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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE OURINHOS GABRIEL FELIPE DE MORAES CASSIMIRO A INFLUÊNCIA DO CRISTIANISMO PARA A EXPANSÃO DE COSTUMES INDIGENAS PARA FORA DA FLORESTA OURINHOS 2022 GABRIEL FELIPE DE MORAES CASSIMIRO A INFLUÊNCIA DO CRISTIANISMO PARA A EXPANSÃO DE COSTUMES INDIGENAS PARA FORA DA FLORESTA Trabalho de Pratica de Pesquisa em História, apresentado no Curso de Bacharelado em História da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharelado em História, sob orientação do Prof. André Luiz Santos. OURINHOS 2022 GABRIEL FELIPE DE MORAES CASSIMIRO A INFLUENCIA DO CRISTIANISMO PARA A EXPANSÃO DE COSTUMES INDIGENAS PARA FORA DA FLORESTA Trabalho de Pratica de Pesquisa em História, apresentado no Curso de Bacharelado em História da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharelado em História, sob orientação do Prof. André Luiz Santos. ______________________________________________ Prof. André Luiz Santos – Orientador OURINHOS 2022 Agradeço primeiramente a toda minha família que me deu apoio, desde o momento em que decidi o curso que iria fazer, em segundo minha querida Madrinha Silvia e Padrinho Willian e a toda irmandade da Igreja Jardim do Beija-Flor em Votorantim/SP, que é uma grande zeladora da Doutrina do Santo Daime e com tanto carinho vem me ensinando os princípios de como ser uma boa pessoa, e de como desenvolver a minha espiritualidade. “Firmeza no pensamento para seguir no caminho. Embora que não aprenda muito, aprenda sempre um bocadinho.” (Mestre Irineu) RESUMO Esta pesquisa foca diretamente na tradição do povo originário brasileiro e seus costumes com o encontro do cristianismo e a umbanda, dando origem a Doutrina do Santo Daime, a “Religião da Floresta”, que é originalmente brasileira e considerada uma religião cabocla cristã, devido a essa união de costumes indígenas, ribeirinhos, umbandistas, espiritas e cristão. A mesma possui como principal sacramento a bebida “Ayahuasca”, que não possui uma datação de origem ou uma etnia específica que descobriu a mesma, sendo fruto da decocção de um cipó e folha amazônica, possuindo como principio ativo o DMT, a bebida altera as percepções, sentidos e consciência de seus adeptos após a ingestão levando a viagens interiores e contatos espirituais com mentores, personagens religiosos e seres da floresta. E como esse encontro e a missão dada a Raimundo Irineu Serra levou uma parte da cultura indígena para todos os estados do Brasil, chegando até em pequenas cidades do interior. E facilitando para toda a sociedade, inclusive estrangeiros o acesso a cerimonias, e rituais que remetem as tradições ancestrais do povo brasileiro, valorizando ainda mais nossa cultura, e as plantas medicinais que existem em nossa grandiosa floresta amazônica, costumes que beneficiam os que frequentam os ritos que são realizados, como a ajuda em casos de depressão e transtornos psicológicos, vícios em bebidas alcoólicas e drogas. Palavras-chave: Tradição; Religião; Cultura. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 8 2 A BEBIDA ........................................................................................ 9 2.1 O QUE É AYAHUASCA ....................................................................................................... 9 2.2 FISIOLOGIA DA AYAHUASCA ........................................................................................... 11 3.1 LOCALIZAÇÃO ................................................................................................................. 13 3.2 POVOS QUE FAZEM O USO DA AYAHUASCA ................ 15 3.2.1 O RITUAL E CERIMÔNIAS ............................................... 16 3.2.2 A CHEGADA DA BEBIDA ATÉ O HOMEM BRANCO ..... 18 4. SANTO DAIME ...................................................................... 19 4.1 MESTRE IRINEU .................................................................. 19 4.1.2 A FORMAÇÃO DA DOUTRINA ......................................... 21 4.1.3 O HINÁRIO ........................................................................ 22 4.2 A EXPANSÃO DA DOUTRINA PARA FORA DE RIO BRANCO/AC ............................................................................................................... 26 4.3 LEGALIZAÇÃO DO CONSUMO .......................................... 27 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO ............................... 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 30 8 1 INTRODUÇÃO O intuito de realizar a pesquisa veio acompanhada da vontade de aprender mais e me aprofundar mais sobre nosso povo originário, que guarda tantos mistérios e são em muitos momentos esquecidos, porém carregam com eles grandes conhecimentos e tradições que influenciam nossa cultura. Tendo como foco principal a apresentação da Doutrina do Santo Daime, desde o inicio de sua formação até sua expansão mundial, sendo originalmente uma religião brasileira, e fruto dos saberes ancestrais de nosso povo, através dessa pesquisa esclarecer as duvidas e tabus que contem na bebida que é vista como sacramento na mesma. A bebida Ayahuasca, também conhecida cono Yagé, Vegetal e Santo Daime, vem sendo utilizada a muito tempo por indígenas, de forma cultural e ritualística, nos apresentando todo o seu encanto, mitos e mistérios. E que através do contato com o homem com o homem civilizado, trouxe para a cidade uma pequena parte dos segredos contidos na floresta, apresentando para a sociedade contemporânea novos costumes, um novo estilo de vida e religiões frutos também do culto da bebida Ayahuasca (Santo Daime, União do Vegetal ou UDV, e a Barquinha), e também o uso terapêutico da mesma. O sacramento indígena, chegando na cidade veio apresentando bons resultados a seus adeptos, principalmente a aqueles que já não possuíam mais expectativas de vida devido a saúde e vícios. Em uma constante evolução e expansão dentro do território brasileiro e internacional, vem chamando atenção do olhar da ciência, para que ocorra uma interpretação da cultura ameríndia e as substancias utilizadas em sua cultura, assim podendo dar até mesmo origem a novos fármacos para tratamentos alternativos e livres de substancias químicas industrializadas, favorecendo o uso de “remédios naturais” para a cura das doenças do homem. 9 2 A BEBIDA 2.1 O QUE É AYAHUASCA A Ayahuasca, comumente chamada de Hoasca; Vegetal; Yagé e principalmente como Daime, é uma bebida feita a partir de duas plantas amazônicas sendo elas o Cipó Banisteriopsis Caapi e as folhas da Psychotria Viridis, também conhecidos por Cipó Jagube e Folha Chacrona, ambos identificados cientificamente em meados do século XVII e XIX (Figura 1). O cozimento durante muitas horas de partes de ambas plantas dão origem a bebida. As substancias presentes nela são consideradas psicoativas ou seja, alteram as percepções mentais e psíquicas daqueles que a ingerem durante um período de aproximadamente 3 horas, agindo diretamente no sistema nervoso central, causando alterações na consciência, comportamentais e visões que são chamadas de “Miração”, devido a presença de DMT (Dimetiltriptamina) nas folhas da Psycotria e a Harmina, Hermalina e Tetrahidroarmina no Banisteriopsis. Figura 1- Ayahuasca sendo preparada Fonte: Amazonia Real (2017) 10 Sem duvidas essa combinação alquímica é uma das mais primorosas descobertas realizada pelosindígenas, devido ao cuidado com o tempo de cozimento, estado do material utilizado e também a simplicidade holística, unindo os quatro elementos em apenas uma bebida final, sendo representado pelo Cipó – Ar devido a sua grandeza e sempre crescendo para o alto, rumo ao “céu”; a folha representando a Terra, pois é onde ela nasce e cresce até o momento de sua colheita, a Água e o Fogo, se juntando em harmonia para formar o sacramento. A palavra Ayahuasca é origina-se da língua quéchua, sendo presente em diversos grupos étnicos em países da América do Sul, como Argentina; Bolívia; Chile; Colômbia; Equador e Peru, que significa “Trepadeira das Almas”, relacionando ao Cipó, ou até mesmo como “Vinho das Almas”, referindo-se a bebida em seu estado final. Aos que a consagram, é vista como um veiculo para conectar com Deus, seres encantados, espíritos de animais da floresta que são vistos pelos indígenas como guardiões, e a seres de outras dimensões como Deuses, Anjos. As praticas indígenas e xamânicas, é um sistema espiritual, onde grande parte dos conhecimentos e saberes são adquiridos através das “plantas de poder”, chamadas de enteógenos pois segundo a crença levam a estar em manifestação interior com o divino, devido as visões que são obtidas durante um determinado estagio da ingestão da bebida, dentro deste transe é muito comum ser relatado sensações de leveza e até mesmo de estar flutuando, visualização de cores, símbolos e mandalas, e o mais importante segundo a crença é que não se deve esquecer que nada disso são devaneios e sim mensagens espirituais, causadas pelo contato com o “Eu”, que o estado onde se é recebido instruções uteis sobre aspectos da nossa vida, assim o corpo se tornando um aparelho de recepção dessas mensagens, canalizando e sendo transmitido de forma visual para cada um que a toma, a Ayahuasca convida aqueles que a tomam a participar de um “filme astral”, onde as cenas apenas se desenrolam na tela apresentando as mensagens espirituais de acordo com a consciência e entendimento de cada um, deixando como 11 apenas expectador para que aplique no dia-a-dia e tenha discernimento em todas as ações. A bebida, possui o mito de que ajuda a lidar com os problemas de forma mais clara, e quando eles se apresentam no transe, muito comumente ocorre reações físicas chamadas de “limpeza”, que é o vômito e diarreia, simbolizando a purificação do corpo físico e espiritual, alguns casos ocorre também o choro e bocejos representando a limpeza emocional e energética daquele que a tomou. 2.2 FISIOLOGIA DA AYAHUASCA A Psychotria Viridis é uma planta fonte de uma grande quantidade de DMT, que é a principal fonte da experiencia visionaria com a Ayahuasca, ou seja, é a molécula responsável por causar as visões. Figura 2-DMT Fonte: DeDrogas (2006) A DMT é inativa quando se é ingerida oralmente de forma individual, pois é destruída no estômago pela enzima digestiva Monoamina Oxidae (MAO). 12 O Banisteriopsis Caapi contém apenas os alcaloides psicoativos beta- carbolinas sendo a Harmina, Harmalina e a Tetrahidrarmina, que são responsáveis por inibir a MAO, garantindo que a DMT não seja inativa, e permaneça intacta, podendo passar para a corrente sanguínea. Uma outra ação que que ocorre no corpo devido a ingestão dos alcaloides presentes no cipó a reabsorção de serotonina pelo organismo é interrompida, garantindo também que a MAO seja inibida. Figura 3- Alcaloides Beta Carbolina Fonte: Sérpico e Camurça (2006) A tetrahidroharmina juntamente da DMT atua nos neurônios serotoninérgicos cerebrais, que envolve diversas funções fisiológicas como sono; humor; sensações como dor, calor e frio, pressão arterial, e em condições patológicas como enxaqueca, ansiedade e depressão, já a nível cardiovascular, pode ocorrer a contração do musculo vital. É muito comum após a ingestão da bebida relatos da pressão arterial estar alta ou baixa, sensações de calor ou até mesmo estados de hipotermia, falta de apetite, aceleramento no batimento cardíaco devido ao alcaloide “harmala”, sendo normalizado todo estado físico em até 6 horas após a ingestão da bebida. 13 Há muitas duvidas referente a gravidas e crianças fazerem o uso da bebida, até houve um tempo em que se era acreditado que o uso é prejudicial ao desenvolvimento do feto e também um retardo no crescimento uterino, baseado em testes clínicos com ratos. Porém logo OLIVEIRA et all, logo apresentou no ano de 2010, um estudo contrariando a teoria, pois as dosagens para ratos deve ser equivalente ao porte do animal, diferente de um humano que consome em torno de 50ml, onde foi também apresentado efeitos benéficos durante a gravidez como a redução da ansiedade. Segundo Glacus de Souza Brito, a bebida também pode ser ingerida sem receios por crianças desde o nascimento, respeitando a vontade da mesma, e fazendo o uso de um bom senso de acordo com a idade, peso e tamanho da mesma, pois não há relatos de problemas na saúde de crianças que fazem parte desta cultura Ayahuasqueira. 3 ETNIAS INDIGENAS 3.1 LOCALIZAÇÃO Sendo uma bebida que seus compostos são predominantemente e de origem da selva amazônica, muitos grupos étnicos que possui parte deste bioma em seu território possui o conhecimento da Ayahuasca e faz o uso da mesma em suas cerimonias e ritualísticas. No Brasil, sendo considerado os estados do Amazonas e Acre o berço das “medicinas da floresta”, assim conhecida pela quantidade de adeptos das plantas de poder e por ser um local de grande produção. 14 Figura 4- Mapa da extensão da floresta amazônica Fonte: BLOG DA GEOGRAFIA Muitas das cidades, possui como economia principal a visita de turistas que buscam conhecer a Ayahuasca em sua origem. O uso da bebida por grupos indígenas ocorre em alguns países sul- americanos, como a Bolívia, Equador, Colômbia, Brasil, Peru e Venezuela. Segundo os pesquisadores Schulter e Hoffmann, toda zona ocidental do amazonas foi responsável pela expansão da bebida através dos Andes, chegando a Colômbia e Equador através do Rio Orinoco. 15 Figura 5- Mapa da bacia hidrográfica do Rio Orinoco Fonte: BRASIL REEF 3.2 POVOS QUE FAZEM O USO DA AYAHUASCA Entre alguns grupos étnicos quéchua, utilizam a ayahuasca os povos indígenas Ingano do Vale, Sibrendoy os Cayapa, Secoya. Já na bacia do Rio Purus o povo Shipibo Conibo faz o uso da Ayahuasca. Atualmente no estado do Acre-Brasil, possui quinze grupos étnicos que fazem o uso ritualístico da bebida, com dogmas religiosos, sendo assim divididos em três grupos linguísticos: c) Família Aruak; Ashaninka, Manchieri, Apurinã. d) Família Arua; Madijá e) Família Pano; os Huni Kuin, Yawanawa, Nukini, Puyawanawa, Nawa, Kuntanawa, Shawandawa, Shawenawa, Noke Koi, Varinawa, e Apolima Arara. Onde algumas já faziam o uso por tradição e outras através do contato com a bebida na mistura dos povos, gerando uma expansão do curandeirismo caboclo. 16 3.2.1 O RITUAL E CERIMÔNIAS Que os indígenas são grandes curandeiros naturalistas não se é novidade, através das plantas buscam alcançar curas e conexão com seres de uma elevada dimensão. A Ayahuasca, dentro da ritualística de muitas etnias é considerada uma bebida sagrada, não sendo apenas considerada devido a suas alucinações e sim para afastar os males do espirito, e a “panema” ou azar. O inicio de toda ritualística se inicia no preparo da bebida, onde todos devem seguir um jejum de sexo, bebidas alcoólicas, e as mulheres que estão em fase de menstruação devem se isolar durante o preparo, ou como dizem “feitio”, os homens saem pela mata em busca do cipó e da folha, podendo ficar até dois dias na caça do material. Após o retorno as folhas são entregues para as mulheres realizarem a separação e limpeza das mesmas,e os homens se reúnem para realizar a maceração do cipó, utilizando uma espécie de marreta de madeira, onde dão pancadas no cipó de forma harmônica e equilibrando o ritmo das batidas, para que depois seja unido na panela e venha dar origem a bebida. Na tradição do povo Kaxinawá, a cerimonia é sempre realizada em frente a casa do feitor da bebida, que por regra também será o mestre a conduzir o ritual. As cerimonias dão inicio sempre a noite e podem durar de 6 a 8h, onde os indígenas levam até o local bancos e bastões, para que possam se acomodar sentados e com as mãos apoiando nestes bastões, manter o tempo todo a coluna ereta, pois segundo a tradição facilita a conexão com os espíritos da floresta. Nestas datas também se é muito comum velos utilizando artesanatos e pinturas realizadas com urucum que possui “kenês” ou seja desenhos que invocam a força dos animais e seres da floresta que são vistos como guardiões (exemplo: sucuri, jiboia, jaguar). A pintura mais comum de ser vista é uma faixa sob a testa, nariz, têmporas e braços, onde invoca a força do Jaguar, que possui a finalidade de proteger contra visões fortes durante o transe. 17 Os cânticos são realizados sempre na língua da etnia, onde realizam invocações, e rezas. Para o povo Ashaninka, a bebida possui a finalidade para que aqueles que a beberem tenham a capacidade de enxergar os maus espíritos de forma clara, como realmente são, assim se materializando para eles. Já para o povo Tukano, segundo Dolmatoff apud Couto (2009), fazem o uso da ayahuasca com o proposito de retornarem ao útero, que segundo eles é a fonte de todas as coisas, e também veem a preparação do individuo para a morte, pois durante a experiencia se é visto que o espirito possui força e consciência própria, não dependendo do corpo. Há casos também onde somente o pajé faz o uso da bebida, para conhecimento e poder evitar mortes e doenças. Na cidade de Tarauacá/AC, o povo Yawanawa também realiza suas cerimonias de forma fechada, somente para sua tribo, porém anualmente realizam o “Festival Yawanawa”, onde reúnem turistas de todo o mundo, para apresentarem sua cultura, costumes, alimentação, musicas e ritualísticas com a ayahuasca, kambô, sananga e rapé, que são outras medicinas utilizadas através de plantas. Onde acabam levando para a sociedade a cultura tradicional do povo brasileiro. Figura 6- Festival Yawanawa Fonte: Jardy Lopes/ Arquivo Pessoal (2019) 18 3.2.2 A CHEGADA DA BEBIDA ATÉ O HOMEM BRANCO A cultura indígena se manteve restrita ao homem branco durante muito tempo, pois o povo indígena sempre zelou pelos seus mistérios e segredos espirituais, mas com o passar do tempo e novos lideres tomando a frente de seus povos, isso foi se flexibilizando, e começaram a receber homens e mulheres ribeirinhos, ou moradores do estado do Acre e Amazonas com a saúde debilitada, buscando suas curas. Pessoas de muitos lugares do Brasil chegaram ao Acre na época da seringa, e devido as condições precárias de alimentação, moradia acabavam adoecendo. São poucos estudos que tratam o uso da ayahuasca pelos seringueiros, porém de acordo com estudos realizados por Sandra Lucia Gourlat (2009), a criação de três religiões brasileiras são devido ao contato de ex seringueiros com indígenas da Amazonia peruana, sendo figuras representativas na expansão da ayahuasca para os meios urbanos. a) Mestre Gabriel ou José Gabriel da Costa – Fundador da União do Vegetal b) Mestre Irineu ou Raimundo Irineu Serra – Fundador do Santo Daime c) Mestre Daniel ou Daniel Pereira de Matos – Fundador da Barquinha De acordo com a crença de cada um deles, após o contato com a bebida relataram ter a missão de criar as seitas, que seus adeptos fazem o uso da bebida, sendo chamadas de Daime, Vegetal e Hoasca, em contexto religioso e fora da tradição indígena, sendo o principal fato da expansão da bebida para fora da floresta, e alcançando moradores de todos os cantos do Brasil, chegando até mesmo em países da Europa. Muitas pessoas hoje buscam a ayahuasca, pela experiencia psicodélica que ela apresenta, já outros ainda mantendo a fé procuram a bebida como forma de receberem suas curas. 19 4. SANTO DAIME 4.1 MESTRE IRINEU Figura 7- Raimundo Irineu Serra Fonte: Polari (2015) Raimundo Irineu de Mattos nasceu no município de São Vicente Ferrer, no Maranhão, e seus avôs maternos, André Cursino Serra e Leopoldina Filomena Madeira, eram escravos de Salustino José Serra, comerciante de secos e molhados no município (p. 69). O sobrenome Serra foi repassado para André Cursino, através de seu proprietário, segundo costume de antigos senhores de escravos no Brasil. O Casal teve sete filhos, Paulo, Paulino, Pedro, Maria, Alexandrina, Martins e Joana Assunção Serra, esta sendo a mãe de Irineu. Joana casou-se no ano de 1890 com Sancho Martinho de Mattos, com quem teve seis filhos, Raimundo Irineu, Veronica, Maria Serra, Raimunda, Raimundo e Matilde. O casamento durou aproximadamente 12 a 15 anos, onde logo em seguida Joana se juntou a Ezequiel de Mattos, anos após isso, Raimundo Irineu de Mattos, mudou seu nome para Raimundo Irineu Serra, abandonando o nome de seu pai, e adquirindo o sobrenome de sua mãe. 20 Irineu mudou-se se São Vicente Ferrer, e aos dezoito anos estava residindo em São Luís, lá começou começou a servir o exercito da cidade na companhia de infantaria, onde não existe relatos de sua experiência. Após sua baixa do serviço militar, começou a trabalhar no caís do porto fazendo o carregando de navios, onde conheceu Daniel Pereira de Mattos, e devido ao sobrenome em comum, se tornaram grandes amigos. Posteriormente Irineu decidiu deixar a cidade e Daniel o ajudou em sua decisão, rumo a Manaus, pois a borracha estava em alta, neste período havia muitos comentários de que no Amazonas, estavam contratando muitas pessoas para trabalhar na seringa e que lá se fazia muito dinheiro. Irineu embarcou num vapor com destino para Belém, seguindo pela ilha de Marajó e subindo o Rio Amazonas até Belém, capital do Pará, onde trabalhou por algum tempo, até comprar sua passagem para Manaus. Segundo entrevista com Paulo Serra (2007), ele afirmou que quando Irineu chegou em Manaus foi sorteado para ir para Boca do Acre/AM cortar seringa, onde se inscreveu e para a Comissão de Limites, onde subiu até o Acre na divisa com Peru, onde ele tomou a hoasca pela primeira vez, com os Incas, participando dos ritos duas vezes. Após isso logo tomou direção rumo a Assis Brasil, quando chegou em Brasileia encontrou André Costa, Zé Costa e Antônio Costa, onde voltou a ter contato novamente com a bebida. Após algumas experiências seguidas, Irineu começou a ter contato com um ser feminino, que ele identificou como sua mentora, em uma de suas experiencias, avistou aquele belíssimo ser, na Lua onde a mesma desceu sob uma águia e lhe deu uma missão, de seguir uma dieta comendo apenas macaxeira cozida e sem sal durante um período de oito dias, pois ao final ela lhe daria algo que estava guardado para ele. Irineu seguiu as instruções e no oitavo dia, após beber a ayahuasca, o ser feminino se apresentou novamente a ele, sendo reconhecida como a Rainha da Floresta, ou melhor a Virgem da Conceição, onde a mesma se apresentou a ele, como sua Mãe, e disse que ele estava pronto para sua missão, sacando uma laranja e entregando em suas mãos, onde a laranja representava o mundo, e a missão dele seria doutrinar o mundo todo. E 21 também lhe deu o direito de um pedido, Irineu logo pediu a Virgem da Conceição que lhe tornasse o maior curandeiro de todo o mundo, e que ela colocasse todo poder de cura dentro daquela bebida. Sendo aí que ela disse a Irineu, que a bebida iria se chamar “Daime”, no simbolismo de um rogativo ou prece que a gentefaz a Deus, “Dai-me saúde”, dai-me amor”. E segundo ela, poderia pedir tudo aquela santa bebida, pois ela teria poder de dar tudo que a quem tomasse pedisse, mas de acordo com seu merecimento Irineu continuou a tomar a bebida, e logo se mudou para Rio Branco, onde ingressou na Força Policial e logo conheceu o Sr Germano Guilherme e o musico João Pereira, após tempo de amizade, notaram os sumiços de Irineu que ocorriam ocasionalmente, e lhe perguntaram se podiam acompanha-lo em suas folgas. Assim sendo os primeiros companheiros a serem iniciados no Daime com Irineu. Logo no inicio Irineu sofreu muita perseguição policial, pois acreditavam que ele praticava bruxaria, nesta época fez uma grande amizade com Manoel Fontenele de Castro, que viria a ter uma grande carreira militar e política, ajudando Irineu em muitas situações. 4.1.2 A FORMAÇÃO DA DOUTRINA Com o passar do tempo, Irineu ia tomando o Daime, e recebendo as instruções de como seria sua Doutrina, diretamente da Rainha da Floresta, e com isso foi conhecendo algumas pessoas o qual ele batizou no daime, servindo a bebida pela primeira vez. Irineu nunca convidou ninguém a tomar o daime, ele deixava as portas de sua casa aberta, quem quisesse tomar era só ir até ele. No dia 26 de maio de 1930, Irineu executou pela primeira vez a sessão aberta, juntamente de alguns de seus seguidores, onde apenas tomavam a bebida e meditavam sob a “força”, nome dado para o efeito do chá. Logo denominou o trabalho como Concentração. Irineu orientava seus seguidores 22 a tomar a bebida e ficar em silencio, onde durante a seção o mesmo realizava assobios, no objetivo de invocar os seres da floresta. Muito comum, seus primeiros seguidores entravam em um transe muito forte e as visões chamadas por Irineu de “Miração” se expandiam, e o curandeiro apenas com a fumaça de tabaco sendo soprada na cabeça do individuo, fazia com que o processo se aliviasse. Em breve Irineu, começou a ser chamado de Mestre Irineu, sendo respeitado por muitos moradores do Acre. Os trabalhos realizados pelo Mestre, na época eram voltados a cura e concentração, onde grande parte dos que o procuravam era por estar aflito com alguma doença, e após receberem suas curas sentindo-se agraciadas acabavam se tornando seguidores de sua religião e com isso foi juntando muitos adeptos e ganhando cada vez mais a confiança do moradores de Rio Branco. Entre seus primeiros companheiros destaca-se Antônio Gomes, Germano Guilherme, João Pereira, Maria Damião (Maria Marques) que junto do Mestre, começaram a receber os hinos, que iriam constituir a base da Doutrina do Santo Daime. 4.1.3 O HINÁRIO Os hinos, assim chamadas as musicas que segundo Mestre Irineu, eram recebidas do astral, vieram a compor a doutrina que com o passar do tempo se tornou totalmente musicada. Onde o primeiro hinário recebido se chama “O Cruzeiro” que se tornou a base da doutrina, sendo executado em datas especificas dentro da religião, o hinário recebido por Irineu, contém 129 hinos, em louvor as entidades católicas, seres da floresta e a natureza. Os hinos são recebidos independentemente da posição ou cargo que o adepto possui dentro do culto, sendo possível que até mesmo recém chegados possam a receber os hinos, vistos como um presente do astral. O primeiro trabalho de hinário, ocorreu no dia 23 de junho de 1935, sendo na véspera do dia de São João, onde todos participantes de reuniram no terraço da casa de Maria Marques, seguidora da doutrina. Na época, ainda não estava “fechado’ os hinários, termo 23 utilizado para designar o encerramento do hinário. Então, nesta noite se foi executado os hinos que os irmãos tinham, sendo dois do Germano Guilherme, dois do João Pereira e cinco do Mestre. Devido a quantidade de hinos, se eram cantados três vezes para aumentar, e quando chegava ao final, cantavam novamente. Na época muitos frequentadores que apenas acompanhavam os trabalhos, por influencia dos trabalhos de hinário, começaram a se dirigir a Irineu, informando que também tinham recebido hinos, assim, logo Irineu criou alguns critérios de analise para determinar se o hino era realmente “recebido” ou “inventado”. No começo era ele mesmo quem fazia essa analise, mas logo passou a função de zelar dos hinos, fazer a correção e também de cuidar do batalhão feminino, para sua seguidora D. Percilia Ribeiro, que o mesmo chegou a identificar como a reencarnação de sua irmã, Veronica, que faleceu ainda criança em São Vicente Ferrer/MA. Dentro da Doutrina, também possui o hinário intitulado como “Missa”, onde é uma seleção de 10 hinos do Mestre Irineu, João Pereira, Germano Guilherme e de Joaquim Português, sendo cantado somente em cerimonias fúnebres. Depois de alguns anos, o hinário de seus primeiros companheiros se consolidaram, e logo em seguida outros irmãos também começaram a receber seus hinos. Irineu, logo definiu o espaço onde era realizado seus cultos como Igreja, dando o nome de CICLU-ALTO SANTO (Centro de Iluminação Cristã Luz Universal – Alto Santo), e começou a introduzir em seus trabalhos, instrumentos como o Maracá, e Violão. O maracá veio a se tornar um instrumento, para ajudar a marcar os hinos, batendo a lata com caroços de milho ou feijão dentro, na mão do musico. Anos depois, Irineu reformulou seus trabalhos, onde além dos trabalhos sentados, chamados de Concentração, também dariam inicio ao trabalho bailado, onde era composto por passos chamados de: a) Marcha – consistia em três passos para a direita e três para a esquerda b) Valsa – consistia em um passo para a direta e outro para a esquerda c) Mazurca – composta por uma inclinação do corpo realizada em três passos para a direita e três para a esquerda, sendo a ultima a ser apresentada. Hoje, se é muito comum, os praticantes da religião, relatarem que receberam hinos, pois a doutrina se expandiu, e com isso, muitas pessoas chegaram até ela. 24 4.1.4 REGRAS DA DOUTRINA Foi-se estabelecido, que os encontros de Santo Daime, aconteceriam seguindo um calendário, onde todo dia 15 e 30 dos meses, independente do dia da semana, seria realizado o trabalho de concentração, onde os adeptos após a ingestão da bebida, e orações (sendo elas o Pai Nosso, Ave Maria e Salve Rainha, meditam por um período de 1:30h a até 2 horas, e se encerram a seção cantando os últimos hinos recebidos pelo Mestre Irineu (117 ao 129) somente na voz. Figura 8- Trabalho de Concentração Fonte: Arquivo Pessoal – Gabriel Cassimiro(2022) E também, logo ficou definido o calendário para os trabalhos bailados, sendo em datas de festejos, sendo elas em comemorações a datas cristãs, como: a) Véspera Dia de Santos Reis – 05 de janeiro b) Véspera do dia de São José – 18 de março c) Véspera de Sexta Feira Santa – Esse rito tem sua data móvel conforme o carnaval do calendário da igreja católica d) Véspera de São João – 23 de junho e) Dia de Todos os Santos e dia de Finados – 01 e 02 de novembro f) Véspera do dia de Nossa Senhora da Conceição – 7 de dezembro 25 g) Véspera do dia de Natal – 24 de dezembro Onde futuramente também houve acréscimo de datas, como festejos de aniversários, ou de passagem. Figura 9- Trabalho de Nossa Senhora da Conceição Fonte: Arquivo Pessoal – Alan Carvalho(2020) Dentro da religião do Santo Daime surge também o uso de uma veste especifica, pelos seus adeptos, chamada de farda, onde é considerado o ato onde o adepto decide seguir com compromisso todos os ensinamentos deixados por Irineu Serra, onde durante uma ritualística chamada de fardamento, realizada em datas de festejo, o fardado recebe uma estrela, vista como uma graduação espiritual, e começam a fazer o uso de uma roupa especifica. a) Homens: Paletó branco, camisa social branca, gravata preta ouazul, calça social nas cores branca e azul e sapato preto. b) Mulheres: Camiseta social branca, saia nas cores branca e azul, gravata, coroa, um Y, saiote verde, coroa e sapato branco. 26 4.2 A EXPANSÃO DA DOUTRINA PARA FORA DE RIO BRANCO/AC Irineu, tinha um discípulo muito leal chamado Sebastião Mota de Melo, acompanhado de sua esposa Rita Gregorio de Melo, e seus filhos Valdete, Alfredo começou a frequentar a sede do Alto Santo, onde se tornou uma pessoa muito próxima do Mestre, despertando grande ciúmes na irmandade, pois além da boa amizade, era um grande médium kardecista, que também possuía dons de cura, através de aparelhamentos. Pouco antes da morte de Irineu, Sebastião em um dos trabalhos, recebeu da força a mensagem de que deveria levantar um templo para o povo, o mesmo entendeu a mensagem, mas continuou seguindo na sede de Irineu. Após a morte do Mestre, Sebastião, juntamente de sua família, e alguns dos seguidores do CICLU, se desligaram da sede, e deram inicio a uma nova missão, construindo um templo chamado de Colônia 5000, onde ficaram por muitos anos na cidade de Rio Branco/Ac. Onde chegou um tempo em que Sebastião viu que as terras estavam mal divididas, e o solo já não produzia como antes, e decidiu partir daquela região, deixando sua Igreja lá, com alguns seguidores. Figura 10- Sebastião de Mota Melo Fonte: ICEFLU (1987) Partindo para o Igarapé Mapiá, no estado do Amazonas, Sebastião deu inicio a uma eco vila, chamada de Céu do Mapiá, fundando lá sua igreja, com 27 o mesmo nome. Após ficar doente, deixou como herdeiro de seu legado e representando a doutrina no cargo de presidente, seu filho Alfredo, hoje responsável pelas normas e regras da doutrina filiadas a seu centro, denominada como ICEFLU, onde devido ao contato maior com a natureza, por estar dentro do coração da floresta, chamou atenção de muitos turistas, onde alguns acabaram ficando, e futuramente ao saírem da vila, levaram a doutrina com eles, abrindo seus próprios pontos. Hoje, na cidade de Rio Branco, segundo estudos é indicado que pelo menos 5% da população, está ligada ao uso do sacramento, que se tornou algo tradicional da região. Atualmente, devido a essa expansão da Doutrina, pode-se encontrar igrejas filiadas a ICEFLU em todos os estados, e até mesmo em países da Europa, Asia e América do Norte. 4.3 LEGALIZAÇÃO DO CONSUMO Na década de 70, houve muita perseguição, devido as substancias contidas na bebida, e a fama dela ser alucinógena, onde muitos a viam como droga. Sebastião Mota de Melo assumiu o daime em sua mesa, e sem medo de que a policia o parasse, se negou a esconder o uso da bebida, como aconteceu com alguns dos cultos, devido a repressão policial. No ano de 1982, por ordens do Ministério da Justiça, foi encaminhado um grupo para a igreja de Sebastião, com o objetivo de estudar o uso religioso da bebida, com a presença de historiadores, sociólogos, psicólogos, assistentes sociais, cientistas e autoridades do Estado do Acre. No ano de 1985, o uso da bebida foi proibido, pela antiga DIMED, e em 1986 foi criado o GT/Ayahuasca, pelo jurista Dr Domingos Bernando, que no mesmo ano, visitou todos os centros filiados que faziam o uso da bebida. Trazendo novamente em pauta a discussão sobre a legalização da bebida. Já no ano de 1987, a proibição feita pela DIMED foi suspensa, e em 1991 ocorreu um seminário com a presença de todas as entidades religiosas 28 que fazem o uso do sacramento, onde foi pactuada uma carta de princípios e compromissos que foram utilizados na regulamentação definitiva do CONAD no ano de 2006.Mas até então ainda não havia uma condição estável do uso da bebida para a pratica da religião. No ano de 2002, ocorreu novamente um encontro com todos os centros que faziam o uso da bebida, onde tiveram de responder um questionário com aproximadamente 70 perguntas, e apenas no fina deste ano, o CONAD pronunciou que seria feita uma regulação definitiva. Em 2006, a SENAD – Secretaria Nacional Antidrogas, convocou os lideres das religiões que faziam o uso da bebida, sendo a Barquinha, UDV, Representando o Santo Daime os responsáveis pela Iceflu e do Ciclu- Alto Santo. Onde determinaram que o uso estaria liberado somente para o uso religioso, em centros filiados e devidamente credenciados. Sendo publicado no Diário Oficial da União somente no ano de 2010. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO A Ayahuasca ou Santo Daime, é a bebida oriunda do cozimento de duas plantas nativas amazônicas, sendo elas o cipó banisteriopsis caapi e as folhas de psycodria viridis. Sendo uma bebida sagrada, para muitos povos indígenas do terriorio brasileiro, e de alguns países que possui parte da floresta amazônica. Devido ao uso cultural e ritualístico, a bebida deve ser utilizada sempre de forma responsável e dentro do contexto religioso, sendo nas praticas indígenas ou em algumas das três religiões brasileiras que fazem o uso da bebida como sacramento principal. A doutrina do Santo Daime, é uma verdadeira mistura de costumes, sendo o uso da bebida cabocla, até a inclusão do cristianismo, para que os seus adeptos aplique 29 em sua fé, e consigam se conectar de forma mais intensa com seus guias e guardiões espirituais. Além de toda espiritualidade que a bebida carrega nela, durante a pesquisa pode ser observado os benefícios que a mesma apresenta para aqueles que consomem, devido a ação da DMT com os alcaloides presentes no cipó, no corpo humano, sendo fonte de pesquisa para estudos para que possa ser futuramente realizado tratamentos alternativos para doenças que afetam muitos em nossa sociedade. Em doenças como Mal de Parkinson, depressão, ansiedade e vícios. A pesquisa, foi realizada cumprindo todos pontos exigidos, para que traga o máximo de clareza e informações sobre o tema, onde pude me aprofundar tendo o contato direto com a doutrina do Santo Daime, na igreja Jardim do Beija-Flor, na cidade de Votorantim/SP, local onde guardo bons momentos de forma eterna em meu coração. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOREIRA. Paulo, MACRAE Edward, Eu Venho de Longe: Mestre Irineu e seus companheiros. Salvador:EDUFBA,2011, 592p ALVERGA. Alex, O Evangelho Segundo Sebastião Mota, Acre :Cefluris Editoral,1998, 222p Araújo WS. Navegando sobre as ondas do Daime. História, cosmologia e ritual da Barquinha. Campinas: UNICAMP/CMU-1999 Disponível em: < https://www.google.com.br/books/edition/Navegando_sobre_as_ondas_do_D aime/FFNZAAAAMAAJ?hl=pt- BR&gbpv=1&bsq=inauthor:%22Wladimyr+Sena+Ara%C3%BAjo%22&dq=ina uthor:%22Wladimyr+Sena+Ara%C3%BAjo%22&printsec=frontcover>. Acesso em: 02 maio. 2022. Mariri e Chacrona. 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