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Cardiotocografia Freeman (1975) e Lee e colaboradores (1975) introduziram o teste sem estresse (cardiotocografia basal [CTG basal]) para descrever a aceleração da frequência cardíacafetal em respostaaos movimentos do feto como indicador de saúde fetal. Esse teste envolvia o uso da aceleração da frequência cardíaca fetal detectada por Doppler coincidindo com os movimentos fetais percebidos pela mãe. • Não é método diagnóstico;• É método rastreador;• É o método principal e mais difundido;• Colocação dos sensores Localização do foco fetal Local de melhor audibilidade dos batimentos cardíacos fetais;• Lateralização Tocodinamômetro Avaliação do Bem Estar Fetal: Cardiotocografia terça-feira, 24 de março de 2020 14:21 Página 1 de Risco Obstétrico Lateralização Velocidade do papel Movimentos fetais;• Contrações uterinas;• Banda actotocográfica Nível de linha de base;• Banda cardiográfica Página 2 de Risco Obstétrico Nível de linha de base;• Variabilidade da linha de base;• Acelerações transitórias;• Desacelerações ;• Elementos analisados no traçado Nível de linha de base A linha de base normal situa-se entre 110 a 160 bpm, sendo considerado bradicardia quando <110 bpm e taquicardia quando >160 bpm; • Na presença de boa variabilidade, a taquicardia não é sinal de sofrimento fetal;• Etiologia: febre materna, hipóxia fetal, anemia fetal, corioamniotite, taquiarritmia fetal (> 200 bpm com subida abrupta e sem variabilidade), falência cardíaca fetal, drogas beta simpatomiméticas, rebote (taquicardia transitória após desaceleração acompanhada de diminuição da variabilidade); • Taquicardia Página 3 de Risco Obstétrico Efeitos de medicamentos na FCF Bradicardia < 110 bpm Uma frequência entre 100-109 bpm na ausência de outros padrões intranquilizadores não é, necessariamente, sinal de comprometimento; Etiologia Bloqueio cardíaco;— Variedades occipito-posteriores ou transversas;— Sério comprometimento fetal ;— Página 4 de Risco Obstétrico A CTG pré-natal registrada em primigesta com 41 4/7 semanas de gestação, com FCF inicial de 90 a 95bpm, variabilidade e acelerações normais da linha de base. Na ausência de medicação materna, a bradicardia basal é provavelmente o resultado de um sistema nervoso parassimpático maduro. É um feto bem oxigenado e está bem. Aceleração transitória Página 5 de Risco Obstétrico Entende-se como normal quando se verifica uma amplitude mínima de 15 bpm e duração mínima de 15 segundos. Aceleração com contração Tipicamente, no segundo estágio a FCF não acelera com as contrações e os puxos. A FC materna aumenta por causa do esforço expulsivo, que leva a uma rápida redistribuição do sangue do miométrio para a circulação materna (auto-transfusão); Os batimentos cardíacos fetais tendem mais a permanecer nos mesmos níveis ou desacelerar com os puxos, do que acelerar; Variabilidade É definida como a flutuação nos batimentos cardíacos fetais; O ritmo cardíaco fetal normalmente exibe variações entre batimentos que não são acelerações nem desacelerações;• Reflete a capacidade do SNC em monitorizar e ajustar o sistema cardiovascular;• Esta variabilidade a curto prazo pode variar com o tempo, dependendo das variações no sono e na atividade;• Página 6 de Risco Obstétrico Esta variabilidade a curto prazo pode variar com o tempo, dependendo das variações no sono e na atividade;• A perda de variabilidade do ritmo cardíaco é uma das características mais importantes quando a hipóxia começa a surgir;• Variabilidade reduzida reflete aumento no tônus simpático;• A perda completa da variação entre batimentos pode refletir a incapacidade do miocárdio em responder;• Padrão saltatório Pode estar relacionada a administração de drogas à mãe, hiperestimulação uterina e até ser consequente à exame cervical (toque vaginal com estimulação da cabeça fetal); • O aumento da variabilidade de 25 bpm acima da linha de base pode ser causado por hipóxia ou compressão mecânica do cordão umbilical; este padrão ocorre frequentemente no segundo período do parto; • A presença de um padrão saltatório, especialmente, quando acompanhada de desacelerações, pode sinalizar uma hipóxia aguda e progressão para acidose; • Ainda que se apresente como um padrão não tranquilizador, não é uma indicação para parto imediato;• Ritmo sinusoidal Oscilação regular dos batimentos, lembrando o formato de um sino;• Padrão de ondulação suave, por pelo menos 10 minutos 3 a 5 ciclos por minutos, de modo relativamente fixo;• Página 7 de Risco Obstétrico • Amplitude de 5-15 bpm acima e abaixo da linha de base;• Variabilidade ausente; • Ausência de variabilidade Desacelerações Página 8 de Risco Obstétrico Desaceleração precoce “Ombro” Página 9 de Risco Obstétrico Ombro pré e pós-aceleração Um ombro pré e pós-desaceleração pode ser considerado como uma resposta fisiológica normal à oclusão venosa e arterial do cordão; • A perda do ombro pode indicar que o feto que não está respondendo apropriadamente ao insulto fisiológico;• Mecanismos fisiológicos do ombro O ombro pós-desaceleração representa que o feto está usando seus limites em termos de oxigenação;• A FCF retorna a linha de base após a deficiência de oxigênio ser corrigida;• Se a atividade uterina é vigorosa e nada é feito para reduzir as exigências fetais, pode haver elevação da linha de base e redução da variabilidade; • Desaceleração tardia Página 10 de Risco Obstétrico Desaceleração tardia Queda gradual (início até nadir ≥30 segundos), ocorre após o pico da contração (decalagem 20 segundos); • Desaceleração variável Desaceleração variável é um decréscimo abrupto da FCF abaixo da linha de base e pode ocorrer com ou após a contração;• Deve-se, usualmente, a compressão do cordão umbilical e pode estar associada a acidose fetal;• Página 11 de Risco Obstétrico Compressão do cordão umbilical Desaceleração prolongada Desacelerações com duração ≥ 2min e < 10 minutos, relacionada com hipotensão postural materna, bloqueios anestésicos, hiperatividade uterina, compressões funiculares intensas e duradouras; • São causadas por hipóxia e refletem depressão do miocárdio;• As causas mais comuns são: contração uterina prolongada, hiperestimulação uterina, hipotensão supina, anestesia peridural, exame vaginal, descolamento da placenta e rotura uterina; • Seu significado depende inteiramente dos achados clínicos; • Desaceleração prolongada Desaceleração com peridural Página 12 de Risco Obstétrico CTG após Ringer, oxigênio e mudança de posição• Conduta Desaceleração prolongada Mudança da linha de base Página 13 de Risco Obstétrico Período expulsivo Bradicardia na fase final do parto Durante a última fase do parto, não é incomum ocorrer um aumento pronunciado na pressão intra-ocular provocando bradicardia vagal; • Reflexo óculo-cardíaco Página 14 de Risco Obstétrico Desencadeado por pressão no globo ocular ou tração dos músculos extra-oculares, da conjuntiva ou estruturas da órbita;• O ramo aferente é o trigêmio e o eferente, o vago;• A manifestação mais comum do estímulo do reflexo é a bradicardia sinusal;• A hipercapnia e hipoxemia são fatores que aumentam a sua incidência e gravidade; • FCF basal: 110–160 bpm— Variabilidade: moderada— Desaceleração tardia ou variável: ausente— Desaceleração precoce: ausente ou presente— Aceleração: presente ou ausente — Categoria I - Presença dos critérios abaixo:• Categoria II - Qualquer traçado não-categorizado nas categorias I ou III. • FCF basal: Bradicardia não-acompanhada por variabilidade ausente; taquicardia— Variabilidade mínima ou ausente, não-acompanhada por desaceleração recorrente acentuada — O traçado requer cuidados clínicos. Presença de algum dos critérios abaixo: Interpretação Aceleração: ausente ou induzida após estimulação fetal;— Desaceleração periódica ou episódica, desaceleraçãovariável recorrente acompanhada por variabilidade moderada ou mínima; — Desaceleração prolongada; desaceleração tardia recorrente com variabilidade moderada;— Desaceleração variável com outras características, como retorno lento à linha de base ou “ombros” ou “overshoots” — Categoria III - Traçado da FCF com um dos padrões abaixo:• Variabilidade ausente acompanhada de pelo menos uma das situações abaixo:— Desaceleração tardia recorrente; Desaceleração variável recorrente; Bradicardia; Desacelerações precoces FIGO Sem definição NICE Queda uniforme, repetitiva e periódica da FCF com início no início da contração e retorno à linha de base no final da contração ACOG Visualmente aparente, diminuição gradual simétrica e retorno da FCF associados a uma contração uterina. O nadir da desaceleração ocorre ao mesmo tempo que o pico da contração. Na maioria dos casos, o início, o nadir e a recuperação da desaceleração são coincidentes com o início, Página 15 de Risco Obstétrico recuperação da desaceleração são coincidentes com o início, o pico e o término da contração, respectivamente Desacelerações tardias FIGO Sem definição NICE Queda uniforme, repetitiva e periódica da FCF com início no meio da contração e nadir> 20 s após o pico da contração e término após a contração ACOG Visualmente simétrica, diminuição gradual e retorno da FCF associados a uma contração uterina. A diminuição da FCF é calculada desde o início até o nadir da desaceleração. A desaceleração é tardia no tempo, com o nadir da desaceleração ocorrendo após o pico da contração Desacelerações variáveis FIGO Sem definição NICE Retardo periódico variável e intermitente da FCF com início e recuperação rápidos. As relações temporais com o ciclo de contração são variáveis e podem ocorrer isoladamente ACOG Diminuição abrupta visualmente aparente da FCF. Quando desacelerações variáveis estão associadas a contrações uterinas, seu início, profundidade e duração geralmente variam com sucessivas contrações uterinas Desacelerações variáveis atípicas As diretrizes do NICE também definem “desacelerações variáveis atípicas” quando os seguintes componentes adicionais são encontrados: Perda de aumento primário ou secundário na taxa de referência, retorno lento à FCF após o término de uma contração, aumento secundário prolongado na taxa de referência, desaceleração bifásica, perda de variabilidade durante a desaceleração, mudança da linha de base para um nível mais baixo. • Desacelerações descritas por Hon Em 1968, Edward Hon, nos EUA, em seu trabalho pioneiro, descreveu três padrões de desaceleração da FCF com base no início no início (desacelerações iniciais), 20 a 30 s após o início (desacelerações tardias) das contrações ou se o tempo de início era variável (desacelerações variáveis ). • Categorização das desacelerações Página 16 de Risco Obstétrico Hipóxia/ Asfixia Desacelerações Ocitocina para condução Primigesta com 39 6/7 semanas de gestação com infusão de ocitocina devido a progressão lenta do trabalho de parto. Não havia outros fatores de risco conhecidos. A CTG anterior mostrou FCF inicial de 145bpm com variabilidade normal e acelerações ocasionais. Observaram-se desacelerações variáveis isoladas, abaixo de 30 a 60 bpm, com duração de 45 a 60 segundos. A atividade uterina foi registrada em 3 a 4 contrações fortes em 10’ . Página 17 de Risco Obstétrico Conduta Reposicionamento materno e suspensão da ocitocina;• A mulher foi transferida para cesariana e o bebê nasceu em boas condições;• A avaliação e discussão posteriores sobre o CTG centraram-se no fato de que, embora as contrações fossem registradas 3 a 4 em 10 min e parecessem "modestas" no CTG, a maioria durou mais de dois minutos; a tocólise não foi considerada na época; • A atividade uterina deveria ter sido descrita como hiperestimulação uterina (por hipertonia) e manejo conservador poderia ter sido considerado • Uso inadequado de ocitocina Uso inadequado de ocitocina: conduta Reposicionamento materno;• Redução da ocitocina;• Solicitação de avaliação de profissional mais experiente; • Bradicardia por hiper estimulação Embora algumas bradicardias fetais não sejam passíveis de tratamento, essas são minoritárias e daqueles passíveis de tratamento • Página 18 de Risco Obstétrico Embora algumas bradicardias fetais não sejam passíveis de tratamento, essas são minoritárias e daqueles passíveis de tratamento adequado, muitas resultam de hiper estimulação uterina; • Na maioria dos fetos maduros bem desenvolvidos que requerem pelo menos 60 a 90 segundos de 'descanso' uterino entre as contrações para manter a oxigenação adequada, os parteiros devem estar cientes da importância de avaliar adequadamente, não apenas as contrações, mas o intervalo entre elas; • Uterolítico A terbutalina não interrompe o trabalho de parto, mas facilita a ressuscitação intrauterina e 'ganha' tempo para as decisões de gestão; • Com uma meia-vida curta, a maioria das mulheres recomeça as contrações em 15 minutos, fornecendo aos médicos um 'teste de estresse' fetal para ajudar nas decisões do manejo; • Desaceleração na ausculta Registro em multipara com 40 semanas que estava sendo monitorada após desaceleração observada na ausculta;• A mulher se reposicionou de quatro, enquanto era solicitada a assistência e preparação para acelerar o nascimento;• O CTG anterior à bradicardia é altamente preditivo de feto bem oxigenado;• O bebê nasceu levemente "atordoado", com Apgar 7 e 9 e nenhuma manobra de reanimação foi necessária;• Bradicardia Página 19 de Risco Obstétrico Taquicardia e desaceleração Bradicardia prolongada Alteração na banda actotocográfica Página 20 de Risco Obstétrico Desaceleração em crise eclâmptica CTG durante crise eclâmptica, desaceleração prolongada com recuperação. Paciente sulfatada e recebendo nifedipina, bebê nasceu deprimida, mas recuperou-se bem. Desaceleração e mudança de linha de base Prolapso de cordão Página 21 de Risco Obstétrico Hiper oxigenação materna A hiper oxigenação com O2 a 100% pode aumentar ambos, os níveis maternos e fetais;• Entretanto, há evidências de que o efeito sobre o feto em sofrimento fetal é limitado;• A administração de fluidos intravenosos visa aumentar o fluxo sanguíneo através do útero e a distribuição de O2, mas se questiona que este efeito é anulado pela hemodiluição; • Pode levar a:• Aumento de radicais livres;— Redução do fluxo uteroplacentário de ambos, vasos umbilicais e placentários, que são sensíveis a altos níveis de O2;— Esses vasos podem se contrair com a hiperóxia, levando a redução da troca de gás e transporte de O2;— Diminuição do pH arterial do cordão umbilical;— Página 22 de Risco Obstétrico