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DIABETES MELLITUS

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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
DIABETES MELLITUS 
INTRODUÇÃO 
O diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio 
metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, 
decorrente de deficiência na produção de insulina ou na 
sua ação, ou em ambos os mecanismos. 
A hiperglicemia persistente está associada a complicações 
crônicas micro e macrovasculares, aumento de morbidade, 
redução da qualidade de vida e elevação da taxa de 
mortalidade. 
Os fatores causais dos principais tipos de DM – genéticos, 
biológicos e ambientais – ainda não são completamente 
conhecidos, mas, além do fator genético, destaca-se a 
alimentação inadequada e inatividade física 
(sedentarismo). 
FATORES DE RISCO 
− Idade 
− Histórico familiar 
− Obesidade 
− Estresses agudos 
CLASSIFICAÇÃO 
A maioria dos casos de DM é representada pelo DM tipo 
1 e pelo DM tipo 2. 
O DM tipo 1 constitui, em mais de 90% dos casos, doença 
autoimune caracterizada por deficiência absoluta de 
insulina por destruição das células β das ilhotas 
pancreáticas; é o subtipo mais comum abaixo dos 20 anos. 
− DM dependente de insulina, no qual a insulina 
está ausente ou quase ausente nas ilhotas 
pancreáticas por causa da destruição das ilhotas 
pelo sistema imunológico do corpo (doença 
autoimune), exigindo a administração de insulina 
exógena 
O DM tipo 2 resulta da combinação de resistência 
periférica à insulina com resposta secretória inadequada 
das células β; representa a maioria dos casos de DM. 
Embora o DM tipo 2 tenha sido referido no passado como 
DM do adulto, sua prevalência em crianças e adolescentes 
tem aumentado de forma alarmante nos últimos anos, 
devido a maus hábitos alimentares (obesidade). 
− DM não dependente de insulina, no qual a insulina 
está presente no plasma em níveis normais ou 
acima do normal, mas as células-alvo são 
hiporresponsivas à insulina. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Os sinais e sintomas característicos que levantam a 
suspeita de diabetes são os “quatro P’s”: 
 
Embora possam estar presentes no DM tipo 2, esses sinais 
são mais agudos no tipo 1, podendo progredir para cetose, 
desidratação e acidose metabólica, especialmente na 
presença de estresse agudo. 
Sintomas mais vagos também podem estar presentes, 
como prurido, visão turva e fadiga. No DM tipo 2, o início 
é insidioso e muitas vezes a pessoa não apresenta 
sintomas. Frequentemente, a suspeita da doença é feita 
pela presença de uma complicação tardia, como 
proteinuria, retinopatia, neuropatia periférica, doença 
arteriosclerótica ou então por infecções de repetição. 
COMPLICAÇÕES 
As complicações vasculares são responsáveis por 
aproximadamente 80% de todas as mortes relacionadas ao 
DM, e podem incluir: 
− Retinopatia: microaneurismas vasculares e 
hemorragias nos vasos que suprem a retina 
− Derrame isquêmico: trombose cerebrovascular, 
muitas vezes a partir de placas que se rompem na 
carótida ou nos vasos do encéfalo 
− Infarto do miocárdio: oclusão dos ramos arteriais 
coronários que suprem o coração 
− Doença renal: glomeruloesclerose dos vasos dos 
glomérulos renais 
− Aterosclerose: formação de placa na aorta e em 
seus ramos principais 
As complicações tardias da doença afetam rins, olhos, 
nervos, coração e vasos sanguíneos, aparecendo tanto na 
DM tipo 1 quanto na DM tipo 2. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico baseia-se nos critérios: 
COMPONENTE NÍVEL 
Glicemia em jejum 
Pré-diabetes: 100 - 126mg/dL 
Diabetes: ≥ 126 
Glicose ao 
acaso/aleatória 
≥ 200 mg/dL 
Hemoglobina glicada 
(HbA1c) 
Pré-diabetes: 5,7 - 6,5% 
Diabetes: ≥ 6,5% 
Teste oral de 
tolerância à glicose 
(TOTG) 
Pré-diabetes: 140 – 200 mg/dL 
Diabetes: ≥ 200 mg/dL 
Poliúria
Micção 
excessiva
Polidipsia
Excesso de 
sede
Polifagia
Alimentação 
excessiva
Perda de 
peso 
Inexplicada
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
Avalia a glicose 2 
horas após uma 
recarga de 
carboidrato/glicose 
(pouca reatividade - 
varia muito) 
Exame de urina 
(não é parâmetro de 
diagnóstico) 
Glicosúria: 160 - 180 mg/dL 
Cetonúria 
*Sem sintomas, mas exame alterado → repete o exame, 
caso o resultado for de hiperglicemia confirma o 
diagnóstico. 
*Pacientes com sintomas clássicos de hiperglicemia, tais 
como poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento, 
devem ser submetidos à dosagem de glicemia ao acaso e 
independente do jejum, não havendo necessidade de 
confirmação por meio de segunda dosagem caso se 
verifique glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL. 
TOTG 
Permite avaliação da glicemia após sobrecarga de 
carboidrato/glicose, que pode ser a única alteração 
detectável no início do DM, refletindo a perda de primeira 
fase da secreção de insulina: 
1. Antes da ingestão de 75 g de glicose dissolvida, 
coleta-se uma amostra de sangue em jejum para 
determinação da glicemia; 
2. Coleta-se outra, então, após 2 horas da sobrecarga 
oral. 
Índice HOMA 
É uma medida que aparece no resultado do exame de 
sangue que serve para avaliar a resistência à insulina e 
atividade do pâncreas e, assim, auxilia no diagnóstico da 
diabetes. 
Se baseia na relação entre produção hepática de glicose e 
produção de insulina pelas células beta para a manutenção 
da homeostase glicêmica no estado de jejum. 
É feito com base nas dosagens de insulina e glicose de 
jejum. Esse índice apresenta boa correlação com os 
exames considerados padrão-ouro para tal finalidade, 
como o clamp hiperinsulinêmico. 
DIABETES GESTACIONAL 
Valor de corte da glicemia em jejum durante a gestação 
difere: < 92 mg/dL em qualquer fase da gestação; 
No primeiro trimestre da gestação, idealmente na primeira 
consulta de pré-natal: investigar DM preexistente por meio 
dos exames habituais; 
Entre 24 e 28 semanas de gestação: TOTG com 75 g de 
glicose após jejum calórico mínimo de 8 horas, com coleta 
de glicose em jejum, 1 e 2 horas após sobrecarga: 
 
PLANO TERAPÊUTICO 
Objetivo: controle metabólico, diminuindo, assim, os 
riscos de complicações micro e macrovasculares. 
Monitoramento 
− Hemoglobina glicada (HbA1c); 
− Glicemias capilares diárias (que permitem o 
cálculo da glicemia média estimada), o desvio-
padrão da média da glicemia (que ilustra a 
variabilidade glicêmica) e o tempo no alvo, isto é, 
aquele em que o paciente esteve dentro da faixa 
recomendada de glicemia. 
TRATAMENTO 
Pode ser dividido em dois: tratamento não farmacológico 
e tratamento farmacológico 
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 
• Atividade física e controle de peso corporal 
• Terapia nutricional individualizada e dieta 
prescrita 
• Método de contagem de carboidrato 
• Educação em saúde 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
Uso de agentes antidiabéticos orais, os quais são 
medicamentos que reduzem a glicemia, com o intuito de 
mantê-la em níveis normais (em jejum < 100 mg/dL e pós-
prandial < 140 mg/dL). 
• Metformina 
• Glibenclamida 
• Amenopenicilinas 
• Estreptomicina 
• Ciprofloxacina 
• Insulina 
A escolha desse medicamento baseia-se nos seguintes 
aspectos: 
− Mecanismos de resistência à insulina (RI), 
− Falência progressiva da célula beta, 
− Múltiplos transtornos metabólicos (disglicemia, 
dislipidemia e inflamação vascular) 
− Repercussões micro e macrovasculares que 
acompanham a história natural do DM2 
BIGUANIDA 
Exemplo: Metformina. 
Diminui a produção hepática de glicose, aumentando a 
sensibilidade do fígado à insulina e a captação de glicose 
no músculo, sem efeito direto nas células β pancreáticas. 
Esse medicamento tem a vantagem, sobre as 
sulfonilureias, de reduzir igualmente a HbA1c, sem os 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
riscos de hipoglicemia, e de contribuir para a diminuição 
do peso ou, pelo menos, para a sua manutenção. Além 
disso, favorece a redução dos níveis de LDL e de 
triglicérides e contribui para a normalização das alterações 
ovulatórias em meninas com Síndrome dos Ovários 
Policísticos (SOP). A metformina também apresentaefeitos favoráveis modestos no peso, na composição 
corporal e na homeostase glicêmica 
Preferível nos obesos, dislipidemico com resistência à 
insulina predominante à disfunção das células beta 
pancreáticas. 
Efeito adverso: sintomas gastrointestinais (diarreia, 
náusea, desconforto abdominal) e deficiência de vitamina 
B12. 
Contra-Indicação: gravidez, insuficiências (renal, hepática 
e cardíaca), DPOC, acidose grave e alcoolismo crônico. 
SULFONILUREIA 
Exemplos: Clorpropamida, Glibenclamida e Gliclazida 
Estimulam diretamente a secreção basal de insulina pelas 
células beta-pancreáticas, pelo bloqueio dos canais de 
potássio. Necessitam de células beta funcionantes para sua 
ação, portanto paciente com DM1 não pode ser prescrito 
esse medicamento. 
Drogas preferidas em pacientes não obesos, não 
dislipidêmico, onde predominam as disfunções das células 
beta à resistência periférica à insulina. 
Efeito adverso: hipoglicemia, ganho ponderal e 
hiponatremia 
Contraindicações: gravidez, insuficiência renal ou 
hepática 
GLITAZONA 
Exemplos: Rosiglitazona e Pioglitazona 
Aumento da sensibilidade à insulina em músculo, 
adipócito e hepatócito (sensibilizadores periféricos de 
insulina). 
Pouca atuação no bloqueio da gliconeogênese. 
Ação parecida com a Metformina, porém apresenta uma 
ação periférica melhor. Essa ação se deve ao aumento da 
expressão dos receptores GLUT4. 
Efeito adverso: anemia, aumento de peso, edema, 
insuficiência cardíaca e fraturas. 
Contraindicação: Insuficiência cardíaca classes III e IV, 
Insuficiência hepática e Gravidez 
INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDASE 
Exemplos: Acarbose, miglitol, voglibose. 
Inibem ação das enzimas digestivas do tipo alfa-
glicosidases presentes na borda em escova do enterócitos, 
que clivam polissacarídeos em monossacarídeos. Ou seja, 
retardo da absorção de carboidratos com isso lentifica a 
absorção intestinal de glicose, reduzindo a glicemia pós-
prandial. 
Indicado nos casos de glicemias levemente alteradas. 
Efeito adverso: meteorismo intestinal, flatulência, diarreia 
e desconforto abdominal. (fermentação dos carboidratos 
não digeridos). 
Contraindicação: gravidez 
METIGLINIDA 
Exemplos: Repaglinida, Nateglinida. 
Aumento da secreção de insulina, mecanismo semelhante 
ao das sulfonilureias, porém em receptores diferentes. 
Controle da glicemia pós-prandial – meia-vida curta. 
Efeitos adversos: Hipoglicemia e ganho ponderal discreto 
Contraindicação: gravidez 
INCRETINOMIMÉTICOS 
(medicamentos caros) 
Exemplos: Exenatida, sitagliptina, vildagliptina. 
Otimizam a produção de insulina pancreática ao mesmo 
tempo que inibem a liberação de glucagon. 
Inibe a apoptose da célula beta pancreática e auxilia na 
perda de peso. 
DM2 sofre com a perda do pâncreas por conta da exaustão 
da produção de insulina. Com esse medicamento 
impedindo a apoptose resulta em uma conservação do 
pâncreas. 
Principal efeito adverso: náuseas. 
INSULINOTERAPIA 
(insulina exógena) 
O uso de insulina é imprescindível no tratamento do DM1 
e deve ser instituído assim que o diagnóstico for feito. 
Na prática, a reposição insulínica é feita com: 
− Uma insulina basal (cuja função é evitar a lipólise 
e a liberação hepática de glicose no período 
interalimentar) 
− Uma insulina durante as refeições 
− Doses de insulina necessárias para corrigir 
hiperglicemias pré-prandiais ou de período 
interalimentar. 
Também pode ser utilizada na DM2, porém só vai ser 
utilizada quando os medicamentos orais não tem mais 
resultados. 
O tratamento intensivo pode ser realizado por uma das 
seguintes opções:
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
TIPO 
INICIO 
DA 
AÇÃO 
PICO DURAÇÃO HORÁRIO PARA INJEÇÃO 
BOLUS 
Ultrarrápida 
(Análogos 
Ultrarrápidos) 
 
Apidra® (Glulisina) 
Humalog® (Lispro) 
NovoRapid® 
(Asparte) 
10-15 
minutos 
1 -2 
horas 
3 – 5 horas 
Utilizada junto às refeições. Deve ser injetada 
imediatamente antes das refeições. 
 
 
Rápida (Insulina 
Humana Regular) 
Humulin® 
Novolin® 
30 
minutos 
 
2-3 
horas 
 
6 horas e 30 
minutos 
 
Utilizada junto às refeições ao dia. Deve ser injetada 
entre 30 e 45 minutos antes do início das refeições 
BASAL 
Ação intermediária 
(NPH – humana) 
Humulin® N 
Novolin® N 
1 – 3 
horas 
5 – 8 
horas 
Até 18 horas 
Frequentemente, a aplicação começa uma vez ao dia, 
antes de dormir. Pode ser indicada uma ou duas vezes 
ao dia. Não é específica para refeições. 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
Longa duração 
(Análogos lentos) 
Lantus® (Glargina) 
Levemir® (Detemir) 
Tresiba® 
(Degludeca) 
 
90 
minutos 
 
Sem 
pico 
Lantus: até 
24 horas 
Levemir: de 
16 a 24 
horas 
Degludeca: 
> 24h 
 
Frequentemente, a aplicação começa uma vez ao dia, 
antes de dormir. Levemir pode ser indicada uma ou 
duas vezes ao dia. Tresiba é utilizada sempre uma vez 
ao dia, podendo variar o horário de aplicação. Não é 
específica para refeições. 
*As insulinas exógenas se diferenciam em relação a meia-vidas, podendo ser curta ou de longa

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