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APG 15 - SOI III

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APG 15 - Falta ar! 
Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc 
 
Objetivos: 
 Revisar a anatomofisiologia do sistema 
respiratório. 
 Compreender a fisiopatologia da 
broncoaspiração e sua prevenção considerando 
sinais e sintomas em lactentes. 
 Descrever as técnicas de 
desengasgo/broncoaspiração em lactentes. 
 Elucidar exames complementares para o 
diagnóstico. 
 
Anatomofisiologia respiratório 
 O sistema respiratório consiste em vias 
respiratórias (dois pulmões) e vasos sanguíneos 
que os irrigam. Além de estruturas que são 
responsáveis pela mecânica ventilatória, sendo o 
gradil costal, músculos respiratórios, diafragma 
(músculo respiratório principal). 
 Sob o ponto de vista funcional, o sistema 
respiratório pode ser dividido em duas partes: 
Vias aéreas de condução, através das quais o ar 
circula entre a atmosfera e os pulmões. E tecidos 
respiratórios dos pulmões, onde ocorre a troca de 
gases. 
VIAS ÁREAS DE CONDUÇÃO 
 As vias aéreas de condução consistem em vias 
nasais, boca e faringe, laringe, traqueia, brônquios 
e bronquíolos. 
 Funcionam como conduto do fluxo de ar e 
também ajudam a “condicionar” o ar inspirado. 
 A maior parte das vias aéreas de condução está 
recoberta por epitélio colunar pseudoestratificado, 
que contém uma mistura de glândulas secretoras de 
muco. Protege o sistema respiratório retendo 
poeira, bactérias e outras partículas estranhas que 
entram nas vias respiratórias. Os cílios, que estão 
em movimento constante, mobilizam a cobertura 
mucociliar com suas partículas retidas na direção 
da orofaringe onde é expectorada ou deglutida. 
Quando essa função é afetada isso possibilita que 
os resíduos provenientes da fumaça do cigarro, 
poeira e outras partículas acumulem-se nos 
pulmões, reduzindo a eficiência deste sistema de 
defesa pulmonar. A água contida nas mucosas das 
 
 
vias respiratórias superiores e na árvore 
traqueobrônquica mantém úmidas as vias 
respiratórias de condução. 
NASOFARÍNGEAS 
 O nariz é a via preferida para a entrada do ar no 
sistema respiratório. À medida que o ar passa pelas 
vias nasais, ele é filtrado, aquecido e umidificado. 
 A boca funciona como via aérea alternativa 
quando as vias nasais estão obstruídas ou quando 
há necessidade de trocar grandes volumes de ar (p. 
ex., durante um esforço físico). 
 A orofaringe estende-se posteriormente do palato 
mole até a epiglote. A orofaringe é a única abertura 
existente entre o nariz, a boca e os pulmões. 
IMPORTANTE: os alimentos deglutidos e 
transferidos em seu trajeto até o esôfago e o ar 
inspirado em direção à laringe passam pela 
orofaringe. Obstruções da orofaringe causam 
interrupção imediata da ventilação. O controle 
neural dos músculos da língua e da faringe pode ser 
deprimido no coma e em outros transtornos 
neurológicos. 
 LARINGE 
  A laringe conecta a orofaringe à traqueia e está 
localizada entre as vias respiratórias superiores e os 
pulmões. 
 As funções da laringe podem ser divididas em 
dois grupos: as que estão associadas à fala e as que 
estão relacionadas com a proteção dos pulmões 
contra outras substâncias que não sejam o ar. 
 Um conjunto complexo de músculos controla a 
abertura e o fechamento da glote. Quando apenas 
ar flui pela laringe, a entrada da laringe fica aberta 
e as bordas livres da epiglote apontam para cima. 
Quando são expostos a outras substâncias além de 
ar, os músculos laríngeos contraem e fecham as 
vias aéreas. 
Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc 
CAVIDADE DA LARINGE 
 Dividida em dois pares de dobras semelhantes a 
prateleiras, que se estendem da frente para trás com 
um orifício na linha média. 
 Par superior: são as pregas vestibulares, 
desempenha função protetora. 
 Par inferior: são as pregas vocais, produzem as 
vibrações necessárias à emissão dos sons 
vocais. 
 As pregas vocais e o orifício alongado entre elas 
são conhecidos como glote. Um conjunto 
complexo de músculos controla a abertura e o 
fechamento da glote. 
 A epiglote, que está localizada acima da laringe, 
é um pedaço de cartilagem grande com formato de 
folha coberta por epitélio. 
 Ar (respiração): entrada da laringe fica aberta e 
as bordas livres da epiglote apontam para cima. 
 Alimentos (deglutição): a laringe é tracionada 
para cima e as bordas livres da epiglote 
movimentam-se para baixo a fim de cobrir a 
laringe e, desse modo, direcionar líquidos e 
alimentos para dentro do esôfago. 
 Pregas vocais: além de viabilizar a fala, podem 
ter a função de esfíncter e fechar as vias áreas. 
Quando são expostos a outras substâncias além de 
ar, os músculos laríngeos contraem e fecham as 
vias aéreas. 
IMPORTANTE: Quando substancias além de ar 
entram nas vias áreas. O reflexo da tosse é ativado 
como modo de eliminar a substância estranha 
alojada na via aérea. 
ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA 
TRAQUEIA: é um tubo contínuo que conecta a 
laringe aos brônquios principais dos pulmões. 
Estende-se até a borda superior da quinta vértebra 
torácica, onde se divide para formar os brônquios 
principais (ou primários) direito e esquerdo. 
BRONQUIOS PRINCIPAIS: entre os dois 
brônquios, há uma saliência com formato de quilha 
conhecida como carina. Cada brônquio principal 
acompanhado de artérias, veias e vasos linfáticos 
pulmonares entra por uma fenda conhecida como 
hilo. 
BRONQUIOS LOBULARES OU 
SECUNDÁRIOS: ao entrar nos pulmões, cada 
brônquio principal divide-se em brônquios 
lobulares, que ventilam cada um dos lobos 
pulmonares – três no pulmão direito e dois no 
esquerdo. 
BRONQUIOS SEGMENTARES: ventilam os 
segmentos broncopulmonares do pulmão. Existem 
10 segmentos no pulmão direito e 9 no esquerdo. 
Esses segmentos são identificados com base em sua 
localização no pulmão (p. ex., segmento apical do 
lobo superior direito) e são as menores unidades 
nominadas do pulmão. 
BRONQUÍOLOS TERMINAIS: representam as 
vias aéreas de condução mais finas. A estrutura de 
suas paredes modifica-se. A cartilagem diminui 
progressivamente e há aumentos da musculatura 
lisa e dos tecidos elásticos (em comparação com a 
espessura da parede). 
FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO - VIAS ÁREAS 
SUPERIORES (FUNÇÃO) 
 As vias aéreas superiores e os brônquios não 
servem apenas como conduto para o ar, atuam 
também no condicionamento do ar antes que ele 
alcance os alvéolos. 1. Aquecimento do ar à 
temperatura do corpo (37°C): serve para não alterar 
a temperatura corporal e não danificar os alvéolos 
com o frio. 2. Umidificar em 100%: adicionar 
vapor de água de modo que o epitélio de troca 
úmido não seque. 3. Filtração de material estranho: 
evitar que vírus, bactérias e partículas inorgânicas 
alcancem os alvéolos. 
ALVÉOLOS 
 A hematose (troca gasosa) acontece ao nível dos 
alvéolos. 
 Ocorre por meio da difusão: um transporte 
passivo, no qual as substâncias vão do meio mais 
concentrado para o de menor concentração. 
1. O O2 se difunde do ar alveolar, onde sua pressão 
parcial é de 105 mmHg, para o sangue nos capilares 
pulmonares (se ligando a hemoglobina), onde a 
PO2 é de apenas 40 mmHg em uma pessoa em 
repouso. 
2. A difusão continua até que a PO2 do sangue 
capilar pulmonar aumenta para coincidir com a 
PO2 do ar alveolar, 105 mmHg. 
3. Enquanto o O2 está se difundindo do ar alveolar 
para o sangue desoxigenado, o CO2 está se 
difundindo no sentido oposto. 
Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc 
4. A PCO2 do sangue venoso é de 45 mmHg em 
uma pessoa em repouso, e a PCO2 do ar alveolar é 
de 40 mmHg. 
 5. Em decorrência dessa diferença na PCO2, o 
dióxido de carbono se difunde do sangue 
oxigenado para os alvéolos até que a PCO2 do 
sangue diminua para 40 mmHg. 
 Importante recordar que o sangue que chega aos 
alvéolos é o sangue venoso (vindo do lado direito 
do coração) e o sangue que sai dos alvéolos após a 
troca gasosa é o sangue arterial (chegaráao lado 
esquerdo do coração). 
 
 
GRADIL COSTAL E MÚSCULOS 
RESPIRATÓRIOS 
  A cavidade torácica é um compartimento 
fechado delimitado ao alto pelos músculos 
cervicais e embaixo pelo diafragma. 
 Sob o ponto de vista mecânico, o ato de respirar 
depende do fato de que a cavidade torácica é um 
compartimento fechado, cuja única abertura para a 
atmosfera exterior é por meio da traqueia. 
 A ventilação consiste em inspiração e expiração 
 INSPIRAÇÃO 
 Durante a inspiração, o volume da cavidade 
torácica aumenta, a pressão intratorácica torna-se 
mais negativa e o ar é puxado para dentro dos 
pulmões. 
 Para que isso ocorra deve existir a expansão dos 
pulmões, essa lei é chamada de Lei de Boyle 
(pressão e volume são inversamente 
proporcionais). 
 Músculos envolvidos: 
 Diafragma (músculo principal): quando o 
diafragma contrai, o conteúdo abdominal é 
forçado para baixo e o tórax expande de cima 
para baixo. 
 Músculos intercostais externos: facilitam a 
inspiração, interligam as costelas adjacentes e 
as puxam para baixo e para fora. 
 Músculos escalenos: elevam as duas primeiras 
costelas. 
 Esternocleidomastoides: levantam o 
esterno e aumentam o volume da cavidade 
torácica. 
 EXPIRAÇÃO 
 A expiração ocorre à medida que os 
componentes elásticos da parede torácica 
e das estruturas pulmonares que foram 
estirados durante a inspiração retornam à 
posição inicial, reduzindo o volume da 
cavidade torácica e aumentando a pressão 
dentro desta cavidade. 
 Músculos envolvidos (geralmente na 
expiração forçada): 
 Intercostais internos, Oblíquo externo, 
Oblíquo interno, Transverso do abdome, 
Reto do abdome. 
 Esses músculos de maneira geral movem 
as costelas inferiores para baixo e 
comprimem as vísceras abdominais, 
forçando o diafragma para cima (diminuir 
diâmetro crânio caudal). IMPORTANTE: 
O diafragma é inervado pelas raízes do 
nervo frênico, que se origina do nível 
cervical da medula espinal. Os pacientes 
que sofrem lesões da medula espinal acima 
de C3 perdem a função diafragmática e 
necessitam de respiração artificial. 
 
 
Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc 
Broncoaspiração 
A aspiração broncopulmonar consiste na entrada de 
substancias estranhas no trato respiratório. 
Podendo ser: alimentos, objetos, líquidos, saliva, 
vomito e outros. 
TIPOS DE BRONCOASPIRAÇÃO - 
FREQUÊNCIA DE EPISÓDIOS 
  Aguda (acidental): pode ocorrer desde o período 
neonatal até a adolescência. 
  Crônica (habitual): ocorrer devido a refluxo 
gastresofágico (RGE) com aspiração do conteúdo 
gástrico e alimentos, em função de distúrbios da 
deglutição com predomínio de alimentos, saliva e 
secreções brônquicas. Doenças neurológicas (coma 
e epilepsia) e síndrome adeno-tonsilo-sinusal são 
exemplos de broncoaspiração crônica. 
- TIPO DE MATERIAL ASPIRADO 
 Irritativa: pneumonites químicas por ácido, 
hidrocarbonetos, óleo vegetal, mecônio, álcool e 
gordura animal. 
 Infecciosa: aspiração de saliva ou secreções 
contaminadas. 
 Obstrutiva: causadas por afogamento ou 
aspiração de corpo estranho. Dentre esses corpos 
estranhos tem-se: sementes, entre essas, o 
amendoim foi a mais frequente, alfinetes, agulhas, 
pregos.. 
 - OUTROS PONTOS IMPORTANTES 
 Local de alojamento do corpo estranho: faringe, 
laringe, traqueia e brônquios (entre os dois 
brônquios principais: é mais comum no direito) 
 Tamanho do substrato que se alojou na via aérea: 
obstrução pode ser total ou parcial. 
 Tempo de permanência do corpo estranho nas 
vias: quanto mais tempo mais possibilidade de 
complicações. 
 Epidemiologia: Cerca de 80% dos casos de ACE 
ocorrem em crianças, com um pico de incidência 
entre 01 e 3 anos. Isso ocorre porque não possuem 
dentes molares e mastigam os alimentos de forma 
incompleta, com os dentes incisivos, o que 
predispõe à ACE. Outros fatores que também 
predispõem à ACE nessa faixa etária incluem o 
acesso a alimentos impróprios ou a pequenos 
objetos. É mais prevalente em meninos. 
- FATORES DE RISCO 
 Algumas situações ou condições clínicas 
comprometem a proteção fisiológica das vias 
aéreas inferiores, alterando principalmente o 
correto fechamento glótico e o reflexo da tosse, 
dentre elas: Distúrbios de deglutição / déficit 
neurológico, Doença do refluxo gastroesofágico, 
Lesão mecânica na glote ou no esfíncter esofágico 
inferior devido à traqueostomia, intubação 
endotraqueal, broncoscopia, endoscopia digestiva 
alta ou alimentação por sonda nasogástrica, 
Cirurgia que envolva a via aérea ou esôfago 
superior, Ausência de jejum adequado no processo 
de anestesia geral, Anestesia utilizando máscara 
laríngea, Pacientes críticos acima de 65 anos (4x 
mais chances de pneumonia). 
- QUADRO CLÍNICO 
 As manifestações clínicas dependem da idade do 
paciente, da topografia e do tipo de objeto aspirado. 
Um corpo estranho alojado na laringe pode 
ocasionar a obstrução completa do trato 
respiratório e, conseqüentemente, a morte da 
criança, em 45% dos casos. 
 A instalação na traquéia também é 
potencialmente fatal, sobretudo nas crianças 
menores de um ano, dependendo, evidentemente, 
do grau de obstrução. Pode-se auscultar o choque 
do mesmo contra a parede da região subglótica e 
carina principal durante sua movimentação, ou 
mesmo sentir seu impacto na palpação do tórax. A 
presença de sibilos difusos é percebida na maioria 
dos casos. 
 Quando de sua impactação na árvore brônquica, 
os principais sinais e sintomas são a tosse e os 
sibilos, estes freqüentemente unilaterais, além da 
diminuição dos ruídos respiratórios localizados, 
dispnéia de intensidade variável e cianose. 
 Na maioria dos casos, ocorre a tríade clássica: 
Tosse paroxística, Diminuição dos ruídos 
adventícios e presença de sibilos. 
Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc 
 Pode ocorrer também: dificuldade respiratória, 
estridor, sensação de corpo estranho estertores 
crepitantes e cianose. 
 A aspiração de CE pode, inclusive, não causar 
manifestação perceptível, sendo denominada 
silenciosa (pode causar complicações tardias por 
não descoberta do CE). Essa manifestação é mais 
comum em adultos (sutil OU silenciosa). 
 A diversidade de manifestações clínicas também 
está relacionada à natureza, orgânica ou inorgânica, 
do corpo estranho aspirado. Como os objetos 
orgânicos desencadeiam com mais freqüência 
reações inflamatórias, podem elas acelerar o grau 
de obstrução ao fluxo de ar e, assim, encurtar a 
duração da fase assintomática. 
 Sintomas se manifestam de 6 até 72h após a 
obstrução. 
 Consideram-se como sinais sugestivos de 
aspiração, dificuldade no ato da alimentação, 
presença de leite na boca ou narinas nos intervalos 
das mamadas, engasgo, vômitos, regurgitações 
habituais, tosse noturna, cianose e apneia. A 
presença de tosse e chiados é relatada em 80% a 
100% dos casos. Estes aspectos inespecificos, por 
vezes constituem os únicos elementos da história 
clinica. 
- OVACE 
 OVACE: Broncoaspiração por obstrução de vias 
aéreas por corpo estranho. 
 Corpos estranhos: objetos ou substâncias 
encontradas em tecidos, órgãos ou aparelhos que 
não pertencem ao organismo em circunstâncias 
habituais. 
 Pode ser um evento potencialmente fatal. 
  É mais comum em crianças do que em adultos, 
sendo relados 80% dos casos em paciente menores 
de 15 anos e os 20% restantes em maiores de 15 
anos, segundo dados do Conselho de Segurança 
Nacional. 
 Crianças: apresentam dificuldade respiratória 
grave, cianose e estado mental alterado apresentam 
uma verdadeira emergência médica que exige 
reconhecimento imediato, suporte à vida e remoção 
broncoscópica rígida do corpoestranho. 
  Adulto: a obstrução no adulto geralmente se 
apresenta como um quadro agudo com sintomas 
variados diante do grau de obstrução, bem como da 
localização e do período de tempo em que o corpo 
estranho está nas vias aéreas. 
 - AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE 
 Casos leves: vítima apresenta uma obstrução 
parcial da via aérea, responde aos comandos do 
socorrista, tosse, chora e está com a respiração 
preservada. 
 Casos graves: vítima, consciente ou inconsciente, 
apresenta uma obstrução total da via aérea, não 
conseguindo falar, chorar ou tossir, além de 
apresentar ruídos na respiração. 
COMPLICAÇÕES - PERMANÊNCIA DE 
CORPO ESTRANHO DESCONHECIDO 
 Pacientes podem não se lembrar de uma história 
de engasgo: permanência do CE. Apresentação de 
sintomas meses mais tarde (pneumonia recorrente 
de estenose brônquica) ou anos mais tarde com 
sinais/sintomas de bronquiectasia. 
 Resultado: pneumonia recorrente, estenose 
brônquica, bronquiectasia, infecção pós-obstrutiva, 
abscesso pulmonar e outros. o Alguns corpos 
estranhos orgânicos, particularmente aqueles com 
alto teor de óleo, causam inflamação severa da 
mucosa e acúmulo de tecido de granulação 
volumoso dentro de algumas horas. 
- PNEUMONITE QUÍMICA 
 Decorre de aspiração de substâncias que são 
tóxicas para as vias respiratórias inferiores 
(independente de infecção bacteriana). 
 Cursa com atelectasia, edema pulmonar e 
hemorragia peribrônquica. 
- PNEUMONIA INFECCIOSA 
 Refere-se às consequências pulmonares 
resultantes da entrada anormal de líquidos, 
substâncias exógenas, partículas, ou secreções 
endógenas para as vias aéreas inferiores e aspiração 
de microorganismos da cavidade oral ou da 
nasofaringe. 
- SÍNDROME DA ANGÚSTIA 
RESPIRATÓRIA AGUDA (SARA) 
Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc 
 Síndrome clínica causada por dano capilar e 
epitelial alveolar difuso. Ocorre quando a 
integridade da barreira alveolar está comprometida. 
- ATELECTASIA 
 Perda de volume ou ausência de ar no pulmão. 
CONDULTA - CONDUTA EM CASOS 
LEVES: 
 Acalmar o paciente. 
 Incentivar o estímulo da tosse. 
 Monitorar o paciente de forma vigilante, pois o 
quadro pode se agravar. 
 - CONDUTA EM CASOS GRAVES 
 Em pacientes responsivos devem ser abordados 
através da manobra de Heimlich, buscando 
expulsar o corpo estranho. 
 Em pacientes prestes a desmaiar ou não 
demonstrar melhora do quadro, evoluir para uma 
parada respiratória, deve-se iniciar as manobras de 
reanimação. 
MANOBRA DE HEIMLICH 
- ADULTOS 
 Posicionar-se atrás da vítima. 
 Passar os braços em torno do abdome. 
 Fechar um dos punhos contra o estômago. 
 Segurar o punho com a outra mão. 
 Compressões rápidas e fortes (formato de J). 
 Repetir manobra até sucesso na desobstrução ou 
até o paciente perder a consciência. 
Nos casos não responsivos, deve-se solicitar uma 
ajuda especializada imediatamente, deitar o 
paciente em decúbito dorsal sob uma superfície 
rígida, checar os pulsos e caso necessário, iniciar as 
manobras de RCP. 
• Vitimas com o pulso ausente, deve-se iniciar 
imediatamente a RCP (30:2). 
• Caso o pulso esteja presente, realizar compressões 
torácicas em região intermamilar, com a parte 
hipotenar buscando a remoção do corpo estranho. 
• Checar vias aéreas e realizar inspeção a cada ciclo 
(remover corpo estranho se possível). 
• As compressões devem continuar até o sucesso da 
expulsão do corpo estranho e retorno à respiração 
espontânea ou chegada do suporte avançado de 
vida. 
IMPORTANTE: Nos casos não responsivos, 
deve--se solicitar uma ajuda especializada 
imediatamente, deitar o paciente em decúbito 
dorsal sob uma superfície rígida, checar os pulsos e 
caso necessário, iniciar as manobras de RCP. 
- VÍTIMA SOZINHA 
 Pode-se apoiar a uma superfície, como a de uma 
cadeira, inclinando-se sobre ela. 
 Conduzir seu punho em direção a si mesmo, 
simulando as compressões. 
- LACTENTES 
 Colocar a criança sobre a coxa com a cabeça um 
pouco mais baixa que o tronco. 
 Bater nas costas da criança com a palma da mão 
aberta. 
 Se ainda assim não for suficiente, virar a criança 
de frente, ainda sobre o braço e efetuar 
compressões com os dedos médio e anular sobre o 
tórax, na região entre os mamilos. 
Nos casos não responsivos, deve-se solicitar uma 
ajuda especializada imediatamente, deitar o 
paciente em decúbito dorsal sob uma superfície 
rígida, checar os pulsos e caso necessário, iniciar as 
manobras de RCP, lembrando de reavaliar a via 
aérea após cada ciclo. As compressões devem 
continuar até o sucesso da expulsão do corpo 
estranho e retorno à respiração espontânea ou 
chegada do suporte avançado de vida. 
Exames complementares para diagnóstico: 
A anamnese é de extrema importância de vez que 
em 95% dos casos, a tríade engasgo sufocação e 
tosse, está presente. A história de aspiração de 
corpo estranho se faz presente em até 85% dos 
casos. Além disso, usa-se o Raio-X de tórax, que se 
encontra alterado na maioria dos casos, em que são 
observadas imagens de condensação por atelectasia 
e/ou pneumonia secundaria, alem de obstrução 
Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc 
parcial que pode originar enfisema. A ressonância 
magnética tem se mostrado de grande precisão, 
principalmente, na localização de vegetais 
fragmentados. A confirmação do diagnóstico de 
aspiração pela via aérea é feita através da 
broncoscopia. 
 Broncoscopia, que também chamada de 
endoscopia respiratória, é um exame endoscópico 
utilizado para obter imagens da traqueia, da laringe 
e da árvore brônquica. Além disso, ele serve para 
coletar tecidos e secreções das vias aéreas. Esse 
exame é uma ferramenta muito útil para o 
diagnóstico de alterações anatômicas e patológicas 
que podem afetar a saúde das estruturas avaliadas. 
A broncoscopia é realizada por meio da introdução 
de um tubo fino e flexível de aproximadamente 
6mm pela boca, ou nariz, e vai até ao pulmão. Este 
tubo possui uma câmera bem pequena que 
transmite imagens para uma tela na sala de 
exame. O broncoscópio também possui canais que 
possibilitam a passagem de outros equipamentos 
para a remoção de corpos estranhos, infusão de 
fluidos, aspiração de tecidos, intubação traqueal e 
realização de biópsias. 
A tomografia computadorizada (TC) de tórax e a 
ressonância magnética podem mostrar o objeto e 
identificar áreas de aprisionamento aéreo e 
atelectasias. A exploração do TC suplementado 
com broncoscopia virtual pode também fornecer 
informações úteis. 
 A videofluoroscopia do tórax pode identificar 
áreas de aprisionamento aéreo de forma dinâmica. 
A cintilografia com radioisótopos para a 
verificação de perfusão pulmonar pode demonstrar 
defeitos de perfusão devido à vasoconstrição 
hipóxica em regiões mal ventiladas. 
Retirada cirúrgica de corpo estranho: Dentre as 
principais indicações de retirada cirúrgica de 
corpos estranhos, encontram-se: 1) objetos grandes 
e ásperos na região subglótica ou na traquéia, que 
são retirados com maior segurança por 
traqueostomia, evitando-se lesões na subglote e nas 
cordas vocais; 2) fragmentos de grama, que 
provocam danos irreversíveis ao pulmão, 
necessitando ressecções pulmonares futuras; 3) 
corpos estranhos alojados na periferia do pulmão, 
sem acesso endoscópico ou radioscópico e 4) 
objetos em que o risco de retirada endoscópica 
exceda ao risco da cirurgia aberta. 
O tratamento de emergência tem como objetivo, 
melhorar a oxigenação do paciente e evitar a 
disseminação do material aspirado. A desobstrução 
brônquica não resultará na imediata ventilação de 
uma determinada área porque podem persistir as 
alterações parenquitomatosas, e, por este motivo, 
não se deve esperar o restabelecimento de 
ventilação e oxigenação normais imediatamente, 
após a retirada do corpo estranho. A tentativa de se 
alcançar oxigenação ótimapode levar a 
barotrauma, agravando a hipoxemia. Caso um 
corpo estranho se desloque durante a indução 
anestésica, devido à tosse ou ventilação por pressão 
positiva, ocorrerá, neste momento, hipóxia. 
Profilaxia 
A prevenção desse acidente é fundamental. Para 
isso, é necessário a promoção de campanhas com 
o objetivo de conscientizar pais e cuidadores em 
relação aos cuidados quanto ao fornecimento de 
alimentos, brinquedos e objetos adequados para 
cada faixa etária. 
 
 
 
 
 
Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc

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