 de	 se	 medir	 a	
dose, a necessidade de se preparar uma pasta à parte antes da diluição 
final,	desgaste	e	entupimento	de	bicos	pulverizadores,	além	do	perigo	de	
inalação	do	pó	durante	a	preparação	de	calda.	De	fato,	essas	dificuldades	
foram superadas e a suspensão concentrada pode ser diretamente 
despejada no tanque do pulverizador, com o agitador ligado.
Na sua elaboração, geralmente o ponto de partida é o próprio pó 
molhável, que é suspendido em pequena porção de água e nele se 
adicionam os adjuvantes para manter essa suspensão estável. No entanto, 
a suspensão nem sempre é estável no armazenamento, pois durante 
o repouso as partículas sólidas se sedimentam e após certo tempo 
formam uma camada de separação e não mais se ressuspendem. Porém, 
com o aperfeiçoamento da arte de formular, muitos produtos já superaram 
essa fase.
É formulação que se está popularizando entre herbicidas e fungicidas.
 
 
3.8. Ultrabaixo volume (UBV)
 
É uma formulação líquida de pronto uso para aplicação em 
pulverização a ultra baixo volume.
Na sua elaboração o ingrediente ativo é dissolvido em um solvente que 
deve possuir as seguintes propriedades (MAAS, 1971):
 a) volatilidade muito baixa;
 b) alta capacidade de dissolução do ingrediente ativo;
 c) baixa viscosidade;
	 d)	não	fitotóxico;
 e) compatível com o ingrediente ativo.
 Como, geralmente, o volume total empregado na aplicação em 
ultrabaixo volume se situa abaixo de 5 L/ha, frequentemente entre 1 a 2 
L/ha,	a	formulação	deve	ser	concentrada	o	suficiente	para	que	esse volume 
contenha a necessária quantidade do ingrediente ativo. Sendo subdividido 
em gotas muito pequenas (abaixo de 100 mm) durante a aplicação, a 
questão de volatilidade é bastante crítica, pois se a substância for volátil 
desapareceráno percurso entre a máquina e o alvo.
JOHNSTONE & JOHNSTONE (1977) preconizaram uma técnica para 
se medir a volatilidade das formulações, que consistem em embeber papel 
de	filtro	de	11	cm	de	diâmetro,	com	0,5	ml	da	formulação	e	acompanhar	a	
perda	de	peso.	A	formulação	UBV	não	deve	perder	mais	de	30%	de	seu	
peso nos primeiros 20 minutos, a 30°C.
A formulação UBV era bastante popular entre 1965 e 1975, época em 
que muitos inseticidas foram empregados em pulverização a ultrabaixo 
volume, tanto por equipamentos terrestres como por meio de aeronaves. 
Atualmente ainda sobrevivem alguns inseticidas e poucos fungicidas nesta 
formulação, principalmente para aplicação aérea.
 
Esta formulação, quando diluída em água, forma 
solução verdadeira. É uma formulação muito pouco 
comum. (O exemplo mais comum são os glyfosatos nessa 
formulação).
Atenção
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
11
 3.9. Grânulos dispersíveis em água (GRDA)
 
São formulações granuladas para serem diluídas em água. Essa 
formulação, em contato com a água, se dissolve prontamente formando 
solução estável. É formulação de desenvolvimento recente e está se 
popularizando bastante. Algumas podem ser embaladas em saquinhos 
solúveis e, assim, podem ser colocadas no tanque do pulverizador sem 
oferecer	risco	ao	operador.	Por	outro	lado,	o	pacote	(sobre	embalagem)	fica	
praticamente livre de contaminação, facilitando o seu descarte. Entretanto, 
nem	todos	os	ingredientes	ativos	podem	ser	embalados	em	filmes	solúveis,	
pois existem problemas de incompatibilidade entre os compostos.
 
 
3.10. Outras formulações
 
Além das formulações citadas existem outras menos comuns, 
geralmente	destinadas	a	usos	específicos,	como:	comprimido	(CP),	tablete	
(TB),	pastilha	(PA),	pasta	(PT),	fibras	plásticas	(FP),	etc.
4. Métodos de aplicação de agroquímicos
Os métodos de aplicação atualmente em uso podem ser basicamente 
agrupados em aplicações via sólida, via líquida ou via gasosa, em 
função do estado físico do material a ser aplicado. Dentre esses, a 
aplicação via líquida, com o emprego de água como diluente, é, de longe, o 
método	predominante.	Entretanto,	em	algumas	condições,	as	dificuldades	
na obtenção e no transporte de água podem conduzir à adoção de 
alternativas, tais como a aplicação via líquida sem o uso de água ou 
aplicação via sólida. A aplicação via gasosa é bastante restrita devido às 
dificuldades	associadas	ao	processo.
 
 
4.1 Aplicação via sólida
 
Uma das principais vantagens da aplicação via sólida é a não utilização 
da água, o que dispensa diluição pelo usuário. Nessas aplicações as 
formulações estão prontas para o uso, isto é, já se encontram diluídas 
em concentração adequada para o campo. Entretanto, o transporte de 
grandes quantidades de materiais inertes sólidos, que integram a 
formulação, faz aumentar substancialmente o custo da unidade do 
ingrediente ativo.
Dependendo da granulometria do material, a aplicação de sólidos 
comporta duas modalidades: aplicação de pó e aplicação de grânulo, 
sendo que a primeira não é mais praticada entre nós.
 
4.1.1. Aplicação de grânulos
 
A aplicação de formulações granuladas tem crescido paulatinamente 
nos últimos anos. Produtos sistêmicos granulados são usados para 
aplicação no solo para controle de pragas que se alimentam da seiva 
(insetos e ácaros), larvas de brocas e de lepidópteros, nematóides, etc. 
Inseticidas de contato são granulados e aplicados no controle de pragas 
do solo. Herbicidas e fungicidas também são experimentados nessa 
formulação.
Uma das características mais interessantes dos granulados é que, 
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
12
dependendo da matriz empregada como veículo, pode-se controlar a 
velocidade de liberação do ingrediente ativo, de tal forma a prolongar a sua 
ação residual.
As	partículas	são	suficientemente	pesadas	para	resistirem	à	ação	do	
vento durante a aplicação e, estando bem elaborada a formulação, não 
há formação de pó. Essas características tornam a aplicação um dos 
processos mais seguros entre as diversas alternativas. Produtos 
altamente tóxicos podem ser aplicados com relativa segurança.
Geralmente, a aplicação de granulados pode ser efetuada com 
equipamentos bastante simples e isso torna o processo mais facilmente 
aceito nas regiões pouco desenvolvidas.
Uma boa formulação de grânulos deve apresentar as seguintes 
características: fácil escoamento; não empastar; livre de pó; não se 
quebrar durante o transporte e armazenamento.
FARMERY (1976) cita como vantagem dos granulados, as seguintes:
a) o risco do operador é reduzido porque o ingrediente ativo está 
encerrado dentro da partícula sólida;
b) produtos altamente voláteis podem ser liberados mais lentamente;
c) partículas sólidas podem ser colocadas com maior exatidão no solo 
ou na folhagem;
d) a distribuição pode ser muito precisa porque o tamanho das partículas 
pode ser padronizado facilmente;
e) há menor risco de deriva;
f) o rendimento da aplicação pode ser maior devido a volume reduzido 
e a dispensa da operação de diluição;
g) a calibração é mais fácil e exata;
h) uma variedade grande de matérias-primas está disponível ao 
formulador e este fato pode ser explorado no sentido de conferir maior 
eficácia	ao	ingrediente	ativo.
A dosagem de granulado é recomendada em função da área (kg/ha), do 
comprimento (g/m de sulco) ou por planta (g/planta). A dosagem em função 
da área oscila entre 10 e 40 kg/ha.
O desenvolvimento do processo de aplicação de granulados tem sido 
lento,	porém	progressivo.	Uma	das	causas	dessa	lentidão	é	a	inexistência	
de	 máquinas	 aplicadoras,	 que	 por	 serem	 demasiado	 simples,	 não	 têm	
despertado interesse de grandes fabricantes.
 
 
4.2. Aplicação via líquida
 
Nesta modalidade, geralmente, uma formulação é diluída em um 
líquido apropriado antes da aplicação. O diluente mais empregado é, 
sem dúvida, a água e as formulações empregadas são: pó molhável, 
suspensão concentrada, pó solúvel, concentrado emulsionável, 
grânulos dispersíveis em água e solução concentrada. Ao resultante 
da adição do diluente à formulação dá-se o nome de calda e esta se 
encontra na concentração adequada para a aplicação. Há caso em 
que a aplicação via líquida se faz sem a adição do diluente. Neste caso, a 
formulação que se emprega é o UBV (ultrabaixo volume).
Via de regra, a aplicação é feita na forma de gotas (pulverização), 
havendo, no entanto, casos em que se faz na forma de filete	 líquido	
(rega ou injeção) ou na forma de gotas muito diminutas formando neblina 
(nebulização).
A adesividade das partículas líquidas no alvo é muito superior a do pó, 
bem como a sua tenacidade, o que leva à recomendação de dosagens 
mais baixas. Como o método é bastante antigo, existem muitos tipos de 
equipamentos apropriados para as mais variadas situações, bem como as 
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
13
x100
formulações existentes estão bem desenvolvidas para serem miscíveis à 
água.
 
4.2.1. Diluentes para aplicação via líquida
 
Diluente é o material adicionado à formulação com o intuito de aumentar-
lhe o volume para possibilitar a sua distribuição. O diluente, segundo alguns 
autores, é também denominado “veículo”. Porém, para não confundir com 
o veículo, que é componente de muitas formulações, é preferível manter 
a	denominação	“diluente”	ou	então	especificar	“veículo	de	aplicação”	para	
essas substâncias.
A água é o diluente mais comum nas aplicações via líquida por ser de 
fácil obtenção e de baixo custo (via de regra, o custo da água na fonte é 
muito baixo, porém deve-se considerar o seu custo no campo) e por contar 
com a ampla opção de formulações compatíveis.
Entretanto, a água apresenta duas limitações:
a) Tensão Superficial: a água apresenta alta tensão superficial. 
Isso faz com que a gota depositada numa superfície permaneça na 
forma esférica, fazendo com que tenha poucasuperfície de contato. 
Para corrigir este problema, basta adicionar nela algum agente 
tensoativo (ou surfactante) que lhe diminua a tensão superficial. Com 
isso a gota se espalha facilmente na superfície, molhando maior área. 
Alguns adjuvantes integrantes da formulação como os agentes molhantes, 
emulsionantes, etc. são agentes tensoativos e, portanto, a simples presença 
dessas	 formulações	na	calda	pode	ser	suficiente	para	diminuir	a	 tensão	
superficial	da	água	até	os	níveis	desejados.	Outras	vezes,	há	necessidade	
da adição desses agentes tensoativos, que na prática são conhecidos 
como espalhantes adesivos.
b) Evaporação: a superfície do líquido é enormemente aumentada 
quando fragmentada em pequenas gotas e perde a porção volátil por 
essa superfície. A água é um líquido volátil e pode se evaporar no 
trajeto entre a máquina e o alvo.
Segundo AMSDEN (1962), o tempo de “vida” da gota de água pode ser 
calculado pela fórmula:
 t = d²
	 	 	 	 				80∆T	
onde:
t = tempo de “vida” da gota (seg.);
d = diâmetro da gota (mm);
DT= diferença de temperatura (°C) entre os termômetros de bulbo seco 
e bulbo úmido de psicrômetro.
 
No Quadro 1 pode ser visto o tempo de “vida” da gota de água em duas 
condições diferentes de temperatura e umidade, e a distância que a gota 
percorre até a sua total extinção.
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
14
Quadro 1 - Tempo de “vida” da gota de água e distância de 
queda
Temperatura 
(ºC) 20 30
 ∆ T (°C) 2,2 7,7
Umid.	Rel.	(%) 80 50
 ∅ inicial Tempo até extinção
Distância 
da queda
Tempo até 
extinção
Distância
da queda
50 14 s 12,7 cm 4 s 3,2 cm
100 57 s 6,7 m 16 s 1,8 m
200 227 s 81,7m 65 s 21,0 m
Em condições tropicais, de alta temperatura, o fenômeno 
da evaporação das gotas de pulverização é bastante 
problemático, agravando-se sobremaneira em dias muito 
secos. 
Atenção
Aplicações com gotas médias e pequenas, muitas vezes não chegam a 
atingir o alvo, desaparecendo antes.
JOHNSTONE & JOHNSTONE (1977), estudando as aplicações por 
meio de aeronaves, recomendaram as seguintes condições limites:
b.1) Aplicações com calda de formulação líquida em água, usando 
gotas de 200 a 500 mm de diâmetro e volume de 20 a 50 L/ha - Interromper 
a aplicação quando a diferença de temperatura entre termômetro de bulbo 
seco e de bulbo úmido exceder a 8°C ou quando a temperatura exceder 
36°C.
b.2) Aplicação com calda de formulação líquida em água, usando gotas 
de 150 a 170 mm de diâmetro e volume de 10 a 15 L/ha - Interromper a 
aplicação quando DT for superior a 4,5°C ou temperatura exceder a 32°C.
O problema da evaporação impede que a água seja subdividida em 
gotas muito pequenas, principalmente nos climas tropicais. Por isso, quando 
se utiliza calda à base de água, o volume de aplicação por hectare deve 
ser relativamente grande. Quando for necessário o emprego de pequenos 
volumes de aplicação (por exemplo, abaixo de 50 L/ha) é necessário 
controlar a evaporação da água ou, então, passar a utilizar outro diluente 
que não seja volátil.
O controle da evaporação da água não está muito pesquisado e até 
hoje, em que pese algumas tentativas feitas, não há produtos comerciais 
"antievaporantes".
Pesquisas	com	OED	(orto-etileno	docosanol)	 têm	mostrado	que	este	
produto,	em	concentração	próxima	de	1%	na	calda,	retarda	e	controla	muito	
bem a evaporação da água (MURAI et al., 1974).
Tem sido também recomendada a mistura de óleo emulsionável na 
calda para impedir a evaporação. Os resultados de ensaios (JOHNSTONE 
& JOHNSTONE, 1977; CORREA & MAZIERO, 1980; WODAGENEH & 
MATTHEWS, 1981) mostram que óleo não atua como antievaporante da 
água. O que se observa é que a parte aquosa da gota acaba evaporando 
com	 a	 mesma	 velocidade	 da	 água	 e	 no	 final	 resta	 somente	 a	 porção	
correspondente ao óleo.
O fenômeno de evaporação da água parece ser um problema não sentido 
pelos agricultores. Isso porque, na maioria das aplicações tradicionais, 
empregam-se	 gotas	 grandes	 e	 o	 bico	 está	 suficientemente	 próximo	 do	
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
15
Quadro 2 - Categoria de aplicação via líquida segundo 
MATTHEWS (1979)
Designação Volume (L/ha)
Culturas de campo Culturas arbóreas
Volume Alto > 600 > 1000
alvo, de tal forma que esse fenômeno, ainda que manifeste, não chega 
a afetar o desempenho biológico do produto químico. Entretanto, quando 
se utilizam gotas pequenas que devem caminhar uma razoável distância 
até	a	sua	deposição	final	(aplicação	por	aviões	ou	por	"canhão"	terrestre)	
o	fenômeno	da	evaporação	torna-se	perceptível,	 influindo	negativamente	
no resultado da aplicação. Mesmo nas aplicações clássicas, existe um 
apreciável contingente de gotas pequenas entre as gotas grandes. As 
gotas que perdem peso ou se extinguem no percurso para o alvo, deixam 
o	 ingrediente	 ativo	 solto	 no	 ar	 (partícula	 flutuante),	 que	 é	 captado	 pela	
corrente aérea e arrastado para regiões distantes onde, posteriormente, 
vem se depositar, principalmente fazendo parte do núcleo de condensação 
das nuvens. Esses mecanismos de transporte a longa distância são os 
principais responsáveis pela poluição de regiões não agrícolas remotas, 
como as calotas polares.
Para esses casos, é usual lançar-se mão de líquidos não voláteis. A 
formulação UBV não volátil pronta para uso é recomendada para essas 
situações. Não havendo formulação UBV de um ingrediente ativo e 
necessitando-se de seu emprego em volumes reduzidos, a solução é lançar 
mão de diluentes não voláteis.
O diluente para esses casos é o óleo mineral agrícola (spray oil). 
Para	que	o	óleo	seja	classificado	como	“agrícola”	deve	atender	a	certas	
especificações,	sendo	um	desses	requisitos	a	ausência	de	fitotoxicidade.	
Nem sempre, porém, as formulações podem ser diretamente diluídas em 
óleo, pois elas foram desenvolvidas visando ser acrescentadas à água. 
Portanto, a miscibilidade da formulação ao óleo deve ser testada. Não 
sendo possível, pode-se lançar mão de um artifício que consiste em se diluir 
a formulação em um pequeno volume de água, adicionar emulsionantes e 
acrescentar o óleo, formando uma mistura que contém pouca água e muito 
óleo, conhecida como “emulsão invertida”.
Nas condições noturnas, a umidade relativa é elevada e a evaporação é 
drasticamente diminuída e permite o emprego de gotas de menor diâmetro. 
A Fundação ABC (1996) tem estudado em profundidade as aplicações 
noturnas para o controle da evaporação e tem logrado resultados 
importantes na redução do volume de aplicação através do emprego de 
gotas pequenas. 
 
4.2.2. Volume de aplicação
 
Na	aplicação	via	 líquida	é	usual	classificar	o	processo	em	 função	do	
volume de calda aplicado por hectare.
No	Quadro	2,	é	apresentada	a	classificação		proposta	por	MATTHEWS	
(1979).
Quando se empregam aplicações de pequenas gotas, a 
água não é o diluente mais apropriado. Atenção
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
16
Atualmente existe um consenso entre os principais pesquisadores 
europeus que a denominação "volume alto" seja dada à aplicação feita 
até além da capacidade máxima de retenção das folhas, de tal modo 
que haja escorrimento. Neste tipo de aplicação, o depósito de produto 
químico sobre a superfície tratada é proporcional à concentração da calda 
utilizada e independente do volume de calda aplicada (MATTHEWS, 1979. 
Portanto, a indicação da dosagem para a modalidade de alto volume 
(ou mais corretamente, volume alto) é dada via concentração (por 
exemplo, 200 g/100 litros de água; 0,2%) e se recomenda volume de 
aplicações suficiente para provocar escorrimento.
Esse volume é muito variável dependendo do grau de enfolhamento da 
lavoura. Por exemplo, para saturar todas as folhas e provocar escorrimento 
em cultura de amendoim com 20 dias de idade bastam 100 L/ha, ao passo 
que, aos 60 dias de idade, essas plantas requerem mais de 700 litros na 
mesma área.
Em contraposiçãoao volume alto, o volume ultra baixo (ou ultra 
baixo volume) é hoje definido como o volume mínimo por unidade 
de área para se alcançar um controle econômico (MATTHEWS, 1979), 
independente de um limite rígido, pois esse volume mínimo também 
depende das características do alvo.
A	 tendência	 atual,	 devido	 ao	 alto	 custo	 do	 transporte	 de	 água	 ao	
campo e a perda do tempo representada pelas constantes paradas para 
reabastecimento do pulverizador, é a prática de modalidades que requerem 
menor volume de aplicação, visando com isso, diminuir o custo e aumentar 
a rapidez do tratamento.
A diminuição do volume de aplicação, por sua vez, implica no 
emprego de gotas menores, se quiser manter uma adequada cobertura 
do alvo.
4.2.3. Cobertura
 
 A cobertura é dada pela fórmula de COURSHEE (1967)
 V R K2
 C = 15 --------------
 A D
onde:
	 C	=	cobertura	(%	da	área)
 V = Volume de aplicação (L/ha)
	 R	 =	 taxa	 de	 recuperação	 (%	 do	 volume	 aplicado,	 captado	 pelo	
alvo)
 K = fator de espalhamento de gotas
 A = superfície vegetal existente no hectare
 D = diâmetro de gotas
Segundo a fórmula, para se conseguir uma elevada cobertura, 
devem-se manter altos os valores do numerador ou manter baixos os do 
denominador. Portanto, uma elevada cobertura pode ser conseguida 
à custa de grande volume de pulverização (V). Em aplicações a alto 
Volume Médio 200 – 600 500 – 1000
Volume Baixo 50 – 200 200 – 500
Volume muito baixo 5 – 50 50 – 200
Volume ultra baixo <5 <50
Volume ultra baixo <5 <50
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
17
volume consegue-se bom grau de cobertura, mesmo se empregando gotas 
grandes. O aumento da taxa de recuperação (R), em condições normais se 
consegue	utilizando	tamanho	de	gotas	mais	eficientemente	coletadas	pelo	
alvo. Foi dado um avanço considerável no aumento no valor de R quando 
se conseguiu carregar as gotas eletrostaticamente. Gotas eletricamente 
carregadas induzem na superfície do alvo cargas elétricas de sinal contrário 
e no momento seguinte são atraídas eletrostaticamente, aumentando 
consideravelmente a taxa de recuperação. 
O fator de espalhamento (K) atua sensivelmente na cobertura 
(função quadrática). O seu aumento se consegue com a adição de 
agentes tensoativos que diminuem a força de tensão superficial e 
fazem com que a gota se espalhe.
Quanto aos fatores do denominador, há a considerar que, aumentando 
a área foliar existente no hectare e mantendo as demais condições, a 
cobertura fatalmente será prejudicada. Por isso, à medida que a planta 
cresce e aumenta o índice de enfolhamento devem ser efetuados os 
necessários ajustes nos outros fatores. Normalmente, esse ajuste se faz 
através do aumento do volume de aplicação (V). A diminuição do tamanho 
de gotas proporciona aumento no grau de cobertura do alvo.
O	Quadro	3	mostra	que,	com	o	volume	de	aplicação	mantido	fixo	em	
1 L/ha, a cobertura decresce à medida que se aumenta o tamanho das 
gotas.
O Quadro 4 mostra que, para se manter uma densidade de 50 gotas/
cm2, à medida que se aumenta o tamanho de gotas, é requerido maior 
volume de líquido por área. Inversamente, pode-se conseguir a mesma 
cobertura com gotas menores, empregando volumes reduzidos, porém a 
concentração dessas gotas deve ser proporcionalmente aumentada.
Quadro 3 - Densidade de gotas teóricas na aplicação de um 
litro por hectare.
Diâmetro de gotas (µm) Número de gotas/cm²
10 19.099
20 2.387
50 153
100 19
200 2,4
400 0,3
1000 0,02
Portanto, para se conseguir uma boa cobertura da superfície a ser 
tratada, pode-se lançar mão de pulverização a alto volume (até escorrimento) 
usando-se grandes volumes de aplicação (caldas diluídas e gotas grandes) 
ou então, o mesmo pode ser conseguido com volumes menores, usando-
se gotas menores e mais concentradas.
A	 rigor,	 gotas	 menores	 são	 mais	 eficientemente	 captadas	 pelo	 alvo	
e, por isso mesmo, proporcionam melhores resultados. No Quadro 5 
estão relacionados os tamanhos de gotas mais indicados para diferentes 
finalidades.	 Entretanto,	 a	 utilização	 de	 gotas	 menores	 implica	 certas	
limitações, entre as quais a evaporação e a deriva são as principais.
A massa das gotas caminhando no ar tem grande influência na 
sua trajetória, pois o ar oferece resistência ao seu caminhamento. A 
“caminhada” das gotas no ar é regido pela lei de Stokes, que determina a 
velocidade máxima que elas podem alcançar.
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
18
Quadro 4 - Volume de líquido necessário para cobrir 1 ha com 
50 gotas/cm2 e concentração necessária para distribuir 500 g 
de ingrediente ativo por hectare.
Diâmetro (mm)
Volume de Aplicação 
(L/ha)
Concentração 
necessária
60 0,56 89
80 1,34 37
 Quadro 5 - Tamanho das gotas indicado para diferentes alvos
Alvo Tamanho da gota (mm)
Insetos em vôo 10 – 50
Insetos sobre folha 30 – 50
Folhagem 40 – 100
Solo (e para evitar deriva) 250 – 500
Fonte: BROOKS 1947 (*) - queda de 3m em ar parado
 (**) - vento de 5 km/h paralelo ao solo 
 Gotas pequenas não podem caminhar com velocidade maior devido à re-
sistência	do	ar	e	permanecem	muito	tempo	no	ar,	dando	oportunidade	para	
a	ocorrência	de	deriva.	O	Quadro	6	mostra	as	velocidades	máximas	(deno-
minada de velocidade terminal) que gotas de diferentes tamanhos podem 
alcançar em queda no ar. É importante frisar que, na aplicação prática, a 
velocidade da gota é resultante da velocidade inicial de lançamento deter-
minada pelo bico (que dita a velocidade da gota nos primeiros centímetros) 
e pela velocidade determinada pela lei de Stokes. Estando o alvo dentro 
da distância de 1 metro (para gotas de tamanho médio para maior), o que 
predomina é a velocidade conferida pelo bico. 
Com velocidade terminal muito reduzida, as gotas de pequeno diâmetro 
podem ser arrastadas a distâncias consideráveis.
Quadro 6 - Velocidade terminal, tempo de queda e distância 
percorrida pela gota
Diâmetro da gota 
(micrometro)
Velocidade 
terminal
(m/s)
Tempo de queda
(*)
Distância
Horizontal
Percorrida (**)
1 0,000036 28,1 h 155,7 km
10 0,00303 16,9 min 1,4 km
50 0,075 40,55 s 54 m
100 0,279 40,95 s 14,6 m
200 0,721 4,25 s 5,7 m
500 2,139 1,65 s 2,1 m
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
19
As seguintes fórmulas são úteis para os cálculos que envolvem tamanho 
de gotas e cobertura:
 Volume da esfera:
V	=		πR³
 
Cobertura (número de gotas/centímetro quadrado):
η	=	
310060






dp
Q
 
onde,
	 	 η	=	número	de	gotas/centímetro	quadrado;
 d = diâmetro da gota (dmv em mm);
 Q = Volume de aplicação (L/ha) 
 
 
4.2.4. Gotas
 
Na esmagadora maioria das aplicações líquidas, a calda é fragmentada 
em	partículas	denominadas	gotas,	 que	 têm	comportamento	diferente	de	
acordo com o seu tamanho (massa). Torna-se importante, um conhecimento 
um pouco mais aprofundado sobre elas.
 
4.2.4.1. Parâmetros para o estudo das gotas
 
A nuvem de gotas pode estar composta de gotas grandes ou 
pequenas, homogêneas ou não. Para se expressar numericamente 
o tamanho e a uniformidade das gotas são utilizados vários 
parâmetros.
Atualmente, os parâmetros mais utilizados para se representar o 
tamanho das gotas de um conjunto, são os seguintes:
 a) vmd (volume median diameter) - É a mediana (não a média) do 
volume das gotas, que pode ser chamada de diâmetro mediano volumétrico 
(dmv).
É o diâmetro da gota que divide o volume pulverizado em duas 
metades iguais, isto é, metade do volume pulverizado é constituída 
de gotas maiores que o vmd e a outra metade é constituída de gotas 
menores que esse valor.
Frise-se que o valor vmd está situado mais próximo do limite superior 
das classes de diâmetro, pois o volume de poucas gotas grandes equivale 
ao de muitas gotas pequenas.
Atualmente, quando se fala em diâmetro de gotas, sem nenhuma 
referência	especial,	está	se	subentendendo	o	vmd.
b) nmd (number median diameter)- É a mediana do número de gotas 
ou diâmetro mediano numérico (dmn).
É o diâmetro da gota que divide o número de gotas em duas 
porções iguais, isto é, metade das gotas de conjunto é maior que nmd 
e a outra metade, menor. 
c) Coeficiente de dispersão - proposto por JOHNSTONE (1978), é 
dado pela razão:
 nmd
vmdr =
Expressa a uniformidade do conjunto de gotas ou o espectro de 
variação do tamanho das gotas.
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
20
Suponha	 uma	 amostra	 de	 gotas	 absolutamente	 homogêneas,	 por	
exemplo, um conjunto de gotas, todas iguais, de 200 µm. O vmd, neste 
caso, seria 200 µm e o nmd também, pois sendo um conjunto de gotas 
iguais, qualquer gota divide o conjunto em duas metades iguais. Assim o 
valor r seria igual a 1,0.
O valor r, quanto mais se afastar de 1,0 indica maior heterogeneidade 
das gotas. Até o valor r < 1,4, o conjunto de gotas é considerado 
homogêneo. Diz-se neste caso que o espectro de gotas é estreito.
Quando r é menor ou igual a 1,4 a homogeneidade é tal, que 
atende a especificação para ser enquadrado como CDA (controlled 
droplet application). Essa uniformidade se consegue raramente em 
pulverizadores convencionais. Os bicos centrífugos, sob determinadas 
condições operacionais (isto é, nem sempre) conseguem produzir gotas, 
cuja homogeneidade atende a esse limite (Quadro 10). Nos pulverizadores 
eletrostáticos	é	comum	se	ter	o	coeficiente	de	dispersão	muito	próximo	de	
1,0 (CHAIM, 1984).
d) Amplitute de dispersão (Span) - É outra forma de se expressar a 
uniformidade das gotas e mais empregado nos dias atuais. É dado pela 
fórmula:
Onde: 
- V10 é o diâmetro da gota abaixo do qual os volumes acumulados 
totalizam 10% do volume;
- V90 é o diâmetro da gota abaixo do qual os volumes acumulados 
totalizam 90% do volume;
- V50 é o valor do vmd.
Assim, quanto menor o valor da amplitude (próximo de zero), mais 
uniforme é o tamanho das gotas da amostra e vice-versa.
 
4.2.4.2. Amostragem e observação de gotas
 
Não é objetivo deste capítulo ensinar a medir o tamanho de gotas, pois 
não é possível transmitir essa habilidade por meio de exposição teórica. A 
técnica de medição de gotas é, no entanto, relativamente simples e com 
poucos dias de prática pode se adquirir relativa destreza no assunto. Neste 
capítulo pretende-se apresentar algumas técnicas que podem ser utilizadas 
no campo, ou no laboratório, para se ter uma idéia mais apropriada das 
gotas de pulverização.
Quando	se	faz	observações	de	gotas,	a	primeira	providência	é	coletar	
uma amostra das mesmas. Para tanto, se deve ter uma superfície suscetível 
de ser marcada pelas gotas, seja através de formação de manchas, crateras 
ou outro fenômeno visível.
A superfície padrão para a coleta de gotas é a lâmina de microscópio 
revestida por uma camada de óxido de magnésio. Entretanto, para 
observações qualitativas pode-se empregar outros meios mais acessíveis. 
Pode-se, por exemplo, empregar tiras de papel e adicionar à calda, uma 
tinta que provoque mancha bem visível no papel. Se desejar efetuar 
observações comparativas é interessante que o papel seja padronizado 
para que as condições sejam constantes entre as repetições. Um tipo de 
papel,	 cuja	 qualidade	 é	 controlada	 com	 rigor,	 é	 o	 papel	 fotográfico	 (por	
exemplo, papel Kromekote, da KODAK). O corante a ser diluído na calda 
pode ser uma anilina. Um corante muito fácil de encontrar no comércio, a 
baixo custo, é o corante destinado a colorir tintas para pintura de paredes 
(látex). A concentração desses corantes na calda deve ser relativamente 
alta para provocar manchas bem nítidas no papel.
A gota, ao atingir o papel, provocará uma mancha, que é maior que a 
 V90 - V10
 V50
S =
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
21
gota que lhe originou, devido ao espalhamento. Para se conhecer o fator 
de espalhamento haveria a necessidade de se ter um meio de conhecer o 
diâmetro real da gota, o que só é possível em laboratório equipado para tal. 
Portanto, não se conhecendo o fator de espalhamento, as manchas obtidas 
no	papel	só	servem	para	fins	qualitativos	e	para	efeitos	comparativos,	que	
são de grande utilidade ao nível do campo.
Outra técnica bastante interessante é a utilização de um papel 
sensível à água que, em contato com gotas de água, desenvolve 
manchas azuis muito nítidas. É a técnica mais empregada atualmente, 
devido à sua praticidade. O papel sensível à água, também denominado 
de hidrosensível, pode ser encontrado nos distribuidores da Spraying 
Systems.
Outra técnica bastante interessante, e que tem bonito efeito 
demonstrativo,	 é	 a	 utilização	 de	 corantes	 fluorescentes.	 Um	 pigmento	
fluorescente	(podem	ser	tintas	cintilantes	normalmente	vendidas	em	casa	
de material para artesanato) é diluído na calda e pulverizado sobre a planta. 
Partes da planta (folhas, ramos, etc.) podem ser destacadas e levadas a 
uma câmara escura provida de luz ultravioleta (luz negra). O pigmento 
brilhará intensamente e mostrará exatamente os locais onde as gotas se 
depositaram.
A determinação do tamanho das gotas pode ser efetuada ao microscópio, 
provido de sistema de micrometria. No entanto, este método é muito 
trabalhoso e hoje praticamente não é utilizado.
Atualmente existem sistemas computadorizados que efetuam 
rapidamente a medição das gotas, a sua classificação e os cálculos 
de seus parâmetros, com bastante rapidez. 
Como exemplo, no Quadro 7 é apresentada uma planilha fornecida por 
um desses sistemas.
Quadro 7 - Planilha fornecida pelo analisador de partículas a 
raios laser Mastersizer-S, do laboratório de análise de gotas 
da UNESP, Jaboticabal, SP
Range:	300mm														Beam:	2,40mm								Sampler:	None				Obs:	6,8%
Presentation:	3$$D								Analysis:	Polydisperse	 					Residual:	0,743%
Modifications:	 Killed						Data	Channels:	low	3:	High	0
Conc.	=	0.0286%vol											Density	=	1.000g/cm³	 		S.S.A=	0.2038m²/g
Distribution: volume D(4,3) = 100.47µm D(3,2) = 29.44µm 
D(v,0.1) = 12.02µm D(v,0.5) = 69.38µm D(v,0.9)=237.27µm
Span=3.247E+00 Uniformity = 1.064E+00
Size
(µm)
Volume 
Under	%
Size
(µm)
Volume 
Under	%
Size
(µm)
Volume 
Under	%
Size
(µm)
Volume 
Under	%
0.533 0.00 3.46 0.46 22.46 25.22 145.8 71.98
0.574 0.00 3.73 0.62 24.20 27.25 157.2 74.93
0.618 0.00 4.02 0.81 26.08 29.24 169.4 77.91
0.666 0.00 4.33 1.04 28.11 31.18 182.5 80.84
0.718 0.00 4.66 1.30 30.29 33.05 196.7 83.68
0.774 0.00 5.03 1.60 32.65 34.83 212.0 86.36
0.834 0.00 5.42 1.93 35.18 36.54 228.5 88.84
0.899 0.00 5.84 2.31 37.92 38.17 246.2 91.09
0.969 0.00 6.29 2.74 40.86 39.72 265.4 93.09
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
22
Na planilha pode ser lido que o dmv é 69,38 mm - lido no cabeçalho onde 
está: D(v,0.5)=69.38 -, que V10 é 12,02 mm - lido no cabeçalho onde está: 
D(v,0.1)=12.02 -, que V90 é 237,27 mm (lido da mesma forma anterior) e 
que a amplitude é 3,247 (lido onde está: Span =3.247E+00). 
A determinação do tamanho das gotas é fundamental para se 
enquadrar a pulverização dentro das classes: muito fina, fina, média, 
grossa e muito grossa. Os bicos de pulverização devem ser enquadrados 
nessas classes e as recomendações de seus usos são estabelecidas 
segundo	 a	 classificação.	 Um bom catálogo de bicos traz sempre a 
classificação deles nas diferentes condições de uso. O Quadro 8 
apresenta	a	classificação	adotada	até		recentemente.
1.04 0.00 6.78 3.22 44.04 41.22 286.0 94.83
1.13 0.00 7.31 3.78 47.46 42.67 308.2 96.32
1.21 0.00 7.88 4.40 51.15 44.08 332.1 97.55
1.31 0.00 8.49 5.12 55.12 45.49 358.0 98.55
1.41 0.00 9.15 5.94 59.41 46.91 385.8 99.29
1.52 0.00 9.86 6.88 64.02 48.37 415.7 99.79
1.64 0.00 10.62 7.95 69.00 49.88 448.1 100.00
1.76 0.01 11.45 9.15 74.36 51.48 482.9 100.00
1.90 0.02 12.34 10.50 80.14 53.17 520.4 100.00
2.05 0.03 13.30 11.98 86.36 54.98 560.8 100.00
2.21 0.04 14.33 13.61 93.0756.93 604.4 100.00
2.38 0.07 15.00 14.65 100.3 59.02 651.4 100.00
2.56 0.11 16.65 17.20 108.1 61.27 702.0 100.00
2.76 0.16 17.94 19.14 116.5 63.69 756.5 100.00
2.98 0.24 19.33 21.14 125.6 66.30 815.3 100.00
3.21 0.34 20.84 23.17 135.3 69.08 878.7 100.00
Entretanto, com o avanço dos métodos utilizados para a determinação 
do	 tamanho	 das	 gotas,	 foi	 verificado	 que	 cada	 um	dos	 sistemas	 utiliza-
dos (difração dos raios laser, análise de imagens, etc.) por se basearem 
em princípios e sensibilidades diferentes forneciam resultados numéricos 
conflitantes.	 	Os	pesquisadores	 ingleses	 acharam	por	 bem	adotar	 bicos	
de	referência	para	servir	como	padrão	para	essa	finalidade.	Portanto,	na	
hora	de	se	classificar	um	bico,	ele	é	medido	em	um	determinado	sistema	e	
comparado com os valores do bico padrão no mesmo sistema, no mesmo 
Quadro 8 - Classificação da pulverização segundo tamanho 
das gotas.
Designação Vmd (mm)
Pulverização grossa >500
Pulverização média 200-500
Pulverização	fina 100-200
Pulverização	muito	fina 30-100
Aerossol <30
(JOHNSTONE,1985).
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
23
Por exemplo, o bico 8008, funcionado a 35 psi (pound per square inch 
ou libra-força por polegada ao quadrado), divide a classe muito grossa da 
grossa, isto é, se o bico testado for de partículas maiores que o bico padrão 
(8008	a	35	psi)	será	classificado	como	de	pulverização	muito	grossa.	Se	as	
partículas do bico em teste forem menores que o padrão será enquadrado 
na classe inferior. Assim, o bico 11006 a 28 psi separa a classe "grossa" da 
"média" e assim por diante.
As recomendações para a pulverização são baseadas nessas classes. 
Quadro 9 - Classificação da pulverização segundo bicos de 
referência
Designação Vmd (mm)
Pulverização muito grossa 
Pulverização grossa F80/2.92/2.5 (8008 a 35 psi)
Pulverização média F110/1.96/2.0 (11006 a 28 psi)
Pulverização	fina F110/1.20/3.0 (11003 a 42 psi)
Pulverização	muito	fina F110/0.48/4.5 (11001 a 63 psi)
(FAO,1997)
laboratório.	Por	comparação	dos	resultados	pode-se	classificar	o	bico	tes-
tado. Na reunião de especialistas da FAO, ocorrida em maio de 1997, foi 
decidido adotar os mesmos critérios britânicos.
	No	Quadro	9	estão	relacionados	os	bicos	de	referência	que	classificam	
os bicos.
É importante lembrar que gotas finas proporcionam boa 
cobertura, mas têm problemas de evaporação e deriva. Go-
tas grossas são menos afetadas pelo vento, mas apresen-
tam baixa cobertura, requerendo, portanto, volumes mais 
altos.
Atenção
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
24
5. Literatura consultada
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BROWN, A.W.A. Insect control by chemicals. Wiley, N. York: 1951.
 
CHAIM, A. Desenvolvimento de um protótipo de pulverizador eletrohidrodi-
nâmico - Avaliação do seu comportamento na produção de gotas e controle 
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gaea	L.).	Jaboticabal,	Faculdade	de	Ciências	Agrárias	e	Veterinárias.	1984.	
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PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
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504. 1981.
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
26
6. Glossário
Baseado nos estudos da Comissão de Estudos sobre Equipamentos e Sis-
temas de Aplicação de Agroquímicos, da ABNT.
Documentos: TB344, de out./1988 ; TB-394, de ago./1991; NBR12936 e 
NBR 12937 de jun./1993.
 
Alvo
Aquilo que foi escolhido para ser atingido pelo processo de aplicação (planta 
hospedeira ou suas partes, organismo nocivo, planta daninha, solo, etc.).
 
Aplicação sob deriva
Pulverização na qual as gotas, deliberadamente submetidas à deriva, se 
destinam para o alvo.
 
Calda
Líquido, na concentração para aplicação, resultante da diluição de uma 
formulação.
 
Calibração
Determinação da taxa de aplicação de um equipamento.
 
Cobertura
Parte da área alvo coberta pelo produto aplicado, expressa em porcenta-
gem.
 
Deriva
Desvio da trajetória das partículas liberadas pelo processo de aplicação.
 
Diluente
Gás, líquido ou sólido usado para reduzir a concentração do ingrediente 
ativo de uma formulação para a aplicação.
 
Dosagem
Qualquer relação ou razão que envolva dose, expressa em quantidade de 
material por unidade de peso, comprimento, área ou volume.
 
Dose
Quantidade, expressa em peso ou volume, de qualquer material.
 
Depósito
Quantidade de agroquímico coletado pelo alvo.
 
Endoderiva
Movimento de partículas distribuídas dentro da área a ser intencionalmente 
atingida.
 
Exoderiva
Movimento de partículas distribuídas fora da área a ser intencionalmente 
atingida.
 
Eficácia
Capacidade de produzir um efeito desejado.
Fumigação
Aplicação	de	um	agroquímico,	via	gasosa	ou	a	ser	gaseificado	para	trata-
mento espacial.
 
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
27
Fumaça
Partículas entre 0,001 e 0,1 micrometro de diâmetro originário de um pro-
cesso de queima.
 
Faixa de aplicação
Largura da área tratada que é atingida pelas partículas aplicadas.
 
Faixa total de aplicação
Largura da área tratada que é atingida pelas partículas aplicadas.
 
Faixa dedeposição efetiva
Faixa onde, em qualquer ponto considerado, a quantidade depositada do 
material se enquadra dentro dos limites estabelecidos.
 
Intervalo de reentrada
Período de tempo entre a aplicação do agroquímico e a reentrada na área 
tratada.
 
Nebulização
Aplicação de aerossol que preencha um volume de ar de forma a reduzir a 
visibilidade.
 
Partícula flutuante
Partícula	 em	 suspensão	 no	 ar	 que	 não	 se	 deposita	 por	 insuficiência	 de	
energia.
 
Perda
Quantidade do material aplicado que não é retido pelo alvo, geralmente 
expressa em porcentagem.
 
Ponto de saturação
Ponto de máxima retenção de líquido pela superfície vegetal.
 
Pulverização saturante
Pulverização realizada além do ponto de saturação (ocorre escorrimento).
 
Recuperação
Quantidade de material retida pelo alvo, geralmente expressa em porcen-
tagem.
Taxa de aplicação
Quantidade de qualquer material aplicado por unidade de comprimento, 
superfície ou volume.
 
Termonebulização
Nebulização	por	energia	calorífica.
 
Tratamento fitossanitário
Operação envolvendo uma ou mais aplicações de produtos ou processos 
químicos,	físicos,	mecânicos	ou	biológicos	para	defesa	fitossanitária.
 
Vazão
Quantidade	de	material	que	flui	por	unidade	de	tempo.
 
Volume de aplicação
Volume de calda aplicado por unidade de área, peso ou volume.
 
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
28
Veículo de aplicação
Gás, líquido ou sólido, usado para propelir ou transportar o agroquímico na 
aplicação.
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
29
2 Equipamentos e técnicas de aplicação
1. Introdução
Os equipamentos para a aplicação de agroquímicos são numerosos e 
podem	ser	classificados	segundo	o	material	que	aplica.	Assim,	polvilhadora	
aplica pó; a granuladora, os grânulos, o pulverizador, as gotas e o nebuli-
zador, a neblina. Existindo uma variedade de equipamentos, é necessário 
adotar	algum	sistema	para	classificá-los,	para	denominá-los	de	forma	inte-
ligível por aqueles que trabalham dentro do assunto.
A maneira usual de se denominar os equipamentos deste grupo tem 
sido	por	meio	do	uso	de	três	palavras:	a	primeira	indica	a	função	da	máqui-
na (o que aplica); a segunda indica a forma de deslocamento; a terceira, 
a maneira de acionamento. Assim, “pulverizador costal motorizado” é um 
equipamento que aplica líquido dividido em gotas, transportado no dorso 
do operador e com motor próprio. No presente trabalho será adotada essa 
forma de se nomear o equipamento.
2. Equipamentos e técnicas para aplicação via 
sólida
Nesta categoria podem-se distinguir dois tipos de aplicador: os de pó e 
os de grãos.
 
 
2.1. Aplicadores de Pós
 
São denominados polvilhadoras e aplicam a formulação pó seco, 
de pronto uso. A base do processo consiste em assoprar o pó sobre a 
área visada no tratamento. Portanto, o equipamento deve possuir, no míni-
mo, um reservatório para se colocar o pó e um sistema de ventilação. Para 
poder controlar a vazão do pó, equipamentos de maior precisão possuem 
um sistema dosador que regula a quantidade de saída do pó. As polvilha-
doras mais rudimentares nem possuem os órgãos (depósito, ventilador e 
dosador) independentes. Alguns exemplos de polvilhadores simples são a 
“lata de Neocid” e a polvilhadora manual aplicadora de formicida. As polvi-
lhadoras costais manuais foram outrora muito utilizadas em cafezais para 
o controle da broca. As polvilhadoras de grande porte, tratorizadas, foram 
empregadas na lavoura de algodão. Hoje, esses equipamentos, pratica-
mente, caíram em desuso, substituídos por outros processos mais seguros 
e	eficazes.
 
 
2.2. Aplicadores de Granulados
 
Ao contrário do que ocorre com o polvilhamento, a aplicação de granu-
lados vem paulatinamente crescendo. A máquina aplicadora de granula-
dos é ainda mais simples que as polvilhadoras pois dispensa o ventilador. 
Para aplicar granulados em cova, existem diferentes dispositivos sim-
ples. No Brasil, desse grupo de equipamentos, o mais popular é a matraca, 
que originariamente era semeadora manual. A matraca adaptada para 
aplicação do material granulado é bastante usada para aplicar inse-
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
30
ticidas sistêmicos em covas distribuídas em volta de fruteiras, cafe-
eiras, etc. Existe matraca especialmente desenvolvida para aplicação de 
granulados que possui o depósito (mochila) que vai às costas do operador, 
aumentando a autonomia do trabalho e aliviando o peso das mãos do ope-
rador. Este tipo está sendo empregado por uma empresa que trabalha com 
sistema de venda aplicada.
Para aplicação em sulco, as granuladoras podem ser de diferentes 
tipos: manuais, costais ou montadas em trator. Dentre os dispositivos 
manuais, pode ser destacado um simples recipiente de fundo afunilado, 
provido de alça. A vazão é fixa e depende da área do orifício que existe 
no fundo, que pode ser fechado através de uma tampa acionada por uma 
haste. Dos montados em trator, o equipamento possui um depósito com 
fundo afunilado em cujo extremo inferior existe o sistema dosador e um 
condutor de saída direcionável. Essas unidades podem aplicar o produto 
granulado no sulco de plantio ou ao lado das plantas já estabelecidas. Para 
o caso de controle de lagartas (Spodoptera frugiperda) que atacam as gra-
míneas (milho, sorgo) a saída pode ser direcionada para o ponteiro (car-
tucho) das plantas. O funil natural formado pelas folhas conduz o material 
para a parte onde se encontram as lagartas. Essas máquinas podem ser 
acopladas a outras ou ter funções polivalentes como aplicação conjunta de 
adubo nitrogenado e cultivo simultâneo (SIQUEIRA, 1983).
A aplicação de granulado também pode ser efetuada a lanço. Nes-
te caso, há necessidade de um ventilador ou uma base rotativa (força 
centrífuga), para arremessar os grãos à distância. A aplicação a lanço em 
cobertura total do terreno não é tão comum. Quando a aplicação é feita a 
lanço destina-se a tratamento de uma faixa limitada, geralmente ao lado da 
fileira	de	plantas	(citros).	Existe	um	aplicador	que	espalha	grãos	a	lanço,	
conjugada a uma grade que faz a incorporação do material ao solo. Essa 
grade	geralmente	fica	na	posição	lateral	e	pode	incorporar	o	produto	quími-
co sob a “saia” das árvores.
Figura 1 - Diferentes tipos de aplicador de granulados utilizados em cafeicultura
2.2.1. Regulagem de granuladoras
 
Para aplicação de formulações granuladas em covas, a regulagem é 
bastante simples. Basta acionar o equipamento em cima de um coletor 
(recipiente qualquer), medir o peso do material e ir, tentativamente, abrindo 
ou fechando o dosador, até acertar a dose por cova.
Quando a aplicação é em sulco, basta acionar o equipamento em cima 
de uma lona de comprimento conhecido, recolher o material, pesar e, por 
tentativa, ajustar a abertura do dosador para aplicar a dosagem requerida. 
Em alguns equipamentos existem tabelas de orientação que facilitam 
essa operação.
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
31
Entre os sistemas, a pulverização é responsável pela aplicação da 
maior parte dos agrotóxicos utilizados no mundo. Por isso, no presente 
trabalho serão suprimidas as apresentações de injetores e nebulizadores, 
de pouco uso no Brasil, e as atenções estarão concentradas nos pulveri-
zadores hidráulicos.
 
 
3.1. Tipo e classificação dos pulverizadores
 
Além	da	classificação	básica	dos	equipamentos	de	aplicação	de	agrotó-
xicos,	onde	se	classifica	a	formulação	aplicada,	a	forma	de	transporte	dos	
equipamentos e a forma de energia utilizada (Ex. Polvilhadeira costal mo-
torizada)	os	pulverizadores	ainda	têm	uma	outra classificação quanto à 
forma de levar a gota até o alvo; sendo então dividido em dois outros 
grupos:
• Pulverizadores de jato lançado 
• Pulverizadores de jato arrastado
No primeiro caso, as gotas depois de lançadas no ar pelos bicos, 
deverão chegar ao alvo pela sua própria energiacinética e no segun-
do caso, uma corrente de ar deverá arrastar a gota até o alvo. Essa ca-
racterística determina uma grande diferença nas condições de regulagem 
e calibração dos equipamentos, como veremos mais adiante.
 
 
3.2. Componentes básicos dos pulverizadores 
hidráulicos
 
Existe uma grande variedade de pulverizadores. Por questão de espa-
ço, são apresentados aqui apenas os tratorizados, que são os que apre-
sentam o circuito hidráulico mais complexo. No entanto, se compararmos o 
pulverizador	costal	a	equipamentos	mais	sofisticados,	como	os	autoprope-
lidos ou aviões, não existe diferença nos princípios de funcionamento.
Os	pulverizadores	têm,	de	um	modo	geral,	algumas	partes	em	comum,	
sendo que todos apresentam pelo menos um tanque, uma fonte de energia 
para acionamento do líquido (pode até ser a gravidade) e um elemento que 
forma gotas. No entanto, para se ter controle sobre todas as condições 
operacionais, muitas outras partes e acessórios são necessários, como 
pode	ser	visto	na	figura	2,	para	o	circuito	hidráulico	de	um	pulverizador	tra-
torizado. Para maior facilidade e compreensão desses componentes, suas 
funções e importância, estaremos a seguir estudando cada um deles.
Os equipamentos para aplicação de líquidos podem ser 
divididos em injetores, pulverizadores e nebulizadores. Os 
injetores aplicam um filete de líquido (sem fragmentação em 
gotas); os pulverizadores aplicam gotas, e os nebulizado-
res, a neblina (gotas menores que 50 mm).
Atenção
3. Equipamentos de aplicação via líquida
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
32
Figura 2 - Circuito hidráulico de um pulverizador convencional. 1-tanque; 2-agitador; 3-re-
gistro;	4-filtro;	5-bomba;	6-câmara	de	compressão;	7-regulador	de	pressão;	8-manômetro;	
9-registro de seções; 10-tubulação de retorno; 11-barra; 12-bicos
a) Depósito 
 
O depósito ou tanque é o componente responsável por armazenar a 
calda (água ou outro diluente mais o produto) que será pulverizada.
Sendo assim, é importante observar se não tem vazamentos e 
possa garantir uma boa homogeneização da calda, permitindo que 
os sistemas de agitação (mecânico ou hidráulico) funcionem muito 
bem e que permitam o total esvaziamento do seu conteúdo no final 
do tanque.
Outro fator muito importante é ler os manuais dos equipamentos e não 
apenas	confiar	na	percepção	ou	interpretações	de	códigos	do	pulverizador.	
Por normas construtivas, a capacidade total de um tanque para pulveri-
zadores,	quando	cheio	até	à	boca,	deverá	ter	entre	5	e	10%	a	mais	que	a	
capacidade	nominal	de	uso.Testes	no	campo	têm	mostrado	que	esse	erro	
é	muito	comum,	causando	falhas	de	aplicação	na	ordem	de	5%	a	8%	de	
variação nas aplicações.
Ao abastecer de água ou calda, tome o cuidado de observar o nível do 
pulverizador para não colocar mais calda que o nível designa como indica-
do e possível.
Outro cuidado muito importante é o pleno esvaziamento, alguns mo-
delos	 de	 tanque,	 em	 topografia	mais	 inclinada,	 deixam	 no	 final	 de	 uma	
aplicação	outros	3	a	5%	da	capacidade	do	tanque	causando	outro	erro	de	
dosagem nas aplicações.
 
 
b) Agitadores de tanque
 
Os sistemas de agitadores de tanque são muito importantes, principal-
mente para produtos que necessitam de uma boa agitação para per-
manecerem homogêneos na calda (por exemplo, os pós molháveis) e 
podem ser de dois tipos básicos:
- Mecânicos, com uso de uma hélice acionada por um eixo da bomba 
(ou outro acionamento) dentro do tanque;
- Hidráulicos, usando parte do sistema de retorno da bomba para agita-
ção da calda. Em tanques maiores, para não necessitar de bombas muito 
grandes, são colocados sistemas de agitadores que usam o princípio de 
Venturi que proporcionam um deslocamento da calda de 3 e 5 vezes maior 
que	o	retorno	normal	da	bomba	(figura	3).
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
33
Figura 3 - Agitador hidráulico com sistema de Venturi utilizado nos tanques de pulveriza-
dores
c) Registros
 
Essa peça, apesar de muito simples, é importante e, no campo, é muito 
comum encontrá-la em mau estado de funcionamento, ocasionando gran-
de	 desperdício	 de	 produtos	 na	 limpeza	 de	 filtros	 ou	 na	manutenção	 de	
outras partes do sistema quando o tanque está carregado.
 
 
d) Filtro
 
Esse é um componente fundamental no pulverizador e é responsável 
por quatro funções muito importantes:
- Garantir maior uniformidade das aplicações, não permitindo que 
o entupimento de pontas venha a causar a distribuição desuniforme da 
calda;
- Garantir maior capacidade operacional dos pulverizadores, dimi-
nuindo o tempo parado dos pulverizadores enquanto se desentope as pon-
tas, tratando assim uma maior área por dia;
- Garantir segurança ao trabalhador durante o serviço, não expondo 
o trabalhador à tarefa de desentupir as pontas e entrando em maior contato 
com	o	produto	químico,	ficando	o	trabalhador	apenas	na	operação	de	trato-
rista ou condutor do equipamento;
- Garantir maior durabilidade das pontas, diminuindo as impurezas 
como areia e, assim, a abrasão nas pontas, além de garantir que o opera-
dor não venha a desentupir essas peças com objetos não recomendados.
O	número	de	filtros	em	um	pulverizador	não	deve	ser	limitado	apenas	a	
uma forma de construção da máquina, mas sim, de acordo com as neces-
sidades das condições de trabalho, podendo cada pulverizador ter entre 3 
a	6	filtros.	Os	mais	comuns	e	quase	obrigatórios	são:
- Na boca do tanque, para garantir a entrada de líquido mais limpo no 
reservatório;
- Antes da bomba, garantindo melhor desempenho e segurança para a 
bomba;
- Na linha de pulverização, garantindo menor e mais fácil manutenção 
de limpeza;
-	Nos	bicos,	sendo	a	segurança	final	do	não	entupimento	das	pontas.
A	escolha	do	filtro	correto	depende	de	duas	variáveis	importantes	que	
são:
- Formulação do produto, caso o produto a ser aplicado seja de gra-
nulometria	mais	grossa,	também	o	filtro	deverá	ser;	sendo	assim,	para	os	
produtos pós molháveis e seus derivados (suspensão) são mais recomen-
dados	o	uso	de	filtros	malha	50	(ou	até	30	em	alguns	casos).	Já	para	as	
formulações que formam soluções como os pós-solúveis, solução aquosa, 
bem	como	as	emulsões,	como	os	concentrados	emulsionáveis,	os	filtros	
podem ser malha 80 ou 100.
- Modelo e tamanho da ponta selecionada,	 especificamente,	 para	
cada	modelo	e	tamanho	de	pontas	tem	um	filtro	mais	adequado;	as	pontas	
PROTEÇÃO DE PLANTAS: Tecnologia de aplicação dos agroquímicos e equipamentos 
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de	menor	 vazão	exigem	filtros	mais	 finos	 (malha	100)	e	para	as	pontas	
de	maior	vazão,	os	filtros	podem	ser	mais	grossos	 (malha	50).	Assim,	é	
necessário que o fabricante de pontas forneça em sua tabela qual a malha 
do	filtro	 ideal	para	cada	modelo	e	 tamanho	de	pontas	(vide	um	catálogo	
comercial de pontas; observe essa informação).
A	limpeza	do	filtro	deve	ser	frequuente,	sendo	indicado	no	mínimo	uma	
limpeza diária. Eles devem ser instalados em locais de fácil acesso e de-
vem ser desmontados com o menor número de chaves possíveis ou até 
mesmo	manualmente.	É	importante	lembrar	que,	para	abrir	o	filtro,	estan-
do o tanque com calda em seu conteúdo, existe um registro antes dele. 
Portanto,	existe,	obrigatoriamente,	uma	sequência:	tanque	-	registro	-	filtro	
- bomba.
Mais	recentemente	alguns	equipamentos	já	são	produzidos	com	filtros	
autolimpantes	que	não	exigem	limpezas	rotineiras,	com	maior	frequência,	
durante	a	jornada	de	trabalho,	sendo	que,	com	esses	filtros,	os	tanques	e	
todo o sistema poderão ser limpos no momento de manutenção programa-
da (paradas por vento, chuva, ou mesmo manutenção periódica).
Figura 4 - Filtros para pulverizadores, A- pré-bomba, B- de linha, C- auto-limpantes
Obs.: O tamanho da malha - por exemplo, 50 - representa a quantidade de 
orifícios que se tem em uma polegada. Portanto, quanto maior o número, 
mais fino é o filtro. 
e) Bomba
A função da bomba é pressionar a calda, colocando no sistema a

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