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SISTEMA RESPIRATÓRIO

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Sistema respiratório é capaz de desenvolver várias funções no 
organismo animal, a mais importante delas está relacionada com as trocas 
gasosas, por meio das quais são realizadas a oxigenação sanguínea e a 
liberação de gás carbônico nos alvéolos pulmonares. A troca gasosa é 
chamada de hematose, e, para que ocorra, é necessária a aproximação do ar 
inalado com o sangue na barreira alveolocapilar. Outras funções do sistema 
respiratório são: 
1. Manutenção do equilíbrio acidobásico; 
2. Atuação como um dos reservatórios sanguíneos do organısmo; 
3. Filtração e, provavelmente, destruição de êmbolos sanguíneos; 
4. Metabolização de substâncias como serotonina, prostaglandina, 
corticosteroides e leucotrienos; 
5. Ativação de outras substâncias, como a angiotensina. Atua 
ainda como um dos órgãos importantes para as funções de termorregulação 
dos animais e na fonação. 
As funções básicas do sistema respiratório se dão então por 
oxigenação sanguínea e equilíbrio acidobásico e termorregulação. 
O sistema respiratório constitui-se, anatomicamente de Trato 
Respiratório Superior ou anterior (TRS): 
 
a) Narinas; 
b) Seios paranasais; 
c) Cavidades nasais; 
d) Faringe; 
e) Laringe; 
f) Traquéia superior; 
g) Cavidade oral. 
 
Trato Respiratório Inferior (TRI): 
a) Traquéia; 
b) Brônquios; 
c) Bronquíolos; 
d) Alvéolos; 
e) Interstício 
f) Pleura 
g) Mediastino. 
Quanto aos órgãos, podem ser classificados em 
Exatratorácicas (narinas, cavidade nasal, traqéia, faringe e 
os seios paranasais) e Intratorácicas (traquéia, brônquios, 
bronquíolos, interstício, alvéolos, pulmão, pleura e diafragma). 
 
 
 
OBS.: Os seios para nasais participam da HOMETERMIA, diante do ar 
inspirado. Tal processo ocorre com auxílio de órgão específicos, como das 
bolsas guturais (presentes em equinos). 
 
Os objetivos do exame, quanto a avaliação semiológica, se 
resume em 3 etapas primordiais: 
I. A manifestação respiratória em questão é de fato um problema do 
sistema respiratório?; 
II. Deve-se definir se esta restrito ás vias respiratórias anteriores ou ás 
posteriores e, ainda, se inclui o interstício, ou seja, a localização/ região do 
processo dentro do sistema respiratório; 
III. Etiologia, realizada mediante aos apontamentos efetuados. 
 
IDENTIFICAÇÃO 
Evidentemente, a identificação do animal é um dos prontos 
principais para o sistema, na qual deve-se coletar informações como espécie, 
raça, sexo, idade, função, categoria e localização, pois, sabemos que 
animais possuem enfermidades que acometem mais determinadas espécies, 
em determinadas raças específicas e assim por diante, assim, como por 
exemplo: 
ESPÉCIE Equinos: possuem problemáticas maiores relacionadas a 
bolsa gutural ou hemiplegia laríngeana. 
Cães: problemas de estenose ou colapso traqueal. 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
 
RAÇA Braquiocefálicos: como Pugs, que possuem uma 
epidemiologia mais dificultosa, devido às dificuldades 
respiratórias – estenose das vias anteriores. 
SEXO Fêmeas: predispostas a neoplasias com evoluções de 
metástases pulmonares, neoplasias mamárias. 
IDADE Todos sabemos que a idade é considerado grande fator nas 
enfermidades, principalmente em animais mais velhos ou 
que já possuem algum histórico de anormalidades. 
FUNÇÃO Ter conhecimento se o animal é praticante, profissional ou 
não, de atividades esportivas. 
CATEGORIA Leva-se em consideração a idade do animal, a sua 
localização, seu sexo, seu confinamento, etc. 
LOCALIZAÇÃO Pertinente aos animais advindos de um local que já possui 
histórico epidemiológico de surtos, epidemias referentes á 
animais residentes. Deve-se considerar também a sua 
relação com a sazonalidade. 
 
ANAMNESE
 
Quando se trata de enfocar o sistema respiratório, é importante 
extrair da história se o problema é individual ou coletivo. Doenças em um 
único indivíduo podem estar relacionadas somente com ele, como também 
podem representar o início de um processo que afete o rebanho. Dessa 
maneira, há sempre a necessidade de atenção quanto ao surgimento de casos 
novos. Se o problema constatado for coletivo, o que se deve obter da história 
é o quanto ele está afetando o rebanho. Isso é feito por meio do cálculo dos 
índices de morbidade e de letalidade, ou seja, o número de animais doentes 
no total de animais e quantos dos que estão doentes morrem. 
Outros pontos importantes são as informações sobre o início do 
processo: se foi um surto ou se ocorrem casos esporádicos ao longo do 
tempo. O tempo e o tipo de evolução devem ser levados em consideração, 
estabelecendo-se há quanto tempo iniciou-se o problema e se o animal 
adoeceu rapidamente ou apresenta evolução lenta, progressiva ou 
estacionária dos sinais clínicos. A finalidade dessas observações é verificar a 
gravidade do caso e a patogenicidade e transmissão do agente agressor. 
Da mesma maneira, é de suma importância observar o local onde 
o animal permanece. Deve-se observar umidade, temperatura interna, 
ventilação, insolação e tipo de cama utilizada nessas instalações, se é 
pulverulenta ou apresenta agentes irritantes, desde palhas, maravalhas ou 
feno mofado, no caso de grandes animais. Todos esses são fatores 
predisponentes às infecções respiratórias, em especial nos animais mais 
novos. 
Em geral, tudo que for irritante às vias respiratórias pode 
provocar alterações nas células que as recobrem ou interferir nas células de 
defesa, facilitando o crescimento de agentes microbianos, que podem 
provocar inflamação local e instalação da doença clínica respiratória. As 
principais manifestações de doença no sistema respiratório ocorrem como 
resultado de obstruções, troca reduzida de oxigênio e dióxido de carbono, 
inflamação, septicemia e toxemia. 
 
EXAME FÍSICO ESPECÍFICO 
 
INSPEÇÃO 
Deve-se observar o animal preferencialmente sem tocá-lo e sem 
excitá-lo, pois isso pode provocar modificações na frequência respiratória 
(FR) e até no tipo de respiração. Se o exame estiver sendo realizado em 
animal de grande porte, o examinador deve olhá-lo obliquamente, 
colocando-se, de preferência, na parte posterior ou na parte dianteira do 
animal, de tal modo que se observe o ponto de transição costoabdominal. Em 
ruminantes de pequeno tamanho (ovinos e caprinos), essa avaliação pode ser 
realizada observando-se os animais postados acima da região torácica e 
abdominal. Deve-se contar a FR em 1 min e verificar o tipo e o 
ritmo respiratórios. 
 
Pontos que possuem fundamental importância na avaliação 
respiratória do animal contam com o nível de consciência, na 
qual a diminuição dos níveis na hematose irá alterá-lo; postura, alterada 
a partir da dificuldade respiratória, impossibilitando a postura quadrupedal, 
permanecendo então em decúbito external ou lateral ou então assumir uma 
postura ortopnéica; escore, na qual problemas crônicos levam o 
comprometimento do ganho de peso, perca de peso progressiva; ocorre a 
necessidade então da inspeção da parede torácica, parede 
abdominal, verificando anormalidades e assimetrias nas estruturas 
avaliadas. A desidratação e as mucosas são melhores avaliadas 
no processo de palpação, mas, sabe-se que processos infecciosos podem 
acarretar a desidratação; quanto as mucosas, possuem variações de cores, as 
quais podem indicar o órgão que esteja sendo acometido. 
OBS.: postura ortopnéica refere-se à postura que favorece com 
que ocorra a respiração, o ajuste . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando questionado em relação ao ambiente adequado para a 
realização da avaliação, deve-se ter em mente que o correto se da por 
ambiente calmo, confortável, silencioso, sem a presença de cheiros que 
podem interferir na avaliação, sem causar estresse no animal, onde o paciente 
deve estar em repouso, com o mínimo de contenção e que seja realizado 
preferencialmente sem tocá-lo, pois, todos essas ações interferem na 
avaliaçãorespiratória, promovendo as oscilações respiratórias. 
 
 
 
 
 
As oscilações fisiológicas da frequência 
respiratória são dão por quanto menor a idade do animal, maior será a FR, 
que diminui com o avançar da 1dade, animais obesos e em repouso 
prolongado apresentam FR menores que as observadas, por exemplo, em 
animais de pequeno porte e magros. A FR aumenta gradativamente durante a 
gestação é mais elevada durante o exercício, em ambientes quentes e úmidos 
e em situações de estresse, especialmente nos suínos. O normal, quando a 
forma fisiológica da respiração animal é que seja realizada 
costabdominal, na qual utiliza-se tanto a expansão da parede 
torácica como da parede abdominal, junto a contração de ambas, para 
realizarem os movimentos respiratórios de expiração e inspiração. 
EQUINOS Costabdominal. 
PEQUENOS 
ANIMAIS 
Costal; Ocorre certo desequilíbrio, tornando sua 
respiração um pouco mais costal, porém não deixa 
de uso a abdominal. 
RUMINANTES Abdominal; Ocorre certo desequilíbrio, tornando 
sua respiração um pouco mais abdominal, porém 
não deixa de uso a costal. 
 
As oscilações patológicas da frequência 
respiratória são caracterizadas por taquipneia, bradipneia ou apneia. A 
taquipneia é o aumento da FR, ocorrendo em situações de febre, dor 
ou de diminuição da oxigenação sanguinea. A bradipneia é a 
diminuição da FR, podendo ocorrer nas depressões do sistema nervoso 
central ou próximo a morte do animal. Na apneia ocorre a ausência total 
de respiração. Estas oscilações são podem ser decorrentes de pleurites, 
fraturas nas costelas, ruptura do diafragma, eritonites, etc. 
 
 
INSPEÇÃO EM ÊNFASE EM SISTEMA RESPIRATÓRIO 
EUPNÉIA O tipo, a frequência e o ritmo/ profundidade estam dentro 
da faixa de normalidade para o animal/ paciente. 
DISPNÉIA Possuem alteração no tipo ou na frequência ou no ritmo/ 
profundidade para o animal/ paciente em questão. 
 
Outra particularidade que deve ser observada durante a inspeção 
é o ritmo respiratório. Ao aferir a FR, deve-se observar se o 
ritmo respiratório está dentro dos padrões considerados normais ou se há 
variações que possam ajudar o clinico no diagnóstico da lesão respiratória. O 
ritmo normal é observado como uma inspiração, uma pequena pausa, uma 
expiração e uma pausa maior, voltando, em seguida, a uma inspiração. 
Qualquer alteração no ritmo respiratório é denominada arritmia 
respiratória (oscilação patológica). 
 
Existem alterações clássicas de ritmo, como a 
respiração de Cheyne-Stokes, em que se observa FR 
crescente até alcançar um auge, diminuindo em seguida até apneia, 
acompanhada, posteriormente, de FR novamente crescente. Esse tipo de 
respiração ocorre nas fases finais de insuficiência cardíaca, em intoxicações 
por narcóticos e lesões cerebrais. A respiração de Biot, em que há 
dois ou três movimentos respiratórios, apneia, um ou dois movimentos, outra 
apneia e assim por diante ocoree por afecções cerebrais ou de meninges. 
Outro tipo de ritmo é a respiração de Kussmaul, observado 
como inspiração profunda e demorada, apneia, expiração prolongada, 
repetindo-se o ciclo. É visto no coma e na intoxicação por barbitúricos. De 
maneira geral, esses tipos de ritmos respiratórios estão associados a hipoxia 
ou depressões cerebrais. 
 
A inspeção nasal é de grande importância no exame do 
sistema respiratório. Devem-se observar alterações do espelho nasal, também 
chamado de muflo, se há ressecamento, como nos casos de febre, 
desidratações ou hipovolêmias; erosões, como na febre catarral maligna, ou, 
ainda, quaisquer outros tipos de lesões que possam indicar ou causar 
alterações na respiração. No conduto, também chamado de fossa nasal, 
devem-se verificar modificações na coloração e umidade da mucosa e 
procurar lesões como úlceras, erosões, pólipos, tumores e que podem ser 
vistos na inspeção direta da cavidade nasal. A mucosa nasal de cor rósea, 
úmida e sem lesões visíveis. Em geral, a mucosa nasal em grandes animais é 
pigmentada; por isso, é de grande utilidade para a observação de possíveis 
corrimentos, mas não para alteração de coloração. A inspeção adequada da 
mucosa nasal é facilmente realizada nos equinos, pois suas narinas são 
amplas e flexíveis. Nesses animais, os ductos nasolacrimais, um de cada lado, 
bastante amplos e visíveis, estão situados na transição entre a pele e a 
mucosa das narinas. 
Na inspeção das narinas, o corrimento nasal pode 
fornecer informações sugestivas da localização do processo mórbido e pode 
ser oriundo do trato respiratório anterior ou posterior. Se unilateral, 
pode indicar alterações na narina correspondente. Os processos mais comuns 
são corpos estranhos, úlceras e ferimentos locais. Se for bilateral,pode 
representar comprometimento de ambas as narinas, especialmente em 
processos inflamatórios que aumentem a secreção nasal, ou pode originar-se 
de locais situados posteriormente à narina, tais como laringe, traquéia e 
brônquios, acometidos por afecções que aumentem a quantidade de secreções 
inflamatórias nessas vias respiratórias. 
O corrimento nasal deve ser analisado quanto ao tipo, 
sendo classificado como: seroso, mucoso, purulento e hemorrágico, ou suas 
combinações. O tipo seroso è observado normalmente nos bovinos, que 
lambem constantemente as narinas; esse tipo de corrimento é mais intenso 
em animais deprimidos e sempre está relacionado com afecções do sistema 
respiratório. O corrimento seroso ganha significado clínico quando se 
apresenta em, excesso, em qualquer espécie de animal. O corrimento nasal 
mucoso relaciona-se, principalmente, com a produção exacerbada de 
muco pelas glândulas das narinas, consequente a inflamações, viroses ou 
alergias. O corrimento nasal torna-se purulento quando há 
contaminação bacteriana e migração de células leucocitárias e restos 
celulares para o muco. Por sua vez, lesões vasculares provocadas por corpos 
estranhos, ferimentos, úlceras ou pólipos podem determinar corrimento do 
tipo hemorrágico. Às vezes, os herbívoros apresentam corrimento 
nasal com conteúdo alimentar, geralmente de coloração esverdeada. 
Deve-se ressaltar que, em bovinos, pelo hábito de lamberem as narinas, as 
secreções nasais muitas vezes não são observadas, devendo-se buscar indícios 
de extravasamento nos bebedouros e comedouros, em virtude da facilitação 
de sua exteriorização quando da ingestão de água ou comida pelo 
abaixamento da cabeça. O odor é variável, indo desde a ausência de cheiro até 
odor pútrido. Esse tipo de corrimento revela defeitos na deglutição por lesões 
na faringe ou processos obstrutivos de esôfago, e o animal pode apresentar 
refluxo nasal ao deglutir. 
 
EPISTAXE – sangue expelido pelas narinas/ nariz. 
HEMOPTÍASE – sangue de origem pulmonar. 
 
Finalmente, no exame das narinas ou alfação, deve-se 
atentar para o odor da respiração e para o fluxo do ar exalado. Para tanto, é 
interessante individualizar o ar expirado, promovendo o desvio do ar com a 
mão em forma de concha. O examinador deve, de preferência, postar-se 
lateralmente à cabeça do animal. Odor pútrido da respiração está relacionado 
com lesões em que há destruição tecidual, tais como na laringite necrótica, 
em abscessos pulmonares ou na pneumonia por aspiração. 
Na inspeção nasal, referencialmente relacionada a tosse, deve-
se saber que é um dos mecanismos de limpeza do sistema respiratório e 
ocorre quando há irritação das terminações nervosas da laringe e traquéia, 
provocada pela inflamação da mucosa, seja por ação direta do agente 
agressor sobre a mucosa ou pela produção excessiva de muco. Tosse seca e 
constante, geralmente indica alterações inflamatórias nas vias respiratórias 
superiores, como na faringite e na laringite, podendo ocorrer também nas 
traqueites. Tosse úmida ou produtiva, por sua vez, está relacionada com 
o aumento de exsudato broncopulmonar, como nas broncopneumonias, pois 
o liquido inflamatório se movimentanas vias respiratórias com a respiração, 
estimulando a tosse. Muitos equídeos tossem por envolvimento do trato 
respiratório inferior, e essa tosse é verificada, sobretudo, durante o exercício 
físico. 
 
 
 
 
 
 
PALPAÇÃO 
Além do reflexo de tosse descrito anteriormente, que já é uma 
manobra de palpação da traquéia, devem-se palpar todas as partes externas 
do sistema respiratório à procura de depressões (afundamento do osso nasal, 
fratura de anel traqueal cervical, fratura de costelas) ou aumentos de 
volume que possam ou não ter sido verificado à inspeção. Nessas alterações 
superficiais, observam-se sempre os sinais clássicos da inflamação (dor, 
calor, rubor, tumor) e, conforme o local é possível relacioná-los 
com processos inflamatórios localizados, como abscessos. Sentir esses sinais 
de inflamação nos espaços intercostais, sem aumentos de volume na região, é 
uma indicação importante de pleurite. Se houver piotórax associado à 
pleurite haverá, além do aumento da temperatura, abaulamento dos espaços 
intercostais, visto á inspeção nos animais magros. 
A palpação do tórax deve ser feita com a mão espalmada e com as 
pontas dos dedos apoiadas nos espaços intercostais. Aumenta-se 
gradativamente a pressão dos dedos e observa-se a reação do animal; com 
essa manobra, evita-se confundir a reação própria do animal a pressão brusca 
sobre o costado. Em seguida, deve-se exercer pressão moderada sobre as 
costelas, na tentativa de observar reação dolorosa causada, particularmente, 
por fraturas. Pode-se verificar a temperatura colocando-se o dorso das mãos 
em ambos os lados do tórax (fisiológico: temperaturas ambientais 
elevadas, falta de ventilação, pós-exercícios, patológico: processos febris 
sistêmicos, pleurite, formação de abscessos intratorácicos). 
Se, à palpação, os linfonodos submandibulares se revelarem 
aumentados e houver ânsia de vômito ou tosse à palpação da laringe, pode 
haver inflamação da região orofaringeana, caracterizando processos como 
faringite, laringite ou abscessos. Esse exame deve, portanto, ser 
acompanhado da inspeção interna da faringe, seja por inspeção direta com 
abridores de boca e abaixadores de língua ou com auxílio de endoscopia. 
Á palpação, pode-se sentir vibração na altura da laringe ou 
traquéia, que se chama frêmito laríngeo ou traqueal, e é indicativo de liquido 
em quantidade excessiva ou membranas que vibram à passagem do ar. Da 
mesma maneira, pode-se sentir o frêmito torácico, o que tem como 
significado clínico a presença de liquido (inflamatório ou não) nos brônquios, 
de atrito pleural (roce pleural) ou, quando sentido sobre a área cardíaca, de 
sopro cardíaco ou roce pericárdico. 
Slap test é designado ao processo baseado no reflexo, que testa a 
abdução da cartilagem arite-nóide após a percussão da região da escápula 
durante a expiração, através de uma estimulação do costado do animal – 
hemiplegia das aritenóides. 
 
PERCUSSÃO 
A percussão é um dos métodos semiológicos que fornecem 
informações a respeito do estado físico do sistema respiratório. Deve ser 
realizada desde os seios paranasais até a porção posterior do tórax. 
Nos seios paranasais (frontal, lacrimal e maxilar), a percussão 
deve ser feita com o cabo do martelo de percussão ou com a ponta do dedo 
médio (digital) de modo comparativo entre o lado esquerdo e direito da face 
do animal. A principal alteração que se consegue ouvir é a modificação do 
som normal (claro) para maciço, indicando que uma cavidade antes vazia está 
sendo preenchida por alguma substância, por exempl0, pus. Esse sinal sugere 
sinusite ou tumorações em seio paranasal, ou seja, lesões que ocupam espaço. 
Por outro lado, se houver acúmulo de gás, o som pode se modificar para 
timpânico, como nos casos de infecção da cavidade sinusal por bactérias 
anaeróbicas, produtoras de gás. 
 
 
 
 
 
 
AUSCULTAÇÃO 
A auscultação é o método diagnóstico que fornece mais 
informações a respeito do funcionamento do sistema respiratório. A 
interpretação correta dos ruídos respiratórios pressupõe conhecimentos sobre 
a produção dos ruídos e sua transmissão no trato respiratório, bem como dos 
efeitos que modificam o padrão normal dos ruídos por ele produzidos. 
Devem-se auscultar as vias respiratórias superiores e a região torácica 
separadamente, embora não se deva esquecer de que pode haver interferência 
da auscultação de uma área sobre a outra, sobretudo dos ruídos produzidos 
nas vias respiratórias anteriores, que podem interferir na auscultação dos 
pulmões. Em vista disso, é bom lembrar que o local em que se ouve o ruído 
com maior intensidade corresponde à origem provável de sua produção. 
 
 
Ruído laringotraqueal é o ruído provocado pela 
vibração das paredes da laringe e traquéia, sendo ouvido sobre a região da 
traquéia cervical, quando da passagem do ar. Patologicamente, pode-se ouvir 
nessa região o estridor traqueal, como se fosse o ranger de uma porta se 
abrindo, associado a casos de estenose de laringe ou traquéia, e as 
crepitações de traquéia, provocadas por acumulo de liquido ou muco nesses 
locais, como se fosse um estourar de bolhas. Na área torácica, ouve-se o 
ruído traqueobrônquico ou, como chamado antigamente, ruído 
brônquico, sopro glótico ou tubário, produzido pela passagem do ar pelos 
grandes brônquios e pela porção final da traqueia, com vibração de suas 
paredes. E um ruído rude, ouvido no terço anterior do tórax, tanto na 
inspiração quanto na expiração. Outra manifestação sonora ouvida na área 
torácica é o ruído broncobronquiolar ou, como chamado 
antigamente, murmúrio vesicular, que é o ruído respiratório 
produzido pela vibração das paredes de brônquios menores e bronquíolos. É 
suave, ouvido nos dois terços posteriores do tórax durante a inspiração. 
Crepitação grossa ou estertor úmido (termo antigo), 
clinicamente, significa aumento de líquido no interior de brônquios, 
inflamatório ou não. Ao passar pelos brônquios, que estão com quantidade 
exagerada de líquido, o ar determina a formação de uma onda suficiente para 
causar obstrução de seu lúmen. Como as pressões anteriores e posteriores a 
esta onda liquida são diferentes, a tendência é que haja desobstrução do 
lúmen brônquico para, em segui da, haver nova obliteração, já que o ar 
continua entrando. A sonoridade provocada por essas obstruções e 
desobstruções sequenciais assemelha-se ao estourar de bolhas; por isso, era 
chamado antigamente de estertor bolhoso, ou, então, como 
parecia com o som produzido ao soprar ar em líquido, era denominado 
estertor úmido. Atualmente, por ser um ruído de crepitação, e chamado de 
crepitação grossa, sendo detectado nos casos de broncopneumonia e edema 
pulmonar. Crepitação fina ou estertor crepitante (termo antigo), 
ruído semelhante ao esfregar de cabelos próximos à orelha ou ao estourar de 
pequenas bolhas. Acreditava-se que esse tipo de ruído ocorresse durante a 
fase inspiratória da respiração, provocado pelo descolamento das paredes dos 
alvéolos preenchidos por liquido inflamatório. Hoje, sabendo-se que os ruídos 
são produzidos em tubos de, no máximo, 2 mm, deduz-se que esse ruído seja 
produzido durante o descolamento das paredes das pequenas vias 
respiratórias preenchidas por liquido ou muco em excesso. Se ele for 
inspiratório, poderá significar edema pulmonar ou pneumonia; se expiratório 
ou inspiratório/expiratório (misto), doença pulmonar obstrutiva crônica, 
bronquiolite e enfisema pulmonar. Sibilo, manifestação sonora aguda, de 
alta intensidade, que se assemelha a um chiado ou assobio. Indica 
estreitamento de vias respiratórias, causado por deposição de secreção 
viscosa ou ainda flauta, aderida, broncospasmo. Se ocorrer no inicio da 
inspiração, está relacionado principalmente com processos extratorácicos, 
como estenose da laringe, compressão da traqueia ou muco espesso 
depositado nesses locais. Se aparecer no fim da inspiração ou expiraçãopoderá ser indicativo de obstrução das pequenas vias respiratórias, como nos 
casos de bronquite ou bronquiolite e doença pulmonar obstrutiva crônica. 
Ronco, ruído grave, de alta intensidade, produzido pela vibração de 
secreções viscosas aderidas ás paredes de grandes brônquios durante a 
passagem de ar. Também pode indicar broncopneumonia se sua origem, ou 
seja, seu ponto máximo de auscultação estiver no tórax, ou mostrar laringite 
ou laringotraqueite, se for ouvido melhor na região da laringe ou traqueia. 
Roce pleural, ruído provocado pelo atrito das pleuras visceral e 
parietal inflamadas indicando pleurite. Em um animal sadio, as pleuras 
deslizam suavemente, uma sobre a outra, sem provocar ruído algum. Quando 
há inflamação e deposição de fibrina sobre elas, o atrito se transmite ao 
ouvido do examinador como se fosse o esfregar de duas folhas de papel, 
áspero como o esfregar de duas lixas ou de couro molhado, ou, ainda, como 
um gemido. 
 
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