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Endometriose e Dor pélvica crônica

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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Endometriose e Dor pélvica crônica 
Dor pélvica crônica (DPC) 
 Dor acíclica em andar inferior do abdome; 
 Duração igual ou superior a 6 meses; 
 Não causada pela gravidez; 
 Sem associação exclusiva com o coito. 
 A dor é localizada entre a pelve, a parede anterior do abdome e a coluna lombossacra ou nádegas, na altura ou abaixo 
da cicatriz umbilical, e é suficientemente intensa a ponto de impossibilitar atividades diárias e/ou de necessitar de 
tratamento médico. 
 A inclusão nessa definição de quadros de dor cíclica e dor desencadeada pelo coito é controversa, porém defendida 
por alguns autores. 
 Podem-se considerar três principais formas de apresentação dessa síndrome: dismenorreia, dispareunia ou dor 
acíclica; a última não guarda relação com o fluxo menstrual, tampouco com o coito. 
 
 
 
Intensidade 
 Leve  Dor que incomoda, mas não deixa de fazer suas atividades. 
 Moderada  Dor que interfere nas suas atividades, mas melhora com medicação prescrita. 
 Grave  Dor que interfere nas suas atividades e não melhora mesmo com a medicação prescrita (incapacitante). 
 
Prevalência 
 Aproximadamente 1 em cada 7 mulheres; 
 10% das consultas de Ginecologia. 
 
Causas 
 Múltiplas causas de dor sobrepostas, cada uma contribuindo mais ou menos para o surgimento da dor: endometriose 
e cistite intersticial ao mesmo tempo. 
 Nos casos de DPC, é mais comum que a paciente tenha mais de uma condição médica do que apenas uma. 
 Mulheres com mais de uma causa geralmente têm mais dor do que mulheres com apenas uma causa. 
 A DPC pode ter origem em órgãos fora do sistema reprodutor feminino. 
 
 Origem ginecológica: Endometriose, Leiomioma, Adenomiose, Cistos ovarianos, Síndrome do ovário remanescente, 
Sequelas de doença inflamatória pélvica, Síndrome de dor pós-ligadura tubária, Doença adesiva pélvica (não só 
ginecológica). 
 
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 Origem urológica: Cistite intersticial / síndrome da bexiga dolorosa, Cistite por radiação, Câncer de bexiga, Síndrome 
uretral, Cistite de repetição, Urolitíase. 
 Origem gastrointestinal: Síndrome do intestino irritável, Doença inflamatória intestinal, Carcinoma colorretal, Doença 
celíaca, Hérnias abdominais / pélvicas. 
 Origem musculoesquelética: Dor miofacial da parede abdominal, Mialgia por tensão do assoalho pélvico, Fibromialgia, 
Coccigodinia (dor no cóccix), Síndrome do piriforme (Ciatalgia). 
 Origem neurológica: Infarte do nervo cutâneo da parede abdominal, Neuralgia do pudendo, Alodinia ou Hiperalgesia. 
 Origem vascular: Varicosidades vulvares, Síndrome da congestão pélvica. 
 Origem psíquicas: Depressão, Somatização, Uso de opiáceos, Abuso sexual, Distúrbios do sono. 
 
Endometriose 
 Tecido endometrial fora de seu local habitual (cavidade uterina). 
 A endometriose é uma importante causa de dor pélvica crônica de origem ginecológica. 
 Doença não neoplásica, onde tecido semelhante ao endométrio é encontrado fora da cavidade uterina, mimetizando 
sua estrutura histológica e função. 
 Apresenta semelhanças com a mucosa do útero, tanto no aspecto morfológico e imunológico, bem como no 
estrutural, no que diz respeito à hormônio-dependência. 
 
 
Prevalência 
 10 a 14% das mulheres, em sua fase reprodutiva (19 a 44 anos); 
 25 a 50% das mulheres inférteis; 
 Brasil - 3,5 à 5 milhões de mulheres; 
 Mundo - 60 milhões. 
 
Etiopatogenia 
 TEORIA DA REGURGITAÇÃO TRANSTUBÁRICA DO SANGUE MENSTRUAL (a mais aceita). 
 TEORIA DA METAPLASIA CELÔMICA. 
 TEORIA DOS RESTOS EMBRIONÁRIOS. 
 TEORIA DA DISSEMINAÇÃO LINFÁTICA E HEMATOGÊNICA. 
 TEORIA DA EXTENSÃO DIRETA. 
 TEORIA DA DISSEMINAÇÃO IATROGÊNICA. 
 TEORIA IMUNOLÓGICA. 
 TEORIA NEOPLÁSICA. 
 
Quadro clínico 
 Dor pélvica crônica  Cíclica ou Acíclica, Dismenorréia, Dispareunia de Profundidade. 
 Queixas urinárias e intestinais. 
 Infertilidade. 
 
 GRUPOS DE RISCO: Brancas, nulíparas, nível social elevado e ansiosas. 
 
 
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 Melhorou o Diagnóstico. 
 Menarca mais precoce. 
 Menopausa mais tardia. 
 Ciclos Menstruais maiores. 
 Poluição. 
 Alimentação (fast-food). 
 Atividade Física. 
 Uso de MAC. 
 Gestação Planejada. 
 
 
 
 
- Dor não está relacionada ao estadiamento. 
 
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 O tratamento clínico é eficaz no controle da dor pélvica e deve ser o tratamento de escolha na ausência de indicações 
absolutas para. O seguimento deve ser realizado por equipe multidisciplinar com terapia medicamentosa hormonal e 
analgésica, quando necessário, e terapias complementares como atividade física, fisioterapia, acupuntura e 
psicologia, conforme as indicações apropriadas para cada paciente. 
 O principal objetivo do tratamento clínico é o alívio dos sintomas álgicos e a melhora da qualidade de vida, não se 
esperando diminuição das lesões ou cura da doença, mas, sim, o controle do quadro clínico. 
 O tratamento cirúrgico deve ser oferecido às pacientes em que o tratamento clínico for ineficaz ou contraindicado 
por alguma razão. 
 O objetivo da cirurgia é a remoção completa de todos os focos de endometriose, restaurando a anatomia e 
preservando a função reprodutiva. O procedimento pode ser realizado por laparoscopia ou laparotomia; no entanto, 
há preferência pela laparoscopia, que permite melhor visualização das lesões endometrióticas, melhor acesso a 
alguns pontos da pelve, assim como melhor recuperação da paciente. 
Análogo de GnRH ocupa o receptor de estrogênio, 
impedindo que esse receptor seja ativado, gerando 
anovulação e hipoestrogenismo. 
Castração = retirar a gônada. 
O uso dos contraceptivos combinados e dos 
progestagênios isolados de forma contínua resulta 
em bloqueio ovulatório e inibição do crescimento 
endometrial, com consequente atrofia das lesões. 
 
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a) Endometriose Peritioneal 
 Lesão superficial. 
 Número variável. 
 Diagnóstico: clínico, laboratorial e imagem. 
 
 
 
b) Endometriose Ovariana 
 Endometrioma  lesão mais típica da endometriose: formação cística, ovariana, repleta de líquido espesso e 
achocolatado, rodeada por cápsula densa e fibrosa. 
 RUSSEL, em 1899, primeira descrição: epitélio da sua cápsula áreas com estruturas semelhantes ao endométrio. 
 
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 Diagnóstico: clínico, laboratorial e imagem. 
 
 A origem mais provável MISTA, ou seja, uma associação entre a menstruação retrógrada e metaplasia. 
 
c) Endometriose Profunda 
 Sintomatologia mais agressiva comprometendo o bem-estar e a qualidade de vida. 
 Interfere na fertilidade mesmo com ART. 
 
 Os implantes alcançam uma profundidade superior a 0,5 cm e envolvem outros órgãos: 
- Ligamentos útero-sacros e/ou Útero 
- Bexiga e/ou Ureteres 
- Septo reto-vaginal e/ou Intestinos  Nódulos: Reto, sigmóide, órgãos genitais, vagina e algumas vezes o intestino 
grosso e íleo. 
 
 A origem mais provável é a metaplasia. 
 
 
 
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Exame ginecológico 
 Vulvar. 
 Especular. 
 Toque bimanual. 
 
Exames complementares 
 Laboratorial: Ca-125. 
 
 Imagem: 
- USG pélvico/ endovaginal com preparo; 
- RNM de Pelve; 
- Colonoscopia; 
- Ecocolonoscopia.

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