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Relatório Analítico Autor Ana Paula Sigas Mello Orientador Local Luis Paulo Arena Alves Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso de Bacharelado em Serviço Social (FLC16006SES) – EstágioIII 11/06/2022 1 INTRODUÇÃO O proposto trabalho tem por objetivo nortear quando as instrumentos técnicos operativos utilizados no campo de estágio I, II e III na Fundação fé e alegria do Brasil, localizada no município de Porto Alegre/ RS. A área de concentração e o campo de estágio é no Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos-SCFV. Os instrumentais são métodos utilizados para referencias as técnicas aplicadas durando o estudo de caso. Conforme Guerra (1995), na medida que os profissionais utilizam, criam, adequam as condições existentes, transformando-as em meios/instrumentos para a objetivação das intencionalidades, suas ações passam a ser portadoras de instrumentalidade”. A prática do fazer profissional do assistente social acontece por determinadas questões sociais onde seu trabalho se define a partir da identificação do objeto e a partir daí acontece escolha da instrumentalidade a ser utilizado, ou seja, a questão social que é o centro do serviço social. Tendo em vista a partir do que foi observado, pensando, explorando e trabalhando em campo de estágio, a escolha da demanda sobre “Defasagem escolar e educação não forma: A prática interventiva do serviço social como processo para superação das desigualdades socioeducacionais” não foi por acaso. Com o aumento expressivo das demandas por conta do Covid-19 as famílias atendidas pela fundação estão vivendo em um momento em que lhes foi tirado o emprego, em que muito eram vendedores ambulantes em eventos que ocorriam na ARENA do Grêmio e hoje, grande parte, vivem apenas da reciclagem. Muitas famílias atendidas pela Fé e Alegria são compostas por mães solo e sequer recebe um salário digno para garantir suas subsistências, o que ocasiona a evasão escolar, pois muitas dessas crianças e jovens precisam ficar em casa para ajudar a cuidar dos irmão, ou então saem em busca de materiais recicláveis para vender e, consequentemente, auxiliam a complementar a renda familiar o que ocasiona no desgaste físico, dependência química, atraso das atividades escolares ou evasão, transtornos psicológicos e traumas. Diante do exposto, fica evidente o quanto é necessário averiguar o motivo para que nossos educandos estão em defasagem escolar, analisando principalmente os impactos que têm causado na vida de cada usuário, buscando reduzir as estatísticas relacionadas a evasão escolar. 2 RELATO E ANÁLISE DOS INSTRUMENTAIS TÉCNICOS OPERATIVOS UTILIZADOS NO CAMPO DE ESTÁGIO A Fé e Alegria tem o compromisso com as populações empobrecidas e excluídas na busca pela justiça, pela defesa dos direitos humanos e pela transformação social é que se conduz o trabalho de ação pública. A Fundação dispõe dos seguintes equipamentos para atendimento da população usuária: Abordagem de rua: De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009), o serviço especializado em abordagem social é ofertado de forma continuada e programada com a finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de situações de risco pessoal e social, por violação de direitos, como: trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, uso abusivo de crack e outras drogas, dentre outras. As atividades desenvolvida pelo ação rua é por meio de ações, sendo elas as seguintes atividades: mapeamento do território, visitas domiciliares, acompanhamento familiar (individual e coletivo), atendimentos (individual e grupal), encaminhamento para os Serviços da Rede Socioassistencial, projeto Educativa: Atividades de carácter preventivo nos espaços de educação social (SCFV) e educação formal (escolas regulares), referentes à erradicação do trabalho infantil. No que tange ao trabalho social com famílias são realizadas atividades de emancipação feminina, atendimentos individuais e coletivos, mobilizações comunitárias, acompanhamentos e intervenções nos espaços da rede. Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV) é um conjunto de serviços realizados em grupos, de acordo com o seu ciclo de vida, e que busca complementar o trabalho social com famílias e prevenir a ocorrência de situações de risco social. As atividades da instituição são divididas em SCFV para crianças e adolescentes de 06 a 15 anos onde são desenvolvidas atividades livres como esportes, oficinas artísticas, culturais, de informática e construção de projeto de vida com crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. E SCFV para adolescentes e jovens de 15 a 17 anos onde são feitas orientações pedagógicas, construção de projeto de vida, atividades de formação e trabalha-se o preparo para encaminhamento ao mercado de trabalho com adolescentes de 15 a 17 anos. Os projetos têm relação direta com a política social e a equipe deve seguir a Resolução CNAS nº 17/2011, isso significa que os serviços deverão receber orientações emanadas do poder público, alinhadas às normativas do SUAS, estabelecer compromissos e relações, participar da definição de fluxos e procedimentos que reconheçam a centralidade do trabalho com famílias no território e contribuir para a alimentação dos sistemas da Rede SUAS (e outros). O Acompanhamento e instrumental é lineado através de um conjunto de intervenções desenvolvidas em serviços continuados, sempre com objetivos estabelecidos que possibilitam as crianças acesso a um espaço onde possam refletir sobre sua realidade, construir projetos para sua vida e transformar suas relações, sejam elas familiares ou comunitárias. São feitas visitas domiciliares para que se possam acompanhar a realidade das crianças inseridas no projeto. Desse modo, para Iamamoto (2012) os instrumentos não se resumem a técnicas, mas ao conhecimento que o assistente social dispõe e utiliza no exercício do seu trabalho, tornando esse conhecimento um meio para a realização de sua prática profissional. Contudo, esse conjunto de conhecimentos refere-se à bagagem teórico- metodológica da profissão, que tem como objetivo contribuir e orientar o profissional, para que este disponha de uma visão crítica mediante realidade de trabalho (IAMAMOTO,2012) A atividades que foram desenvolvidas trabalhadas em conjunto com a supervisora de estágio: • Entrevistas. • Visitas Domiciliares. • Acolhimento de usuários encaminhados pelo CRAS. • Orientação. • Escuta ativa. • Matrículas e Rematrículas. Sendo assim, através das citações apresentadas e observações feitas no campo de estágio, foi percebido que as crianças e adolescentes do SCFV participam de atividades lúdicas que contemplam principalmente a cidadania, os temas trabalhados são diversos e remetem questões de direitos e deveres o que poderá contribuir para formação e desenvolvimento desse público 3 CONCLUSÃO Diante das considerações apresentadas nesse relatório, consigo refletir sobre como me senti ao me inserir no campo de estágio, talvez palavras não externem meu sentimento de gratidão e emoção por todos os momentos vividos e compartilhados. Trago aqui em consideração, que mesmo em meio as dificuldades, o apoio da assistente social Silmara Duarte Sales foram essenciais para a clareza do exercício profissional, finalizo com uma reflexão, a prática profissional que o estagiário em serviço social adquire através da escuta ativa, olhar crítico e entendimento sobre todos os instrumentais técnicos operativos são de extrema valia para a bagagem profissional, são esse momentos que nos permite a compreensão da teoria x prática. REFERÊNCIAS IAMAMOTO, MARILDA VILELA. O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE: TRABALHO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL. 23. ED. SÃO PAULO: CORTEZ,2012A. GUERRA, YOLANDA. A INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL. SÃO PAULO: CORTEZ, 1995 ______. RESOLUÇÃO CNAS N° 17 DE 20/06/2011. DISPÕE SOBRE EQUIPE DE REFERÊNCIA DEFINIDA PELA NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE RECURSOS HUMANOS DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. DISPONÍVEL EM: http://blog.mds.gov.br/redesuas/resolucao-no-17-de-20-de-junho-de- 2011/#:~:text=CONSIDERANDO%20o%20processo%20democr%C3%A1tico%20e,Art. http://blog.mds.gov.br/redesuas/resolucao-no-17-de-20-de-junho-de-2011/#:~:text=CONSIDERANDO%20o%20processo%20democr%C3%A1tico%20e,Art http://blog.mds.gov.br/redesuas/resolucao-no-17-de-20-de-junho-de-2011/#:~:text=CONSIDERANDO%20o%20processo%20democr%C3%A1tico%20e,Art
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