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Contabilidade Gerencial e de Custos APRESENTAÇᾹO Professor Me. João Simba André ● Mestre em contabilidade pela Universidade Estadual de Maringá; ● Especialista em Gestão pública pela universidade Estadual de Ponta Grossa; ● Formado em Administração de Empresas pelo Instituto Adventista Paranaense; ● Professor no curso de Contabilidade do Instituto Adventista paranaense. Experiências na atuação com vendas e administração no geral. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/7740873593940523 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é um ótimo sinal e o início de uma jornada que vamos trilhar a partir de agora. Assim, proponho, junto com você, construir conceitos relacionados com a contabilidade gerencial e de custos. Na unidade I, vamos começar por abordar a relação existente entre a contabilidade financeira, contabilidade gerencial e a contabilidade de custos. Apesar de cada uma desempenhar uma atividade específica, todas têm objetivo de gerar informações para a tomada de decisão. Também falaremos sobre as terminologias e classificações utilizadas na contabilidade de custos bem como os elementos de custos. Já na unidade ll, você saberá mais sobre os conceitos que estão relacionados ao método do custeio por absorção e de todas as suas operações e especificidades. Também ao longo desta unidade, vamos falar ou tratar da distinção existente entre custos e despesas, bem como os materiais direto de fabricação . Na sequência, na unidade III, trataremos da mão-de-obra direta e como ela é alocada sobre os produtos fabricados. Mostraremos os principais custos indiretos que incidem no processo de fabricação de bens ou serviços, bem como apresentaremos o processo da departamentalização dos custos. Em nossa unidade IV, vamos finalizar o conteúdo dessa disciplina, abordando sobre a produção por ordem e como ela acontece. Ao longo da unidade, vamos falar também da produção por processo e, por fim, abordaremos sobre o custeio variável. Aproveito para reforçar o convite a você para, junto conosco, percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre outros assuntos abordados no nosso material. Esperamos contribuir para o seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigado e bom estudo! UNIDADE I ORIGEM E CONCEITOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS E A TERMINOLOGIA UTILIZADA POR ELA Professor Me. João Simba André Plano de estudo: ● As relações entre a contabilidade Financeira, Gerencial e de Custos; ● Terminologias e Classificações; ● Elementos de Custos. Objetivos de Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar as relações existentes entre a contabilidade Financeira, Gerencial e de Custos; ● Compreender os tipos de Terminologias e Classificações utilizadas na contabilidade gerencial e de custos; ● Estabelecer a importância dos elementos de custos. INTRODUÇÃO Olá, querido(a) aluno(a)! Nesta unidade, será conceituado e contextualizado a relação existente entre a contabilidade financeira, gerencial e de custos. Para isso, procuraremos buscar elementos que poderão nos ajudar a compreender essa relação e buscaremos também fazer uma perspectiva histórica sobre o assunto. Buscaremos ainda a sua compreensão em relação aos termos usados na contabilidade de custos e gerencial, bem como explicar os elementos que são utilizados na contabilidade de custos. Como você já deve ter estudado ao longo curso, a contabilidade já vem sendo praticada ao longo de muitos anos até vir a ser considerada como disciplina tal como a conhecemos hoje. Então, convido você a navegar comigo nesta viagem na busca de conhecimentos que contribuam para sua vida acadêmica e profissional. 1 AS RELAÇÕES ENTRE A CONTABILIDADE FINANCEIRA, GERENCIAL E DE CUSTOS Fonte: ID 551213116. 1.1 Contabilidade Financeira A contabilidade financeira também conhecida como contabilidade geral é considerada como a mais antiga entre os três ramos da contabilidade. Segundo Martins (2003), até o surgimento da Revolução Industrial no século XVIII, quase só existia a Contabilidade Financeira (ou Geral), que era desenvolvida na era Mercantilista e estava bem completa e conseguia atender às empresas comerciais. A Contabilidade Financeira tem por objetivo controlar o patrimônio das empresas e apurar o resultado (variação do patrimônio). Ela deve também prestar informações a usuários externos que tenham interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras que irão lhe conceder empréstimos, debenturistas e quaisquer pessoas que desejem adquirir ações da empresa (se ela for uma companhia aberta) (VICECONTI e NEVES, 2010, p.12). Podemos destacar que contabilidade financeira está voltada a produzir informações relacionadas ao público externo, à organização, conforme foi destacado no parágrafo anterior, isso por sua vez, vai lhe permitir informar as entidades interessadas quanto ao seu funcionamento, permitindo, assim, que consiga atrair investimentos, conseguir créditos bancários entre outras vantagens. A Contabilidade Financeira exerce essa função através da utilização da escrituração contábil pelo método das partidas dobradas, que tem como corolário a elaboração das demonstrações contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. Estas demonstrações contábeis devem ser elaboradas com base nos princípios contábeis geralmente aceitos, para fins de homogeneização e uso na comparação com outras empresas ou com o desempenho da própria empresa em outro período de tempo" (VICECONTI e NEVES, 2010, p. 12). Martins (2003), enfatiza que contabilidade financeira para apurar o lucro do período fazia o cálculo basicamente por diferença, computando o quanto possuía de estoques iniciais, adicionando às compras do período e comparando com o que ainda restava, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, na clássica disposição: Estoques Iniciais (+) Compras (-) Estoques Finais (=) Custo das Mercadorias Vendidas Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do Contador que, para levantamento do balanço e apuração do resultado, não dispunha agora tão facilmente dos dados para poder atribuir valor aos estoques; seu valor de "Compras" na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados (MARTINS, 2003, p.14). Assim, com o passar do tempo começou-se, então, a adaptação, dentro do mesmo raciocínio, com a formação dos critérios de avaliação de estoques no caso industrial, surgindo, assim, contabilidade gerencial e a contabilidade de custos. 1. 2 Contabilidade Gerencial Conforme foi explanado no item anterior com advento das indústrias, aumentou a complexidade quanto ao gerenciamento das organizações. No passado, as empresas eram constituídas por grupos de famílias, mas isso tem mudado com o passar do tempo e com a necessidade de gerenciamento e tomada de decisão, surge a contabilidade gerencial de modo a colmatar as dificuldades que a contabilidade financeira não conseguia suprir. Assim, Contabilidade Gerencial surge para fornecer as informações para os administradores da empresa que lhes permitam gerenciar o seu desempenho, avaliando se foram cumpridas as metas previstas no orçamento (função de controle). Portanto, ela (ContabilidadeGerencial), visa atender às necessidades dos usuários internos da empresa, não é preciso levar em conta de forma rígida os princípios contábeis geralmente aceitos e as informações podem ser fornecidas de modo a atender o interesse dos administradores (VICECONTI e NEVES, 2010). Os autores seguem, argumentando que a contabilidade gerencial é relativamente recente entre nós. Assim,pode-se afirmar que a contabilidade financeira é muito mais difundida e estudada que a gerencial, embora como foi visto, esta última, caracteriza-se como estratégica na tarefa de fornecer subsídios à administração da empresa. 1. 3 Contabilidade de Custos Com a chegada da Revolução Industrial e o aumento das empresas industriais, a Contabilidade começou a deparar-se com a volta dos problema de adaptação com os procedimentos de apuração dos resultados em empresas comerciais (que apenas revendem mercadorias compradas de outrem) para as empresas industriais, as quais adquirem matérias- primas e utilizavam fatores de produção para transformá-las em produtos destinados à venda (VICECONTI e NEVES, 2010). Devido ao crescimento das empresas, com o consequente aumento da distância entre administrador e ativos e pessoas administradas, a Contabilidade de Custos passou a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial (MARTINS, 2003). É também importante ser constatado que as regras e os princípios geralmente aceitos na Contabilidade de Custos foram criados e mantidos com a finalidade básica de avaliação de estoques e não para fornecimento de dados à administração. Por essa razão, são necessárias certas adaptações quando se deseja desenvolver bem esse seu outro potencial; potencial esse que, na grande maioria das empresas, é mais importante do que aquele motivo que fez aparecer a própria Contabilidade de Custos (MARTINS, 2003, p. 14). Segundo Martins (2003, p.12) "a contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira quando havia a necessidade de avaliar os estoques na indústria especificamente". Anteriormente os produtos eram fabricados por artesãos, sendo que estes eram constituídos por pessoas físicas, que pouco se preocupavam com os custos de seus produtos. Todavia, naquela época, o processo de produção era muito semelhante ao processo artesanal, que entendia por custo basicamente a matéria-prima e a mão-deobra, que eram sem dúvida os mais relevantes. No que tange à Decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc. (MARTINS, 2003). Especificamente, a Contabilidade de Custos objetiva: a) Avaliação de estoques; b) Atendimento das exigências fiscais; c) Determinação do resultado; d) Planejamento; e) Formação do preço de venda; f) Controle gerencial; g) Avaliação de desempenho; h) Controle operacional; i) Análise de alternativas; j) Estabelecimento de parâmetros; k) Obtenção de dados para orçamentos; l) Tomada de decisão. Em suma, podemos destacar que apesar da finalidade de cada uma, todas elas convergem para um objetivo comum de proporcionar às organizações elementos necessários para o gerenciamento e a tomada de decisão. Mas cada uma tem o seu objetivo específico, sendo que a contabilidade financeira é aquela responsável por fornecer e atender às demandas externas da organização, enquanto que a contabilidade gerencial está voltada para atender às demandas internas, munindo os administradores e funcionários da organização, enquanto que a contabilidade de custos é utilizada para auxiliar na tomada de decisão. O estágio atual da Tecnologia da Informação possibilita soluções bastante satisfatórias, processando simultaneamente as três contabilidades e conciliando as diferenças (MARTINS, 2003). Esses novos campos deram nova vida a essa área que, por sua vez, apesar de já ter criado técnicas e métodos específicos para tal missão, não conseguiu, ainda, explorar todo o seu potencial; não conseguiu, talvez, sequer mostrar a seus profissionais e usuários que possui três facetas distintas que precisam ser trabalhadas diferentemente, apesar de não serem incompatíveis entre si. Abaixo, a Figura 1 evidencia o Sistema de Informações Gerenciais. Figura 1 - Sistema de Informações Gerenciais Fonte: Adaptado de: Martins (2003). A figura acima traz um resumo, ou seja, a relação existente entre a contabilidade financeira, contabilidade gerencial e a de custos. Apesar de terem formas diferentes de fornecer e de gerar as informações, o objetivo comum é munir a administração da empresa com informações que lhe ajudam para a tomada de decisão. 2 TERMINOLOGIAS E CLASSIFICAÇÕES Fonte: ID 1436785802 2.1 Terminologias Contábeis O objetivo deste tópico é fazer com que você, querido(a) aluno(a) esteja familiarizado com as terminologias e classificações contábeis que serão usadas ao longo da disciplina. De acordo com Martins (2003), devido à confusão causada por conta da sua similaridade como, por exemplo, gastos, despesas e custos, são três palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos diferentes? Confundem-se com o Desembolso? E o investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos? O autor segue explicando que no meio de um conjunto de nomes e ideias, normalmente o principiante vê-se perdido e passa-se a usar as seguintes nomenclaturas: a) Gasto — Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), cujo sacrifício é representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). O gasto concretiza-se quando os bens ou serviços adquiridos são prestados ou passam a ser propriedades da empresa (VICECONTI e NEVES, 2010). Figura 2 - Tipo de Gastos EXEMPLOS DE GASTOS ▪ Gastos na compra de um imobilizado; ▪ Gasto com mercadoria para a revenda; ▪ Gasto com energia elétrica = aquisição de fornecimento de energia; ▪ Gasto com o aluguel do edifício (aquisição de serviço); ▪ Gastos com a compra de matérias-primas; ▪ Gasto a reorganização administrativa (serviço); ▪ Gastos com mão-de-obra, tanto na produção como na distribuição. Fonte: Elaborado pelo autor (2021). TIPOS DE GASTOS: Os gastos podem ser classificados em: Investimentos, Custos ou Despesas. b) Desembolso — Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto, defasada ou não do momento do gasto. c) Investimento — Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Todos os sacrifícios causados pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são, especificamente, chamados de investimentos. Exemplos: ⮚ Aquisição de móveis e utensílios; ⮚ Aquisição de imóveis; ⮚ Aquisição de marcas e patentes; ⮚ Aquisição de matéria prima; ⮚ Aquisição de material de escritório. d) Custos: é um gasto relativo a um bem ou serviço, utilizado na produção de outros bens ou serviços. Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: ❖ Salário do pessoal de produção; ❖ Matéria-prima utilizado no processo produtivo; ❖ Combustíveis e lubrificantes usados na máquina da fábrica; ❖ Aluguéis e seguros do prédio de fábrica e depreciação do prédio de fábrica; ❖ Gastos em manutenção dasmaquinas da fabrica. d) Despesa — Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Exemplos: ● Salários e encargos sociais do pessoal de venda; ● Salários e encargos sociais do pessoal de escritório; ● Energia Elétrica consumida no escritório; ● Gastos com combustíveis e refeições do pessoal de vendas; ● Conta telefônica do escritório e vendas; ● Aluguéis e seguros do prédio do escritório. e) Perdas: bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária, que representa a diminuição de um ativo sem que haja a contrapartida de uma receita ou de um ganho. São itens que vão diretamente à Conta de Resultados, ou seja, são descontados do resultado final após o lançamento das receitas, menos as despesas (sobras). As perdas de pequeno valor são consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem ser feita separação, pois os valores envolvidos são irrelevantes. Exemplos: perdas de tecido durante a fabricação de camisetas, perda na evaporação de produtos químicos durante a elaboração de um medicamento, são perdas que são lançadas no custo de produção, são perdas previsíveis. As perdas anormais são perdas não desejadas e não programadas durante um processo de produção. Exemplos: ● Perdas com incêndio; ● obsolescência de estoques; ● inundações, entre outras. Insumos: são bens adquiridos para o consumo no processo de produção de novos bens ou de prestação de serviços. Exemplos: ✔ material secundário; ✔ matéria-prima; ✔ embalagens; ✔ mão-de-obra direta ou indireta; ✔ combustíveis e outros utilizados para o funcionamento dos equipamentos na produção. Desperdícios: Pode ser considerado um dos vilões da lucratividade devido à falta de controle e improdutividade, ocasionando um ônus financeiro evitável. O mesmo ocorre de forma involuntário no ato do processo produtivo e, muitas vezes, não tem como evitar o desperdício. Exemplos: ▪ Sobra de matéria prima. Figura 3 - Terminologias aplicadas a custos Fonte: Adaptado de Vieira (2008). 2. 2 Classificação dos custos Os custos podem ser classificados em relação aos produtos fabricados e aos níveis de produção. 2. 3 Em relação à apropriação aos produtos fabricados 2. 3. 1 Custos diretos São aqueles alocados diretamente ao processo produtivo, por ter uma medida objetiva do seu consumo. Exemplos: 1. Matéria-prima; 2. Mão de obra direta; 3. Material de embalagem; 4. Depreciação de equipamento; 5. Energia elétrica das máquinas. 2. 3. 2 Custos indiretos São aqueles alocados indiretamente aos produtos por intermédio de rateio ou outro tipo de medida. Exemplos: 1. Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto; 2. Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção; 3. Aluguel da fábrica; 4. Gastos com limpeza da fábrica; 5. Energia elétrica que não pode ser associada ao produto. 2. 4 Em relação aos níveis de produção Em relação aos níveis de produção, Viceconti e Neves (2010, p. 29) classifica e conceitua em três grupos que são: custos fixos, custos variáveis e semivariáveis. Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos, qualquer que seja o volume de produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor, qualquer que seja o nível da produção, inclusive no caso de a fábrica nada produzir. Observe que os custos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um custo fixo, uma vez que terá o mesmo valor, qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos: Imposto Predial, depreciação dos equipamentos (pelo método linear), salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de seguros. Custos variáveis são aqueles cujos valores alteram-se em função do volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção. Outros exemplos: Materiais indiretos consumidos, depreciação dos equipamentos quando esta for feita em função das horas/máquinas trabalhadas, gastos com horas-extras na produção. Custos semivariáveis são custos que variam com o nível de produção que, entretanto, têm uma parcela fixa, mesmo que nada seja produzido. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima, mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor total da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto, do volume de produção da empresa. Outros exemplos: aluguel de uma copiadora, na qual se cobra uma parcela fixa, mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar. Figura 4 - Classificação dos custos. Fonte: Adaptado de Vieira (2008). Em relação à classificação dos custos, a figura acima traz um resumo em relação para um melhor entendimento quanto à sua divisão. 3 ELEMENTOS DE CUSTOS Fonte: ID 1170329776 Neste tópico, trabalharemos os elementos que compõem o custo de produção, dentro dos elementos de custo, destacamos três componentes básicos para formação do custo: ❖ Materiais; ❖ Mão-de-obra; ❖ Gastos Gerais de fabricação. Materiais São os insumos utilizados na fabricação de um novo produto.Classificam-se em: Matérias-primas: São os materiais que entram em maior quantidade na fabricação dos produtos. (Ex. Madeira na fabricação de uma mesa). Materiais secundários: São os materiais que entram em menor quantidade na fabricação dos produtos. (Ex. Prego, cola, verniz etc. usados na fabricação de uma mesa). Materiais de embalagem: São os materiais destinados a embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção. (ex. Papelão, ligas metálicas para embalar uma mesa). Mão-de-obra: Todos os gastos com o pessoal envolvido na produção industrial, englobando: salários, horas extras, 13º salário, férias, encargos sociais, treinamento, alimentação etc. No entanto, a mão de obra é dividida em dois grandes grupos que são: mão-de-obra direta e indireta. Mão-de-obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Mão-de-obra indireta é aquela que não é facilmente identificada com o produto a ser alocado, são custos que fazem parte da estrutura da empresa. Os custos indiretos são classificados como custos fixos ou variáveis. Para podermos exemplificar, tomemos como exemplo a energia paga no prédio de uma padaria independente da produção do número de pães produzidos, quando falamos dos custos fixos e se a referência fosse os custos variáveis, a produção dos pães alterariam os custos. SAIBA MAIS A contabilidade gerencial está voltada à administração de empresas, não se condiciona às imposições legais, tem o objetivo de gerar informações úteis para a tomada de decisão. Fonte: Bruni e Famá (2004, p. 22). #SAIBA MAIS# REFLITA Custo e Despesa não são sinônimos; têm sentido próprio, assim como Investimento, Gasto e Perda. A utilização de uma terminologia homogênea simplificao entendimento e a comunicação. Neste livro, Custo só se refere à sacrifício na produção, salvo quando expressamente alertada a modificação da terminologia utilizada. Logo, temos Custos de Produção e Despesas de Administração, de Vendas e Financeiras. Fonte: (MARTINS, 2003, p. 19). #REFLITA# CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) Aluno(a), Nesta unidade, buscamos mostrar a relação existente entre a contabilidade financeira, a contabilidade gerencial e a contabilidade de custos, em que foi possível destacar que a contabilidade financeira conhecida também como contabilidade geral é considerada como a mais antiga entre os três ramos da contabilidade. Está voltada para produzir informações relacionadas ao público externo à organização. Porém com o surgimento da revolução industrial, surgiram diversas demandas e a contabilidade financeira começou a ter dificuldade em atender, então, surgiu a contabilidade gerencial e de custos. A Contabilidade Gerencial surge para fornecer as informações para os administradores da empresa que lhes permitam gerenciar o seu desempenho, avaliando se foram cumpridas as metas previstas no orçamento (função de controle). A contabilidade de custos nasceu com a necessidade de avaliar os estoques na indústria especificamente. Por último, foram abordadas as terminologias e classificações utilizadas na contabilidade de custos e os seus elementos. LIVRO • Título: Contabilidade de Custos • Autor: Eliseu Martins. • Editora: ATLAS. • Sinopse: O livro trata assuntos relacionados à contabilidade de custos desde o surgimento da própria contabilidade de custos e faz uma incursão sobre o assunto. FILME/VÍDEO • • Título: O Contador • Ano: 2016. • Sinopse: Desde criança, Christian Wolff (Bem Affleck) sofre com sintomas do autismo, seu pai rejeita ajuda e não aceita levá-lo a uma clínica de pessoas especiais, pois acha que é melhor ele ficar em casa para se adaptar ao mundo ao seu redor. Christian cresce e se torna um excelente contador, porém anti-social. Tem um pequeno escritório de contabilidade de fachada. REFERÊNCIAS BERBEL, J. D. S. Introdução à contabilidade e análise de custos: (simples & prático) São Paulo: STS, 2003. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003. VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 9. ed. São Paulo: Frase Editora, 2010. VIEIRA, E. P. Custos e formação do preço de venda. Ijuí: Unijuí, 2008. UNIDADE II CUSTEIO POR ABSORÇÃO - DETERMINAÇÃO Professor Me. João Simba André Plano de estudo: ● Custeio por absorção; ● Distinção de Custos e Despesas; ● Materiais Diretos. Objetivos de Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar o custeio por absorção; ● Compreender a distinção entre custo e despesa; ● Estabelecer a importância dos elementos de custos. INTRODUÇÃO Olá, querido(a) aluno(a)! Depois do capítulo I, finalmente chegamos ao capítulo II, na qual continuaremos mergulhando no mundo do conhecimento, assim, falaremos sobre outros tópicos da contabilidade gerencial e de custos, conforme a nossa disciplina tais como: custeio por absorção, a distinção entre custo e despesa e materiais diretos. Em relação ao custeio por absorção, traremos conceitos e definições que ajudarão a compreender esse método e as suas especificidades. Quanto à distinção entre custos e despesas são conceitos distintos que, muitas vezes, na sua separação, acabam sendo difíceis para os profissionais que atuam na área há tempos, imagine quem é principiante? Assim acabam exigindo um pouco mais de esforço, então, neste tópico, nós o ajudaremos a compreender a diferença existente entre esses dois conceitos. Por fim, falaremos sobre os materiais que são usados no processo de fabricação de uma organização. 1 CUSTEIO POR ABSORÇÃO Fonte: ID: 1661825110 Custeio significa apropriação dos custos. Assim, existem custeio por absorção, custeio variável, ABC e RKVV. O método de custeio pode ser descrito como um conjunto de sistemas, procedimentos, normas e papéis que tem como objetivo orientar, padronizar e controlar as atividades produtivas de uma empresa (BERBEL, 2003). Para Martins (2003), custeio por absorção é um método que vem da aplicação dos princípios de contabilidade, geralmente aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos. Viceconti e Neves (2010, p. 37) definem Custeio por Absorção como um processo de apuração de custos, cujo objetivo é ratear todos os seus elementos (fixos ou variáveis) em cada fase da produção. Logo, um custo é absorvido quando for atribuído a um produto ou unidade de produção, assim, cada unidade ou produto receberá sua parcela no custo até que o valor aplicado seja totalmente absorvido pelo Custo dos Produtos Vendidos ou pelos Estoques Finais. O Custeio por Absorção foi adotado pela legislação brasileira com o advento da Lei n. 6.404 (BRASIL, 1976). O nome do método, provavelmente, decorre do fato de que, no Brasil, na década de 1970, somente existia esse método que é o do Custeio Variável (NASCIMENTO, 2001). Logo, como não havia outro método que utilizasse técnicas de absorção de custos, este acabou tornando-se conhecido como tal. No Brasil, somente pode ser utilizado o Custeio por Absorção para fins de apuração do custo de Fabricação, conforme determina a legislação do Imposto de Renda em vigor. 1.1 Apuração O Método de Custeio por Absorção baseia-se no rateio de custos fixos e/ou indiretos aos produtos. Custeio por Absorção é a separação entre custos e despesas. Essa característica, geralmente, decorre mais do fato deste método ser adaptado às normas fiscais, financeiras ou contábeis do que pelo método em si. (MARTINS, 2003; SCHULTZ, DA SILVA; BORGERT, s/d). O esquema básico do custeio por absorção é o demonstrado a seguir: 1. Separação de custos e despesas; 2. Apropriação dos custos diretos e indiretos à produção realizada no período; 3. Apuração do custo da produção acabada; 4. Apuração do custo dos produtos vendidos; 5. Apuração do resultado. Figura 1 - Custeio por Absorção de empresa de manufatura Fonte: Adaptado de Eliseu Martins (2003). Figura 2 - Custeio por absorção de empresas prestadoras de serviços Fonte: Adaptado de Eliseu Martins (2003). As duas figuras propostas pelo professor Eliseu Martins apresentam as formas como o custeio por absorção é realizado entre a empresa de manufatura e prestadoras de serviços, em que, os custos na empresa de manufatura são entre os produtos estocados, enquanto que na empresa de prestação de serviço, os custos são alocados aos serviços prestados. A maioria dos autores apresenta como as principais vantagens do uso do custeio por absorção, as seguintes afirmações: consegue atender à legislação fiscal e deve ser usado quando as empresas buscam o uso do sistema de custos integrado à contabilidade; permite a apuração do custo por centro de custos e ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de cada produto (FILHO e MELO, 2006). Barbosa et al. (2011) apud Abbas, Gonçalves e Leoncine (2012) citam as seguintes vantagens e desvantagens da utilização desse método: a) segue os princípios contábeis, sendo o método formalmente aceito, como requerido pela legislação do imposto de renda para propósitos de lucro; b) agrega todos os custos,tanto os diretos quanto os indiretos; c) pode ser menos custoso de implementar, desde que não requeira a separação dos custos em fixos e variáveis. Os autores citam também as seguintes desvantagens: a) os custos, por não se relacionarem com este ou aquele bem ou serviço, são quase sempre distribuídos com base em critérios de rateio com grande grau de arbitrariedade; b) o custo fixo por unidade depende ainda do volume de produção, e o custo de um produto pode variar em função da alteração de volume de outro produto; c) os custos fixos existem, independente, da fabricação ou não desta ou daquela unidade e acabam presentes no mesmo montante, mesmo que ocorram oscilações (dentro de certos limites), portanto, não devem ser alocados aos bens e serviços. Conforme os autores citados, neste capítulo, destacamos, abaixo as principais vantagens e desvantagens do método de custeio por absorção. • Principais vantagens: a) Atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à Contabilidade; b) Considera o total dos custos por produto; c) Forma custos para estoques; d) Permite a apuração dos custos por centros de custos, quando os custos forem alocados aos departamentos de forma adequada, possibilitam o acompanhamento do desempenho de cada área. • Principais desvantagens: a) Pode elevar artificialmente os custos de alguns produtos; b) Não evidencia a capacidade ociosa da entidade; c) Os critérios de rateios são sempre arbitrários, portanto, nem sempre justos. Exemplo: A “Cia Industrial NZALA S./A.”, apresenta os seguintes dados: • Produção: 5.000 unidades totalmente acabadas; • Custos Variáveis: $ 100.000; • Custos Fixos: $ 60.000; • Despesas Variáveis: $ 5.000; • Despesas Fixas: $ 50.000; • Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração; • Não há estoques iniciais de produtos acabados; • Vendas Líquidas: 4.000 unidades a $ 80 cada uma = $ 320.000. 1. 2 Resolução pelo método do custeio por absorção Custos Fixos 60.000 Custos Variáveis 100.000 CUSTO DA PRODUÇÃO 160.000 (-) Estoque Final (1) (32.000) CPV (Custo dos Produtos Vendidos) 128.000 Vendas Líquidas 320.000 (-) CPV (128.000) LUCRO BRUTO 192.000 (-) Despesas Operacionais Despesas Fixas (50.000) Despesas Variáveis ( 5.000) LUCRO LÍQUIDO 137.000 2 DISTINÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS Fonte: ID 1459566752 Neste tópico, falaremos sobre as distensão entre os custos e as despesas, mas, antes de darmos continuidade, importa resgatarmos os conceitos de cada um para melhor situar- nos. Assim, o conceito de custo é definido como gasto relativo ao bem ou serviço, utilizado na produção de outros bens e serviços; são todos os gastos relativos à atividade de produção. "Os custos são ativados e integram o estoque de produtos em elaboração e o de produtos. No momento da venda, os custos se transformam em despesas, em obediência ao Princípio da Competência (as despesas devem ser reconhecidas simultaneamente com as receitas que ajudaram a gerar)". (VICECONTI e NEVES, 2010, p. 37). Por outro lado, Berbel (2003) traz o conceito de despesas como sendo os gastos relativos às áreas não produtivas da empresa (despesa de correio, impostos, comissões sobre vendas, juros, salários etc.). Os termos podem parecer fácil de distinguir teoricamente, porém na prática não é tão fácil assim. Martins (2003, p. 26) explica que, na prática, uma série de problemas aparece pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e objetiva. Por exemplo, é comum encontrarmos uma única administração, sem a separação da que realmente pertence à fábrica; surge daí a prática de se ratear o gasto geral da administração, parte para despesa e parte para custo, cujo rateio é sempre arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão científica. Normalmente, a divisão é feita em função da proporcionalidade entre número de pessoas na fábrica e fora dela, ou com base nos demais gastos ou, simplesmente, em porcentagens fixadas pela Diretoria. O autor segue argumentando que os mesmos problemas existem para outros setores, tais como departamento de compras, que efetua aquisições tanto para a área de produção quanto para a administração, vendas etc.; ou Almoxarifado, que presta serviços à produção e também ao resto da empresa como por exemplo a manutenção. Como tentativa de solução ou pelo menos de simplificação, algumas regras básicas podem ser seguidas: a) Valores irrelevantes dentro dos gastos totais da empresa não devem ser rateados. Se, exemplificativamente, o gasto com o Departamento de Pessoal for de 0,3% dos gastos totais, dever-se-á tratá-lo como despesa integralmente, sem rateio para a fábrica (Conservadorismo e Materialidade). b) Valores relevantes, porém repetitivos a cada período, que numa eventual divisão teriam sua parte maior considerada como despesa, não devem também ser rateados, tomando-se despesa por seu montante integral (Conservadorismo também). Por exemplo, a administração é centralizada, incluindo a produção, que representa 67% dos gastos totais da empresa; numa eventual distribuição, 2/3 desses gastos ficariam como despesas. Logo, o melhor critério é tratá-los totalmente como despesa. c) Valores cujo rateio é extremamente arbitrário devem ser evitados para apropriação aos custos (idem). Por exemplo, a apropriação dos honorários da diretoria só seria relativamente adequada se houvesse um apontamento do tempo e esforço que cada diretor devota- se ao processo de administração e vendas e ao de produção. Como isso é praticamente impossível e já que é extremamente arbitrário, qualquer critério de rateio (porcentagem pré-fixada, proporcionalidade com a folha de pagamento etc.), o mais indicado é seu tratamento como despesa no período em que foram incorridos. A separação de gastos em custos e despesas forma uma subdivisão quanto ao comportamento em relação às variações nos volumes de produção e de vendas, que podem ser classificados da seguinte forma: fixos ou variáveis. Mas ainda temos uma nova classificação desses mesmos gastos em relação à forma de distribuição e apropriação aos produtos, bastante empregados e definidos, segundo a necessidade que devem atender, classificando- os em diretos ou indiretos (VIEIRA, 2008 p.19). ● Berbel (2003) expõe que quanto à apropriação aos produtos, os custos podem ser classificados em: custos diretos e custos fixos. Custos diretos: gastos com materiais, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação aplicados diretamente no produto. São assim chamados porque são facilmente identificados em relação aos produtos fabricados (exemplos: matéria-prima e mão-de-obra). Custos indiretos: gastos com materiais, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação aplicados indiretamente nos produtos. São assim chamados porque não são de fácil identificação em relação aos produtos. (exemplos: aluguel da fábrica, depreciação dos equipamentos de produção, energia elétrica etc.) ● Quanto ao volume podem ser classificados em: custos fixos e variáveis. Custos fixos: são aqueles cujos valores não se alteram em razão da quantidade produzida (exemplos: aluguel da fábrica, depreciação dos equipamentos). Exemplo: Uma indústria opera em um galpão, produzindo 10.000 unidades do produto X, pagando $5.000,00 de aluguel por mês. Se em um dado mês, aumentar a produção para 12.000 unidades, com certeza, o aluguel não sofrerá alteração. Custos variáveis: são aqueles que variam em virtude das quantidades produzidas (exemplos: matéria-prima, material secundário, material de embalagem, mão-de-obra direta etc.). Se considerarmos os mesmos dados do exemplo anterior, é razoável afirmar que ao se alterar a produção de 10.000 para 12.000 unidades, a um custo de $ 1,00 por unidade, haverá em consequência aumento naquantidade dos insumos utilizados, e nos seus custos. 3 MATERIAIS DIRETOS Depois de termos abordado no tópico anterior sobre a separação entre custos e despesas, neste tópico, nos debruçarmos sobre os materiais diretos de fabricação. Assim, podemos destacar que materiais são todos os insumos que são usados na produção de um bem ou serviço, dependendo do ramo de atividade de cada organização. Para Martins (2003) as matérias-primas, são os componentes adquiridos prontos, as embalagens e alguns dos materiais diretos utilizados no processo de produção são apropriados aos produtos ou serviços por seu valor histórico de aquisição. De acordo com Berbel (2003, p. 17), os materiais podem ser classificados em: Materiais diretos e Materiais indiretos. 3. 1 Materiais Diretos O principal material utilizado na fabricação é a matéria-prima, porque entra em maior quantidade na produção, seguido dos materiais secundários e do material de embalagem; são considerados diretos, pois são de fácil identificação em relação ao produto. 3. 2 Materiais Indiretos Os materiais que são utilizados durante o processo de fabricação, tais como: materiais de expediente, de limpeza, óleos lubrificantes para as máquinas etc; são considerados indiretos, pois não são de fácil identificação em relação ao produto. Nosso foco será sobre os materiais de produção direto, que, de acordo com Martins (2003) apresentam três grandes problemas nas empresas quanto ao seu armazenamento que são: a) avaliação (qual o montante a atribuir quando vários lotes são comprados por preços diferentes, o que fazer com os custos do Departamento de Compras, como tratar o ICMS, como contabilizar as sucatas etc.); b) controle (como distribuir as funções de compra, pedido, recepção e uso por pessoas diferentes, como desenhar as requisições e planejar seu fluxo, como fazer inspeção para verificar o efetivo consumo nas finalidades para os quais foram requisitados etc.); e c) programação (quanto comprar, quando comprar, fixação de lotes econômicos de aquisição, definição de estoques mínimos de segurança etc.). Segundo Berbel (2003), dentro das empresas, o almoxarifado é o setor responsável para fazer o controle dos materiais dentro da organização, cuidando do recebimento, estocagem, conservação e distribuição dos materiais. O autor segue argumentando que o recebimento dos materiais é controlado por intermédio de notas fiscais e a saída é feita através de requisição de materiais. Figura 3 – Armazenamento de materiais Fonte: Elaborado pelo autor (2021). A figura acima mostra como os materiais são estocados de acordo com o seu grupo e, posteriormente, retirados por intermédio de uma requisição. A regra é teoricamente simples: Todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas etc.) ou em condições de venda (mercadorias etc.) incorporam o valor desse mesmo ativo. Se um material foi adquirido para revenda, integram seu valor no ativo todos os gastos suportados pela empresa para colocá-lo em condições de venda; se o adquiriu para consumo ou uso, fazem parte do montante capitalizado os gastos incorridos até seu consumo ou utilização (MARTINS, 2003 p. 82). Resumindo, podemos afirmar que os materiais devem incorporar por um valor para que possam ser medidos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao terminarmos esta unidade, espero ter ajudado você a compreender sobre conceitos relacionado com o custeio por absorção, em que buscamos explicar que o método consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens em produção e todos outros gastos relativos ao esforço de produção são também distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos. Também explicamos que o custeio por absorção é o método aceito no Brasil o qual é utilizado para fins de apuração do custo de fabricação, conforme determina a legislação do Imposto de Renda em vigor. Quanto aos outros métodos são utilizados somente para o gerenciamento da organização. Em relação à distinção existente entre custos e despesas podemos destacar que o custo é o gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços; são todos os gastos relativos à atividade de produção e a despesa como os gastos relativos às áreas não produtivas da empresa (despesa de correio, impostos, comissões sobre vendas, juros, salários etc.). Os termos podem parecer fácil de distinguir teoricamente, porém na prática não é tão fácil assim, existem alguns problemas que podem aparecer pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e objetiva. Por fim, falamos também dos materiais diretos que são os principais materiais utilizados na fabricação de um bem ou serviço. Exemplo: a matéria-prima entra em maior quantidade na produção, seguido dos materiais secundários e do material de embalagem; são considerados diretos, pois são de fácil identificação em relação ao produto. São alocados diretamente ao produto. SAIBA MAIS A contabilidade gerencial está voltada à administração de empresas, não se condiciona às imposições legais, tem o objetivo de gerar informações úteis para a tomada de decisão. Fonte: Bruni e Famá, 2004, p. 22. #SAIBA MAIS# REFLITA Custo e Despesa não são sinônimos; têm sentido próprio, assim como Investimento, Gasto e Perda. A utilização de uma terminologia homogênea simplifica o entendimento e a comunicação. Neste livro, Custo só se refere a sacrifício na produção, salvo quando expressamente alertada a modificação da terminologia utilizada. Logo, temos Custos de Produção e Despesas de Administração, de Vendas e Financeiras. Fonte: Martins, 2003, p. 19. #REFLITA# LIVRO • Título: Introdução à Contabilidade de custos e Análise de custos • Autor: José Divanil S. Berbel. • Editora: EDITORA STS. • Sinopse: Este livro é produto da observação das necessidades dos alunos. E foi escrito especialmente para estudantes e demais interessados na iniciação das técnicas de controle e mensuração relativas à área industrial. FILME/VÍDEO • Título: Enron • Ano: 2005. • Sinopse: Uma fraude contábil mascarou um esquema que estava por trás da sétima maior empresa dos Estados Unidos. Quando a verdade veio à tona, tudo de pior aconteceu: a companhia fechou e os funcionários e investidores ficaram sem um centavo sequer. O documentário Enron - Os Mais Espertos da Sala revela as artimanhas feitas por contadores e pelos chefes-executivos para fazer parecer um fenômeno de crescimento uma organização que só rendeu frutos para quem esteve envolvido no esquema. REFERÊNCIAS ABBAS, K.; GONÇALVES, M. N.; LEONCINE, M. Os métodos de custeio: vantagens, desvantagens e sua aplicabilidade nos diversos tipos de organizações apresentadas pela literatura. Revista Contexto. Porto Alegre, v. 12, n. 22, p. 145-159, 2012. BERBEL, J. D. S. Introdução à contabilidade e análise de custos: (simples & prático) São Paulo: STS, 2003. BRASIL. Decreto-lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial [da] União, 17 de dez 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404compilada.htm. Acesso em: 28 maio 2021. FILHO C. S.; MELO J. F. M. Desmistificando as Limitações do uso do Custeio por Absorção. Revista: Contab. Vista & Rev., v. 17, n. 3, p. 11-24, jul./ set. 2006. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003. NASCIMENTO, J. M. do, Custos: Planejamento, Controle e Gestão Na Economia Globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. SCHULTZ, C.A.; DA SILVA, M. Z.; BORGERT, A. É o Custeio por Absorção o único método aceito pela Contabilidade?. Anais do Congresso Brasileiro de Custos - ABC. s/d. Disponível em: https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/1370. Acesso em: 28 maio 2021. VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 9. ed. São Paulo: Frase Editora, 2010. VIEIRA, E. P. Custos e formação do preço de venda. Ijuí: Unijuí, 2008. UNIDADE III DECOMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO Professor Me. João Simba André Plano de estudo: ● Mão-de-obra Direta e Indireta; ● Custos Indiretos de Fabricação; ● Departamentalização. Objetivos de Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar Mão-de-obra Direta e Indireta; ● Compreender e distinguir Custos Indiretos de Fabricação; ● Estabelecer a importância da Departamentalização. INTRODUÇÃO Olá, querido(a) aluno(a)! Depois do capítulo II, finalmente chegamos ao capítulo III, pelo qual continuaremos mergulhando no mundo do conhecimento, assim, falaremos sobre outros tópicos da contabilidade gerencial e de custos conforme a nossas disciplinas tais como: Mão-de-obra Direta e Indireta, Custos Indiretos de Fabricação e a departamentalização. Em relação a mão-de-obra direta e a indireta, conseguiremos compreender que a mão- de-obra direta é aquela que está diretamente ligada ao produto ou serviço, enquanto que a mão-de-obra indireta serve como apoio. Quanto aos custos indiretos de fabricação compreendem aqueles que precisam de um critério de rateio para a sua alocação. Por fim, falaremos sobre a departamentalização dentro de uma organização ou setor para alocação dos custos em que foram efetivamente gastos. 1 MÃO-DE-OBRA DIRETA E INDIRETA Fonte: ID 1414297010. A mão-de-obra é considerada o elemento humano que é usado para fazer a transformação dos materiais diretos em produtos ou serviços. Assim, a mão-de-obra é determinada pela força de trabalho utilizada no processo de fabricação de um bem ou serviço. A mão-de-obra pode variar dependendo do ambiente a que se utiliza, portanto, a mão-de-obra pode ser classificada em mão-de-obra direta e mão-de-obra indireta. 1. 1 Mão-de-obra direta A Mão-de-obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Caso aconteça por intermédio de rateio desaparece a designação direta. Martins (2003) define mão-de-obra (MOD) aquela que é representada diretamente pelos operários que estão envolvidos na produção de bens ou serviços que são produzidos numa empresa ou setor produtivo. É a mão-de-obra cujo custo pode ser apropriado diretamente a cada um dos diferentes tipos de bens em elaboração, no momento da ocorrência do custo, ou seja, durante o ciclo produtivo da empresa. Compreende os gastos com pessoal que trabalha diretamente na fabricação dos produtos. A mão-de-obra direta é aquela que pode ser facilmente identificada com os produtos fabricados. Exemplos: carpinteiro que trabalha em uma fábrica de móveis, químico que trabalha em um laboratório farmacêutico etc. (BERBEL, 2003, p. 87). Por diversas razões, como, por exemplo, as econômicas, que, muitas vezes, as empresas não conseguem medir efetivamente ou então essa medida é difícil de se fazer e se desiste dela, daí não se tem como aferir a mão-de-obra direta. Quando isso acontece, a contabilidade de custos tratará como custos indiretos de fabricação, porque não teve uma medida exata, ou seja, a adoção de alocação por estimativas. Essas razões de desistência de medição podem surgir diversas formas tais como: pequeno valor da mão-de-obra, inexistindo interesse por uma medida mais apurada; custo elevado para se fazer à medição; dificuldade de se processar a mensuração (como no caso de um homem operando diversas máquinas) etc. (MARTINS, 2003). Martins (2003, p. 95) segue argumentando que devido à evolução das tecnologias de produção, há uma tendência cada vez mais forte à redução da proporção de Mão-de-obra Direta no custo dos produtos; a mecanização e a robotização reduzem o número global de pessoas, especialmente, daquelas que operam diretamente sobre os produtos. Alguns exemplos mais comuns de Mão-de-obra Direta são: torneiro, prensista, soldador, cortador, pintor etc. E de Mão-de-obra Indireta: supervisor, encarregado de setor, carregador de materiais, pessoal da manutenção, ajudante, etc. Outro exemplo prático que pode nos levar a melhor entendimento é uma padaria industrial, por exemplo, a mão-de-obra direta corresponde aos serviços do padeiro, da confeiteira, ou seja, do pessoal que está ligado à produção do produto. É literalmente quem põe a mão na massa! É quem faz parte dos setores de produção, quem vai amassar, sovar, modelar, assar, embalar. 1. 1. 2 – O que integra a mão-de-obra direta Para Vieira (2008, p. 31): Explica que para calcular o custo da mão-de-obra direta é preciso calcular qual o valor a ser atribuído por hora de trabalho, baseado na legislação e no contrato de trabalho. São direitos do trabalhador: repouso semanal remunerado, férias, 13º salário, contribuição para o INSS, remuneração dos feriados, faltas abonadas, FGTS, e outros garantidos por acordos ou convenções coletivas de trabalho das diversas categorias profissionais. Berbel (2010) expõem que para além dos encargos que a empresa paga diretamente ao trabalhador, existe outros encargos calculados na folha de pagamento que são obrigados por lei de exclusiva responsabilidade da empresa, são elas: ● Contribuição previdenciária - parte da empresa; ● Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; ● Seguro Acidente do Trabalho; ● Provisão para 13o salário; ● Provisão para Férias. Quadro 1 - Base de cálculo para custo com pessoal Fonte: adaptado de Vieira (2008). Quadro 2 - Número de horas que a empresa oferece à empresa Nº total de dias no ano ou mês ( – ) Repousos semanais remunerados ( – ) Férias ( – ) Feriados ( = ) Nº máximo de dias à disposição do empregador ( x ) jornada máxima diária (em horas) ( = ) Nº máximo de horas à disposição por ano ou mês Fonte: Martins (2003). 1. 1. 3 Ociosidade Ociosidade é considerada o tempo em que o trabalhador deixa por alguma razão de trabalhar diretamente ao produto. Se, por exemplo, houver uma ociosidade por razões tais como falta de material, de energia, quebra de máquinas etc., dentro de limites normais, esse tempo não utilizado, será transformado em custo indireto para rateio à produção (MARTINS, 2003). Viceconti e Neves (2010, p.74) fazem uma observação importante, é que mesmo que os gastos relativos ao pessoal que trabalha diretamente na produção podem conter uma parcela classificada como MOI. Se, por hipótese, o operário fica determinado tempo ocioso, o custo relativo a esse tempo é classificado como MOI, por não estar ligado diretamente a nenhum produto. Assim, a MOD quase sempre pode ser classificada como custo variável, esteja, ou não, o operário trabalhando na produção, já que o tempo ocioso não será considerado no cálculo da MOD. A seguir abordaremos sobre a mão-de-obra indireta e como funciona quanto à alocação aos produtos produzidos. 1. 2 Mão-de-obra indireta Se for necessário o uso de qualquer critério de rateio ou estimativa, classifica-se como mão-de-obra indireta. Os gastos relativos ao pessoal da produção que necessitam de algum critério de rateio para sua apropriação ao produto são classificados como Mão-de- Obra Indireta (MOI). Assim, por exemplo, um operário que trabalha supervisionando quatromáquinas, cada uma executando uma operação num produto diferente, terá seu custo classificado como MOI, pois inexiste forma objetiva de apropriação a qualquer um deles, devendo ser usado algum critério subjetivo para esta alocação. Da mesma forma, são classificados como MOI os gastos com o pessoal de manutenção das máquinas, com o pessoal da limpeza da fábrica (VICECONTI e NEVES, 2010 p.74). Outro exemplo que cabe na mão-de-obra indireta, refere-se ao da padaria que foi exposto acima, que corresponderia, nesse caso, ao pessoal de limpeza, vigilância, gerente de produção, ou seja, quem está no suporte para que a produção aconteça. 2 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Fonte: ID 552445588. Neste tópico, falaremos sobre os custos indiretos de fabricação, mas antes de continuarmos com o desenvolvimento do nosso item, vamos resgatar a definição do que é custo e a sua classificação. Custos são os gastos aplicados na produção de um novo produto (materiais, mão-de- obra e gastos gerais de fabricação etc.) assim, os custos compreendem a somatória de todos os gastos com materiais, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação aplicados na fabricação de outros bens materiais (BERBEL, 2003). Martins (2003), explica que de acordo com o seu grau de identificação os custos de fabricação podem ser classificados em custos diretos e indiretos. Neste tópico, o foco vai recair nos custos indiretos de fabricação. Para Vieira (2008), os indiretos são os custos que não se identificam facilmente em relação ao produto a ser elaborado, são custos que fazem parte da estrutura da empresa, que ocorrem independentemente da produção de A ou B. Mostram um grau maior de identificação com o produto final, fazendo-se necessário outras formas de alocações, rateios, distribuição entre os produtos. O autor segue argumentando que esses critérios usados para identificar os custos indiretos estão sujeitos à discussão. Há outras denominações tais como: Despesas Gerais de Produção, Despesas Gerais de Fabricação, Despesas Indiretas de Fabricação, Gastos Gerais de Produção, Custos Gerais de Fabricação, Custos Gerais de Produção e outras. Em nosso entender, a denominação mais correta é mesmo GGF (as expressões Custos Gerais de Fabricação ou Custos Gerais de Produção também estão corretas). Sendo gastos na produção não devem ser chamados de despesas; por outro lado, há GGF que são Diretos e, por isso, não é coerente denomina-los de custos indiretos (VICECONTI e NEVES, 2010, p.81). No caso de energia usada numa máquina de uma empresa que possui um medidor, a alocação é feita diretamente ao produto, porém, na maioria dos casos os custos não são diretamente atribuíveis aos produtos e precisam de critérios de rateio para sua alocação a cada um deles. Nesse nosso texto, usaremos a expressão CIF (Custos Indiretos de Fabricação), pelo fato de estar consagrada na prática. Exemplos de Custos Indiretos de Fabricação: • Material Indireto; • Mão-de-obra Indireta; • Seguro da Fábrica; • Energia Elétrica; • Depreciação das Máquinas; • Aluguel da Fábrica. 2. 1 Formas de rateio Uma vez determinado o critério ou base de rateio, a sua execução consiste na aplicação de uma regra de três simples. Assim, por exemplo, suponhamos que temos que ratear gastos com material indireto que totalizaram R$ 20.000,00 entre três produtos A B e C e que a base de rateio seja o gasto de matéria prima incorrido em cada um e discriminados a seguir. Quadro 3 - Gasto por produto PRODUTO MATÉRIA-PRIMA A R$ 50.000,00 B R$ 125.000,00 C R$ 75.000,00 TOTAL R$ 250.000,00 Fonte: Elaborado pelo autor (2021). O rateio do Material Indireto para o Produto A será: assim como R$20.000,00 estão para R$250.000,00 X está para R$ 50.000,00 50.000,00 x 20.000,00 250.000,00 Os cálculos para os Produtos B e C seriam: B. 20.000,00 ------ 250.000,00 X --------- 125.000,00 X = 20.000,00 x 125.000,00 250.000,00 X = 10.000,00 C. 20.000,00 _ 250.000,00 X ------ 75.000,00 X = 20.000,00x75.000,00 250.000,00 X = 6.000,00 3 DEPARTAMENTALIZAÇÃO Fonte: ID 1175980726 Para fechar este capítulo, falaremos sobre a departamentalização e como mostra a própria palavra dentro das organizações, existem departamentos que funcionam como elo para alavancar a empresa. Assim também acontece quanto aos custos existentes dentro da organização para melhor alocação e são distribuídos por departamento, por intermédio de critérios de rateio. O departamento pode ser definido como conjunto de homens ou máquinas semelhantes que desenvolvem atividades iguais dentro da mesma área. A Departamentalização consiste em dividir a fábrica em segmentos, chamados departamentos, aos quais são debitados todos os custos de produção neles incorridos. O Departamento é a unidade mínima administrativa constituída, na maioria dos casos, por homens e máquinas desenvolvendo atividades homogêneas. Deve haver sempre um responsável pelo Departamento (VICECONTI e NEVES, 2010, p. 99). Os Departamentos podem ser divididos em dois grupos: Departamentos de Produção e Departamentos de serviços: 3. 1 Departamento de produção Os Departamentos de Produção são aqueles que atuam sobre os produtos e têm seus custos apropriados diretamente a estes. São exemplos de Departamentos de Produção: Figura 4 - Departamentos da Empresa • Engarrafamento • Malharia • Corte • Acabamento • Moagem • Mistura • Aplainamento • Usinagem • Perfuração • Refinaria • Montagem • Pintura Fonte: Elaborado pelo autor (2021). 3. 1. 2 – Departamento de serviços Os Departamentos de Serviços não atuam diretamente na produção e sua finalidade, assim, eles prestam serviços aos Departamentos de Produção. Seus custos não são apropriados diretamente aos produtos, pois estes não transitam Departamentos de Serviços, e sim, são transferidos para os Departamentos de Produção que se beneficiam dos serviços deles. Exemplos de Departamentos de Serviços: • Manutenção; • Almoxarifado; • Administração Geral da Fábrica; • Limpeza; • Expedição; • Controle de Qualidade. 3. 1. 3 Objetivo São dois os objetivos da departamentalização dos custos: 1 - Melhor controle dos custos; 2 - Determinação mais precisa do custo dos produtos. Para isso, vamos trazer um exemplo preciso para demonstrar como ocorre a departamentalização. A Cia. Simba uniformes fabrica dois produtos X e Y. Os custos indiretos de fabricação, num determinado mês, foram os seguintes (em R$): • Mão-de-obra Indireta (MOI) ........................100.000,00 • Energia Elétrica .............................................60.000,00 • Manutenção ...................................................40.000,00 • Outros ............................................................50.000,00 • Total .............................................................250.000,00 Tendo em vista que os gastos com MOI representam 40% do CIF, a empresa decide ratear os CIF entre os produtos de acordo com o volume de horas trabalhadas pela Mão-de- obra Direta, que foram os seguintes: Produto Horas Trabalhadas / MO X 400 Y 600 TOTAL 1.000 O CIF médio por hora trabalhada será: R$ 250.000,00 = R$250,00 e o rateio ficará assim:Produto CIF Atribuído X 400 horas x R$ 250,00 = R$ 100.000,00 Y 600 horas x R$ 250,00 - R$ 150.000,00 SAIBA MAIS Os princípios contábeis geralmente aceitos são observados para a elaboração de Balanços e Demonstrações de Resultados, auditados pelo Fisco e pela Auditoria Externa (Independente) e têm aplicação também na Contabilidade de Custos. Assim, é necessário conhecer a Realização, a Competência, o Custo Histórico, a Consistência, o Conservadorismo e a Materialidade, entre outros. Fonte: MARTINS, 2003, p. 29. #SAIBA MAIS# REFLITA A Departamentalização é obrigatória em custos para uma racional distribuição dos custos indiretos. Cada departamento pode ser dividido em mais de um Centro de Custos. Dividem-se os Departamentos em Produção e Serviços. Para a apropriação dos Custos Indiretos aos produtos, é necessário que todos estes custos estejam, na penúltima fase, nos Departamentos de Produção. Para isso, é necessário que todos os Custos dos Departamentos de Serviços sejam rateados de tal forma que recaiam, depois da sequência de distribuições, sobre os de Produção. Fonte: Martins,, 2003, p. 52. #REFLITA# CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao terminarmos essa unidade, espero ter ajudado você a compreender sobre a mão- de-obra direta e indireta, pela qual podemos fazer a distinção entre as duas mão-de-obra, em que a primeira é alocada diretamente aos produtos, enquanto que a segunda alocação é feita por intermédio de rateio. Muitas vezes, as empresas não conseguem medir efetivamente ou então essa medição é difícil de se fazer e se desiste dela, daí não se tem como aferir a mão-de- obra direta. Quando isso acontece, a contabilidade de custos tratará como custos indiretos de fabricação, porque não teve uma medida exata, ou seja, a adoção de alocação é feita por estimativas. Também foi abordado sobre ociosidade, que é considerado o tempo em que o trabalhador deixa por alguma razão de trabalhar diretamente ao produto. Se, por exemplo, houver uma ociosidade por razões tais como falta de material, de energia, quebra de máquinas etc., dentro de limites normais, esse tempo não utilizado, então, será transformado em custo indireto por intermédio de rateio à produção. Em relação aos custos indiretos de fabricação, referem-se aos custos que não se identificam facilmente em relação ao produto a ser elaborado, são custos que fazem parte da estrutura da empresa, que ocorrem independentemente da produção de A ou B. Mostram um grau maior de identificação com o produto final, fazendo-se necessário outras formas de alocações, rateios, distribuição entre os produtos. Por último, falamos sobre a departamentalização, na qual os custos são alocados de acordo com o departamento onde foi gasto. Esse setor consiste em dividir a fábrica em segmentos, chamados departamentos, aos quais são debitados todos os custos de produção neles incorridos. O departamento é a unidade mínima administrativa constituída, na maioria dos casos, por homens e máquinas desenvolvendo atividades homogêneas. Deve haver sempre um responsável pelo departamento. LIVRO • Título: Contabilidade de custos • Autor: Paulo Viceconti e Silvério Neves. • Editora: SARAIVA. • Sinopse: O livro trata de assuntos relacionados à contabilidade de custos desde o surgimento da própria contabilidade de custos e faz uma incursão sobre o assunto. FILME/VÍDEO • Título: Um sonho de liberdade • Ano: 2016. • Sinopse: O filme mostra o poder da contabilidade e do contador tanto para coisas boas quanto ruins. Um detento (contador) consegue conquistar a confiança das autoridades do presídio fazendo declaração de IR e controlando as contas pessoais deles. REFERÊNCIAS ABBAS, K.; GONÇALVES, M. N.; LEONCINE, M. Os métodos de custeio: vantagens, desvantagens e sua aplicabilidade nos diversos tipos de organizações apresentadas pela literatura. Revista Contexto, Porto Alegre, v. 12, n. 22, p. 145-159, 2012. BERBEL, J. D. S. Introdução à contabilidade e análise de custos: (simples & prático) São Paulo: Editora STS, 2003. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. - São Paulo : Atlas, 2003. SCHULTZ, C. A.; DA SILVA, M. Z.; BORGERT, A. É o Custeio por Absorção o único método aceito pela Contabilidade?. Congresso contabilidade de custos. Disponível em: https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/1370/1370. Acesso em: 28 maio 2021. VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 9. ed. São Paulo: Frase Editora, 2010. VIEIRA, E. P. Custos e formação do preço de venda. Ijuí: Ed. Unijuí, 2008. UNIDADE IV CUSTEIO VARIÁVEL - DETERMINAÇÃO Professor Me. João Simba André Plano de estudo: ● Produção por Ordem; ● Produção por Processo; https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/1370/1370 ● Custeio Variável. Objetivos de Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar a produção por ordem; ● Compreender a produção por processo; ● Estabelecer a importância do custeio variável. INTRODUÇÃO Olá, querido(a) aluno(a)! Finalmente chegamos à unidade IV, nela, procuraremos conceituar e contextualizar a produção por ordem. Procuraremos, também, explicar como acontece a produção por ordem em que, basicamente, esse tipo de produção encarrega-se de produzir por encomenda, enquanto que a produção contínua ou por processo que produz por série. Falaremos sobre o método de custeio como um conjunto de sistemas, procedimentos, normas e papéis que visam orientar, padronizar e controlar as atividades produtivas de uma empresa. Então, convido você a navegar comigo nesta viagem pela busca de conhecimentos que contribuam para sua vida acadêmica e profissional. 1 PRODUÇÃO POR ORDEM Fonte: ID 1169453227. Existem basicamente dois tipos de produção. O que vai determinar qual é, realmente, o sistema de apuração de custos a ser usado é o processo produtivo da empresa. Ou seja, depende de como a organização pretende atuar no mercado, assim os dois tipos de produção são: a produção por ordem e a produção contínua. Nesse item, o foco vai recair na produção por ordem em que as empresas concentram o seu foco em produzir unidades por encomenda. Berbel (2003), Viceconti e Neves, (2010) explicam que a produção por ordem, conhecida também como “produção por encomenda” é um tipo de produção que acontece quando a indústria atende pedidos de produtos de grande porte. Cada pedido tem características especiais de tamanho, de capacidade e de outros atributos que o torna praticamente único (diferente dos demais). Exemplos: navio, avião, turbina para usinas hidroelétricas. Martins (2003) esclarece a diferença existente entre a produção por ordem e a produção contínua quanto à forma, principal responsável pela distinção, basta lembrar que se a empresa que trabalha está produzindo produtos iguais de forma contínua (um ou vários), fundamentalmente, para estoque, isto é, para venda, terá já caracterizada sua natureza. Se produz atendendo a encomendas dos clientes ou, então, produz também para venda posterior, mas de acordo com determinações internas especiais, não de forma contínua, já se terá incluído entre as de Produção por Ordem. Na Produção por Ordem, os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem ou encomenda. Essa conta só para de receber custos quando aordem estiver encerrada. Se terminar um período contábil e o produto estiver ainda em processamento, não há encerramento, permanecendo os custos, até então, incorridos na forma de bens em elaboração, no ativo; quando a ordem for encerrada, será transferida para estoque de produtos acabados ou para Custo dos Produtos Vendidos, conforme a situação (MARTINS, 2003, p. 104). O autor segue argumentando que quanto à contabilização da produção por ordem pode ser feita de duas maneiras. A primeira pode ser de forma analítica, acompanhada de todos os passos; a segunda, que é a sintética que transfere todos os custos de suas contas por natureza diretamente às ordens, sem, necessariamente, passar pelos departamentos, ficando arquivado em papéis ou arquivos eletrônicos. Viceconti e Neves (2010, p. 113) acrescentam que nesse tipo de atividade, os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem de produção (ou encomenda). Tal conta só para de receber custos quando a ordem estiver encerrada. Se um exercício terminar e o produto estiver ainda sendo fabricado, o saldo da conta será totalmente classificado como Produtos em Elaboração. Uma vez pronto, o saldo da conta relativa à ordem de produção será transferido para Produtos Acabados ou Custo dos Produtos Vendidos, conforme já tenha sido realizada ou não a venda. Exemplo: A indústria de máquinas e equipamentos Neuta recebeu, em 05-12-X0, uma encomenda de duas máquinas de corte por parte da Metalúrgica Sóchapas, para entrega no prazo de três meses. A encomenda é registrada na Ordem de Produção n° 101 e, no decorrer de dezembro, são requisitados Materiais Diretos no valor R$ 120.000,00 e houve um apontamento da Mão-de-obra Direta de R$ 80.000,00. No final de dezembro, são rateados os CIF e a OP n° 101 recebe o equivalente a R$ 50.000,00.0 saldo da conta ficará assim: Ordem de Produção n° 101 MD 120.000,00 MOD 80.000,00 CIF 50.000,00 250.000,00 No Balanço de 31-12-XO, o saldo de R$ 250.000,00 constará do Ativo como Produtos em Elaboração. Em XI, a OP n° 101 recebe os seguintes valores (em R$): Quadro 1 - Custo do Produto • Material Direto 200.000,00 • Mão-de-obra Direta 150.000,00 • Rateio dos CIF 50.000,00 (-) TOTAL 400.000,00 Fonte: Elaborado pelo autor. E o saldo da conta, ao se encerrar a OP no 101, é de R $650.000,00. Se a entrega ao cliente for imediata, o saldo da OP n° 101 será encerrado com contrapartida de Custo dos Produtos Vendidos. Caso não seja imediata, com contrapartida de Produtos Acabados. 1.1 Contabilização na produção por ordem – Danificações Para além dos exemplos apresentados e que servem para a contabilização da produção por ordem, quanto aos problemas de danificações, Martins (2003, p.105) destaca duas situações: Danificação de Materiais: Quando há danificações de matérias-primas ou outros materiais diretos ou também indiretos, quando da elaboração de determinadas ordens, dois procedimentos podem ser utilizados: apropriação à ordem que está sendo elaborada ou concentração dentro dos Custos Indiretos para rateio à produção toda do período. Está claro que essas formas de tratamento são adotáveis para perdas dentro de certa normalidade, pois, conforme já mencionado, se são perdas de grande valor e anormais, devem ser consideradas como de período. A alocação direta à ordem é uma forma bastante útil para se conhecer o efetivo resultado de cada uma delas, desde que seja viável a apropriação direta; isso ocorre provavelmente na maioria dos casos. Mas se as danificações nas matérias-primas ocorrem, por exemplo, dentro de seus próprios armazéns de estocagem ou almoxarifados, antes de sua utilização na produção desta ou daquela ordem, torna-se necessária a atribuição a todos os produtos do período. Danificação de Ordens Inteiras: Comumente ocorre a danificação de uma ordem inteira ou pelo menos em estado adiantado de produção. Do ponto de vista contábil, o procedimento mais correto é a baixa direta para perdas do período, sem a acumulação aos novos custos de reelaboração da ordem. O Conservadorismo assim o recomenda, exceto se for imaterial o valor. Do ponto de vista administrativo, interessa, todavia, um relatório em que seja deduzido esse montante perdido do resultado obtido na encomenda (ou ordem). Nada impede que nos relatórios internos seja feito esse adendo aos relatórios emanados diretamente da Contabilidade. 1.1.2 Modelos de ordens de produção Modelo de Ordem de Produção (Produção Simples) Produto X Ordem de Produção 010 Quadro 2 - Modelo de Produção Simples Fonte: Adaptado Berbel (2003). Modelo de Ordem de Produção (Produção complexa) Produto Y Ordem de Produção 051 Quadro 3 - Modelo de Ordem de Produção Complexa Fonte: Adaptado Berbel (2003). 2 PRODUÇÃO POR PROCESSO Fonte: ID 1874749972. Produção por processo também conhecida por produção contínua ocorre quando a empresa faz produção em série (ou em massa) de um produto ou linha de produtos. A empresa produz para estoque e não para atender encomendas específicas para clientes. Para Berbel (2003) a produção por processo, conhecida também como “produção em série”, tal tipo de produção ocorre quando a indústria dedica-se à fabricação de produtos iguais e de pequeno porte. Por ser de muita procura, esses produtos são fabricados em grandes quantidades e permanecem no estoque da indústria, aguardando os pedidos dos revendedores. Exemplos: sabão em pó, leite pasteurizado, bebidas, peças de reposição, eletrodomésticos. Viceconti e Neves, (2010, p. 144) expõem que no custeamento por processo, que é aplicado a empresas de produção contínua, os custos são acumulados em contas representativas dos produtos ou linha de produtos. Como a produção é contínua, essas contas nunca são encerradas, como acontece com as contas relativas às ordens de produção, quando o produto está pronto. Há um fluxo contínuo de Produtos em Elaboração, Produtos Acabados e Produtos Vendidos. Exemplo: A Cia. Pwv, fabricante do Produto W, apresentou os seguintes dados ao final do mês de Outubro: Quadro 4 - Estoque inicial de Produtos em Elaboração e de produtos acabados Fonte: Elaborado pelo autor (2021) Quadro 5 - Razonetes dos produtos Fonte: Elaborado pelo autor (2021) Custo dos Produtos Vendidos 135.000,00 Tanto no sistema de custeio por ordem quanto no de processo, os custos indiretos podem ser rateados com ou sem a Departamentalização, embora, sempre seja tecnicamente mais correta a primeira opção. 3 CUSTEIO VARIÁVEL Fonte: ID 561512068. Método de custeio é o conjunto de sistemas, procedimentos, normas e papéis que visam orientar, padronizar e controlar as atividades produtivas de uma empresa. Como já podemos estudar ao longo dessa disciplina, existem vários tipos de custeios e, dentre elas, temos o custeio variável. Conforme Viceconti e Neves, (2010) o Custeio Variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo de custeamento que consiste em considerar como Custo de produção do período, apenas os custos variáveis incorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem, mesmo que não haja produção, não são considerados como Custos de Produção e, sim, como Despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Os autores seguem argumentado que apenas os custos variáveis contarão para o custeio variável, enquanto que os custos dos produtos
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