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As mais importantes civilizações Pré-Colombianas e a maior de todas: Os Incas
Elizama Souza Santos
 
 As antigas civilizações são, reconhecidamente, o berço de todo conhecimento que atualmente existe. Em todos os continentes, com exceção da Antártida, até o momento, o legado dessas civilizações são conhecidos e reverenciados. Na América do Sul existiu um império que impressiona estudiosos e pessoas comuns até os dias atuais. Esse povo, rico em cultura e conhecimento, transformou parte da Cordilheira dos Andes em algo que puderam chamar de lar. Esses eram os Tahantinsuyu, ou, como mais são conhecidos: Os Incas.
 Juntos com os Astecas e Maias, os Incas governaram parte do território americano antes da chegada dos europeus. Dominaram uma vasta região, subjugando outras clãs e transformando tudo isso em um poderoso império, carregado de riquezas físicas e culturais, não deixando a desejar em suas construções históricas e conhecimentos astronômicos a qualquer outra grande civilização da época.
 Em seu auge, o império Inca chegou a possuir uma população estimada em mais 15 milhões de pessoas. Seu exército era poderoso e numeroso, sua estrutura social complexa e estável, sua riqueza material gigantesca, mas, mesmo assim o que restou nos atuais dias foram apenas partes de sua história verdadeira, resquícios de seu enorme legado. Mas o que se sabe dessa imponente civilização e o que de fato ocorreu para sua derrocada?
 Esse trabalho buscará apresentar a história da formação e evolução de tal povo, fazendo um pequeno comparativo com outras grandes civilizações pré-colombianas, para tentar mensurar sua grandeza. De maneira paulatina, serão apresentados seus governantes e sua importância em determinados momentos históricos, sua religião, suas habilidades e conhecimentos no manuseio do solo e minerais, sua estrutura social, seus locais mais sagrados de várias perspectivas, enfim, uma síntese do início, ápice e fim do maior império das Américas antes da invasão europeia.
 Conhecer mais profundamente sobre essa civilização deveria ser obrigatório para todos os sulamericanos. Estudar sobre esse povo e reconhecer sua importância na construção de vários conhecimentos, não apenas limitados às Américas, mas vivas em outras realidades geográficas, buscar saber a origem das construções e formas de engenharia empregadas nessas, são práticas que deveriam ser mais aplicadas no cotidiano escolar e construir um sentimento de orgulho e reconhecimento ao se afirmar, através de tudo que se tem em teoria, além das evidências reais, que na América do Sul existiu uma das mais valiosas culturas de todos os tempos e lugares.
 A pesquisa bibliográfica norteaou esse trabalho, sendo necessário buscar em várias obras e opiniões de vários autores as informações necessárias para alcançar o resultado aqui apresentado. As fontes só se tornaram mais acessíveis a partir do momento de uma busca mais minunciosa, muitas vezes carecendo de texto em outros idiomas, afiançando o objetivo de divulgar e causar mais interesse pela história dos Incas, tornando mais acessível este conteúdo às massas, principalmente a sulamericana, herdeiros de seu legado. 
 
 Palavras-chaves: Mesoamericanas. Maias. Astecas. Incas. Atahualpa.
 Introdução:
 Antes da chegada dos europeus e sua ânsia por ouro e riqueza, habitavam na América, nome esse em homenagem a um dos perpetradores de toda a destruição e ruína dos povos nativos (grifo meu), milhões de pessoas que formavam povos, tribos, clãs e reinos. Indivíduos que dominavam o meio ambiente e coexistiam com ele. Construíram cidades com rocha bruta, estradas que rasgavam a selva por mais de 2.000 quilômetros, subindo montanhas, cruzando rios, através de pontes feitas com o material extraído dali mesmo. Possuíam grandes conhecimentos em astronomia, artes, arquitetura, engenharia, medicina, entre tantos conhecimentos, que em grande parte se perderam com a chegada de seus algozes.
 Os Incas, ou Tahantinsuyu, como eles mesmo se referiam ao seu império, foram a maior civilização pré-colombiana, conquistando terras desde o Equador até parte da Argentina. Seu legado, em grande parte foi destruído pelo tempo e pela ganancia de invasores. Sua escrita, se existiu, foi totalmente dizimada, o que faz mais difícil, o conhecimento sobre esse império e sua real grandeza.
 Mas é necessário reconhecer e se render a toda essa história, que alavanca os nativos americanos ao patamar de outras reconhecidas civilizações e suas respectivas conquistas. Mostrar a genialidade de como transformavam a geografia íngreme da Cordilheira dos Andes em terraços, do corte nas imensas rochas, tão perfeitos e precisos, realizados com instrumento manuais, a hierarquia criada, onde cada camada social agia de acordo com suas responsabilidades e como progrediram.
 O Povo Inca, um povo impar.
 
Desenvolvimento:
1. Algumas civilizações
 Em uma enorme extensão de terra, do hemisfério norte ao sul do planeta, inúmeras civilizações, por gerações, coexistiram, enfretaram e dominaram toda sorte de fauna, flora, formações geográficas e intepéries ali presentes, no que atualmente é chamado de Continente Americano. Civilizações como a do Caral, Olmecas, Toltecas, Zapotecas, Moches, Nazca, Huari, Chimu, Incas, Maias, Astecas entre outras das chamadas civilizações pré-colombianas (De Sousa, 2022). 
 Araújo (2009), em suas pesquisas, diz que esses povos desenvolveram sistemas de governo, relação social, culto religioso, arquitetura, agronomia, pecuária, comércio, astronomia de uma maneira impressionante. Criaram sistemas políticos e sociais complexos possivelmente a partir de 4600ac, capaz de manter a ordem e organização de seus elementos em um ambiente com tantas dificuldades e privações de tecnologias.
 De todas essas civilizações, que vão muito mais além do que as supracitadas, é evidente que três, tiveram maior destaque em sua história: os Astecas, os Maias e os Incas (Hermida, 1956, p. 30-35). Não somente por serem as maiores na época da invasão europeia, mas por serem, exatamente o resultado da história de povos que em seus respectivos territórios, por séculos, construíram e repassaram de geração a geração, toda riqueza cultural, ainda hoje, estudada, mas em grande parte incompreendida.
 1.1 Os Astecas
 Segundo Hermida (1956), os Astecas viveram, em sua totalidade, na região central do México, entre 1300 a 1521dc, suas cidades-estados mais importantes e que formavam o Império Asteca eram Texcoco, Tlacopan e Tenochtitlan, capital do império, onde hoje localiza-se a Cidade do México, capital do México. Foi um povo considerado a frente de seu tempo, usufruindo de conforto e sofisticação. Esse povo, que tinha na agricultura, sua base econômica, tinha sua sociedade dividida em hierarquias: o Imperador; a nobreza; homens comuns e escravos (Peregalli, 1987). 
 Adoravam principalmente o deus Tezcatlipoca, mas, por serem politeístas, cultuavam outros deuses como Quetzacoatl, também conhecido por outros povos mesoamericanos, como os Maias, como Kulkukán, Tlaloc, entre outros. Ofereciam sacrifícios humanos, pois acreditavam que só assim o sol sempre os iluminaria. 
 Em seu auge, o império Asteca ficou próximo dos 12 milhões de habitantes sob seu domínio, mas em 1521 (Hermida, 1956), quando tinham como governante o grande Montezuma II, foram subjugados pelos espanhóis, comandados por Hernán Cortés, que haviam iniciado seu processo de invasão e conquista dois anos antes. “Assim, chegava ao fim um dos maiores e mais importantes povos, não somente das américas, mas, por seu legado em vários aspectos, indo da arte, arquitetura, entre outros, de toda a humanidade” (grifo meu). 
 1.2 Os Maias
 O povo Maia, que vive do sul do México, Guatemala, Belize, Honduras até El Salvador, é composto por um conjunto de povos nativos das américas do norte e central, sendo nessa última sua maior concentração. Podem ter surgido por volta de 2000 a 1800ac e que teve seu ápicepróximo à 900dc (Peregalli, 1987). Estima-se que atualmente sua população pode ser de 6 a 8 milhões de pessoas.
 Sua sociedade, que tinha na agricultura sua principal fonte econômica, era dividida em hierarquias. Ajaw, autoridade máxima; a elite, que administrava as cidades e exercia as funções religiosas e os camponeses, “que eram, de fato, a base de toda essa sociedade, pois plantavam, colhiam e abasteciam a todos” (grifo meu). Essa sociedade, diferente de alguns outros povos antigos das américas, adotava essa estrutura social em cada cidade-estado, ou seja, não existia alguém, que dominasse a todos. Não possuíam um governante geral, rei ou imperador (de Sousa, 2022). Palenque, Tikal e Calakmul, são exemplos dessas cidades. 
 Como os Astecas, eram politeístas e acreditavam que o sacrifício humano agradava a seus deuses. São exemplos dessas entidades: Itzamná, o deus criador do Universo; Ix Chel, a senhora do arco-íris; Kinich Ahau deus Sol; Kukulkán, entre outros (Hermida, 1956). Possuíam vasto conhecimento da astronomia, com um calendário semelhante ao que se conhece atualmente, com ano dividido em 365 dias (Navarro, 2008). 
 Ainda, segundo Navarro (2008), após ao que se conhece como período clássico, a civilização Maia, em suas respectivas cidades-estados, iniciaram um processo de decadência. Muito se acredita que por questões climáticas, que influenciaram na agricultura, sua principal fonte de alimentação, desastres naturais e a superpopulação nas cidades, gerando a miséria desordem e a guerra. Seus descendentes estão espalhados por cidades de países que outrora testemunharam sua grandeza.
2. Os Incas – Filhos do Sol
 Os Incas eram uma civilização que ocupou a área que vai do Equador até o norte da Argentina, cuja capital era a cidade de Cuzco. Acredita-se que esse povo tenha surgido no século XII. Foi a maior civilização da América pré-colombiana, ou seja, antes da chegada de Cristovão Colombo.
 Algumas das raízes dessa civilização remontam de épocas contemporâneas ao surgimento dos egípcios, da Mesopotâmia, China, entre outras grandes civilizações e culturas (Santiago, 2011). Tão desenvolvidas como tais, mas que hoje quase não são reconhecidas por sua importância politica, econômica, arquitetônica e principalmente, cultural, sendo postergado a magnitude de sua inigualável engenharia, ainda envolta em mistérios, nas suas construções e monumentos, quase sempre reverenciando e evidenciando a importância da religião em seu funcionamento e manutenção social, presente em quase todas grandes civilizações antigas e atuais.
 “Enquanto os egípcios construíam suas maravilhosas pirâmides, um povo pré-inca também erguia seus monumentos” (Sousa, 2022). Monumentos não menos importantes, utilizando de tecnologias também não menos incríveis. Esse povo vivia onde hoje é o Peru, seu nome era Civilização de Caral, ou ainda Caral-Supe ou Norte Chico. Esse povo, por muitos fatores, incluindo as intempéries, após tanta história construída, foi declinando, cedendo a esses fatores, até aproximadamente 1800dc, quando foi considerado extinto. De seus remanescentes vieram outras levas de grupos, clãs, cidades, civilizações, ocupando outras paragens, levando consigo os resquícios do conhecimento, o aplicando, desenvolvendo e o transformando para dominar o solo e os elementos. 
 Moches e Nazca vieram depois e desenvolveram trabalhos memoráveis em metal, cerâmica, tecido, entre outros (Sousa, 2022). As enigmáticas e incomparáveis Linhas de Nazca, indicam atualmente uma civilização carregada de conhecimento e superstições. Depois dessas, podem se citados os Huari e os Tiwanaku, povos que passaram a dominar a vasta região norte peruana. Todas deixando sua marca na construção e evolução do que hoje é o Peru (Gamboa, 2009). 
Fora todas as teorias e suposições de como os monumentos deixados por todas essas civilizações, em seus respectivos tempos históricos, foram construídas. Desde a suposta cidade perdida, onde uma outra civilização, muito mais antiga e inteligente poderia ter deixado às posteriores um legado de tecnologia que nem nos dias atuais encontra-se explicação plausível, ou seja Ratanabá, até a identificação, por meio de elementos presentes nas esculturas e pinturas deixados por esses povos, de que seriam de fato, seus líderes e imperadores, descendentes de seres vindos do espaço (opinião da autora).
 O que de fato se sabe é que a riqueza existente no legado deixado por todos eles, enriquece a cultura de todas as atuais sociedades. Citando, até então apenas sociedades pré-inca, por único objetivo de buscar entender de onde veio o maior e mais importante povo que viveu onde hoje é chamado de América do Sul, os Incas.
Uma das lendas mais aceitas e conhecidas diz que Tayta Inti ou o Pai Sol, observando o caos e a perdição que prevaleciam na Terra, decidiu enviar ao planeta duas crianças, com o objetivo de estabelecer a ordem. Elas surgiram das águas do Titicaca, o lago mais alto do mundo, e carregavam uma espécie de bastão ou varinha dourada, presente de seus pais. O nome do primeiro inca era Manko Qhapaq - ou Manco Capac - e sua irmã era Mama Oqllo. O Sol dera-lhes essa varinha de ouro e no lugar onde ela afundasse, ao ser fincada, os deuses deviam fixar-se para sempre. Partiram, então, Manco Capac e Mama Ocllo, o casal divino. Percorreram as terras dia após dia, batendo no chão com o bastão mágico. Finalmente, junto à colina de Huanacauri, a varinha afundou e ali os deuses se estabeleceram.” (Aaújo, 2009, p.17)
 como a lenda acima fala, o Pai Sol, oferece a humanidade seus filhos, que passaram a educá-la, oferecendo o conhecimento da agricultura, pecuária, alfaiataria, tecelagem com as fibras ali presentes, ourivesaria, carpintaria. Também ensinaram a temer e cultuar o deus sol, assim como a arte e as leis da guerra. Surgiu, por suas mãos, Cuzco, que viria a ser o centro político, econômico, social, de inteligência das guerras e finalmente, a capital de todo o império.
 Existem ainda, segundo Portugal (2009), algumas outras lendas que retratam, de sua maneira, a criação e construção do Império Inca. Delegando aos governantes/deuses, suas capacidades de conhecimentos. Daí outra informação que sempre é relevante ao buscar compreender algumas perspectivas dessa gênese, eram politeístas e acretitavam que seus governantes eram descendentes diretos desses deuses.
 2.1 Religião
 A seguir alguns de seus principais deuses (Araújo, 2009, p. 19-20):
 Viracocha, considerado como o Mestre dos Deuses, tendo surgido das águas. Era o criador do céu e da terra. O culto do Deus criador supunha um conceito intelectual e abstrato, que estava limitado à nobreza. Semelhante ao deus nórdico Odín, Viracocha foi um deus nômade, e como aquele, tinha um companheiro alado, o condor Inti, o Deus-Sol e servo de Viracocha, que exercia a soberania no plano divino (HananPacha), além de ser a divindade mais popular do Império Inca.; Mama Quilla, Mãe-Lua e esposa do Deus-Sol, cultuada pelas sacerdotisas; Pacha Mama, também chamada de Mãe-Terra, encarregada de propiciar a fertilidade nos campos; Pachacamac, uma reedição de Viracocha, venerado na Costa Central do Império, também conhecido como Deus dos Tremores; Mama Sara, a Mãe-do-Milho e do alimento, Mama Cocha, Mãe-do-Mar, a quem se rendia culto para acalmar as águas e para boa pesca.
 
2.2 Datas comemorativas
 Segundo Araújo (2009, pág, 20), observa-se as importantes datas festivas, de imperativa importância para as inter-relações sociais, vinculadas aos períodos e fases dos cultivos e colheitas de manufaturas indispensáveis para a manutenção do povo Inca e movimentos religiosos, sendo o mais importante e que até hoje persiste no calendário de alguns povos do Peru, o Festival do Sol.
	Principais festivais do Povo Inca
	Mês Inca
	Mês Gregoriano
	Festival
	Huchuy Pacoy
	Janeiro
	Pequena Colheita
	Hatun Pocoy 
	Fevereiro
	Grande Colheita 
	Pawqar Waraq 
	Março
	Ramo de Flores
	Aymuray
	Maio
	Canção da Colheita
	Ayriwa
	AbrilDança do Milho
	Inti Raymi
	Junho
	Festival do Sol
	Anta Situwa
	Julho
	Purificação Terrena
	Qapaq Situwa l
	Agosto
	Sacrificio de Purificação Geral
	Qaya Raymi
	Setembro
	Festival da Rainha
	Uma Raymi
	Outubro
	Festival da Água
	Ayamarqa
	Novembro
	Procissão dos Mortos
	Qapaq Raymi
	Dezembro
	Festival Magnifíco
 Como foi informado, o único desses festivais que ainda se mantém até os dias atuais e que figurava como o mais importante dos festivais é o Inti Raymi, o Festival do Sol, comemorado dia 24 de junho.
 2.3 Formação e expansão do povo Inca
 Possivelmente, no final do século XII, na região do vale do Cuzco, grupos de indígenas Quíchua, vindos do norte, instalaram-se e por essa região permaneceram, sem grandes incursões por outras regiões, até meados do século XV, quando o então imperador, Viracocha Inca, iniciou o que se conhece como a expansão Inca (Silva, 2022). Pachacutec Inca Yupanqui e Tupac Inca Yupanqui, filho e neto de Viracocha, respectivamente, nas décadas seguintes continuaram o trabalho de seu patriarca de maneira cerébre.
 Por volta de 1525, o Império Inca dominava cerca de 4800 Km, com quase 13 milhões de pessoas, implicando áreas do Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Seu Imperador, ou Inca (como era chamado), nesse período era Huayna Capac, filho de Tupac Inca. Foi a época de maior expansão desse império. Só para dimensionar e significar essa informação, os povos governados por eles falavam mais de 30 idiomas diferentes (Silva, 2022), tal o quantitativo de gente sob seu domínio.
 
 2.4 Governantes e Imperadores
 De maneira cronológica, segundo Portugal e Araújo (2009) e Burland (1992) e , independendo da importância para a formação do Império do povo Inca, ou Tahuantinsuyo, seus governantes foram os seguintes:
 2.4.1 Incas Lendários
· Manco Capac
 O primeiro governador e organizador dos primeiros incas. Juntamente com sua esposa, Mama Ocllo, ele estrela as lendas dos irmãos Ayar e as lendas de Manco Cápac e Mama Ocllo. Ele organizou as leis básicas dos incas e impôs severas sanções. Ele construiu o famoso templo de Coricancha.
 Período do governo: 1150 – 1178 – Dinastia: Hurin Qosqo – Período: Inca Lendário
· Sinchi Roca
 Sinchi Roca era filho de Manco Cápac e Mama Ocllo. Ele teve que enfrentar guerras contra o ayllus vizinho do território. Ele expandiu o Coricancha e ordenou que os pântanos que abundavam no território de Cusco fossem secos.
 Período do governo: 1178 – 1190 – Dinastia: Hurin Qosqo – Período: Inca Lendário
· Lloque Yupanqui
 Ele teve que enfrentar as constantes guerras pela posse do vale de Cusco. Ele alcançou um acordo de paz com os Ayamarca, um grupo étnico que era inimigo dos incas por um longo tempo. Ele morreu no Coricancha).
 Período do governo: 1197 – 1246 – Dinastia: Hurin Qosqo – Período: Confederação Inca Local
· Mayta Cápac
 O quarto governante inca que teve que lidar com duras batalhas da etnia Alcahuisa e dos reinos aimara. Ele defendeu com sucesso o território inca em Cusco. Ele deixou o governo para seu filho Tarco Huaman, que sofreu um golpe de estado por Cápac Yupanqui.
 Período do governo: 1246 – 1276 – Dinastia: Hurin Qosqo – Período: Confederação Inca Local
· Yupanqui Capac
 Ele chegou ao poder com um golpe de estado por causa de seu primo, o legítimo Inca Tarco Huaman. Ele conseguiu uma aliança com a tribo inimiga Ayamarca para combater o poderoso exército de Chanca (muito maior que os incas na época). No entanto, ele foi incapaz de combater os Chancas porque ele foi envenenado.
 Período do governo: 1276 – 1321 – Dinastia: Hurin Qosqo – Período: Confederação Inca Local
· Inca Roca
 O primeiro governante da dinastia Hanan. Ele chegou ao poder envenenando Cápac Yupanqui. Ele deixou o Coricancha para a dinastia Hurin e mudou-se para o seu próprio palácio ( na atual Pedra dos Doze Ângulos de Cusco ). Tudo começou com a construção de edifícios na cidade de Cusco.
 Período do governo: 1321 – 1348 – Dinastia: Hanan Qosqo – Período: Confederação Inca Local
· Yahuar Huácac
 Yahuar Huaca foi o sétimo governante inca. As crônicas dizem que quando criança ele foi sequestrado pela tribo Ayamarca, que poupou sua vida ao se surpreender por estar chorando sangue. Ele enfrentou várias guerras e rebeliões. Expandiu levemente o território, embora sem conseguir se libertar de seus inimigos mais ferozes. Ele morreu sem escolher seu sucessor.
 Período do governo: 1348 – 1370 – Dinastia: Hanan Qosqo – Período: Confederação Inca Local
· Huiracocha Inca
 Embora ele não fosse filho de Yahuar Huaca, ele foi eleito governador por pertencer à realeza da dinastia Hanan. Ele expandiu os territórios incas para Yucay e Calca, onde construiu seu palácio. Ele fugiu de Cusco sob a ameaça dos Chancas. Ele morreu em Calca, longe de Cusco, e sem poder designar um sucesso.
 Período do governo: 1370 – 1430 – Dinastia: Hanan Qosqo – Período: Confederação Inca Local
2.4.2 Imperadores Incas
· Pachacútec
Após a rendição de seu pai, ele assumiu o poder militar e obteve alianças estratégicas com grupos étnicos vizinhos e conseguiu expulsar os Chancas de Cusco. Seu nome verdadeiro era Cusi Yupanqui. Depois de obter a expulsão de Chanca de Cusco e expandir o território em todas as direções, ele fundou o ‘Tahuantinsuyo’ e foi nomeado Inca Pachacutec. Ele expandiu o território, estabeleceu as leis e importantes mudanças políticas e ordenou a construção de cidadelas importantes, como Machupicchu.
 Período do governo: 1430 – 1478 – Dinastia: Hanan Qosqo – Época: Expansão Inca inicial
· Amaru Inca Yupanqui
 Ele foi o sucessor escolhido pela Pachacutec. Segundo as crônicas, ele era um governante muito pacífico, incapaz de enfrentar os desafios do nascente império inca. Assim, Pachacutec decidiu demiti-lo e nomear Túpac Yupanqui como seu verdadeiro sucessor.
 Período do governo: 1478 – Dinastia: Hurin Qosqo – Época: Expansão inicial dos Incas
· Tupac Inca Yupanqui
 Este Inca é conhecido como o explorador Inca desde que ele se aventurou em expedições a todos os limites do império (diz-se que descobriu a Oceania). Conseguiu a expansão máxima do território inca. Ele fundou Quito no atual Equador. Ele derrotou os chimús, chachapoyas, huambos, os reinos aimara e muito mais. Ele morreu envenenado por sua esposa, que não gostou da nomeação de Huayna Cápac como sua sucessora. 
 Período do governo: 1478 – 1488 – Dinastia: Hurin Qosqo – Período: apocalipse inca imperial
· Huayna Cápac
 Continuo com as missões expansionistas no norte. Ele enfrentou as duras rebeliões dos Huancas e Punás. Ele foi reconhecido por sua agressividade contra os povos rebeldes. Da mesma forma, ele teve que lidar com um grupo de exércitos rebeldes durante suas campanhas. Segundo alguns historiadores, em uma de suas campanhas no norte, Huayna Cápac ouviu informações sobre a existência dos espanhóis que já estavam no território inca na época.
 Período do governo: 1488 – 1525 – Dinastia: Hurin Qosqo – Período: apocalipse inca imperial
· Huascar
 Desde sua nomeação, ele se dedicou a combater conspirações contra ele (ele ordenou a morte de vários de seus irmãos), especialmente a de seu irmão Atahualpa. Uma vez capturado, ele foi levado seminu para Atahualpa, que ordenou sua morte imediata, já que ele já havia sido capturado pelos espanhóis.
 Período do governo: 1525 – 1532 – Dinastia: Hanan Qosqo – Época: Crise imperial Inca
· Atahualpa
 Ele lutou e derrotou seu irmão Huascar. Ele foi o último imperador inca. Capturado e executado pelos invasores espanhóis em 1533. Atahualpa não conseguiu reivindicar seu trono em Cusco de Quito. Ele é famoso pela imensa fortuna de ouro e prata que pagou pelo resgate, que, no entanto, nunca veio. Ele morreu estrangulado em Cajamarca, terminando o império inca.
 Período do governo: 1532 – 1533 – Dinastia: Hanan Qosqo – Época: Crise imperial Inca
2.4.3 Os últimos incas
· Manco Inca II
 Com a intenção de governar das sombras,os espanhóis nomearam Manco Inca como o novo governante. Este decidiu se rebelar ao ver os abusos cometidos pelos espanhóis contra os incas. Ele fugiu e estabeleceu seu reinado em Vilcabamba, um complexo remoto na selva de Cusco. De lá, ele lutou contra os espanhóis até seu assassinato por envenenamento devido a traição.
Período do governo: 1533 – 1536 – Dinastia: Huascarista (família Huáscar). – Período: Rebelde incas de Vilcabamba.
· Sayri Tupac
 Ele continuou com a revolta de Vilcabamba. Ele negociou com os espanhóis em Lima, obtendo terras, riquezas e privilégios. Ele estabeleceu sua nova residência em Yucay. Finalmente, Sayri Túpac morreu em Yucay, provavelmente devido a envenenamento.
 Período do governo: 1545 – 1558 – Dinastia: Huascarista (família Huáscar). – Período: Rebelde incas de Vilcabamba.
· Titus Cusi
 Após a morte de seu irmão Sayri Túpac, ele assumiu o poder em Vilcabamba. Ele negociou com os espanhóis com quem assinou um tratado de paz em troca de riqueza e se converteu ao catolicismo. É famosa por permitir a entrada de missionários em Vilcabamba e por assassiná-los por causa de um mal-entendido.
 Período do governo: 1558 – 1570 – Dinastia: Huascarista (família Huáscar). – Período: Rebelde incas de Vilcabamba.
· Tupac Amaru
 Ele teve que travar batalhas sangrentas com os espanhóis pelo controle de Vilcabamba, de onde fugiu diante da derrota iminente. Ele foi capturado com sua esposa e executado na Plaza de Armas em Cusco. Sua morte significou o fim dos incas rebeldes de Vilcabamba e dos governantes incas.
 Período do governo: 1570 – 1572 – Dinastia: Huascarista (família Huáscar). – Período: Rebelde incas de Vilcabamba.
 
 2.5 O começo do fim
 O Império Inca, após séculos de existência, conquistas e expansões, teve seu máxino domínio terreitorial sob o comando de Huayna Capac (1464-1524), 3500 km de norte a sul e cerca de 805 km de leste a oeste na região hoje ocupada grosso modo pelo Peru, área essa ocupada por possivelmente 13 milhoes de pessoas, sendo que alguns estudos não comprovados relatam 16 milhões.
 Considerado por muitos como o último Sapa Inca (Imperador Inca em quéchua), pois em vida não nomeou seu sucessor, Huayna Capac, filho do Imperador Tupac Yupanqui, nasceu em Cuzco ou Tumebamba (atual Cuenca) e desde muito cedo foi envolto em conspirações para o substituir como sucessor e o assassinar, a partir da morte, por envenenamento, de seu pai Tupac. 
 Seus descendentes mais conhecidos foram Inti Cusi Hualpa (O Sol que traz felicidade), mais conhecido por Huascar e Atahualpa, meio irmãos que após a morte de seu pai, iniciaram uma guerra pelo trono que traria consequências irreversíveis para todo o império. Huascar alegando ser o filho da primeira esposa de Huayna, enquanto Atahualpa alegava ser o herdeiro legítimo (Prodanov, 2004, p.34).
 É importante dizer que há entre os estudiosos do Império Inca, ou Tahuantinsuyu (como era chamado), um discrepância em relação a cronologia dos nascimentos dessas duas personagens acima citadas. Atahualpa, para muitos havia nascido em Quito em 1502, enquanto Huascar nasceu em 1491, em Cuzco, capital do reino. Assim, esse seria o legítimo herdeiro por ser mais velho que aquele. Mas, Pedro Cieza de León (1553), afirma que Atahualpa era natural de Cuzco e mais velho que Huascar, daí a exigência pelo direito ao trono. 
 Após a morte de Huayna Capac, acredita-se que era de sua vontade que o reino fosse dividido em duas partes e cada filho governaria sua respectiva herança. 
Antes que Huayna morresse, fez um testamento verbal onde dizia que pretendia dividir seu império em duas partes. Atahualpa se tornaria rei na seção norte do Império Inca e seu meio-irmão Huáscar, receberia a seção do sul como Sapa Inca.( Rostworowski, 2014, p. 159)
Atahualpa reinou por meia década sua parte herdada, mas Huascar tentou conquistar o reino de Quito, considerada capital das terras do norte, assim declarando guerra que só se encerraria em 1532, quanto o Sapa das terras do sul fora subjugado, preso e executado a mando de Atahualpa. 
2.6 A morte do ultimo Sapa e o fim do Império
Em 1532, após o fim da chamada Guerra dos dois irmãos, Atahualpa se dirigia a Capital Cuzco para assumir o trono de todo o reino, mas em 16 de novembro daquele ano, na cidade de Cajamarca, onde fora averiguar uma suposta invasão por partes de estrangeiros, se viu diante de indivíduos diferentes e que, acompanhado por cerca de 80 mil guerreiros, deixou-se dominar e aprisionar por Francisco Pizarro, que acredita-se estar acompanhado por apenas 180 soldados:
Sem qualquer oposição por parte dos incas, que ao deparar com a pele clara dos espanhóis pensavam que eram semideuses incas enviados à Terra, Pizarro e o seu pequeno grupo controlam rapidamente o vasto e centralizado Estado inca e a sua capital Cuzco, bastando para isso ordenar a prisão domiciliar de Atahualpa. (Destruição do Império Inca na Infopédia, 2022)
 A guerra civil havia enfraquecido em todos os aspectos o povo de Tahuantinsuyu, houve batalhas onde mais de 100 mil vidas se perderam e quando uma ínfíma companhia, portando armas de fogo, confrontou o maior líder daquele momento, triunfou magnificamente (Portugal, 2009, p.100), passando daquele momento em diante a destruir séculos de história, em detrimento à ganância e ignorância de um povo há muito corrompido pelo amor ao vil metal.
 Em 26 de julho de 1533, em Cajamarcas, após meses de negociação e conversas (Atahualpa havia aprendido a falar espanhol em apenas um mês), o grande líder fora executado por enforcamento/garroteamento, pois sua pena havia sido amenizada por aceitar ser batizado e se converter à religião dos invasores, na verdade seria queimado vivo (Prodanov, 2004, p.42) . 
 Desse momento históriaco em diante, o que era o maior reino das américas entrou em derrocada (Portugal, 2009, p.100), sendo plenamente dominado pelos espanhóis, que conseguiram destruir em muito pouco tempo o que séculos durou para ser construído. Atualmente não se tem conhecimento de nenhuma forma de escrita utilizada pelo povo inca (provalvemente destruída na ânsia da conquista e destruição). Muitas riquezas históricas passaram desapercebidas pelos algozes europeus, como por exemplo Machu Pichu, que só foi reencontrada em 1911, 379 anos após o início da invasão, domínio e extermínio de grande parte da cultura e história daquele povo. 
 
2.7 A herança
 O chamado legado incaico, são as técnicas, manejos, expressões por inúmeros meios, construções, ou seja, toda a cultura que por sorte não fora totalmemte devastada pela ânsia desmedida de Pizarro. Em vários aspectos, ainda nos dias atuais, essas expressões e técnicas ainda são utilizadas e muitas, aperfeiçoadas, como disse Araújo (2009, pág.44):
Na verdade, ainda que surpreendentemente não houvesse um sistema formal de escrita, foram inúmeros os métodos e técnicas, por vezes de grande complexidade, criados pelos incas e mantidos (...) até o presente.
 O que se pode entender como o legado do povo do sol, são o resultado de séculos de evolução e conhecimento sobre o solo, os rios, as estrelas e astros, as florestas e tudo que os cercou e os influenciou no aperfeiçoamente de suas ações na natureza, na construção de monumentos que reverenciam seu próprio desconhecimento, de quando criaram sua religião para tentar explicar a si próprios aquilo que ainda não conheciam.
São exemplos: 
 2.7.1 Os quipos: Instrumento usado tanto para a comunicação como para registro contábil (existem estudiosos que propõe que esses quipos também poderiam ser a forma de escrita utilizada pelos incas (Newman, 2006).
Eram feitos da união de cordões que podem ser coloridos ou não, e poderia ter enfeites, como por exemplo ossos e penas, onde cada nó que se dava em cada cordão significava uma mensagem distinta. Cada cordão poderia ter um ou mais nós, ou nenhum nó, ou um nó na ponta, um na base, enfim, tudo era comunicado e transportado rapidamente ao imperador Inca no centro do impérioCusco. (Neuman, William, 2006, pág 57)
 Alguns povos indígenas peruanos, ainda utilizam os quipos como registro de algumas atividades da agricultura e pecuária.
 2.7.2 Técnicas agrícolas: O manejo do solo era amplamente dominado pelo povo inca, muitas vezes em condições e solos bastantes díficies, mesmo assim eles obtinham êxito e para isso criaram algumas técnicas específicas para compensar alguma dificuldade, são algumas, segundo Portugal (2009, p. 94):
· As cochas: Grandes sulcos feitas nas Punas (estepes das regiões mais altas), com canais que serviam para o aproveitamento das águas das chuvas, enquanto se semeava nas bordas, ou margens, dessas construções.
· Os patapata: Como fala Araújo (2009), os patapata eram terraços agrícolas, ora ondulares e paralelos, ora circulares, geralmente construídos nas encosta, muito comum na região andina, onde utilizavam pedra e barro para levantar os muros de contenção, cascalho em sua base e laterais, quando existiam, facilitando a drenagem e aeração, para assim serem preenchidos com terra trabalhada e fértil, quando seria utilizado para o plantio (pois alguns eram utilizados para a contenção de deslizamento de terras).
 2.7.3 Métodos de irrigação: O conhecimento e desenvolvimento desses métodos permitiam ao povo inca, independente da altura e forma do solo, a irrigação necessária e o cultivo, graças à construção dos canais que interligavam as cochas, conforme visto anteriormente (Burland, 1992, p.95). Exemplos da aplicação desses métodos: em Cuzco foram canalizados os dois riachos que atravessam a cidade e em Cajamarca foi feito o canal de Cumbemayo, gravado na pedra.
 2.7.4 A Produção Têxtil: Artesãos habilidosos, que além de obterem fios especiais, eram exímios no manuseio de tintas e trabalho com as cores. As vestimentas feitas por esses artesãos também eram determinantes na identificação das camadas sociais. Enquanto os de classes superiores utilizavam tecidos feitos em dois tipos de telas finas chamadas cumpi ou cumbi, confeccionados com lã de alpaca e vicunha; as camadas populares usavam vestimentas feitas de tecidos mais grosseiros, confeccionados com lã de lhama (Araújo, 2009, p.47).
 2.7.5 A Conservação dos Alimentos: Os incas utilizavam várias técnicas para conservar e dar melhores sabores a seus alimentos, como é o caso da desitratação de carne de aves e rãs, ou a secagem ao sol de carnes de veado, lhama e outras (Portugal, 2009, p.95). Com areia quente secavam camarões para sua conservação e mais:
O pescado era então embalado em cestas ou bolsas chamadas chipas. O pescado seco e salgado era uma importante fonte alimentícia dos costeiros e especialmente dos serranos, e era matéria de troca entre ambos. Os tubérculos também eram preservados de formas distintas. Os gansos e a machua eram secas ao sol, enquanto que a batata amarga era submetida a um processo complicado de desidratação a 4 mil metros de altura acima do nível do mar.” (Araújo, 2009, p.48).
 2.7.6 Astronomia e Geometria: Acredita-se que as grandes construções inca, como Machu Picchu, Cuzco, Ollantaytambo e o enigmático platô de Nazca, foram construídas sob a perspectiva astronômica, por seu significado, geralmente fazendo referência e quem sabe reverência a alguma entidade divina a partir de algum astro, como por exemplo, o sol. Quanto ao plantio e as colheitas de diferentes produtos, mostravam profundo conhecimento de geografia astronômica para saberem qual a melhor época e qual produto plantar (Araújo, 2009, p.49). 
 2.7.7 A metalurgia: Foi muito grande o desenvolvimento dos incas no campo da metalurgia. Eles produziram principalmente peças decorativas e ornamentos em materiais como o ouro, a prata, o cobre, estanho e bronze (liga de cobre e estanho), platina e a tumbaga (liga de cobre e ouro). As peças tinham principalmente fins ornamentais ou rituais, não se destinavam a uso utilitário (Burland, 1992, p.98).
 Entre outras heranças deixadas pelos incas, segundo Araújo, (2009), sobressai-se o imponente Qorikancha, um templo dedicado ao Sol e que era coberto de ouro quando os conquistadores espanhóis chegaram. A presença espanhola deixou marcas visíveis nas muitas igrejas e também no casario colonial construídos com armações de madeira à vista.
 2.7.8 Machu Pichu, ou a cidade perdida dos Incas: com certeza é o monumento arquitetônico mais conhecido construído pelo povo do sol. Huayna Picchu Picchu ou Machu Picchu, erguida por volta de 1420dc, sob a ordem de Pachacuti (Burland, 1992, p.102), bisavô de Atahualpa, o mesmo assassinado por pizarro em 1533. Nunca foi encontrado pelos invasores, pois está localizada no vale do rio Urubamba, a 2400 metros acima do nível do mar, de difícil acesso.
 Foi reencontrada em 1911, para o restante do mundo, pois muitos indígenas locais sabiam de sua localização, mesmo sem o conhecimento real de sua importância (Waisbard, 1974). O responsável por essa redescoberta foi o professor e explorador americano Hiram Bingham, que estava a frente de uma expedição pela Universidade de yale.
3. Conclusão:
 Das três mais importantes civilizações que existiram antes da chegada dos europeus, os incas foram os que mais se expandiram e que estiveram, desde suas raízes, mais tempo sobre o solo americano. De pequenos grupos, geralmente de uma mesma família, que provavelmente viviam no sul dos andes peruanos, tornaram-se um povo imponente, poderoso, organizado, hierarquizado e cheio de cultura.
 Foram mais de 4 séculos de história, com um legado ainda muito para ser conhecido, mas que já enriquece a qualquer um que tem a felicidade de estudá-lo. Tudo isso com certo cuidado nas observações e as vezes discrepâncias de algumas informações e datas, totalmente entendível, pois é sabido que não existe nenhum registro escrito e o que se sabe hoje sobre essa mariavilhosa civilização é através de descobertas arqueológicas e transcrições orais.
 No máximo do explendor que essa civilização chegou, aproximadamente 13 milhões de pessoas faziam parte de seu povo, o quécha era sua língua oficial e através dela podiam se comunicar, aprender e ensinar todo sua capacidade, principalmente de construir prédios, templos e cidades, adaptando-se e utilizando as encontas das montanhas, engenharia até os dias de hoje sem total explicação.
 Um povo, rico em cultura e conhecimento, que por séculos utilizou a natureza para evoluir em todos os aspectos. Dominou a agricultura, pecuária, ouriversaria, astronomia, entre tantas outras áreas. Mas que no começo do século 16, fora invadido, dominado e dizimado por aventureiros em busca de riquezas. Francisco Pizarro executou o grande Inca Atahualpa em 26 de julho de 1533, dando início ao fim do povo do sol.
 O que resta hoje, são resquícios do que fora a maior civilização ameríndia conhecida. As linhas de Nazca, o Templo do Sol, ou Coricancha na lígua quécha, em Cuzco e a cidade perdida dos Incas, Machu Pichu, são exemplos da magnífica cultura de que o mundo foi privado ao se perpetrar, pelas mão dos espanhóis, a destruição desse povo único. 
 
4. Referências:
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HERMIDA, Antônio José Borges. História das Américas. Editora do Brasil S/A São Paulo - Belém -Fortaleza- Recife- Salvador- Rio - B. Horizonte- Curitiba - P. Alegre 1956.
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PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. São Paulo: Atual, Campinas, SP: Editora universidade Estadual de Campinas, 1987
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