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Sistema respiratório é capaz de desenvolver várias funções no organismo animal, a mais importante delas está relacionada com as trocas gasosas, por meio das quais são realizadas a oxigenação sanguínea e a liberação de gás carbônico nos alvéolos pulmonares. A troca gasosa é chamada de hematose, e, para que ocorra, é necessária a aproximação do ar inalado com o sangue na barreira alveolocapilar. Outras funções do sistema respiratório são: 1. Manutenção do equilíbrio acidobásico; 2. Atuação como um dos reservatórios sanguíneos do organısmo; 3. Filtração e, provavelmente, destruição de êmbolos sanguíneos; 4. Metabolização de substâncias como serotonina, prostaglandina, corticosteroides e leucotrienos; 5. Ativação de outras substâncias, como a angiotensina. Atua ainda como um dos órgãos importantes para as funções de termorregulação dos animais e na fonação. As funções básicas do sistema respiratório se dão então por oxigenação sanguínea e equilíbrio acidobásico e termorregulação. O sistema respiratório constitui-se, anatomicamente de Trato Respiratório Superior ou anterior (TRS): a) Narinas; b) Seios paranasais; c) Cavidades nasais; d) Faringe; e) Laringe; f) Traquéia superior; g) Cavidade oral. Trato Respiratório Inferior (TRI): a) Traquéia; b) Brônquios; c) Bronquíolos; d) Alvéolos; e) Interstício f) Pleura g) Mediastino. Quanto aos órgãos, podem ser classificados em Exatratorácicas (narinas, cavidade nasal, traqéia, faringe e os seios paranasais) e Intratorácicas (traquéia, brônquios, bronquíolos, interstício, alvéolos, pulmão, pleura e diafragma). OBS.: Os seios para nasais participam da HOMETERMIA, diante do ar inspirado. Tal processo ocorre com auxílio de órgão específicos, como das bolsas guturais (presentes em equinos). Os objetivos do exame, quanto a avaliação semiológica, se resume em 3 etapas primordiais: I. A manifestação respiratória em questão é de fato um problema do sistema respiratório?; II. Deve-se definir se esta restrito ás vias respiratórias anteriores ou ás posteriores e, ainda, se inclui o interstício, ou seja, a localização/ região do processo dentro do sistema respiratório; III. Etiologia, realizada mediante aos apontamentos efetuados. IDENTIFICAÇÃO Evidentemente, a identificação do animal é um dos prontos principais para o sistema, na qual deve-se coletar informações como espécie, raça, sexo, idade, função, categoria e localização, pois, sabemos que animais possuem enfermidades que acometem mais determinadas espécies, em determinadas raças específicas e assim por diante, assim, como por exemplo: ESPÉCIE Equinos: possuem problemáticas maiores relacionadas a bolsa gutural ou hemiplegia laríngeana. Cães: problemas de estenose ou colapso traqueal. SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO RAÇA Braquiocefálicos: como Pugs, que possuem uma epidemiologia mais dificultosa, devido às dificuldades respiratórias – estenose das vias anteriores. SEXO Fêmeas: predispostas a neoplasias com evoluções de metástases pulmonares, neoplasias mamárias. IDADE Todos sabemos que a idade é considerado grande fator nas enfermidades, principalmente em animais mais velhos ou que já possuem algum histórico de anormalidades. FUNÇÃO Ter conhecimento se o animal é praticante, profissional ou não, de atividades esportivas. CATEGORIA Leva-se em consideração a idade do animal, a sua localização, seu sexo, seu confinamento, etc. LOCALIZAÇÃO Pertinente aos animais advindos de um local que já possui histórico epidemiológico de surtos, epidemias referentes á animais residentes. Deve-se considerar também a sua relação com a sazonalidade. ANAMNESE Quando se trata de enfocar o sistema respiratório, é importante extrair da história se o problema é individual ou coletivo. Doenças em um único indivíduo podem estar relacionadas somente com ele, como também podem representar o início de um processo que afete o rebanho. Dessa maneira, há sempre a necessidade de atenção quanto ao surgimento de casos novos. Se o problema constatado for coletivo, o que se deve obter da história é o quanto ele está afetando o rebanho. Isso é feito por meio do cálculo dos índices de morbidade e de letalidade, ou seja, o número de animais doentes no total de animais e quantos dos que estão doentes morrem. Outros pontos importantes são as informações sobre o início do processo: se foi um surto ou se ocorrem casos esporádicos ao longo do tempo. O tempo e o tipo de evolução devem ser levados em consideração, estabelecendo-se há quanto tempo iniciou-se o problema e se o animal adoeceu rapidamente ou apresenta evolução lenta, progressiva ou estacionária dos sinais clínicos. A finalidade dessas observações é verificar a gravidade do caso e a patogenicidade e transmissão do agente agressor. Da mesma maneira, é de suma importância observar o local onde o animal permanece. Deve-se observar umidade, temperatura interna, ventilação, insolação e tipo de cama utilizada nessas instalações, se é pulverulenta ou apresenta agentes irritantes, desde palhas, maravalhas ou feno mofado, no caso de grandes animais. Todos esses são fatores predisponentes às infecções respiratórias, em especial nos animais mais novos. Em geral, tudo que for irritante às vias respiratórias pode provocar alterações nas células que as recobrem ou interferir nas células de defesa, facilitando o crescimento de agentes microbianos, que podem provocar inflamação local e instalação da doença clínica respiratória. As principais manifestações de doença no sistema respiratório ocorrem como resultado de obstruções, troca reduzida de oxigênio e dióxido de carbono, inflamação, septicemia e toxemia. EXAME FÍSICO ESPECÍFICO INSPEÇÃO Deve-se observar o animal preferencialmente sem tocá-lo e sem excitá-lo, pois isso pode provocar modificações na frequência respiratória (FR) e até no tipo de respiração. Se o exame estiver sendo realizado em animal de grande porte, o examinador deve olhá-lo obliquamente, colocando-se, de preferência, na parte posterior ou na parte dianteira do animal, de tal modo que se observe o ponto de transição costoabdominal. Em ruminantes de pequeno tamanho (ovinos e caprinos), essa avaliação pode ser realizada observando-se os animais postados acima da região torácica e abdominal. Deve-se contar a FR em 1 min e verificar o tipo e o ritmo respiratórios. Pontos que possuem fundamental importância na avaliação respiratória do animal contam com o nível de consciência, na qual a diminuição dos níveis na hematose irá alterá-lo; postura, alterada a partir da dificuldade respiratória, impossibilitando a postura quadrupedal, permanecendo então em decúbito external ou lateral ou então assumir uma postura ortopnéica; escore, na qual problemas crônicos levam o comprometimento do ganho de peso, perca de peso progressiva; ocorre a necessidade então da inspeção da parede torácica, parede abdominal, verificando anormalidades e assimetrias nas estruturas avaliadas. A desidratação e as mucosas são melhores avaliadas no processo de palpação, mas, sabe-se que processos infecciosos podem acarretar a desidratação; quanto as mucosas, possuem variações de cores, as quais podem indicar o órgão que esteja sendo acometido. OBS.: postura ortopnéica refere-se à postura que favorece com que ocorra a respiração, o ajuste . Quando questionado em relação ao ambiente adequado para a realização da avaliação, deve-se ter em mente que o correto se da por ambiente calmo, confortável, silencioso, sem a presença de cheiros que podem interferir na avaliação, sem causar estresse no animal, onde o paciente deve estar em repouso, com o mínimo de contenção e que seja realizado preferencialmente sem tocá-lo, pois, todos essas ações interferem na avaliaçãorespiratória, promovendo as oscilações respiratórias. As oscilações fisiológicas da frequência respiratória são dão por quanto menor a idade do animal, maior será a FR, que diminui com o avançar da 1dade, animais obesos e em repouso prolongado apresentam FR menores que as observadas, por exemplo, em animais de pequeno porte e magros. A FR aumenta gradativamente durante a gestação é mais elevada durante o exercício, em ambientes quentes e úmidos e em situações de estresse, especialmente nos suínos. O normal, quando a forma fisiológica da respiração animal é que seja realizada costabdominal, na qual utiliza-se tanto a expansão da parede torácica como da parede abdominal, junto a contração de ambas, para realizarem os movimentos respiratórios de expiração e inspiração. EQUINOS Costabdominal. PEQUENOS ANIMAIS Costal; Ocorre certo desequilíbrio, tornando sua respiração um pouco mais costal, porém não deixa de uso a abdominal. RUMINANTES Abdominal; Ocorre certo desequilíbrio, tornando sua respiração um pouco mais abdominal, porém não deixa de uso a costal. As oscilações patológicas da frequência respiratória são caracterizadas por taquipneia, bradipneia ou apneia. A taquipneia é o aumento da FR, ocorrendo em situações de febre, dor ou de diminuição da oxigenação sanguinea. A bradipneia é a diminuição da FR, podendo ocorrer nas depressões do sistema nervoso central ou próximo a morte do animal. Na apneia ocorre a ausência total de respiração. Estas oscilações são podem ser decorrentes de pleurites, fraturas nas costelas, ruptura do diafragma, eritonites, etc. INSPEÇÃO EM ÊNFASE EM SISTEMA RESPIRATÓRIO EUPNÉIA O tipo, a frequência e o ritmo/ profundidade estam dentro da faixa de normalidade para o animal/ paciente. DISPNÉIA Possuem alteração no tipo ou na frequência ou no ritmo/ profundidade para o animal/ paciente em questão. Outra particularidade que deve ser observada durante a inspeção é o ritmo respiratório. Ao aferir a FR, deve-se observar se o ritmo respiratório está dentro dos padrões considerados normais ou se há variações que possam ajudar o clinico no diagnóstico da lesão respiratória. O ritmo normal é observado como uma inspiração, uma pequena pausa, uma expiração e uma pausa maior, voltando, em seguida, a uma inspiração. Qualquer alteração no ritmo respiratório é denominada arritmia respiratória (oscilação patológica). Existem alterações clássicas de ritmo, como a respiração de Cheyne-Stokes, em que se observa FR crescente até alcançar um auge, diminuindo em seguida até apneia, acompanhada, posteriormente, de FR novamente crescente. Esse tipo de respiração ocorre nas fases finais de insuficiência cardíaca, em intoxicações por narcóticos e lesões cerebrais. A respiração de Biot, em que há dois ou três movimentos respiratórios, apneia, um ou dois movimentos, outra apneia e assim por diante ocoree por afecções cerebrais ou de meninges. Outro tipo de ritmo é a respiração de Kussmaul, observado como inspiração profunda e demorada, apneia, expiração prolongada, repetindo-se o ciclo. É visto no coma e na intoxicação por barbitúricos. De maneira geral, esses tipos de ritmos respiratórios estão associados a hipoxia ou depressões cerebrais. A inspeção nasal é de grande importância no exame do sistema respiratório. Devem-se observar alterações do espelho nasal, também chamado de muflo, se há ressecamento, como nos casos de febre, desidratações ou hipovolêmias; erosões, como na febre catarral maligna, ou, ainda, quaisquer outros tipos de lesões que possam indicar ou causar alterações na respiração. No conduto, também chamado de fossa nasal, devem-se verificar modificações na coloração e umidade da mucosa e procurar lesões como úlceras, erosões, pólipos, tumores e que podem ser vistos na inspeção direta da cavidade nasal. A mucosa nasal de cor rósea, úmida e sem lesões visíveis. Em geral, a mucosa nasal em grandes animais é pigmentada; por isso, é de grande utilidade para a observação de possíveis corrimentos, mas não para alteração de coloração. A inspeção adequada da mucosa nasal é facilmente realizada nos equinos, pois suas narinas são amplas e flexíveis. Nesses animais, os ductos nasolacrimais, um de cada lado, bastante amplos e visíveis, estão situados na transição entre a pele e a mucosa das narinas. Na inspeção das narinas, o corrimento nasal pode fornecer informações sugestivas da localização do processo mórbido e pode ser oriundo do trato respiratório anterior ou posterior. Se unilateral, pode indicar alterações na narina correspondente. Os processos mais comuns são corpos estranhos, úlceras e ferimentos locais. Se for bilateral,pode representar comprometimento de ambas as narinas, especialmente em processos inflamatórios que aumentem a secreção nasal, ou pode originar-se de locais situados posteriormente à narina, tais como laringe, traquéia e brônquios, acometidos por afecções que aumentem a quantidade de secreções inflamatórias nessas vias respiratórias. O corrimento nasal deve ser analisado quanto ao tipo, sendo classificado como: seroso, mucoso, purulento e hemorrágico, ou suas combinações. O tipo seroso è observado normalmente nos bovinos, que lambem constantemente as narinas; esse tipo de corrimento é mais intenso em animais deprimidos e sempre está relacionado com afecções do sistema respiratório. O corrimento seroso ganha significado clínico quando se apresenta em, excesso, em qualquer espécie de animal. O corrimento nasal mucoso relaciona-se, principalmente, com a produção exacerbada de muco pelas glândulas das narinas, consequente a inflamações, viroses ou alergias. O corrimento nasal torna-se purulento quando há contaminação bacteriana e migração de células leucocitárias e restos celulares para o muco. Por sua vez, lesões vasculares provocadas por corpos estranhos, ferimentos, úlceras ou pólipos podem determinar corrimento do tipo hemorrágico. Às vezes, os herbívoros apresentam corrimento nasal com conteúdo alimentar, geralmente de coloração esverdeada. Deve-se ressaltar que, em bovinos, pelo hábito de lamberem as narinas, as secreções nasais muitas vezes não são observadas, devendo-se buscar indícios de extravasamento nos bebedouros e comedouros, em virtude da facilitação de sua exteriorização quando da ingestão de água ou comida pelo abaixamento da cabeça. O odor é variável, indo desde a ausência de cheiro até odor pútrido. Esse tipo de corrimento revela defeitos na deglutição por lesões na faringe ou processos obstrutivos de esôfago, e o animal pode apresentar refluxo nasal ao deglutir. EPISTAXE – sangue expelido pelas narinas/ nariz. HEMOPTÍASE – sangue de origem pulmonar. Finalmente, no exame das narinas ou alfação, deve-se atentar para o odor da respiração e para o fluxo do ar exalado. Para tanto, é interessante individualizar o ar expirado, promovendo o desvio do ar com a mão em forma de concha. O examinador deve, de preferência, postar-se lateralmente à cabeça do animal. Odor pútrido da respiração está relacionado com lesões em que há destruição tecidual, tais como na laringite necrótica, em abscessos pulmonares ou na pneumonia por aspiração. Na inspeção nasal, referencialmente relacionada a tosse, deve- se saber que é um dos mecanismos de limpeza do sistema respiratório e ocorre quando há irritação das terminações nervosas da laringe e traquéia, provocada pela inflamação da mucosa, seja por ação direta do agente agressor sobre a mucosa ou pela produção excessiva de muco. Tosse seca e constante, geralmente indica alterações inflamatórias nas vias respiratórias superiores, como na faringite e na laringite, podendo ocorrer também nas traqueites. Tosse úmida ou produtiva, por sua vez, está relacionada com o aumento de exsudato broncopulmonar, como nas broncopneumonias, pois o liquido inflamatório se movimentanas vias respiratórias com a respiração, estimulando a tosse. Muitos equídeos tossem por envolvimento do trato respiratório inferior, e essa tosse é verificada, sobretudo, durante o exercício físico. PALPAÇÃO Além do reflexo de tosse descrito anteriormente, que já é uma manobra de palpação da traquéia, devem-se palpar todas as partes externas do sistema respiratório à procura de depressões (afundamento do osso nasal, fratura de anel traqueal cervical, fratura de costelas) ou aumentos de volume que possam ou não ter sido verificado à inspeção. Nessas alterações superficiais, observam-se sempre os sinais clássicos da inflamação (dor, calor, rubor, tumor) e, conforme o local é possível relacioná-los com processos inflamatórios localizados, como abscessos. Sentir esses sinais de inflamação nos espaços intercostais, sem aumentos de volume na região, é uma indicação importante de pleurite. Se houver piotórax associado à pleurite haverá, além do aumento da temperatura, abaulamento dos espaços intercostais, visto á inspeção nos animais magros. A palpação do tórax deve ser feita com a mão espalmada e com as pontas dos dedos apoiadas nos espaços intercostais. Aumenta-se gradativamente a pressão dos dedos e observa-se a reação do animal; com essa manobra, evita-se confundir a reação própria do animal a pressão brusca sobre o costado. Em seguida, deve-se exercer pressão moderada sobre as costelas, na tentativa de observar reação dolorosa causada, particularmente, por fraturas. Pode-se verificar a temperatura colocando-se o dorso das mãos em ambos os lados do tórax (fisiológico: temperaturas ambientais elevadas, falta de ventilação, pós-exercícios, patológico: processos febris sistêmicos, pleurite, formação de abscessos intratorácicos). Se, à palpação, os linfonodos submandibulares se revelarem aumentados e houver ânsia de vômito ou tosse à palpação da laringe, pode haver inflamação da região orofaringeana, caracterizando processos como faringite, laringite ou abscessos. Esse exame deve, portanto, ser acompanhado da inspeção interna da faringe, seja por inspeção direta com abridores de boca e abaixadores de língua ou com auxílio de endoscopia. Á palpação, pode-se sentir vibração na altura da laringe ou traquéia, que se chama frêmito laríngeo ou traqueal, e é indicativo de liquido em quantidade excessiva ou membranas que vibram à passagem do ar. Da mesma maneira, pode-se sentir o frêmito torácico, o que tem como significado clínico a presença de liquido (inflamatório ou não) nos brônquios, de atrito pleural (roce pleural) ou, quando sentido sobre a área cardíaca, de sopro cardíaco ou roce pericárdico. Slap test é designado ao processo baseado no reflexo, que testa a abdução da cartilagem arite-nóide após a percussão da região da escápula durante a expiração, através de uma estimulação do costado do animal – hemiplegia das aritenóides. PERCUSSÃO A percussão é um dos métodos semiológicos que fornecem informações a respeito do estado físico do sistema respiratório. Deve ser realizada desde os seios paranasais até a porção posterior do tórax. Nos seios paranasais (frontal, lacrimal e maxilar), a percussão deve ser feita com o cabo do martelo de percussão ou com a ponta do dedo médio (digital) de modo comparativo entre o lado esquerdo e direito da face do animal. A principal alteração que se consegue ouvir é a modificação do som normal (claro) para maciço, indicando que uma cavidade antes vazia está sendo preenchida por alguma substância, por exempl0, pus. Esse sinal sugere sinusite ou tumorações em seio paranasal, ou seja, lesões que ocupam espaço. Por outro lado, se houver acúmulo de gás, o som pode se modificar para timpânico, como nos casos de infecção da cavidade sinusal por bactérias anaeróbicas, produtoras de gás. AUSCULTAÇÃO A auscultação é o método diagnóstico que fornece mais informações a respeito do funcionamento do sistema respiratório. A interpretação correta dos ruídos respiratórios pressupõe conhecimentos sobre a produção dos ruídos e sua transmissão no trato respiratório, bem como dos efeitos que modificam o padrão normal dos ruídos por ele produzidos. Devem-se auscultar as vias respiratórias superiores e a região torácica separadamente, embora não se deva esquecer de que pode haver interferência da auscultação de uma área sobre a outra, sobretudo dos ruídos produzidos nas vias respiratórias anteriores, que podem interferir na auscultação dos pulmões. Em vista disso, é bom lembrar que o local em que se ouve o ruído com maior intensidade corresponde à origem provável de sua produção. Ruído laringotraqueal é o ruído provocado pela vibração das paredes da laringe e traquéia, sendo ouvido sobre a região da traquéia cervical, quando da passagem do ar. Patologicamente, pode-se ouvir nessa região o estridor traqueal, como se fosse o ranger de uma porta se abrindo, associado a casos de estenose de laringe ou traquéia, e as crepitações de traquéia, provocadas por acumulo de liquido ou muco nesses locais, como se fosse um estourar de bolhas. Na área torácica, ouve-se o ruído traqueobrônquico ou, como chamado antigamente, ruído brônquico, sopro glótico ou tubário, produzido pela passagem do ar pelos grandes brônquios e pela porção final da traqueia, com vibração de suas paredes. E um ruído rude, ouvido no terço anterior do tórax, tanto na inspiração quanto na expiração. Outra manifestação sonora ouvida na área torácica é o ruído broncobronquiolar ou, como chamado antigamente, murmúrio vesicular, que é o ruído respiratório produzido pela vibração das paredes de brônquios menores e bronquíolos. É suave, ouvido nos dois terços posteriores do tórax durante a inspiração. Crepitação grossa ou estertor úmido (termo antigo), clinicamente, significa aumento de líquido no interior de brônquios, inflamatório ou não. Ao passar pelos brônquios, que estão com quantidade exagerada de líquido, o ar determina a formação de uma onda suficiente para causar obstrução de seu lúmen. Como as pressões anteriores e posteriores a esta onda liquida são diferentes, a tendência é que haja desobstrução do lúmen brônquico para, em segui da, haver nova obliteração, já que o ar continua entrando. A sonoridade provocada por essas obstruções e desobstruções sequenciais assemelha-se ao estourar de bolhas; por isso, era chamado antigamente de estertor bolhoso, ou, então, como parecia com o som produzido ao soprar ar em líquido, era denominado estertor úmido. Atualmente, por ser um ruído de crepitação, e chamado de crepitação grossa, sendo detectado nos casos de broncopneumonia e edema pulmonar. Crepitação fina ou estertor crepitante (termo antigo), ruído semelhante ao esfregar de cabelos próximos à orelha ou ao estourar de pequenas bolhas. Acreditava-se que esse tipo de ruído ocorresse durante a fase inspiratória da respiração, provocado pelo descolamento das paredes dos alvéolos preenchidos por liquido inflamatório. Hoje, sabendo-se que os ruídos são produzidos em tubos de, no máximo, 2 mm, deduz-se que esse ruído seja produzido durante o descolamento das paredes das pequenas vias respiratórias preenchidas por liquido ou muco em excesso. Se ele for inspiratório, poderá significar edema pulmonar ou pneumonia; se expiratório ou inspiratório/expiratório (misto), doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquiolite e enfisema pulmonar. Sibilo, manifestação sonora aguda, de alta intensidade, que se assemelha a um chiado ou assobio. Indica estreitamento de vias respiratórias, causado por deposição de secreção viscosa ou ainda flauta, aderida, broncospasmo. Se ocorrer no inicio da inspiração, está relacionado principalmente com processos extratorácicos, como estenose da laringe, compressão da traqueia ou muco espesso depositado nesses locais. Se aparecer no fim da inspiração ou expiraçãopoderá ser indicativo de obstrução das pequenas vias respiratórias, como nos casos de bronquite ou bronquiolite e doença pulmonar obstrutiva crônica. Ronco, ruído grave, de alta intensidade, produzido pela vibração de secreções viscosas aderidas ás paredes de grandes brônquios durante a passagem de ar. Também pode indicar broncopneumonia se sua origem, ou seja, seu ponto máximo de auscultação estiver no tórax, ou mostrar laringite ou laringotraqueite, se for ouvido melhor na região da laringe ou traqueia. Roce pleural, ruído provocado pelo atrito das pleuras visceral e parietal inflamadas indicando pleurite. Em um animal sadio, as pleuras deslizam suavemente, uma sobre a outra, sem provocar ruído algum. Quando há inflamação e deposição de fibrina sobre elas, o atrito se transmite ao ouvido do examinador como se fosse o esfregar de duas folhas de papel, áspero como o esfregar de duas lixas ou de couro molhado, ou, ainda, como um gemido. EXAMES COMPLEMNTARES
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