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ENDOCRINOLOGIA DIABETES MELLITUS DEFINIÇÃO METABOLISMO NORMAL Em resumo, no estado pós-prandial o anabolismo predomina (glicogenogênese, lipogênese e síntese proteica). A absorção intestinal de nutrientes eleva os níveis de glicose, e portanto, estimula a liberação de insulina. METABOLISMO DIABETES Devido à falta de insulina (total ou parcial), o organismo funciona constantemente como o estado de jejum, mesmo quando o paciente esta em período pós-prandial. Portanto, o catabolismo e a glicogênese são estimulados intermitentemente. O surgimento da hiperglicemia crônica é explicada devido ao fato da utilização periférica dos ácidos graxos predominar em relação a glicose . DIABETES é uma doença do metabolismo intermediário, caracterizada pela hiperglicemia crônica, ocasionado por um deficit de insulina (total ou parcial) e/ou resistência à insulina, que pode ocasionar lesões em órgãos alvo/ complicações a longo prazo. INSULINA é um peptídeo produzido a partir da pro insulina. Ela é liberada a partir do aumento dos níveis séricos de glicose. GLUCAGON é um hormonio peptídico produzido a partir das celulas alfa das ilhotas. Ele é estimulado a partir da redução dos níveis séricos de glicose. Alem disto, é fonte de energia dos neurônios. ESTADO DE JEJUM: 1. Catabolismo 2. Utilizacao de acidos graxos como principal substrato energético Em resumo, no estado interprandial o catabolismo predomina (glicogenólise, lipólise e proteólise) e ocorre uma inibição da liberação de insulina. ESTADO POS PRANDIAL 1.Anabolismo 2. Utilização da glicose como principal substrato energético INTRODUÇÃO DIABETES TIPO 1 DIABETES TIPO 2 Os fatores que justificam a hiperglicemia são a resistência insulina e o deficit secretório das células beta. O hipoinsulinismo é relativo, pois a insulina estando normal ou alta vai ser sempre insuficiente para controlar a glicemia. A resistência a insulina surge primeiro, fazendo com que a celula beta trabalhe em excesso ate atingir uma exaustão secretória. 80-90% dos casos de DM. Surge após os 40 anos e a maioria dos pacientes são obesos ( esta aumentando entre os jovens devido ao aumento da obesidade). O tratamento precoce influencia o prognostico, portanto ha uma necessidade de diagnostico precoce ( período pré clinico é assintomático ou oligossintomático). Os fatores que justificam a hiperglicemia são a destruição primaria das células beta e hipoinsulinismo absoluto. É uma doença autoimune (90%) ou idiopática (4-7%). Ocorre predominantemente em pacientes jovens nao obesos (crianças e adolescentes), e por predisposição genética. Deficiência absoluta de insulina. A incidência da DM1é bimodal, apresenta um pico entre os 4-6 anos e outro 10-14 anos. ETIOPATOGENIA: Interacao entre fatores genéticos e ambientais. Acredita-se que infecções virais e/ou exposição a antígenos (desconhecidos) possam desencadear o processo de insulite. Alguns autoanticorpos humorais são encontrados em exames de sangue para diagnóstico (os marcadores aparecem antes da expressão clinica da doença), como os marcadores: ICA, IAA, anti-GAD e anti-IA-2. QUADRO CLINICO: Sintomas clássicos: 1.Poliuria (perda de glicose na urina) 2. Polidipsia (sede excessiva) 3.Polifagia 4.Perda Ponderal 5. Astenia Isabela Andrade ETIOPATOGENIA: Fatores genéticos e ambientais -> resistencia a insulina -> Hiperinsulinemia e tolerancia normal a glicose -> hiperinsulinemia e tolerancia diminuida a glicose ->falencia de células B -> Diabetes FATORES DE RISCO: Idade > 45 Obesidade Sedentarismo Parente de 1º grau acometido Etnia (negros, indio americano, latinos) Historia de DMG Neonato >4kg (macrossomia fetal) Estados pré-diabeticos HAS HDL<35mg/dl Triglicerideos > 250 mg/dl SOP Acantose nigricans ( lesão cutânea hiperpigmentado) Historia de doenca cardiovascular QUADRO CLÍNICO: Sintomas inespecíficos, muitos passam anos assintomáticos e so reconhecem a doença quando lesões de órgão-alvo ja estão presentes. Atraso de 4-7 anos no diagnostico (média). EXAME FÍSICO: Aumento da circunferência abdominal (> 102 em homens e > 88 em mulheres) Aumento da gordura visceral Acantose nigricans (princ. nas regiões de dobras) Acrocordons (princ. na região do pescoço e colo) FISIOPATOLOGIA: Octeto de Fronzo CRITERIOS DIAGNOSTICOS DE DM Hemoglobina Glicada ≥ 6,5% OU Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl OU Glicemia 2h após TOTG-75 ≥ 200mg/dl OU Glicemia aleatória ≥ 200 mg/dl + sintomas de hiperglicemia (´polis`) ESTADOS PRE-DIABETICOS Glicemia de Jejum alterada = 100-125 mg/dl Intolerância a glicose (Glicemia 2h após TOTG-75) 140-199 mg/dl Hemoglobina Glicada 5,7-6,4% DIFERENÇA ENTRE DM1 E DM2 LADA DIABETES MELLITUS GESTACIONAL RASTREIO POPULACIONAL 1.Sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2) + pelo menos um dos fatores de risco de DM2 2. Na ausência do criterio 1, qualquer adulto> 45 anos DM1: Inicio agudo, idade < 45, ausência de obesidade, cetoacidose diabética e necessidade de insulina para controle dos sintomas. Emergencia clinica: cetoacidose diabética DM2: Idade > 45, obesidade, e não ocorrência de cetoacidose na ausência de reposição de insulina. Emergencia clinica: Estado hiperosmolar. *Nenhum critério clinico é absoluto para a diferenciação entre os 2 principais tipos de DM. Diabetes autoimune, porem a velocidade de destruicao das células B é mais lenta que na DM1. 30-50 anos. Menos frequente (erro diagnostico, aprox. 10% dos pacientes diagnosticados como DM2 possuem LADA). Nao é associado com a obesidade. Não tem necessidade da utilização de insulina nos primeiros 6-12 meses (por ser mais lento). CRITERIOS DIAGNOSTICOS: Idade diagnostica 25-65 Ausencia de cetoacidose diabetica ou hiperglicemia acentuada sintomatica no diagnostico Presença de autoanticorpos, principalmente o anti-GAD Diabetes que se desenvolve durante a gravidez. A placenta produz hormônios hiperglicemiantes e enzimas placentárias que diminuem o poder de ação da insulina, portanto, maiores níveis séricos de glicemia. Surge aprox. a partir da metade do 2 trimestre (após a 20ª semana). Geralmente é associada a complicações fetais como macrossomia, hipoglicemia neonatal e mortalidade perinatal. *Hormônios produzidos naturalmente pela placenta, como estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica. TRATAMENTO DM 1 Insulina FATORES DE RISCO AVANÇADO: Idade > 35 Sobrepeso, obesidade ou ganho de peso durante a gravidez Historia familiar de DM em parentes de 1º grau Crescimento fetal excessivo, polidramnio,HAS ou pre eclampsia Antecedentes obstétricos SOP Gestacao gemelar (princ. diamniótica) QUADRO CLINICO Poliuria Polidipsia Polifagia Perda Ponderal O objetivo do tratamento com reposição exógena de insulina reduz a mortalidade e morbidade dos paciente com diabetes tipo 1. Sem o tratamento a maioria desses pacientes acabam falecendo em cetoacidose diabética, porem um subgrupo pode sobreviver anos sem a insulina por apresentar uma forma mais branda. Pacientes que seguem tratamento intensivo com insulina tem redução das complicações crônicas microvasculares (retinopatia, nefropatia e neuropatia). PRIMEIRA CONSULTA E FOLLOW UP: - Medir peso, HbA1c a cada 3 meses e PA. A medicação anti- hipertensiva deve ser introduzida se a PA > 130x80 mmHg: IECA ou BRA (se estes nao estiverem disponíveis, usa-se Bloqueadores dos canais de cálcio e diuréticos). - Fundo de olho: checar retinopatia e catarata 2 anos após o diagnostico e após isso, anualmente. - Neuropatia periférica e autonômica: Os pés devem ser examinados para neuropatia, infecções, ulceras e calos 2 anos após o diagnostico, e após isso, anualmente. - Pesquisa de proteinúria- Microalbiminúria - Lipidograma MEDIDAS TERAPÊUTICAS: Dieta Exercício físico (não deve ser realizado com hiperglicemia, idealmente deve-se realizar 1-2h após refeições) Restrição de álcool *A insulina utilizada é a Regular e a NPH (ambas tem as mesmas moléculas, porem aditivos diferentes que modificam sua ação. *TIPO 1 BEM TRATADO: 2 doses de insulina NPH, e pelo menos 3 doses deinsulina regular FARMACOCINÉTICA DAS INSULINAS: INSULINOTERAPIA NA DM1 Uso imediato e permanente Esquema "basal-boléus" e dose total diaria de insulina Metas: HbA1c < 7% x hipoglicemia GCAP varias vezes ao dia Lua de mel x Hipoglicemia "Lua de mel" do diabetico: Paciente que inicia tratamento para DM1 com insulina pode ter em algum momento picos maiores de insulina endógena, o que faz ter hipoglicemia. Deve-se reduzir a dosagem de insulina nesse momento. Dura algumas semanas. Nao se pode esperar os resultados de anticorpos para iniciar o tratamento. Se ja tem o diagnostico, deve iniciar imediatamente. SBD: O tratamento com insulina deve ser iniciado o mais rápido possível para prevenir a descompensação metabólica e cetoacidose diabética. CASO CLINICO: Paciente sintomático, com glicemia muito elevada e cetoacidose: hospitalizar, hidratação venosa, melhorar as condições hemodinamicas + insulina regular 2/2h até GC < 198 mg/dl e então 4/4h. Depois que o paciente começar a urinar deve fazer potássio. Quando o paciente sair da situação grave: - Dose: 0,5 a 0,75 U/kg/dia (DDT-Dose Diaria Total), distribuida conforme o regime basal-bolus: Começar com o,5 e calcular a quantidade total que a criança vai precisar para equilibrar seu diabetes. Ex: Criança com 30 kg, a dose diária total é 15U. Deve-se distribuir essas 15U entre a insulina NPH em 2 aplicações e a insulina regular em 3 aplicações. - Esquema Intensivo Clássico: 2/3 da DDT como NPH humana (basal) em 2 aplicações (70% antes do desjejum e 30% antes de dormir 21h) + 1/3 como Regular humana (bolus), dividir a dose em 3 aplicações, 30 min antes do desjejum, do almoço e do jantar. Essas doses devem ser ajustadas pelos níveis de GC pós-prandiais (2h após a refeição). Dessa maneira é possivel manter a glicose em niveis minimamente normais nas 24h do dia. Esse esquema basal-bolus tenta mimetizar o funcionamento do pâncreas. - EX: uma dose total de15 UI é dividida em NPH: 10U: 7U antes do desjejum e 3U antes de dormir Regular: 5U: 1,6U antes de cada refeição SBD - Sistema Basal-Bolus: O meio de administração mais fisiológico de insulina e que mais simula o padrão de secreção de insulina pela ilhota pancreática alem de possibilitar maior flexibilidade na administração de insulina e reduzir a variabilidade glicêmica quando utilizada corretamente. Esquema 2 aplicações: Neste esquema, recomenda-se fazer 2/3 da dose diária na primeira tomada (manhã) e 1/3 na segunda tomada (noite). A proporção NPH/Regular deve ser de 70%/ 30% na primeira tomada e 50%/50% na segunda tomada. Por exemplo, uma dose total de 30 U/dia pode ser dividida da seguinte maneira: 20 U (cafe da manha) + 10 U (jantar). As 20 U da manha sao divididas em 14 de NPH e 7 de Regular; as 10 U da noite sao separadas em 5 de NPH e 5 de Regular. TRATAMENTO DM 2 Como e onde aplicar a insulina? No tecido celular subcutâneo. A agulha é pequena para nao atingir omusculo e nao ser absorvida tao rapidamente. Ela é aplicada na barriga, coxa e braço em um angulo de 90º ou 45º. !!! 1 seringa de insulina clássica tem 1ml e possui 100U, ou seja, 100U por ml !!! SBD: A comparação da insulina NPH, em esquema de múltiplas doses, com a insulina Glargina em pacientes de 5-16 anos revelou que os que são tratados com insulina glargina apresentaram menor glicemia em jejum, e com a mesma HbA1c. Uma injeção de insulina mais intermediaria não da conta de atuar durante o dia inteiro, devido as hiperglicemias pós pranteais e pelas vezes que a criança quer comer algo a mais. Tentaram insulina inalatória, mas foi retirada do mercado. Insulina inalavel- lançamento atual: AFREZZA A terapêutica da DM1compõe-se de: insulina, monitorização ( 6 pontos: 3 pre pranteais e 3 pós prandiais) e educação (alimentação, atividade física e orientação para a família). O paciente com DM 2 frequentemente esta associado com fatores de risco, portanto, faz parte do tratamento o controle dos fatores de risco e dos sintomas. A insulina na DM 2 tem maior indicacao na falencia da terapia oral. Neste caso, devemos adicionar uma dose de insulina NPH ou uma insulina de ação prolongada (glargina ou detemir) à terapia oral prévia. DIETA E EXERCICIO FISICO TRATAMENTO DA OBESIDADE TERAPIA FARMACOLOGICA Os antidiabeticos sao classificados em 5 classes. Os antidiabéticos orais formam a base da terapeutica medicamentosa da DM 2. METFORMINA (Glifage): 1.000 - 2.550 mg VO/dia, em 2 tomadas + VITAMINA D Por nao estimular a secrecao de insulina associado ainda a um pequeno efeito anorexígeno, a metformina nao esta relacionada ao aumento de peso e pode inclusive contribuir para a redução. Deve ocorrer metformin + modificacoes de estilo de vida (dieta e exercício). INSULINOTERAPIA DM 2 - INDICAÇÕES 1.Falencia terapêutica aos antidiabéticos orais, mesmo quando em terapia combinada; 2. Hiperglicemia > 300 mg/dl; 3. Emagrecimento progressivo atribuido ao DM; 4. Durante a gestação, quando os antidiabeticos orais são contraindicados; 5. Em situações de estresse agudo (cirurgia, AVE, infecções graves etc). MEDICAMENTOS: Agentes que aumentam a secreção de insulina: Sulfoniureias: Glicazida 40 a 320 mg e Glimeperida 1 a 8mg. Agentes que não aumentam a secreção de insulina: Acarbose (cara e ninguém prescreve), Metformina (biguanida) (+ usada), Pioglitazona (cara e não tem no SUS). Agentes que aumentam a secreção de insulina dependente de glicose e diminuem a secreção de glucagon: Inibidores de DPP-4: Gliptinas, exenatida, liraglutida, lixisenatida e dulaglutida. Agentes que promovem glicosúria: Inibidores de SGLT2 (forxiga é o + comum) impedem a reabsorção de glicose pela inibicao das proteinas SGLT2 nos tubulos proximais dos rins. Não devem ser indicados em caso de insuficiência renal moderada ou grave. *No diabetico: a atividade da enzima DPP4 é maior e a producao de GLP1 é menor. Então o diabético tem esse duplo prejuízo, o GLP1 é menor, ou seja, produz pouca insulina e tem pouca inibição de glucagon. Destaque dos inibidores da DPP4: Linagliptina. COMPLICACOES CRÔNICAS Glicosilação não enzimática irreversível de fatores proteicos plasmáticos teciduais que se ligam ao colágeno dos vasos contribuindo para lesão endotelial, levando a fragilidade capilar e a obstrução, pela formação de microtrombos. Aldose redutase (neuropatia diabética), é uma enzima que converte glicose em sorbitol e o acumulo de sorbitol leva ao aumento da osmolaridade celular (edema) e depleção do mioinositol celular (metabolismo e função). Espessamento da membrana basal capilar Proliferação endotelial Aumento dos níveis de diacilglicerol Complicações microvasculares: Nefropatia Diabetica e Retinopatia Diabetica. Complicações macrovasculares: AVC, Doença arterial coronariana, Doença arterial periférica distal - amputações Complicações Neurológicas: Neuropatia Diabetica, Gastroparesia, Disfuncao eretil HIPOTESES: 1. 2. EFEITOS DA HIPERGLICEMIA: 1. 2. 3. RETINOPATIA DIABETICA Ocorre: DM 1 após 20 anos DM 2 logo após o diagnostico RD não proliferativa: - Microaneurismas - Exsudatos duros (material proteico e lipídico) - Hemorragias intrarretinianas em chama de vela (rotura dos vasos) - Manchas algodonosas (isquemia) - Veias em rosário (fragilidade venular) RD proliferativa: - Mais grave e ameaçadora. - Isquemia retiniana difusa e acentuada - Angiogenese descontrolada - Descolamento da retina - Hemorragia vítrea - Glaucoma agudo Maculopatia diabética: - Edema macular reversível - Múltiplos exsudatos duros em volta da fóvea Glicemia HAS Insulinoterapia Tempo de evolução do DM Nefropatia Gravidez Dislipidemia Tabagismo Obesidade Anemia Uveítes Cirurgia catarata Doença oclusiva vascular Glaucoma Miopia. Causas de perda de visão: hemorragia vitrea, descolamento de retina tracional e edema macular. FATORES DE RISCOSistêmicos: Locais: QUADRO CLÍNICO - A maioria não tem queixas visuais e pode ser assintomática mesmo na presença de lesões proliferativas ou edema de mácula clinicamente significativo. - Com a progressão podem surgir escotomas, turvação visual, distorção na imagem - Perda de visão costuma se manifestar apenas com o desenvolvimento de maculopatia ou complicações da retinopatia proliferativa (hemorragia vítrea ou pré-retiniana e descolamento de retina. TRIAGEM Exame de fundoscopia (oftalmologista) DM 1: após 5 anos de doença DM2: após o diagnostico, pois não existe precisao na determinação do inicio da doença. *Controle glicêmico e da HAS diminuem a RD. Após o 1o exame: Sem retinopatia: anualmente Com retinopatia: semestralmente TRATAMENTO RD não proliferativa: não requer tratamento. Edema de macula: Anti-VEGF intraocular + fotocoagulação a laser localizada. Hemorragias vítreas > 6 meses: vitrectomia RASTREIO ND - Medida de albumina em amostra isolada de urina (manhã ou casual) ou índice albumina- creatinina. Microalbuminuria = fase precoce da ND, recomenda triagem anual em caso positivo em todo DM1 ou após 5 anos de doença e no DM2 desde o diagnostico. - Proteinúria de 24 horas (incomodo). - Teste anormal deve ter confirmação com 2/3 amostras coletadas em intervalo de 3-6 meses. - Micro x macroalbuminúria - Avaliar TFG (CKD EPI, MDRD) *Teste anormal = confirmar 3 vezes, se 2 de 3 positivo = ND Repetir de 3 a 6 meses, pois pode da falso-positivo. FATORES QUE AUMENTAM A EXCREÇÃO DE ALBUMINA, MAS SEM LESÃO RENAL Exercícios Infecções Febre Mau controle glicêmico Proteínas em excesso Has descontrolada ICC Litíase renal DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Quando suspeitar de outra causa? - DRC precoce (<5 anos), especialmente DM1 - Início abrupto da proteinúria e rapidamente progressivo - Alterações no sedimento urinário, como cilindros temáticos, leucocitários e acantócitos - HAS refratária - Elevação da cretina na ausência de albuminuria aumentada. - Manifestações clínicas de outra doença sistêmica - Ausência de retinopatia (DM1 retinopatia geralmente precede DRD) - Redução >30% na TFG dentro de 2-3 meses após início de IECA ou BRA. OUTRAS COMPLICAÇÕES VISUAIS NO DM: - Catarata - Glaucoma: ângulo aberto (indolor) e neovascular (doloroso – neovascularização da iris). NEFROPATIA DIABÉTICA Comprometimento do glomérulo. Apresenta-se ao médico com: Proteinuria no EAS ou > 300mg na urina de 24horas Pacientes são assintomáticos, mas já possuem uma glomerulopatia avançada que leva ao estado de rins terminais em menos de sete anos. FISIOPATOLOGIA Alterações morfológicas iniciais: – Espessamento da membrana basal capilar; – Hipertrofia e hiperfiltração glomerular; – Microalbuminuria – Expansão mesangial difusa; – Glomerulosclerose; Nefropatia manifesta -> Insuficiencia renal progressiva -> rins em fase terminal (síndrome uremica) *Todos os DM1 apresentam hiperfiltração glomerular, mas 30% desenvolvem ND. Resulta da disfunção das células endoteliais induzida pela hiperglicemia levando a alterações bioquímicas na MBG, com quantidades aumentadas de colágeno tipo IV e fibronectina, diminuição de proteoglicano heparan sulfato, e produção de espécies reativas de oxigênio = deposição em excesso de proteínas da matriz extracelular nos glomérulos. Qual o tipo de lesão renal no diabético? Glomeruloesclerose diabética. - Glomeruloesclerose nodular intercapilar (lesão de Kimmelstiel-Wilson – mais específica) - Glomeruloesclerose difusa (+ comum) FATORES DE RISCO Duração do diabetes Hipercolesterolemia Mau controle glicêmico Obstrução urinária Fatores genéticos ITU repetição HAS Fármacos nefrotóxicos Tabagismo Obesidade DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DIAGNÓSTICO - Anamnese dirigida: dor, parestesias, diminuição da sensibilidade, disestesias, alodínea, disautonomia periférica, caibras, fraqueza muscular. - Escala visual de dor EXAME DO PÉ DIABÉTICO Inspeção dos pés (calo, fissura, fungo, lesão, ulcera) Sensibilidade Vibração Dor (teste palito) Temperatura (tubo de ensaio quente e frio) Reflexo (aquileu e patelar) Proeminência óssea com diapasão Como avaliar se o pé tem risco de ulceração? Faz o monofilamento + outro teste (diapasão, palito, martelo). Se houver alteração em dois desses há diagnostico de perda de sensibilidade protetora e maior risco de ulceração. Pé diabético - É a principal causa de amputação de MMII; É a integração da neuropatia + vasculopatia com ou sem infecção. *Infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associadas a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica nos membros inferiores em indivíduos com diabetes mellitus. *Se palpar o pulso pedioso do membro acometido, a principal causa da lesão não é vascular e sim neurológica. Pé de charcot: deformidades com destruição e deslocamento ósseo. TRATAMENTO: Cuidado com o pé, Terapia medicamentosa para controlar a dor neuropática ou disestesia, Tratamento sintomático com: Antidepressivos tricíclicos, Anticonvulsivantes, Inibidores da receptação da serotonina e noradrenalina, Acido alfalipoico, Creme de capsaicina, Opioides, Calçados terapêuticos de acordo com o nível da neuropatia Controle glicêmico rígido Controle da HAS (IECA e antagonista da angio II) Controle glicêmico Controle da dislipidemia (LDL<100) As formas mais comuns são: TRATAMENTO Eficaz: microalbuminuria Moderado: fase de proteinuria franca sem insuficiência renal *Os IECA estão indicados em todos pacientes diabéticos com microalbuminuria ou proteinuria, mesmo na ausência de HAS, se tosse seca irritativa ou broncoespasmo usar antagonista da angio II. NEUROPATIA DIABÉTICA Presença de sintomas e/ou sinais de disfunção dos nervos periféricos em indivíduos com diabetes mellitus, após a exclusão de outras causas. 1. - Polineuropatia sensoriomotora crônica ou polineuropatia diabética (PND) (comum). - Polineuropatia Autonômicas (PNAD) - Polineuropatia Sensorial aguda (PNSAD) (raras) - Formas focais e multifocais (menos frequentes). *A PND afeta 50% dos portadores de DM2 e em menor proporção os de DM1. A PND decorre de alterações estruturais, morfológicas e funcionais de fibras nervosas sensoriais, motoras e autonômicas, finas e mielinicas, finamente mielinizadas ou amielínicas. *A evolução da PND pode ser rapidamente reversível ou irrecuperável. FATORES DE RISCO Idade avançada Duração do DM Genética Glico/lipotoxicidade Inflamação Estresse oxidativo HAS Tabagismo Dislipidemias COMPLICAÇÕES AGUDAS Terapia inadequada ou inapropriada com insulina ou hipoglicemiantes orais; Episódios de estresse agudo: infecções graves, IAM, AVC, Tromboembolismo Pulmonar, Pancreatite Aguda; Abuso de álcool e substâncias (corticóides, tiazídicos, agentes simpaticomiméticos e antipsicóticos de segunda geração); Trauma; Desidratação intensa; As complicações Agudas do Diabetes (DM1 e DM2) são: Cetoacidose Diabética (CAD) Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar (EHH) O que pode ser considerado mais comum: (Emergências médicas) - Complicações Agudas em Pacientes com DM2: EHH, hiperglicemia, desidratação e hiperosmolalidade. - Complicações Agudas em Pacientes com DM1: CAD, acidose metabólica e produção de corpos cetônicos. FATORES DE RISCO CAD Ocorrendo a produção de acidose metabólica e corpos . O paciente não tem produção nenhuma de insulina. Pode ser a manifestação inicial do DM1 em até 30% dos adultos e em 15 a 67% das crianças e dos adolescentes afetados pela doença, assim, o paciente pode abrir o diagnóstico de DM1 já com a CAD, ou seja, não tinha conhecimento de ser portador da doença. Ou, então, o paciente já tinha o diagnóstico mas não fazia o tratamento de maneira correta (abandonou ou deixou de aplicar as injeções de insulina).Constitui a principal causa de mortalidade em crianças e adultos jovens com DM1 (cerca de 50% dos óbitos). Obs: CAD costuma ser considerada como pouco frequente no DM2, geralmente surgindo em situações de estresse intenso, tais como infecções graves, IAM, AVC, etc. A CAD é, principalmente, observada em pacientes com DM1 mas, existem casos e relatos de pacientes com DM2 que evoluíram com cetoacidose (Diabetes com tendência à cetose). DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA SILECIOSA O eletrocardiograma de repouso é recomendado para o rastreamento de doença coronariana assintomática, pelo menos anualmente, em pacientes com diabetes. TESTE REGOMÉTRICO: 1. Anormalidades no ECG de repouso; 2. Na presença de sintomas atípicos; 3. Em indivíduos que desejam iniciar atividade física de alta intensidade. *Não existe recomendação sobre a realização de teste ergométrico rotineiramente em qualquer paciente assintomático. Ecodopplercardiograma com estresse farmacológico: pode ser realizado no lugar do teste ergométrico em pacientes que tenham incapacidade física ou para pesquisa de isquemia silenciosa. (Cintilografia de perfusão miocárdica com estresse: pacientes com dor precordial, equivalente anginoso ou sintomas atípicos), incapacidade física ou contraindicações para realizar o teste ergométrico. Tomografia computadorizada com escore de cálcio da artéria coronária: detecção de aterosclerose subclínica. Não avalia diretamente a existência de isquemia. INDICAÇÃO DE AAS DIAGNÓSTICO - CAD - Glicemia acima de 250 mg/dl - Acidose: PH arterial menor que 7,3 - HCO3 sérico: baixo, menor que 18 - Presença de corpos cetônicos: marcadamente na urina ou no plasma - Osmolalidade: sempre menor que 330 - Anion Gap: aumentado EXAMES COMPLEMENTARES Além da gasometria, glicemia, corpos cetônicos, existem outros parâmetros de avaliação que são importantes para ver diagnóstico diferencial. HEMOGRAMA: O hemograma não vai dizer se o paciente tem CAD ou EHH mas ele é importante quando o paciente chega no hospital, ele vai apresentar vários sintomas específicos, vai estar desidratado, com dor abdominal, náusea, aumento da frequência respiratória, nem sempre a primeira hipótese será de uma descompensação do diabetes. Série branca: Pede-se o hemograma e às vezes pode ter uma leucocitose com desvio a esquerda. Série vermelha: Em relação a serie vermelha pode ter um aumento de hematócrito, principalmente por causa da desidratação, porque o paciente está muito desidratado. SÓDIO: Os níveis de sódio geralmente estão normais ou baixos. Níveis altos sugerem grau maior de desidratação. POTÁSSIO: Ele pode variar muito no paciente com cetoacidose, principalmente. Os níveis totais do potássio sérico encontram-se baixos; porém, durante a fase inicial da CAD, eles podem se elevar devido a deficiência de insulina, a hipertonicidade e a acidemia que favorecem a saída do íon das células. ECG: O ECG servirá para pesquisa de IAM, sobretudo nos pacientes com muitos anos de evolução de DM, em quem o IAM pode ser atípico. IAM pode ser fator desencadeante ou complicação da CAD. O ECG também é útil para acompanhar alterações de concentração sérica de potássio e sua reposição. Cultura bacteriana: Se houver suspeita de infecção, foco evidente, ou um caso de leucocitose muito marcado, maior que 25 mil, pede-se cultura também, para ver o fator desencadeante. Evolução Rápida - Questão de horas; Poliúria, polidipsia e polifagia; Visão turva, astenia, náuseas, vômitos; Dor abdominal intensa, podendo simular abdome agudo. Está relacionado à proporção da acidose, quanto mais grave, maior a dor devido a redução da perfusão mesentérica; Hálito cetônico; Respiração de Kusmaul: porque um dos mecanismos de compensação da acidose é a hiperventilação para equilibrar o pH; Desidratação marcante: pode levar à taquicardia e hipotensão (mecanismos compensatórios); Nível de consciência: varia. Pode estar alerta ou em coma. O que define o nível de consciência é a osmolaridade. Como na CAD a osmolaridade não costuma ser tão alta o paciente apresenta níveis de consciência normais; Pode ter hipotermia leve mesmo que não tenha nenhuma infecção. Cetoacidose Diabética: Há deficiência absoluta ou relativa de insulina! O processo de descompensação metabólica da CAD é mais bem compreendido do que o EHH. Fundamentalmente, o que ocorre é a redução na concentração efetiva de insulina circulante associada à liberação excessiva de hormônios contrarreguladores, entre os quais o glucagon, as catecolaminas, o cortisol e o hormônio de crescimento. A hiperglicemia é resultante de três mecanismos: Ativação da gliconeogênese, da glicogenólise e redução da utilização periférica de glicose. A combinação de deficiência de insulina com aumento de hormônios contrarreguladores provoca a liberação excessiva de ácidos graxos livres do tecido adiposo, que, no fígado, serão oxidados em corpos cetônicos (ácidos beta- hidroxibutírico e acetoacético), resultando em cetonemia e acidose metabólica. Caracteriza-se pela tríade bioquímica: hiperglicemia, cetonemia e acidose metabólica com hiato iônico (anion gap) alto. Se não houver essas três condições, pensar em outras causas. Quadro Clínico – CAD: Na CAD, pode ter leucocitose com desvio a esquerda, na ausência de infecção. Indica infecção só se o leucócito tiver acima de 25 mil. Se o laboratório ainda usa um método mais antigo, , a interferência dos corpos cetônicos podem . Creatinina pode apresentar-se mais alta, mas na realidade é só porque tem os corpos cetônicos. Pacientes na fase inicial da CAD ou EHH, se apresentarem hipercalemia acentuada, podem ter elevação do segmento ST, sugerindo IAM (mas é somente por causa do aumento do potássio). Métodos que usam nitroprussiato para a dosagem da cetonemia ou da cetonúria não mensuram o beta- hidroxibutirato (BOHB). Como o BOHB é convertido a acetoacetato durante o tratamento, os testes podem sugerir erroneamente a piora do quadro de acidose. Dependendo do método que a gente tiver utilizando, vai parecer falsamente que o paciente está piorando os corpos cetônicos, mas na verdade é a conversão do beta hidroxibutirato em acetoacetado, então, nesse caso, não se deve guiar nisso pra ver se o paciente saiu da cetoacidose ou não. Então conferir corpos cetônicos não é o critério de resolução da cetoacidose. Deve-se ver a acidose: Se a glicemia está ok, se o pH está ok e bicarbonato ok. Os corpos cetônicos podem demorar mais algumas horas para sumirem e o paciente já está com a cetoacidose resolvida. Os métodos do nitroprussiato usados tanto para cetonemia quanto para cetonúria podem apresentar resultados falso-positivos se o paciente usar algum medicamento que contenha grupo sulfidrila, como, por exemplo, o captopril. O paciente também pode ter elevação de amilase, lipase, mesmo sem pancreatite. Aumento de alanina aminotransferases também é frequente. DIAGNÓSTICO - EHH - Glicemia acima de 600 mg/dl - PH arterial normal. Acima de 7,3 - HCO3 sérico: normal, acima de 18 - Presença de corpos cetônicos: poucos - Osmolalidade: maior que 330 - Anion Gap: variável ou normal Armadilhas no diagnóstico da CAD e EHH: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Evolução insidiosa e ode ocorrer ao longo de dias ou semanas; Sintomas de descompensação: Poliúria, Polidipsia (raro em idosos) e Polifagia; Hipotensão e taquicardia; Grave hiperglicemia: mais marcante; Profunda desidratação Alterações neurológicas: desde confusão mental a convulsões e déficits neurológicos totais com hemiparesia, simulando AVC. EHH Mais comum em pacientes com DM2 (principalmente idosos com baixo acesso aos medicamentos para o diabetes). É uma consequência de um déficit relativo de insulina (é relativo pois no DM2 continua havendo produção de insulina, mas esse paciente possui resistência. Seria absoluto se não houvesse produção endógena de insulina). Esse déficit relativo de insulina pode, em último caso, levar a hiperglicemia significativa (>600mg/dl), desidratação e hiperosmolalidade. Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar: Ação ineficaz da insulina,insuficiência relativa; Aparentemente, os níveis circulantes de insulina são suficientes para prevenir a lipólise e, consequentemente, a cetogênese, mas inadequados para propiciar a utilização de glicose. A concentracao de insulina, que é inadequada para promover a utilizacao de glicose nos tecidos periféricos é, ao mesmo tempo, sufciciente para parar a lipólise acentuada e a cetogênese, como normalmente ocorre de modo intenso na CAD. Sao menores as concentrações séricas dos ácidos graxos livres e dos hormônios contrarregulatórios (cortisol, GH e glucagon). O EHH possui desidratação mais acentuada, sódio sérico com tendência a elevação durante o tratamento, glicemia mais elevada e leve acetonemia. Quadro Clínico – EHH: Obs: Em ambas as situações, na CAD e no EHH, observam-se desidratação e glicosúria de graus variáveis, diurese osmótico e perda de fluidos e eletrólitos. A taxa de mortalidade é diferente, sendo menor na CAD (entre 3,4-4,6%) e maior para EHH (cerca de 15%). Vias respiratórias pérvias. Em caso de vômitos incoercíveis, indicação de sonda nasogástrica. Correção da desidratação. O paciente com hipoglicemia, tem um déficit de água muito importante. Correção de distúrbios eletrolíticos e acidobásicos. Tirar o paciente da acidose. Tem que corrigir potássio, sódio, fósforo e cloro. Reduzir hiperglicemia (foi isso que levou o paciente à acidose) e reduzir as osmolalidades. Muito importante identificar qual foi o fator precipitante! Porque não adianta só começar insulina, só começar hidratação, se não souber a causa. Se for uma infecção, tenho que tratar essa infecção, se foi infarto, tem que tratar aquele infarto, dependendo do que foi que levou o paciente até a cetoacidose tem que tratar o que desencadeou. Sódio normal a alto: Soro a 0,45% Sódio baixo: Soro a 0,9% Tratamento: O paciente pode chegar muito grave, então o ideal que ele seja atendido na unidade semi intensiva ou unidade de terapia intensiva. Metas: Hidratação: Paciente vai ter um déficit de água muito importante, deve-se começar a repor com solução fisiológica, que vai ser escolhido dependendo da natremia (níveis séricos de sódio): Reposição de K+: Em todos os episódios de CAD e EHH, existe déficit do potássio corporal. (O déficit de potássio é intracelular, mas esse potássio está fora da célula por conta da hiperglicemia e cetoacidose). Paciente com K+ > 5,0, faz- se apenas hidratação. Insulinoterapia: É um dos pontos chaves do tratamento. Só vai começar depois que o potássio estiver acima de 3,3. COMPLICAÇÕES DA CETOACIDOSE: Estão relacionadas ao manejo errado do paciente.
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