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1 EPIDEMIOLOGIA A EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA = estudo da distribuição e dos determinantes dos eventos ou padrões de saúde em populações definidas, e a aplicação deste estudo para controlas problemas de saúde. Objetivos Principais: - Descrever a distribuição e magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas - Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças - Identificar padrões etiológicos e sociais relacionados à doença. Os seres humanos são únicos! É A INDIVIDUALIDADE DA POPULAÇÃO! ÍNDICE E INDICADORES DE SAÚDE = Métodos de se quantificar numericamente direta ou indiretamente a doença de forma objetiva ou subjetiva INDICADORES = São meios que se referem a alguma característica unidimensional (ex.: perda dental) - São utilizados a fim de conhecer adequadamente a situação. Informam a situação existente e permitem comparações a fim de subsidiar tomadas de decisões ÍNDICE = São meios multidimensionais, agrupando características diferentes (ex.: IDH: renda + saúde + educação) - CPO (cariado, perdido, obturado) CRITÉRIOS PARA UM BOM ÍNDICE/INDICADOR 1. Simples 2. Válido: eficaz – mede o que ele quer e o que tem que medir (saber se a pessoa fuma é diferente de saber se ela realmente tem câncer) - sensibilidade - especificidade 3. Confiável, consistente: posso reproduzir - Kappa(grau de confiabilidade) varia de - 1.01+1 4. Barato – custo-benefício 5. Aceito pelo examinado (p/ dados primários) – pode ressaltar alguns pontos como dor e embaraço 6. Disponibilidade de dados (p/ dados secundários) USOS E APLICAÇÕES Diagnostico coletivo da saúde da população – é preciso ter uma validade na média Diagnostico individual para rastreamento de casos – ex.: exames de papa nicolau – diagnostico precoce Avaliação do cumprimento de metas em planejamentos em saúde Descrever a história da doença ao longo do tempo(monitoramento) INDICES/INDICADORES Indicadores gerais de saúde: são indiretos! 2 Nutricionais: medidas de avaliação da dieta e doenças de deficiência são comumente usadas Socioeconômicos: escolaridade, renda Ambientais: poluição do ar, água, terra, alimentos Serviços de saúde: número de leitos por habitante, número de dentistas por habitante Indicadores globais: Mortalidade proporcional: são construídas as proporções de óbitos por causa específica em relação ao total de óbitos – indica a importância de uma dada causa de óbitos na população - Curva de Nelson-Moraes Mortalidade: número de óbitos em determinado local e época. *Obs.: o coeficiente de mortalidade infantil é um indicador sensível de vida e saúde de uma comunidade. Esperança de vida: “vida média ao nascer” - Excelente forma de avaliar saúde em geral(não é influenciada pela estrutura etária) Qualidade de vida: - APVP (Anos Potenciais de Vida Perdidos) - DALY(Anos de vida vividos ajustados para incapacidade) - Qualidade de vida relacionada a doenças específicas(ex.: saúde bucal Fecundidade: Expressa a média de filhos por mulher, utiliza o número de mulheres entre 15 e 49 anos, é um coeficiente de natalidade, depende do número de nascidos vivos em determinada área e período, não está relacionado com o tamanho da população. Indicadores por causa específica: Mortalidade por causa especifica: mortalidade com o conhecimento do óbito Morbidades: soma dos agravos que atingem um grupo de pessoas - Tipos: Auto referida (alguma vez um médico disse que...superestimada) ou observada (clinicamente e/ou laboratorial) - Fontes de dados: Periódicos(IBGE), Rotineiro(Ministério da saúde), Outros locais(unidades de saúde...) COLETA DE DADOS: 1. Prontuários e arquivos(coletados) *Obs.: O problema desse é que só mostra as pessoas que foram ao atendimento nos serviços de saúde. 2. Inquéritos ou exames(a coletar) *Obs.: exemplo de inquéritos = SB Brasil ICEBERG CLÍNICO = É a diferença entre a necessidade (normativa) de cuidados médico-odontológico e a utilização dos Serviços Implicações: - Revela o pequeno impacto dos profissionais na saúde (a maioria das pessoas não é atendida) - Os casos tratados não são representativos do quadro epidemiológico da população Possíveis Razões: - Doenças assintomáticas - As pessoas não se sentem doentes - Acesso ao tratamento - Outras razões (medo, descrença) Observações: - O uso é a concretização de uma demanda, mas nem todas as demandas confluem pra uma concretização, uma vez que as ofertas são deficitárias. - Necessidade = a busca por serviços, pode ser normativa ou sentida/ percebida. - Demanda = a forma como os indivíduos expressam o que procuram em um determinado serviço, como o da saúde. Nem sempre será executado com clareza, concisão ou integralidade, visto que existe dúvida e subjetividade por parte de alguns indivíduos. 3 MEDIDAS DE FREQUENCIA EM EPIDEMIOLOGIA - Como as doenças vêm evoluindo, e se as atividades vêm surgindo o efeito esperado, se os tratamentos voltados para o controle da doença X têm sido adequados TIPOS DE MEDIDA = servem para quantificar ou medir a frequência com os problemas de saúde. Razão: relação entre duas quantidades quaisquer Proporção: mostram qual a fração de uma população é afetada. Tipo de razão onde o numerador é da mesma natureza e está contido no denominador Taxas: mostram com que rapidez a doença está correndo em uma população. Tipo de razões especiais, nas quais o denominador é uma unidade de tempo. INCIDENCIA = Número de novos casos de doença que ocorrem durante um período determinado de tempo em população . O elemento crucial na definição de incidências é: NOVOS casos de doença *Obs.: para uma taxa de incidência ser significativa, qualquer indivíduo que seja incluído no denominador deve ter potencial para se tornar parte do grupo O numerador é tempo de acompanhamento! PREVALENCIA = número de pessoas afetadas, em determinado tempo, dividido pela população total *Obs.: indicado para implementação de medidas de controle e tratamento Como o numerador inclui uma mistura de pessoas com diferentes durações de doença, o resultado não tem uma medida de risco. Exemplo: Fatores que determinam a prevalência: - Incidência e sua duração, assim como pelos movimentos migratórios. - Quanto mais elevada a incidência e ou, a duração de uma doença, mais tende a ser sua prevalência *Obs.: Quanto maior a duração média da doença, maior será a diferença entre prevalência e incidência. ( P = I x Duração) TAXAS Taxa de mortalidade geral: - A desvantagem da mortalidade geral é o fato de não levar em conta que o risco de 4 morrer varia conforme o sexo, idade, raça, classe social... Não se deve utilizar coeficientes para comparar diferentes períodos de tempo ou diferentes áreas geográficas TAXA MORTALIDADE= LETALIDADE = Mede a severidade de uma doença. - Boa para avaliara gravidade de uma doença aguda e de curta duração. *Obs,: algumas doenças apresentam letalidade nula, como a escabiose, outras a letalidade é igual a 100, como a raiva humana HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA = Progressão inenterrupta do desenvolvimento da doença desde o momento que ela surge até a exposição da causa dos agentes. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Limiar clínico = --- = os primeiros sintomas *Obs.: quanto mais longo o tempo, menos aguda a doença PADRÕES DE PROGRESSÃO DA DOENÇA: A) Doença aguda que seu final é o óbito B) Doença aguda e rápida, que a pessoal vai melhorar sem nenhuma intervenção. Ex.: Resfriado C) Doença aguda, que a pessoa nem sabe que tevea doença. D) Doença crônica, progride lentamente e leva a pessoa ao óbito. E) Doença crônica a vida toda. OBSTÁCULOS DO ESTUDO DA HISTORIA NATURAL DA DOENÇA . . . CONCEPÇÃO DE HISTORIA (progresso em intervenção) da doença 1. Visão da doença a partir dos serviços: investigações clínicas longitudinais, de pacientes que demandaram assistência médica especializada 2. Visão da doença a partir da comunidade: Busca ativa de pacientes na comunidade (Inquéritos populacionais). Descrição da doença com base populacional. Acompanhamento desde a fase “pré- patologica”. Período Pré Patológico = antes do individuo adoecer - interação de agentes mórbidos, o hospedeiro humano e os fatores ambientais - Não há doença propriamente dita, mas existem condições que favorecem o seu aparecimento; fatores de risco. - Fase da suscetibilidade Periodo Patológico = individuo com doença - Pré Clínica: existem alterações precoces, sem sintomas - Fase Clínica: doença precoce discernível e doença avançada. Ao se manifestar, a doença se encontra em estágio adiantado, demandando espontânea por serviços de saúde – “ a ponta do iceberg” - Fase residual: Convalescença. Se a doença permaneceu do jeito que estava ou não foi curada por completa, deixa sequelas. 5 CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (visam evitar as doenças ou duas consequências, quer ocorram de forma esporádica, quer de modo endêmico ou epidêmico): - tem um sentido de evitar o aparecimento do estágio seguinte da história natural da doença. Medidas Inespecíficas e Especificas: - Inespecíficas(gerais) tem o objetivo de promover o bem-estar das pessoas - Especificas(restritas): incluem as técnicas próprias para lidar com cada dano. Ex.: Fluoretação da água e vacinas. Prevenção Primária, Secundária e Terciária: - Primária: “prevenção”/”promoção” - Ações dirigidas p/ manutenção da saúde. Prevenção da ocorrência da fase patológica. – período pré patológico – - Secundária: “cura”/ “proteção” – Medidas orientada p/ período patológico, enquanto a doença está progredindo, seja em fase subclínica, seja de evolução clinicamente aparente. A prevenção da evolução. Ex.: uso de antibiótico em processo infeccioso. - Terciária: “Reabilitação”/”Recuperação”. Ações se dirigem à fase final do processo. Visam a desenvolver a capacidade residual do individuo. Ex.: Sequela de AVC CINCO NIVEIS DE PREVENÇÃO 1. Promoção da saúde = Ações destinadas p/ manter o bem-estar, sem visar a nenhuma doença em particular Ex.: educação sanitária, alimentação adequada, habitação adequada, emprego/ salário adequados, condições p/ satisfazer necessidades básicas. 2. Proteção específica = impedem o aparecimento de doenças específicas. Ex.: vacinação, exame pré-natal, quimioprofilaxia, fluoretação da água, eliminação de exposição e agente carcinogênicos. 3. Diagnóstico e tratamento precoce = identifica o progresso patológico no seu início, antes dos sintomas. Ex.: rastreamento, exame periódico de saúde, auto- exame, intervenções preções. 4. Limitação do dano: Identifica a doença, limita a extensão das lesões e retarda o aparecimento de complicações. Ex.: Acesso facilitado a serviços de saúde, tratamento adequado, hospitalização em função das necessidades. 5. Reabilitação: Desenvolve o potencial residual do organismo após ter sido afetado pela doença, de modo a contribuir para que o indivíduo tenha uma vida útil e produtiva. Ex.: terapia ocupacional, treinamento do deficiente, próteses e orteses. *Obs.: Recuperação = 3, 4 e 5 nível. RASTREAMENTO Melhorar diagnósticos Proteger a sociedade de doenças contagiosas Alocação de recursos racional Seleção de indivíduos saudáveis Pesquisa(HND) VARIÁVEIS DESCRITIVAS – PESSOAS E LUGARES EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA QUEM¿ QUANDO¿ ONDE¿ USOS DA EPIDEMILOGIA 1. Descrever as condições de saúde(diagnóstico coletivo. Ex.: prevalência e incidência) 2. Identificar a etiologia das doenças(fatores de risco e prognóstico) 3. Identificar tendências nas condições de saúde(epidemias e endemias) 4. Verificar o valor de procedimentos clínicos para diagnóstico e terapêutica 5. Avaliar o impacto de um planejamento em saúde púbica. 6 VARIAVEIS RELATIVAS ÀS PESSOAS Variáveis demográficas(universais) Ex.: idade, sexo, raça. Sexo = Diferenças entre sexo se explicam a partir de questões biológicas e questões sociais /comportamentais. Idade = Existem tipos de agravos que acometem mais em cada faixa etária. - Tempo de acúmulo - Envelhecimento Variáveis sociais: Ex.: estado civil, renda, ocupação, educação... Estado civil = seleção para o casamento e proteção conferida pela família estão associadas. Classes sociais: - Teoria do artefato: - Teoria da seleção natural: ex.: - Teoria materialista/ estruturalista: pessoas ficam doentes, pq elas tem condições de vida ruins - Teoria cultural/ comportamentalista: Variáveis relativas ao estilo de vida: Ex.: estresse, fumo, exercícios, alimentação, álcool. *Obs.: as principais doenças em países desenvolvidos e emergentes são crônicas. Muitas delas são associadas ao estilo de vida. - Doenças e agravos não-transmissíveis (DANTs) caracterizam-se por: historia natural prolongada, múltiplos fatores de risco, causa necessária desconhecida, longo período de latência, longo curso assintomático, curso clínico lento, manifestação clínica com períodos de remissão, lesões irreversíveis, baixa letalidade (cárie, doença mental,etc) FATORES DE RISCO EM COMUM: VARIÁVEIS RELATIVAS À LUGAR - usos de mapas geográficos: representação absoluta e representação relativa - uso de mapas de correlação Comparações internacionais Comparações Nacionais Comparações zona rural x urbana Comparações regionais VARIAVEIS RELATIVAS AO TEMPO Variações históricas-secularização: Variações cíclicas: Variações sazonais Variações acidentais: *Obs.: as 3 primeiras são previsíveis, a acidental é previsível. PREVALENCIA X INCIDENCIA = Estudos que acompanham a prevalência são importantes para estabelecimento de tendência, mas um aumento na prevalência da doença não configura a presença de uma epidemia, pq a prevalência não depende apenas da incidência. EPIDEMIAS X ENDEMIAS Epidemia = Concentração de novos casos de uma mesma doença em um dado local e época em excesso (aumento) do que se espera - epidemia explosiva/ pontual/ espontânea/ surto = tem fonte única de transmissão e todos casos expostos ao mesmo tempo (comida contaminada em restaurante), tem crescimento rápido e pico único. *Obs.: pandemia≠surto >>> a pandemia é transmissível de um lugar p/ outro - epidemia contínua = a exposição é prolongada e pode ocorrer - epidemia progressiva/ propagada = aumentos graduais por sucessivas exposições a fontes diferentes (insetos ou individuos-indivíduo). Tem o crescimento exponencial, com inicio lento e uma série de picos. Cada indivíduo de um surte é fonte para o próximo surto. Endemia = os novos casos de uma doença são constantes e previsíveis, 7 independente da prevalência atual. – causas da doença estão sobre controle VIGILÂNCIA EM SAÚDE = relacionada às práticas de atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doença. - política e planejamento - processo de saúde e doença - territorialização - epidemiologia - condições de vida - situações de saúde das populações, ambiente e processos de trabalho CONCEITOS BÁSICOS Vigilância EM saúde: articulação das práticas de vigilância epidemiológica e sanitária, ambiental e saúde do trabalhador. Visa ações de forma integrada, nessas áreas, podendo ser executadas em nível central, distrital ou local. Vigilância DA saúde: forma de planejar, organizar, executar e avaliar açõesde saúde, individuais e coletivas, dirigidas a uma determinada população, na perspectiva de um modelo de ação. Levantamento epidemiológico: estudo seccional geralmente do tipo amostral, levado a efeito quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes em virtude de diversos fatores. Inquérito epidemiológico: estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços de saúde ou de outras instituições. Não é um estudo amostral e destina-se a coletar dados para complementar as informações já existentes. TIPOS EPIDEMIOLÓGICA: ações que proporcionam a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva. Objetivos: - Acompanhamento do comportamento epidemiológico - Detecção precoce de surtos e mudanças na distribuição espacial da ocorrência das doenças - Recomendar medidas de prevenção e controle - Interrupção das cadeias de transmissão de problemas - Identificar novos problemas de saúde pública Funções: - coleta, processamento e interpretação de dados, bem como recomendações de medidas de controle apropriadas. - Promoção das ações de controle indicadas - Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas. - Divulgação de informações pertinentes. Investigação epidemiológica: é o método de trabalho utilizado para esclarecer a ocorrência de doenças transmissíveis ou de agravos inusitados à saúde, a partir de casos isolados ou relacionados entre si. Consiste em um estudo de campo realizado a partir de casos notificados (clinicamente declarados ou suspeitos) e seus contatos. Medidas quantitativas de avaliação: sensibilidade, especificidade, representatividade e oportunidade. Medidas qualitativas de avaliação: simplicidade, flexibilidade a aceitabilidade. A vigilância epidemiológica deve fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde que tem a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população específica. SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) = Coleta e processa 8 dados de agravos de notificação em todo território nacional, desde o nível local até nacional. *Obs.: entrada é feita a partir de formulário padronizado destacando-se a Ficha Individual de notificação(FIN) e Ficha Individual de Investigação(FII) AMBIENTAL: ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde. SANITÁRIA: Ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviço de interesse da saúde, abrangendo o controle de bens de consumo que, indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo. ANVISA = principal órgão - licenciamento de estabelecimento - fiscalização - observação do fato - julgamento de irregularidades - aplicação de penalidades - normatização - educação SAÚDE DO TRABALHADOR: conjunto de ações feitas com a participação dos trabalhadores, feita de forma contínua e sistemática. Objetivo: detectar, pesquisar e analisar fatores determinantes e condicionantes da saúde relacionados ao trabalho, cada vez mais complexo e dinâmico. HISTÓRIA Início: século XX – avanço da era bacteriológica Nos anos 50, o termo vigilância passou a ser usado especificamente para o combate da malária. - organização de grandes campanhas sanitárias - doenças que comprometem a atividade econômica - febre amarela, peste e varíola = campanhas valiam-se de instrumentos precisos para o diagnóstico de casos, combate a vetores, imunização e tratamento em massa com fármacos, dentre outros. “Observações sistemáticas e ativa de casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis” = se tratava da vigilância de pessoas a partir do isolamento/ quarentena – ações individuais e não coletivas Após 1ª metade da década de 60 = estrutura de vigilância com o objetivo de busca ativa da doença, a fim de desencadear ações destinadas a bloquear a transmissão. 21ª Assembleia Mundial de Saúde realizada em 1968 – tema central: vigilância epidemiológica - abrangência do conceito = aplicação de variados problemas de saúde pública VIGILÂNCIA = VIGIAR = OLHAR = OBSERVAR = CONHECER. Campanha de Erradicação da Varíola (CEV), 1966-73 = marco da institucionalização das ações de vigilância no país, tendo fomentado e apoiado a organização de unidades de vigilância epidemiológica na estrutura das secretarias estaduais de saúde. 5ª Conferencia Nacional de Saúde – 1975: institui-se o Sistema Nacional de Vigilância e Saúde Epidemiológica (SNVE) - obrigatória a notificação de doenças transmissíveis selecionadas - 1977: normas técnicas para a vigilância. 1990: vigilância epidemiológica é de responsabilidade do SUS – descentralização de responsabilidade e integralidade da prestação de serviços. - antes a detecção dos caos era feita via Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) VIGILÂNCIA ATIVA 9 = Busca ativa e rotineira de novos casos da doença pelos profissionais da vigilância. Tipo de vigilância mais caro, mas de melhor qualidade. VIGILÂNCIA PASSIVA = vigilância que “espera ser avisada” sobre novos casos. - No Brasil, há uma séria de doenças de notificação compulsória (nenhuma bucal) Tipo de vigilância barato, mas que subestima a incidência pela subnotificação. VIGILÂNCIA SENTINELA = Relato de casos de doença que deveriam ser prevenidas. Tipo mais barato, entretanto só pode ser aplicado a um pequeno grupo de doenças. INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA = Trabalho de campo, realizado a partir de casos notificados (clinicamente declarados ou suspeitos) e seus contatos. Estabelecer ou confirmar o diagnóstico Identificar a fonte de infecção e o modo de transmissão Identificar os grupos expostos a maior risco e buscar casos secundários. Esclarecer as circunstâncias que propiciam a ocorrência e investigar fatores de risco. Determinar as principais características epidemiológicas. = orienta a recomendação e adoção oportuna de medidas de controle para impedir a ocorrência de novos casos. VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) = vigilância integrada dos principais fatores de risco modificáveis e comum a maioria das doenças crônicas. Têm sido monitorados não por sistemas de informações, mas por inquéritos de base populacional(estudos transversais) patrocinados pelo governo. 2000 = Sist. NAc. de Vig. Específico p/ doenças crônicas não transmissíveis. Monitora-se fatores de risco e não a doença em si. Ex.: monitorar o % de jovens que fumam é um indicador de futuros casos de câncer de pulmão. Estratégia: - Analise das tendências temporais de morbidade e mortalidade - Monitoramento dos fatores de risco - Inquéritos de saúde regulares e especiais - Analise e crítica dos resultados e fontes de dados - Validação e melhoria dos instrumentos e indicadores - Indução e apoio a ações de promoções à saúde, prevenção e controle - Monitoramento e avaliação das intervenções realizadas - Subsídio para políticas sociais, econômicas e ambientais. - Disseminação, discussão, capacitação e advocacia. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Conhecer a realidade Saber como intervir Avaliar mudançasNa vigilância Epidemiológica: - Dados demográficos, socioeconômicos e ambientais. - Dados de morbidade. - Dados de mortalidade. - Notificação de surtos e epidemias A alimentação do banco de dados do SINAN pode–se calcular a incidência, prevalência, letalidade e mortalidade + realizar analises de acordo com as características da pessoa, tempo e lugar = avaliação local, municipal, estadual e nacional 10 MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO >>>Entre as variáveis entre fator de risco e desfecho Fator de risco / exposição = fator de estudo/ exposição: variável que se supõe possa estar associada ao desfecho. Desfecho: evento de interesse (surgimento de uma doença, sintoma, morte) TABELA CONTINGÊNCIA 2X2 MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO RELATIVAS = razão = mostram a magnitude da associação entre o fator de exposição e o desfecho !Quanto maior a diferença entre os grupos, maior a associação! - Quantas vezes a ocorrência é maior no grupo exposto em relação ao grupo não exposto? Risco Relativo (RR)= estudos de coorte Qual o risco de desenvolver uma doença se estiver exposto ou não? Força de associação = quando que a exposição a um favor aumenta ou não uma doença? = risco dos expostos / risco dos não exposto = ocorrência de doença no grupo exposto / ocorrência de doença no grupo não exposto RESULTADOS: = 1 não há associação > 1 há associação de risco < 1 não há associação de proteção Atenção! Quase sempre o RR vem acompanhando de um intervalo de confiança (de 95%) - Quando o intervalo conter o número 1 = NÃO é estatisticamente significativo (IC95%: 0,90-3,98) - Quando o intervalo NÃO conter o número 1 = é estatisticamente significativo (IC95%: 1,90-3,98) = FATOR DE RISCO Razão de Prevalência (RP) = estudos transversais Qual a prevalência de um desfecho/doença comparando exposto ou não? = prevalência dos exposto/ prevalência dos não expostos Odds Ratio (OR) = caso controle Qual a chance de desenvolver a doença estando exposto ou não? *Obs.: = razão dos produtos trocados RESULTADOS: = 1 não existe associação ou risco > 1 existe associação ou risco – associação positiva = fator de risco < existe associação ou risco – associação negativa = fator de proteção ABSOLUTAS = diferença - Quanto a frequência de um desfecho é maior/menor/ igual em relação ao grupo de expostos e não expostos. - Dá uma ideia, em nível populacional, da extensão do problema causado pela exposição. Diferença de Risco = Taxa 1 – Taxa 2 RESULTADOS: = 0 não existe associação ou risco > 0 existe associação ou risco < existe associação ou risco 11 Exercício 1) Razão absoluta: DIFERENÇA DE RISCO Salada de ovo = 83 -30 = 53 Macarrão = 76 - 67 = 9 Requeijão = 71 - 69 = 2 Salada de atum = 78-50 = 28 Sorvete = 78 - 64 = 14 Outros = 72-50 = 22 Razão Relativas: Salada de ovo = 83/30 = 2,77 Macarrão = 76/ 67 = 1,13 Requeijão = 71/ 69 = 1,03 Salada de atum = 78/50 = 1,56 Sorvete = 78/64 = 1,21 Outros = 72/50 = 1,44 Exercício 2) 1º = Qual tipo de estudo? 2º = Qual forma iremos utilizar? RESOLUÇÃO: RR = (40 / 40+120) / (30 / 30+190) RR = (40 /160) / (30/ 220) RR = (40 x 200) / (160 x 30) RR = 8800 / 4800 = 1,83 ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS (ECR/RCT) = constituem numa poderosa ferramenta de avaliação de intervenções para a saúde. = define qual a intervenção e depois avalia. *Ensaio clínico = EXPERIMENTAL *Randomizado = aleatório *Obs.: NA PANDEMIA = seria perfeito ter estudos randomizados que comparassem medicamentos para isso. CONCEITO DE ECR É uma atividade de pesquisa científica em que pacientes humanos são avaliados para determinar prospectivamente o efeito e valor dos agentes preventivos, diagnósticos e terapêuticos, estratégias, regimes e procedimentos. É uma forma de experimento planejado que envolve pacientes e é desenhado para elucidas os tratamentos mais apropriados para os futuros pacientes. Um experimento científico que gera dados clínicos com o propósito de avaliar uma ou mais terapias em uma população de pacientes. Está implícito no ensaio o fato de que o investigador clínico tem controle do processo de tratamento determinado ao paciente. O PRIMEIRO ENSAIO CLÍNICO: - Final da década de 40 - Austin Bradfors Hill - alocou aleatoriamente pacientes com tubérculos pulmonares em dois grupos: um recebendo estreptomicina e um que não recebe (grupo placebo). = pode avaliar de maneira não viesada a eficácia deste medicamento. 12 ENSAIOS CLÍNICOS: estudos onde um grupo de interesse em que se faz uso de uma terapia ou exposição é acompanhado comparando-se com um grupo controle O pesquisador planeja e intervém ativamente nos fatores que influenciam a amostra, minimizando assim a influência dos fatores de confundimento Quando bem conduzidos. São o pão- ouro entre os estudos para guiarem a nossa prática clínica diária. A elaboração de um ECR visa a um estudo que seja suficientemente grande para que um efeito clínico importante seja estatisticamente significativo, mas não tão grande para que desfechos pouco importantes sejam significativos. Amostragem = grupo de pessoas que fará Randomização = Aloca de maneira aleatória pessoas em diferentes grupos = faz com que se tenha grupos muito semelhantes ao acaso. *se fossem pessoas diferentes, o resultado poderia ser pelas diferenças pessoais, e não pelo medicamento Cegamento = ninguém sabe em que grupo está. - Único = somente os participantes não sabem - Duplo cego= nem o participante nem o pesquisador - triplo cego = nem o banco de dados sabe TRATAMENTO X PLACEBO Tratamento = Quando há um tratamento disponível, as legislações nacionais e internacionais sustentam que os benefícios, os riscos, os encargos e a eficácia de uma nova intervenção devem ser testados comparativamente com as melhores intervenções atuais comprovadas Placebo = Quando não há um tratamento atual disponível, o grupo controle pode ser tratado por um placebo, ou seja, um tratamento simulado que não contém um componente ativo, é algo igual, mas sem o componente terapêutico/ intervencionista. ECR - É o instrumento mais poderoso da pesquisa - É um estudo no qual as pessoas são alocadas ao acaso para receber uma de carias intervenções clínicas - É um estudo comparativo e experimental. - Habitualmente uma das intervenções é considerada como padrão de comparação (controle placebo) - objetivo: mede e compara diferentes desfechos depois da intervenção. DESENHOS DE ECR Paralelos (independentes)= Quando há pelo menos 2 grupos diferentes simultaneamente sendo acompanhados. Cruzados ou Crosser Over(pareados) = Todos os indivíduos são submetidos a todas terapias em sequencia aleatória. Ex.: Grupo 1 -> terapia 1 -> terapia 2 Grupo 2 -> terapia 2 -> terapia 1 Split mouth (pareado) = útil em situação de órgãos simétricos (olhos, dentes...) JUSTIFICATIVAS PARA ECR A ausência de pesquisas prévias NÃO é justificativa para um ensaio clínico Um ECR pressupõe o pesquisador: - conheça os mecanismos biológicos da doença - conheça a causa da doença 13 - tenha uma hipótese provavelmente capaz de curar o paciente ou melhorar sua condição O principio do provável, mais incerta, cura justifica um ECR. ALOCAÇÃO ALEATÓRIA Todos participantes tem a mesma chance de serem alocados para cada um dos grupos Portanto, a alocação não é determinada pelos investigadores ou pelos participantes. Todos os participantes tem a mesma chance de serem incluídos em cada um dos grupos de estudo. QUAL O VALOR DA RANDOMIZAÇÃO Reduz o risco de desequilíbrio de fatores desconhecidos que poderiam influenciar o curso clínico dos participantes Nenhum outro delineamento permite um equilíbrio de fatores não conhecidos Tanto determinantes conhecidos como desconhecidos do desfecho de interesse sejam distribuídos de forma semelhante entre os grupos tratado e controle QUANDO FAZER UM ECR? Devem ser considerados quando: a. Há incerteza sobre o efeito de uma exposição ou tratamento b. A exposição pode ser modificada no estudo Potenciais limitações de ensaios clínicos randomizados incluem: a. Limitada generalização da população em estudo b. Limitada generalização do ambiente em estudo c. Ensaios clínicos randomizados respondem a uma questão de estudos específicos As medias de magnitude de efeito usuais em ensaios clínicos randomizados são o risco relativo e a diferença de risco. INTERVENÇÕES INDIVIDUAIS X EM GRUPOS Aplicabilidade em grupo - Pode haver contaminação individual = proximidade dos indivíduos, com conversas por exemplo, podem influenciar em mudanças nos hábitos do outro. Aplicabilidade individual = indivíduos desenvolvem sozinhos a técnica. Com o delineamento de intervenção de uma comunidade, temos um ensaio clínico em cluster, em que o pesquisador atribui status de exposição à comunidade inteira. De modo geral, esses ensaios incluem educação em saúde pública e outros tipos de trabalhos de campo não envolvidos tipicamente em estudos individuais, embora os princípios epidemiológicos sejam os mesmos. DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACO E MEDICAMENTOS FÁRMACOS: 1. Pesquisa experimental ou fase pré clinica: Antes de começar os testes em seres humanos, os pesquisadores realizam testes em células e em animais. 2. Pesquisa clínica: Nesta fase o objetivo principal é testar a segurança e a eficácia deste novo medicamento em seres humanos. MEDICAMENTOS: 1. Segurança: - Nro participantes = pequenos grupos de 20 a 100 - Tempo de duração = vários meses - Objetivos = segurança, avaliação preliminar 2. Eficácia: - Nro participantes = número limitado - Tempo de duração = vários meses até 2 anos - Objetivos = eficácia, definição da dose eficaz. Em paralelo, a segurança. 3. Multicêntrico: 14 - Nro participantes = grandes e variados grupos - Tempo de duração = 1 a 4 anos - Objetivos = segurança, eficácia comparativa, risco/ benefício. Aumenta-se o número de participantes. Tem a intenção de registrar o novo medicamento. 4. Pós comercialização: - Nro participantes = milhares - Tempo de duração = vários anos - Objetivos = Farmacovigilância. Promover experiência com o produto, avaliar novas indicações para os mesmos. EFICÁCIA/ EFETIVIDADE/ EFICIENCIA EFICÁCIA = EFETIVIDADE= EFICIENCIA = ESTUDOS TRANSVERSAIS = Seccional, de prevalência, cross-section, survey. = observação direta da população ou de determinada quantidade planejada (amostra) de indivíduos em uma única oportunidade POPULAÇÃO: Conjunto completo de indivíduos que pode ser descrito de acordo com uma característica comum a todos. CARACTERÍSTICA: define a população; está relacionada com critérios geográficos, sexo, faixa etária, ocupação. INFERÊNCIA: O conjunto de métodos que permitem formular, em termos probabilísticos, um julgamento sobre uma população a partir dos resultados observados em uma amostra extraída ao acaso da população. CARACTERÍSTICAS A. As mensurações são feitas num único momento do tempo B. São úteis quando se quer descrever variáveis e seus padrões de distribuição C. Constituem o único desempenho que possibilita identificar a prevalência de um fenômeno de interesse. TIPOS DE ESTUDO: de acordo com o propósito Inquérito descritivo (surveys)= estimar taxas, médias ou proporções válidas para descrever a doença na população. Estudo de Associação = Obter associações (OR, RP) válidas entre duas variáveis (fator de risco e doença) VANTAGENS: Baixo custo (comparado ao longitudinal) Rápido Descreve o quadro de saúde das população Fornece uma estimativa de prevalência Gera hipóteses sobre a causa DESVANTAGENS Não estabelece relação temporal ou causal ( o que veio antes ou depois, HND) Curados ou mortos não aparecem(sujeito a sobrevivência seletiva – 3ª idade) Estima associação e não estima risco. ETAPAS PLANEJAMENTO > EXECUÇÃO > ANÁLISE E DIVULGAÇÃO 15 PLANEJAMENTO: Protocolo / projeto de pesquisa Preparação dos instrumentos Processo de amostragem Seleção e treinamento dos pesquisadores EXECUÇÃO Realização de um estudo-piloto Coleta de dados Controle de qualidade dos dados. ANÁLISE E DIVULGAÇÃO Construção de banco de dados Análises descritivas (porcentagem, média, desvio-padrão) Análises bivariadas (relação entre variáveis) Análises multivariadas Elaboração de relatório final para publicação. COMO EU FAÇO PARA IDENTIFICAR? - No objetivo = estimar a prevalência de acesso - Resultados: mostra os dados de RP ESTUDOS DE COORTE (longitudinais) = Estudos observacionais onde os indivíduos são classificados (ou selecionados) segundo o status de exposição, sendo seguidos para avaliar a incidência da doença - Status de exposição = o nível que está exposto (ex.: o quanto a pessoa digere açúcar) - Seguidos para avaliar a incidência = acompanhamento de pessoas para avaliar caso novo de doença. - Grupo de pessoas tem que ser avaliado em pelo menos dois momentos: o 2º depende do tempo que leva para que o desfecho ocorra - Classificados: POR QUE O TERMO COORTE? Grupo de pessoas que a gente vai acompanhar, que tem algo em comum (exposição) em um grupo definido. RECRUTAMENTO DE PESSOAS: No 1º momento = Estudo transversal = avalia um monte de fatores - As pessoas que já tem o desfecho são eliminados da coorte Seleção da população geral. Ex.: Visitas a domicílio - dificuldade em acompanhar, pq se perde pessoas ao longo do tempo – problema quando é uma perca muito grande Seleção de grupos populacionais restritos (ELSA) - Facilita o acompanhamento Seleção de grupos com exposição especial (exposição não usual) ESTUDOS DE COORTE Melhor delineamento para medir incidência Sequencia temporal entre fator e desfecho Permite estudar vários desfechos COORTE FIXA = Seleciona todo mundo do momento e só elas serão acompanhadas – Só há perca de pessoas. COORTE DINÂMICA = Está sempre recrutando pessoas. OBJETIVOS -> Acompanhamento de indivíduos ao longo do tempo (avaliada e reavaliada) 16 1. Descrever a incidência dos eventos em período de tempo (descritivo) 2. Analisar associações entre fatores de risco e os desfechos de interesse (analítico) = AVALIAR A ETIOLOGIA DA DOENÇA = AVALIAR A HND COORTE PROSPECTIVA = contemporâneo Acompanhamento ao longo do tempo Ter muita perda é um problema VANTAGENS: - Mede a incidência (retrospectivo também) - Investigação de causa (retrospectivo também) – no transversal não! - Fator precede desfecho (retrospectivo também) - Permite uma medida acurada da variável de interesse – mede da melhor forma possível - Pode construir informações baseadas na informação do próprio paciente DESVANTAGENS: - Alto custo - Ineficiente para doenças raras - Doença com fase pré-clinica longa – pq não se sabe quando inicia exatamente COORTE RETROSPECTIVA = históricos Analisa dados de hoje para trás. Vai olhar para locais onde já tenham as informações que precisa já coletadas. Algumas pessoas não desenvolveram o desfecho de interesse Em serviços de saúde: analise de prontuários. Em outros estudos de coorte, com desfechos que não foram a priori. VANTAGENS: - Mede a incidência (prospectivo também) - Investigação de causa (prospectivo também) – no transversal não! - Fator precede desfecho (prospectivo também) - Desfecho não enviesa pelo conhecimentodo desfecho - Custo menor DESVANTAGENS: - Investigador não tem controle sobre a natureza e qualidade das aferições feitas COORTES DE NASCIMENTO = Bebês acompanhados desde o nascimento até o estudo existir Raro = Caro e difícil de seguir os participantes ESTUDO DE CASO CONTROLE / Assim como os estudos de série de casos, os de caso-controle são também estudos observacionais, mas apresentam um GRUPO COMPARATIVO. Assim como os transversais, não proporciona tratamento algum aos indivíduos pesquisados. = apenas avalia e compara desfechos clínicos entre grupos de indivíduos. Um pouco mais complexos que os transversais = evidencias obtidas mais robustas. Baratos e de rápida implementação. O ESTUDO: Muito utilizados Fácil de realizar, barato e rápido Comparação entre grupos 17 Parte de um grupo com doença e outro igual sem a doença e procura associações de risco no passado (retrospectivo) Permite calcular associações: Odds Ratio. O que é de interesse do avaliador é avaliar os fatores que no passado poderiam estar associados a desenvolver a doença de interesse. Compara uma possível causa entre casos e controles Determinam se fatores de risco são causas contribuintes da doença Alternativa aos estudos de coorte Retrospectivos Defechos raros? TABELA 2X2 = Permite organizar os dados de maneira gráfica e estabelecer associações entre o tabagismo e o câncer de pulmão. Necessidade de 4 grupos de indivíduos: - Com doença expostos - Com doença sem exposição - Sem doença expostos - Sem doença não expostos Ex.: CÁLCULO DE ODDS: Com a razão de duas probabilidades; a probabilidade de que um evento aconteça dividido pela probabilidade de que o evento não aconteça. 1- Odds de que os expostos desenvolvam câncer de pulmão = probabilidade de ter diagnóstico de câncer de pulmão e ser tabagista = 1350 -Probabilidade de ter diagnóstico de câncer de pulmão e não ser tabagista (7) = 192,8 = a chance de ser tabagista e desenvolver câncer de pulmão é quase 193 vezes maior quando comparado com os indivíduos não tabagistas. 2 – Probabilidade de ser tabagista e não desenvolver câncer de pulmão = probabilidade de ser tabagista (controle) e não ter diagnóstico de câncer de pulmão (1296) - Probabilidade de não ser tabagista e não ter câncer de pulmão(61) =21,2 3 – Cálculo de Odds: 192,8/ 21,2 = 9 SELEÇÃO DE CASOS E CONTROLES 1. Como selecionar os casos: - Critério diagnóstico - Critério de eligibilidade 2. Como selecionar controles: - Controle da população - Controle da vizinhança - Controle aleatório (telefone) - Controle hospitalar 3. Pareado X Não pareado UTILIDADES Doenças muito raras ou que demorar anos para aparecer (pouco prevalentes ou incidentes ou de evolução crônica) = permitem avaliar de uma forma fácil, barata e rápida prováveis associações. DICIFULDADES NA HORA DE (RE)AVALIAR O avaliador consegue medir aquilo que pretendia? - Viés = erros que podem invalidar os resultados da pesquisa. 18 - Quando existe viés, a pesquisa perde valor e o estudo deve ser repetido. VIÉS DE SELEÇÃO: Quando o grupo controle escolhido como comparador do grupo de casos não apresenta as mesmas características epidemiológicas. VIÉS DE MEMÓRIA: Com frequência acontece que quem padece de uma doença lembra mais dos detalhes passados. Geralmente isto acontece pela vontade de quem está doente de poder achar uma explicação para o que lhe acontece. Um grupo tende a se lembrar melhor do que outro. VIÉS DO ENTREVISTADOR: Analises de dados feitas de forma diferente pelo entrevistador, devido suas influencias. Por conhecimento do grupo. - Entrevistadores devem ser cegos de qual a hipótese da pesquisa em casos de deficiência. Quando selecionados os casos deve- se identificar com extremo detalhe quem poderia ser selecionado como caso. 1. Como foi selecionada a amostra (hospitalar, ambulatorial, representativa de uma população). 2. Critérios que definem um caso: idade, sexo, sintomas e sinais clínicos dos pacientes, exames laboratoriais, métodos de diagnósticos utilizados. 3. Considerar a preferência de casos novos (incidentes) ou casos velhos (prevalentes). A seleção de controles deve ser metodologicamente detalhada. Devem ser idênticos aos casos (sem a doença em questão) e escolhidos da mesma população. - Os controles representam o risco habitual que qualquer individuo tem de se transforma em caso. Os entrevistadores DEVEM não conhecer os objetivos da pesquisa, quem é o caso e quem o controle, qual o desfecho para não ser induzido. - Evitar induzir os participantes, Confundidores = outras exposições (des)conhecidas que podem alterar a associação entre a exposição e a doença de interesse. Devem ser também pensados e identificado antes de iniciar a pesquisa. ESTUDOS ECOLÓGICOS = analisa um grupo ou população inteira, não o individuo Frequentemente realizadas com dados censitários ou de outra fonte, como DATASUS no Brasil. OBJETIVOS 1. Gerar hipótese etiológica a respeito de uma dada doença - HIPOTESE ETIOLOGICA = Na epidemiologia não faz sentido estudar coisas que não são causais 2. Testa hipótese etiológica 3. Avaliar a efetividade de intervenções em saúde pública 4. Avaliar o efeito do contexto NÍVEL DE ANÁLISE Individuo: quando as informações são coletadas e analisadas no nível do individuo, sendo um atributo das mesmas. Ex.: sexo, idade, renda, fumante, ter cárie... Ecológico: Quando a unidade de análise é o grupo, sendo a informação considerada um atributo do grupo. Muitas vezes, o nível ecológico é uma variável substituo pela falta de informação no nível individual. 19 ANALISE DE GRUPOS = MODELO ALINHADO – parte dos dentes TIPOS VARIÁVEIS Individuais: são variáveis próprias de atributos de pessoas Ecológicas ou contextuais: são variáveis que representam atributos do contexto onde as pessoas vivem, trabalham ou circulam. Pode ser: - Ambientais: características físicas do ambiente, próprias do nível agregado, mas que eventualmente podem ser medidas em nível individual. Ex.: clima, poluição. *Obs.: AMBIENTAIS – analisa Taxas - Derivadas/ Agregadas: variáveis contribuídas a partir de variáveis individuais, em geral são médias ou percentuais. Ex.: renda por capta do país, % de analfabetismo municipal. *Obs.: Derivadas/agregadas = não são originalmente do ambiente. - Globais/ integrais: atributos exclusivos do nível de grupo e não podem ser reduzidas para os indivíduos. Ex.: tipo de sistema político ou organizacional de uma empresa. - Contágio TIPOS DE ESTUDOS – I Exploratórios: descreve os padrões temporais ou espaciais de uma determinada doença. É comum o uso de mapas (i. e. cartograma) – gera hipóteses Analíticos: associa os padrões da doença numa área com algum a exposição média à um fator de risco - associações TIPOS DE ESTUDOS - II Estudo de múltiplos grupos: para um mesmo ponto no tempo, os grupos são em geral agrupamentos geográficos como bairros, cidades, países. Pode também ser comparações entre fábricas, universidades, fazendas, etc. Estudos de séries temporais: para um mesmo grupo, avalia-se a doença ao longo do tempo. Constitui-se em um conjunto de estudos transversais Estudos mistos (espaço tempo): acompanha diferentes grupos. - Mortalidade é variável - Se botar mais uma variável, vira um estudo de associação - Descritivo FALÁCIA ECOLÓGICA “DIFICULDADES” É um erro de interferência devido ao fato de que os resultados podem ser verdadeiros somente para o nível ecológico. Quando alguém tente inferir para o nível individual o resultado de uma associação (e descrição) ecológica, comete a falácia ecológica. VANTAGENS Fácil Barato Ampla cobertura geográfica Dados censitários possuem boa qualidade e amostragem representativa Considerável validade dos dados entre os grupos Avalia o efeito de contexto. Ex.: comparações transculturais e sociais. 20 DESVANTAGENS Não é possível inferir associações para o nível individual sem a possibilidade de falácia ecológica. Dificuldade de fazer comparações, pela impossibilidade de controlar por fatores de confusão. Falta de fonte de dados para informações importantes Colineariidade entre várias ecológicas. ODONTOLOGIA EMBASADA EM EVIDÊNCIA (SBE) “Em cinco anos, utilizaremos somente 50% do conhecimento atual, porém não sabemos quais os 50%”. Os livros texto, apesar de serem vitais na aquisição de conhecimento básico de informação já bem estabelecida, apresentam falhas importantes, principalmente em áreas de rápida transforação. Informações podem apresentar atraso de vários anos. EPIDEMIOLOGIA E CLÍNICA: Raízes comuns; Clínica – individual/ laboratório; ODONTO BASEADA EM EVIDENCIAS = Integração de melhor evidência clínica, habilidade clínica e valores do paciente O DENTISTA: Incerteza nas decisões clínicas (conhecimentos sobre o real impacto?) Experiência clínica e fisiologia, apesar de necessários são insuficientes; Busca evidÊncia de pesquisas para responder às incertezas (clínica ou epidemiológica) Integração de melhor evidência clínica, habilidade clínica e valores do paciente. O QUE É EBD? “ Uso consciente, explicito e critico das melhores evidencias disponíveis na literatura médica para tomar decisões em relação ao manejo de pacientes” Melhor evidencia de pesquisa = ensaio clínico randomizado = pesquisa clinicamente relevante Habilidade clínica = usar nossos conhecimentos clínicos e experiência Valores do paciente = preferências particulares, preocupações e expectativas de cada paciente *Três elementos integrados: clínicos e pacientes formam uma aliança diagnóstica e terapêutica QUALIDADE DAS EVIDÊNCIAS CIENTIFICAS PARA INTERVENÇÕES 21 CATEGORIAS DE RECOMENDAÇÃO A FAVOR OU CONTRA UMA INTERVENÇÃO POR QUE O INTERESSE NA ODONTOLOGIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS? Autoridades – observação sistemática dos pacientes 1992 – MBE - Necessidade diária de informação com validade sobre diagnóstico. Prognóstico, terapia e prevenção - Inadequação das fontes tradicionais (livros sisáticos desatualizados, especialistas corretos?, revistas em muita quantidade e com grande variedade de informação - Pouco tempo CLÍNICOS DE TEMPO INTEGRAL Desenvolvimento de estratégias para identificar e analisar evidências Criação de revisões sistemáticas (Colaboração Cochrane) Criação de revistas de BEM Criação de sistemas de informação Aplicação de estratégias efetivas para aprendizado COMO PRATICAR OEE Transformação da necessidade de informação em uma pergunta que pode ser respondida. Identificação da melhor evidência com a qual responder esta pergunta; Analise critica da evidencia quanto à validade, ao impacto e aplicabilidade. LIMITAÇÕES Necessidade de desenvolver novas habilidades na busca e análise crítica; Tempo limitado e recursos necessários para o acesso às evidencias. COMO SURGEM AS PERGUNTAS CLÍNICAS? Causa das doenças Achados clínicos Diagnóstico diferencial Testes diagnósticos Prognóstico Prevenção Tratamento Experiência Aperfeiçoamento e atualização CLASSIFICAÇÃO POR ASSUNTO: 1. Etiologia 2. Diagnostico 3. Prognostico 4. Tratamento PROCESSO 1º = Traduza cenário do paciente em uma Questão Clínica Adequada; 2º = Selecione e analise as melhores evidencias; 3º = Aplique as evidencias ao seu paciente PASSOS: PICO P= Paciente e Problema - perguntar “como eu descreveria um grupo de pacientes similar ao meu?” - compromisso entre precisão e brevidade I = Intervenção (tratamento, teste, prognóstico, etiopatologia, etc.) - perguntar “qual a principal intervenção que estou considerando?” - tratamento ou exposição C = Comparação - compare com: nenhum/placebo ou padrão atual, teste ou achado clínico, tratamento ou exposição O = Outcome (desfecho) - importante para o paciente ou saúde pública - fácil de detecção e análise 22 - quantificável - definição do evento - como precisão e acurácia EM SÍNTESE: As perguntas mais relevantes são aquelas identificadas ao atender os pacientes Todo o profissional de saúde deve alocar tempo para a sua pesquisa para: avaliar a sua atividade, planejar como desenvolver, valoriza o impacto do seu trabalho, inovar no serviço de saúde, local de excelência ou de qualidade e manter interesse através de perguntas. , MÉTODO CIENTÍFICO Investigação clínica de boa qualidade metodológica = PESQUISA CLÍNICA Avaliação crítica da literatura e síntese adequada das informações = ODONTOLOGIA BASEADA EM EVIDENCIAS DESAFIOS DO SISTEMA DE SAÚDE Transição epidemiológica Envelhecimento populacional Demanda crescente por serviços de alta qualidade Incremento acelerado de avanços tecnológicos Grande variabilidade na prática clínica Identificação de intervenções afetivas PORQUE A ODONTOLOGIA DEVE EMBASAR-SE EM EVIDENCIAS Grande volume de conhecimento Demora na aplicação de novos conhecimentos Varias fontes de informação Dados controversos Exigências da sociedade RAMPA ESCORREGADIA = A OEE NÃO É RESTRITA A ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS! Revisões sistemáticas Enfoque Delineamento RX ECR Etiologia Estudo de coorte/ caso controle Prognóstico Estudo de coorte DX Estudo transversal $ Custo-efetividade DIFICULDADES E SOLUÇÃO Porque alguns profissionais de saúde são resistentes ao desenvolvimento de protocolos clínicos? Como estimular para que eles fiquem sensibilizados para esta nova prática? DIFICULDADES PARA ENCONTRAR A EVIDENCIA: É difícil acessar a informação Como encontrar a melhor abordagem e não apenas uma estratégia É impossível manter-se atualiado! ONDE BUSCAR INFORMAÇÃO - Internet? - Artigos? - Congressos? - Coegas? Livros? = busca de revisões sistemáticas 23 REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE Não são novidade, voltaram pela necessidade da SBE A ciência é acumulativa, com novas ideias tendo como base o conhecimento prévio e a observação Profissionais, pesquisadores e gestores do setor saúde tem que lidar com uma quantidade exagerada de informações Como avaliar, dentre toda essa informação, qual evidência é útil e tem qualidade para uma tomada de decisão? Uma das maneiras é avaliando evidencias por meio de revisões sistemáticas, pois elas representam uma maneira eficiente de integrar informação e prover uma base racional para tomada de decisões. REVISÕES SISTEMÁTICAS Delineamento de pesquisa original Estudo secundário, cujo objetivo é reunir estudos semelhantes, avaliando-os criticamente (questão de pesquisa definida) Maximiza o poder de estudos individuais *Obs.: Secundário pq, reúne estudos semelhantes por baixo de uma pergunta de pesquisa. = Maximalisa os estudos individuais São consideradas a evidencia de melhor nível de evidência para tomada de decisão em cuidados em saúde. *Obs.: Revisões sistemáticas de ensaios clínicos são consideradas as melhores fontes de evidências clínicas sobre a efetividade terapêutica de uma terapia. O QUE UMA RS RESPONDE: Incerteza - Tratamento - Prevenção - Dano - Etiologia - Prognostico - Prevalência - Diagnóstico - Econômico REVISÃO SISTEMÁTICA X NARRATIVA (TRAD) QUANDO PENSAR EM UMA RS? Estruturando a pergunta da melhor forma Existem dúvidas mesmo? Não existem RSbem elaboradas? Se existem, há erros? Quais os erros e motivos? Sem protocolo de pesquisa Sem questão clínica específica Referências a critérios do autor Não necessariamente discute qualidade evidência Síntese qualitativa Protocolo de pesquisa a priori Questão clínica específica Estratégia de busca na literatura Qualidade metodológica avaliada Metanálise (opcional) 24 Posso corrigi-los? PASSOS 1. Definir a questão 2. Verificar rodos os estudos que abordam a questão. 3. Avaliar os estudos para selecionar aqueles relevantes 4. Avaliar a qualidade dos estudos 5. Calcular os resultados para cada estudo (e combiná-los quando apropriado) 6. Interpretar os resultados COMO AVALIAR UMA RS Enfoque Ano Journal? Delineamento foi o melhor? Condução adequada? Análise dados foi correta² QUALIDADE DAS RS PADRÃO- OURO METANÁLISE = estatística pra sumarizar os resultados A meta-análise é o uso de métodos estatísticos para sumarizar os resultado de estudos semelhantes (desde a extração dos dados) ELEMENTOS DE UMA RS Definir a questão Verificar todos os estudos (pretensão) que abordam a questão Avaliar os estudos para selecionar aqueles relevantes Calcular os resultados para cada estudo Interpretar os resultados PLANEJAMENTO – PROTOCOLO Importante para definir os métodos empregados na realização da RS Objetivos: ter um documento escrito com o plano da revisão e diminuir vieses (busca, seleção, extração de dados e avaliação) PROTOCOLO: - Grupo de trabalho - Documento do que está fazendo - Diga a todos o que está fazendo - Minimizar o viés *Obs.: uma questão clínica bem definida deve especificar PICO ESTRATÉGIA DE BUSCA Sensibilidade (buscas em locais além do obvio) Minimizar vieses Eficiencia ESTUDOS COM DESFECHOS POSITIVOS: Com maior frequência (viés publicação) Em inglês (viés de idioma) O QUE É QUALIDADE? Relevância clínica da questão de pesquisa 25 Validade interna Validade externa Análise de dados e apresentação Implicações éticas da intervenção VIÉSES A VALIDADE EM ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Validade interna: “refere-se ao uso de informações geradas pelo estudo para fazer inferências sobre a população de onde a amostra do estudo foi retirada”. Ameaças à validade interna de um estudo: 1. Erros sistemáticos: Viés (bias) de seleção Viés (bias) de informação / mensuração Confundimento 2. Erros aleatórios VALIDADE X PRECISÃO Validade: refere-se a erro sistemático, em média está errado = acertar Precisão: refere-se a erro aleatório, em média está certo = Constancia *Obs.: ser preciso só é vantajoso quando é valido também. VIÉS DE SELEÇÃO São distorções nos resultados de um estudo que resultam dos procedimentos utilizados para a seleção dos participantes e/ou de fatores que influenciam a participação no estudo. Podem distorcer (para mais ou para menos) as medidas de frequência de doença (médias, proporções e taxas), bem como medidas de associação absolutas (RA, DT) e relativas (OR, RR, RT) Tipos de viés de seleção: - Perda seletiva de seguimento: fere um estudo longitudinal - Sobrevivência seletiva: perdas por óbito, estudos transversais - Berkson (referente às taxas de hospitalização): - Detecção: - Diagnóstico (em casos-controle) - Trabalhador saudável: - Auto seleção: -... DEFINIÇÕES POPULAÇÕES Em epidemiologia: 1. População: populacional base, população-alvo, ou população referencia. 2. Universo amostral: população acessível, fonte, ou população real disponível para colher a amostra 3. Amostra = população de estudo (parcela do Uni. Amostral) VALIDADE INTERNA X VALIDADE EXTERNA *Obs.: para o 3 valeu para o 4, ele deve primeiro valer para o 1 VIÉS DE SEGMENTO: 26 As perdas estão associadas com OD porque só ocorreram dentre OD+ As perdas estão associadas com BPN porque só ocorreram dentre BPN+ Neste caso houve um viés em direção ao valor nulo, porque o efeito das perdas foi em sentido oposto ao verdadeiro efeito. As perdas estão associadas com OD porque só ocorreram dentre os OD+ As perdas estão associadas com BPN porque só ocorreram dentre BPN- Neste caso houve viés que afasta a associação do valor nulo. As perdas não estão associadas com OD porque ocorreram igualmente em OD+ OR- As perdas não estão associadas com BPN porque ocorreram igualmente em BPN+ e BPN- Neste caso não houve um viés pelas perdas de acompanahamento. VIÉS DE INFORMAÇÃO São distorções nas estimativas de feito obtidas em estudos epidemiológicos que decorrem de erros na mensuração da exposição e/ou desfecho de interesse. Podem distorcer (para mais ou para menos) as medidas de frequência de doença (médias, proporções e taxas), bem como medidas de associação absoluta (RA, DT) e relativas (OR, RR, RT) Tipos mais conhecidos: - Erro de classificação: Diferencial e não- diferencial - Memória do entrevistado - Suspeição de exposição (viés do entrevistador) - Diagnóstico (ver vieses de diagnóstico) - Prevaricação (ou falsa-resposta) -... VIÉS DE ERRO NÃO-DIFERENCIAL Erro de classificação não-diferencial de diagnóstico - Indivíduos expostos doentes são erradamente alocados como expostos não doentes - Indivíduos não expostos doentes são erradamente alocados como não expostos não doentes - O grau de erro no grupo dentre os expostos é igual ao do grupo de não expostos Erro de classificação não diferencial pode ocorrer em relação a alocação da exposição também (estudo de caso-controle) Erros não diferenciais tendem a levar a medida de associação em direção ao nulo (ex: RR =) VIÉS DE ERRO DIFERENCIAL Erro de classificação diferencial de diagnóstico - O grau de erro em relação ao diagnóstico de expostos é diferente ao erro de diagnóstico dentre os não expostos ou; - O grau de erro em relação a medição da exposição dos casos é diferente ao grau de erro da exposição para os controles. Erros diferenciais podem distorcer as medidas de associação e a direção desta é difícil de ser avaliada. SUSPEIÇÃO DA EXPOSIÇÃO = Ex.: o entrevistador não é cegado (conhece o status da doença), e estimula os casos a falarem sobre a exposição suspeita, mas faz o contrário com os controles. PREVARICAÇÃO OU FALSA RESPOSTA = Quando a pergunta é embaraçosa (e.g. “o senhor transa com camisinha”, o entrevistado costuma dar resposta socialmente aceita. CONFUNDIMENTO Identificação de confundimento: - Deve ser fator de risco para o desfecho 27 - Deve estar associado com a exposição - Não deve ser intermediário da relação