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APG 15 - Falta ar! Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc Objetivos: Revisar a anatomofisiologia do sistema respiratório. Compreender a fisiopatologia da broncoaspiração e sua prevenção considerando sinais e sintomas em lactentes. Descrever as técnicas de desengasgo/broncoaspiração em lactentes. Elucidar exames complementares para o diagnóstico. Anatomofisiologia respiratório O sistema respiratório consiste em vias respiratórias (dois pulmões) e vasos sanguíneos que os irrigam. Além de estruturas que são responsáveis pela mecânica ventilatória, sendo o gradil costal, músculos respiratórios, diafragma (músculo respiratório principal). Sob o ponto de vista funcional, o sistema respiratório pode ser dividido em duas partes: Vias aéreas de condução, através das quais o ar circula entre a atmosfera e os pulmões. E tecidos respiratórios dos pulmões, onde ocorre a troca de gases. VIAS ÁREAS DE CONDUÇÃO As vias aéreas de condução consistem em vias nasais, boca e faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. Funcionam como conduto do fluxo de ar e também ajudam a “condicionar” o ar inspirado. A maior parte das vias aéreas de condução está recoberta por epitélio colunar pseudoestratificado, que contém uma mistura de glândulas secretoras de muco. Protege o sistema respiratório retendo poeira, bactérias e outras partículas estranhas que entram nas vias respiratórias. Os cílios, que estão em movimento constante, mobilizam a cobertura mucociliar com suas partículas retidas na direção da orofaringe onde é expectorada ou deglutida. Quando essa função é afetada isso possibilita que os resíduos provenientes da fumaça do cigarro, poeira e outras partículas acumulem-se nos pulmões, reduzindo a eficiência deste sistema de defesa pulmonar. A água contida nas mucosas das vias respiratórias superiores e na árvore traqueobrônquica mantém úmidas as vias respiratórias de condução. NASOFARÍNGEAS O nariz é a via preferida para a entrada do ar no sistema respiratório. À medida que o ar passa pelas vias nasais, ele é filtrado, aquecido e umidificado. A boca funciona como via aérea alternativa quando as vias nasais estão obstruídas ou quando há necessidade de trocar grandes volumes de ar (p. ex., durante um esforço físico). A orofaringe estende-se posteriormente do palato mole até a epiglote. A orofaringe é a única abertura existente entre o nariz, a boca e os pulmões. IMPORTANTE: os alimentos deglutidos e transferidos em seu trajeto até o esôfago e o ar inspirado em direção à laringe passam pela orofaringe. Obstruções da orofaringe causam interrupção imediata da ventilação. O controle neural dos músculos da língua e da faringe pode ser deprimido no coma e em outros transtornos neurológicos. LARINGE A laringe conecta a orofaringe à traqueia e está localizada entre as vias respiratórias superiores e os pulmões. As funções da laringe podem ser divididas em dois grupos: as que estão associadas à fala e as que estão relacionadas com a proteção dos pulmões contra outras substâncias que não sejam o ar. Um conjunto complexo de músculos controla a abertura e o fechamento da glote. Quando apenas ar flui pela laringe, a entrada da laringe fica aberta e as bordas livres da epiglote apontam para cima. Quando são expostos a outras substâncias além de ar, os músculos laríngeos contraem e fecham as vias aéreas. Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc CAVIDADE DA LARINGE Dividida em dois pares de dobras semelhantes a prateleiras, que se estendem da frente para trás com um orifício na linha média. Par superior: são as pregas vestibulares, desempenha função protetora. Par inferior: são as pregas vocais, produzem as vibrações necessárias à emissão dos sons vocais. As pregas vocais e o orifício alongado entre elas são conhecidos como glote. Um conjunto complexo de músculos controla a abertura e o fechamento da glote. A epiglote, que está localizada acima da laringe, é um pedaço de cartilagem grande com formato de folha coberta por epitélio. Ar (respiração): entrada da laringe fica aberta e as bordas livres da epiglote apontam para cima. Alimentos (deglutição): a laringe é tracionada para cima e as bordas livres da epiglote movimentam-se para baixo a fim de cobrir a laringe e, desse modo, direcionar líquidos e alimentos para dentro do esôfago. Pregas vocais: além de viabilizar a fala, podem ter a função de esfíncter e fechar as vias áreas. Quando são expostos a outras substâncias além de ar, os músculos laríngeos contraem e fecham as vias aéreas. IMPORTANTE: Quando substancias além de ar entram nas vias áreas. O reflexo da tosse é ativado como modo de eliminar a substância estranha alojada na via aérea. ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA TRAQUEIA: é um tubo contínuo que conecta a laringe aos brônquios principais dos pulmões. Estende-se até a borda superior da quinta vértebra torácica, onde se divide para formar os brônquios principais (ou primários) direito e esquerdo. BRONQUIOS PRINCIPAIS: entre os dois brônquios, há uma saliência com formato de quilha conhecida como carina. Cada brônquio principal acompanhado de artérias, veias e vasos linfáticos pulmonares entra por uma fenda conhecida como hilo. BRONQUIOS LOBULARES OU SECUNDÁRIOS: ao entrar nos pulmões, cada brônquio principal divide-se em brônquios lobulares, que ventilam cada um dos lobos pulmonares – três no pulmão direito e dois no esquerdo. BRONQUIOS SEGMENTARES: ventilam os segmentos broncopulmonares do pulmão. Existem 10 segmentos no pulmão direito e 9 no esquerdo. Esses segmentos são identificados com base em sua localização no pulmão (p. ex., segmento apical do lobo superior direito) e são as menores unidades nominadas do pulmão. BRONQUÍOLOS TERMINAIS: representam as vias aéreas de condução mais finas. A estrutura de suas paredes modifica-se. A cartilagem diminui progressivamente e há aumentos da musculatura lisa e dos tecidos elásticos (em comparação com a espessura da parede). FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO - VIAS ÁREAS SUPERIORES (FUNÇÃO) As vias aéreas superiores e os brônquios não servem apenas como conduto para o ar, atuam também no condicionamento do ar antes que ele alcance os alvéolos. 1. Aquecimento do ar à temperatura do corpo (37°C): serve para não alterar a temperatura corporal e não danificar os alvéolos com o frio. 2. Umidificar em 100%: adicionar vapor de água de modo que o epitélio de troca úmido não seque. 3. Filtração de material estranho: evitar que vírus, bactérias e partículas inorgânicas alcancem os alvéolos. ALVÉOLOS A hematose (troca gasosa) acontece ao nível dos alvéolos. Ocorre por meio da difusão: um transporte passivo, no qual as substâncias vão do meio mais concentrado para o de menor concentração. 1. O O2 se difunde do ar alveolar, onde sua pressão parcial é de 105 mmHg, para o sangue nos capilares pulmonares (se ligando a hemoglobina), onde a PO2 é de apenas 40 mmHg em uma pessoa em repouso. 2. A difusão continua até que a PO2 do sangue capilar pulmonar aumenta para coincidir com a PO2 do ar alveolar, 105 mmHg. 3. Enquanto o O2 está se difundindo do ar alveolar para o sangue desoxigenado, o CO2 está se difundindo no sentido oposto. Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc 4. A PCO2 do sangue venoso é de 45 mmHg em uma pessoa em repouso, e a PCO2 do ar alveolar é de 40 mmHg. 5. Em decorrência dessa diferença na PCO2, o dióxido de carbono se difunde do sangue oxigenado para os alvéolos até que a PCO2 do sangue diminua para 40 mmHg. Importante recordar que o sangue que chega aos alvéolos é o sangue venoso (vindo do lado direito do coração) e o sangue que sai dos alvéolos após a troca gasosa é o sangue arterial (chegaráao lado esquerdo do coração). GRADIL COSTAL E MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS A cavidade torácica é um compartimento fechado delimitado ao alto pelos músculos cervicais e embaixo pelo diafragma. Sob o ponto de vista mecânico, o ato de respirar depende do fato de que a cavidade torácica é um compartimento fechado, cuja única abertura para a atmosfera exterior é por meio da traqueia. A ventilação consiste em inspiração e expiração INSPIRAÇÃO Durante a inspiração, o volume da cavidade torácica aumenta, a pressão intratorácica torna-se mais negativa e o ar é puxado para dentro dos pulmões. Para que isso ocorra deve existir a expansão dos pulmões, essa lei é chamada de Lei de Boyle (pressão e volume são inversamente proporcionais). Músculos envolvidos: Diafragma (músculo principal): quando o diafragma contrai, o conteúdo abdominal é forçado para baixo e o tórax expande de cima para baixo. Músculos intercostais externos: facilitam a inspiração, interligam as costelas adjacentes e as puxam para baixo e para fora. Músculos escalenos: elevam as duas primeiras costelas. Esternocleidomastoides: levantam o esterno e aumentam o volume da cavidade torácica. EXPIRAÇÃO A expiração ocorre à medida que os componentes elásticos da parede torácica e das estruturas pulmonares que foram estirados durante a inspiração retornam à posição inicial, reduzindo o volume da cavidade torácica e aumentando a pressão dentro desta cavidade. Músculos envolvidos (geralmente na expiração forçada): Intercostais internos, Oblíquo externo, Oblíquo interno, Transverso do abdome, Reto do abdome. Esses músculos de maneira geral movem as costelas inferiores para baixo e comprimem as vísceras abdominais, forçando o diafragma para cima (diminuir diâmetro crânio caudal). IMPORTANTE: O diafragma é inervado pelas raízes do nervo frênico, que se origina do nível cervical da medula espinal. Os pacientes que sofrem lesões da medula espinal acima de C3 perdem a função diafragmática e necessitam de respiração artificial. Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc Broncoaspiração A aspiração broncopulmonar consiste na entrada de substancias estranhas no trato respiratório. Podendo ser: alimentos, objetos, líquidos, saliva, vomito e outros. TIPOS DE BRONCOASPIRAÇÃO - FREQUÊNCIA DE EPISÓDIOS Aguda (acidental): pode ocorrer desde o período neonatal até a adolescência. Crônica (habitual): ocorrer devido a refluxo gastresofágico (RGE) com aspiração do conteúdo gástrico e alimentos, em função de distúrbios da deglutição com predomínio de alimentos, saliva e secreções brônquicas. Doenças neurológicas (coma e epilepsia) e síndrome adeno-tonsilo-sinusal são exemplos de broncoaspiração crônica. - TIPO DE MATERIAL ASPIRADO Irritativa: pneumonites químicas por ácido, hidrocarbonetos, óleo vegetal, mecônio, álcool e gordura animal. Infecciosa: aspiração de saliva ou secreções contaminadas. Obstrutiva: causadas por afogamento ou aspiração de corpo estranho. Dentre esses corpos estranhos tem-se: sementes, entre essas, o amendoim foi a mais frequente, alfinetes, agulhas, pregos.. - OUTROS PONTOS IMPORTANTES Local de alojamento do corpo estranho: faringe, laringe, traqueia e brônquios (entre os dois brônquios principais: é mais comum no direito) Tamanho do substrato que se alojou na via aérea: obstrução pode ser total ou parcial. Tempo de permanência do corpo estranho nas vias: quanto mais tempo mais possibilidade de complicações. Epidemiologia: Cerca de 80% dos casos de ACE ocorrem em crianças, com um pico de incidência entre 01 e 3 anos. Isso ocorre porque não possuem dentes molares e mastigam os alimentos de forma incompleta, com os dentes incisivos, o que predispõe à ACE. Outros fatores que também predispõem à ACE nessa faixa etária incluem o acesso a alimentos impróprios ou a pequenos objetos. É mais prevalente em meninos. - FATORES DE RISCO Algumas situações ou condições clínicas comprometem a proteção fisiológica das vias aéreas inferiores, alterando principalmente o correto fechamento glótico e o reflexo da tosse, dentre elas: Distúrbios de deglutição / déficit neurológico, Doença do refluxo gastroesofágico, Lesão mecânica na glote ou no esfíncter esofágico inferior devido à traqueostomia, intubação endotraqueal, broncoscopia, endoscopia digestiva alta ou alimentação por sonda nasogástrica, Cirurgia que envolva a via aérea ou esôfago superior, Ausência de jejum adequado no processo de anestesia geral, Anestesia utilizando máscara laríngea, Pacientes críticos acima de 65 anos (4x mais chances de pneumonia). - QUADRO CLÍNICO As manifestações clínicas dependem da idade do paciente, da topografia e do tipo de objeto aspirado. Um corpo estranho alojado na laringe pode ocasionar a obstrução completa do trato respiratório e, conseqüentemente, a morte da criança, em 45% dos casos. A instalação na traquéia também é potencialmente fatal, sobretudo nas crianças menores de um ano, dependendo, evidentemente, do grau de obstrução. Pode-se auscultar o choque do mesmo contra a parede da região subglótica e carina principal durante sua movimentação, ou mesmo sentir seu impacto na palpação do tórax. A presença de sibilos difusos é percebida na maioria dos casos. Quando de sua impactação na árvore brônquica, os principais sinais e sintomas são a tosse e os sibilos, estes freqüentemente unilaterais, além da diminuição dos ruídos respiratórios localizados, dispnéia de intensidade variável e cianose. Na maioria dos casos, ocorre a tríade clássica: Tosse paroxística, Diminuição dos ruídos adventícios e presença de sibilos. Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc Pode ocorrer também: dificuldade respiratória, estridor, sensação de corpo estranho estertores crepitantes e cianose. A aspiração de CE pode, inclusive, não causar manifestação perceptível, sendo denominada silenciosa (pode causar complicações tardias por não descoberta do CE). Essa manifestação é mais comum em adultos (sutil OU silenciosa). A diversidade de manifestações clínicas também está relacionada à natureza, orgânica ou inorgânica, do corpo estranho aspirado. Como os objetos orgânicos desencadeiam com mais freqüência reações inflamatórias, podem elas acelerar o grau de obstrução ao fluxo de ar e, assim, encurtar a duração da fase assintomática. Sintomas se manifestam de 6 até 72h após a obstrução. Consideram-se como sinais sugestivos de aspiração, dificuldade no ato da alimentação, presença de leite na boca ou narinas nos intervalos das mamadas, engasgo, vômitos, regurgitações habituais, tosse noturna, cianose e apneia. A presença de tosse e chiados é relatada em 80% a 100% dos casos. Estes aspectos inespecificos, por vezes constituem os únicos elementos da história clinica. - OVACE OVACE: Broncoaspiração por obstrução de vias aéreas por corpo estranho. Corpos estranhos: objetos ou substâncias encontradas em tecidos, órgãos ou aparelhos que não pertencem ao organismo em circunstâncias habituais. Pode ser um evento potencialmente fatal. É mais comum em crianças do que em adultos, sendo relados 80% dos casos em paciente menores de 15 anos e os 20% restantes em maiores de 15 anos, segundo dados do Conselho de Segurança Nacional. Crianças: apresentam dificuldade respiratória grave, cianose e estado mental alterado apresentam uma verdadeira emergência médica que exige reconhecimento imediato, suporte à vida e remoção broncoscópica rígida do corpoestranho. Adulto: a obstrução no adulto geralmente se apresenta como um quadro agudo com sintomas variados diante do grau de obstrução, bem como da localização e do período de tempo em que o corpo estranho está nas vias aéreas. - AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE Casos leves: vítima apresenta uma obstrução parcial da via aérea, responde aos comandos do socorrista, tosse, chora e está com a respiração preservada. Casos graves: vítima, consciente ou inconsciente, apresenta uma obstrução total da via aérea, não conseguindo falar, chorar ou tossir, além de apresentar ruídos na respiração. COMPLICAÇÕES - PERMANÊNCIA DE CORPO ESTRANHO DESCONHECIDO Pacientes podem não se lembrar de uma história de engasgo: permanência do CE. Apresentação de sintomas meses mais tarde (pneumonia recorrente de estenose brônquica) ou anos mais tarde com sinais/sintomas de bronquiectasia. Resultado: pneumonia recorrente, estenose brônquica, bronquiectasia, infecção pós-obstrutiva, abscesso pulmonar e outros. o Alguns corpos estranhos orgânicos, particularmente aqueles com alto teor de óleo, causam inflamação severa da mucosa e acúmulo de tecido de granulação volumoso dentro de algumas horas. - PNEUMONITE QUÍMICA Decorre de aspiração de substâncias que são tóxicas para as vias respiratórias inferiores (independente de infecção bacteriana). Cursa com atelectasia, edema pulmonar e hemorragia peribrônquica. - PNEUMONIA INFECCIOSA Refere-se às consequências pulmonares resultantes da entrada anormal de líquidos, substâncias exógenas, partículas, ou secreções endógenas para as vias aéreas inferiores e aspiração de microorganismos da cavidade oral ou da nasofaringe. - SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA (SARA) Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc Síndrome clínica causada por dano capilar e epitelial alveolar difuso. Ocorre quando a integridade da barreira alveolar está comprometida. - ATELECTASIA Perda de volume ou ausência de ar no pulmão. CONDULTA - CONDUTA EM CASOS LEVES: Acalmar o paciente. Incentivar o estímulo da tosse. Monitorar o paciente de forma vigilante, pois o quadro pode se agravar. - CONDUTA EM CASOS GRAVES Em pacientes responsivos devem ser abordados através da manobra de Heimlich, buscando expulsar o corpo estranho. Em pacientes prestes a desmaiar ou não demonstrar melhora do quadro, evoluir para uma parada respiratória, deve-se iniciar as manobras de reanimação. MANOBRA DE HEIMLICH - ADULTOS Posicionar-se atrás da vítima. Passar os braços em torno do abdome. Fechar um dos punhos contra o estômago. Segurar o punho com a outra mão. Compressões rápidas e fortes (formato de J). Repetir manobra até sucesso na desobstrução ou até o paciente perder a consciência. Nos casos não responsivos, deve-se solicitar uma ajuda especializada imediatamente, deitar o paciente em decúbito dorsal sob uma superfície rígida, checar os pulsos e caso necessário, iniciar as manobras de RCP. • Vitimas com o pulso ausente, deve-se iniciar imediatamente a RCP (30:2). • Caso o pulso esteja presente, realizar compressões torácicas em região intermamilar, com a parte hipotenar buscando a remoção do corpo estranho. • Checar vias aéreas e realizar inspeção a cada ciclo (remover corpo estranho se possível). • As compressões devem continuar até o sucesso da expulsão do corpo estranho e retorno à respiração espontânea ou chegada do suporte avançado de vida. IMPORTANTE: Nos casos não responsivos, deve--se solicitar uma ajuda especializada imediatamente, deitar o paciente em decúbito dorsal sob uma superfície rígida, checar os pulsos e caso necessário, iniciar as manobras de RCP. - VÍTIMA SOZINHA Pode-se apoiar a uma superfície, como a de uma cadeira, inclinando-se sobre ela. Conduzir seu punho em direção a si mesmo, simulando as compressões. - LACTENTES Colocar a criança sobre a coxa com a cabeça um pouco mais baixa que o tronco. Bater nas costas da criança com a palma da mão aberta. Se ainda assim não for suficiente, virar a criança de frente, ainda sobre o braço e efetuar compressões com os dedos médio e anular sobre o tórax, na região entre os mamilos. Nos casos não responsivos, deve-se solicitar uma ajuda especializada imediatamente, deitar o paciente em decúbito dorsal sob uma superfície rígida, checar os pulsos e caso necessário, iniciar as manobras de RCP, lembrando de reavaliar a via aérea após cada ciclo. As compressões devem continuar até o sucesso da expulsão do corpo estranho e retorno à respiração espontânea ou chegada do suporte avançado de vida. Exames complementares para diagnóstico: A anamnese é de extrema importância de vez que em 95% dos casos, a tríade engasgo sufocação e tosse, está presente. A história de aspiração de corpo estranho se faz presente em até 85% dos casos. Além disso, usa-se o Raio-X de tórax, que se encontra alterado na maioria dos casos, em que são observadas imagens de condensação por atelectasia e/ou pneumonia secundaria, alem de obstrução Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc parcial que pode originar enfisema. A ressonância magnética tem se mostrado de grande precisão, principalmente, na localização de vegetais fragmentados. A confirmação do diagnóstico de aspiração pela via aérea é feita através da broncoscopia. Broncoscopia, que também chamada de endoscopia respiratória, é um exame endoscópico utilizado para obter imagens da traqueia, da laringe e da árvore brônquica. Além disso, ele serve para coletar tecidos e secreções das vias aéreas. Esse exame é uma ferramenta muito útil para o diagnóstico de alterações anatômicas e patológicas que podem afetar a saúde das estruturas avaliadas. A broncoscopia é realizada por meio da introdução de um tubo fino e flexível de aproximadamente 6mm pela boca, ou nariz, e vai até ao pulmão. Este tubo possui uma câmera bem pequena que transmite imagens para uma tela na sala de exame. O broncoscópio também possui canais que possibilitam a passagem de outros equipamentos para a remoção de corpos estranhos, infusão de fluidos, aspiração de tecidos, intubação traqueal e realização de biópsias. A tomografia computadorizada (TC) de tórax e a ressonância magnética podem mostrar o objeto e identificar áreas de aprisionamento aéreo e atelectasias. A exploração do TC suplementado com broncoscopia virtual pode também fornecer informações úteis. A videofluoroscopia do tórax pode identificar áreas de aprisionamento aéreo de forma dinâmica. A cintilografia com radioisótopos para a verificação de perfusão pulmonar pode demonstrar defeitos de perfusão devido à vasoconstrição hipóxica em regiões mal ventiladas. Retirada cirúrgica de corpo estranho: Dentre as principais indicações de retirada cirúrgica de corpos estranhos, encontram-se: 1) objetos grandes e ásperos na região subglótica ou na traquéia, que são retirados com maior segurança por traqueostomia, evitando-se lesões na subglote e nas cordas vocais; 2) fragmentos de grama, que provocam danos irreversíveis ao pulmão, necessitando ressecções pulmonares futuras; 3) corpos estranhos alojados na periferia do pulmão, sem acesso endoscópico ou radioscópico e 4) objetos em que o risco de retirada endoscópica exceda ao risco da cirurgia aberta. O tratamento de emergência tem como objetivo, melhorar a oxigenação do paciente e evitar a disseminação do material aspirado. A desobstrução brônquica não resultará na imediata ventilação de uma determinada área porque podem persistir as alterações parenquitomatosas, e, por este motivo, não se deve esperar o restabelecimento de ventilação e oxigenação normais imediatamente, após a retirada do corpo estranho. A tentativa de se alcançar oxigenação ótimapode levar a barotrauma, agravando a hipoxemia. Caso um corpo estranho se desloque durante a indução anestésica, devido à tosse ou ventilação por pressão positiva, ocorrerá, neste momento, hipóxia. Profilaxia A prevenção desse acidente é fundamental. Para isso, é necessário a promoção de campanhas com o objetivo de conscientizar pais e cuidadores em relação aos cuidados quanto ao fornecimento de alimentos, brinquedos e objetos adequados para cada faixa etária. Nayara viana – 3 periodo, unifipmoc
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