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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues OBJETIVOS 1. Rever a anatomia e fisiologia do pâncreas 2. Descrever as classificações da diabetes mellitus 3. Explicar a fisiopatologia e manifestações clínicas da diabetes mellitus 4. Discutir o tratamento medicamentoso e não medicamentoso da diabetes mellitus Pâncreas TIPO CELULAR SECRETA/LOCALIZAÇÃO FUNÇÃO Células alfa ou A (Cerca de 17% das ilhotas pancreáticas) Glucagon; Borda externa da ilhota (periferia) Estimula a glicogenólise hepática e promove a hiperglicemia; Aumenta a lipólise (aumenta a [] sanguínea de ácidos graxos e de cetoácidos) Células beta ou B (Cerca de 70% das células das ilhotas pancreáticas) Insulina; Parte central da ilhota Reduz o nível sanguíneo de glicose Estimula a deposição de gordura e inibe a lipólise e a formação de cetoácidos Células delta ou D (Cerca de 7% das ilhotas pancreáticas) Somatostatina Difusa Atua de maneira parácrina para inibir a liberação de insulina, glucagon; Retardar a absorção de nutrientes do sistema digestório - gastrina; Inibe a secreção de GH Células Fou PP (Restante das células) Polipeptídeo pancreático Inibe a secreção de somatostatina, a contração da vesícula biliar e a secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas Hormônio que estimula as células principais gástricas e inibe a motilidade intestinal; Células D1 Polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP) Hormônio que induz a glicogenólise e a hiperglicemia; Estimula a secreção de fluido gastrointestinal e causa diarreia secretória. Células enterocromafinas Serotonina e são a fonte dos tumores pancreáticos que causam a síndrome carcinoide. São a fonte dos tumores pancreáticos que causam a síndrome carcinoide. ANATOMIA O pâncreas é um órgão retroperitoneal, localizado na região posterior do abdome entre a curvatura do duodeno (primeira parte do intestino delgado) e o baço. É dividido em cabeça, corpo e cauda. Aproximadamente 99% das células exócrinas do pâncreas estão distribuídas em grupos chamados ácinos. Os ácinos produzem enzimas que fluem para o sistema digestório por uma rede de ductos. Espalhados entre os ácinos exócrinos existem 1 a 2 milhões de minúsculos grupos de tecido endócrino, chamados de ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Langerhans. Capilares abundantes irrigam tanto a parte endócrina quanto a exócrina do pâncreas. HISTOLOGIA O pâncreas endócrino é constituído por aglomerados de células presentes, principalmente, nas ilhotas de Langerhans, mas também, embora em menor número, na porção exócrina do órgão. Existem aproximadamente um milhão de ilhotas, de diferentes tamanhos, as quais contêm quatro tipos principais de célula e dois menores (células D1 e células enterocromafinas). @anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues Os quatro tipos principais são as células β, α, δ e PP (polipeptídeo pancreático). Eles podem ser diferenciados por características ultraestruturais de seus grânulos e por seu conteúdo hormonal. OBS.: Células épsilon (∊) constituem menos de 1% das células das ilhotas e produzem grelina (“hormônio da fome”), peptídeo que estimula o apetite em resposta ao jejum e que é produzido também pelas células epiteliais gástricas. FISIOLOGIA O pâncreas é uma glândula mista, pois apresenta uma parte endócrina (Sistema endócrino) e exócrina (Sistema digestório). A parte exócrina é importante para função digestiva e a endócrina para função metabólica. O glucagon é um hormônio que atua no fígado para quebrar o glicogênio e estimular a gliconeogênese a partir de aminoácido. Isso resulta em um aumento na concentração da glicose sanguínea que se encontrava abaixo do normal. Também atua no tecido adiposo estimulando a lipolise e a liberação de ácido graxos. − Função: aumentar os níveis circulantes de glicose, ácidos graxos e cetoácido (derivados do metabolismo dos ácidos graxos) A insulina estimula o transporte de glicose (aminoácido) para dentro das células, onde ela é armazenada na forma de glicogênio, especialmente no fígado e no músculo. Isso promove a redução do nível de glicose circulante que estava elevada. Também estimula a síntese de tecido adiposo e inibe a lipólise. − Função: diminuir os níveis sanguíneos de glicose, ácidos graxos e cetoácido (derivados do metabolismo dos ácidos graxos) A somatostatina inibi a liberação de várias secreções exócrinas e endócrinas do trato gastrointestinal e do pâncreas, além de inibir a liberação de GH. A somatostatina atua de maneira parácrina para inibir a liberação tanto de insulina quanto de glucagon. Além disso, pode funcionar como hormônio circulante para retardar a absorção de nutrientes do sistema digestório. O polipeptídio pancreático inibe a secreção de somatostatina, a contração da vesícula biliar e a secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas. − Controle da secreção: refeições contendo proteína, jejum, exercícios físicos e hipoglicemia aguda estimulam a secreção; a somatostatina e o nível sanguíneo elevado de glicose inibem a secreção. CONTROLE DA SECREÇÃO DE GLUCAGON E INSULINA O nível de glicose sanguínea controla a secreção de glucagon e insulina via feedback negativo. Embora o nível sanguíneo de glicose seja o regulador mais importante da insulina e do glucagon, diversos hormônios e neurotransmissores também regulam a liberação desses dois hormônios. Além das respostas ao nível sanguíneo de glicose, o glucagon estimula a liberação de insulina de maneira direta; a insulina exerce o efeito oposto, suprimindo a secreção de glucagon. Resumindo, o nível sanguíneo baixo de glicose estimula a liberação de glucagon; o nível sanguíneo elevado de glicose estimula a secreção de insulina. Conforme o nível de glicose no sangue vai declinando e menos insulina é secretada, as células α do pâncreas são liberadas do efeito inibitório da insulina de forma que possam secretar mais glucagon. Indiretamente, o hormônio GH e o ACTH estimulam a secreção de insulina atuando para elevar a glicose sanguínea. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE INSULINA Fatores que aumentam a secreção de insulina Fatores que diminuem a secreção de insulina ↑Nível de glicemia ↑Aminoácidos (arginina, lisina, leucina) ↑Ácidos graxos Glucagon ACh ↓Nível de glicemia Somatostatina Norepinefrina, epinefrina @anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues A secreção de insulina também é estimulada por: − O aumento do nível de glicemia estimula a secreção de insulina; − Acetilcolina, um neurotransmissor liberado pelos terminais axônicos das fibras parassimpáticas do nervo vago que inervam as ilhotas pancreáticas; − Digestão e a absorção de alimentos contendo tanto carboidratos quanto proteínas são um forte estímulo à liberação de insulina. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE GLUCAGON Fatores que aumentam a secreção de glucagon Fatores que diminuem a secreção de glucagon ↓Nível de glicemia ↑Aminoácidos (particularmente arginina) CCK (alerta as células alfa sobre uma refeição proteica) Norepinefrina, epinefrina ACh ↑Nível de glicemia Insulina Somatostatina Ácidos graxos, cetoácidos A secreção do glucagon é estimulada por: − O principal fator que regula a secreção de glucagon é o nível de glicemia. A diminuição do nível de glicemia estimula a secreção de glucagon; − O aumento de aminoácidos no sangue estimula a secreção de glucagon, o que previne a hipoglicemia causada pela insulina sem oposição em resposta a refeições com altos índices de proteínas; − Atividade mais intensa da parte simpática do SNA, como acontece durante o exercício.
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