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Prévia do material em texto

Educação e meio ambiente
ADRIANA MARIA DE ASSUMPÇÃO
1ª Edição
Brasília/DF - 2020
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marjorie Gonçalves Andersen Trindade, CRB-1/2704
A851e
Assumpção, Adriana Maria de
Educação e meio ambiente / Adriana Maria de Assumpção. – Brasília : 
Alumnus, 2020.
95 p.
Recurso online: e-book
Modo de acesso: world wide web
ISBN 978-65-89227-01-4
1. Educação ambiental. 2. Meio ambiente. 3. Ecologia humana. 
I. e-book. II. Título.
CDU 37:502.31
Autora
Adriana Maria de Assumpção
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático........................................................................................................................................4
Introdução ..............................................................................................................................................................................6
Capítulo 1
A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE ..............................................................................7
1.1. Meio Ambiente em suas Diferentes Dimensões: Naturais, Sociais e Culturais, 
Econômicas etc. ...................................................................................................................................... 10
1.2. O ser humano como parte integrante da natureza ................................................................................ 13
1.3. A Dimensão Socioambiental da Educação e seu papel estratégico ................................................. 18
Capítulo 2
AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL? ........................................................................................... 22
2.1. O Papel da Educação Ambiental frente à Crise Ambiental Vigente.................................................. 23
2.2. A Educação Ambiental e seus Âmbitos ....................................................................................................... 31
Capítulo 3
DIFERENTES ESFERAS, UM MESMO OBJETIVO .................................................................................... 35
3.1. A Educação Ambiental Formal ...................................................................................................................... 36
3.2. A Educação Ambiental Não Formal .............................................................................................................. 39
3.3. A Educação Ambiental Informal .................................................................................................................... 44
Capítulo 4
A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DAS GRANDES CONFERÊNCIAS À POLÍTICA 
NACIONAL (LEI N. 9.795/1999).......................................................................................................................... 46
4.1. A Trajetória da Educação Ambiental ............................................................................................................ 47
4.2. Os Principais Avanços da Educação Ambiental no Campo da Legislação ...................................... 56
Capítulo 5
EDUCAÇÃO AMBIENTAL, DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE ...... 66
5.1. O Conceito de Desenvolvimento ................................................................................................................... 67
5.2. As Relações entre Educação Ambiental e Desenvolvimento .............................................................. 72
5.3. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ................................................... 76
Capítulo 6
JUSTIÇA AMBIENTAL E DESASTRES AMBIENTAIS ........................................................................................ 79
6.1. Justiça Ambiental ............................................................................................................................................... 80
6.2. Desastres Ambientais ........................................................................................................................................ 81
6.3. Os Desastres Ambientais Relacionados com a Crise Climática .......................................................... 87
Referências ........................................................................................................................................................................ 91
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
ORGANIzAÇÃO DO LIVRO DIDáTICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
Olá a todos(as)! 
Sejam bem-vindos(as) à disciplina Educação e Ambiente.
Nesta disciplina vamos refletir sobre as relações entre educação e meio ambiente, buscando 
propiciar um debate acerca da relação entre desenvolvimento e aspectos sociais, econômicos e 
políticos, bem como a sua interface com questões ambientais e sustentabilidade. 
Nosso estudo está estruturado em uma perspectiva de educação ambiental crítica, em que 
analisamos a realidade socioambiental em que vivemos.
A proposta será estruturada por meio de diferentes estações onde seja possível compartilhar 
hipóteses, teorias e experiências, bem como a relação entre o homem e o meio ambiente e, 
particularmente, sobre a responsabilidade de todos (as) frente à crise ambiental que estamos 
vivenciando. Por meio desta proposta, desejamos contribuir para a compreensão da importância 
dos conteúdos discutidos e a relação intrínseca com a vida de todos.
É importante ressaltar que, independentemente da área de formação, a disciplina vai demonstrar 
como as questões ambientais possuem relação com diferentes aspectos da vida na sociedade e 
com a prática profissional, não somente de educadores.
Você irá descobrir aspectos importantes das nossas discussões e, desde já, propomos que aproveite 
bem o material disponibilizado, incluindo os textos e o material audiovisual.
Sugerimos que você se organize para ler o materialcom calma, realizar as atividades e assistir 
às videoaulas dentro de prazo estabelecido. Em caso de dúvidas, você pode (e deve!) consultar 
o professor tutor da disciplina.
Objetivos
 » Abordar a relevância da Educação Ambiental inserida na grade curricular dos cursos 
de licenciatura.
 » Orientar os estudantes na compreesão da crise socioambiental em todas as suas 
dimensões. 
 » Apresentar práticas de Educação Ambiental em diferentes contextos (formal, não formal 
e informal).
 » Refletir sobre referências teóricas importantes no campo estudado para fundamentar 
as reflexões posteriores sobre a educação e o ambiente.
7
Introdução 
No primeiro capítulo, discutiremos a relação entre educação e meio ambiente e abordaremos 
também a importância desta disciplina na formação dos estudantes dos cursos de Licenciatura.
Por meio desta reflexão, esperamos que o estudante possa compreender o que é educação 
ambiental e sua relação com a educação. Nesse sentido, propomos que a construção de 
conhecimentos possa auxiliar o estudante a entender como as questões ambientais devem 
ser sempre articuladas com as questões abordadas no cotidiano escolar. Na apresentação das 
referências teóricas, buscamos demonstrar que conceitos nos nortearam nas discussões e como 
cada autor propicia o entendimento de um ou mais aspectos.
Objetivos 
 » Apresentar o conceito de educação ambiental crítica.
 » Relacionar prática educativa e meio ambiente em suas diferentes dimensões.
 » Conceituar a dimensão socioambiental da educação.
Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa. Com a mesma 
veemência e a mesma força com que reivindicarmos os nossos direitos, 
reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa 
começar a tornar-se um pouco melhor.
(José Saramago,em discurso na entrega do Prêmio Nobel de Literatura ao 
escritor português, em 1998)
1
CAPÍTULO
A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO 
E MEIO AMBIENTE
8
CAPÍTULO 1 • A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE
A Relação entre Educação e Meio Ambiente
Para começo de conversa... 
Ao inaugurar um novo momento de estudo com uma disciplina nova, muitas vezes os estudantes 
se perguntam sobre a relevância de determinados conteúdos para a sua formação e para a vida 
prática. Nossa conversa se inicia com este questionamento para que possamos explicitar a 
importância deste conteúdo inserido na grade curricular das licenciaturas. 
Estamos acompanhados do trecho de um dos discursos do 
escritor José Saramago, no qual ele aborda, com muita sutileza, 
a sua forma de enxergar o nosso papel no mundo. O apelo 
deixado pelo escritor impulsionou um movimento que uniu a 
UNAM (Universidade Autônoma do México) e a Fundação José 
Saramago (FJS) com o objetivo de construir uma proposta de 
Carta Universal dos Deveres e Obrigações dos Seres Humanos, 
como documento complementar à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Especialistas de 
diversas áreas se juntaram às duas instituições para discutirem essa proposta e, depois de anos 
de trabalho, com muitas reuniões, adesão de outras instituições e de cidadãos do mundo inteiro, 
em 2018 o documento foi apresentado a diferentes comissões da ONU, além de ser entregue em 
mãos ao seu secretário Geral, António Guterres. A Carta foi traduzida para vários idiomas e está 
sendo difundida com o objetivo de se tornar conhecida pelo maior número de pessoas possível. 
A proposta também incorpora o desejo de que este se torne um documento com força legal e, 
para isso, a Fundação José Saramago tornou pública a versão final da Carta e criou um endereço 
de e-mail para que todo cidadão que desejar possa manifestar sua adesão ao documento.
Pensar sobre Educação e Meio Ambiente é buscar outros sentidos para a prática educativa, 
considerando as possibilidades de transformação que ela pode trazer, por meio do conhecimento 
construído e da ampliação da compreensão do que é transformação social. Essa transformação 
se concretiza por meio de uma educação que preconiza autonomia e respeito aos diferentes 
saberes, bem como o entendimento sobre a relação entre questões ambientais e desigualdades 
e acesso aos bens naturais. 
Segundo apontam Loureiro e Tozoni-Reis (2016 apud TEIXEIRA; AGUDO; TOZONI-REIS, 2017), 
a educação ambiental se constitui como um campo de pesquisa e de estudos marcado por 
acentuadas disputas relativas às questões teórico-metodológicas que fundamentam a produção 
do conhecimento e o trabalho pedagógico.
A inserção da temática ambiental no currículo escolar concebe a escola como uma forma de 
garantir a apropriação de conteúdos culturais, bem como a instrumentalização para a prática 
social transformadora.
Saiba mais
https://www.josesaramago.org/carta-
universal-dos-deveres-e-obrigacoes-
dos-seres-humanos/
devereshumanos@josesaramago.org.
https://www.josesaramago.org/carta-universal-dos-deveres-e-obrigacoes-dos-seres-humanos/
https://www.josesaramago.org/carta-universal-dos-deveres-e-obrigacoes-dos-seres-humanos/
https://www.josesaramago.org/carta-universal-dos-deveres-e-obrigacoes-dos-seres-humanos/
mailto:devereshumanos@josesaramago.org
9
A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE • CAPÍTULO 1
Nesse sentido, Teixeira, Agudo e Tozoni-Reis (2017, p. 46) afirmam que: 
a educação escolar – particularmente a escola básica – tem uma especificidade 
tal que traz para o campo da educação ambiental a necessidade de se lutar contra 
o esvaziamento da dimensão educativa dos processos educativos ambientais. A 
análise histórico-crítica sobre os interesses e as disputas ideológicas em torno 
das relações das sociedades com o ambiente traz à tona as contradições que 
estão no cerne da crise societária que enfrentamos na sociedade organizada 
sob o modo capitalista de produção e que exige outra forma de se produzir a 
vida em sociedade. 
A mudança das formas de vida das sociedades é necessária para que seja possível um mundo 
mais justo e sustentável, entendendo que os processos sociais fazem parte desta mudança. São 
esses processos que tornam a crise socioambiental complexa e intensa em virtude dos modos 
de produção e consumo de bens, que ampliam cada vez mais a distância entre o ser humano e a 
natureza. Essa relação vem sendo questionada por pesquisadores e cidadãos da sociedade civil 
que comungam dos mesmos ideais sobre o mundo que desejam. 
Atenção
Carlos Frederico Bernardo Loureiro possui licenciatura em Ciências Físicas e Biológicas - UFRJ (1989), bacharelado em 
ecologia - UFRJ (1988), mestrado em Educação - PUCRio (1992) e doutorado em Serviço Social - UFRJ (2000). Atualmente 
é professor titular da faculdade de educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor do programa de pós-
graduação em educação (PPGE) da UFRJ. Líder do Laboratório de Investigações em Educação, Ambiente e Sociedade 
(LIEAS/UFRJ). Coordenador da Linha de Pesquisa Estado, Trabalho-Educação, Movimentos Sociais do PPGE/UFRJ. Autor 
de inúmeros livros e artigos em Educação Ambiental. É uma referência importante no Brasil, quando tratamos de Educação 
Ambiental.
Saiba mais
COSTA, César Augusto; LOUREIRO, Carlos Frederico. A Questão Ambiental a partir dos “sem direitos”: uma leitura em 
Enrique Dussel. Revista e-Curriculum, São Paulo, v. 17, n. 2, pp. 673-698 abr./jun. 2019 e-ISSN: 1809-3876 Programa de 
Pós-graduação Educação: Currículo – PUC/SP http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum.
Sugestão de estudo
REMEA - REVISTA ELETRÔNICA DO MESTRADO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL, v.36, n. 3 Sessão Especial 
– V Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa 
- Rio Grande, pp. 235-260- set./dez. 2019.
http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum
10
CAPÍTULO 1 • A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE
Provocação
Assista à aula do professor Celso Sanchez da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO – coordenador do 
Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde El Sur – Geas.
https://www.youtube.com/watch?v=l73g00p2OGE
1.1. MeioAmbiente em suas Diferentes Dimensões: Naturais, 
Sociais e Culturais, Econômicas etc.
Partimos do pressuposto de que educar é um ato político, por meio do qual buscamos transformar 
a realidade social existente. Nesse sentido, o papel da educação também é pensar a realidade 
política e social e, por meio de suas reflexões e práticas, possibilitar “múltiplas alfabetizações e 
múltiplos discursos” (FREIRE, 2001, p. 58). Por meio da educação é possível ouvir e ser ouvido, 
compartilhando diferentes discursos sobre uma mesma questão. Nessa perspectiva, o trabalho 
educativo propicia ao educador o entendimento do seu próprio discurso com poder de partilha 
na construção de conhecimentos e não como uma forma de silenciar os outros. 
Segundo Freire (2001, p. 59):
O desafio é nunca entrar paternalisticamente no mundo do oprimido para 
salvá-lo de si próprio. Igualmente o desafio é nunca querer romantizar o mundo 
do oprimido (a) acorrentado a condições que foram romantizadas para que o 
educador (a) mantenha sua posição de ser necessário ao oprimido “servindo o 
oprimido”, ou encarando(a) como um herói romântico.
Nos últimos anos as discussões teóricas e as práticas sobre Educação Ambiental se intensificaram 
e incorporaram dimensões que envolvem aspectos naturais, sociais, culturais e econômicos, 
tornando esse debate importante para diferentes áreas do conhecimento. Além disso, as reflexões 
foram sendo incorporadas aos currículos escolares – tanto nos níveis fundamental e médio 
quanto superior – de diferentes maneiras. Isto se deve à compreensão dessas dimensões e de 
suas implicações para a vida no planeta Terra. Independentemente da linha teórica em que se 
fundamentam os estudos, podemos afirmar que todos são unânimes ao tratar das questões 
ambientais relacionando-as ao modo como o homem vem se apropriando – muitas vezes 
indevidamente – dos recursos naturais e das práticas sociais que foram sendo modificadas em 
virtude das necessidades econômicas que atendam ao capitalismo. O que estamos tratando aqui 
é que, na mesma medida em que os homens foram conhecendo novas práticas de exploração dos 
recursos naturais, houve uma necessidade de aumentar cada vez mais a quantidade e a rapidez 
dessa exploração. Isso trouxe a necessidade de novas tecnologias, equipamentos e combustíveis, 
assim como modificações nos espaços e nas formas de viver de povos, como por exemplo, os 
grupos indígenas. 
https://www.youtube.com/watch?v=l73g00p2OGE
11
A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE • CAPÍTULO 1
Nossa compreensão nos mostra que não se trata mais de discutir práticas de Educação Ambiental 
apenas na escola, por se tratar de indivíduos em formação que no futuro irão adotar essas novas 
maneiras de lidar com o meio ambiente. Neste momento, a formação deve acontecer em todos 
os segmentos, desde a escola básica e, incluindo a formação superior, a fim de buscar mudanças 
que possam ser incorporadas imediatamente nas práticas desenvolvidas cotidianamente, em 
diferentes espaços formais, não formais e informais. 
A educação é entendida, neste contexto, como uma forma de abordar o meio ambiente por meio 
de um posicionamento crítico que possa tratar da emergência social em que estamos inseridos. 
Assim a educação precisa ter como premissa a mudança social para buscar outro modelo de 
sociedade.
Quando tratamos de meio ambiente em suas diferentes dimensões estamos nos referindo ao 
fato de que o planeta possui seres humanos que se relacionam por meio de processos naturais, 
sociais, culturais e econômicos, o que envolve culturas de produção e consumo, assim como 
relações de igualdade e solidariedade, com relações dialógicas, de trocas e compartilhamentos.
Nas relações entre os seres humanos e a natureza, o que se busca é outra maneira para lidar 
com os aspectos socioambientais, em que seja possível manter as necessidades de produção e 
consumo, mas com outras formas que não aumentem ainda mais a crise socioambiental. 
Nesta perspectiva, a luta por igualdade inclui condições de sobrevivência com acesso a elementos 
básicos para uma vida saudável, onde incluímos alimentação, moradia e acesso aos serviços 
básicos destinados aos cidadãos como educação e saúde.
Segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), atualmente 
mais da metade da população global vive em cidades e concentra tanto os desafios do combate às 
mudanças climáticas quanto as soluções, por serem elas o berço das inovações tecnológicas que 
podem impulsionar o alcance das metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. 
Em parceria com o Programa de Assentamentos Humanos das Nações Unidas (ONU-HABITAT) e 
outros organismos, o PNUMA está buscando desenvolver um repositório on-line de informações 
sobre mudanças climáticas a fim de apoiar a tomada de decisões de governanças locais. A 
proposta do PNUMA é que as soluções para ajudar os países a resolver a crise climática devem 
ser partilhadas e discutidas de forma colaborativa e não isoladamente.
Nesse sentido, pensar na Educação e no seu potencial para impulsionar mudanças na sociedade 
implica também refletir sobre a formação de educadores que tenham a capacidade de interagir 
com estudantes trazendo possibilidades de trabalhos que integrem a cultura com aspectos 
socioambientais, criticidade e diálogo. O currículo escolar precisa ser pensado e pautado por 
aspectos sociais, econômicos, políticos, geográficos e éticos. Do contrário, continuaremos com 
uma educação fragmentada com aspectos pontuais sendo abordados de maneira descontinuada 
e sem a compreensão plena das relações entre as diferentes dimensões do meio ambiente. Nesse 
12
CAPÍTULO 1 • A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE
aspecto, a escola é um espaço privilegiado para compartilhar e multiplicar conhecimentos e 
saberes. Ademais, a divulgação exaustiva na mídia sobre os problemas ambientais vem trazendo 
a possibilidade de articulação dos conteúdos ambientais com suas diferentes dimensões, de 
acordo com a região e o público atendido.
Segundo aponta Guimarães (2003), existe uma ideia no senso comum de que a prática de 
atividades relacionando educação e meio ambiente, por si só, traz mudanças nas posturas 
individuais dos sujeitos. No entanto, o planejamento de ações pontuais sem a devida reflexão 
sobre questões teóricas e aspectos sociais, políticos e econômicos não consolida o objetivo 
desejado de mudança. Muitas vezes algumas ações são repetidas na escola sem uma reflexão e 
os próprios estudantes se cansam daquelas práticas que resultam em produtos “reciclados” sem 
uma necessária utilização daquilo, que acaba por se transformar em um objeto que no futuro 
será transformado em lixo. Entendemos, como o autor, que a Educação Ambiental precisa ser 
realizada levando em consideração as diferenças, de forma diferenciada para que haja uma 
adaptação às realidades distintas.
A EA se realizará de forma diferenciada em cada meio para que se adapte às 
respectivas realidades, trabalhando com seus problemas específicos e soluções 
próprias em respeito à cultura, aos hábitos, aos aspectos psicológicos, às 
características biofísicas e socioeconômicas de cada localidade (GUIMARÃES, 
2003, p. 37).
Para entender como essas questões se relacionam com o próprio entendimento do que é meio 
ambiente e qual é o papel de cada um nas práticas que são desenvolvidas nas sociedades, é preciso 
que também tenhamos em vista essas diferenças abordadas por Guimarães (2003, p. 37), buscando 
possibilidades de associar as nossas ações com as teorias que estudamos. Se ficarmos falando 
sobre a crise ambiental sem uma ação mais concreta ou sem um entendimento das implicações 
da crise ambiental para a nossa vida, possivelmente não teremos mudanças significativas. Vale 
destacar que também é importante que as práticas sejam exercitadas por todos e não somente 
a teoria, ou seja, não devemos “falar sobre educação e meio ambiente” sem nos posicionarmos 
na vida prática a respeito daquilo que consideramoscomo pontos importantes para assumirmos 
este compromisso demandado pela crise ambiental – mudar nossas atitudes em relação ao modo 
como lidamos com o meio ambiente – e que deverá ser uma meta para todos (as).
A qualidade de vida dos seres humanos precisa estar associada 
a todas as questões que são tratadas aqui. A condução 
dos objetivos para uma proposta educativa que leva em 
consideração sua relação com o meio ambiente requer um 
comprometimento com todos os envolvidos neste processo a fim de promover a produção de 
conhecimento com clareza desses aspectos e da ligação da própria história humana com a natureza. 
Dessa maneira, é preciso construir um processo dialógico, em que as pessoas compreendam a 
Para refletir
https://nacoesunidas.org/tema/videos
https://nacoesunidas.org/tema/videos
13
A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE • CAPÍTULO 1
dimensão dessa crise ambiental e o papel desempenhado pelos seres humanos, sem a concepção 
fatalista ou catastrófica, mas com o entendimento do poder de mudarmos esse processo ou de 
continuarmos a destruir o planeta, que não é infinito.
Sugestão de estudo
https://geasur.wordpress.com/livro-geasur/ 
Instituto Paulo Freire – Programa de Educação para a Cidadania Planetária (PECP)
https://www.paulofreire.org/o-instituto-paulo-freire
Saiba mais
https://nacoesunidas.org/agencia/onumeioambiente/
Assista ao vídeo do professor Carlos Frederico Loureiro - Educação Ambiental Crítica e 
Ancestralidade.
https://www.youtube.com/watch?v=CNdOEST6Blo 
Loureiro apresenta o campo da Educação Ambiental Crítica (EAC) em suas raízes marxistas, alinhada 
à pedagogia histórico-crítica, mas vai além, apresentando as interfaces entre a EAC e a dimensão 
da ancestralidade, das cosmogonias afro-brasileiras e indígenas, dos saberes populares das comunidades tradicionais, 
ressignificando o campo crítico e a EA.
1.2. O ser humano como parte integrante da natureza
Como já foi abordado aqui, ao tratarmos de desenvolvimento sustentável, estamos considerando 
sustentabilidade econômica, social e ambiental. Para isso, diferentes instituições e agências 
governamentais estão desenvolvendo programas para contribuir com a preservação do planeta 
levando em consideração a participação da sociedade civil nas discussões e nos processos 
decisórios como uma maneira de criar redes de multiplicadores e fortalecer o trabalho desenvolvido 
em diferentes contextos.
A palavra sustentabilidade aparece com muita frequência nos textos jornalísticos, acadêmicos 
e didáticos. O que pouca gente sabe é que este termo “tão moderno” foi utilizado pela primeira 
vez em 1713 por um pesquisador alemão especialista em silvicultura1 que afirmava de maneira 
clara que, para retirar árvores velhas de um local, isto só poderia ser feito se existissem árvores 
1 Ciência que se dedica ao estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e melhorar os povoamentos florestais e que 
compreende o estudo botânico das espécies, além da identificação, caracterização e prescrição da utilização das madeiras.
https://geasur.wordpress.com/livro-geasur/
https://www.paulofreire.org/o-instituto-paulo-freire
https://www.paulofreire.org/o-instituto-paulo-freire
https://nacoesunidas.org/agencia/onumeioambiente/
https://www.youtube.com/watch?v=CNdOEST6Blo
14
CAPÍTULO 1 • A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE
novas para serem plantadas naquele local. A preocupação com os impactos ambientais existe 
há muito tempo, desde a Antiguidade, vários grupos sociais já se preocupavam com impactos 
da mineração e do pastoreio e a limitação de recursos. 
Por muito tempo as pessoas pensavam na natureza 
com uma visão muito utilitarista, ou seja, os animais 
e os recursos naturais servindo ao homem. Essa 
forma de olhar a natureza se modificou em função 
do entendimento dos aspectos que envolvem a crise 
ambiental do planeta. Todos os projetos e ações são 
pensados partindo da necessária integração dos seres 
humanos na natureza, com a necessária compreensão da dimensão ambiental e as implicações 
disso para a qualidade do ar e da água, a saúde humana e a utilização dos recursos renováveis e não 
renováveis. Além disso, considera-se também a dimensão econômica, pois há uma necessidade 
de geração de renda para as pessoas e de valorização do capital humano, por meio do qual são 
criadas redes de compartilhamento de experiências e práticas que podem contribuir para a 
diminuição da degradação do planeta.
Nesse sentido, foram criados os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), como um pacto 
entre os países integrantes das Nações Unidas, em setembro de 2015, quando foram adotadas 
17 metas. Essas metas foram seguidas do Acordo de Paris em que 196 países e a União Europeia 
se comprometeram a lutar para manter a temperatura do planeta que vem subindo a cada dia. 
Em 2019, a mídia sempre citava o Acordo de Paris quando tratava da COP 25. 
Fonte: KIARA WORTH/IISDCom reportagem de Matt McGrath, correspondente de Meio Ambiente da BBC. Em 15/12/2019.
A COP 25 terminou após longas negociações com um acordo de compromissos, mas também 
foram adiadas decisões importantes que ficaram para a próxima conferência, que será em 
2021. Em matéria publicada pela Rede BBC em seu site, o jornalista Matt Mc Grath afirmou que, 
depois de exaustivas negociações entre quase 200 participantes, chegou-se a um consenso sobre 
a questão crucial que é o aumento da mobilização global por cortes de emissão de carbono. 
De acordo com o pacto, “todos os países precisarão apresentar novas promessas climáticas na 
próxima grande conferência”.
Atenção
Assista ao vídeo da pesquisadora Marcia Chame, 
da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz. 
https://www.youtube.com/
watch?v=qtKMIAci664&app=desktop
https://www.youtube.com/watch?v=qtKMIAci664&app=desktop
https://www.youtube.com/watch?v=qtKMIAci664&app=desktop
15
A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE • CAPÍTULO 1
E como isso se relaciona com cada um de nós?
Na prática, existem metas que são parte das políticas governamentais, mas cada um também 
possui um papel como cidadão no cumprimento dessas metas, por meio das ações que realiza 
no cotidiano. Cada vez mais percebemos indivíduos mobilizados e buscando se unir a outras 
pessoas que, por meio de coletivos, por exemplo, organizam outras maneiras de lidar com 
consumo e produção. 
Com o avanço do capitalismo e o aumento da pobreza mundial tivemos, também, o crescimento 
da degradação ambiental, o que é reconhecido em estudos de diferentes países. A população 
pobre é mais vulnerável aos desastres ambientais provocados pelo desmatamento e aquecimento 
global, assim como sua vulnerabilidade é maior a doenças provocadas por falta de saneamento 
básico e acesso a água potável.
Muitos movimentos sociais de pessoas em situação de vulnerabilidade social estão associados, 
comumente, à própria sobrevivência das pessoas, que precisam tirar o seu sustento de áreas ou 
produtos que são alterados pelas questões climáticas. Comunidades indígenas também sofrem 
com as alterações no meio ambiente e mudanças na demarcação de terras indígenas em função 
do seu modo de produzir para a própria subsistência.
Para Juan Martinez Alier (1992), ao abordar aspectos da expansão do capitalismo para o meio 
ambiente e para os pobres, tratamos das consequências sociais e ecológicas da modernidade.
Importante
Acordo de Paris: elementos essenciais
O Acordo de Paris se baseia na Convenção e, pela primeira vez, levou todas as nações a uma causa comum para 
empreenderem esforços ambiciosos para combater a mudança climática e se adaptarem aos seus efeitos, com apoio 
aprimorado para ajudar os países em desenvolvimento a fazê-lo. Como tal, traça um novo rumo no esforço climático global. 
O objetivo central do Acordo de Paris é fortalecer a resposta global à ameaça das mudanças climáticas, mantendo um 
aumento da temperatura global neste século bem abaixo de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e prosseguir 
esforços para limitaro aumento da temperatura ainda mais a 1,5 graus Celsius. Além disso, o acordo visava fortalecer a 
capacidade dos países para lidar com os impactos das mudanças climáticas. Para atingir esses objetivos ambiciosos, é 
necessário que sejam criados fluxos financeiros apropriados, uma nova estrutura tecnológica e uma estrutura aprimorada 
de capacitação, apoiando assim as ações dos países em desenvolvimento e dos países mais vulneráveis, de acordo com seus 
próprios objetivos nacionais. O acordo também prevê maior transparência de ação e apoio por meio de uma estrutura de 
transparência mais robusta. 
16
CAPÍTULO 1 • A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE
Atenção
A COP 25 - Conferência da ONU sobre o Clima aconteceu em 2019, na cidade de Madri, na Espanha, e contou com a 
participação de quase 200 países. O objetivo foi acelerar o combate às mudanças climáticas. Cientistas e ambientalistas 
defendem que o aquecimento global desencadeia eventos climáticos extremos no mundo todo, como enchentes e 
queimadas. Durante a conferência, o Brasil foi tratado como um dos grandes vilões ambientais do planeta, junto com a 
Austrália e o Japão, e recebeu o prêmio “Fóssil do Dia”, uma honraria irônica concedida a quem mais atrapalha do que ajuda.
Saiba mais
A COP 25:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50800984
Para entender as mudanças climáticas:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-50019998
Queimadas na Amazônia e na Austrália: 
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51011491
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ou Objetivos Globais, se caracterizam como uma 
ação para proteger o planeta contra a mudança global do clima e a desigualdade econômica, 
buscando maneiras de priorizar o consumo sustentável. 
Segundo as informações divulgadas no site das Nações Unidas, os líderes mundiais pediram uma 
década de ação para entregar os ODS até 2030 e anunciaram mais de 100 “ações aceleradas” – 
compromissos voluntários para acelerar o progresso.
Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento humano, o combate à pobreza e o 
crescimento do país, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) executa 
diversos projetos em diferentes áreas, oferecendo aos parceiros apoio técnico, operacional e 
gerencial, por meio de acesso a metodologias, conhecimentos, consultoria especializada e ampla 
rede de cooperação técnica internacional. 
Levando em consideração a diversidade e a realidade multifacetada do Brasil, os projetos são 
desenvolvidos em parceria com o Governo Brasileiro, instituições financeiras internacionais, 
setor privado e sociedade civil.
O administrador do PNUD, Achim Steiner, afirma que os ODS são uma agenda inclusiva para 
fazer uma mudança positiva para as pessoas e para o planeta, buscando colocar o mundo em 
um caminho sustentável.
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/clima/
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/aquecimento-global/
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/enchente/
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/brasil/
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50800984
https://www.bbc.com/portuguese/geral-50019998
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51011491
17
A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE • CAPÍTULO 1
O Plano Estratégico do PNUD (2018-2021) foi desenhado para responder à grande diversidade 
de países para os quais prestam serviços. Essa diversidade se reflete em três amplos âmbitos 
de desenvolvimento: erradicação da pobreza, transformações estruturais e construção de 
resiliência. Nos últimos meses de 2019, os especialistas repetiram incessantemente que a crise na 
biodiversidade e as mudanças climáticas estão implicadas com soluções ligadas à natureza, pois os 
seres humanos dependem de ecossistemas saudáveis para sua sobrevivência no planeta. Segundo 
a comunidade científica, o ano de 2020 será de grande importância para reunir especialistas e 
consolidar acordos que propiciarão a construção da agenda ambiental para a próxima década.
Saiba mais
https://nacoesunidas.org/2020-um-ano-decisivo-para-a-biodiversidade-e-as-emergencias-climaticas/
Atenção
Em dezembro de 2019, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento divulgou o Relatório sobre Desenvolvimento 
Humano 2019 onde encontramos informações que reafirmam que as desigualdades econômicas e a crise climática 
devem ser abordadas de maneira conjunta, pois isto permitirá que os países avancem para o desenvolvimento inclusivo e 
sustentável. No documento afirma-se que as desigualdades devem ser combatidas juntamente com as mudanças climáticas, 
tratando ao mesmo tempo do que diz respeito aos direitos humanos.
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/sustainable-development- 
goals.html
http://strategicplan.undp.org/
https://nacoesunidas.org/2020-um-ano-decisivo-para-a-biodiversidade-e-as-emergencias-climaticas/
https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/sustainable-development-%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20goals.html
https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/sustainable-development-%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20goals.html
18
CAPÍTULO 1 • A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE
Saiba mais
A Agenda 2030:
https://www.undp.org/content/undp/en/home.html
A Agenda 2030 é um plano de ação para pessoas, planeta e prosperidade. Também busca fortalecer a paz universal. 
Reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior 
desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. Todos os países e todas as partes 
interessadas, atuando em parceria colaborativa, estão implementando esta Agenda.
1.3. A Dimensão Socioambiental da Educação e seu papel 
estratégico
No campo da educação, encontramos muitos estudos tratando do papel da dimensão socioambiental 
na formação de educadores e o papel estratégico que a Educação possui (GONÇALVES; BENAC; 
SANTOS, 2015; SOUZA; COSTA; BONFIM, 2015; PEDROSO; SILVA; KAWASAKI, 2015), no entanto, 
o que se percebe nos trabalhos, de maneira geral, é que os educadores ainda são formados em 
uma perspectiva disciplinar e com poucas experiências em estudos e práticas desenvolvidas em 
diferentes contextos educativos. Nesse sentido, Garrido e Meireles (2015, p. 7) afirmam que os 
alunos de Pedagogia e de outras áreas ligadas à educação precisam vivenciar “a interdisciplinaridade 
durante sua formação” e, nesse caso, a EA é uma legítima e necessária oportunidade. Para as 
autoras, a prática de EA exercida por meio da interdisciplinaridade é uma das maneiras de se 
contribuir para a formação docente.
O campo da Educação, particularmente no que diz respeito à Educação Ambiental, vem sendo 
palco de intensos debates sobre formação de professores e o papel da educação para criar espaços 
de discussão sobre as questões ambientais, assim como as práticas desenvolvidas. Essa formação 
precisa levar em consideração orientações políticas, sociais e culturais para que sejam criadas 
possibilidades da participação da população escolar.
Garrido e Meirelles (2015, p. 6) afirmam que, dentre as contribuições da Educação Ambiental 
para educadores, reconhecem a mudança na forma de construir conhecimentos, buscando 
unir teoria e prática. Assim a Educação Ambiental compreendida em uma perspectiva crítica 
vai estimular ao educador a percepção do ambiente e todas as relações envolvidas e esta ótica 
deve fazer parte da formação docente, especialmente em cursos de Pedagogia.
Quando atuamos na prática educativa, precisamos estar cientes de todas essas questões para 
que possamos desenvolver estratégias que sejam interessantes e coerentes com a complexidade 
desses processos. Muitas vezes encontramos espaços escolares desenvolvendo atividades em uma 
https://www.undp.org/content/undp/en/home.html
19
A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE • CAPÍTULO 1
perspectiva que por si só é reducionista e não propicia aprofundamento teórico nem apropriação 
de práticas sustentáveis.O trabalho na educação pode contribuir para uma mudança na compreensão das concepções de 
ciência e de construção de conhecimentos e isto propicia aos sujeitos que estão envolvidos neste 
processo a reflexão sobre meio ambiente e problemas relacionados aos fenômenos climáticos, 
sem, no entanto, assumir uma postura de negação ou de reação de desespero.
Esse fato possibilita aos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem o entendimento 
das subjetividades, das incertezas, dos conflitos, dos valores, dos questionamentos metafísicos 
e políticos relacionados à questão ambiental. 
De acordo com Loureiro (2004, p. 65), a Educação Ambiental Transformadora enfatiza a educação 
enquanto processo permanente, cotidiano e coletivo pelo qual agimos e refletimos, transformando 
a realidade de vida.
O que se percebe é que há uma mobilização de educadores em todo o país que buscam trabalhar 
na perspectiva dessa dimensão socioambiental, buscando formação inicial e continuada, 
reconhecendo avanços, mas lutando por maiores conquistas. Apesar disso, ainda há muitos 
caminhos a percorrer e a luta continua para garantir maior destinação de PIB para a educação e 
políticas educacionais em que a temática da Educação Ambiental e da sustentabilidade estejam 
no Plano Nacional de Educação e tenham centralidade correspondente à sua relevância neste 
cenário (AMARO; SANCHÉZ, 2012).
Nessa linha de pensamento encontramos a pesquisa desenvolvida por Pereira, Pedrini e Fontoura 
(2019) que realizou um estudo sobre as percepções de docentes sobre questões ambientais, 
particularmente, aquecimento global. Por meio das suas narrativas, os docentes confirmaram a 
importância da Educação Ambiental e, por meio dela, trabalhos que possam abordar consumo 
excessivo, produção e descarte de lixo. Todavia os autores observam que o discurso da maioria 
dos docentes indica uma forte visão conservadora da Educação Ambiental:
cujo foco está na mudança comportamental das pessoas, preocupando-se 
basicamente com as consequências da crise ambiental e não com a sua origem – 
mas também apresentando indícios de um enfoque dentro da visão socioambiental 
– mais abrangente, buscando a conscientização do indivíduo enquanto cidadão 
integrante do meio e a interação homem-ambiente e considerando os aspectos 
sociais (2019, p. 201).
Assim reiteramos o papel social de todo educador e a necessidade de uma formação docente que 
possa contribuir para a sua prática no sentido de compartilhar conhecimento, gerando formas 
de ensino – aprendizagem que atendam aos desafios que a dimensão socioambiental traz em seu 
bojo. O educador precisa trabalhar de maneira responsável e criativa, permitindo um processo 
dinâmico em que propostas coerentes com essa prática se concretizem permitindo compartilhar 
e construir cotidianamente o fazer educativo.
20
CAPÍTULO 1 • A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE
A sustentabilidade precisa ser tratada de maneira interligada com as questões sociais, culturais 
e econômicas e, por meio de experiências, de transformação de atitudes e comportamentos 
podemos criar outros sentidos para a formas de viver na sociedade.
No livro Ideias para Adiar o Fim do Mundo, o líder indígena Ailton Krenac (2019) afirma que 
a separação do ser humano em relação ao planeta Terra vem causando um processo que ele 
nomeia como “abstração civilizatória”, na qual o consumo leva as pessoas ao impedimento de 
uma verdadeira cidadania. De acordo com Krenac, “é justamente isso que está criando falta de 
sentido na vida, retirando o prazer de viver, de dançar e de cantar, o que transformou a humanidade 
em humanidade zumbi”. Ele afirma ainda que nos momentos em que realiza palestras procura 
“contar histórias” para adiar o fim do mundo. 
Atenção
Produto Interno Bruto (PIB)
Segundo dados divulgados na Agência Brasil, o Brasil gasta anualmente em educação pública cerca de 6% do Produto 
Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Esse valor é superior à média dos países que 
compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 5,5%. No entanto, o país está nas 
últimas posições em avaliações internacionais de desempenho escolar, ainda que haja casos de sucesso nas esferas estadual 
e municipal. A avaliação é do relatório “Aspectos Fiscais da Educação no Brasil”, divulgado hoje (6) pela Secretaria do Tesouro 
Nacional, do Ministério da Fazenda.
Para refletir
Colapso da civilização? fronteiras planetárias: Litszt Vieira
06/01/2020
Liszt Vieira é um dos primeiros e maiores conhecedores da questão ecológica em nosso país. Esse texto é extremamente 
informativo. Apela à nossa responsabilidade. Reforça nossa resistência e nossa crítica aos negacionistas do aquecimento 
global instalados no atual governo, a começar pelo presidente e seu ministro do Meio Ambiente. A ser verdadeiras as 
informações passadas neste trabalho, nos damos conta de quão irresponsáveis são, pois simplesmente desprezam os dados 
científicos. Bem disse o Papa Francisco em sua encíclica “Sobre o Cuidado da Casa Comum”: “As previsões científicas já não 
se podem olhar com desprezo e ironia, pode-se desembocar em catástrofes” (n.161). Negadores desta realidade sinistra, 
não se preocupam com o destino desastroso possível do planeta, de nosso país, de nossas cidades costeiras e especialmente 
das grandes maiorias pobres. Eles serão os primeiros a sofrer os danos letais do aquecimento global. Não estamos indo ao 
encontro dele. Queiram ou não queiram os negacionistas nacionais e mundiais, já estamos dentro do aquecimento global. 
Há uma tendência irrefreável, se nada fizermos, de sermos confrontados com uma catástrofe ecológico-social, apenas 
ocorrida há milhões de anos, quando boa parte dos seres vivos desapareceu. Mas nós ainda não havíamos surgido dentro do 
processo da evolução. Agora estamos face à uma emergência planetária e seremos responsáveis pelo futuro nosso e da vida 
no planeta. Não podemos esperar. Temos que agir para não chegarmos tarde demais e mergulharmos numa sepultura que 
nós mesmos temos cavado. A Terra continuará, empobrecida, mas sem a comunidade de vida e sem nós: Leonardo Boff.
21
A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE • CAPÍTULO 1
Saiba mais
Cartilha para crianças
https://nacoesunidas.org/cartilha-para-criancas-explica-direito-a-um-meio-ambiente-seguro-saudavel-e-sustentavel/
https://nacoesunidas.org/2020-um-ano-decisivo-para-a-biodiversidade-e-as-emergencias-climaticas
 Projetos de Educação Ambiental escolar: uma proposta de avaliação.
Revista Brasileira de Educação Ambiental:
https://periodicos.unifesp.br/index.php/revbea
Sugestão de estudo
https://nacoesunidas.org/2020-um-ano-decisivo-para-a-biodiversidade-e-as-emergencias-climaticas
https://nacoesunidas.org/agencias-da-onu-apoiam-projetos-de-impacto-social-criados-por-adolescentes-no-brasil/
Sintetizando
Neste primeiro capítulo:
Apresentamos reflexões sobre a relação entre educação e meio ambiente.
Refletimos sobre o meio ambiente por meio de suas diferentes dimensões, buscando explicitar cada uma e sua importância 
no contexto da crise ambiental.
Analisamos a dimensão socioambiental da educação e sua relevância no cenário atual de grave emergência ambiental.
Provocação
http://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/italianos/noticias/2020/01/04/vogue-italia-renuncia-a-fotografias-e-lanca-capa-
ilustrada_71cbaacc-4b88-436f-a8fd-e45dcb650548.html
https://nacoesunidas.org/cartilha-para-criancas-explica-direito-a-um-meio-ambiente-seguro-saudavel-e-sustentavel/
https://nacoesunidas.org/2020-um-ano-decisivo-para-a-biodiversidade-e-as-emergencias-climaticas
https://periodicos.unifesp.br/index.php/revbea
https://nacoesunidas.org/2020-um-ano-decisivo-para-a-biodiversidade-e-as-emergencias-climaticas
https://nacoesunidas.org/agencias-da-onu-apoiam-projetos-de-impacto-social-criados-por-adolescentes-no-brasil/
http://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/italianos/noticias/2020/01/04/vogue-italia-renuncia-a-fotografias-e-lanca-capa-ilustrada_71cbaacc-4b88-436f-a8fd-e45dcb650548.htmlhttp://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/italianos/noticias/2020/01/04/vogue-italia-renuncia-a-fotografias-e-lanca-capa-ilustrada_71cbaacc-4b88-436f-a8fd-e45dcb650548.html
22
Introdução 
Nesta aula as reflexões tratam da Educação Ambiental, destacando a conceituação adotada por 
diferentes autores, assim como as abordagens de trabalho.
Por meio desta aula, esperamos que o estudante possa entender do que trata hoje a Educação 
Ambiental e como os conteúdos abordados precisam ser atualizados constantemente, em virtude 
da rapidez com que as questões surgem no cenário brasileiro e mundial, quando se trata de 
meio ambiente.
Consideramos que a construção de conhecimentos acontece quando o estudante consegue 
entender como a educação ambiental vai muito além da sala de aula e se relaciona com vários 
aspectos que ele vivencia em seu cotidiano.
Na apresentação das reflexões, buscamos trazer referências teóricas, mas também demonstrar 
ações elaboradas por grupos de pesquisa e organizações não governamentais que se dedicam 
a essa área.
Objetivos 
 » Definir Educação Ambiental.
 » Apresentar conceitos e discussões sobre a Educação Ambiental na atualidade. 
 » Apresentar projetos e atividades de Educação Ambiental.
2
CAPÍTULO
AFINAL, O QUE É 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL? 
23
AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL • CAPÍTULO 2
2.1. O Papel da Educação Ambiental frente à Crise Ambiental 
Vigente
Quando, por vezes, me falam em imaginar outro mundo possível, é no sentido 
de reordenamento das relações e dos espaços, de novos entendimentos sobre 
como podemos nos relacionar com aquilo que se admite ser a natureza, como 
se a gente não fosse natureza. Na verdade, estão invocando novas formas de os 
velhos manjados humanos coexistirem com aquela metáfora da natureza que 
eles mesmos criaram para consumo próprio (KRENAK, 2019, p. 67).
Para começar este capítulo, escolhemos uma parte da narrativa do índio Ailton Krenak, em seu 
livro Ideias para adiar o fim do mundo (2019), citado no Capítulo 1 do livro desta disciplina. 
Essa escolha se relaciona com o caminho que pretendemos construir para falar sobre Educação 
Ambiental. O autor citado trata da relação que os povos foram estabelecendo com a natureza, ao 
longo dos séculos, distanciando-se cada vez mais do que tradicionalmente os povos indígenas e 
outros estabeleciam por meio dos seus modos de viver harmoniosamente com o meio ambiente. 
As tradições foram esquecidas e os meios de subsistência foram sendo adequados ao modo 
capitalista sem um cuidado com o manejo da natureza de maneira equilibrada. Nesse livro, Krenak 
busca provocar o debate trazendo especificidades do discurso construído com seu povo, mas 
principalmente, busca alertar o distanciamento e a falta de compreensão que os seres humanos 
demonstram ao lidar com as questões ambientais
Essa escolha pela epígrafe citando o texto de Ailton Krenak também se relaciona com a nossa 
intenção de provocar os estudantes, com textos acadêmicos e literários, buscando ampliar leituras 
e posições críticas. Nossa intenção é construir um caminho educativo que não só estimule, mas 
desafie os estudantes para se envolverem nos processos de regeneração do planeta, por meio 
de práticas e ações que tragam verdadeiramente mudanças de comportamento e construção de 
novos saberes articulados com a complexidade ambiental. 
Você já deve ter percebido que é muito comum encontrar textos sobre essa área que possuem 
um início com uma bela imagem de natureza e um texto que fala em trilha, fazendo uma alusão 
às trilhas ecológicas. Essa discussão é interessante do ponto de vista teórico e metodológico e 
vamos explicar melhor. É interessante falar em trilha, caminho ou outro tipo de construção que 
possibilite ao estudante compreender como pensamos este estudo, no sentido de um percurso. 
Porém, também é relevante que fique claro como essas palavras “aparentemente simples” estão 
relacionadas ao nosso modo de entender o que é Educação Ambiental e como isso se relaciona 
diretamente ao modo como o professor vê o mundo. Ver e enxergar, como nos disse José Saramago 
(Estação 1) questões aparentemente “banais”, quer dizer, enxergar aspectos cotidianos das 
práticas que desenvolvemos e que são coerentes com uma educação que se propõe a ser voltada 
para o meio ambiente.
Em relação ao uso de imagens, é preciso estar atento (a) para a importância desse tipo de texto. 
Sim! A imagem é um texto e possibilita leituras polissêmicas que, de maneira geral, podemos 
24
CAPÍTULO 2 • AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL
dizer que esse termo trata da multiplicidade de sentidos que a mesma imagem possui. Isso 
possibilita leituras distintas e entendimento diferente para cada pessoa que lê a imagem. Esse 
sentido é importante para que não façamos da imagem um texto complementar ao texto escrito. 
Essa não deve ser a função principal do texto imagético, pois ele pode possibilitar uma série de 
inferências construídas por meio das discussões compartilhadas em um grupo.
A Educação Ambiental demonstra que é preciso construir um trabalho educativo que envolva todos 
os educandos, com o objetivo de construção de conhecimentos, com ampliação da participação 
mediante a mudança de valores, comportamentos e atitudes que sejam propiciadoras de uma 
relação de equilíbrio com o meio ambiente.
Dessa maneira, a Educação Ambiental vem se tornando cada vez mais desafiadora em virtude da 
emergência dos problemas ambientais e da complexidade dos saberes exigidos para a compreensão 
dos processos sociais que estão implicados nessa questão. Nesse sentido, políticas ambientais e 
programas educativos que sejam relacionados à conscientização da crise ambiental demandam 
crescentemente novos enfoques que possam integrar uma realidade contraditória e geradora 
de desigualdades, como vai nos advertir Pedrini (2007). Para o autor, é necessário “transcender 
a mera aplicação dos conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis” para que haja uma 
verdadeira mudança e a desejada conscientização. No livro citado, que data de 2007, o autor 
e outros pesquisadores já ressaltavam o desafio de uma Educação Ambiental voltada para a 
transformação social, em uma perspectiva de estímulo de uma visão global e crítica de questões 
ambientais. Nas palavras de Pedrini (2007, p. 14):
O desafio que se coloca é de formular uma Educação Ambiental que seja crítica 
e inovadora, voltada, acima de tudo, para a transformação social. O seu enfoque 
deve buscar uma perspectiva de ação que propicie, de um lado, o resgate e o 
desenvolvimento de valores e comportamentos (confiança, respeito mútuo, 
responsabilidade, compromisso, solidariedade e iniciativa) e, de outro, estimular 
uma visão global e crítica das questões ambientais e promover um enfoque 
interdisciplinar que resgate e construa saberes.
O desafio de um trabalho que esteja em consonância com essas proposições começa com os 
diferentes contextos sociais e econômicos que encontramos no Brasil, ocasionando contradições 
e dificuldades na implementação de propostas. Nesse sentido, para que tenhamos a Educação 
Ambiental crítica é preciso que professores e estudantes estejam acordados de maneira 
equilibrada para pensar e criar ações em colaboração. Segundo Trein (2012), no contexto de 
crise socioambiental as práticas educativas precisam considerar o seu compromisso social e criar 
espaços para a problematização das relações estabelecidas historicamente pelos seres humanos 
com a natureza. A autora defende que será do campo educacional “que emergirá um vigoroso 
campo da EA, ou alimentaremos a perplexidade de que as políticas públicas para a Educação 
Ambiental continuem sem saber qual é o seu verdadeiro lócus de pertencimento” (2012, p. 306).
25
AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL • CAPÍTULO 2
Quando tratamos de questões ambientais, precisamos sempre relacioná-las com as questões 
sociais, econômicas, políticas e culturais. Este posicionamento vai ser reafirmado em váriosmomentos no livro e nas estações de estudo desta disciplina. Podemos dizer que este é o “pano 
de fundo” das nossas reflexões.
Por muito tempo, até alguns anos atrás, os textos de Educação que abordavam a questão 
ambiental tratavam de “uma crise” que se aproximava e demandava uma postura mais ecológica 
de preservação do planeta com orientação de práticas e atividades que supostamente formariam 
cidadãos com essa preocupação ecológica. Infelizmente o que temos hoje é uma crise muito além 
do que foi previsto, com o planeta completamente alterado em desarmonia com a sustentabilidade 
e sem possibilidades de preservação. Atualmente a luta ambiental busca estratégias para regenerar 
parte do que foi destruído.
Partimos do pressuposto de que a Educação Ambiental consiste em reconhecer valores e práticas, 
buscando mudanças na qualidade de vida sem aumentar a crise ambiental e percebendo o 
verdadeiro papel de cada ser humano e a relevância de saber, por exemplo, como calcular sua 
pegada ecológica e como modificar essa “pegada”. A degradação incessante do planeta nos levou 
a uma situação insustentável e, nesse sentido, é preciso criar novas posturas articuladas com 
esse entendimento. A pegada ecológica é uma metodologia criada para contabilizar a pressão 
humana sobre os recursos naturais. Por meio dessa metodologia é possível comparar os padrões 
de consumo dos seres humanos e considerar a capacidade ecológica do planeta. Dessa maneira, 
a pegada ecológica possui relação com o que consumimos e os recursos naturais renováveis. 
Entendendo essa nossa pegada podemos tentar mudar alguns dos nossos hábitos de consumo 
que, de maneira simples, potencializam o que acontece no planeta. Alguns hábitos que são 
lembrados constantemente na mídia, como uso de transporte público ou bicicleta, ao invés de 
carro, a separação do lixo doméstico, a utilização de sacolas retornáveis para compras e o consumo 
daquilo que é realmente necessário constituem algumas dessas mudanças que podem contribuir 
verdadeiramente com o que desejamos para o planeta. Algumas vezes ouvimos pessoas que 
afirmam que o maior peso para a crise ambiental seria das grandes indústrias, porém, as ações 
de cada cidadão cotidianamente repetidas no mundo inteiro possuem uma parcela significativa 
neste processo. 
Isso também faz parte do compromisso que cada educador precisa assumir para ser coerente 
com as ideias que deseja compartilhar com seus educandos, para que eles compreendam e 
assumam novas práticas cotidianamente. É preciso que educadores tenham mais que um discurso 
emblemático para convencimento dos estudantes.
26
CAPÍTULO 2 • AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Atenção
A Pegada Ecológica mede a quantidade de recursos naturais renováveis para manter nosso estilo de vida. Basicamente, tudo 
o que usamos para viver vem da natureza e mais tarde voltará para ela. Essa é a nossa Pegada. Para conhecê-la, você tem 
agora essa calculadora no site da WWF – link abaixo.
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/
http://www.pegadaecologica.org.br/2019/pegada.php
Saiba mais
WWF
https://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/publicacoes_educacao_ambiental/
A Questão do Consumo
https://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/cartilha_para_o_consumidor_
responsavel___wwf_brasil_1.pdf
Refletindo sobre a degradação do meio ambiente e os aspectos sociais, é necessário deixarmos 
explícita a relação de consumo e desenvolvimento neste contexto. Lembramos que o consumo 
é praticado por diferentes cidadãos, independentemente do nível social, entretanto, com a crise 
ambiental, as populações mais atingidas são aquelas que estão em situação de vulnerabilidade 
social. Afirmamos isso porque, com as mudanças climáticas, as populações mais pobres sofrem 
com as catástrofes ambientais (furacões, enchentes e outros), perdendo suas casas, suas 
plantações, mudando radicalmente seus modos de produção e de sustento. Com o aquecimento 
global, muitas regiões deixam de ser férteis e, consequentemente, tornam-se improdutivas para 
populações inteiras que dependiam da agricultura, por exemplo, mas também acontece com a 
pesca e outras formas de produção. 
Outro ponto importante é salientado por Kassiadou (2018, p. 27) quando a autora afirma que 
o “desenvolvimento” é permeado por conflitos e disputas, que por um lado é entendido como 
transformação social positiva e, por outro, como uma lógica perversa engendrada por um discurso 
da modernidade. A autora reitera essas considerações ao citar os resultados do Mapa de Conflitos 
envolvendo Justiça Ambiental e Saúde no Brasil (2013) produzido pela Fundação Oswaldo Cruz 
(Fiocruz). Esse estudo apresenta um mapeamento de situações trazidas pelas transformações nos 
territórios brasileiros, como decorrência de um modelo de desenvolvimento que desconsidera 
as populações que possuem suas vidas “imbricadas com recursos e paisagens em disputa nos 
seus territórios” (Fiocruz, 2013, p. 37 apud KASSIADOU, 2018, p. 28). O que isso significa é que 
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/
http://www.pegadaecologica.org.br/2019/pegada.php
https://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/publicacoes_educacao_ambiental/
https://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/cartilha_para_o_consumidor_responsavel___wwf_brasil_1.pdf
https://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/cartilha_para_o_consumidor_responsavel___wwf_brasil_1.pdf
27
AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL • CAPÍTULO 2
populações em situação de vulnerabilidade social vivem constantemente injustiças ambientais 
resultantes desse modelo de “desenvolvimento”.
Para pensarmos em uma educação que possa abordar a dimensão ambiental é preciso que sejam 
tratadas as inter-relações entre meio ambiente e os diferentes sujeitos sociais que são implicados 
pela educação, mas também são sujeitos vulneráveis a todas as mudanças climáticas. Não basta 
utilizar uma nomenclatura adequada aos parâmetros educacionais propostos ou nomes que 
contenham adjetivos impressionantes. Por meio da educação ambiental é possível orientar os 
estudantes no sentido de compreensão daquilo que é papel de cada um e o potencial dessa ação 
individual para o desenvolvimento com responsabilidade ambiental. A responsabilidade de cada 
indivíduo e da coletividade por meio de uma participação ativa já constavam na conceituação 
de Educação Ambiental definida na Conferência de Tbilisi, realizada em 1977, considerada um 
marco importante da história da Educação Ambiental.
Algumas décadas depois, Spazziani e Sardinha (2007, p. 123) escreveram um verbete sobre 
Educação Ambiental, onde afirmavam que:
Há um movimento constante avassalador sobre o ambiente natural para 
estabelecimento dos modos de vida que marcam a nossa cultura. Embora não 
uniforme e não – linear, os diferentes modos de ocupação política ou econômica 
são realizados pela dominação sobre outros seres humanos e sobre as demais 
espécies e elementos da natureza.
Nossa ocupação do planeta precisa ser revista em caráter de urgência, buscando fortalecer 
propostas e ações apoiadas na regeneração e na continuidade das espécies. 
Saiba mais
Mapa de Conflitos envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil
http://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/
Para refletir
O Amanhã é Hoje (2018) - FILME COMPLETO
O documentário é uma realização da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Artigo 19, Conectas Direitos 
Humanos, Engajamundo, Greenpeace, Instituto Alana e Instituto Socioambiental (ISA).
https://www.youtube.com/watch?v=UsG3o5ndjaU
https://www.conectas.org/noticias/documentario-inedito-o-amanha-e-hoje-expoe-impactos-das-mudancas-climaticas-na-
vida-de-brasileiros
http://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/
https://www.youtube.com/watch?v=UsG3o5ndjaU
https://www.conectas.org/noticias/documentario-inedito-o-amanha-e-hoje-expoe-impactos-das-mudancas-climaticas-na-vida-de-brasileiros
https://www.conectas.org/noticias/documentario-inedito-o-amanha-e-hoje-expoe-impactos-das-mudancas-climaticas-na-vida-de-brasileiros28
CAPÍTULO 2 • AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Sugestão de estudo
LOUREIRO, C. F. B. Questões ontológicas e metodológicas da educação ambiental crítica no capitalismo 
contemporâneo. Revista Eletrônica Do Mestrado Em Educação Ambiental, v. 36, pp. 79-95, 2019. 
O trecho transcrito abaixo faz parte do livro Identidades da Educação Ambiental (2004), e se 
encontra no Prefácio, escrito por Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente naquele período. O 
livro convocava a participação para a mobilização necessária em virtude da sustentabilidade 
do planeta, destacando a perspectiva de educação ambiental crítica, como uma possibilidade 
de dialogar e compartilhar conhecimentos como forma de uma política ambiental integradora, 
constituindo o que a ministra nomeava como “um passo rumo a sustentabilidade, entre nós e 
em todo o planeta”.
A educação ambiental vive um momento histórico. Depois da Conferência 
Internacional sobre Conscientização Pública para a Sustentabilidade, realizada na 
Grécia, em 1997, o dia primeiro de janeiro de 2005 ficará marcado na lembrança 
de educadores ambientalistas em todo o mundo. Este será o primeiro dia da 
Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014). Sob 
coordenação da Unesco, essa iniciativa das Nações Unidas, instituída por resolução 
de sua Assembléia Geral, procura estabelecer um grande plano internacional 
de implementação, tendo como referência os preceitos da Agenda 21, em seu 
capítulo 36. Assim, os governos são chamados a aderir às medidas necessárias 
para a aplicação do que propõe a Década em seus planos e estratégias educativas. 
O interessante é que mais do que por sua abrangência, essa convocação atualiza o 
desafio paradigmático da educação ambiental quando a nomeia como Educação 
para o Desenvolvimento Sustentável (SILVA, 2004, p. 5).
Nas últimas décadas, o debate sobre Educação Ambiental vem sendo ampliado, incluindo em 
suas propostas mudanças na vida das sociedades como um caminho para fortalecer visões mais 
integradoras em torno das relações sociais e da diversidade dos seres. Esse debate também vem 
construindo importantes discussões a respeito das práticas docentes, ou seja, a atuação de 
professores e o seu papel nesse contexto. A educação proporciona transformação e, por meio 
dela, é possível elencar diferentes dimensões que são relacionadas ao meio ambiente e ao fazer 
educativo. 
O modo capitalista trouxe mudanças de paradigma separando sociedade e natureza, 
redimensionando as relações estabelecidas historicamente pelo homem e causando uma série de 
posturas que hoje são insustentáveis. Não podemos mais falar em “preservação” pois, na verdade, 
29
AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL • CAPÍTULO 2
temos que considerar o trabalho educativo como uma perspectiva de formação de gerações futuras 
e de educadores – em diferentes espaços de educação – para buscar a regeneração do planeta.
O professor e pesquisador Carlos Frederico Loureiro – que vocês conheceram no Capítulo 1 do 
livro – já tratava disso em 2004 quando produziu um trabalho sobre Educação Ambiental para o 
então Ministério do Meio Ambiente. Naquele momento, havia uma forte discussão nos espaços 
educativos sobre a Educação Ambiental e a organização de uma publicação com diferentes 
autores analisando criticamente essa área era destacada como uma iniciativa importante no 
movimento de construção de novas sínteses teóricas e metodológicas que poderiam contribuir 
para uma política pública democrática. O livro está disponível para download e continua sendo 
uma referência interessante pelo conjunto de reflexões que apresenta. Destacamos um trecho 
de Loureiro (2004, p. 81): 
A Educação Ambiental Transformadora enfatiza a educação enquanto processo 
permanente, cotidiano e coletivo pelo qual agimos e refletimos, transformando 
a realidade de vida. Está focada nas pedagogias problematizadoras do concreto 
vivido, no reconhecimento das diferentes necessidades, interesses e modos de 
relações na natureza que definem os grupos sociais e o “lugar” ocupado por estes 
em sociedade, como meio para se buscar novas sínteses que indiquem caminhos 
democráticos, sustentáveis e justos para todos. Baseia-se no princípio de que as 
certezas são relativas; na crítica e autocrítica constante e na ação política como 
forma de se estabelecer movimentos emancipatórios e de transformação social 
que possibilitem o estabelecimento de novos patamares de relações na natureza. 
Considerando as nossas reflexões neste momento, percebemos que a perspectiva de Loureiro está 
em consonância com o que estamos tratando ao abordarmos o fazer educativo e a perspectiva 
ambiental. Destacamos que o entendimento da relação natureza e sociedade nos impulsiona 
para buscar compreender as dicotomias trazidas pelo paradigma da modernidade.
Na atualidade, não se trata de discutir o que é “sustentável”, mas compreender como a transformação 
social está relacionada com a crise ambiental e de que maneira podemos educar para uma nova 
postura ao viver e lidar com os recursos naturais que já estão se esgotando. O que percebemos, 
muitas vezes, é que o educador considera importante conhecer práticas de Educação Ambiental 
e, de uma maneira pragmática, aprender atividades que possam ser multiplicadas nas aulas 
destinadas a esse conhecimento. No entanto, como já foi escrito no Capítulo 1, os fatores 
econômicos, sociais, políticos e geográficos possuem influência na compreensão dos conceitos 
e na apropriação deles por meio de atividades práticas. 
Ressaltamos que o papel da Educação Ambiental não deve ser confundido com “patrulhamento 
ideológico ou impositivo”, pois as ações serão apropriadas por meio das reflexões sobre a própria 
prática realizada com participação de docentes e estudantes, independentemente dos modelos 
pedagógicos que forem utilizados. Também não pretendemos, aqui, criar um roteiro ou modelo de 
30
CAPÍTULO 2 • AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Educação Ambiental, o que é contrário ao entendimento que possuímos de educação e que está 
em consonância com a proposta apresentada nesse material onde buscamos a compreensão de 
conceitos, teorias e práticas de maneira coerente com o estudo de uma realidade e seus aspectos 
sociais e econômicos. Por meio das nossas reflexões propomos a construção de conhecimentos 
que leve em consideração a natureza e a percepção das necessidades reais do nosso tempo. 
Atenção
Educação Ambiental é um vocábulo composto por um substantivo e um adjetivo, que envolvem, respectivamente, o campo 
da Educação e o campo Ambiental. Enquanto o substantivo Educação confere a essência do vocábulo “Educação Ambiental”, 
definindo os próprios fazeres pedagógicos necessários a esta prática educativa, o adjetivo Ambiental anuncia o contexto 
desta prática educativa, ou seja, o enquadramento motivador da ação pedagógica. O adjetivo ambiental designa uma classe 
de características que qualificam essa prática educativa, diante desta crise ambiental que ora o mundo vivencia. Entre essas 
características, está o reconhecimento de que a Educação tradicionalmente tem sido não sustentável, tal qual os demais 
sistemas sociais, e que para permitir a transição societária rumo à sustentabilidade, precisa ser reformulado. Educação 
Ambiental, portanto, é o nome que historicamente se convencionou dar às práticas educativas relacionadas à questão 
ambiental. Assim, “Educação Ambiental” designa uma qualidade especial que define uma classe de características que 
juntas, permitem o reconhecimento de sua identidade, diante de uma Educação que antes não era ambiental.
PHILIPPE POMIER LAYRARGUES DIRETORIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Apresentação do Livro Identidades da Educação Ambiental Brasileira
Para refletir
Grandes Temas - Educação Ambiental na Escola (Parte 1).
https://www.youtube.com/watch?v=aMOXbPphIhE
Saiba mais
Saiba mais 
https://www.menos1lixo.com.br/
Os Impactos ambientais da indústria da moda | Entrevista Completa.
https://www.youtube.com/watch?v=CjKuUr9iyQ8&list=PLc41AE-JKjqrZMY39cLXchisEvMSVpg4p&index=7GUIA DO PREGUIÇOSO – ONU.
https://nacoesunidas.org/guiadopreguicoso/
https://www.youtube.com/watch?v=aMOXbPphIhE
https://www.menos1lixo.com.br/
https://www.youtube.com/watch?v=CjKuUr9iyQ8&list=PLc41AE-JKjqrZMY39cLXchisEvMSVpg4p&index=7
https://nacoesunidas.org/guiadopreguicoso/
31
AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL • CAPÍTULO 2
2.2. A Educação Ambiental e seus Âmbitos
Existe um único lugar onde o ontem e o hoje se encontram e se reconhecem e se 
abraçam, e este lugar é o amanhã. Soam como futuras certas vozes do passado 
americano muito antigo. As antigas vozes, digamos, que ainda nos dizem que 
somos filhos da terra, e que mãe a gente não vende nem aluga. Enquanto chovem 
pássaros mortos sobre a Cidade do México e os rios se transformam em cloacas, 
os mares em depósitos de lixo e as selvas em deserto, essas vozes teimosamente 
vivas nos anunciam outro mundo que não seja este, envenenador da água, do 
solo, do ar e da alma. Também nos anunciam outro mundo possível as vozes 
antigas que nos falam de comunidade. A comunidade, o modo comunitário de 
produção e de vida, é a mais remota tradição das Américas, a mais americana 
de todas: pertence aos primeiros tempos e às primeiras pessoas, mas pertence 
também aos tempos que vêm e pressentem um novo Mundo Novo. Porque nada 
existe menos estrangeiro que o socialismo nestas terras nossas. Estrangeiro é, na 
verdade, o capitalismo: como a varíola, como a gripe, veio de longe.
(As tradições futuras, Eduardo Galeano)
GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. 2 ed. – Porto Alegre, L&PM, 2008.
Escolhemos o escritor uruguaio Eduardo Galeano para iniciar esta parte do livro e continuarmos 
nossas “conversas”. O escritor é conhecido por belos textos e sua obra mais conhecida é o livro 
As Veias Abertas da América Latina, publicado em 1971. Nesse livro, o autor analisa a história da 
América Latina desde o período colonial até a contemporaneidade.
Você deve estar se perguntando o que nos motivou para escolher este texto. A maneira crítica 
como Galeano trata algumas questões ambientais, nomeando-as como “tradições futuras” e 
relacionando-as com o capitalismo, aproxima-nos das discussões que desejamos trazer por meio 
deste capítulo. Como já foi colocado na primeira parte, a maneira como nos posicionamos em 
relação aos aspectos ambientais representa um dos pontos importantes na crise ambiental, em 
virtude dos impactos que nossos hábitos têm no meio ambiente. As nossas “tradições futuras” 
dependem do que estamos fazendo agora e de como nos posicionamos a respeito da relação 
com o meio ambiente.
A necessária reflexão sobre a complexidade ambiental nos impulsiona a questionar premissas já 
existentes e a buscar um fazer educativo consistente e coerente com essa mudança de atitudes 
e questionamento de valores como o consumismo, por exemplo. Educar também é informar, 
quebrar paradigmas por meio de construção de conhecimentos e mudar relações autoritárias 
por práticas mais dialógicas. Por meio do diálogo e do conhecimento compartilhado é possível 
fortalecer diferentes grupos sociais em defesa de um desenvolvimento que não privilegie apenas 
uma parte da sociedade.
Quando falamos em desenvolvimento sustentável, precisamos nos perguntar: sustentável para 
quem? Ou sustentável para quais grupos?
32
CAPÍTULO 2 • AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Nesse sentido, o que buscamos aqui é reafirmar a importância dos espaços educativos, em 
âmbitos formais e não formais para potencializar ações que tornem a educação ambiental uma 
prática coerente com as diferentes realidades sociais. 
A Educação Ambiental pode ser compreendida por meio de atividades desenvolvidas em diferentes 
âmbitos: espaços de educação formal, espaços de educação não formal e informal. Destacamos 
também uma área ainda incipiente no Brasil que é a Educação Ambiental Empresarial. 
De maneira geral, podemos afirmar que a Educação Ambiental se caracteriza por pesquisas e 
práticas que oportunizam a construção de conhecimentos e a criação de novas maneiras de viver 
e se comportar com a compreensão da relação entre os seres vivos e o meio ambiente. Deve seguir 
orientações nos princípios e objetivos da Conferência de Tbilisi (1977) com possíveis adaptações 
para o desenvolvimento das propostas adequadas aos diferentes espaços. A Educação Ambiental 
não se restringe aos espaços escolares e, por isso, mesmo nas últimas décadas, importantes 
trabalhos são desenvolvidos por organizações não governamentais, em museus e centro de 
ciências, dentre outros. Essa possibilidade de desenvolvimento de propostas em diferentes 
espaços trouxe um grande dinamismo e propostas interdisciplinares para o campo da Educação 
Ambiental. Muitos desses trabalhos são estruturados por meio de metodologias participativas, 
interdisciplinaridade e formação crítica dos cidadãos. Além disso, os grupos que atuam nas 
áreas produzem materiais educativos variados que podem ser valiosos em diferentes espaços 
contribuindo para a formação de estudantes, mas também da população em geral. 
De acordo com o Capítulo I da Política nacional de Educação Ambiental,
Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da 
educação nacional, devendo estar presente de forma articulada em todos os 
níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. 
Dessa maneira, a Educação Ambiental, por meio de um enfoque interdisciplinar, deve ser 
promotora de espaços que criem condições para formar cidadãos reflexivos, críticos, atuantes 
e conscientes do seu papel nas ações individuais que possuem relação com aspectos globais 
do planeta. Não se trata de culpabilizar o ser humano pelos aspectos da crise ambiental que 
se relacionam ao estilo de vida e modos de produção e consumo, mas de criar uma efetiva 
participação dos educandos, construindo parcerias com outros segmentos da sociedade, no 
sentido de incorporar diferentes saberes.
Cabe destacar que, no Brasil, os educadores se articulam por meio de redes e existe uma com 
projeção nacional que é Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA). Ressaltamos também 
a importância do Grupo de Trabalho (GT 22) da Associação Nacional de Pós-Graduação e 
Pesquisa em Educação, entidade sem fins lucrativos que congrega programas de pós-graduação 
em educação, professores e estudantes vinculados a esses programas e pesquisadores da área. 
33
AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL • CAPÍTULO 2
Saiba mais
https://www.rebea.org.br/
http://www.anped.org.br/sobre-anped
http://www.anped.org.br/grupos-de-trabalho/gt22-educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental
No próximo capítulo, vamos explicar como a Educação Ambiental é desenvolvida em seus 
diferentes âmbitos de atuação.
Saiba mais
Eduardo Galeano (1940-2015) nasceu em Montevidéu, no Uruguai. Viveu exilado na Argentina e na 
Catalunha, na Espanha, desde 1973. No início de 1985, com o fim da ditadura, voltou a Montevidéu. 
Galeano comete, sem remorsos, a violação de fronteiras que separam os gêneros literários. Ao longo 
de uma obra na qual confluem narração e ensaio, poesia e crônica, seus livros recolhem as vozes da 
alma e da rua e oferecem uma síntese da realidade e sua memória. 
Recebeu o prêmio José María Arguedas, outorgado pela Casa de las Américas de Cuba, a medalha 
mexicana do Bicentenário da Independência, o American Book Award da Universidade de 
Washington, os prêmios italianos Mare Nostrum, Pellegrino Artusi e Grinzane Cavour, o prêmio 
Dagerman da Suécia, a medalha de ouro do Círculo de Bellas Artes de Madri e o Vázquez Montalbán 
do Fútbol Club Barcelona. Foi eleito o primeiro Cidadão Ilustre dos países do Mercosul e foi o primeiro 
escritor agraciado com o prêmio Aloa, criado por editores dinamarqueses, e também o primeiro a receber o Cultural 
Freedom Prize, outorgado pela Lannan Foundation dos Estados Unidos. Seus livros foram traduzidos para muitas línguas.
Fonte: EditoraL&PM
https://www.lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848&SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_
autor.asp&AutorID=39

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