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DOR PÉLVICA CRÔNICA (DPC) O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) e a revitalize, iniciativa que visa padronizar terminologia em ginecologia e obstetrícia, de nem a dor pélvica crônica como “sintomas dolorosos percebidos como originários de órgãos/estruturas pélvicas, tipicamente com duração maior que 6 meses. Está frequentemente associado com consequências negativas do ponto de vista cognitivo, comportamental, sexual e emocional, bem como com sintomas sugestivos de disfunção do trato urinário, intestinal, assoalho pélvico, miofascial ou ginecológica”. Dor intermitente ou constante na região pélvica e abdominal com pelo menos 6 meses de duração; Não se trata de uma doença, mas de um quadro clínico que pode ser desencadeado por diferentes afecções e frequentemente está associado a outros problemas, como disfunção sexual, ansiedade e depressão Dor de natureza multifatorial decorrência da complexa inervação d pelve, o acometimento de diferentes órgãos e sistemas pode levar a uma mesma manifestação clínica. CLASSIFICAÇÃO Dor pélvica aguda Associação temporal direta com o causal (surgiu em torno de, no máximo, uma semana); Requer abordagem imediata clínica ou cirúrgica; Melhora após resolução do processo etiológico; Principais causas ginecológicas: DIPA, gravidez ectópica, torção de anexos e degeneração de miomas, cisto ovariano hemorrágico. Dor pélvica crônica Dor Caroline Pires – Medicina DOR PÉLVICA CRÔNICA (DPC) O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) e a revitalize, iniciativa que visa padronizar terminologia nem a dor pélvica crônica como “sintomas dolorosos percebidos como originários de órgãos/estruturas pélvicas, tipicamente com duração maior que 6 meses. Está frequentemente associado com consequências negativas do ponto de vista sexual e emocional, bem como com sintomas sugestivos de disfunção do trato urinário, intestinal, assoalho pélvico, miofascial ou Dor intermitente ou constante na região pélvica e abdominal com pelo menos 6 uma doença, mas de um que pode ser desencadeado por diferentes afecções e frequentemente está associado a outros problemas, como disfunção sexual, ansiedade e depressão; e, em decorrência da complexa inervação da pelve, o acometimento de diferentes órgãos e sistemas pode levar a uma mesma o agente (surgiu em torno de, no máximo, uma clínica ou Melhora após resolução do processo Principais causas ginecológicas: DIPA, gravidez ectópica, torção de anexos e degeneração de miomas, cisto ovariano Sinais físicos são pouco expressivos A dor persiste além do tempo razoável para cura da lesão causal Dor contínua ou recorrente Sofre influência de fatores ambientais e psicológicos. PREVALÊNCIA Uma afecção de alta prevalência em todo o mundo, atingindo até 26,6% das mulheres em idade reprodutiva e sua taxa de recorrência ao longo da vida pode chegar a 33%; A queixa de DPC responde por 10 das consultas ginecológicas, sendo indicação frequente de procedimentos diagnósticos e cirúrgicos Estima-se que aproximadamente 20% das histerectomias e 40% das laparoscopias ginecológicas sejam realizadas para tratamento de dor pélvica. ETIOLOGIA Causas ginecológicas: Dentre as principais, temos: Endometriose Adenomiose Miomas uterinos Aderências peritoneais (são consequências de um processo inflamatório) Doença inflamatória pélvica Cistos anexiais (quando são muito grandes provocam compressão das estruturas provocando dor) Síndrome de congestão pélvica (varizes pélvicas) Causas não ginecológicas Doenças urológicas: bexiga; Infecção repetição; Cistite intersticial; Doenças gastrointestinais do intestino irritável; Moléstias Dor pélvica crônica Medicina UNIFTC 2021.1 Sinais físicos são pouco expressivos; A dor persiste além do tempo razoável para cura da lesão causal; Dor contínua ou recorrente; Sofre influência de fatores ambientais e PREVALÊNCIA fecção de alta prevalência em todo o mundo, atingindo até 26,6% das reprodutiva e sua taxa de recorrência ao longo da vida responde por 10-20% das consultas ginecológicas, sendo indicação frequente de procedimentos diagnósticos e cirúrgicos; se que aproximadamente 20% omias e 40% das laparoscopias ginecológicas sejam realizadas para tratamento de dor ETIOLOGIA entre as principais, temos: peritoneais (são consequências de um processo Doença inflamatória pélvica (quando são muito grandes provocam compressão das estruturas provocando dor) Síndrome de congestão pélvica ginecológicas: Doenças urológicas: neoplasia de bexiga; Infecção urinária de repetição; Cistite intersticial; Doenças gastrointestinais: Síndrome do intestino irritável; Moléstias Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 inflamatórias; Obstipação crônica; Carcinoma de cólon; Doenças osteomusculares: dor miofascial; Síndrome do piriforme; alterações de coluna lombossacra; Psicológicas: Somatização; Uso excessivo de drogas; Assédio (ou abuso) sexual ou moral. OBS: Deve-se ter em mente, no entanto, que pode não haver doença orgânica justi- ficando o quadro de algia crônica e que em até um terço das pacientes nenhuma causa é identificada. Além disso, cumpre-se salientar que, por vezes, diversas afecções podem coexistir e a associação de enfermidades acaba por acentuar o quadro clínico das mulheres portadoras de DPC. DPC de origem ginecológica: MECANISMOS DA DOR ENDOMETRIOSE: inflamação peritoneal local crônica causada pela liberação de citocinas pró inflamatórias, prostaglandinas, quimiocinas e outras substâncias pelos implantes ectópicos, infiltração profunda com lesão tecidual, formação de aderências, espessamento fibrótico e acúmulo de sangue menstrual eliminado em implantes endometrióticos, resultando em tração dolorosa com movimentos fisiológicos dos tecidos; ADENOMIOSE: A presença de tecido endometrial ectópico entre as fibras do miométrio habitualmente cursa com dor pélvica cíclica, manifestando-se geralmente com dismenorreia intensa e com sangramento uterino anormal. A dor pode ser causada pelo sangramento ou pela descamação das ilhas de endométrio presentes no interior do miométrio durante o período menstrual. Os sintomas habitualmente se instalam ao redor dos 40 ou 50 anos de idade. SINDROME DA CONGESTÃO PÉLVICA: Varizes perineais ou vulvares resultantes do refluxo ou de obstrução das veias gonadais, glúteas ou periuterinas que provocam dor por congestão de sangue junto dos órgãos do sistema reprodutor na região pélvica, provocada por refluxo de sangue nas veias ováricas, varizes pélvicas, ou insuficiência venosa hipogástrica; DIP: provoca odesenvolvimento de aderências em decorrência do intenso processo inflamatório e ocorrência de lesão tubária levando a hidrossalpinge (dilatação da trompa); ADERENCIAS PÉLVICAS: formações fibrosas regenerativas, decorrentes de traumas mecânicos, infecções, inflamações ou sangramentos; provoca menor mobilidade das estruturas, limitação do peristaltismo intestinal, tração entre os órgãos e estímulos das fibras aferentes desencadeando desconforto e dor de origem visceral; LEIOMIOMAS UTERINOS E MASSAS ANEXIAIS: sintomas de pressão e indução de dor pela compressão. MECANISMOS DE PERSISTÊNCIA DA DOR A sensibilização central tem papel importante na perpetuação do quadro de dor; Sob constante estímulo doloroso, ocorre aumento da sensibilidade de membrana e da eficiência sináptica culminando em uma diminuição do limiar nociceptivo (hiperalgesia primária), na resposta mais intensa e mais prolongada ao estímulo nociceptivo e na extensão espacial da zona dolorosa (hiperalgesia secundária; Assim, é comum que a paciente refira agravamento da dor ao longo do tempo, e em algumas situações a queixa pode parecer desproporcional aos achadosem exame físico e exames de imagem. DIAGNÓSTICO A diversidade de órgãos e tecidos com comportamento biomolecular distintos faz da pélvis uma região única e por esta razão o diagnóstico da causa da DPC talvez seja um dos mais desafiadores na ginecologia. Nas mulheres que apresentam DPC de origem multifatorial, muitas vezes o único diagnóstico que se pode confirmar é o sindrômico, sendo a causa real da dor mascarada pela associação de doenças. A dificuldade em estabelecer a “causa” da dor, acentua a insatisfação e frustação, tanto da paciente como dos médicos. Por outro lado o correto diagnóstico aumenta Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 exponencialmente as chances de sucesso terapêutico. Os pontos fundamentais para a elucidação diagnóstica são anamnese e exame físico. ANAMNESE Características da dor: localização, intensidade, tipo, irradiação, início, duração; Fatores de melhora e piora; Impacto funcional; Tratamentos prévios; Sintomas associados (principalmente os relacionados a outros sistemas, nesse caso o gastrointestinal, urinário e musculoesquelético são os principais); Interrogatório sistemáticos, com ênfase para aparelho gastrointestinal, urinário e musculoesquelético. EXAME FÍSICO: Avaliação do peso corpóreo e alterações posturais (pacientes com DP assumem uma postura antálgica para proteger a barriga); Palpação de todo abdômen com rastreamento de pontos dolorosos, superficiais ou profundos; Palpação da região lombar, articulação sacro ilíaca e sínfise púbica; Identificação de cicatrizes e alterações como fibroses, nódulos ou pontos de gatilho; Exame ginecológico: inspeção da genitália, em busca de anormalidades anatômicas e lesões visíveis, seguida pela palpação de linfonodos inguinais; Exame especular: avaliação de colo uterino, vagina, conteúdo vaginal e presença de secreção endocervical; Toque vaginal: avaliação de paredes vaginais, músculo elevador do ânus, bexiga, útero, regiões anexiais, região retrocervical, ligamentos cardinais e uterossacrais. A ocorrência de dor à mobilização deve ser valorizada. EXAMES COMPLEMENTARES: Sumário de urina e urocultura Hemograma com VHS Ultrassonografia transvaginal (com preparo intestinal na suspeita de endometriose) Ressonância magnética pélvica Angiotomografia e venografia (quando a suspeita é síndrome da congestão pélvica) Videolaparoscopia (exame evasivo, é necessário anestesia, é realizado em ultimo caso) TRATAMENTO Deverá ser definido com base na etiologia da dor; Abordagem deverá ser sempre multidisciplinar (psicólogo tem uma participação importante); Tratamento farmacológico; Tratamento cirúrgico.
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