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Direito Ambiental 1. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO: adoção de medidas prévias para inibir a ocorrência de danos ambientais já cientificamente conhecidos e, consequentemente, preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para a presente e futuras gerações. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: adoção de medidas prévias para inibir a ocorrência de danos que possivelmente possam ocorrer, embora ainda não haja certeza científica. Na precaução, portanto, não há certeza sobre a ocorrência do dano, mas há elementos científicos suficientes para indicar a probabilidade de sua ocorrência. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: o desenvolvimento econômico e social não pode ser visto isoladamente, mas sim em harmonia com a preservação do meio ambiente. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR: determina a necessidade de se responsabilizar financeiramente o poluidor pela degradação ambiental, seja de forma preventiva ou reparatória. Assim, aqueles que desenvolverem atividades potencialmente nocivas são obrigados a arcar com o custo necessário para se evitar o dano ambiental (caráter preventivo) e, havendo a utilização indevida dos recursos naturais, o poluidor deverá arcar financeiramente com o seu ato (caráter reparatório). PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR: determina que aquele que utilizar recursos naturais com fins econômicos deve pagar ao Estado pela sua utilização, já que o recurso natural não pertence ao particular e sim à coletividade. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO: preceitua a necessidade de se dar conhecimento à população acerca das questões envolvendo o meio ambiente, por meio de informações claras e precisas sobre as atividades, eventos e decisões que possam ter reflexo ambiental. A Lei de Acesso à Informação Ambiental, por exemplo, garante a qualquer interessado o acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE OU EQUIDADE INTERGERACIONAL: a preservação do meio ambiente é um dever imposto a todos para garantir à presente e às futuras gerações o direito de usufruir dos recursos ambientais. O art. 225 da CF/88 consagra o princípio da solidariedade. PRINCÍPIO PROTETOR RECEBEDOR: com previsão expressa no art. 6º, II, da Lei n. 12.305/10, dispõe que aquele que proteger o meio ambiente poderá receber uma vantagem econômica em virtude de sua conduta diligente, como forma de se estimular a preservação ambiental. Os incentivos financeiros poderão assumir vários aspectos, citando-se como exemplo a possibilidade de isenção do imposto Territorial Rural- ITR, para os proprietários de terras que as transformem em RPPNs - Reservas Particulares de Patrimônio Natural. 2. MEIO AMBIENTE O meio ambiente pode ser classificado em meio ambiente natural, cultural, artificial e do trabalho. (meio ambiente digital). MEIO AMBIENTE NATURAL: também conhecido como patrimônio físico, corresponde à natureza, compreendendo a atmosfera, águas (subterrâneas e superficiais, mar territorial), solo, subsolo, fauna e flora. MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL: representa o espaço urbano construído, ou seja, o conjunto de edificações (espaço urbano fechado), e pelos equipamentos públicos (espaço urbano aberto), como ruas, praças, áreas verdes, etc. O art. 182 da CF/88 é o principal fundamento de tutela do meio ambiente artificial, sendo o responsável pela política de desenvolvimento urbano, conforme regulamento pela Lei n. 10.257/2001, conhecida como Estatuto da Cidade MEIO AMBIENTE CULTURAL: compreende o patrimônio artístico, paisagístico, arqueológico, histórico e turístico. Representa o espaço criado pelo homem com valor agregado especial, relacionado à identidade, costumes, memórias e à cultura da sociedade. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO: local onde os trabalhadores prestam suas atividades, sendo direito de todo trabalhador a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, conforme previsto no art. 7º, XXII, da CF/88. O art. 200, VIII, da CF/88, por sua vez, se refere expressamente ao meio ambiente de trabalho ao dispor que cabe ao sistema único de saúde, entre outras atribuições, colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 4. POLÍTICA NACIONAL E SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE A Lei n. 6.938/1981 instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que tem como objetivo geral a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º). Do conceito acima transcrito, é possível visualizar que objetivo do PNMA está relacionado principalmente a três verbos: preservar (manter o meio ambiente sem intervenção humana), melhorar (aprimorar as condições ambientais) e recuperar (retornar ao estado inicial) a qualidade do meio ambiente. Embora não citado pela lei, não podemos esquecer também da necessidade de se conservar o meio ambiente, ou seja, compatibilizar os impactos da atividade humana com a proteção ambiental. A lei n. 6.938/81, em seu artigo 6º, cria ainda o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, que reúne os órgãos e instituições ambientais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, responsáveis pela proteção e melhoria ambiental, sendo que qualquer interessado poderá ter acesso a suas informações, conforme previsto no art. 2º, §1º, da Lei nº 10.650/03. Na estrutura do SISNAMA, destaca-se o CONAMA, órgão consultivo e deliberativo, com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. IBAMA Autarquia Federal Entre as atribuições destacam-se o licenciamento ambiental de atividades e obras com impacto ambiental regional ou nacional, bem como o poder de polícia. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), órgão federal criado pela Lei nº 7.735 de 22 de fevereiro de 1989 é uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). Seus objetivos são a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental, além de assegurar o desenvolvimento econômico, com o uso sustentável dos recursos naturais. O IBAMA é resultado da fusão de 4 entidades que, até então, atuavam separadamente na área ambiental, e que tiveram suas atribuições fundidas no novo órgão: Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Superintendência da Borracha (SUDHEVEA), Superintendência da Pesca (SUDEPE) e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Ele tem a responsabilidade pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela lei nº 6.938/81, além da atribuição, ao nível federal, de conceder ou não licenciamento ambiental de empreendimentos, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, solo, etc), e também pela fiscalização, monitoramento e controle ambiental. Para atingir seus objetivos, foi atribuído ao IBAMA o poder de polícia ambiental. SISNAMA É a sigla para Sistema Nacional do Meio Ambiente, o conjunto de órgãos públicos (da União, de estados, de municípios, do Distrito Federal e de territórios, bem como órgãos não-governamentais instituídos pelo poder público) responsáveis pela proteção ambiental no Brasil. A finalidade do SISNAMA é dar cumprimento aos princípios constitucionalmente previstos e nas normas instituídas para a proteção e melhoria da qualidade ambiental. O Sistema Nacional do Meio Ambiente, ou Sisnama, foi instituído pela Lei 6.938/81 (Política Nacional de Meio Ambiente), e trata-se da estrutura adotada para a gestão ambiental no Brasil, com o objetivo de melhorar e recuperar a qualidade ambiental no país. A finalidade do SISNAMA é dar cumprimento aos princípios constitucionalmente previstos e nasnormas instituídas para a proteção e melhoria da qualidade ambiental. São considerados crimes contra a administração ambiental: ● sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental; ● dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais. Esses crimes têm pena de detenção, de um a três anos, e multa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm